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Educação, Batatais, v. 2, n. 1, p. 1-158, junho, 2012 1
Batatais - SP
v. 3, n.1, p. 1-144, jan./dez. 2013
 ISSN 2237-2334
Educação, Batatais, v. 2, n. 1, p. 1-158, junho, 2012 2
Claretiano – Centro Universitário
Educação a Distância - Revista Científica / Claretiano – Centro 
Universitário – Batatais, SP:
Coordenadoria Geral de Pesquisa e Iniciação Científica 
(CPIC), v. 3, n. 1 (jan./dez. 2013)
 ISSN 2237-2334
Anual
 1. Educação a Distância 2. Periódico científico I. 
Claretiano – Centro Universitário
Ficha Catalográfica
Pede-se permuta
We ask for exchange
On demande l´échange
Se pide intercambio
Contato:
CLARETIANO – CENTRO UNIVERSITÁRIO
Bibliotecária Responsável: 
Cristina de Cássia Bueno Mendes – CRB8 – 3636 
Rua Dom Bosco, 466 - Castelo
14300-000 - Batatais - SP
Fone: (16) 3660-1616
E-mail: periodico@claretiano.edu.br
Educação, Batatais, v. 2, n. 1, p. 1-158, junho, 2012 3
REITORIA
Reitor
Dr. Pe. Sérgio Ibanor Piva
Pró-Reitor Administrativo
Pe. Luiz Claudemir Botteon
Pró-Reitor Acadêmico
Prof. Ms. Luís Cláudio de Almeida
Pró-Reitor de Extensão e Ação Comunitária
Ms. Pe. José Paulo Gatti
 4 Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 1-144, jan./dez. 2013
Comissão Editorial
Rafael Menari Archanjo - Editor Chefe
Artieres Estevão Romeiro - Editor
Conselho Editorial
Amaline Boulus Issa Mussi (UNISUL-SC)
Ana Cláudia da Silva (UNIVALE-MG)
César Apareciddo Nunes (UNICAMP)
Cláudia Regina Bovo (UFMT-MT)
Daniel Mill (UFSCAR-SP)
Jeferson Pistori (UCDB-SP)
João Vianney (Hoper Consultoria)
Juscimara Roesler (UNISUL-SC)
Lania Stefanoni Ferreira (Claretiano-SP)
Lúcia Giraffa (PUC-RS)
Patrícia Lupion Torres (PUC-PR)
Marcelo Donizete da Silva (UFOP-MG)
Marcia Campos de Oliveira (Claretiano-SP)
Stefan Vasilev Krastanov (UFMS)
Produção Editorial 
Equipe Editorial - Claretiano
Educação, Batatais, v. 2, n. 1, p. 1-158, junho, 2012 5
Sumário / Contents
Editorial 
ARTIGOS / ARTICLES
Há relação humana na interação professor-aluno em Educação a 
Distância? / Is there a human relationship in teacher-student interaction 
in distance education?
 Emerson Carneiro Porcari
A importância do uso das tecnologias no processo de ensino-aprendizagem 
/ The importance of the use of technology in teaching-learning process 
 Fernanda Wolf Garcia
Razões para escolha de uma Graduação a distância: uma abordagem sobre 
o perfil de alunos ingressos em EaD / Reasons to choose a distance learning 
graduation course: an approach about student’s profile that ingresses in 
distance learning courses
 Gabriel Luis Spina
Educação a Distância na formação continuada dos professores de Várzea 
Paulista / Distance education in continuing education of teachers of Várzea 
Paulista
 Henderson Tavares de Souza
7
9
25
49
EDUCAÇÃO
Educação, Batatais, v. 2, n. 1, p. 1-158, junho, 2012 6
79
97
 
117
EDUCAÇÃO
A formação de professores em um curso de Licenciatura a distância / 
Teacher education at a distance degree course 
 Maria Aparecida Vilela Mendonça Pinto Coelho
Estratégias de sucesso de um professor trabalhando uma disciplina nova 
com apoio de ferramentas de educação a distância (EAD): estudo de 
caso / Strategies for success of a teacher working with a new discipline with 
support tools of distance education (EAD): case study
 Dorlivete Moreira Shitsuka
 Rabbith Ive Carolina Shitsuka Risenberg
 Ricardo Shitsuka
Inclusão informacional de alunos com necessidades educacionais 
especiais (NEE) em bibliotecas / Informational inclusion of students 
with special educational needs (SEN) in libraries
 Vitor Gonçalves Dias
 7Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 7, jan./dez. 2013
Editorial
EDUCAÇÃO
Tema paradigmático nas discussões acerca da ensinagem nos últimos 
anos, a Educação a Distância já é uma realidade. Consolida-se como um 
viés de aprendizado que vem ao encontro das mudanças dinâmicas da so-
ciedade – a redefinir os conceitos de espaço e tempo dentro da Educação. 
Um dos pioneiros a acreditar na proposta e desenvolver um método pró-
prio de EaD foi o Claretiano – Centro Universitário.
Referência em Educação a Distância, juntamente com outras pro-
postas de sucesso nessa modalidade, tendo em vista o resultado do ENA-
DE e as últimas avaliações do MEC, a Instituição tem papel importantís-
simo no eixo da discussão. Em resposta a essa realidade, lança o terceiro 
número do periódico científico EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA.
Os textos publicados, oriundos dessa confluência, não poderiam 
deixar de trazer os principais temas do debate: o preponderante papel 
do tutor: sua ação motivacional e instrucional no específico modelo; a 
importância do uso das tecnologias e a necessidade de seu contínuo aper-
feiçoamento, de modo a atender a dinâmica do processo ensino-aprendi-
zagem; avaliação de atividades e interatividades; a adaptação do processo 
a alunos com necessidades especiais, além de importantes estudos de caso 
realizados em populações e cursos específicos. Em nome da Instituição, 
convido você, caro leitor, a entrar no debate. 
Mãos à obra?
Prof. Rafael Menari Archanjo
Coordenador Geral de Pesquisa e Iniciação Científica
 8 Educação, Batatais, v. 3, n. 1, p. 8, junho, 2012
 9Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 9-24, jan./dez. 2013
Há relação humana na interação professor-aluno 
em Educação a Distância?
Emerson Carneiro Porcari1
Resumo: Este artigo pretende verificar em que medida a relação entre alunos e 
professores/tutores pode interferir na qualidade da aprendizagem e na motivação nos 
cursos de educação à distância. Parece haver uma relação entre o nível de relacionamento 
que se estabelece entre o tutor, sua turma e os alunos entre si com o desempenho e a 
motivação dos alunos. Caracterizada pela separação física e temporal entre seus agentes, 
a EaD se desenvolve mediada pelas TICs, e os cursos são geralmente pensados de modo 
a garantir autonomia, seja com relação ao tutor ou às próprias demandas dos alunos. 
Todavia, muitos alunos e ex-alunos se queixam com relativa frequência quanto à ausência 
ou indiferença do tutor. As pesquisas realizadas neste trabalho denotam a necessidade 
de que as instituições atentem para a qualidade da tutoria que, mais que quesitos como 
conteúdo, material didático e sistemas AVA utilizados, influenciam a motivação e as 
desistências.
Palavras-chave: Educação. Tutoria. Aprendizagem. Interação.
1 Especialista em Planejamento, Implantação e Gestão em Educação a Distância pelo Claretiano – Centro 
Universitário. Licenciado em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas – Unicamp. Docente de 
Filosofia no Ensino Fundamental na Rede Municipal de Indaiatuba (SP). E-mail: <eme_cps@hotmail.
com>.
Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 9-24, jan./dez. 201310
1. INTRODUÇÃO
Nesta pesquisa bibliográfica, buscamos verificar se há relação huma-
na em Educação a Distância, doravante chamada de EaD, e se tal relação 
intermediada por máquinas e tecnologias permite uma interação adequa-
da ao desempenho dos alunos desses cursos. Para isso, é preciso verificar 
como se dão as relações entre seus agentes, professor/tutor e aluno, nos 
cursos de Educação a Distância e se essa relação pode influenciar o desem-
penho dos alunos. Embora alguns autores defendam que a interação não 
é necessária em cursos a distância, muitos outros mostram que ela não só 
é necessária, mas é também parte constituinte da EaD, que já é possível 
manter em ambientes virtuais a interação característica da educação pre-
sencial e ressaltam que a má interação promove a desistência do curso, 
com prejuízos ao aluno, à instituição e mesmo, podemosdizer, à Educa-
ção a Distância enquanto modalidade educacional ainda em formação e 
com uma imagem em construção no Brasil e no mundo.
Se um curso presencial segue, geralmente, uma lógica linear, na EaD 
o tutor, sendo a figura que mantém essa relação, deverá estar atento ao 
envolvimento e ao desempenho da turma, flexibilizando ou alterando os 
tempos das tarefas e das interações, ou mesmo disponibilizando material 
antecipadamente, de modo a atender o público com o qual interage. Ora, 
se tal importância é reconhecida na figura do tutor, não é desnecessário 
lembrar que ele precisa ter empatia, estar presente e se fazer atuante pe-
rante seus alunos, além de motivá-los, sob pena de colocar todo o trabalho 
institucional em risco. Ele passa a ser o mediador entre conteúdo, material 
midiático, instituição e docentes, sendo o elo do aluno com o curso, além 
de ser responsável por promover a interação entre ele mesmo e os demais 
alunos, e destes entre si. Por isso, sua ausência é sempre e rapidamente 
sentida pelos alunos, que, nesse caso, se sentem desprestigiados em suas re-
alizações, no próprio sentido de construção mútua, característico da EaD, 
além de tolhidos em sua autonomia, especialmente se as dúvidas não são 
esclarecidas em tempo hábil, conforme Santos e Machado (2010, p. 5):
 11Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 9-24, jan./dez. 2013
A comunicação mediada tecnologicamente deve estar pautada em 
uma capacidade de se relacionar, mesmo a distância, com empatia, e 
do domínio das tecnologias e do conteúdo, para que, munido de tais 
habilidades e competências, este profissional possa motivar os seus 
alunos e ajudá-los a gerenciar os seus estudos.
Pudemos perceber que a interação (ou a falta dela) influencia o an-
damento dos cursos de Graduação e Pós-Graduação, bem como de outros 
cursos na modalidade a distância, tanto quanto demais fatores, quer sejam 
internos, como ambiente virtual e apoio acadêmico, ou externos, como 
excesso de trabalho, problemas financeiros etc. Vários autores concluem 
que uma interação deficiente interfere na motivação dos alunos, aumen-
tando a evasão e a desmotivação, sendo a falta de interação responsável 
por grande parte dos ex-alunos e desistentes desses cursos terem abando-
nado os mesmos. Nesse sentido, para o aluno, o tutor pode ser um fator 
determinante de estímulo ou desestímulo para a realização do curso.
2. INÍCIO DA EAD
Os atuais cursos em EaD são ainda descendentes dos modestos cur-
sos técnicos por correspondência vigentes séculos atrás, com alguns au-
tores relatando ensino de taquigrafia por correspondência já no século 
XVIII. Nos séculos seguintes, especialmente na Europa e EUA, inicia-
ram-se experiências com cursos acadêmicos que seguiam o mesmo esti-
lo de execução, com muitas dificuldades, mas que foram se atualizando 
segundo o surgimento de novas tecnologias e mídias; rádio, TV, cassetes, 
telefone etc. É do período das décadas de 60 e 70 do século XX o surgi-
mento na Inglaterra da Open University, que foi demarcatório e serviu de 
modelo para os nossos cursos atuais, atuando até hoje e formando milhões 
de alunos.
Gradualmente, a EaD foi se firmando no Brasil a partir da mesma 
época, evoluindo para o uso de rádio e televisão na década de 1970. “Esse 
Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 9-24, jan./dez. 201312
modelo foi amplamente usado para programas de ensino de cursos técni-
cos” (MUGNOL, 2009, p. 336) e “[...] tinha como finalidade ampliar a 
oferta de oportunidades educacionais” (MUGNOL, 2009, p. 337). Dessa 
época vale ressaltar a existência de algumas instituições: o Projeto Minerva 
e o Instituto Monitor de Rádio oferecendo cursos técnicos, e o IUB – Ins-
tituto Universal Brasileiro, que, além de diversos cursos técnicos, oferecia 
formação nos níveis básico e médio. Cabe ressaltar que esses primeiros 
cursos tinham por meta a formação de profissionais técnicos (principal-
mente de conserto de rádios) e o reforço escolar e alfabetização por meio 
de programas como os telecursos de 1º e 2º graus. Devido à necessidade de 
regulamentar a EaD, o MEC criou normas próprias como base legal, inse-
ridas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9394/96). 
Nota-se nessa lei a preocupação com a qualidade dos cursos, mantendo 
as instituições em constante acompanhamento por meio da avaliação do 
sistema (MUGNOL, 2009, p. 348).
Conforme Munhol, “houve no país uma impressionante expansão 
da EaD depois da publicação da LDB em 1996” (2009, p. 338), prova de 
que há muito se fazia necessário uma regulamentação específica para EaD 
no país. Depois da sua regulamentação pelo MEC, com o incremento de 
novas tecnologias e ampliação do alcance de outras, com a internet se es-
tabelecendo e se expandindo no país, a EaD passou por um grande cresci-
mento em torno dos anos 90, o que permitiu o surgimento de novas mo-
dalidades de ensino de nível superior, como Graduação e Pós-Graduação.
3. CONCEITO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Podemos classificar a educação em duas modalidades: presencial e 
a distância (ALVES, 2011, p. 84). Quando procuramos por definições 
de Educação a Distância, encontramos, na maioria das vezes, uma defini-
ção que busque diferenciá-la do ensino presencial. A Educação Presencial, 
também conhecida como tradicional, é aquela na qual alunos e professo-
res se encontram com certa regularidade em locais e horários predetermi-
 13Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 9-24, jan./dez. 2013
nados, e caracteriza-se pela transmissão de conteúdo do professor para o 
aluno, em um processo linear. Todavia, o advento das novas tecnologias 
permitiu o crescimento da modalidade de Ensino a Distância, e novos 
caminhos deverão ser traçados para o futuro da educação em massa, em 
processos não lineares, em que o aluno pode ser coautor do conhecimen-
to. Para caracterizar a Educação a Distância, vários autores a definem, em 
geral, como aquela na qual os agentes (professor/tutor e aluno) se relacio-
nam por meio de tecnologias de comunicação de vários tipos em espaços 
e tempos distintos, o que valoriza a bidirecionalidade e a autonomia do 
aluno, destacando-se a definição de Aretio (apud GUAREZI, 2009, p. 19), 
segundo a qual a:
EAD é um sistema tecnológico de comunicação bidirecional que 
substitui a interação pessoal, em sala de aula, entre professor e aluno 
como meio preferencial de ensino pela ação sistemática e conjunta 
de diversos recursos didáticos e pelo apoio de uma organização tuto-
rial de modo a propiciar a aprendizagem autônoma dos estudantes.
Podemos acrescentar ainda a interação constante com o novo como 
característica de EaD, definida por autores como Schlosser:
A educação a distância pode ser entendida como a modalidade edu-
cativa que possibilita aos estudantes desenvolver habilidades para 
que sejam capazes de construir seus próprios conhecimentos, com li-
berdade de criar novas formas de aprender e entender, apoiados por 
recursos tecnológicos. No contexto dessa modalidade, compreende-
-se que estar distante não é estar ausente e em repouso, mas sim estar 
atento e pronto a interagir com o novo, estabelecendo outras formas de 
contato e comunicação (SCHLOSSER, 2010, p. 06, grifos nossos).
Assim, tão importante quanto a diferenciação de Educação Presen-
cial é a caracterização de EaD como aquela na qual o aluno é separado do 
grupo de aprendizagem (KEEGAN apud MAIA; MATTAR, 2008, p. 08), 
condicionando o andamento do curso à sua autonomia e capacidade de 
interação à distância, o que depende da figura do tutor.
Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 9-24, jan./dez. 201314
4. RELAÇÃO PROFESSOR/TUTOR-ALUNO
Como nossa intenção é justamente averiguar a influência da intera-
ção nos cursos de EaD, nos focaremos nos atores que a compõem, a saber; 
o professor/tutor e o aluno. Precisamos abordar a questãoda diferencia-
ção entre professor e tutor para evitar indefinições, pois esses profissionais 
muitas vezes exercem funções que se sobrepõem, definindo-se pelas suas 
atribuições no curso, visto que “o que difere entre esses dois profissionais 
da educação é o contexto em que estão institucionalizados e as deman-
das pedagógicas lhe são atribuídas” (PEREIRA, 2007, p. 08). Em geral, o 
professor tem sido caracterizado como aquele que produz o conteúdo, ao 
passo que o tutor é entendido como aquele que interage com os alunos. 
Independente do fato de que professor e tutor devem trabalhar colabora-
tivamente, como o aluno interage nas demandas diárias principalmente 
com a figura do tutor, acaba vinculando sua imagem à do próprio curso e à 
da instituição. Quando um aluno sente algo em relação ao tutor, seja aver-
são ou empatia, esse sentimento fica sendo o mesmo que sente pela insti-
tuição e pelo curso em questão, porque, “em suma, o tutor é aquele que em 
muitos momentos representa o curso e é por isso que autores depositam 
em sua atuação o sucesso ou não da educação a distância” (SCHLOSSER, 
2010, p. 02).
Para que essa complexa relação entre tutor e aluno possa evoluir no 
sentido de permitir as interações almejadas para o curso, é necessário que 
haja uma relação amigável entre eles. Como o aluno é quem chega e o 
tutor o recebe, este deve proporcionar uma recepção que valorize o ingres-
sante e faça-o sentir-se à vontade mesmo estando a distância. Essa relação 
tem se mostrado essencial para a satisfação e motivação dos alunos, e para 
caracterizar uma EaD eficiente é necessário que haja bidirecionalidade na 
interação, conforme Saraiva (1996, p. 17):
A educação à distância só se realiza quando um processo de utili-
zação garante uma verdadeira comunicação bilateral nitidamente 
educativa. Uma proposta de ensino/educação à distância necessaria-
 15Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 9-24, jan./dez. 2013
mente ultrapassa o simples colocar materiais instrucionais a dispo-
sição do aluno distante. Exige atendimento pedagógico, superador 
da distância e que promova a essencial relação professor-aluno, por 
meios e estratégias institucionalmente garantidos.
Como essa interação será sempre mediada pelo material instrucio-
nal, as instituições precisam estar atentas a todo o processo de concepção 
de um curso, mantendo sempre seu foco “no aluno e suas significações”, 
conforme Coll Salvador (1994, p. 52, apud PEREIRA, 2007, p. 87), in-
dependentemente das adversidades, porque “[...] é preciso que ocorra a 
adequação das metodologias e estratégias de ensino-aprendizagem que 
potencializem ao máximo a aprendizagem do aluno” (PEREIRA, 2007, p. 88). 
Conforme Pereira:
[...] tudo parece indicar que o aluno constrói significações ao mesmo 
tempo em que atribui um sentido ao que aprende, de tal maneira 
que as significações que finalmente constrói a partir do que lhe é 
ensinado não dependem só dos conhecimentos provisórios que pos-
sua e do seu colocar em relação ao novo material de aprendizagem, 
mas também do sentido que atribui a este e à própria atividade de 
aprendizagem (p. 78).
Ao tutor, o autor recomenda que se coloque na posição mais presen-
te possível:
Portanto, se quisermos desenvolver um processo de formação signi-
ficativo, que ultrapasse a mera certificação, será necessário dialogar 
com os demais aspectos, inclusive para realmente possamos intervir 
e auxiliar o aluno em suas dificuldades de aprendizagem e em seus 
dilemas profissionais (PEREIRA, 2007, p. 87).
A figura do tutor é, portanto, definitiva para o bom andamento de 
um curso de EaD. Segundo Pereira, “é também por meio da tutoria que 
se garantirá que o curso se efetive em todos os níveis” (2007, p. 100). Ao 
Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 9-24, jan./dez. 201316
mesmo tempo em que o tutor se mantém mais próximo de seus alunos, 
em EaD, o docente diminui o controle sobre seus alunos e sobre o que 
e como fazem (SOUZA, 2008), devido ao distanciamento físico, o que 
exige maior mediação do tutor: “Na EaD, a mediação adquiriu papel de 
suma importância uma vez que o distanciamento físico sempre esteve a 
exigir recursos, estratégias, habilidades, competências e atitudes diferen-
tes dos convencionais” (SOUZA, 2008, p. 06). O envolvimento do pro-
fessor (docente/tutor) estimula a todos e promove um acolhimento que 
forma o grupo; por isso, faz-se necessário maior envolvimento do tutor no 
ambiente virtual justamente para compensar sua virtualidade. Sua atitude 
frente ao grupo será determinante para o incentivo de todos, possibilitan-
do alcançar o máximo de suas potencialidades:
Para Masetto (2000), mediação pedagógica é a atitude, o compor-
tamento do professor que se coloca como um incentivador ou mo-
tivador da aprendizagem, como uma ponte rolante entre o aprendiz 
e a aprendizagem, destacando o diálogo, a troca de experiências, o 
debate e a proposição de situações (SOUZA, 2008, p. 05).
Em se considerando essa definição, contudo, poderíamos dizer que 
grande parte dos tutores atuantes nos cursos de EaD não poderiam ser as-
sim chamados, visto que, segundo relatam vários alunos de cursos de EaD, 
não se enquadram no perfil de “incentivador” ou “ponte entre o aprendiz 
e a aprendizagem”, pois muitos somente postam as tarefas, não respon-
dem questões ou o fazem tardiamente, não interagem com a turma e não 
direcionam as discussões, deixando os alunos restritos a se organizarem 
por conta própria e subordinados aos prazos. Essa sensação de abandono 
relatada por vários alunos de cursos a distância mostra o quanto a EaD 
precisa evoluir ainda nesse quesito, dentre outros. Uma das barreiras que 
precisa ser vencida é quanto à imagem de facilidade da EaD. Muito da 
imagem de que a EaD é mais fácil e exige menos esforço dos alunos é o 
que garante o desestímulo posterior destes, quando se veem diante das 
dificuldades de ter autonomia e organização, além da dedicação neces-
 17Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 9-24, jan./dez. 2013
sária aos estudos. Todavia, as próprias instituições podem ser, em parte, 
responsabilizadas por essa imagem de aparente facilidade, quando divul-
gam seus cursos em seus sites ou outros meios. Destaca-se sempre o sistema 
utilizado, os conteúdos de qualidade e mesmo a ligação posterior com o 
mercado de trabalho, mas nunca a necessária dedicação – por parte dos 
alunos – aos estudos e a autonomia necessária, tão fundamentais para que 
o curso seja terminado a contento, conforme Souza:
Um dos desafios atuais da EaD hoje é construir um aparato pedagógico 
em que o aluno sinta-se participante, “vivo” no processo, mesmo não 
vendo os outros colegas e o espaço demarcado fisicamente; mesmo não 
tendo um horário fixo, predeterminado, sinta-se impelido a aprender de 
forma interativa e compartilhada (SOUZA, 2008, p. 12).
A própria formação de tutores, segundo se pode observar, não deixa 
de se configurar como um desafio para a EaD, que se consolida no mun-
do todo como um caminho sem volta, mas é dependente dessa figura tão 
complexa e ao mesmo tempo tão fundamental para o fortalecimento des-
sa modalidade de ensino-aprendizagem, pois, “atualmente, a formação de 
tutores é um grande desafio para a modalidade a distância, na medida em 
que esse profissional tem ganhado maior relevância por parte de cada vez 
mais autores, que salientam sua importância para o sucesso dos cursos de 
EaD” (SCHLOSSER, 2010, p. 02). Para que isso ocorra de fato, é preciso 
que as instituições reconheçam o valor dos seus tutores, de modo que eles 
possam dedicar boa parte de seu tempo aos alunos que orientam, uma vez 
que “[...] o tutor precisa ter capacidades pessoais e técnicas e dominar a 
modalidade na qual atua” (SCHLOSSER, 2010, p. 08), porque “[...] nes-
se tipo de relação estabelecida em EAD, visualizamos a função do tutor 
comoa de um professor orientador” (PEREIRA, 2007, p. 08), que precisa 
organizar espaços e tempos e estar atento para poder dedicar-se com efici-
ência ao aprendizado dos alunos e sua autonomia, pois, segundo o autor, 
“[...] é também por meio da tutoria que se garantirá que o curso se efetive 
em todos os níveis” (PEREIRA, 2007, p. 100).
Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 9-24, jan./dez. 201318
5. A INTERAÇÃO
Para sanar possíveis ambiguidades, distinguiremos os termos “inte-
ratividade” e “interação”. Conforme Goulart et al., interatividade é um 
termo mais amplo que se refere a duas possibilidades; a potencialidade 
técnica disponível e a atividade humana com a tecnologia. Já por intera-
ção podemos considerar a “[...] ação recíproca entre os sujeitos que pode 
ser direta ou indireta (mediada por algum veiculo técnico de comunica-
ção [...])” (GOULART et al., 2007). Então essa ação, para se caracteri-
zar, precisa da atuação efetiva dos agentes do curso e essa ação deve ser 
recíproca. Nossas questões quanto à interação são: ela ocorre? Em que 
medida? Quando? A interação, ou a falta dela, interfere para o aluno no 
andamento do curso?
Contudo, a interação presencial (entre tutores e alunos, alunos e alu-
nos), tão comum no ensino tradicional, não pode ser mantida na EaD – ao 
menos, não no mesmo formato –, exceto nos encontros obrigatórios (que 
no futuro podem, inclusive, ser abolidos, dependendo da legislação). Há, 
inclusive, seja pelas restrições das antigas tecnologias, seja por considera-
rem que a interação tolhe a autonomia do aluno, autores que defendem 
que a interação não seja considerada parte constituinte dos cursos de EaD, 
pois seria necessário coordenar tempos e espaços (ao menos na interação 
síncrona), restringindo as possibilidades discentes. Tais autores conside-
ram que propor interações limita a autonomia dos alunos, defendendo 
que “a interação de professores e alunos não é considerada por todos uma 
característica necessária para a EaD” (MAIA; MATTAR, 2008, p. 09). A 
necessidade da interação em EaD surgiu posteriormente, conforme Maia 
e Mattar (2008, p. 09):
A ideia de autonomia e independência do aluno era [antes da web e 
das TICs] parte integrante do conceito de EaD, enquanto a ideia de 
interação não, mesmo porque não havia tecnologia capaz de repro-
duzir, à distância, a riqueza da interação em sala de aula.
 19Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 9-24, jan./dez. 2013
Atualmente, contudo, as tecnologias existentes já permitem que haja 
muita interação em salas de aula virtuais. Keegan afirma que já é possível 
reconstruir virtualmente a interação e a intersubjetividade que ocorrem 
na educação tradicional (KEEGAN apud MAIA; MATTAR, p. 08). 
Ademais, segundo Maia e Mattar, “os projetos de EaD deveriam incluir 
uma comunicação de mão dupla, que envolvesse a possibilidade de diá-
logo com o professor e os demais alunos” (2008, p. 09), porque “muitos 
autores consideram que a ideia de interação deve fazer parte do conceito 
de EaD” (2008, p. 09).
Ainda segundo Goulart et al., a interação, além de importante, não 
pode ser considerada isoladamente na vida dos agentes; ela se relaciona 
com os outros aspectos da vida do aluno, aspectos esses externos ao curso:
A interação não se dá apenas entre aluno e material instrucional, 
alunos entre si, alunos e tutor, alunos e instituição de ensino. Dá-
-se também, entre os demais elementos que compõem o universo do 
aluno (história de vida, família, trabalho, classe, outros grupos a que 
pertença) (GOULART et al., 2007, s. p.).
Como já disseram alguns autores sobre a educação a distância, está 
claro que ela não pode ser distante (ZUIN, 2006), mas deve criar condi-
ções para aprendizagem efetiva e a motivação do grupo. Porque a distân-
cia interpessoal, sentida emocionalmente, se equipara à distância sentida 
fisicamente, porque “[...] a distância não é apenas um espaço físico, mas 
também psicológico, sociológico, cultural, econômico, filosófico, entre 
outros” (GOULART et al., 2007, s. p.). Dessa forma, a interação não se 
restringe à relação estabelecida entre aluno e tutor, mas abrange pratica-
mente todos os aspectos da vida do aluno, o que a torna subjetiva, mas 
determinante para a realização da EaD. A boa interação, então, possibi-
litaria maiores garantias de aprendizagem, uma vez que “Os métodos em 
EAD devem buscar reduzir a distância interpessoal promovendo a inte-
ração entre professor-aluno e aluno-aluno, garantindo a aprendizagem 
Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 9-24, jan./dez. 201320
e a transferência de mensagens” (GOULART et al., 2007, s. p.). Assim 
sendo, não há como negar o papel importante que as interações realizadas 
durante um curso de EaD, entre alunos, entre alunos e tutoria, no uso de 
suas ferramentas e do AVA, interferem na motivação e nos resultados tan-
to quanto as interações externas ao curso, relativas a cada aluno.
6. EVASÃO
Quando analisamos os motivos relatados em pesquisas sobre evasão, 
encontramos grande parte dos desistentes relatando falta de dinheiro, 
tempo e apoio da instituição, especialmente do tutor. Segundo relatório 
de pesquisa realizada pela autora com alunos desistentes do Curso de Es-
pecialização em Esporte Escolar da UnB, Almeida relata que:
De acordo com o contexto de motivos para desistência, os resulta-
dos da análise contemplaram cinco categorias-síntese estabelecidas a 
posteriori: Fatores situacionais, falta de apoio acadêmico, problemas 
com a tecnologia, falta de apoio administrativo e sobrecarga de tra-
balho (ALMEIDA, 2008, p. 04).
Sua interessante pesquisa mostra, quanto ao item apoio acadêmico, 
que alunos desistentes relatam contatos insuficientes e insatisfação com a 
atuação da tutoria, falta de encontros presenciais para melhor interação 
com os participantes e interação dos fóruns também insuficiente, além da 
inexistência de interação com os colegas e professores:
A análise da categoria “Falta de apoio acadêmico” apontou que os 
alunos não tiveram um acompanhamento acadêmico efetivo. Eles 
relataram problemas de comunicação com o tutor, falta de feedback 
sobre as atividades enviadas, entre outros. Em síntese, essa categoria 
enfatiza também problemas com relação à falta de interação entre o 
tutor e os alunos, sendo indicada por 41% dos respondentes (AL-
MEIDA, 2008, p. 06).
 21Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 9-24, jan./dez. 2013
Aspectos endógenos relatados pelos alunos, como o isolamento, a 
falta de um grupo, aspectos pessoais que ocorrem durante o curso, são 
fatores decisivos quanto à evasão nos cursos de EaD analisados por outros 
autores, com destaque para Cookson, segundo Almeida:
Cookson apontou a solidão e a falta de apoio acadêmico nos mo-
mentos de dificuldade, como fatores que os levaram a desistirem de 
um curso a distância. A importância do tutor nos cursos a distância 
também é enfatizada por Hricko (2002) e Harasim (2005). Essas 
autoras destacam que a aprendizagem em grupo on-line exige que 
o tutor desempenhe um papel de facilitador, observador e monitor, 
para auxiliar o aluno no processo de interação, além de prestar, em 
tempo hábil, as informações necessárias. Num ambiente onde a co-
municação é assíncrona e “de muitos para muitos”, o professor deve 
estimular o aluno a participar e a interagir com o grupo (ALMEI-
DA, 2008, p. 07).
Evidentemente, fatores externos ao curso, como excesso de trabalho, 
situações contingentes, família etc., interferem no andamento dos cursos 
e na evasão, mas não se pode desconsiderar a importância de interação no 
ambiente virtual, seja com o tutor ou com os demais alunos como fator 
determinante na motivação e na persistência dos alunos.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa bibliográfica revelou que, nas análises das definições de 
EaD, a ênfase dada é na descontinuidade,ou seja, na separação aluno/
professor. No entanto, é indispensável o contato regular e eficiente entre 
esses atores no processo educativo, pois facilita uma interação satisfatória, 
proporcionando segurança psicológica entre os alunos e a instituição ofer-
tante do curso, sendo de extrema importância para a motivação do aluno, 
como condição indispensável para a aprendizagem autônoma. Quanto à 
relação inversa, autonomia/interação, cabe estudar, para cada instituição 
Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 9-24, jan./dez. 201322
ou curso, se a interação limita de fato a autonomia, e em que circunstân-
cias, e propor um meio-termo para essa questão, promovendo interações 
de modo planejado para dar ao aluno autonomia, como a possibilidade 
de participar de um chat, mas liberdade para não ser obrigado a fazer isso. 
Nossa pesquisa permite considerar que os aspectos exógenos, como tec-
nologia, trabalho, apoio administrativo etc., interferem no desempenho 
dos cursos de EaD, mas a tutoria mal feita e a falta de interação garantida 
por ela revelam-se os pontos fracos de muitos desses cursos. Há que se 
ter cuidado na questão da autonomia, porque o aluno tem liberdade para 
organizar seus tempos de estudo, mas não para alterar as datas das provas 
e prazos propostos. Há relação humana nos cursos de EaD, mas ela pode 
ser solitária. Do latim antigo, herdamos uma frase intrigante da sabedo-
ria dos romanos: quis custodiet ipsos custodes (quem guardará os próprios 
guardas?). Fica a lição para as instituições: faz-se necessário que, também 
elas, acompanhem o tutor como ele deveria fazer com a sua turma.
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Title: Is there a human relationship in teacher-student interaction in distance education?
Author: Emerson Carneiro Porcari.
Abstract: This article intends to check how much the relationship between students 
and teachers/tutors can interfere with the quality of learning and motivation in distance 
education courses. There seems to be a relation between the level of relationship that 
is established between the tutor, his class and students among themselves and the 
performance and motivation of the students. Characterized by physical and temporal 
separation among their agents, the distance education is developed through ICTs, and 
the courses are generally designed to ensure autonomy, regarding either the tutor and 
the students’ own demands. However, many students and former students complain 
with relative frequency about the absence or indifference of the tutor. The research 
carried out in this work embodies the need that the institutions must act for the quality 
of mentoring that, more than interrogatories as content, teaching materials and virtual 
systems used, influence the motivation and the defections.
Keywords: Education. Mentoring. Learning. Interaction.
 25Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 25-48, jan./dez. 2013
A importância do uso das tecnologias no processo 
de ensino-aprendizagem
Fernanda Wolf Garcia1
Resumo: A sociedade atual é tecnológica, de modo que não é mais possível pensar 
em educação sem a utilização das tecnologias. O processo de ensino-aprendizagem 
também já se mostra diferente do de antigamente, pois as formas de ensinar e aprender 
são diferentes, isto é, o professor não é mais um simples transmissor do conhecimento. 
Hoje, ele é um mediador, facilitador do processo de ensino-aprendizagem e os alunos são 
os sujeitos ativos desse processo, deixando de ser simples receptores do conhecimento. 
Dessa forma, o professor precisa utilizar recursos que transformem suas aulas, de modo a 
instigar mais e mais a busca pelo conhecimento por parte dos alunos, ministrando aulas 
dinâmicas, motivadoras, atrativas e entendendo que as tecnologias disponíveis auxiliam 
no processo de ensino-aprendizagem, as quais vêm para colaborar com o professor, 
funcionando como suporte, como um recurso a mais para esse processo e não como um 
recurso em sua substituição.
Palavras-chave: Tecnologia. Educação. Conhecimento. Professor. Aluno.
1 Especialista em Engenharia e Administração de Banco de Dados pela Universidade Metodista de 
Piracicaba (Unimep). Graduada em Sistemas de Informação pelas Faculdades Integradas Claretianas de 
Rio Claro (Uniclar). Coordenadora de Suporte em Áudio-Visual e Laboratórios de Informática da Ação 
Educacional Claretiana de Rio Claro e Tutora Presencial do Claretiano – Centro Universitário. E-mail: 
<fernanda@graficaconchal.com.br>.
 26 Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 25-48, jan./dez. 2013
1. INTRODUÇÃO
Atualmente, vive-se a era da tecnologia, em que todas as áreas da 
sociedade se beneficiam dos aparatos tecnológicos existentes, que surgem 
para melhorar as atividades e necessidades de cada uma dessas áreas. Com 
a educação não poderia ser diferente. Hoje, as tecnologias contribuem 
para um melhor processo deensino-aprendizagem, proporcionando no-
vas formas de ensinar e aprender.
Segundo Ribas (2008), o professor deve ser alguém criativo, compe-
tente e comprometido com o advento das novas tecnologias, interagindo 
em meio à sociedade do conhecimento, repensando a educação e buscan-
do os fundamentos para o uso dessas novas tecnologias, que causam gran-
de impacto na educação e determinam uma nova cultura e novos valores 
na sociedade.
A partir de mudanças na forma de ensinar e com a inserção de tecno-
logias nesse processo de ensino, mudam-se também as formas de aprendi-
zagem. Os alunos sentem-se mais motivados, pois estas diferem de anti-
gamente, quando não existia diálogo entre professor e aluno; hoje há uma 
troca de informações em sala de aula, na qual o professor não é mais o 
detentor de todo o conhecimento, de modo que o aluno passa a ser o prin-
cipal responsável pela construção do seu conhecimento, tendo um papel 
mais ativo, na busca de soluções das suas necessidades.
De acordo com Gatti (1993, apud MAINART; SANTOS, 2010, 
p. 03):
A incorporação das inovações tecnológicas só tem sentido se contribuir 
para a melhoria da qualidade de ensino. A simples presença de novas tec-
nologias na escola não é, por si só, garantia de maior qualidade na educação, 
pois a aparente modernidade pode mascarar um ensino tradicional basea-
do na recepção e na memorização de informações.
E, segundo Moran (1995, apud MAINART; SANTOS, 2010, p. 04):
 27Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 25-48, jan./dez. 2013
A concepção de ensino e aprendizagem revela-se na prática de sala de aula 
e na forma como professores e alunos utilizam os recursos tecnológicos dis-
poníveis. A presença dos recursos tecnológicos na sala de aula não garante 
mudanças na forma de ensinar e aprender. A tecnologia deve servir para 
enriquecer o ambiente educacional, propiciando a construção de conheci-
mentos por meio de uma atuação ativa, crítica e criativa por parte de alunos 
e professores.
O principal objetivo do processo de ensino-aprendizagem por meio 
da tecnologia é formar alunos mais ativos, de modo que o educador e a 
tecnologia se tornem mediadores desse processo, devendo estar unifica-
dos para que a aprendizagem se torne eficaz.
Por meio da utilização das tecnologias, a associação das práticas pe-
dagógicas, juntamente com o aprendizado, representa uma possibilidade 
a mais para os professores, pois estimula o aprendizado, de modo que os 
participantes desse processo passam a investigar as soluções para os pro-
blemas e para as situações em estudo. Essa nova maneira está relacionada 
a uma nova visão de construção do conhecimento, em um processo que 
envolve todos os participantes, professores e alunos, superando as formas 
tradicionais na relação de ensino-aprendizagem (BRIGNOL, 2004).
O objetivo desse artigo é falar sobre as tecnologias, mostrando sua 
contribuição e seus benefícios para o processo de ensino-aprendizagem (a 
intenção não é falar quais tecnologias são as mais adequadas, mas descre-
ver a importância de sua utilização de modo geral), focando sua utilização 
em sala de aula, de modo a proporcionar novas formas de ensinar e a sua 
relação com o professor, demonstrando que ela surgiu como apoio ao pro-
cesso de ensino-aprendizagem e não em substituição ao professor, como 
muitos pensam. Tal objetivo é justificado pelas grandes mudanças e trans-
formações da sociedade e das necessidades humanas, as quais requerem 
novas formas de acesso à informação para alunos e professores, estimulan-
do o processo de ensino-aprendizagem e a construção do conhecimento 
e demonstrando a importância do uso das tecnologias para a educação.
 28 Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 25-48, jan./dez. 2013
2. TECNOLOGIAS
Segundo o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa (2012), tec-
nologia é uma “ciência cujo objeto é a aplicação do conhecimento técnico 
e científico para fins industriais e comerciais” e um “conjunto dos termos 
técnicos de uma arte ou de uma ciência”.
A base da tecnologia encontra-se no conhecimento, técnica e experi-
ência. É por meio deste conjunto que novas tecnologias são criadas e que 
aos poucos são transformados os indivíduos e a sociedade, independente 
da utilização que se faça dessa tecnologia. Essa absorção da tecnologia pela 
cultura ocorre a partir de valores preestabelecidos pela sociedade. Segun-
do Sancho (1998, apud BRIGNOL, 2004, p. 27) “[...] a tecnologia cons-
titui um novo tipo de sistema cultural que reestrutura o mundo social e 
ao escolhermos as nossas tecnologias nos tornamos o que somos e desta 
forma fazemos uma configuração do nosso futuro”.
Para Kenski (2007, p. 15), “[...] as tecnologias são tão antigas quanto 
a espécie humana”. Elas existem desde a idade da pedra, quando os mais 
fortes se destacavam com ideias para a sua própria sobrevivência e, à me-
dida que iam sobrevivendo, surgiram novas necessidades, de modo que 
novas tecnologias foram sendo criadas. Esse processo ocorre até os dias 
atuais, isto é, no decorrer da evolução originaram-se diferentes tecnolo-
gias. Atualmente, temos uma evolução tecnológica bem diferente da re-
alidade da idade da pedra, mas que possui os mesmos objetivos, sempre 
buscando novas formas de melhorar os processos existentes que ocorrem 
nos diversos setores da sociedade, desenvolvendo mudanças tanto na vida 
coletiva, como na vida individual.
Kenski (2007, p. 25) também aborda o surgimento de novas tec-
nologias, citando que “[...] o conceito de novas tecnologias é variável e 
contextual”, ou seja, em muitos casos não é uma nova tecnologia que está 
surgindo, mas sim uma inovação de uma tecnologia já existente. É muito 
rápido o processo de desenvolvimento tecnológico atual, em que fica difí-
cil definir o que é um novo conhecimento, instrumento e procedimento 
ou o que é uma inovação de uma tecnologia já existente. É nesse ponto 
 29Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 25-48, jan./dez. 2013
que a autora comenta que “o critério para a identificação de novas tecno-
logias pode ser visto pela sua natureza técnica e pelas estratégias de apro-
priação e de uso”. Atualmente, as novas tecnologias estão relacionadas aos 
processos e produtos originários da eletrônica, da microeletrônica e das 
telecomunicações, as quais caracterizam-se por serem áreas evolutivas, em 
permanente transformação.
Kenski (2010, p. 17) comenta que hoje são comuns as expressões 
“sociedade tecnológica”, “a tecnologia invadiu nosso cotidiano”, o que, às 
vezes, causa certo receio nas pessoas, as quais se assustam com as possibi-
lidades demonstradas nos filmes de ficção científica, em que a tecnologia 
passa a ter domínio sobre os seres humanos. A tecnologia faz parte de 
nossa vida em todos os aspectos, por exemplo, comer só é possível graças à 
tecnologia dos talheres, pratos, geladeira, fogão, micro-ondas etc. E, dessa 
mesma forma, a tecnologia está presente em todas as atividades da nossa 
rotina e, para a realização das mesmas, são necessários produtos e equi-
pamentos resultantes de estudos, planejamentos e construções, ou seja, é 
possível dizer que trata-se de tecnologia o “[...] conjunto de conhecimen-
tos e princípios científicos que se aplicam ao planejamento, à construção 
e à utilização de um equipamento em determinado tipo de atividade” 
(KENSKI, 2010, p. 18). Pensando dessa forma, não é só agora que se vive 
a “era tecnológica”. Essa “era” já existe desde os primórdios, porém em cada 
época existiu um tipo de tecnologia diferente, que, cada uma a sua manei-
ra, tinha o objetivo de melhorar a qualidade dos processos. É importante 
comentar também que:
A evolução tecnológica não se restringe apenas aos novos usos de 
determinados equipamentos e produtos. Ela altera comportamen-
tos. A ampliação e a banalização do uso de determinada tecnologia 
impõem-se à cultura existentee transformam não apenas o com-
portamento individual, mas o de todo o grupo social. (...) As tecno-
logias transformam suas maneiras de pensar, sentir e agir. Mudam 
também suas formas de se comunicar e de adquirir conhecimentos 
(KENSKI, 2010, p. 21).
 30 Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 25-48, jan./dez. 2013
As tecnologias atuais representam mudança de comportamento. 
Um exemplo simples é a internet, que, apesar de ser uma tecnologia já 
antiga (em 1960 já se falava de internet), possibilita a comunicação das 
pessoas sem que estas estejam no mesmo local e a Educação a Distância, 
que permite àqueles que não têm a possibilidade de cursar o Ensino Supe-
rior de forma presencial ou que não possuem recursos para arcar com esse 
investimento. Outros exemplos: televisão, computadores, celulares etc.
As pessoas já estão dependentes de toda a tecnologia existente. Hoje 
é muito comum uma criança já saber utilizar um celular e/ou os progra-
mas de computador. Uma realidade muito diferente de anos atrás, já que 
o acesso a essas tecnologias se dava apenas quando fossem jovens e/ou 
adultos.
A escola e o professor precisam explorar esse conhecimento que já 
possuem, permitindo assim novas formas de ensinar e aprender e também 
incluir aqueles que ainda estão nas estatísticas de exclusão digital, pois, 
apesar das facilidades de acesso às tecnologias, ainda existe desigualda-
de social nesse âmbito. Este é outro ponto importante da utilização das 
tecnologias no processo de ensino-aprendizagem, já que a escola passa a 
fazer um trabalho social, inserindo essas pessoas no mundo tecnológico, 
eliminando assim todas as barreiras que possam existir, sejam elas sociais, 
culturais ou intelectuais.
3. TECNOLOGIAS E SALA DE AULA
Conforme comenta Kenski (2010), as diversas possibilidades de 
acesso às tecnologias proporcionaram novas formas de viver, de trabalhar 
e de se organizar na sociedade. Um exemplo é a constante comunicação 
entre as pessoas, localizadas em locais diferentes e, muitas vezes, distantes, 
através de aparelhos celulares, de e-mails, de comunicadores instantâneos 
ou de redes sociais. Com base nisso, percebe-se que essas novas possibili-
dades tecnológicas não interferem apenas na vida cotidiana, mas passam 
 31Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 25-48, jan./dez. 2013
a interferir em todas as ações, nas condições de pensar e de representar a 
realidade e, no caso da educação, na maneira de trabalhar em atividades 
ligadas à educação escolar.
De acordo com as tradições, o ensinar era tarefa exclusiva da esco-
la. Os conhecimentos eram apresentados às crianças ao entrarem nas es-
colas e esses eram finitos e determinados; ao final de uma determinada 
formação, o aluno era considerado uma pessoa formada, já que possuía 
conhecimentos necessários para o ingresso em alguma profissão. Atual-
mente, não é possível ter esse mesmo pensamento, pois as rápidas mudan-
ças tecnológicas atribuem novas formas à atividade de ensinar e aprender, 
estando constantemente em processo de aprendizagem e adaptação, não 
sendo mais possível considerar uma pessoa completamente formada, in-
dependente do seu grau de formação (KENSKI, 2010).
A escola de hoje faz parte desse momento tecnológico revolucioná-
rio e, para atender sua função social, ela deve estar atenta e aberta para in-
corporar esses novos parâmetros comportamentais, hábitos e demandas, 
participando ativamente dos processos de transformação e construção da 
sociedade. Deste modo, é necessário que os alunos desenvolvam habili-
dades para utilizar os recursos tecnológicos, cabendo à escola integrar a 
cultura tecnológica ao seu cotidiano.
A utilização das tecnologias no processo de ensino-aprendizagem 
institui um fator de inovação pedagógica, possibilitando novas modali-
dades de trabalho na escola, devendo esta acompanhar as transformações 
sociais. A escola precisa se tornar mais atraente, estreitando a linha que 
a divide do mundo externo, no qual o aluno vai absorver grande parte 
das informações. A escola precisa transformar-se de simples transmissora 
de conhecimentos em organizadora de aprendizagens e reconhecer que já 
não detém a posse da transmissão dos saberes, proporcionando ao aluno 
os meios necessários para aprender a obter a informação, para construir o 
conhecimento e adquirir competências, desenvolvendo o espírito crítico 
(ROSA, 1999).
 32 Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 25-48, jan./dez. 2013
Educar é colaborar para que professores e alunos transformem suas 
vidas em processos permanentes de aprendizagem. É ajudar os alu-
nos na construção da sua identidade, do seu caminho pessoal e pro-
fissional e a tornarem-se cidadãos realizados e produtivos.
Na sociedade da informação todos estão reaprendendo a conhecer, a 
comunicar-se, a ensinar e a aprender; a integrar o humano e o tecno-
lógico; a integrar o individual, o grupal e o social.
Uma mudança qualitativa no processo de ensino-aprendizagem 
acontece quando se consegue integrar dentro de uma visão inovado-
ra todas as tecnologias: as telemáticas, as audiovisuais, as textuais, as 
orais, as musicais, as lúdicas e as corporais.
Passamos muito rapidamente do livro para a televisão e vídeo e destes para 
o computador e a internet, sem aprender e explorar todas as possibilidades 
de cada meio (MORAN, 2000).
Passerino (2001, p. 04), conjetura que “As tecnologias aplicadas à 
educação devem ter como função principal serem ferramentas intelectu-
ais que permitam aos alunos construir significados e representações pró-
prias do mundo de maneira individual e coletiva”.
Segundo Almeida (2007), a utilização das tecnologias no processo 
educativo proporciona novos ambientes de ensinar e aprender diferentes 
dos ambientes tradicionais, e as reais contribuições das tecnologias para 
a educação surgem à medida que são utilizadas como mediadoras para a 
construção do conhecimento. Já para Graça (2007), a presença das tec-
nologias na educação é indispensável, pois estas objetivam escolarizar as 
atividades da sociedade, adequando-as aos seus objetivos, “[...] permitin-
do assim uma compreensão profunda do mundo e enriquecendo o conhe-
cimento” (GRAÇA, 2007).
Atualmente, existe uma infinidade de tecnologias que contribuem 
na parte pedagógica, que proporcionam novas formas de transmissão e 
articulação do conhecimento, mais atrativas, mais dinâmicas, tornando 
a aprendizagem do aluno mais interessante, por exemplo, TV, DVD, câ-
meras, videocassete, retroprojetor, rádio, computador, projetor, internet 
etc. Por meio dessas tecnologias, como o computador conectado a um 
 33Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 25-48, jan./dez. 2013
projetor e com som, é possível ilustrar as aulas, tornando-as mais atrativas, 
possibilitando aos alunos vivenciar situações reais do conteúdo que está 
sendo abordado. Um filme, um documentário, ilustrações ou até mesmo 
uma simples apresentação de slides, complementando a aula expositiva, 
torna-a mais dinâmica, atraindo a atenção dos alunos, gerando, dessa 
forma, maiores possibilidades de construção do conhecimento. E uma 
aula com internet? Quantas possibilidades não são encontradas na rede 
mundial de computadores? Quem nunca utilizou a internet como recurso 
didático-pedagógico?
Hoje, tudo o que se precisa é encontrado na internet. Através dela 
são possíveis “viagens” incríveis, ter acesso a bibliotecas, ambientes, jogos, 
simulações, que possibilitam uma infinidade de novos conhecimentos e 
que vem a complementar o processo de ensino-aprendizagem. Por exem-
plo, existem diversos sites de jogos educativos, onde, brincando, os alunos 
aprendem, explorando o conteúdo em estudo de uma forma totalmente 
diferente da tradicional. Também existem diversos sites que possibilitam 
a aplicação de simulações e desafios, permitindo ver na prática a teoria 
estudada.Outro exemplo que também pode ser citado são os blogs cons-
truídos por professores, que sempre são atualizados com informações que 
agregam conhecimento aos alunos, por meio de leituras complementares 
relacionadas com os conteúdos em estudo, e os próprios alunos também 
podem fazer comentários, gerando assim uma construção coletiva e cola-
borativa do conhecimento.
São apenas essas as aplicações da tecnologia? São só esses os exem-
plos de tecnologias? Não, existem muitas aplicações e muitas tecnologias 
disponíveis, permitindo uma diversidade de formas de utilização, possibi-
litando a diversificação na sala de aula.
Polato (2009) comenta que da união entre tecnologia e conteúdos 
nascem oportunidades de ensino, entretanto é necessário analisar se essas 
oportunidades são significativas, por exemplo, quando as tecnologias aju-
dam a enfrentar desafios atuais, como encontrar informações na internet 
e se localizar em um mapa virtual. Em outros casos, porém, ela é dispen-
sável, como no crescimento de uma semente, que não faz sentido ver em 
uma animação se é possível ter a experiência real.
 34 Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 25-48, jan./dez. 2013
Dessa forma, sabendo da importância, das contribuições e das poten-
cialidades das tecnologias, é possível utilizá-las de acordo com a necessida-
de e em momentos em que realmente ela irá contribuir para o processo de 
ensino-aprendizagem, o qual acontecerá de forma diferente e inovadora.
O perfil do trabalhador é baseado em conhecimentos atualizados, 
iniciativa, flexibilidade, atitude crítica, competência técnica, capa-
cidade de criar novas soluções, tendo competência para lidar com a 
grande e crescente quantidade de informações em novos formatos e 
com novas formas de acesso. Dessa forma, temos na educação a espe-
rança de redução das diferenças e das desigualdades. Nesse sentido, 
é imprescindível que a escola ofereça uma formação que contemple 
os seguintes aspectos: informações técnicas, desenvolvimento de 
habilidades e atitudes e formação de cidadãos críticos e reflexivos. 
Além disso, é fundamental que os alunos conheçam as tecnologias e 
aprendam a utilizá-las (PEREIRA, 2007, p. 19).
Para Passerino (2001), existem vários usos para a tecnologia na área 
da educação:
•	 Como fim, que se refere ao aprender sobre a tecnologia, em que 
o aluno entra em contato com ela para entendê-la e dominá-la.
•	 Como ferramenta, que se refere ao uso por professores e alunos 
para apoio aos seus próprios trabalhos.
•	 Como meio, que se refere ao aprender da tecnologia e ao apren-
der com a tecnologia. O aprender da tecnologia trabalha com a 
ideia de que a tecnologia possui o conhecimento e, que o apren-
diz precisa utilizar a mesma como fonte de conhecimento. O 
aprender com a tecnologia trabalha com a ideia de que o aluno 
é um sujeito ativo e, para que a aprendizagem aconteça é impor-
tante o pensar e a reflexão do aluno sobre o próprio processo. O 
aprender com a tecnologia se embasa nas teorias construtivistas, 
segundo as quais o conhecimento não é transmitido, mas sim 
 35Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 25-48, jan./dez. 2013
construído pelo próprio sujeito. Os professores e a tecnologia 
são mediadores desse processo.
Já Jonassen (1996, apud LOPES, 2002) faz uma classificação da 
aprendizagem com tecnologia:
•	 Aprender a partir da tecnologia, que se refere à tecnologia apre-
sentar o conhecimento, como se fosse ministrado pelo professor 
e o aluno recebesse esse conhecimento.
•	 Aprender acerca da tecnologia, que se refere à tecnologia como 
objeto de aprendizagem.
•	 Aprender através da tecnologia, que se refere ao aluno aprender 
ensinando a tecnologia.
•	 Aprender com a tecnologia, que se refere ao aluno aprender 
através da utilização das tecnologias como ferramentas que dão 
suporte no processo de construção do conhecimento. Nessa 
classificação, em especial, a questão principal não é a tecnologia 
em si, mas a forma de enfrentar essa tecnologia, usando-a, prin-
cipalmente, como estratégia cognitiva de aprendizagem.
Complementando os vários usos da tecnologia para a área da edu-
cação e a classificação da aprendizagem com tecnologia, Sancho e Her-
nándes et al (2006, p. 88) abordam que “[...] o uso das tecnologias é visto 
como um meio para fortalecer um estilo mais pessoal de aprender em que 
os estudantes estejam ativamente envolvidos na construção do conhe-
cimento e na busca de respostas para seus problemas específicos”. Dessa 
forma, os alunos estão utilizando suas habilidades para aprender sobre as 
tecnologias e também sobre como são utilizadas as mesmas.
Para Mainart e Santos (2010), é fundamental a utilização das tecno-
logias no ambiente escolar, pois esse é um local para a construção do co-
nhecimento, para a socialização do saber, um local de discussão, de troca 
de experiências e desenvolvimento de uma nova sociedade. Já para Pereira 
 36 Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 25-48, jan./dez. 2013
(2007), o rápido acesso às informações e as transformações das tecnolo-
gias podem fazer com que as pessoas se sintam discriminadas ou constran-
gidas diante da incapacidade de realizar algumas atividades, entretanto 
também possibilita a constante aprendizagem por meio da autonomia na 
construção e reconstrução do conhecimento, conforme a pessoa processa 
novas informações.
As tecnologias, de acordo com Jacinski e Faraco (2002), proporcio-
nam novas formas de representar o mundo, além da linguagem oral, da 
linguagem escrita ou das linguagens visuais e audiovisuais utilizadas iso-
ladamente. As tecnologias constituem novas linguagens ao proporciona-
rem a união de todas as linguagens, ampliando o funcionamento de cada 
uma delas. Sendo assim, as tecnologias não são simples ferramentas, mas 
sim novas linguagens, novos modos de significar o mundo.
Apesar de todos os benefícios da tecnologia, uma atenção deve ser 
dada para que sua utilização não torne cansativo o processo de construção 
do conhecimento. A tecnologia deve ser utilizada de maneira didático-
-pedagógica, de modo a agregar conhecimento aos alunos, conforme co-
menta Peters (2003, p. 108) “[...] o que os professores devem fazer é sele-
cionar pontos críticos de um curso ou de uma unidade do curso no qual o 
trabalho exigido na utilização da tecnologia é mais bem empregado para 
ilustrar o progresso da aprendizagem e a aquisição de conhecimento”, pois 
a simples presença da tecnologia na sala de aula não garante mudanças na 
forma de ensinar e aprender. A introdução das tecnologias só tem sentido 
se for realizada com o objetivo de melhorar a qualidade de ensino, propor-
cionando um processo de ensino-aprendizagem de forma positiva.
As tecnologias possuem um papel profundo na educação. Elas pro-
porcionam, segundo Graça (2007):
Novos objetivos para a educação que emergem uma sociedade de informa-
ção e da necessidade de exercer uma cidadania participativa, crítica e inter-
veniente;
Novas concepções acerca da natureza dos saberes, valorizando o trabalho 
cooperativo;
 37Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 25-48, jan./dez. 2013
Novas vivências e práticas escolares, através do desenvolvimento de interfa-
ces entre escolas e instituições, tais como bibliotecas, museus;
Novas investigações científicas.
E, segundo Rosa (1999), as práticas pedagógicas com a utilização das 
tecnologias de uma forma planejada e sistemática possibilitam:
O desenvolvimento de uma competência de trabalho em autono-
mia, já que os alunos podem dispor, desde muito novos, de uma 
enorme variedade de ferramentas de investigação;
Um acesso à informação com rapidez e facilidade;
Uma prática de confrontação, verificação, organização, seleção e es-
truturação, já que as informações não estão apenas numa fonte; 
O desenvolvimento das competências de análise e de reflexão;A abertura ao mundo e disponibilidade para conhecer e compreen-
der outras culturas;
A organização do seu pensamento;
O trabalho em simultâneo com um ou mais colegas situados em di-
ferentes pontos.
Outro ponto importante a ser considerado é que as tecnologias estão 
promovendo uma reorganização dos padrões ao longo da história, levan-
do a uma crescente evolução, sendo que o principal agente é o ser humano 
e não a máquina, pois “[...] o mito do domínio das tecnologias nos perse-
gue há séculos, mas tende a ser superado a cada nova tecnologia alcança-
da” (BRIGNOL, 2004, p. 28). A tecnologia sempre existiu e continuará 
existindo como apoio aos professores e nunca em substituição a esses.
Passerino (2001, p. 08) diz que “[...] não devemos esquecer que as 
crianças chegam na escola “impregnadas” de tecnologia do seu dia a dia, 
e esperam que na escola elas possam usar essa tecnologia para aprender... 
aprender com a tecnologia... como parceria do professor e do aluno”, po-
rém é necessário que os professores acompanhem tais mudanças, de modo 
a aprender a aprender as tecnologias, oferecendo, assim, aos alunos uma 
formação atualizada.
 38 Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 25-48, jan./dez. 2013
A educação, sozinha, não tem condições de atender a demanda da 
sociedade atual sem se aliar às tecnologias e a realidade do acesso às tec-
nologias não soluciona os atuais desafios nesse âmbito. É preciso saber 
aplicar as tecnologias no processo de ensino-aprendizagem para que se-
jam alcançados resultados que garantam a qualidade do ensino (NUNES, 
2008).
4. TECNOLOGIAS E PROFESSOR
Atualmente o aprender não é mais um trabalho mecânico, mas sim 
um processo de construção e transformação do conhecimento, no qual 
o papel do professor é de fundamental importância como questionador, 
investigador e incentivador dessa construção e transformação. É necessá-
rio ao professor mudar, aperfeiçoar, repensar suas práticas pedagógicas e 
trabalhar de forma que sempre instigue no aluno a posição de questiona-
mento, permitindo que expresse suas ideias, sentimentos e emoções, além 
de pensar sobre suas escolhas e na concretização dos seus objetivos (RO-
SALES; MAGALINI, 2007).
Segundo Graça (2007), a utilização da tecnologia na educação pro-
põe uma nova forma de atuação dos professores, não se limitando apenas a 
uma simples utilização tecnológica, mas sim a uma nova forma de ensinar-
-aprender, deixando o professor de ser um transmissor do conhecimento 
e passando a ser um facilitador desse conhecimento, por meio de aulas 
diferentes, dinâmicas, que atendam a essa nova geração tecnológica, na 
qual estamos vivendo. Dessa forma, o cenário tecnológico exige “[...] no-
vos hábitos, uma nova gestão do conhecimento, na forma de conceber, 
armazenar e transmitir o saber, dando origem, assim, a novas formas de 
simbolização e representação do conhecimento” (BRITO; PURIFICA-
ÇÃO, 2011, p. 23).
 39Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 25-48, jan./dez. 2013
Tecnologia e educação são conceitos indissociáveis. Educação diz respeito 
ao “processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral 
da criança e do ser humano em geral, visando à sua melhor integração indi-
vidual e social”. Para que ocorra essa integração, é preciso que conhecimen-
tos, valores, hábitos, atitudes e comportamentos do grupo sejam ensinados 
e aprendidos, ou seja, que se utilize a educação para ensinar sobre as tecno-
logias que estão na base da identidade e da ação do grupo e que se faça uso 
delas para ensinar as bases da educação (KENSKI, 2007, p. 43).
Diante desses avanços tecnológicos, existe o desafio da mudança no 
trabalho do professor, pois este precisa se adequar a uma nova postura, 
deixando de ser um simples transmissor do conhecimento, para ser um 
orientador do processo de ensino-aprendizagem, pois os alunos já vêm 
com uma grande bagagem de informações de casa, proporcionadas pela 
TV, rádio, internet, celular, sendo necessária a organização dessas infor-
mações para que a construção do conhecimento realmente aconteça; caso 
contrário, de nada adianta toda essa tecnologia se não conseguimos fazer 
com que o aluno adquira esse conhecimento.
São notáveis os benefícios da tecnologia na educação, entretanto ain-
da é encontrada grande discussão entre os professores sobre o uso dessas 
tecnologias. Existem duas vertentes: aqueles professores interessados na 
utilização da tecnologia, que se preparam, buscam o conhecimento para 
o uso desses recursos e os aplicam em sala de aula, proporcionando novas 
formas de ensinar e aprender, auxiliando no processo de ensino-aprendiza-
gem, e aqueles professores indecisos, inseguros, hesitantes com esse novo 
método, principalmente por achar que os recursos vão substituí-los. Uma 
forma equivocada de se pensar, pois o professor nunca será substituído, já 
que ele é fundamental. A mudança é dada pela substituição das formas do 
processo de ensino-aprendizagem e, à medida que evoluímos, precisamos 
acompanhar as mudanças e adequá-las à nossa prática docente, deixando 
de lado apenas o trabalho com o modo tradicional de ensino, embutindo 
nesse modo os avanços existentes, que proporcionam uma nova forma de 
aprender mais concreta. Para Rosales e Magalini (2007, p. 05), o professor 
 40 Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 25-48, jan./dez. 2013
deve ter em mente que a tecnologia vem como um recurso, um suporte a 
mais para o processo de ensino-aprendizagem, como “[...] uma ferramenta 
de apoio, um instrumento inovador, tornando a aprendizagem mais efi-
ciente e eficaz”, e o professor deve estar em “[...] processo permanente de 
aprendizagem e ter uma postura de pesquisador, investigador e crítico”.
Ainda segundo Rosales e Magalini (2007, p. 05), a própria sociedade 
atual exige a mudança dos professores, porque ela demanda “[...] profis-
sionais críticos, criativos, com capacidade para aprender a aprender, de 
trabalhar em equipe e conhecedores de diversos saberes”, incumbindo ao 
professor “formar esse profissional que construa o seu próprio conheci-
mento e que desenvolva as competências exigidas pelo mercado de traba-
lho”. As autoras tratam também os tipos de professores que encontramos 
“[...] num momento em que o velho insiste em manter-se e o novo é ur-
gente, que chega lentamente nas instituições escolares e que assusta alguns 
educadores” (ROSALES; MAGALINI, 2007, p. 08), pois, independente 
da forma como o conhecimento é passado, seja o tradicional, seja com a 
inserção das tecnologias, os professores sempre buscam a formação inte-
gral de seus alunos:
Deslumbrados: aqueles que só vêem aspectos positivos, consideram 
que toda a humanidade deve tecnologizar-se, estão sempre antena-
dos as inovações tecnológicas e acreditam que somente por meio 
da tecnologia será possível uma melhora na qualidade de vida das 
pessoas;
Apocalípticos: afirmam que o homem vivia mais em contato com a 
natureza e com seu semelhante e não dependiam da tecnologia para 
viver. Julgam que a causa de tudo que está ocorrendo de errado na 
sociedade é decorrente dos avanços tecnológicos;
Indiferentes ou acomodados: vivem alheios às evidências que os 
cercam, consideram-se velhos demais para assimilar esta nova cultu-
ra, dizem que a sua aposentadoria chegará antes das inovações tec-
nológicas à sua escola;
Conscientes: aqueles que procuram se posicionar e aprender as no-
vas tecnologias da maneira que elas são apresentadas, têm consci-
 41Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 25-48, jan./dez. 2013
ência da melhoria e da facilidade que pode trazer para o ambiente 
escolar, mas também alertam sobre o seu uso indevido que poderá 
acarretar prejuízos para as pessoas envolvidas (ROSALES; MAGA-
LINI, 2007, p. 08-09).
Precisamos de professores conscientes, que saibam utilizar os bene-
fícios dos recursos tecnológicosem favor da formação dos alunos, cientes 
das possibilidades que essa nova forma de ensino-aprendizagem propor-
ciona para o futuro cidadão.
Peters (2003) também comenta sobre as mudanças de paradigmas 
que estão ocorrendo, tratando as abordagens de aprendizagem como 
abordagem heterônoma e abordagem autônoma, que, embora tenham 
suas particularidades metodológicas, possuem o mesmo objetivo, ou seja, 
a aprendizagem. A abordagem heterônoma, que é a aprendizagem tra-
dicional, é aquela que conhecemos, que vivenciamos na escola, onde o 
professor é o responsável pelo processo de ensino-aprendizagem, porém, 
atualmente, com as mudanças e evoluções que estão acontecendo, esta-
mos nos deparando com uma nova prática pedagógica, isto é, a aborda-
gem autônoma, em que o aluno passa a ser o responsável pela construção 
do conhecimento, o responsável pelo processo de ensino-aprendizagem 
e o professor é um facilitador, mediador e orientador desse processo. Os 
alunos têm acesso a quaisquer informações, de qualquer lugar do mundo, 
de forma rápida, prática e atrativa; sendo assim, é imprescindível o repla-
nejamento do processo de ensino-aprendizagem, sendo o principal ponto 
desse processo, não mais o professor, mas sim o aluno, o que ele precisa 
aprender.
Com base nas literaturas, a mudança é nítida, de modo que real-
mente elas estão ocorrendo na prática docente. Nesse sentido, o professor 
também deve avaliar sua prática docente e utilizar meios e recursos que 
proporcionem esse processo de aprender para os alunos. Existem inú-
meras possibilidades para a prática docente com mediação tecnológica. 
Os recursos tecnológicos vieram a facilitar o processo de ensino-apren-
dizagem, pois oferecem diferentes formas para o professor apresentar o 
 42 Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 25-48, jan./dez. 2013
conteúdo – tendo aquele um papel de mediador, orientador – e para o 
aluno, permitindo a construção do conhecimento de uma forma mais in-
teressante – tendo ele o papel de responsável pelo seu processo de ensino-
-aprendizagem.
Em uma reportagem do Programa Salto para o Futuro sobre “Tec-
nologias em Educação a Distância”, os participantes da discussão falam 
da tecnologia como processo, o “saber-fazer”, de mudanças de concepção, 
comentando que, sem uma nova proposta educativa, sem saber o que fazer 
com as tecnologias, sem caminhar para novas formas de ensinar e apren-
der, mesmo adotando os recursos mais atuais disponíveis, não estaremos 
dando passos muito largos. Existe um vídeo, chamado Tecnologia ou Me-
todologia?, que retrata essa questão, pois, após a instalação de equipamen-
tos multimídia e de informática, a professora manteve o mesmo método 
de ensino. Nesse caso, então, para que serve a tecnologia se a metodologia 
se mantém? É importante usufruir de todos os benefícios oferecidos pela 
tecnologia, para proporcionar uma nova forma de aprendizagem para 
os alunos, sendo mais atraente, motivador, instigante, pois a maioria dos 
alunos já chega nas escolas cheios de informações e precisamos trabalhar 
as mesmas de maneira adequada, transformando-as em conhecimento de 
um modo mais dinâmico, não apenas com aulas expositivas ou com uso 
das tecnologias, mas com mudanças metodológicas. É responsabilidade 
dos professores serem os protagonistas desta ação, proporcionando opor-
tunidades de ensinar e reconstruir o conhecimento como um sujeito ativo.
Segundo Pereira (2007), a prática tem mostrado que a relação entre 
aluno e professor se modifica com o aumento da proximidade, interação 
e colaboração entre ambos. Sendo assim, as tecnologias não vieram para 
substituir o professor, como muitos pensam, mas, sim, para intensificar 
seu papel na preparação, condução e avaliação do processo de ensino-
-aprendizagem. O professor sempre será o responsável por trazer os pro-
blemas que serão investigados e dar condições para que os alunos possam 
acessar a informação, entendê-la, interpretá-la e fazer um julgamento.
Apesar da realidade já visível, ainda existem muitos professores com 
receio desses recursos, talvez por medo, insegurança do ainda desconheci-
 43Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 25-48, jan./dez. 2013
do, talvez por acomodação. Uma atitude que deve ser indicada para esses 
professores é um trabalho de formação e capacitação docente, conforme 
comenta Almeida (2007, p. 12):
Adequada formação de educadores para a apropriação das tecnologias dis-
poníveis de modo a dominar os principais recursos e compreender caracte-
rísticas e propriedades inerentes às tecnologias; aprender a integrá-las entre 
si de acordo com as necessidades que emergem nas situações de uso nos 
processos de ensinar e aprender, articular teorias educacionais a partir das 
experiências realizadas com o uso dessas tecnologias.
Mudanças (para aqueles que ainda são inseguros, para aqueles que 
não possuem interesse na tecnologia) e capacitação e formação docente, 
unidas à didática, possibilitam uma infinidade de formas de ministrar os 
conteúdos, dinamizando, diversificando a aula, proporcionando um en-
sino-aprendizagem mais interessante, mais motivador. Nos dias de hoje, 
não temos mais como fugir dos avanços tecnológicos, já que a tecnolo-
gia está presente em tudo ao nosso redor. Faz-se necessária uma mudança 
de paradigma, inserindo mais efetivamente a tecnologia em nossa práti-
ca docente. Para Rocha (2009, p. 31), “A tecnologia não é a salvação da 
educação nem lhe dará todos os respaldos para buscá-la, mas é um novo 
instrumento que abre possibilidades para novos direcionamentos meto-
dológicos e pedagógicos” para a atividade do professor.
5. CONCLUSÃO
Nos dias atuais, a tecnologia é uma realidade que traz inúmeros 
benefícios e, quando incorporada ao processo de ensino-aprendizagem, 
proporciona novas formas de ensinar e, principalmente, de aprender, em 
um momento no qual a cultura e os valores da sociedade estão mudan-
do, exigindo novas formas de acesso ao conhecimento e cidadãos críticos, 
criativos, competentes e dinâmicos.
 44 Educação a Distância, Batatais, v. 3, n. 1, p. 25-48, jan./dez. 2013
As vantagens da inserção das tecnologias são notórias em todas as 
áreas, inclusive na educação, área em que os recursos tecnológicos devem 
ser bem empregados e bastante utilizados, pois a educação é a base para a 
formação dos cidadãos, preparando-os para a vida, para a sociedade nos 
dias de hoje. Entretanto, é necessário saber usufruir desses recursos, fa-
zendo com que eles contribuam para a melhoria da qualidade do processo 
de ensino-aprendizagem e não sejam utilizados simplesmente como uma 
nova forma de ensinar, mantendo as mesmas metodologias de ensino.
É necessário aliar as tecnologias às novas metodologias, tornando 
esse processo eficaz, fazendo com que a bagagem de informações que os 
alunos já trazem para a escola seja transformada em conhecimento. É nes-
se momento que o professor deixa de lado seu antigo papel de detentor 
do conhecimento e passa a ser o mediador, facilitador, de modo que os 
alunos, os quais são atualmente os sujeitos ativos do processo de ensino-
-aprendizagem, explorem as informações, socializem o saber e construam 
seu conhecimento.
O professor deve ver a tecnologia com uma aliada do processo de 
ensino-aprendizagem, isto é, como um recurso que surgiu em contribui-
ção ao processo. Já é perceptível certa mudança na forma de pensar dos 
professores, entretanto ainda encontramos aqueles que são resistentes, in-
seguros e que não acreditam nos benefícios que a tecnologia proporciona. 
Inúmeros estudos comprovam seus benefícios, suas vantagens, de modo 
que não existe razão para não aplicar os recursos tecnológicos em sala de 
aula. Talvez sejam necessárias capacitações e treinamentos, para que esses 
professores se sintam seguros na utilização desses recursos.
Podemos utilizar essa necessidade de capacitações

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