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Reflexão e discussão acerca das relações étnico raciais no Brasil

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UNIP – Universidade Paulista
Instituto de Ciências Humanas
Curso de Psicologia
RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NO BRASIL
Danielli Ribeiro da Rocha		Turma PS3P12 - RA N21424-4
Diogo Ribeiro Alves			Turma PS3P12 - RA D51554-3
Júlia Jhemilly de Carvalho Silva 	Turma PS4P12 - RA N1280H-8
Marcelo dos Santos Rocha Júnior	Turma PS4P12 - RA D36CHD-3
Paulo Ribeiro da Silva		Turma PS3P12 - RA T4056B-4
Campinas/SP
2018
UNIP – Universidade Paulista
Instituto de Ciências Humanas
Curso de Psicologia
Danielli Ribeiro da Rocha		Turma PS3P12 - RA N21424-4
Diogo Ribeiro Alves			Turma PS3P12 - RA D51554-3
Júlia Jhemilly de Carvalho Silva 	Turma PS4P12 - RA N1280H-8
Marcelo dos Santos Rocha Júnior	Turma PS4P12 - RA D36CHD-3
Paulo Ribeiro da Silva		Turma PS3P12 - RA T4056B-4
RELAÇÕES ÉTNICO RACIAIS NO BRASIL
Trabalho apresentado à disciplina “Relações étnico-raciais no Brasil” do quarto semestre do curso de Psicologia da Universidade Paulista – UNIP. O objetivo do mesmo é de realizar uma compreensão e crítica sobre a questão das relações étnico-raciais no Brasil, em especial na cultura indígena.
Campinas/SP
2018
Sumário
Introdução ................................................................................................... 04
Justificativa ..................................................................................................05
Discussão ....................................................................................................06
Referências Bibliográficas............................................................................09
Introdução
Desde a entrada de estrangeiros no Brasil, a cultura indígena tem sido muito impactada, seja pelos aspectos da terra, como o seu modo de viver, sua cultura, e até mesmo sua língua nativa fora modificada em prol dos estrangeiros que ali chegavam.
O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma compreensão e crítica acerca das relações étnico-raciais no Brasil, enfatizando a cultura indígena. 
Justificativa
A partir das leituras propostas pela docente responsável pela disciplina Relações Étnico-Raciais no Brasil do curso de Psicologia da Universidade Paulista – UNIP, dos conteúdos discutidos em sala de aula, da palestra “Cultura Indígena – Arte e atualidade” ministrada pela pedagoga Natalia Branco Marin e de pesquisas bibliográficas a parte, apresentamos neste trabalho a reflexão e discussão acerca das relações étnico raciais no Brasil, enfatizando a cultura indígena e sua luta desde a época da colonização do país até os dias de hoje. 
Discussão 
A composição étnica e racial da sociedade brasileira é resultado de uma convergência de pessoas de várias origens étnicas diferentes, como os povos indígenas originais, os negros africanos, os colonizadores portugueses, e de posteriores ondas imigratórias de europeus, árabes e japoneses, além de outros povos asiáticos e de países sul-americanos.
Há uma distinção entre os conceitos de raça e etnia. Raça é um termo sociológico e não biológico, portanto é uma concepção social utilizada para destingir pessoas em termos de uma ou mais marcas físicas, como estrutura óssea e pele, cabelo ou cor dos olhos. Por outro lado, etnia ou grupo étnico refere-se a uma categoria de pessoas cujas marcas culturais são socialmente percebidas e significativas e esses grupos étnicos divergem entre si em termos de língua, religião, costumes, valores, ancestralidade entre outras marcas culturais.
Cruzando as referências dos conteúdos estudados no primeiro bimestre alinhado com as discussões em sala de aula, a palestra assistida sobre como vive o povo indígena e a leitura dos textos indicados com referência deste trabalho, uma conclusão que se chegar é de que nesses 248 anos (1770 - 2018) a situação do povo indígena evoluiu de mal à pior.
Nos séculos XIX e XX, a cultura brasileira tem promovido uma integração e miscigenação racial, porém, as relações raciais no Brasil não têm sido tão harmônicas assim, especialmente em relação ao papel de desvantagem do povo indígena e dos negros brasileiros. Tal grupo fora fortemente explorado no período colonial do país. Estes tendem a ocupar níveis menos notáveis na sociedade brasileira moderna, além das questões de choque cultural e dificuldade de preservação étnico-racial no país, fatos que não se apresentam somente na atualidade, e sim, coisas que o povo indígena carrega consigo desde a colonização do país. No texto de Elisa Garcia sobre o Projeto Pombalino, podemos ver que a ideia de tornar os nativos do território brasileiro em vassalagem para a Coroa Portuguesa nada mais era do que uma forma de tentar garantir que os territórios dominados permanecem sob a tutela de Portugal, evitando-se assim que outros países europeus reivindicassem parcelas de terra onde ainda não haviam sido dominadas efetivamente. Usavam da premissa do progresso para catequizar e desassociar os índios de sua língua e cultura. Nada diferente do que foi feito há décadas atrás e que continua sendo feito hoje em dia. Se no passado as lutas e manobras das classes dominantes eram para se obter território, hoje elas querem modificar as áreas saqueadas e desapropriar o povo indígena das poucas reservas que restaram, seja através da construção de estradas, barragens, desvio de rios, áreas de garimpo, plantio, criação de gado e toda uma sorte de intervenções que visam progresso desordenado e a todo custo. O projeto Pombalino ficou em vigor por pouco mais de 30 anos, mas transformou a forma como o idioma guarani era visto pelos índios e pelos colonizadores. Fato importante para dar força à resistência que faz frente contra os absurdos do suposto progresso até hoje.
Outro texto que podemos enfatizar e que foi de grande valia para a compreensão do tema é a música composta por Lô Borges, cantada nas vozes dos integrantes do Clube da Esquina. Esse clube foi um movimento musical brasileiro, que surgiu na década de 60, em Belo Horizonte, composto por jovens músicos – Milton Nascimento e os irmãos Borges (Marilton, Márcio e Lô), sendo que suas composições e sons eram moldados com as inovações trazidas pela Bossa Nova, elementos do Jazz, Rock (principalmente dos Beatles), música folclórica dos negros mineiros com alguns recursos da música erudita e da música hispânica.
Nos anos 70, esses artistas tornaram referência de qualidade na MPB pelo alto nível de performance e disseminaram suas inovações e influência a diversos cantos do país e do mundo. Ao pé da letra e do som, para os dias atuais, pouco pode nos agradar, mas em se tratando de tal polidez e inteligência de seu autor e cantores, cabe um bom tempo para reflexão. Esta canção retrata os conflitos envolvendo o território dos Guaranis-Kaiowás da época, porém isso não poderia ser declarado diretamente, pelo próprio momento do país e uma das formas encontradas para generalização do tema, foi o envolvimento das mais diversas tribos (essas mencionadas na música). Como referência dessa época, é possível mencionar uma publicação de 7 de outubro de 1978, onde o jornal O Estado de S. Paulo publicava a denúncia sobre a remoção forçada sofrida por um grupo de 130 indígenas Guarani-Kaiowás da área conhecida como Rancho Jakare. Essa comunidade residia em terras outrora utilizadas pela Companhia Matte Larangeira, trabalhando por décadas na extração de erva, mas, naquele momento, tornara-se dispensável ou mesmo inconveniente e, por isso, os fazendeiros simplesmente solicitaram à Funai que removesse as pessoas dali. Sendo “prováveis” donos legítimos desta terra, pouco se podiam fazer por essa classe, por esse povo, por essa cultura. Portanto para a canção, essas tribos indígenas são retratadas como sendo um povo no cemitério onde se enterram os anônimos derrotados... e naquele chão, todos são pisoteados pela gente que passa... “Cresceu o arraial”.
Outra contribuição significativa para o desenvolvimento do conhecimento indígena, é o
filme Xingu, lançado em 2012, que retrata a saga dos irmãos Villas-Boas (Orlando, Cláudio e Leonardo), que em momento de tentarem se encontrar na vida ou na tentativa de buscarem suas identidades, decidem viver uma grande aventura. Apesar de terem sido criados de bons recursos de formação e vivência de bons princípios e costumes, alistam-se na expedição Roncador-Xingu e partem numa missão desbravadora pelo Brasil Central. Essa expedição foi denominada de Marcha para o Oeste e devidamente teria a finalidade de desbravar e explorar o centro do país. Essa foi uma medida apresentado pelo governo de Getúlio Vargas, em 1941.
Na medida em que vão se envolvendo com o processo exploratório, logo os irmãos se tornam chefes da expedição, bem como se engajam na defesa dos índios e de sua respectiva cultura.
Ao longo do tempo e diante das dificuldades encontradas pela manutenção de uma cultura indígena, e numa viagem sem paralelo na história, os irmãos Villas-Boas conseguem fundar o Parque Nacional do Xingu, que é um parque ecológico e reserva indígena que, na época, era o maior do mundo, do tamanho de um país como a Bélgica.
Ao recontar essa saga dos irmãos, é possível entrar em contato com essa grande luta pela criação do parque e pela salvação de tribos inteiras que transformaram os Villas-Boas em heróis brasileiros.
Podemos refletir em relação a cultura indígena que, desde a época da colonização tentaram arrancar dos índios parte de sua cultura (como visto no Projeto Pombalino), tentaram implementar novas línguas, modos de viver, e também tomaram posse de suas terras. Vimos com a palestra da pedagoga Natalia que, mesmo nos dias de hoje o povo indígena sofre com a questão da posse de suas terras, onde em uma determinada tribo o “povo da cidade” faz de tudo para que os mesmos deixem sua tribo, jogando lixos, animais mortos e outras coisas, para que a tribo saia e a cidade possa se expandir ainda mais.
Portanto, diante dos textos do Projeto Pombalino, de Elisa Garcia, a música “Ruas da Cidade” de Lô Borges, o filme (Xingu, de Cao Hamburguer), a palestra ministrada pela pedagoga Natalia Branco, dentre outras fontes que tivemos acesso também, percebemos que a luta dos povos indígenas para manter a sua cultura viva e para conseguirem ter dignidade e tranquilidade em seu viver, vai além do que pensávamos.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 05.10.1988.
BRASIL. Lei 10.639 de 9 de janeiro de 2003. Ministério da Educação e Cultura: Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.
BRASIL. Lei 11.645 de 10 de março de 2008. Presidência da República: Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos.
BRASIL. MEC – Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Resolução n. 5, de 22 de junho de 2012 – Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Indígena na Educação Básica. Brasília, MEC, 2012.
BRASIL. MEC – Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Projeto CNE/UNESCO 914BRA1136.3 – Desenvolvimento, Aprimoramento e Consolidação de uma Educação Nacional de Qualidade: Ensino de História e Cultura dos Povos Indígenas. Brasília, MEC, março de 2013.
Declaração Universal dos Direitos Humanos
RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
GARCIA, Elisa Frühauf. O projeto pombalino de imposição da língua portuguesa aos índios e a sua aplicação na América meridional. Tempo [online]. 2007, v.12, n.23, p. 23-38.
Xingu. Filme. Dir: Cao Hamburger. Brasil, 2012.
Ruas da Cidade. Música. Lô Borges, 1978.
Site: https://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2018/04/01/indigenas-temem-que-despejo-forcado-leve-a-massacre-no-mato-grosso-do-sul/; consulta realizada em 15/09/2018; 21h35

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