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RELATORIO URINA

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431 
 
REB Volume 7 (4): 431-443, 2014 
ISSN 1983-7682 
URINÁLISE: A IMPORTÂNCIA DA SEDIMENTOSCOPIA EM EXAMES 
FÍSICO-QUÍMICOS NORMAIS 
 
URINALYSIS: THE IMPORTANCE OF URINE SEDIMENT MICROSCOPY IN 
NORMAL PHYSICOCHEMICAL TESTS 
 
Lorraine Herdy Heggendornn
1
 
Nayara de Almeida Silva 
2
 
Glauber Azevedo da Cunha 
3 
 
1. Graduanda do Curso de Biomedicina – Campus Universitário de Nova Friburgo –
 Universidade Federal Fluminense – Rua Dr. Silvio Henrique Braune, 22 – Nova 
Friburgo – RJ – CEP: 28625-650. Contato: lorrainehh@id.uff.br 
2. Graduanda do Curso de Biomedicina – Campus Universitário de Nova Friburgo –
 Universidade Federal Fluminense – Rua Dr. Silvio Henrique Braune, 22 – Nova 
Friburgo – RJ – CEP: 28625-650. 
3. Biólogo – Universidade Metropolitana de Santos – Responsável técnico do 
Laboratório GS, Casa de Saúde São Lucas– Av. Antônio Mário Azevedo, 715 – Nova 
Friburgo – RJ – CEP: 28630-250. 
 
RESUMO 
 
A urina é um importante objeto de estudo. Permite avaliar a função renal e fornece 
indícios sobre a etiologia da disfunção. O exame de urina completo inclui exames físico, 
químico e microscópico. Considerando a divergência entre a prática do exame de urina 
432 
 
abordada na literatura estrangeira perante a realidade vivenciada no Brasil, o presente 
trabalho teve como objetivo principal avaliar a importância da realização da análise 
microscópica do sedimento urinário frente aos valores normais obtidos nos exames 
físico-químicos de triagem. O estudo foi constituído a partir do levantamento 
epidemiológico dos resultados de 317 exames de urina de rotina, encaminhadas ao 
laboratório a pedido médico. Foi observado que 247 amostras (77, 92%) não 
apresentaram alterações físico-químicas. Destas, 16,58% apresentavam algum 
indicativo de anormalidade no exame microscópico. Ao analisar cada elemento 
separadamente constatou-se que nenhum apresentou positividade superior a 9,31%. A 
presença de piócitos foi a anormalidade que apresentou maior índice (56,10%). O valor 
preditivo negativo foi de 83%. Os riscos quanto à qualidade do exame e a saúde do 
paciente devem ser levados em consideração ao se optar de maneira seletiva pelo 
emprego ou não da sedimentoscopia. Portanto, deve-se respeitar a procedência do 
exame assim como a exigência manifesta do clínico. 
 
Palavras-chave: urinálise; sedimentoscopia; exames físico-químicos. 
 
ABSTRACT 
 
Urine is an important tool of study. Through urinalysis is possible to measure renal 
function and find evidences about etiology of dysfunctions. The complete urine 
examination includes physical, chemical and microscopic tests. While most of Brazilian 
laboratories perform the complete urine examination, many authors in non-Brazilian 
literature consider it unnecessary. Thus, the present study aimed to evaluate the 
importance of the sediment microscopy analysis in urines with normal physicochemical 
tests. An epidemiological survey was done based in 317 routine urine samples which 
were sent to the laboratory by medical request. It was observed that 247 samples 
(77.92%) had normal dipstick physicochemical examination. Among these samples, 
16.58% showed any indication of abnormality on microscopic tests. By analyzing 
separately each element, it was found that the higher positivity was 9.31%. The 
presence of leukocytes was the abnormality that showed the highest percentage 
(56.10%). The negative predictive value was 83%. Risks regarding the quality of the 
433 
 
examination and the patient’s health must be taken in consideration when choosing the 
use or not of the sediment microscopy. Thus, the decision about the performance of 
complete urine examination must respect the validity of the test as well as the clinical 
manifestations requirements. 
 
Keywords: urinalysis; microscopy; physicochemical tests. 
 
INTRODUÇÃO 
 
A medicina laboratorial teve início a partir da análise de urina. Foram 
encontradas referências ao estudo da urina em desenhos feitos por nossos primeiros 
ancestrais e em hieróglifos egípcios. Embora os médicos da Antiguidade não 
dispusessem de sofisticados métodos de exames, baseavam-se na análise da urina do 
paciente, para obter um diagnóstico. Este consistia na observação da turvação, odor, 
volume, cor, viscosidade e até mesmo a presença ou não de açúcar em certas amostras 
(STRASINGER, 2000; BOLODEOKU et al., 1996). 
A urina é um importante objeto de estudo. Permite avaliar a função renal e 
fornece indícios sobre a etiologia da disfunção. A urina é um fluído de fácil obtenção e 
revela informações importantes sobre diversas funções metabólicas dos organismos. 
Sua análise conta com um método barato e permite analisar grande número de pessoas. 
Por sua simplicidade, baixo custo e facilidade na obtenção da amostra para análise, é 
considerado um exame de rotina (KIEL et al., 1987; LIMA et al., 2001; RAVEL 1997). 
Uma das provas mais solicitadas rotineiramente, do ponto de vista do laboratório 
clínico, é o exame geral de urina. O exame de urina completo inclui exames físico, 
químico e microscópico. Cada um deles tem seu valor, sendo os dois primeiros de 
execução mais simples e o último sendo considerado moderadamente complexo (JEFF 
et al., 2005; GRAFF, 1983). 
A observação das características físicas é mantida até hoje, porém com uma 
análise mais precisa, devido ao uso de tecnologia por laboratórios altamente equipados e 
complementada pela análise bioquímica e exame microscópio do sedimento urinário 
(STRASINGER, 2000). 
434 
 
A análise dos constituintes bioquímicos da urina, normalmente, é realizada 
através de tiras reagentes, objetivando tornar a determinação de elementos da urina mais 
rápida, simples e econômica. As tiras reativas de urina constituem um meio prático, 
capaz de realizar dez ou mais análises bioquímicas clinicamente importantes, como pH, 
proteínas, glicose, cetonas, hemoglobina, bilirrubina, urobilinogênio, nitrito, densidade 
e leucócitos. Há no mercado instrumentos que executam a leitura das fitas reagentes, 
garantindo maior precisão no resultado ao eliminar parte do elemento subjetivo inerente 
à leitura humana (LIMA et al., 2001; RAVEL, 1997; TREITINGER et al., 1999; 
STRASINGER, 1996).
 
A análise microscópica do sedimento urinário consiste na busca de células e 
partículas presentes na urina (eritrócitos, leucócitos, bactérias, cilindros, entre outros). 
Embora a análise do sedimento forneça informações essenciais sobre o estado funcional 
dos rins, o exame de urina é um procedimento de alta demanda que requer trabalho 
laboratorial manual intenso, é pouco padronizado e gera um custo elevado aos 
laboratórios, pois para se que obtenha resultados de qualidade há a necessidade de mão 
de obra qualificada (GRAFF, 1983; WINKEL et al., 1974; BEN-EZRA et al., 1998; 
BOTTINI et al., 2006).
 
Em vários países, há muito se procurou simplificar o exame de urina, abolindo-
se a análise do sedimento sempre que o exame físico apresenta aspecto límpido, 
coloração normal e o exame químico, realizado com tira reagente, não revela 
anormalidade. Contudo, no Brasil, tal procedimento, normalmente, não é adotado. A 
maioria dos laboratórios clínicos ainda preconiza a realização do exame de urina 
completo (COSTAVAL et al., 2001). 
Considerando a divergência entre a prática do exame de urina abordada na 
literatura estrangeira perante a realidade vivenciada no Brasil, o presente trabalho teve 
como objetivo principal avaliar a importância da realização da análise microscópica do 
sedimento urinário, frente aos valores dentro da normalidade, obtidos nos exames 
físico-químicos de triagem. 
 
METODOLOGIA435 
 
O estudo foi constituído a partir do levantamento epidemiológico dos resultados 
de 317 exames de urina de rotina (jato médio), encaminhadas ao laboratório a pedido 
médico. Foram analisados, retrospectivamente, os resultados e as indicações clínicas de 
pacientes de ambos os sexos e faixa etária entre um ano e 92 anos. A avaliação 
compreendeu o exame físico-químico e a microscopia do sedimento urinário realizados 
em um laboratório vinculado a um hospital particular da região, entre os meses de abril 
e maio de 2014. 
Para uma análise representativa e confiável é importante a obtenção e preparação 
adequada da amostra de urina (LAREDO et al., 2010). A urina foi colhida em recipiente 
perfeitamente limpo e corretamente identificado. As amostras provenientes de pacientes 
internados no hospital foram deixadas a temperatura ambiente e examinadas dentro de 
2h após a micção. Já as amostras provenientes do posto de coleta foram acondicionadas 
corretamente em bolsas térmicas refrigeradas e encaminhadas ao laboratório, no qual 
foram examinadas em até 2h após a chegada. 
O exame físico consistiu na obtenção de um volume significativo de amostra e 
análise visual do seu aspecto e cor. O volume mínimo necessário para o exame físico foi 
padronizado em 10 mL de urina e o aspecto foi classificado como turvo, ligeiramente 
turvo e límpido. 
A análise bioquímica foi executada através do uso de tiras reagentes. Foram 
utilizadas tiras-teste (Uri-Color Check WAMA Diagnóstica), seguindo as instruções do 
fabricante, para a determinação semiquantitativa de dez parâmetros na urina: 
uribilinogênio, glicose, corpos cetônicos, bilirrubina, proteína, nitrito, pH, sangue, 
densidade e leucócitos. A leitura foi realizada por meio do leitor óptico automático de 
tiras reagentes (Color Check View WAMA Diagnóstica). 
Após os exames físico e químico as amostras foram homogeneizadas e 
submetidas à análise do sedimento urinário, segundo a padronização vigente no 
laboratório, semelhante a ABNT NBR 15268. Tubos plásticos de uroanálise de 12 mL 
foram corretamente identificados. Cada amostra foi transferida ao tubo (10 mL de urina) 
e submetida à centrifugação de 1.500 RPM, durante 5 minutos (centrífuga Elektra 
ecoline Laborline). O sobrenadante foi desprezado, restando 1 mL de sedimento, que foi 
ressuspenso por leves batidas ao fundo do tubo. Foram transferidos 20 µL da suspensão 
436 
 
do sedimento para uma lâmina microscópica (1/50 de 1 mL), colocando-se lamínula 
padrão sobre a amostra (22x22 mm). 
 Inicialmente, o sedimento urinário foi analisado ao microscópio (Nikon Eclipse 
E-200) com objetiva de 10x. A lâmina foi percorrida, em sua totalidade, e a presença ou 
não de elementos como filamentos de muco, células epiteliais e cilindros foram 
observados. Posteriormente, com a objetiva de 40x, a média dos elementos presentes, 
em 10 campos analisados, como piócitos, hemácias, células, cilindros, cristais e flora 
bacteriana foram determinados e anotados no mapa de trabalho. 
 
Os resultados foram expressos respeitando-se as recomendações sugeridas pela 
ABNT NBR 15268:2005: 
 
Células epiteliais, cilindros, filamentos de muco e cristais observados no aumento de 
100X: 
a. raras – até 3 elementos por campo; 
b. algumas – de 4 a 10 por campo; 
c. numerosas – acima de 10 por campo; 
 
Leucócitos e hemácias, para indivíduos normais, foram considerados a média de 10 
campos microscópios observados no aumento de 400X: 
a. Leucócitos: < ou = 4 células/campo; 
b. Hemácias: < ou = 2 células/campo; 
 
A flora bacteriana foi observada no aumento de 400X e classificada como: 
a. Bacteriúria aumentada: acima de 99 por campo; 
b. Bacteriúria moderamente aumentada: de 11 a 99 por campo; 
c. Normal: 0 a 10 por campo; 
 
Leveduras e Trichomonas sp. relatadas, caso presente. 
 
RESULTADOS 
 
437 
 
 A partir do levantamento de dados referentes a 317 exames de urina de rotina foi 
observado que 247 amostras (77,92%) não apresentaram alterações físico-químicas, 
conforme apresentado na Tabela 1. 
 
 
Distribuição das amostras de urina segundo características físico-químicas 
 Valor absoluto Valor percentual 
Normais 247 77, 92% 
Alteradas 70 22, 08% 
Total 317 100% 
 
Tabela 1: Distribuição das amostras de urina analisadas segundo a presença ou 
ausência de alterações físico-químicas. 
 
De acordo com referenciais mínimos adotados, os elementos encontrados na 
análise microscópica do sedimento urinário das urinas caracterizadas como normais 
(247 amostras), foram expressos na Tabela 2. 
 
Elementos encontrados no sedimento urinário de urinas com ausência de 
alterações físico-químicas 
Elementos encontrados 
Valor 
absoluto 
Valor 
percentual 
Distribuição 
Proporcional 
Piócitos isolados ou em 
grumos 
23 9,31% 56,10% 
Hematúria 11 4,45% 26,83% 
Flora bacteriana aumentada 5 2,02% 12,20 
Leveduras 2 0,80% 4,87% 
Total 41 16,58% 100% 
 
Tabela 2: Elementos encontrados durante análise por sedimentoscopia de urinas com 
características físico-químicas normais. 
 
438 
 
Dentre as amostras de urina que aparentemente possuam características físico-
químicas normais, 16,58% apresentavam algum indicativo de anormalidade. Ao analisar 
cada elemento separadamente, constatou-se que nenhum destes apresentou positividade 
superior a 9,31%. Dos elementos analisados, a presença de piócitos, isolados ou em 
grumos, foi a anormalidade que apresentou maior índice (56,10%). 
 
O valor preditivo negativo referente aos elementos encontrados na análise 
microscópica do sedimento urinário das amostras sem alterações nos exames físicos ou 
químicos foi de 83%, conforme expresso na Tabela 3. 
 
Valor preditivo negativo correspondente aos elementos encontrados no sedimento 
urinário de urinas com ausência de alterações físico-químicas 
Elementos encontrados Valor absoluto Valor preditivo negativo (%) 
Piócitos isolados ou em grumos 23 90 
Hematúria 11 95 
Flora bacteriana aumentada 5 97 
Leveduras 2 99 
Total 41 83 
 
Tabela 3: Valor preditivo negativo correspondente aos elementos encontrados durante 
análise por sedimentoscopia de urinas com características físico-químicas normais 
 
Não foram detectados cilindros, parasitos ou cristais urinários anormais. 
 
DISCUSSÃO 
 
A análise sumária de urina é um teste simples, não invasivo e de baixo custo. 
Isso contribui para sua realização como exame de rotina. A análise do sedimento 
urinário é o exame mais solicitado no laboratório clínico, tendo em vista que o exame 
físico-químico possui limitações. É uma técnica simples e auxiliar ao diagnóstico de 
diversas patologias, pois permite identificar diversos elementos com diferente 
relevância diagnóstica (DA MOTA et al., 2013; LAREDO et al., 2010).
 
439 
 
Segundo CLSI (Clinical and Laboratory Standards Institute) a sedimentoscopia 
deve ser realizada quando solicitada pelo médico, população de pacientes específicas 
(pediátricos, geriátricos, diabéticos, imunocomprometidos, renais, entre outros) e na 
presença de resultado anormal no exame físico-químico. Desse modo, a decisão do 
emprego da sedimentoscopia deve respeitar a procedência do exame assim como a 
exigência manifesta do clínico. 
Dentre o número total de urinas analisadas (317 amostras) foi observado, 
inicialmente, que 77,92% não apresentavam alterações no exame físico-químico, ao 
qual foram submetidas. O amplo volume de amostras com característica físico-químicas 
e sedimentoscopia sem alterações pode ser justificado pela postura médica ao solicitar 
exames urinários com grande frequência, mesmo que não haja suspeita de doençasdo 
trato urinário ou outra disfunção (RODRIGUES, 2011). 
De acordo com os resultados obtidos, verificou-se que 16,58% das amostras de 
urina das quais se acreditava possuir características físico-químicas normais 
apresentavam, na verdade, algum indicativo de anormalidade. Ao analisar cada 
elemento encontrado no sedimento de urina com ausência de alterações físico-químicas 
separadamente, constatou-se que nenhum dos elementos apresentou positividade 
superior a 9,31%. A presença de piócitos, isolados ou em grumos, foi a anormalidade 
que apresentou maior índice (56,10%), dentre os elementos analisados. O valor 
preditivo negativo de 83%, não se enquadra nos dados da literatura que o situa acima de 
90% (HAMOUDI et al, 1986). 
O exame microscópico é uma parte indispensável do exame de urina; a 
identificação de cilindros, células, cristais e bactérias são auxiliares ao diagnóstico de 
diversas condições (JEFF et al., 2005). Dessa forma, os riscos quanto à qualidade do 
exame e a saúde do paciente devem ser levados em consideração ao se optar de maneira 
seletiva pelo emprego ou não da sedimentoscopia. 
 
CONCLUSÃO 
 
 A análise do sedimento urinário é um exame frequentemente solicitado 
no laboratório clínico, logo a sobrecarga do laboratório é grande. Entretanto, tal fato não 
justifica que o exame seja executado de maneira não consciente e séria, já que a 
440 
 
informação que este pode e deve dar ao clínico é grande. A importância de realizar uma 
análise adequada do sedimento se deve as conclusões obtidas através do exame, pois a 
partir dos resultados decisões médicas são direcionadas. Portanto, a redução dos custos 
e tempo de análise proporcionada pela sedimentoscopia seletiva em exames físico-
químicos normais deve avaliar a solicitação clínica e, sobretudo, proteger os pacientes 
que podem obter resultado químico falso-negativo, ao passo que microscopicamente 
positivo. 
Por fim, maiores estudos são necessários a fim de determinar a realidade 
brasileira, perante aos valores, dentro da normalidade, observado nos físico-químicos de 
urina de triagem, assegurando assim uma maior qualidade do exame e serviço prestado 
sem que haja prejuízos à população. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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