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14 Ventilação Mecânica

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PRINCÍPIOS BÁSICOS DE VENTILAÇÃO MECÂNICA 
(Baseado nos consensos e diretrizes brasileiras de VM) 
 
Karla Monique Andolfato 
Camille Caleffi 
José Mohamud Vilagra 
 
Os ventiladores mecânicos atuais se baseiam na aplicação de pressão 
positiva que gera um gradiente entre a abertura das vias aéreas e dos alvéolos, 
resultando em um fluxo positivo entregue do ventilador para o paciente. 
Os principais objetivos da VM são: 
- Manutenção das trocas gasosas; 
- Alívio do trabalho da musculatura respiratória; 
- Reversão/prevenção da fadiga da musculatura respiratória; 
- Diminuição do consumo de oxigênio; 
- Aplicação de terapêuticas e procedimentos específicos. 
 
Ciclo Ventilatório 
 O ciclo ventilatório é composto por cinco etapas: 
 Disparo: É a transição da fase expiratória para a inspiratória. Ocorre pela 
abertura da válvula de fluxo e fechamento da válvula de exalação. 
 Fase inspiratória: Fornecimento do fluxo inspiratório pelo ventilador ao 
paciente, pressurizando o sistema respiratório. 
 Ciclagem: É a transição da fase inspiratória para a expiratória. Ocorre, 
então, fechamento da válvula de fluxo e abertura da de exalação. 
 Fase expiratória: A pressão positiva no sistema respiratório será 
equilibrada com a atmosférica (ou com a pressão expiratória final ajustada 
– PEEP), com a exalação progressiva do volume corrente previamente 
recebido. 
 
Ventilação controlada a pressão X volume 
 Quando se ventila por VOLUME, este é constante e a pressão é variável, e 
quando opta-se por ventilar a PRESSÃO ela se mantêm constante enquanto o 
volume varia, sendo que cada forma tem suas vantagens e desvantagens. A 
escolha irá depender da avaliação do paciente e da sua resposta. 
 As crianças geralmente são ventiladas a pressão pelo fato desse modo 
evitar a fuga excessiva de ar que ocorre pela ausência do cuff na via aérea 
artificial. 
 
Modos Ventilatórios 
 Controlado: Utilizado em pacientes apnéicos por alguma condição clínica 
como anestesia, uso de drogas sedativas ou agentes paralíticos. Nesse 
modo, todos os ciclos são fornecidos pelo ventilador eliminando o trabalho 
respiratório e proporcionando o completo controle sobre a ventilação. 
Quando utilizado por longo período causa fraqueza muscular e atrofia. 
 Assistido-controlado: É uma modalidade de ventilação na qual os ciclos 
mandatórios são fornecidos a uma FR, pressão (ou volume), fluxo e tempo 
pré-estabelecidos, porém o paciente pode desencadear uma resposta 
 
 
 
entre as respirações desencadeadas pelo aparelho, com os mesmos 
parâmetros pré-estabelecidos. Esse modo garante, portanto, que um nível 
seguro mínimo de ventilação seja atingido. 
 Ventilação Mandatória Intermitente Sincronizada-SIMV: Nesse modo os 
pacientes respiram espontaneamente entre respirações obrigatórias da 
máquina. Pode ser associado com pressão de suporte. 
 Pressão de Suporte: Ajuda a ventilação espontânea iniciada pelo paciente 
por meio de uma pressão inspiratória pré-determinada e constante. Essa 
pressão é iniciada depois que o ventilador “sente” a deflexão e finalizada 
quando o fluxo inspiratório atinge valor crítico (25% do fluxo inspiratório). 
Essa modalidade oferece treinamento gradual aos músculos inspiratórios, 
ao mesmo tempo em que previne a atrofia e evita fadiga muscular por 
sobrecarga de trabalho. 
 
Parâmetros Ventilatórios Básicos 
 
 Volume corrente (VT): O volume corrente deve ser ajustado de 6 a 8 
ml/kg conforme peso ideal (peso previsto para o paciente, e não o peso 
real). Não usar volume corrente em excesso devido risco de volumotrauma. 
 Fração inspirada de oxigênio (FiO2): deve ser a suficiente para manter a 
SPO2 >90%. Estar atento para a toxicidade do oxigênio quando usado em 
excesso e com pacientes DPOC. 
 Frequência Respiratória (FR): irá depender do modo ventilatório que o 
paciente se encontra, porém inicialmente deve ser mantida de 12 a 20 rpm 
para pacientes estáveis. 
 Pressão expiratória final positiva (PEEP): é uma pressão positiva que 
impede o colabamento dos pulmões e possui valor fisiológico de 5 cmH20. 
Cuidar com PEEP alta devido repercussão hemodinâmica. 
 
Outros parâmetros que podem ser programados são: a pressão controlada 
(quando o paciente estiver ventilado à pressão, que deve ser ajustada até que se 
alcançe o volume corrente esperado), o fluxo inspiratório e a sua curva (de 
preferência usar onda quadrada e manter o fluxo entre 40 e 60), a relação 
inspiração:expiração (I:E, que deve ser o mais fisiológica possível conforme as 
necessidades do paciente), a sensibilidade (pode ser a fluxo ou pressão, 
determina o esforço necessário que o paciente realize para disparar o ciclo 
ventilatório, recomenda-se iniciar em 3.0), a pressão de suporte (refere-se a uma 
pressão dada para “ajudar” o paciente, inicia-se em 15 e se ajusta conforme a 
necessidade do paciente). 
Após iniciado a VM, para os ajustes ventilatórios é necessária a análise da 
gasometria diária do paciente. Em resumo, correções de pH e PCO2 se 
corrigem com freqüência respiratória e volume corrente; e correções de 
PaO2 se corrige primeiramente com FiO2 e se necessário, com PEEP. 
 
Alguns cuidados devem ser tomados para evitar complicações com pacientes 
em VM: monitorização diária, troca do filtro conforme prazo de validade 
 
 
 
estabelecido, evitar troca e manipulação do circuito, evitar desconexão do 
paciente, usar sistema de aspiração fechado quando necessário, realizar 
adequada higiene oral e brônquica e dar preferência para posicionamento com 
cabeceira elevada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADMITINDO UM PACIENTE/ Iniciando a ventilação mecânica 
 
 
 
 Montagem do ventilador 
 (válvulas, circuito e filtro) 
 
 
 
 
 Escolher entre ventilar a VOLUME ou PRESSÃO 
 (preferencialmente optar por volume – VCV, p/a criança usar pressão) 
 
 
 Escolher o modo ventilatório: 
 A/C para paciente sedado 
 
 Parâmetros iniciais 
 VC 400 ml, Fio2 60%, FR 16, PEEP 5 
 
 
Monitorar o paciente e observar curvas de ventilação. Avaliar SPO2 e 
necessidade de aumentar Fio2. 
Coletar gasometria e ajustar VC conforme peso predito. 
 
Quando optado por ventilar a pressão: 
Iniciar com P controlada de 15 e observar o VC realizado para ajuste (6 a 8 ml/kg), 
 TI de 1:2 e manter demais parâmetros da ventilação a volume 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PASSO A PASSO - MONTAGEM DO VENTILADOR MECÂNICO 
 
1 – Conectar as válvulas de saída de oxigênio e ar comprimido do ventilador ao 
manômetro de pressão verde e amarelo da parede, regulando a pressão entre 3- 4 
 
2 – Montar o circuito (kit de traqueia para respirador encontrado na CME) 
(ramo inspiratório e expiratório, copo coletor, Y e sensor) 
 
3 – Conectar o sensor na pressão proximal e os ramos do circuito na lateral do 
ventilador 
 
 
4 - Ligar o ventilador na tomada e iniciar o aparelho (botão atrás do ventilador). 
Conectar um filtro HME entre a via aérea artificial do paciente e o circuito de 
ventilação. Programar o ventilador e testar com uma luva.

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