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�PAGE �14� �PAGE �80� � Elementos Básicos da Contabilidade�� � SUMÁRIO 4ELEMENTOS BÁSICOS DA CONTABILIDADE 1 NOÇÕES DE CONTABILIDADE 4 1.1 Conceito de Contabilidade 4 1.2 Objetivo da Contabilidade 4 1.3 Finalidades da Contabilidade 4 1.4 Técnica Contábeis 5 1.5 Campo de atuação da Contabilidade 6 1.6 Interessados nas Informações Contábeis 6 2 PATRIMÔNIO 7 2.1 Conceito 7 2.2 Componentes 7 2.3 Aspectos Patrimoniais 8 2.3.1 Aspecto Jurídico 9 2.3.2 Aspecto Econômico 9 2.3.3 Aspecto Financeiro 9 2.3.4 Aspecto Específico 10 2.3.5 Aspecto Contábil 10 2.4 Ativo, Passivo e Situação Líquida 11 2.5 Atos e Fatos Contábeis 13 2.5.1 Fatos Permutativos ou compensativos 13 2.5.2 Fatos Modificativos 14 2.5.3 Fatos Mistos ou Compostos 15 3 CAPITAL 18 3.1 Conceito 18 3.1.1 Capital Nominal ou Legalizado 19 3.1.2 Capital Próprio ou Líquido 19 3.1.3 Capital de Terceiros 19 3.1.4 Capital a Disposição da Empresa 19 3.1.4.1 Capital Autorizado 19 3.1.4.2 Capital Subscrito 20 3.1.4.3 Capital a Integralizar 20 3.1.4.4 Capital Realizado 20 4 CONTAS 20 4.1 Conceito de conta 20 4.2 Teoria das Contas 20 4.2.1 Teoria Personalística 21 4.2.2 Teoria Materialística 21 4.2.3 Teoria Patrimoniais 22 4.3 Débito, Crédito e Saldo 22 4.3.1 Débito 23 4.3.2 Créditos 24 4.3.3 Saldo 25 4.4 Plano de Contas 26 5 ESCRITURAÇÃO 33 5.1 Métodos de escrituração 33 5.2 Processo de escrituração 34 5.3 Lançamento ou Partida Contábil 34 5.4 Funções do Lançamento Contábil 34 5.5 Elementos essenciais do lançamento 35 � 5.6 Fórmulas de lançamento 35 5.7 Livros Contábeis 40 5.8 Livros de Escrituração 41 5.9 Livro Obrigatório 41 5.10 Livros Facultativos 42 5.11 Formalidades dos livros de escrituração 42 5.12 Livros Fiscais 43 5.13 Livros Trabalhistas 43 5.14 Livros Societários 43 5.15 Erros de escrituração e sua correção 44 6 PRINCÍPIOS CONTÁBEIS GERALMENTE ACEITOS 47 6.1 Principios contábeis 47 6.2 Convenções Contábeis 48 7 CUSTOS E DESPESAS 48 8 RECEITAS 51 8.1 Deduções 51 8.2 Regimes de Contabilização 52 8.3 Regimes de Caixa 52 8.4 Regimes de Competência 52 8.5 Despesas não-pagas e receitas não recebidas 53 9 APROPRIAÇÕES 53 9.1 Provisões 53 9.2 Depreciação, amortização e exaustão 54 9.3 Despesas pagas antecipadamente 55 9.4 Receitas recebidas antecipadamente 56 10 FORMAS DE APRESENTAÇÃO 57 10.1 Finalidades 57 10.2 Apresentação 58 11 BALANÇO PATRIMONIAL 59 11.1 Conceito 59 11.2 Importância 59 11.3 Comentários à estrutura e composição dos grupos de contas do balanço patrimonial 60 11.4 Balancete de Verificação 62 11.5 Ajuste dos saldos das contas 63 11.6 Conferência do saldo de caixa 63 11.7 Conferência de bancos conta movimento 63 11.8 Conferência de duplicatas a receber e provisão para devedores duvidosos 64 11.9 Conferência de contas do ativo permanente imobilizado 64 11.10 Conferência de contas de obrigações 65 11.11 Fechamento das contas de resultado 65 11.12 Demonstrações Financeiras 66 11.13 Balanço Patrimonial 66 11.14 Demonstrativos 66 11.14.1 Demonstração do Resultado do Exercício 66 11.14.2 Demonstração de Lucros ou Prejuízos 67 11.14.3 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido 67 11.14.4 Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos 68 11.15 Notas Explicativas 68 12 INSTRUÇÕES PARA SE FAZER UM BALANÇO PATRIMONIAL 69 12.1 Balancete de Verificação Preliminar 69 12.2 Balanço Patrimonial 69 12.3 Procedimentos básicos para se fazer um balanço 70 � 13 EXERCÍCIO SOCIAL E DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 72 13.1 Seção I 72 13.1.1 Exercício social 72 13.2 Seção II 72 13.2.1 Demonstrações Financeiras 72 13.2.1.1 Disposições Gerais 72 13.3 Escrituração 73 13.4 Seção III 74 13.4.1 Balanço Patrimonial 74 13.4.1.1 Grupo de Contas 74 13.5 Ativo 74 13.6 Passivo exigível 75 13.7 Resultados de exercício futuros 75 13.8 Patrimônio Líquido 75 13.9 Critérios de avaliação do ativo 76 13.10 Critérios de avaliação do passivo 77 13.11 Correção Monetária 78 13.12 Seção IV 78 13.12.1 Demonstrações de Lucros ou Prejuízos Acumulados 78 13.13 Seção V 79 13.13.1 Demonstrações do resultado do exercício 79 13.14 Seção VI 80 13.14.1 Demonstrações das Origens e Aplicações de Recursos 80 14 BIBLIOGRAFIA 80 � � � ELEMENTOS BÁSICOS DA CONTABILIDADE 1 NOÇÕES DE CONTABILIDADE 1.1 Conceito de Contabilidade A contabilidade pelo seu conjunto de princípios, normas e procedimentos próprios, é uma ciência com o objetivo de conhecer a situação patrimonial das pessoas e as suas mutações. Diversos são os conceitos apresentados, onde destacamos: “É a ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a interpretação dos fatos nele ocorridos, com o fim de oferecer informações sobre sua composição e variações, bem como sobre o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial." � “É a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e de registro relat ivo aos atos e fatos da administração econômica".� 1.2 Objetivo da Contabilidade A contabilidade tem por objeto o patrimônio administrável e em constante alteração. 1.3 Finalidades da Contabilidade Estudar e controlar o patrimônio, fornecendo informações a quem dela necessitar. Modernamente as finalidades da contabilidade são reunidas em duas: finalidade de planejamento e finalidade de controle. O planejamento consiste em adotar um modelo de ações dentre diversos outros possíveis. Pode abranger toda a entidade, com a mudança do comportamento até hoje adotado ou apenas parcialmente, dependendo do objetivo maior da organização. A informação contábil pode ser um forte suporte para o planejamento e, mais ainda, quando estabelecendo padrões, torna claro situações futuras. O controle está ligado à análise da obediência das definições adotadas pela organização. A informaçáo contábil apresenta-se como o indicador da situação patrimonial tornando possível a verificação do desempenho da organização em atingir as metas traçadas. Como conseqüência, e pelo possível retorno no caso de êxito no atingimento das metas e políticas delineadas, a informação contábil além de meio de comunicação é uma forma de promover a motivação de todo o corpo organizacional. 1.4 Técnica Contábeis Para atingir os seus objetivos a contabilidade se utiliza de técnicas próprias, quais sejam: (Escrituração; ( Demonstrações Contábeis; ( Análise De Balanços; ( Auditoria. Entende-se por Escrituração a técnica pela qual as ocorrências com efeitos no patrimônio são registradas. Algumas regras devem ser seguidas para que as informações possam ser aproveitadas e compreendidas por todos aqueles interessados. A escrituração é um meio utilizado para possibilitar, pela agregação dos diversos fatos ocorridos, a elaboração de demonstrativos capazes de formar a posição da riqueza patrimonial. As Demonstrações Contábeis podem ser apresentadas sob diversos ângulos informativos. Algumas são, digamos, uma consolidação dos fatos registrados ou escriturados. O Balanço Patrimonial, por exemplo, mostra a situação do patrimônio, em determinado momento, resultante da escrituração de diversos fatos. A Demonstracão do Resultado do Exercício também é resultante de diversos fatos, positivos e negativos, escriturados durante um ano. Mostra como a empresa se saiu naquele ano. O Inventário é outra demonstração e preocupa-se em mostrar a composição de alguns itens patrimoniais, analiticamente, alguns sem a utilização dos registros contábeis como, por exemplo, os estoques que são fisicamente verificados e outros com base nos registros contábeis como valores a receber e a pagar, valores que a empresa mantém nas instituições financeiras e outros. A Análise De Balanços é a técnica pela qual determina-se a capacidade de pagamento da empresa, o grau de solvência, a evolução da empresa, a estrutura patrimonial e outras. Pela análise de balanços á possível comparar a situação da empresa dentro do setor de que faz parte. Apresenta quocientes úteis para os interessados na riqueza patrimonial, efetivos e potenciais, auxiliando-os, pela relação entre elementos naquele período e pela evolução durante os anos, a interpretar os demonstrativos apresentados. A Auditoria é a técnica pela qual é verificada a qualidade da informação prestada confirmando, ou não, se os demonstrativos apresentados representam com fidelidade a situação patrimonial. Na auditoria examina-se os documentos geradores da transformação patrimonial e a estrutura dos demonstrativos contábeis, elaborando-se PARECER conclusivo sobre a correta utilização dos procedimentos e princípios contábeis, inclusive a fidedignidade da informação. 1.5 Campo de atuação da Contabilidade A contabilidade tem um vasto campo de atuação, podendo atuar nas pessoas físicas e nas pessoas jurídicas, com finalidade lucrativa ou não, inclusive as de Direito Público como a União, Estados, Distrito Federal, Municípios e demais. Por seu objeto, o patrimônio, e as suas finalidades, é fácil concluir a importância da contabilidade e, como conseqüência, a amplitude do seu campo de atuação. 1.6 Interessados nas Informações Contábeis Junto a cada organização existe um grupo de pessoas com interesse direto nas informações fornecidas pela contabilidade. Essas pessoas são direta ou potencialmente vinculadas a entidade indo, os seus interesses, desde o sentimentalismo, até o de retorno de investimentos. Resumidamente apresentamos os principais interessados na informação contábil: ( Empregado da empresa ( tem interesse por ser, a empresa, a sua fonte individual de recursos traduzidos pelo salário, gratificações e participações nos lucros. É normalmente, o responsável pela manutenção da sua família devendo haver, portanto, o esforço pessoal para os bons resultados da sua fonte de renda. ( Sócios e acionistas ( podem ser encarados sob vários aspectos. Os sócios e acionistas podem ter como principal interesse o retorno do investimento feito nas empresas e a segurança da aplicação. Se, além da participação na sociedade, são responsáveis pelas decisões na empresa, a quantidade e qualidade das informações são maiores pela responsabilidade de dirigir o destino da organização, traçando planos e metas. Nas organizações mais fechadas ainda existe a ligação sentimental, havendo o respeito e amor pela obra realizada. ( Administradores e outros responsáveis pelas decisões ( necessitam de informações similares ao sócio-administrador acima referido. ( Fornecedores e emprestadores de dinheiro ( tem como principal objetivo o retorno dos recursos investidos, seja pela entrega de mercadorias, de dinheiro ou outra forma de propiciar o funcionamento da organização. As informações que necessitam são, pois, ligadas à rentabilidade e garantia de retorno dos capitais investidos. ( Governo ( tem dois grandes interesses que podem tornar como suporte as informações contábeis. O financiamento da atividade governamental, para o bem-estar de toda a população, necessita de recursos que, em grande parte, vem da atividade empresarial sob o forma de tributos. Outra informação que pode ser extraída da contabilidade é sobre o desenvolvimento em áreas geográficas, setores de atividade e outras que, convenientemente compiladas, podem orientar a politica de desenvolvimento da nação. ( Pessoas em geral ( somos todos interessados nas informações fornecidas pela contabilidade, em sentido amplo, quando potencialmente investidores de recursos ou, mesmo de uma forma restrita, a do nosso dia-a-dia, conciliando renda com gastos. Não necessariamente precisamos montar um sistema de contabilidade pessoal, embora possível, mas lembremos que o objeto da contabilidade é o patrimônio e, o individual, deve ser administrado caracterizando contabilidade. 2 PATRIMÔNIO 2.1 Conceito Pela maioria dos autores patrimônio é definido como o "conjunto de bens, direitos e obrigacões, susceptíveis de avaliação em dinheiro e vinculados e uma pessoa (física ou jurídico)". 2.2 Componentes ( Bens ( Os bens são as coisas transformadas pelo homem para a satisfação de suas necessidades e avaliáveis em dinheiro. Podem ser classificados em corpóreos e incorpóreos, também denominados materiais ou imateriais. Como corpóreos temos mercadorias, veículos e outros. Como incorpóreos, por exemplo, fundo de comércio, patentes de invenção etc. Os bens são também chamados de direitos reais, pois recaem sobre coisas avaliáveis em dinheiro. ( Direito ( Os direitos são decorrentes de operações de crédito onde o favorecido é o patrimônio em análise. São também denominados direitos pessoais. ( Obrigações ( As obrigações são também decorrentes de operações de crédito tendo como favorecido um terceiro ao patrimônio em análise, contra este. Exemplos: Bens: ( Mercadorias; ( Dinheiro; ( Veículos; ( Imóveis; ( Máquinas; ( Equipamentos; ( Patentes. Direito: ( Duplicatas a receber; ( Títulos a receber; ( Outros valores a receber. Obrigações: ( Títulos a pagar; ( Duplicatas a pagar; ( Impostos a recolher; ( Salários a pagar. Os bens e direitos são os elementos positivos na estrutura patrimonial e as obrigações, os elementos negativos. O patrimônio é representado pela igualdade entre elementos positivos e negativos havendo, pois, a necessidade de um “equilibrador” da equação patrimonial, no caso a situação líquida: Bens + Direitos – Obrigações = Situação Líquida 2.3 Aspectos Patrimoniais O patrimônio, como visto, é um conjunto de bens, direitos e obrigações, avaliáveis em dinheiro e pertencentes a uma pessoa física ou jurídica com fins lucrativos ou ideais: Pela relação com terceiros, movimentação e avaliação de recursos, o patrimônio é estudado sob diversos aspectos como os abaixo: � 2.3.1 Aspecto Jurídico O patrimônio é definido como um "conjunto de direitos e obrigações de uma pessoa, apreciáveis em dinheiro" ou como o "complexo de relações jurídicas de uma pessoa tendo valor pecuniário". O direcionamento dado é o estudo da propriedade, das relações jurídicas, pecuniárias, com terceiros. O patrimônio, sob este aspecto, compreende os direitos reais (bens), direitos pessoais e as obrigações. Patrimônio sob o Aspecto Jurídico ELEMENTOS POSITIVOS ELEMENTOS NEGATIVOS Direitos: – Reais (Bens): • Mercadorias • Veículos Pessoais: • Títulos a receber • Bancos com movimento • Duplicatas a receber Obrigações: • Salários a pagar • Impostos a receber • Duplicatas a pagar Direito do proprietário sobre o patrimônio 2.3.2 Aspecto Econômico A Economia estuda o patrimônio como o conjunto de bens materiais formadores da riqueza social. Os créditos, por exemplo, são excluídos por significar bens em poder de terceiros, concorrendo para formação daquela riqueza. Os créditos e débitos são compensados entre todos os entes, resultando, apenas, ao final, os bens materiais — riqueza social. 2.3.3 Aspecto Financeiro Sob o aspecto financeiro, estuda-se as disponibilidades e ingressos financeiros para fazer face às obrigações ou saídas de recursos. Pondera-se a solvabilidade do patrimônio pela medida do fluxo de recursos. Patrimônio sob o Aspecto Financeiro – Disponibilidades no início do período – Entradas de recursos no período – Saídas de recursos no período – Disponibilidades no final do período � 2.3.4 Aspecto Específico Diz respeito à nomenclatura dos diversos elementos, positivos e negativos, e de seus agrupamentos de acordo com as funções exercidas e classificadas tecnicamente. Temos, por exemplo, entre os elementos disponíveis, as contas caixa (dinheiro em poder da empresa), bancos conta movimento (dinheiro da empresa nas instituições financeiras) e aplicações de liquidez imediata (valores aplicados no mercado financeiro rapidamente "retornáveis"). 2.3.5 Aspecto Contábil O patrimônio, sob o aspecto contábil, é um todo coordenado, composto de elementos materiais e imateriais e direcionado ao objetivo-fim da organização. Temos a análise dos elementos patrimoniais voltada para dois aspectos: qualitativo e quantitativo. No aspecto qualitativo os elementos são separados pela sua natureza e representsdos por contas que são títulos agrupadores dos componentes de mesma natureza. A qualidade do patrimônio é atribuída sob o prisma julgado relevante ao analista vinculado, claro, à melhor composição necessária ao atingimento dos seus fins. Sob o aspecto quantitativo o patrimônio é visto como um fundo de valores; de um lado, valores positivos (o Ativo, formado pelo conjunto de bens e direitos) e, do outro, valores negativos (o Passivo, formado pelas obrigações assumidas). A medida de valor para que se tenha um todo mensurável deve ser uniforme, utilizando-se a moeda como medidor comum. No confronto entre valores positivos e negativos, três situações podem ocorrer, quais sejam: 1a situação: Ativo ( Passivo Nesse caso, os bens e direitos, valores positivos, são maiores que as obrigações, valores negativos, resultando uma SITUAÇÃO LÍQUIDA ATIVA (SLa) também denominada POSITIVA, SUPERAVITÁRIA ou FAVORÁVEL. Graficamente: ATIVO PASSIVO Bens Obrigações e Direitos 2a situação: Ativo = Passivo Os bens e direitos são suficientes apenas para honrar as obrigações. A SITUAÇÃO LÍQUIDA é NULA ou COMPENSADA. ATIVO PASSIVO Bens e Obrigações Direitos 3a situação: Ativo ( Passivo Teríamos insuficiência de bens e direitos para o pagamento das obrigações. A diferença entre o passivo e o ativo é denominada SITUAÇÃO LÍQUIDA PASSIVA (SLp) também denominada NEGATIVA, DEFICITÁRIA ou DESFAVORÁVEL. O excesso de elementos negativos quando relacionados com os positivos, demonstra um PASSIVO A DESCOBERTO. Ativo + Situação Líquida Passiva = Passivo Ou graficamente: ATIVO PASSIVO Bens e Direitos Obrigações 2.4 Ativo, Passivo e Situação Líquida O Ativo, também denominado Ativo Real, é composto pelos elementos positivos ao patrimônio: os bens e direitos. Analisando-se mais detidamente os elementos componentes do ativo, podemos observar que são destinações de recursos, ou seja, supondo uma empresa do ramo comercial existe a necessidade de comprar mercadorias para revenda. Os recursos são aplicados na aquisição das mercadorias. Assim como este, todos os demais elementos podem ser considerados destinação de recursos ou APLICAÇÕES DE RECURSOS. O Passivo, ou Passivo Real, de forma contrária ao ativo, é onde reúnem-se as obrigações da empresa com terceiros, elementos negativos, que representam, digamos, os valores que terceiros ao patrimônio entregam a este para o seu funcionamento. Um empréstimo feito numa instituição financeira, por exemplo, é bem representativo de que no passivo encontramos as ORIGENS DE RECURSOS DE TERCEIROS ou CAPITAIS DE TERCEIROS à disposição do patrimônio. Sobre a SITUAÇAO LÍOUIDA devemos tecer alguns comentários adicionais. Vimos, até agora, que a situação líquida funciona como um equilibrador, é uma "meia verdade". Os registros na contabilidade são feitos envolvendo, no mínimo, dois elementos: um fornecendo o recurso para ser aplicado no outro, o que na verdade acontece em qualquer situação. Um exempto bem simples: fazer compras. No ato do pagamento das compras feitas, você está movimentando dois elementos de seu patrimônio: o primeiro é o dinheiro que você tem que dispor e o segundo, o estoque de mantimentos. O seu dinheiro, que vai diminuir, é a ORIGEM DOS RECURSOS que foram APLICADOS no seu estoque de mantimentos. Da mesma forma acontece se você pagar com cheque (ORIGEM NA CONTA BANCÁRIA) ou, mesmo, se você comprar a prazo, gerando uma obrigação (ORIGEM DA CONTA A PAGAR). Devemos ter nítida a separação na análise das origens e aplicações de recursos. Quando definido que os elementos ativos são aplicações recursos e os passivos são origens de, recursos, estabelecemos uma definição sob o ponto de vista ESTÁTICO, ou seja, do patrimônio apresentado, “fotografado". O "retrato”, entretanto, é formado após uma série de operações e em cada uma delas existem a ORIGEM e a APLICAÇÃO DOS RECURSOS independentes de ser elemento ativo ou passivo, como foi o caso acima, pois, na operação, houve a ORIGEM DE RECURSOS em elemento ativo (dinheiro ou conta corrente bancária). É uma definição sob o ponto de vista DINÂMICO, a própria alteração patrimonial. Por sempre estar envolvendo no mínimo dois elementos, um funcionando como fornecedor e outro como recebedor do recurso, existe a garantia da igualdade no patrimônio e como conseqüência o equilíbrio. O sentido que queremos dar agora à situação líquida é a de ORIGEM DE RECURSOS PRÓPRIOS ou CAPITAIS PRÓPRIOS. A Constituição das empresas segue um ritual próprio, formal, existindo o comprometimento dos sócios para a formação do CAPITAL SOCIAL, integralizado, em boa parte das vezes, em dinheiro. É a primeira origem de recursos próprios, aplicado, no caso, em dinheiro ( um disponível da empresa. São também componentes da situação líquida os resultados obtidos, lucros ou prejuízos, na atividade operacional. Os lucros fortalecem os capitais próprios pelo aumento na situação líquida, tornando cada vez melhor a situação da empresa. Prejuízos seguidos podem levar à situação líquida nula, quando consumido todo o Capital Social e à situação de passivo a descoberto, quando ultrapassam o valor do Capital Social. Temos portanto: P A T R I M Ô N I O ELEMENTOS POSITIVOS ELEMENTOS NEGATIVOS Ativo Passivo E Situação Líquida Aplicação de Recursos Origem de Recursos ou fontes ( Bens: ( Obrigações de Terceiros: ( Dinheiro ( Emp. Bancários ( Mercadorias ( Dup. a pagar ( Imóveis ( Emp. de clientes ( Direitos: ( Situação Líquida: (Capital próprios) ( Contas bancárias ( Capital Social ( Duplicatas a receber ( Reservas ( Adiantamentos a empregados 2.5 Atos e Fatos Contábeis Os atos contábeis, têm a característica de não alterar a situação patrimonial embora, potencialmente, possam trazer efeitos à estrutura patrimonial. Podemos destacar, dentre a infinidade de atos, a assinatura de contratos, a remessa de duplicatas para cobrança bancária, hipotecas, avais e fianças prestadas, dentre outros. Por si só, são atividades que não provocam alterações patrimoniais mas que podem trazê-las. Os fatos contábeis, por outro lado, são as atividades exercidas que modificam a estrutura patrimonial, em seus elementos e valores. Os fatos contábeis são classïficados em: ( Fatos contábeïs permutativos ou compensativos; ( Fatos contábeis modificativos; ( Fatos contábeis mistos ou compostos. 2.5.1 Fatos Permutativos ou compensativos São os fatos que modificam o valor dos bens, direitos e obrigações sem, entretanto, alterar a situação líquida do patrimônio. Subdividem-se em: ( Fatos Permutativos entre elementos ativos, representados pela mutação (+ A – A). É o caso de compra de mercadorias a vista, pois diminui um elemento ativo (dinheiro) aumentando, em seu lugar, um outro elemento ativo (mercadorias). ( Fatos Permutativos entre elementos passivos, representados pela mutação (+ P – P). É o caso da troca de uma obrigação por outra, de diferente espécie. ( Fatos Permutativos entre elementos ativos e passivos, pelas mutações (+ A + P) e (– A – P). Podem aumentar os totais do ativo e passivo, chamamos aditivos, como é o caso da compra de mercadorias a prazo, pois aumenta um elemento ativo (mercadorias) e um passivo (conta a pagar) ou diminuir, chamamos subtrativos ou redutivos, onde temos, por exemplo, o pagamento de uma dívida pois diminui um elemento ativo (dinheiro) e um passivo (conta a pagar). 2.5.2 Fatos Modificativos Os fatos modificativos têm a característica de, a partir de uma alteração em um elemento ativo ou passivo, modificar a situação líquida. Subdividem-se em: ( Fatos modificativos aumentativos; ( Fatos modificativos diminutivos. Os fatos modificativos aumentativos podem ser representados pelas mutações (+ A + SL) e (( P + SL). Na primeira hipótese, temos, por exemplo, o recebimento de uma receita de juros ou de serviços prestados. Um elemento ativo, dinheiro disponível, é aumentado sem qualquer correspondência com outro elemento ativo ou passivo, aumentanda, conseqüentemente, a situação líquida. O segundo tipo corresponde a diminuição de uma obrigação sem correspondência de outro elemento ativo ou passivo, que é o caso do perdão de uma dívida ou diminuição de uma conta a pagar por abatimento dado pelo credor do patrimônio. Os fatos modificativos diminutivos são representados pelas mutações (( A ( SL) e (+P ( SL). No primeiro caso, temos como exemplo, o pagamento dos salários dos funcionários no final do mês, diminui um elemento ativo (dinheiro) diminuindo a situação líquida. O segundo caso, também vinculado às despesas com pessoal, pode acontecer quando no final do mês a empresa não paga o salário dos funcionários, utilizando uma autorização legal de pagar apenas no início do mês seguinte, prática comum hoje. No final do mês, entretanto, a empresa reconhece que já está devendo aquele valor, pois o fato gerador da despesa já ocorreu, no caso, os serviços prestados pelos funcionários. O reconhecimento é feito pelo registro aumentando uma obrigação (salário a pagar) e diminuindo a situação líquida. 2.5.3 Fatos Mistos ou Compostos Os fatos mistos ou compostos são os que combinam a permutação de elementos patrimoniais com a alteração da situação líquida. Podem, assim como os modificativos, ser classificados em: ( Fatos mistos aumentativos; ( Fatos mistos diminutivos. São provenientes de permutação entre elementos ativos, passivos ou ativos e passivos: ( Fatos mistos aumentativos ( são, principalmente, os que apresentam as seguintes mutações: (+ A ( A + SL) É uma permutação entre elementos ativos modificando aumentativamente a situação líquida. Como exemplo, podemos citar a venda de mercadoria com lucro pois, se uma mercadoria custou $ 10 e foi vendida por $ 12, o elemento estoque é diminuído de $ 10, o caixa é aumentado de $ 12 e a situação líquida tem um aumento de $ 2 pelo lucro. (+ P ( P + SL) É uma permutação entre elementos passivos, aumentando a situação líquida. Por exemplo: uma permuta de obrigações onde é concedido um abatimento na obrigação na obrigação inicial. (( A ( P + SL) Permutações entre elementos ativos e passivos com aumento na situação líquida. Pagamento de uma duplicata ((P) com dinheiro disponível ((A) obtendo um desconto por pontualidade (+SL). (+ A + P + SL) Permutação aditiva, acréscimos no ativo e passivo com aumento na situação líquida. Compra de um veículo (+A) a prazo (+p) com desconto (+SL). As outras permutações possíveis são bem menos freqüentes, desnecessário o comentário, inclusive quando envolve vários elementos do ativo e/ou passivo. ( Fatos mistos diminutivos ( são, principalmente, os que apresentam as seguintes mutações: (+ A ( A ( SL) Permutação entre elementos ativos com diminuição da situação líquida. Pode ser citado como exemplo, o recebimento de uma dupiicata ((A) com crédito em conta corrente bancária (+A), concedendo-se um desconto ao cliente ((SL). (+ P ( P ( SL) Permutação entre elementos passivos com redução da situação líquida. A troca de uma obrigação com acréscimos de juros provoca este fato. (( A ( P ( SL) � Permutação redutiva, diminuição no ativo e passivo e redução da situação líquida. Um dos fatos possíveis é o pagamento de uma duplicata devida ((P), com dinheiro disponível ((A), inclusive juros de mora por atraso ((SL). (+ A + P ( SL) Permutação entre elementos ativos e passivos, aumentando-as, e diminuição da situação líquida. Um exemplo clássico é o da obtenção de um empréstimo bancário (+P) com crédito na conta corrente da empresa (+A) e pagamento de despesas bancárias ((SL). Estes são os principais fatos contábeis mistos diminutivos. ( Fato misto aumentativo Mutação (+ A ( A + SL) ATIVO PASSIVO Caixa 200.000,00 Dupl. A pagar 200.000,00 Bancos 100.000,00 (+A) ( Dupl. a receb. 280.000,00 ((A) ( Mercadorias 50.000,00 SITUAÇÃO LÍQUIDA Veículos 40.000,00 Capital Social 400.000,00 Instalações 60.000,00 130.000,00 ((+SL) TOTAL 730.000,00 TOTAL 730.000,00 � ( Fato Modificativo Diminutivo Mutação (( A ( SL) ATIVO PASSIVO ((A) ( Caixa 190.000,00 Dupl. A pagar 200.000,00 Bancos 100.000,00 Dupl. a receb. 280.000,00 Mercadorias 50.000,00 SITUAÇÃO LÍQUIDA Veículos 40.000,00 Capital Social 400.000,00 Instalações 60.000,00 120.000,00 ( ((SL) TOTAL 720.000,00 TOTAL 720.000,00 ( Fato Modificativo Diminutivo Mutação (+ P ( SL) ATIVO PASSIVO Caixa 190.000,00 Dupl. A pagar 200.000,00 Bancos 100.000,00 Salário a pagar 50.000,00 ( (+P) Dupl. a receb. 280.000,00 Mercadorias 50.000,00 SITUAÇÃO LÍQUIDA Veículos 40.000,00 Capital Social 400.000,00 Instalações 60.000,00 Lucro 70.000,00 ( ((SL) TOTAL 720.000,00 TOTAL 720.000,00 ( Fato Misto Diminutivo Mutação (( A ( P ( SL) ATIVO PASSIVO Caixa 190.000,00 Dupl. A pagar 150.000,00 ( ((P) ((A) ( Bancos 45.000,00 Salário a pagar 50.000,00 Dupl. a receb. 280.000,00 Mercadorias 50.000,00 SITUAÇÃO LÍQUIDA Veículos 40.000,00 Capital Social 400.000,00 Instalações 60.000,00 Lucro 65.000,00 ( ((SL) TOTAL 665.000,00 TOTAL 665.000,00 � ( Fato Misto Aumentativo Mutação (+ A ( A + SL) ATIVO PASSIVO Caixa 190.000,00 Dupl. A pagar 150.000,00 (+A) ( Bancos 350.000,00 Salário a pagar 50.000,00 ((A) ( Dupl. a receb. 0,00 Mercadorias 50.000,00 SITUAÇÃO LÍQUIDA Veículos 40.000,00 Capital Social 400.000,00 Instalações 60.000,00 Lucro 90.000,00 ( ((SL) TOTAL 690.000,00 TOTAL 690.000,00 ( Fato Permutativo entre elementos passivos Mutação (+ P ( P) ATIVO PASSIVO Caixa 190.000,00 Dupl. A pagar 0,00 ( ((P) Bancos 350.000,00 Promis. a pagar 150.000,00 ( (+P) Mercadorias 40.000,00 Salário a pagar 50.000,00 Veículos 40.000,00 SITUAÇÃO LÍQUIDA Instalações 60.000,00 Capital Social 400.000,00 Lucro 90.000,00 TOTAL 690.000,00 TOTAL 690.000,00 ( Fato Modificativo Aumentativo Mutação (+ A + SL) ATIVO PASSIVO (+A) ( Caixa 220.000,00 Promis. A pagar 150.000,00 Bancos 350.000,00 Salário a pagar 50.000,00 Mercadorias 50.000,00 Veículos 40.000,00 SITUAÇÃO LÍQUIDA Instalações 60.000,00 Capital Social 400.000,00 Lucro 120.000,00 ( (+SL) TOTAL 720.000,00 TOTAL 720.000,00 3 CAPITAL 3.1 Conceito Várias ciências apontam definições próprias de capital. A economia tem duas correntes: uma leva em conta a qualidade dos elementos componentes do patrimônio e a sua capacidade de gerar riquezas; uma outra situa o capital como uma categoria histórica, não geradora de riquezas. De uma forma geral, considera o capital como o conjunto de bens como máquinas, equipamentos, matéria-primas e outros utilizados para a obtenção de outros bens. O direito considera capital o valor registrado sob este título no contrato social registrado da empresa. Na contabilidade, diversos conceitos de capital são apresentados. Destacamos os seguintes: 3.1.1 Capital Nominal ou Legalizado E igual ao conceito adotado no direito. Corresponde aos recursos aplicados na constituição da empresa, na forma de bens e/ou direitos e constante no Contrato Social. Novas destinações podem acontecer com injeção de recursos ou aproveitamento das reservas acumuladas na empresa. A sua alteração, mesmo contábil, só acontece pela formalização nos órgãos de registro do comércio. A diminuição de seu valor também pode acontecer, embora mais difícil. 3.1.2 Capital Próprio ou Líquido Corresponde à situação líquida até agora estudada. É um fundo de valores pertencentes a uma pessoa, abrangendo não só os valores inicialmente aplicados na empresa, como também as reservas provenientes de sua operação, ou não. É o patrimônio líquido. 3.1.3 Capital de Terceiros É o montante de recursos de terceiros ao patrimônio, postos a disposição deste para o desenvolvimento de sua operação. São as obrigações da empresa. 3.1.4 Capital a Disposição da Empresa É o montante de recursos que a empresa dispõe para o atingimento de seus fins. Fundo de valores composto do capital próprio ou líquido e de terceiros apreciáveis monetariamente. Alguns outros conceitos de capital surgem decorrentes da legislação comercial dentre os quais destacamos: 3.1.4.1 Capital Autorizado Não é de muita utilização embora exista a previsão. É um limite fixado nos estatutos sociais, em valor ou número de ações, até o qual pode haver a deliberação de aumentar o capital da companhia sem uma reforma no estatuto. 3.1.4.2 Capital Subscrito É o montánte de recursos "prometido" pelos sócios a ser entregue, com contribuições em dinheiro ou bens suscetíveis de avaliação em dinheiro, à empresa. 3.1.4.3 Capital a Integralizar Corresponde a diferença entre o capital subscrito e o montante de recursos já entregues pelo subscritor. 3.1.4.4 Capital Realizado É o capital subscrito menos a parcela a integralizar. Corresponde os valores entregues pelos subscritores do capital. 4 CONTAS 4.1 Conceito de conta "Conta é o registro de débitos e créditos da mesma natureza, identificados por um título que qualifica um componente do patrimônio ou uma variação patrimonial".� "Conta é a representação gráfica da relação débito-crédito de um fato administrativo".� "Conta é a representação gráfica das mutações patrimoniais de uma mesma espécie e agrupadas sob um título, referentes a uma pessoa".� 4.2 Teoria das Contas Muitos foram os estudiosos que se dedicaram ao estudo das contas. Dezenas de teorias, durante anos apresentadas, algumas perfeitamente fundamentadas e outras sem qualquer cunho lógico. Restam, ainda hoje, três teorias ainda usuais seja pela sua facilidade no entendimento da ciência contábil, seja pela estrutura de classificação das contas apresentadas. São: ( Teoria Personalística ou Personalista das contas, que teve como maiores divulgadores: Marchi, Cerboni, Rossi e outros. ( Teoria Materialística ou da Materialidade das contas, com Fábio Besta, Morrison e, com variações, Kester, Durmarchey e outros. ( Teoria Patrimonialista, partícipe da Teoria Moderna da Contabilidade. 4.2.1 Teoria Personalística Classifica as contas em: ( Contas de agentes consignatários; ( Contas de correspondentes; e ( Contas do proprietário. Os agentes consignatários são "pessoas" nomeadas pelo proprietário da empresa para serem os responsáveis pela guarda dos bens. Cada agente consignatário é o responsável pelo conjunto de bens de mesma natureza. Teríamos, pois, a conta veículos como um responsável pelos veículos da empresa; a conta caixa como um responsável pela guarda do dinheiro, etc. Os correspondentes são "pessoas" que mantém relação de débito e crédito com o proprietário da empresa. São as contas de direitos e obrigacões. As contas do proprietário são as contas de controle direto do proprietário da empresa, dentre elas as contas Capital, Reservas, Receitas e Despesas que compõem a situação líquida. O princípio desta teoria, que as contas são pessoas, é importante para o entendimento do "débito" e "crédito". Tanto os agentes consignatários como os correspondentes são pessoas com ligação direta com o proprietário do patrimônio mantendo, com este, uma relação de natureza obrigacional. Tomemos como exemplo o agente consignatário responsável pelo dinheiro da empresa, o Sr. Caixa. O Sr. Caixa tendo dinheiro do proprietário é um devedor deste. Na medida em que mais dinheiro é entregue, mais devedor ele se torna, sendo, pois, debitado. Se por outro lado o proprietário necessita de dinheiro para fazer um pagamento qualquer, menos devedor ele se torna, sendo esta uma operação de crédito do Sr. Caixa perante o proprietário. O crédito e o débito são definidos, em cada operação, pela situação do agente consignatário ou do correspondente perante o proprietário do patrimônio. Uma conta de obrigação, por exemplo, será creditada quando a "pessoa obrigação" tiver mais direitos (crédito) perante o proprietário, que é o caso de uma compra a prazo feita pelo proprietário do patrimônio. As contas do proprietário devem ser encaradas pela terminologia cotidiana. O crédito são ocorrências positivas e o débito, negativas. Quando é obtida uma receita, a conta utilizada é creditada e, quando ocorre uma despesa, esta conta é debitada. 4.2.2 Teoria Materialística A teoria materialística classifica as contas em: ( Contas integrais ou elementares; ( Contas diferenciais ou derivadas. As contas integrais é o conjunto de contas que compõe o patrimônio da entidade sejam positivas (bens e direitos) sejam negativas (obrigações). A forma variante da teoria adotou dividir contas integrais em dois grupos: as contas de ativo (bens e direitos) e as contas de passivo (obrigações). As contas diferenciais são as contas que determinam as variações na situação patrimonial, ou seja, as contas de situação líquida (Capital, Reservas, Receitas e Despesas), correspondendo às contas do proprietário da teoria personalística. Na variante desta teoria chamam-se contas do líquido ou da situação líquida. 4.2.3 Teoria Patrimoniais É a teoria mais em uso atualmente. Classifica as contas em: ( Contas patrimoniais ( Contas de resultado As contas patrimoniais são as que demonstram a estrutura patrimonial com seus elementos positivos e negativos havendo, entretanto, o destaque do Patrimônio Líquido. As contas patrimoniais evidenciam a posição estática do patrimônio em determinado momento. São contas patrimoniais as representativas dos bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido (Capital Social, Reservas e Lucros ou Prejuízos Acumulados). As contas de resultado são as contas que provocam as alterações do patrimônio. Evidenciam a dinâmica patrimonial ou seja, os motivos pelos quais o patrimônio cresceu ou decresceu. São contas de resultado as representativas das receitas. custos e despesas. Observamos que as contas de resultado têm um período certo de duração sendo transferidas para a nova posição patrimonial e posteriormente reiniciadas, enquanto as patrimoniais não sofrem esta descontinuidade. 4.3 Débito, Crédito e Saldo Simplificadamente as contas podem ser representadas em forma de "T", mais fácil de trabalhar e contemplando apenas alguns dos elementos acima. Seria: TÍTULO DA CONTA D C Onde o lado esquerdo recebe os valores lançados a débito, o lado direito os valores lançados a crédito e o saldo apurado ao final pela diferença entre débitos e créditos. A representação acima é comumente denominada razonete ou representacáo em T da conta A sistemática de débito e crédito é constrangedora para o iniciante no estudo da contabilidade, normalmente correspondente ao inverso do que se pensa. Temos que ultrapassar esta barreira, não é? Já apresentamos, para facilitar a compreensão do débito e crédito, como ocorre a movimentação dos elementos patrimoniais, quem aumenta de valor e quem diminui; fluxo de recursos-origens e aplicações; apresentamos a teoria personalística das contas que dá uma excelente idéia de como se comportar para identificar o débito e créditos nas contas de agentes consignatários e de correspondentes. Agora vamos concluir a teoria devedor x credor. 4.3.1 Débito Temos, até agora, três grupos de contas: as ativas (bens e direitos), as passivas (obrigações) e a situação líquida (capital, reservas, receitas e despesas). As contas do ativo são debitadas quando aumentam o seu valor em virtude do fato contábil. Equivale a dizer que a "pessoa" ficou devendo mais ao proprietário do patrimônio ou que foram aplicados recursos na aquisição de bens ou direitos. As contas do passivo são debitadas quando diminuem de valor em virtude da ocorrência. Equivale a dizer que o correspondente ficou com um crédito menor junto ao proprietário do patrimônio ou que foram aplicados recursos no pagamento das obrigações. As contas de situação líquida tem o mesmo comportamento que as contas do passivo . Devemos ressaltar que as contas de despesas e receitas tem o comportamento "normal" ou seja, as despesas, quando aumentam de valor são debitadas, pois foi uma aplicação de recursos naquele elemento além de ter havido uma diminuição da situação líquida. Não falaremos por ora em débito nas contas de receitas. temos: 4.3.2 Créditos Os créditos são, em cada fato específico, o originador dos recursos que são aplicados na conta que é debitada. Tem, pois funcionamento inverso do débito. As contas do ativo são creditadas quando tem o seu valor diminuído. Equivale a dizer que a "pessoa" ficou devendo menos ao proprietário do patrimônio. Dessa "pessoa" originam-se os recursos para a aquisição de outros bens/direitos ou para pagamento de obrigações. As contas do passivo quando tem o seu valor aumentado são creditadas. O correspondente forneceu o recurso e ficou com um crédito maior com o proprietário do patrimônio. As contas de situacão líquida também tem o mesmo comportamento das contas do passivo. Desta feita destacamos as contas de receitas que, quando tem o seu valor aumentado são creditadas, são origens de recursos e, além disso, fazem crescer a situação líquida. � 4.3.3 Saldo O saldo de uma conta é determinado pela diferença entre débitos e créditos sendo devedor, se os débitos forem maiores que os créditos, ou credor, se os créditos forem maiores que os débitos. Como consequência temos que contas do ativo tem natureza devedora; as contas do passivo e do patrimônio líquido (Capital, Reservas e Lucros acumulados anteriormente) tem natureza credora, as contas de despesa (menos situação líquida) devedora e as contas de receitas (mais situação líquida) credoras. As conta caixa, por exemplo, sempre terá saldo devedor ou, no máximo, zero. A conta duplicatas a pagar sempre será credora ou zero pois, ou existe duplicatas a pagar (saldo credor) ou não (saldo zero). Deve ser observado, também, para a determinação do saldo da conta, se existia algum saldo anterior a ser transferido de um período para outro pois deve ser levado em consideração. Para exemplificar, consideremos os seguintes fatos envolvendo a conta Bancos c/ movimento: 1) Saldo anterior .................................................R$ 200.000,00; 2) Pagamento de uma duplicata com cheque......R$ 50.000,00; 3) Depósito bancário............................................R$ 30.000,00; 4) Desconto de um cheque para suprir o caixa... R$ 100.000,00. O razonete seria: BANCOS C/MOVIMENTO (1) 200.000,00 50.000,00 (2) (3) 30.000,00 100.000,00 (4) 230.000,00 150.000,00 80.000,00 (1), (2), (3) e (4) ( saldo anterior e fatos contábeis. Observe os fatos e justifique os registros a débito e a crédito. Estamos estudando, no caso, só a conta Bancos c/ movimento. Em resumo, podemos a apresentar o quadro abaixo: GRUPOS DÉBITOS CRÉDITOS NATUREZA DO SALDO Ativo Aumenta Diminui Devedor Passivo Diminui Aumenta Credor Situação Líquida Diminui Aumenta Patr. Líquido ( credor Receitas ( credor Despesas ( devedor 4.4 Plano de Contas As contas utilizadas pelas empresas devem ser ordenadas de forma a permitir a uniformidade na escrituração de fatos semelhantes, facilitar o conhecimento da riqueza patrimonial e atender às normas legais e princípios contábeis. A relação ordenada das contas utilizadas pela empresa com as suas funções e funcionamento é o Plano de Contas, assim definido: "Conjunto harmonioso de contas a ser utilizado pela empresa, baseado nos seus objetivos atuais, nas informações necessárias à administração e nas exigências legais em vigor".� Na elaboração do plano de contas deve ser levado em conta a complexidade das operações desenvolvidas pela empresa de forma a torná-la não excessivo e de difícil consulta. Deve ser flexível, ou seja, adaptar-se com facilidade às alterações internas e externas devido a novos tipos de fatos provocados pela administração ou pela própria estrutura do País, suprimindo ou adicionando novas contas. O plano de contas para satisfazer seus objetivos deve ser simples tanto no que se refere à consulta, como na interpretação da função e funcionamento das contas, visto ser, no processo de escrituração, muito consultando pelos responsáveis. Entende-se por funcão da conta aquilo a que ela deve representar. Se tivermos exemplo a conta DUPLICATA A PAGAR, a sua função é: registrar as obrigações da empresa em virtude de compras efetuadas a prazo e representadas por duplicatas. O funcionamento da conta diz respeito a quando ela deve ser debitada e quando creditada, ficando bem clara a sua interveniência a débito e a crédito. Na conta acima teríamos, simplificadamente, que seria debitada pelo pagamento da duplicata e creditada pelas compras à prazo, representada por duplicatas. Alguns planos de contas destacam, ainda o relacionamento da conta em estudo com as demais contas utilizadas pela empresa. O alenco de contas difere do plano de contas por ser, apenas, uma relação das contas utilizadas pela empresa não contendo as suas respectivas funções e funcionamento. É uma parte do plano de contas. Apresentamos abaixo um elenco de contas para uma maior visualização da estrutura normalmente adotada pelas empresas comerciais. Recomendamos uma leitura minuciosa. ELENCO DE CONTAS 1000.00 ATIVO 1100.00 1110.00 1111.00 1111.01 1112.00 1112.XX 1113.00 1114.00 1114.01 1120.00 1121.00 1121.XX 1122.00 1122.XX 1123.00 1123.XX 1124.00 1124.XX 1125.00 1125.XX 1126.00 1126.XX 1127.00 1127.XX 1128.00 1128.XX 1129.00 1130.00 1131.00 1132.00 1134.00 1135.00 1140.00 1141.00 1141.01 1141.02 1150.00 1151.00 1152.00 1153.00 ATIVO CIRCULANTE DISPONIBILIDADES CAIXA GERAL Caixa-Matriz BANCOS C/MOVIMENTO Banco "A" NUMERÁRIO EM TRÂNSITO APLICAÇÕES DE LIQUIDEZ IMEDIATA Fundo de Aplicação Financeira-FAF CRÉDITOS DE CURTO PRAZO DUPLICATAS A RECEBER Cliente "A" / - / DUPLICATAS DESCONTADAS Banco "A" TÍTULOS A RECEBER Emitente "A" / - / TÍTULOS DESCONTADOS Banco "A" CHEQUES A RECEBER Emitente "A" BANCOS C/VINCULADAS Banco "A" ADIANTAMENTOS DIVERSOS Devedor "A" DEVEDORES DIVERSOS Devedor "A" ESTOQUES MERCADORIAS MATERIAIS DE EMBALAGENS FRETES, SEGUROS E DESPACHOS / - / DEVOLUÇÁO DE COMP'RAS / - / PROVISXO P/ AJUSTE DE ESTOQUES OUTROS VALORES REALIZAVEIS IMPOSTOS A RECUPERAR ICMS a recuperar IR a recuperar ANTECIPAÇÃO DE DESPESAS JUROS A AMORTIZAR SEGUROS A AMORTIZAR ASSINATURA DE INFORMATIVOS E PERIÓDICOS � 1200.00 ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 1220.00 1220.00 1230.00 1240.00 1240.00 1250.00 1250.00 DEPÓSITO PARA INVESTIMENTOS CONSÓRCIOS AQUISIÇÃO DE DIREITOS DE USO DE TELEFONE EMPRÉSTIMOS A COLIGADAS E CONTROLADAS Empresa “A” EMPRÉSTIMOS A DIRETORES Diretor “A” 1300.00 ATIVO PERMANENTE 1310.00 1311.00 1311.XX 1312.00 1313.00 1314.00 1315.00 1315.XX 1316.00 INVESTIMENTOS PARTICIPAÇÃO EM COLIGADAS E CONTROLADAS Empresa “A” ÁGIO EM PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS / - / DESÁGIO EM PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS / - / PROVISÃO P/ PERDAS EM INVESTIMENTOS PARTICIPAÇÕES EM OUTRAS EMPRESAS Empresa “A” OUTROS INVESTIMENTOS 1320.00 IMOBILIZADO 1321.00 1322.00 1323.00 1324.00 1325.00 1326.00 1327.00 1328.00 1328.01 1328.02 1328.03 1329.00 1329.01 1329.02 TERRENOS EDIFICAÇÕES VEÍCULOS MÓVEIS E UTENSÍLIOS INSTALAÇÕES CONSTRUÇÕES EM ANDAMENTO REAVALIAÇÃO DE BENS OUTRAS IMOBILIZAÇÕES DIREITO DE USO DE TELEFONE MARCA FUNDOS DE COMÉRCIO / - / DEPRECIAÇÕES E AMORTIZAÇÕES ACUMULADAS / - / DEPRECIAÇÕES ACUMULADAS / - / AMORTIZAÇÕES ACUMULADAS 1330.00 DIFERIDO 133100 133200 133300 133400 133500 133600 133900 DESPESAS PRÉ-OPERACIONAIS DESPESAS DE MODERNIZAÇÃO DESPESAS COM PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS CUSTOS DE PROJETOS TÉCNICO-ECONÔMICOS DESPESAS DE JUROS PAGOS DURANTE O PERÍODO DE CONSTRUÇÃO DESPESAS DE JUROS PAGOS AOS ACIONISTAS NO PERÍODO PRÉ-OPERACIONAL / - / AMORTIZAÇÃO ACUMULADA 2000.00 PASSIVO 2100.00 2110.00 2110.XX 2120.00 2130.00 2130.XX 2140.00 2140.XX 2150.00 2150.XX 2160.00 2160.01 2160.02 2160.03 2160.04 2160.05 2160.06 2160.07 2160.08 2160.09 2160.10 2160.11 2160.12 2160.13 2160.14 2160.15 2160.16 2170.00 2180.00 2190.00 2190.XX 2195.00 2195.XX PASSIVO CIRCULANTE DUPLICATAS A PAGAR Fornecedor "A" CREDORES DIVERSOS Credor "A" TÍTULOS A PAGAR Banco "A" FINANCIAMENTOS Banco "A" EMPRÉSTIMOS CAUCIONADOS Banco "A" OBRIGAÇÕES SOCIAIS E TRIBUTÁRIAS INSS a recolher FGTS a recolher PIS s/ receita operacional a recolher FINSOCIAL a recolher Dividendos a pagar Ordenados a pagar Férias a pagar 13o salário a pagar Contribuições sindicais a recolher Comissões a pagar Gratificações a pagar Participações de empregados a pagar IRF a recolher ICMS a recolher ISS na fonte a recolher IRF s/ lucros a recolher PROVISÂO PARA IMPOSTO DE RENDA PROVISÃO PARA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL S/ LUCROS CREDITOS DE DIRETORES Diretor "A" CRÉDITOS DE EMPRESAS COLIGADAS E CONTROLADAS Empresa "A" 2200.00 PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 2210.00 2210.XX 2220.00 2020.XX 2230.00 2230.XX 2240.00 2240.XX FINANCIAMENTO Banco "A" TÍTULOS A PAGAR Banco "A" CRÉDITOS DE EMPRESAS Empresa "A" CREDITOS DE DIRETORES Diretor "A" � 2300.00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 2310.00 2311.00 2312.00 2312.XX CAPITAL SOCIAL CAPITAL SUBSCRITO / - / CAPITAL A INTEGRALIZAR Acionista "A". 2320.00 RESERVAS DE CAPITAL 2321.00 2322.00 2323.00 2324.00 2325.00 2326.00 2330.00 2331.00 2340.00 2341.00 2342.00 2343.00 2344.00 2345.00 2350.00 2351.00 2352.00 Reserva de correção monetária do capital realizado Reserva de ágio na emissão de ações Produto da alienação de partes beneficiárias Produto da alienação de bônus de subscrição Reserva de prâmios na emissão de debêntures Doações e subvenções p/ investimentos RESERVAS DE REAVALIAÇÃO Reserva de reavaliação de ativos RESERVAS DE LUCROS Reserva Legal Reserva estatutária Reserva p/ contingências Retenção de lucros Reserva de lucros a realizar LUCROS OU PREJUíZOS ACUMULADOS Lucros acumulados / - / Prejuizos acumulados 3000.00 CUSTOS E DESPESAS DO EXERCÍCIO 3100.00 3110.00 3200.00 3210.00 3210.01 3210.02 3210.03 3210.04 3210.05 3210.06 3210.07 3210.08 3210.09 3210.10 3210.11 3220.00 3220.01 3220.02 3220.03 3220.04 CUSTOS DE EXERCÍCIO Custos das Mercadorias Vendidas DESPESAS DO EXERCÍCIO DESPESAS ADMINISTRATIVAS Honorários da Diretoria Gratificações à Diretoria Honorários diversos Contribuições p/ INSS Materiais de Expediente Consumidos Seguros Despesas de Viagens Contribuições e doações Assinaturas de jornais e revistas Depreciações Amortizações DESPESAS COM PESSOAL Ordenados e férias 13o salário Gratificação a empregados Contribuições p/ INS 3220.05 Contribuições p/ FGTS 3220.06 3220.07 3220.08 3230.00 3230.01 3230.02 3230.03 3230.04 3240.00 3240.01 3240.02 3240.03 3240.04 3240.05 3240.06 3240.07 3240.08 3240.09 3250.00 3251.00 3251.01 3251.02 3251.03 3251.04 3251.05 3251.06 3252.00 3252.01 3252.02 3252.03 3252.04 3252.05 3252.06 3252.07 3260.00 3261.00 3261.01 3261.02 3262.00 3262.01 3262.02 Indenizações Refeitório Vale Transporte DESPESAS COM VENDAS Comissões s/ vendas Fretes s/ vendas Contribuições p/ INSS Despachos Propaganda DESPESAS TRIBUTÁRIAS Imposto s/ operações financeiras IR s/ aplicações financeiras Contribuição Social s/ lucros PIS s/ Receita Operacional I.P.V.A Adicional do IR - Estadual I.P.T.U Impostos e taxas diversos Multas Fiscais ENCARGOS FINANCEIROS LÍQUIDOS DESPESAS FINANCEIRAS Juros de mora passivos Juros passivos Descontos concedidos Despesas bancários Correção pré-fixada passiva Multas contratuais / - / RECEITAS FINANCEIRAS Juros Ativos Juros de Mora ativos Correção monetária pré-fixada ativo Descontos obtidos Comissões ativas Renda de participações Renda de aplicações financeiras ENCARGOS MONETÁRIOS LfQUIDOS VARIAÇÕES MONETÁRIAS PASSIVAS Correção monetária pós-fìxada passiva Variação cambial passiva / - / VARIAÇÕES MONETÁRIAS ATIVAS Correção monetária pós-fixada ativa Variação cambìal ativa 3270.00 3270.01 3270.02 3270.03 3270.04 3270.05 3270.06 3270.07 3270.08 3280.00 3280.01 3280.02 3280.03 3280.04 3280.05 3280.06 3290.00 3290.01 3300.00 3310.00 3320.00 3330.00 3340.00 3350.00 3360.00 3370.00 3380.00 DESPESAS OUTRAS Conservação e limpeza Comunicações Energia elétríca Ãgua e esgoto Aluguéis passivos Despesas cj veículos Leasing Despesas diversas PERDAS DIVERSAS Perdas por insolvéncia Formação de Prov: p/ Riscos de Créditos Variação de estoques Perdas por avarias Perdas em investimentos Outras perdas DESPESAS NÃO OPERACIONAIS Custo na venda de bens de uso CORREÇÃO MONETÁRIA DEVEDORA DO BALANÇO Correção monetária do capital social realizado Correção monetária das reservas de capital Correção monetária da reserva de reavaliação Correção monetária das reservas de lucros Correção monetária dos lucros ou prejuízos acumulados Correção monetária dos adiantamentos p/ aumento de capital Correção monetária dos créditos de coligadas e controladas Correção monetária dos créditos de sócios 40.000.00 RECEITAS E RENDIMENTOS DO EXERCÍCIO 41100.00 4110.00 4110.01 4110.02 4110.03 4120.00 4120.01 4120.02 4120.03 4120.04 RECEITAS OPERACIONAL LÍQUIDA RECEITAS COMERCIAIS Vendas à vista Vendas a prazo Outras saídas faturadas / - / DEDUÇÕES DE VENDAS / - / Devoluções de vendas / - / ICMS destacado nas vendas / - / PIS s/ Receita Operacional / - / FINSOCIAL s/ faturamento 4300.00 4300.01 4300.02 4300.03 4500.00 4500.01 4700.00 4710.00 4730.00 4720.00 4740.00 4750.00 4760.00 RECEITAS DIVERSAS Recuperação de despesas Recuperação de insolváveis Reversão de Prov. p/ Risco de Créditos RECEITAS NÃO OPERACIONAIS Receita da venda de bens de uso CORREÇÃO MONETÁRIA CREDORA DO BALANÇO Correção monetária dos investimentos Correção monetária do ativo imobilizado Correção monetária do ativo diferido Correção monetária dos créditos em coligadas e controladas Correção monetária dos créditos com sócios COrreção monetária de outros ativos 5000.00 APURAÇAO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 5100.00 RESULTADO DO EXERCÍCIO 9000.00 SISTEMA DE COMPENSACÃO 9100.00 9110.00 9110.XX 9120.00 9120.XX 9130.00 9130.XX 9140.00 9140.XX 9200.00 9210.00 9220.00 9230.00 9240.00 CONTAS DE COMPENSAÇÃO DO ATIVO AÇÕES CAUCIONADAS Diretor "A" SEGUROS CONTRATADOS Companhia "A" BANCOS C/ COBRANÇA SIMPLES Banco "A" BANCOS C/ COBRANÇA CAUCIONADA Banco "A" / - / CONTAS DE COMPENSAÇÃO DO PASSIVO CAUÇÃO DA DIRETORIA CONTRATOS DE SEGUROS ENDOSSO P/ COBRANÇA SIMPLES ENDOSSO P/ COBRANÇA CAUCIONADA � 5 ESCRITURAÇÃO É uma das técnicas que a contabilidade utilizada para atingir os seus objetivos. Cuida do registro dos fatos contábeis mediante, é claro, normas e princípios próprios da contabilidade possibilitando o entendimento e a extração das informações sobre a situação patrimonial. A contabilidade, poderíamos dizer, mostra toda a história de uma empresa sendo implacável no registro das ocorrências. A escrituração fornece estes elementos, sendo um "idioma" conhecido dos estudiosos da ciência contábil. 5.1 Métodos de escrituração A título meramente ilustrativo podemos classificar os métodos de escrituração em: ( Método das partidas simples ( Método das partidas dobradas O método das partidas simples está totalmente em desuso para a aplicação na contabilidade por serem específicos para alguns elementos patrimoniais, enquanto, a contabilidade deve trabalhar como um todo interrelacionado. Pelo método das partidas simples são escrituradas apenas as contas de correspondentes para controle dos direitos e obrigações. Não considera em seus registros os bens e os elementos formadores da situação líquida que são apurados da seguinte forma: os bens, por inventário; a situacão líquida, por diferença entre ativo e passivo e, o resultado, pela evolução da situação líquida de um ano para outro. O método das partidas dobradas é o método universalmente adotado para a escrituração. Movimenta toda a estrutura patrimonial e de resultados preconizando a igualdade dos elementos positivos e negativos do patrimônio. O método, exposto pelo frade franciscano Lucca Paccioli, em 1494, revolucionou todo o estudo da contabilidade permitindo ser hoje uma ciência. O método das partidas dobradas tem um princípio fundamental: "Não há devedor sem credor e vice-versa" Equivale a dizer: para cada registro ou soma de registros a débito, haverá um registro ou soma de registros a crédito, de igual valor. Decorrentes do princípio fundamental temos alguns corolários: ( a soma dos débitos é sempre igual dos créditos; ( a soma de todos os saldos devedores é sempre igual A soma dos saldos credores; ( A soma do ativo, constituído de contas de natureza devedora e representativas das aplicações de recursos é sempre igual a soma do passivo, constituído de contas de natureza credora e representativas da origem de recursos, próprios e de terceiros. 5.2 Processo de escrituração A escrituração, durante os anos e devido ao desenvolvimento tecnológico, tem passado por diversas formas de fazer, ainda hoje existentes: ( Escrituracão Manual ( todo o processo de escriturar os fatos contábeis, nos diversos livros existentes, é feito a mão. ( Escrituração maquinizada ( utiliza máquinas de datilografar normais. Adota-se, às vezes, formulários próprios ( slips ou vouchers ( que, após datilografados com os lançamentos dos fatos contábeis são transferidos por meio de gelatina para os livros próprios. ( Escrituracão mecanizada ( utiliza máquinas desenvolvidas para a escrituração contábil. Permite a escrituração simultânea do Diário e Razão, em folhas ou fichas, podendo ser transferido por decalque ou colecionado em folhas soltas, sob determinadas condições legais. ( Escrituração computadorizada ( é prática comum a utilização da computação eletrónica para a escrituração contábil. Apresenta diversas vantagens como: higiene, rapidez, capacidade de processar grandes volumes de informações, etc. Uma de suas desvantagens é a necessidade de utilização de códigos e padrões tendo o responsável um período para adaptação. 5.3 Lançamento ou Partida Contábil O Lancamento Contábil é o registro de um fato contábil. Utiliza-se para os lançamentos o método das partidas dobradas, além de elementos essenciais e fórmulas, de modo a tornar possível a interpretação do fato ocorrido com influência no patrimônio. 5.4 Funções do Lançamento Contábil Duas funções são destacadas: ( Função histórica ( relaciona-se com a ordem cronológica obrigatória a ser seguida nos assentamentos contábeis e, mais especificamente, nos registros contábeis. ( Função monetária ( por estarem os fatos contábeis envolvidos com valores que alteram elementos do patrimônio e/ou resultado, o lançamento tem como uma de suas funções, registrar esse valor e o seu agrupamento segundo a natureza. 5.5 Elementos essenciais do lançamento Os elementos essenciais do lançamento são cinco: ( Local e data; ( Conta(s) debitada(s); (Conta(s) creditada(s); ( Histórico; ( Valor. O local e data e o histórico exercem a funcão histórica do lançamento e os demais elementos, conta debitada conta creditada e valor, a funcão monetária. O histórico nada mais é que uma descrição clara e simplificada do fato contábil. 5.6 Fórmulas de lançamento Segundo a quantidade de contas debitadas e creditadas utilizadas para o registro do fato, existem quatro fórmulas de lançamento no Livro Diário: Lançamentos de 1a Fórmula: um débito x um crédito Os modelos do lançamento contábil de 1a fórmula: ou ou Os modelos apresentados são bastante usuais, todos, e objetivamos, com a sua apresentação, familiarizar as representações do lançamento. Devemos observar que a partícula "a" é um identificador da(s) conta(s) que é (são) creditada(s). No terceiro modelo as colunas representam os livros de escrituração que trazem à esquerda a coluna de débitos e à direita, a de créditos. O posicionamento das contas também é convencionado. Incontáveis são os fatos, tomemos como exemplo, um depósito bancário no Banco do Brasil: Fortaleza-CE, 06 de janeiro de 1999 BANCOS C/ MOVIMENTO Banco do Brasil S/A a CAIXA Valor n/depósito conf. recibo nº 123.456 ........................................................10.000,00 ou uma compra de mesas e cadeiras, para uso, a prazo, mediante aceite de duplicatas: Fortaleza-CE, 15 de fevereiro de 1999. D - MÓVEIS E UTENSÍLIOS C - DUPLICATAS A PAGAR Fornecedor "X" Valor s/ Nota Fiscal nº 1515 ref. aquisição de mesas e cadeiras marca "Jet Ski".....................................................200.000,00 � Lançamentos de 2a Fórmula: um débito x mais de um crédito Crédito Débito Débito Modelo do lançamento contábil de 2a fórmula: ou Existem, como visto acima, variantes no modelo de 2a fórmula. No primeiro caso, o valor à direita seria o totalizador da conta única (debitada); no segundo caso, obedece o posicionamento das colunas do Diário. Temos a destacar a utilização da palavra "Diversos" quando, na ocorrência, mais de uma conta é creditada e/ou, veremos adiante, debitada. Para exemplificar consideremos o seguinte fato: Recebimento de uma duplicata com juros. Fortaleza-CE, 15 de janeiro de 1999 CAIXA a DIVERSOS a DUPLICATAS A RECEBER Pedro Filó Recebido dupl. nº 415 vencida dia 10 p.p...................................................................40.000,00 a JUROS DE MORA ATIVOS Recebido juros por mora dupl. nº 415 venc. 10/01/99 .......................... 2.000,00 42.000,00 Modelo do lançamento contábil de 3a fórmula Crédito Débito Débito Modelo do lançamento contábil de 3a fórmula: � Exemplo: aquisição de um imóvel com pagamento à vista, em cheque: Fortaleza-CE, 31 de janeiro de 1999. DIVERSOS a BANCOS C/ MOVIMENTO Banco Real S/A TERRENOS Vr. Terreno à Rua Y com área de 200 m2 adquirido do Sr. Fulano conforme escritura no cartório tal... 15.000.000,00 EDIFICAÇÕES Vr. Edificação encravada no terreno acima, com área de 150 m2...............................................20.000.000,00 35.000.000,00 Lançamento de 4a Fórmula: Mais de um devedor x Mais de um credor: Débito Crédito Débito Crédito Modelo do lançamento contábil de 4a Fórmula: Os lançamentos de 4a fórmula são muito pouco utilizados. Podemos apresentar o seguinte exemplo: Resgate de aplicação no Fundo de Aplicação Financeira, com crédito em conta corrente bancária e incidência de IOF. Fortaleza-CE, 31 de janeiro de 1999. DIVERSOS a DIVERSOS BANCOS C/ MOVIMENTOS Caixa Econômica Federal Vr. líquido do resgate de FAF..................... 109.000,00 DESPESAS TRIBUTÁRIAS Impostos s/Operações Financeiras Vr. IOF s/resgate FAF.................................. 1.000,00 110.000,00 a APLICAÇÕES DE LIQUIDEZ IMEDIATA Fundos de Aplicação Financeira Vr. resgate FAF............................................ 100.000,00 a RECEITAS FINANCEIRAS Renda de Aplicações Financeiras Vr. rendimentos FAF no período 03/2/98 a 06/12/98....................................... 10.000,00 110.000,00 Os modelos apresentados, repetimos, têm simplesmente o objetivo de familiarização. Maior atenção deve ser dada à identificação do fato, contas alteradas e se estas alterações provocaram um crédito ou um débito. Doravante utilizaremos nos lançamentos contábeis formas simplificadas sem datas e históricos. Formalidades Intrínsecas: são fomalidades a serem observadas na escrituração dos livros. Os livros deverão: ( ser escriturados em rigorosa ordem cronológica; ( obedecer um método de escrituração uniforme, em língua e moeda nacionais, de forma mercantil, com individualização e clareza; ( não ter rasuras, emendas, entrelinhas, raspaduras ou borrões, espaços em branco, observações ou escritas à margem. 5.7 Livros Contábeis Como já vimos, a escrituração contábil é feita, basicamente, em dois livros: o diário e o razão. Existem ainda os livros de controle interno e os diários auxiliares, utilizados por muitas empresas como recursos que ajudam a Contabilidade no controle de seus trabalhos. Os livros de controle interno tanto podem estar conjugados com a Contabilidade, conforme o plano de contas, quanto mantidos nas respectivas seções, sem que estejam ligados aos lançamentos de diário. Quando extracontábeis, servem para conferência diária ou mensal dos saldos das contas apresentadas no Balancete extraído do razão. Exemplos: livro caixa (ou, simplesmente, caixa), livro de contas a pagar, de contas a receber, de contas correntes, de controle de estoques etc. Cada página do livro utilizada para controle de um cliente ou fornecedor, de um Banco ou de um tipo de mercadoria ou material. O funcionamento se dá em três colunas: débitos, créditos e saldos, ou entradas, saídas e saldos. Os diários auxiliares diferenciam-se dos livros de controle por se revestirem das formalidades intrínsecas e extrínsecas exigidas por lei. Sua adoção fica a critério da entidade ( geralmente se dá em função do porte da empresa, pois acarreta uma racionalização de seus serviços. Vamos citar alguns: diário auxiliar de caixa, diário de recebimentos e pagamentos, diário de Bancos, de contas a receber, de contas a pagar, de compras, de vendas. Um livro contábil muito utilizado é o diário auxiliar de caixa. Sua função é controlar a entrada e a saída de dinheiro (em moeda ou cheque). Nele, todos os recebimentos são registrados como débito de caixa, e todos os pagamentos como crédito de caixa. Por esse motivo, a entidade que o utiliza dispensa o diário de recebimentos e pagamentos. Em substituição a esse livro, muitas empresas utilizam o boletim de caixa, o qual contém duas vias: a primeira, destacável, que acompanha os documentos enviados à seção de Contabilidade, e a outra, fixa, que forma o bloco, de arquivo sequencial e cronológico, e fica em poder do departamento que realiza o controle. 5.8 Livros de Escrituração Do ponto de vista contábil, a escrituração é feita, basicamente em dois livros: (o Diário, e o Razão). 5.9 Livro Obrigatório ( o Livro Diário 5.10 Livros Facultativos ( Livros de controle internos utilizados para auxiliar na contabilidade. O mais importante desses livros é o Razão. O Livro Diário é um livro obrigatório, cronológico e principal que tem por função abrigar toda a movimentação da empresa, dia-a-dia, representada pelos lançamentos contábeis. É o livro que "conta a vida da empresa". O livro Diário, que deve ter numeração tipográfica seqüencial, pode ser substituído por fichas soltas ou avulsas, também numeradas. É admitida a escrituração resumida no Diário, por totais que não excedam o período de um mês das contas cujas operações sejam numerosas ou realizadas fora da sede do estabelecimento, desde que utilizados livros auxiliares para o registro individualizado. O livro Razão é, com a nova determinação legal citada, obrigatório pela legislação fiscal, sistemático e principal. Registra todas as operações ocorridas na empresa e anteriormente registradas no Diário só que a sua forma de ordenação toma por preponderante a conta, daí ser sistemático. O livro Razão, por sua forma de escriturar, permite que a cada momento seja conhecido o saldo de todas as contas devendo, pelo método das partidas dobradas, a soma de todos os saldos devedores ser igual a soma de todos os saldos credores. É de enorme utilidade nas conciliações de contas, levantamento de balancetes de verificação e demais demonstrativos. Podemos até generalizar dizendo que o livro Diário guarda a importância histórica pelo registro cronológico dos fatos mas, operacionalmente, o livro Razão é o mais importante. 5.11 Formalidades dos livros de escrituração Os livros de escrituração obrigatórios devem obedecer algumas formalidades exigidas pela legislação comercial. São elas: Formalidades extrínsecas: são as formalidades ligadas à apresentação dos livros obrigatórios. Estes deverão: ( ser encadernados; ( ter suas folhas numeradas tipograficamente; ( ter termo de abertura e de encerramento onde conste, resumidamente, os dados da empresa, do livro (número de folhas, qual o livro, número de ordem do livro) e a assinatura dos responsáveis. Alguns livros obrigatórios deverão também, ter autenticações (Junta Comercial, coletorias, etc) que consideramos uma outra formalidade a ser observada. Nem todas as informações contidas no diário auxiliar de caixa precisam ser remetidas ao diário geral. Basta apenas reproduzi-las resumidamente. Assim, o diário geral conterá registros "sintéticos" dos movimentos, e o diário auxiliar de caixa, registros "analíticos". 5.12 Livros Fiscais Os livros fiscais registram documentos e eventos de natureza fiscal, com o fim especial de apurar e controlar os impostos devidos aos governos federal, estadual ou municipal. Para cada área governamental, a legislação exige livros próprios, além do livro diário geral da Contabilidade da empresa. 5.13 Livros Trabalhistas Ainda na esfera federal, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) impõe às empresas a adoção de dois livros: ( registro de empregados; ( inspeção do trabalho. No primeiro, são feitos os registros referentes a cada funcionário, retratando as mesmas anotações constantes da Cateira de Trabalho e Previdência Social de cada um. Esse livro normalmente é substituído por fichas, o que facilita o manuseio e possibilita a classificação em ordem alfabética. O segundo livro destina-se a receber “termos” relativos às visitas fiscais dos agentes ou inspetores do Trabalho, da Previdência Social (IAPAS), do FGTS, PIS, sindicatos etc. 5.14 Livros Societários As sociedades anônimas são obrigadas a manter livros para escriturar o movimento de suas ações, as deliberações em reuniões da Diretoria, da Assembléia Geral dos Acionistas ou do Conselho Fiscal. O artigo 100 da Lei nº 6404 estabelece que "a companhia deve ter, além dos livros obrigatórios para qualquer comerciante, os seguintes, revestidos das mesmas formalidades legais". ( registro de ações nominativas; ( registro de ações endossáveis; ( transferência de ações nominativas; ( registro de partes beneficiárias nominativas; ( transferência de partes beneficiárias nominativas; ( registro de partes beneficiárias endossáveis; ( registro de debêntures endossáveis; ( registro de bônus de subscrição endossâveis; ( atas das assembléias gerais; ( presença de acionistas; ( atas de reuniões do Conselho de Administração; ( atas de reuniões da Diretoria; ( atas e pareceres do Conselho Fiscal. 5.15 Erros de escrituração e sua correção Decorrente de diversos fatores da própria condição humana, erros podem acontecer na escrituração dos livros. As formalidades intrínsecas são rígidas na manutenção da fidelidade dos livros não permitindo a utilização da famosa "borracha". Os principais erros notados na escrituração dos livros são: ( Erro na identificação da conta debitada ou creditada; ( Inversão das contas; ( Lançamento em duplicidade; ( Omissão de lançamento; ( Erro no valor (lançado a mais ou a menos); ( Erro na narração do fato contábil. Esses erros podem ser identificados imediatamente ou posteriormente, na conciliação das contas. Os erros de escrituração podem ser corrigidos pelos seguintes métodos: ( Estorno do lançamento; ( Lançamento retificativo; ( Lançamento complementar; ( Ressalva por profissional qualificado. O estorno do lancamento consiste, resumidamente, em anular o efeito do lançamento errado com um outro lançamento, debitando-se quem anteriormente tinha sido creditado e creditando-se quem tinha sido debitado, mantendo constante o valor. É aplicado em todas as circunstâncias sendo o método estabelecido na legislação comercial. EXEMPLO: Pagamento do INSS incidente sobre a folha de pagamento de novembro/98, em 10/12/98, no valor de R$ 53.000,00, mediante emissão de cheque do Banco do Brasil S/A. Lançamento efetuado: Fortaleza 10/12/99 INSS A RECOLHER a CAIXA Pago INSS do mês de nov/98 conforme guia..................53.000,00 Estorno do lançamento: Fortaleza 10/12/99 CAIXA a INSS A RECOLHER Estorno do lançamento acima....................................... 53.000,00 Lançamento correto: Fortaleza 10/12/99 INSS A RECOLHER a BANCOS C/MOVIMENTO Banco do Brasil S/A INSS s/folha de pagamento de nov/98, che- que 015818.......................................................................53.000,00 Com o lançamento retificativo é possível corrigir erros na intitulação de contas e também erros no registro de valor, feitos a maior. EXEMPLO: Aquisição de veículo para o uso da empresa no valor de R$ 50.000,00 mediante emissão de Nota Promissória. Lançamento efetuado: (1) D - MÓVEIS E UTENSÍLIOS C - TÍTULOS A PAGAR Baby Doll....................................................50.000,00 Lançamento retificativo: (2) D - VEÍCULOS C - MÓVEIS E UTENSÍLIOS.................................50.000,00 Vejamos nos razonetes abaixo o efeito provocado pelo lançamento retificativo: D MÓVEIS E UTENSÍLIOS C D TÍTULOS A PAGAR C SALDO ANTERIOR (1) 50.000,00 50.000,00 (2) SALDO ANTERIOR 50.000,00 (1) D VEÍCULOS C SALDO ANTERIOR (2) 50.000,00 A conta móveis e utensílios teria, ao final, o saldo que tinha anteriormente tendo sido anulado o efeito do lançamento errado. A conta veículos recebeu o valor a débito tendo ficado correto o seu saldo. O lançamento complementar tem como função, complementar valor registrado a menor. EXEMPLO: Pagamento, em dinheiro, de combustível para o veículo da empresa no valor de R$ 55,00. Lançamento efetuado: D – DESPESAS C/ VEÍCULOS C – CAIXA................................................................ 5,00 Lançamento complementar: D – DESPESAS C/ VEÍCULOS C – CAIXA............................................................... 50,00 A ressalva por profissional habilitado é efetuada quando surgem borrões, rasuras, folhas ou linhas em branco, devendo citar o fato e assinar. Os erros na narração do fato, se possível, devem ser corrigidos na própria narração utilizando-se termos como "digo", "em tempo" e outros. Se o lançamento já tiver sido concluído deve ser estornado e refeito com o histórico correto. Os lançamentos omitidos quando detectados devem ser feitos com a indicação no histórico da data da ocorrência do fato contábil e a sua condição de regularizador. Quando feito lançamento em duplicidade um estorno de lançamento corrige o erro. A inversão de contas pode ser corrigida com lançamento retificativo com o valor em dobro. EXEMPLO: Pagamento de duplicata no valor de R$10.000,00 em dinheiro. Lançamento efetuado: (1) D – CAIXA C – DUPLICATAS A PAGAR........................................... 10.000,00 Lançamento retificativo: (2) D – DUPLICATAS A PAGAR C – CAIXA.........................................................................20.000,00 Em razonetes: D CAIXA C D DUPLICATAS A PAGAR C SALDO ANTERIOR (1) 10.000,00 20.000,00 (2) (2) 20.000,00 SALDO ANTERIOR 10.000,00 (1) Sendo, pois, similar ao lançamento correto: D – DUPLICATAS A PAGAR C – CAIXA................................................................ 10.000,00 6 PRINCÍPIOS CONTÁBEIS GERALMENTE ACEITOS Os Princípios Contábeis Geralmente Aceitos, PCGA como são tratados pelos profissionais, estão divididos em duas partes distintas. De um lado, os princípios, que são regras básicas, e, de outro, as convenções, que são complementos ou restriçóes aos princípios. 6.1 Principios contábeis Entidade ( mantém-se a Contabilidade para a empresa, para controlar o seu patrimônio; isto é, não se deve confundir o patrimônio de cada sócio ou mesmo do titular da firma individual com o da entidade. Competência ( o espaço de tempo entre um Balanço e outro chama-se período contábil. As despesas e as receitas que provocam alterações no patrimônio devem ser consideradas dentro do período de sua ocorrência, ou seja, no período de competência. Realização ( para se considerar uma receita, não bastam a produção de um bem, à definição de seu valor ou uma proposta de compra ou de venda.
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