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TEORIAS DA EDUCAÇÃO

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1 
 
 
 
 
TEORIA DA 
EDUCAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
Rita de Cássia Marques Costa 
Marcos Adriano Barbosa de Novaes 
Sonia Maria Henrique Pereira da Fonseca 
 
 
 
 
 
TEORIAS DA 
EDUCAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
1ª Edição 
Sobral/2017 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Sumário 
Apresentação do Professor 
Sobre o autor 
Trocando ideias com os autores 
Problematizando 
 
Unidade de Estudo I: A História e o pensamento pedagógico 
Uma cronologia das ideais dos pensadores: Evolução da Educação versus 
Evolução da Sociedade. 
O Pensamento Pedagógico Oriental: Lao – Tsé e Talmude 
O Pensamento Greco: Sócrates, Platão e Aristóteles 
O Pensamento Romano 
Principais Educadores Romanos 
Pensamento Medieval 
Pensamento Renascentista 
Pensamento Moderno 
Pensamento Iluminista 
Pensamento Positivista 
Pensamento Socialista 
O Pensamento Escolanovista (A Escola Nova) 
O Pensamento Antiautoritário 
O Pensamento Crítico 
 
Unidade de Estudo II: O Pensamento Pedagógico do terceiro mundo: 
novas possibilidades na educação 
 
6 
 
O Pensamento Pedagógico Brasileiro 
A Educação Permanente 
 
Unidade de Estudo III: A Pluralidade dos modos de conhecimento: 
Democratizando a ciência 
Unidade de Estudo IV: Uma análise sobre as Teorias da Educação 
Conceituando as Teorias da Educação 
 
Espaço formativo no contexto da Educação contemporânea 
 
O surgimento da pedagogia 
 
Pontos de destaque 
Tendências Pedagógicas 
Abordagem Tradicional 
Abordagem Comportamentalista 
 
Abordagem Humanista 
 
Abordagem Cognitivista 
 
Abordagem Sociocultural 
 
Síntese: as concepções e Tendências da Educação 
 
Unidade de Estudo V: A interface entre as Teorias Modernas, 
Contemporâneas e Pós-Modernas 
A Pedagogia e suas exigências em o mundo de mudanças. 
Teorias Pedagógicas Modernas e Pós-Modernas 
O contexto “Pós- Moderno” e os impactos na Educação 
Um esboço das teorias e correntes pedagógicas contemporâneas 
A corrente racional-tecnológica 
A corrente neocognitivista 
 
7 
 
Teorias Sociocríticas 
Correntes “holísticas” 
Correntes “Pós-Modernas” 
 
Explicando melhor com a pesquisa 
Leitura Obrigatória 
Pesquisando na Internet 
Saiba mais 
Vendo com os olhos de ver 
Revisando 
 Autoavaliação 
Bibliografia 
Bibliografia Web 
Vídeos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Apresentação do Professor 
 
Olá, sejam bem-vindos! 
 
A Teoria da Educação abrange as concepções dos espaços formativos 
que permeiam o cotidiano de nossas escolas. No cenário educacional vem se 
fazendo confusão entre os termos “ciências da educação” e “Pedagogia”. Mas 
do ponto de vista epistemológicos são diferentes. Cabanas (2002) diz o que 
chamamos de “Teoria da Educação” é a “Pedagogia” enquanto ciência. 
Como a educação tem sido por algum tempo centrada no professor 
denominada educação tradicionalista, houve a necessidade de uma pedagogia 
nova, capaz de tornar a prática da educação mais dinâmica e eficaz, trazendo 
a exigência de maior sistematização de conhecimento, esboçando uma nova 
maneira de interpretar a educação. 
Este material irá trazer variados pensamentos pedagógicos do primeiro e 
terceiro mundo bem como suas teorias e as possibilidades na Educação, você 
terá uma visão sobre a pluralidade educacional na atualidade, realizando uma 
análise comparativa entre a modernidade e pós-modernidade no aspecto 
democrático da ciência. 
A disciplina propiciará a você um aprendizado prazeroso; nela serão 
abordados temas relacionados ao conhecimento e às formulações das teorias 
construídas em diversas épocas históricas. 
Abordaremos as Teorias da Educação, analisando e conceituando os 
diversos pensamentos de autores que participaram e contribuíram para o 
formato da educação no país. 
Você terá a oportunidade de estudar sobre as tendências pedagógicas e 
seus pressupostos de aprendizagem. Para tanto, devemos revelar a 
multidimensionalidade que envolve o fenômeno educativo, as diversas 
abordagens e tendências pedagógicas. 
 
10 
 
Este material lhe mostrará os estudos em Pedagogia na modernidade, e 
você entenderá como os fatores socioculturais e institucionais se desenvolvem 
nos processos de crescimento e de transformação dos indivíduos. E em que 
condições esse sujeito aprende melhor nessa atualidade rica em contradições 
socioeconômicas. 
Os autores fundamentais para a realização desse estudo sobre docência 
e conhecimento foram: Luckesi (1983), Saviani (1985); a partir dos diversos 
estudos que avaliam e conferem as abordagens do processo de ensino e 
aprendizagem, podemos enfatizar os trabalhos de Bordenave (1984), Libâneo 
(1982), Saviani (1984) e Mizukami (1986). 
 
Os autores! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vídeo de apresentação da disciplina: https://vimeo.com/288623297
 
11 
 
Sobre o autor 
 
Rita de Cássia Marques Costa, mestre em Educação 
Brasileira, na linha de Movimentos Sociais, Educação Popular 
e Escola, no Eixo de Estudos Sócio-antropológicos e Políticos 
da Educação, pela Universidade Federal do Ceará-UFC 
(2009). Graduada em Pedagogia pela UVA/ Sobral - (2004). 
Com experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Popular e 
Extensão Rural, Extensão Social, Educação Ambiental, Desenvolvimento 
Sustentável, Mobilização Social, Educação e Saúde. Atualmente, está como 
Assessora Pedagógica da Pró-diretoria de Ensino e Graduação, Coordenadora 
do SEAD-PRODEG e Presidente da CPA do Centro Universitário – UNINTA. 
 
Marcos Adriano Barbosa de Novaes, mestre em Educação 
e Ensino pelo Mestrado Acadêmico da Universidade Estadual 
do Ceará (MAIE/FAFIDAM/FECLESC), possui graduação em 
Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) 
(2013), especialista em Gestão de organizações Sociais. Tem 
experiência na área de Educação, com ênfase em Política Educacional, 
atuando principalmente nos seguintes temas: Reforma do Estado e da 
Educação, Democratização, Educação Superior. 
 
 
Sonia Maria Henrique Pereira da Fonseca, Mestre em Ciências 
da Educação pela Universidade Lusófona de Humanidades e 
Tecnologias-ULHT. Especialista em Ciências da Educação. 
Especialista em Educação a Distância. Graduação em Pedagogia 
pela Universidade Estadual do Ceará-UECE. Atualmente atua 
como Coordenadora Pedagógica da Proedu do Centro Universitário – UNINTA. 
 
 
12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
Ambientação à disciplina 
 
Caro estudante, 
Vamos conhecer a disciplina Teoria da Educação I, para que 
você possa compreender melhor os caminhos que irão percorrer para 
aprimoramento dessa disciplina. Apresentar através dos períodos 
históricos e suas tendências considerando as condições sócio -políticas 
de cada época nos países desenvolvidos. 
O estudo sobre as Teorias da Educação exige em um primeiro 
momento o entendimento sobre o que é a teoria da educação. 
 
O fato é que temos aquelas teorias que entendem ser a educação um 
aparelho de alinhamento social, de superação dos problemas da sociedade. 
Podemos iniciar o estudo compreendendoa sociedade e a educação 
brasileira a partir do pensamento de Anísio Teixeira. Ele teceu sua 
compreensão da sociedade e da educação no Brasil, no movimento que ficou 
conhecido como Escola Nova que o colocou em contato com a cultura erudita. 
E em um constante diálogo com alguns dos maiores intelectuais brasileiros da 
época. Dedicou quase meio século de sua vida a pesquisa sobre a gestão de 
ensino. 
 Naquela ocasião sua vida pública foi movida, por um sonho de 
materializar um projeto de educação popular. Por este sonho Anísio Teixeira, 
estudou, escreveu, viajou com o intuito de conhecer outras experiências 
pedagógicas, debateu no Congresso e em associações diversas as suas 
propostas de uma educação para todos os brasileiros. 
Como as teorias da educação se posicionam perante o fenômeno da 
escolarização, em pleno século XXI, ainda, é fator determinante de exclusão 
social? 
 
14 
 
Não pretendia promover apenas uma campanha de ensinar a ler e a 
escrever, mas compreendia que era urgente promover educação para toda 
população para o trabalho em que o uso das artes escolares fosse 
indispensável, bem como para uma forma de governo que exigisse participação 
consciente, senso crítico, aptidão para julgar e para escolher. 
A crítica de Anísio Teixeira, por volta do ano de 1958, sobre a 
seletividade da escola no Brasil, torna-se motivo de reflexão sobre a realidade 
da educação atual e a sociedade contemporânea. Ainda, existe esta situação 
na sociedade atual? Para que possamos encontrar respostas é imprescindível 
se ter esperteza para perceber quais as ideias que estão subjacentes às 
Teorias da Educação na sociedade do século XXI. 
A intenção de começamos a partir da reflexão foi resgatar o 
pensamento de Anísio Teixeira que teve suas bases teóricas construídas a 
partir do pensamento de John Dewey. O pensador defendia que a concepção 
de democracia e de mudança social encontra-se situada na criança, mas 
especificamente na primeira infância. O que culminou na criação do termo 
pragmatismo. 
No final da década de 1930, Dewey, lembra aos educadores que a 
teoria social é um guia metodológico de investigação e de planejamento. Essa 
prática é o entendimento de múltiplos e simultâneos movimentos de reforma. 
Esse problema é essencialmente intelectual. Quando se trata de estruturas e 
de situações específicas de interação que exigem averiguações peculiares e 
que permita direcionar a nossa compreensão dos problemas, o resultado desse 
esforço reforça a ligação que há entre a democracia e o pensamento racional. 
Finalizando, as reflexões iniciais sobre o pensamento de Anísio 
Teixeira percebemos que as ideias de Dewey forneceram uma leitura da 
sociedade e da educação e que estas ideias estão ancoradas na própria 
categoria de reconstrução, isto, permitiu que o educador Anísio Teixeira 
constituísse sua síntese e entrasse no campo de crítica filosófica moderna. A 
partir do pensamento de Dewey, Anísio fez uma viagem no mundo de suas 
concepções para reintegrar o velho e o novo por meio de uma crítica capaz de 
distinguir, selecionar os elementos fundamentais do momento histórico vivido. 
 
15 
 
Por fim, queremos deixar um pensamento para servir de reflexão durante todos 
os estudos. 
 A conjuntura da educação contemporânea não é um problema dos que 
não têm o direito a educação, mas de todos, sobretudo dos próprios 
profissionais de educação como afirma o autor: “A pedagogia atua apenas 
sobre o humano. A ela interessa constituir aquele grupo humano com o qual 
qualquer projeto futuro pode contar.” (GONZAGA TEIXEIRA, 2000, p. 106). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
Trocando ideias com os autores 
 
Caro estudante, agora é o momento em que você vai trocar ideias com 
os autores das obras indicadas. 
 
Sugerimos que leiam a obra Saberes Docentes e Formação 
Profissional, de Maurice Tardif. O livro apresenta os saberes 
que fundamentam o trabalho do professor em sala de aula. 
 
 
 
TARDIF, Maurice. Saberes Docentes e Formação Profissional. 5ª edição. 
 
Sugerimos que leia a obra Professores e Professauros: 
reflexões sobre a sala de aula e as diversas práticas 
pedagógicas de Celso Antunes. Nesse livro Antunes critica e 
satiriza o conservadorismo que segundo ele impede uma 
educação com grandeza. Nos oferecendo sugestões de 
como os professores podem atuar em sala de aula visando 
uma aprendizagem consciente. 
 
ANTUNES, Celso. Professores e professauros: reflexões sobre a sala e 
práticas pedagógicas diversas. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2010. 
 
Guia de Estudo 
Após a leitura das obras, esquematize uma comparação entre o pensamento 
dos autores destacando as teses que eles defendem. 
 
 
17 
 
Problematizando 
 
 
A prática do professor em sala de aula é influenciada pela experiência de 
vida deste e pelo discurso pedagógico que ele constrói e utiliza na relação 
direta com o estudante para transmissão de saberes. 
Na didática e na comunicação direta com o educando, os educadores, 
perpassam também, as teorias do conhecimento, da história e da filosofia da 
educação combinado com a psicologia da educação. 
E você caro estudante, o que percebe em relação às Teorias da 
Educação? O ensino de hoje prepara o educando para o mundo? Como 
trabalhar os saberes no ambiente escolar? Será que existe possibilidade de 
desenvolver diálogo nos espaços escolares? E os discursos pedagógicos? 
Estamos usando esses discursos para provocar o processo de ensino e 
aprendizagem? 
 
Guia de Estudo 
Com base nos questionamentos acima, reflita e discuta com os seus 
colegas as questões apresentadas. Registre em um texto as opiniões expostas 
na discussão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
 
 
 
A História e o pensamento 
pedagógico 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
Uma cronologia das ideais dos pensadores: Evolução 
da Educação versus Evolução da Sociedade. 
 
Alguns autores aceitam que a reflexão filosófica auxilia na descoberta 
de antropologias, ideologias de sistemas educacionais, às inovações, às 
concepções e práticas pedagógicas. 
Acredita-se que a educação tem um grande papel no processo de 
humanização do homem e na transformação social. A teoria educacional visa à 
formação do homem absoluto. Através dos estudos teóricos dos grandes 
pensadores da educação podemos entender e enfrentar as possibilidades e os 
limites educacionais. Segue agora, a explicação dos mais variados e ricos 
pensamentos pedagógicos para estudo. 
 
O Pensamento Pedagógico Oriental: Lao – Tsé e 
Talmude 
A prática pedagógica vem antes ao pensamento pedagógico. Este por 
sua vez nasceu com a meditação sobre a prática educativa, no intuito de 
sistematizá-la e organizá-la para seus fins educativos. O oriente garantiu os 
valores da memória, não-violência, da reflexão. Ligou-se a religião na qual 
enfatizamos: taoísmo, budismo, hinduísmo, judaísmo. 
A educação primitiva era prática, assinalada por rituais de iniciação e 
baseada pela visão animista, na qual as coisas tinham alma idêntica a do 
homem. A educação era natural, não-intencional, aprimorada na oralidade e 
restringida ao presente próximo. Outra visão é o totemismo religioso, 
compreensão de mundo que toma qualquer ser, homem, animal, planta como 
divino e criador do grupo. A este ajuntamento social chamamos declã. O 
princípio pedagógico mais antigo foi o taoísmo, que foi uma condição de 
panteísmo, cujos princípios são abalizados em vida saudável, tranquila, 
sossegada, quieta. “Baseando-se no taoísmo, CONFUCIO (551-479 a.C) criou 
 
22 
 
o aparelho moral que acirrava a tradição e o culto aos mortos” (GADOTTI, 
2005,p.22). 
A primeira filosofia de vida: A partir daí, o confucionismo modificou-
se em religião do Estado até a Revolução Cultural, originada na China por Mao 
Tsé-Tung, no século XX. O domínio dos pais sobre os filhos era indefinido, o 
pai representava o próprio imperador em sua casa. Criou-se um sistema de 
ensino dogmatizado e memorizado, acabou por fossilizar a inteligência e a 
criatividade. A educação chinesa tradicional visava à cópia de hierarquias, 
sujeição e submissão ao poder dos mandarins. 
Ainda, nos dias de hoje, existe uma intenção em resgatar a essência 
do taoísmo, que é a procura da harmonia e do equilíbrio nesse tempo de 
desordem e de desumanização. 
A educação hinduísta também amparava a contemplação e a 
imitação das castas - classes hereditárias, acirrando o espírito e repudiando o 
corpo. Os párias e as mulheres não tinham direito a educação. Os egípcios 
foram os primeiros a ter consciência da importância da arte de ensinar e foram 
eles os autores do uso de bibliotecas. Criaram casa de instrução, leitura e 
escrita, história dos cultos, astronomia, música e medicina. 
Mas foram os hebreus que mais mantiveram as informações sobre a 
história, por isso que herdaram ao mundo um conjunto de princípios e tradições 
que ainda hoje são adotados. A educação hebraica era rigorosa, desde a 
infância, pregava medo a Deus e submissão aos pais. O método era 
aprimorado na repetição e revisão do catecismo. A cultura ocidental foi 
influenciada pelos métodos dos hebreus. 
Nesse contexto, a educação primitiva ocorreu com características 
parecidas, conforme Gadotti, assinalada pela tradição de culto aos velhos, 
“Esse tradicionalismo pedagógico, foi guiado por tendências religiosas 
diferentes: o panteísmo do extremo oriente, o teocratismo hebreu, o misticismo 
hindu, o magicismo babilônico” ( 2005, p. 22). 
Essas doutrinas se estruturaram e desenvolveram em função da 
sociedade de classes, e a escola como instituição formal, surgiu como resposta 
 
23 
 
à divisão social do trabalho e ao nascimento do Estado, da família e da 
propriedade privada. Com a divisão social do trabalho, onde muitos trabalham 
e poucos se favoreceram do trabalho de muitos, brotam as particularidades: 
funcionários, sacerdotes, médicos, magos... E a escola passa a não ser mais a 
aldeia e a vida, funcionando como um lugar especializado onde uns aprendem 
e outros ensinam. 
A escola que temos hoje apareceu com a hierarquização e a 
desigualdade econômica, e a história da educação constituiu-se desse 
alongamento da história das desigualdades econômicas. Nesse sentido o 
sistema educacional é resultado de um processo histórico, que tem em seu 
cerne as relações sociais e de produção, que organizaram e organizam a 
sociedade em grupos econômicos caracterizados e, ainda mais, estabelece 
uma relação entre classes sociais antagônicas. Dessa maneira, o sistema 
educacional concretizou-se a partir do momento em que a sociedade se 
estruturou em classes sociais antagônicas, com o fim da chamada sociedade 
primitiva. 
Os interesses e as necessidades da classe social dominante passaram 
a delimitar o campo da Educação na medida em que passou a servir para a 
dominação social de poucos sobre muitos, “Existe entre povos que submetem 
e dominam outros povos, usando a educação como recurso a mais de sua 
dominância [...]” (BRANDÃO, 2007, p.10). Analisando a origem da escola 
enquanto instituição, notamos que, ela surge a partir do fato de que a 
dominação militar e política não surtiam mais os efeitos desejados em uma 
sociedade, que se tornava cada vez mais complexa e multifacetada. Nesse 
contexto a escola serve como um aparato de dominação ideológica e 
intelectual. 
 A educação primitiva tinha atitude solidária, era unitária e integral, 
única e igual para todos. Com a divisão social do trabalho surge à 
desigualdade das educações: uma para exploradores e outra para explorados, 
reprimidos e explorados. 
 
 
24 
 
[...] A necessidade de se apropriar da atividade intelectual e das 
técnicas refinadas de produção passou a compor o rol da divisão 
social do trabalho e, neste sentido, a classe dominante passou a 
compreender a Educação como elemento fundamental para a 
manutenção da desigualdade social, uma vez que os conhecimentos 
científicos e tecnológicos passaram a ser compreendidos como, cada 
vez mais necessários para o desenvolvimento do sistema produtivo 
(SOARES, 2004; TONET, 2005 apud GUIZO; EUSÉBIOS FILHO 
2005). 
 
 
Então a educação sistemática segundo Guzzo; Euzebios Filho (2005) 
acaba assumindo como função primordial a manutenção, alienação e promove 
a alienação social do trabalho, uma vez que a escola serve como espaço 
estratégico de convivência social, que tem em seu cerne a reprodução da 
dinâmica da sociedade capitalista e conferindo um saber dogmatizado a partir 
de um ser elevado e todo-poderoso, causando medo e terror. 
A educação hebraica, o que prevalecia nessa educação era o 
idealismo religioso, onde os estudos fundamentavam-se na Bíblia. Todas as 
matérias estudadas se pautavam com textos bíblicos e das normas morais. O 
principal manual era a Tora, também chamada de Pentateuco, porque 
acumulava os cinco livros de Moisés. Este por sua vez, era um homem 
religioso e líder do êxodo do Egito, que exerceu influência na mentalidade 
judaica. 
Quanto ao ensino, era oral e repetitivo por meio do estudo do 
Talmude, outro livro sagrado de princípio judaico, dirigido no século II, 
representando o código religioso e civil dos judeus, que não acolhiam Cristo. 
Para o Talmude, a criança deve ser castigada com uma mão e acarinhada por 
outra, já a Bíblia dizia que a vara, a recriminação e a punição dão sabedoria a 
criança. 
 
 
 
 
 
 
25 
 
O Pensamento Pedagógico Greco: Sócrates, Platão e 
Aristóteles 
 
 A Grécia foi lugar de origem da cultura, da civilização e da educação 
ocidental devido sua conjuntura geográfica que provocava o comércio, por ter 
uma sociedade estratificada e amparada por colônias. Os gregos tinham visão 
universal. Ser um homem livre para eles significava não ter inquietações 
materiais ou com o comércio e a guerra. Atividades privadas às classes sociais 
inferiores. 
O caráter de classe de educação grega surgia na reclamação de que o 
ensino excitasse a competição, para afirmar a elevação militar sobre as classes 
domadas e as regiões tomadas. O homem bem educado careceria ser capaz 
de comandar e ser correspondido (GADOTTI, 2005). Só entre os gregos livres 
que existiam diálogo e liberdade de ensino. 
 
A Paideia é um termo do grego antigo, empregado para sintetizar a 
noção de educação na sociedade grega clássica. A palavra é derivada de 
paidos (paidós) = criança, significa criação dos meninos, referindo-se à 
educação familiar pautada nos bons modos e princípios morais. 
 
A paideia é o modelo ideal de educação da Grécia clássica, com o 
passar do tempo esse modelo passou designar o resultado do processo 
educativo que acompanha o ser humano por toda vida, indo além dos muros 
escolares. Nos dias atuais esse ideário é exercido praticamente todo o mundo, 
como um perfeito entendimento de formação social do ser humano. O dia a dia 
do educando baseado no modelo de educação da paideia era organizada de 
forma que a rotina do aluno era respeitar os preceitos da paideia,como: 
 
 Acordar logo ao amanhecer, e com a ajuda do pedagogo, o 
jovem lavava-se e vestia-se; 
 
26 
 
 Refeição matinal e logo após, ida à palestra, para as aulas de 
música e ginástica; 
 Banho e regresso à casa para o almoço; 
 Retorno à palestra à tarde, para lições de leitura e escrita; 
 Ida para casa, sempre na companhia do pedagogo; estudo das 
lições, trabalhos de casa, jantar e enfim repouso. 
 Não havia finais de semana ou férias, exceto pelos festivais 
religiosos ou cívicos; 
 
Nesse sentido a Paideia concebeu um ideal mais adiantado de 
educação da antiguidade. Uma educação integral, que advinha na conexão 
entre cultura e sociedade e a criação individual. Criaram uma pedagogia de 
ação individual, de convívio social e político. Os gregos obtiveram a fusão entre 
educação e cultura, dando valor a arte, literatura, ciências e filosofia. 
A formação de homem integral acontecia na formação do corpo pela 
ginástica, na mente pela filosofia e ciências, na moral e sentimentos pela 
música e pelas artes. A cultura Grega foi responsável pelo surgimento da 
cultura, da civilização e da educação Ocidental. A educação era reservada aos 
homens livres, que exigia que o ensino os preparasse para competição, 
estimulassem virtudes guerreiras que serviria para assegurar a superioridade 
militar sobre as classes submetidas e as regiões conquistadas. 
 
Nessa educação o homem era formado para ser capaz de mandar e 
fazer-se obedecer. Vale ressaltar que nem todos tinham acesso a esse modelo 
de educação, essa educação era destinada apenas aos gregos livre. 
 
Buscava-se ofertar uma educação integral, capaz de integrar cultura e 
sociedade, pautada numa pedagogia da eficiência individual, simultaneamente 
da liberdade e de convivência social e política. A relação paralela entre 
educação e a cultura, possibilitava a valorização da arte, da literatura, da 
ciência e da filosofia, que consistia na formação do corpo pela ginástica, da 
mente pela filosofia e pela ciência e na da moral e dos sentimentos pela música 
e pelas artes. 
 
27 
 
Houve desacordos entre a educação espartana e a ateniense; entre os 
espartanos preponderava a ginástica e a educação moral domada ao poder do 
Estado. Já os atenienses, mesmo dando valor ao esporte, ofereceram mais 
atenção à elaboração teórica para o exercício da política. Platão chegou a 
dispor um currículo para seus alunos se tornarem reis, ele mesmo queria ser 
rei. 
O mundo grego foi rico em intenções pedagógicas: Pitágoras estudou a 
matemática e sua afinidade com o universo; Sócrates dedicou-se a retórica e 
na linguagem; Xenofontes foi a primeira a refletir a educação para mulheres, 
apesar de restrita a conhecimentos caseiros e de importância do esposo. Partia 
da imaginação da decência humana, segundo ensinou Sócrates. Os três, 
Sócrates, Platão e Aristóteles desempenharam grandes influências ao mundo 
grego. 
Os gregos eram educados através de textos de Homero, o modelo 
homérico de educação era pautado na preparação de pessoas destinadas ao 
heroísmo, para a defesa e honra da pátria da qual faziam parte, nesse modelo 
ganhava importância a busca do belo, do honrado e da reputação que 
ensinavam virtudes guerreiras, cavalheirismo, amor à glória, à honra, à força e 
a valentia. Ensinavam a superioridade e por isso imitavam os heróis. Essa 
educação totalitária sacrificava em Esparta, todos os interesses aos interesses 
do Estado. 
O Humanismo ateniense pautava-se na superioridade de outros 
valores, as contestações eram intelectuais, nas quais procuravam o 
conhecimento da verdade, do belo e do bem. Platão imaginava com uma 
República democrática, e pra ele a educação apresentava papel principal. 
Amparava uma educação municipal para evitar as pretensões totalitárias, e 
então o ensino seria controlado mais próximo da comunidade. Para ele, todo 
ensino deveria ser público. O ideal da cultura aristocrática grega não abarcava 
a formação para o trabalho, o espírito deveria continuar livre para criar. 
Platão defendia que conhecer é lembrar, e que o homem, ao encontrar 
o objeto do saber, tem condições de reconhecê-lo, uma vez que ele já está 
impresso em sua alma. Platão preconizava uma formação básica consistente, a 
 
28 
 
qual gradualmente vai atingindo estágios mais elevados, até resultar em 
pesquisas filosóficas, a esta etapa só chegariam os seres particularmente 
talentosos. 
 
Platão denomina esta fase de educação preparatória, onde os 
educandos possuem condições de aperfeiçoar de maneira harmoniosa o 
espírito e o corpo. Para ele o ensino deveria ser função do Estado e não de 
instituições privadas. Os educadores teriam que ser escolhidos por Atenas e 
supervisionados por cidadãos que possuíssem poderes judiciais, nomeados 
para atuar na campo educacional. Ele ainda projetava um modelo pedagógico 
igual para homens e mulheres até que eles completassem seis anos de idade. 
Daí em diante estes aprendizes seriam divididos em classes e professores 
distintos. 
A educação do cidadão, para o filósofo, teria uma duração de 50 anos, 
organizados em cinco períodos: 
 Dos 3 aos 6 anos: Prática do pentatlo (Nome coletivo de cinco 
exercícios que constituíam os jogos da Grécia, em que entravam os 
atletas: salto, carreira, luta, pugilato e disco. Dança e música para 
ambos os sexos); 
 
 Dos 7 aos 13 anos: Introdução paulatina da cultura intelectual e 
acentuação dos exercícios físicos. A partir dos 10 anos, aprendizagem 
da leitura e escrita e cálculo por processos práticos. Afasta-se assim dos 
costumes atenienses que começavam a educação intelectual antes dos 
10 anos; 
 
 Dos 13 aos 16 anos: Período da educação musical. O programa é 
dividido em duas secções: uma literária, compreendendo gramática e 
aritmética; outra musical, compreendendo poesia e música. Ensina-se a 
tocar a cítara e prefere-se a música dórica, enérgica e viril; 
 
 
29 
 
 Dos 17 aos 20 anos: Período da educação militar. Os jovens deverão 
adquirir resistência e uma saúde a toda a prova. Será preciso 
harmonizar a música à ginástica, faziam-se os homens ferozes. 
Somente com a música, produzir-se-iam os afeminados; 
 
 Dos 21 anos em diante: Apenas os jovens mais capazes devem 
continuar a educação já com carácter superior e baseada na Matemática 
e Filosofia. Entre eles, selecionam-se os futuros governantes, 
prosseguindo sua educação até os 50 anos. 
Essa educação pode ser distribuída da seguinte forma: 
 Dos 21 aos 30 anos: estuda-se com profundidade: Aritmética, 
Geometria e Astronomia; 
 Dos 31 aos 35 anos: predomínio da formação filosófica e dialética, 
sem prejuízo dos estudos matemáticos; 
 Dos 35 aos 50 anos: O magistrado será incumbido de uma função 
pública e empregará os seus talentos para a prosperidade do Estado. 
Ninguém será admitido ao governo, antes dos 50 anos de idade. 
 
Dessa maneira os educandos prosseguiam, passando em um estágio 
adiantado, por diversas disciplinas como Ciências Matemática, Astronomia, 
entre outras disciplinas, até completar os cinquenta anos, o ápice dessa 
formação era alcançado com o resgate do conceito eterno e puro do bem, 
quando estaria preparado para exercer a gestão do estado, fazendo parte do 
restrito círculo dos governantes, formado tão somente por filósofos. 
 
Sócrates, filósofo grego nascido em Atenas, foi considerado o mais 
espantoso fenômeno pedagógico da história ocidental. Acreditava que o 
autoconhecimento é o inicio da abertura do verdadeiro saber. Defensor de um 
diálogo vivo e amigo com seus discípulos. 
Sócrates realizou uma reviravolta na história humana. A filosofia se 
preocupavaem explicar o mundo com base na observação das forças da 
natureza. Com Sócrates, o ser humano voltou-se para si mesmo. Ele se 
 
30 
 
preocupou em levar as pessoas, por meio do autoconhecimento, à sabedoria e 
à prática do bem. 
 
Para Sócrates o homem é concebido como um composto de dois princípios, 
alma (ou espírito) e corpo. De seu pensamento surgiram duas vertentes da 
filosofia que, em linhas gerais, podem ser consideradas como as grandes 
tendências do pensamento ocidental. Uma é a idealista, 
que partiu de Platão (427-347 a.C.), seguidor de 
Sócrates. Ao distinguir o mundo concreto do mundo das 
ideias, deu a estes status de realidade; e a outra é a 
realista, partindo de Aristóteles (384-322 a.C.), que 
submeteu as ideias, às quais se chega pelo espírito, ao 
mundo real. 
 
Sócrates buscava o ensino pelo diálogo, defendia o diálogo como 
método de educação, considerava muito importante o contato direto com os 
interlocutores. Para Sócrates, ninguém adquire a capacidade de conduzir-se, e 
muito menos de conduzir os demais, se não possuir a capacidade de 
autodomínio. Para Sócrates o papel do educador é ajudar o discípulo a 
caminhar nesse sentido, despertando sua cooperação para que ele consiga por 
si próprio "iluminar" sua inteligência e sua consciência. 
 
Assim, o verdadeiro mestre não é um provedor de conhecimentos, mas 
alguém que desperta os espíritos. Ele deve, segundo Sócrates, admitir a 
reciprocidade ao exercer sua função iluminadora, permitindo que os alunos 
contestem seus argumentos da mesma forma que contesta os argumentos dos 
alunos. Para o filósofo, só a troca de ideais dá liberdade ao pensamento e a 
sua expressão - condições imprescindíveis para o aperfeiçoamento do ser 
humano. 
 
Aristóteles, discípulo de Platão, fixou de maneira realista que as ideias 
estão nas coisas, como sua própria essência. Foi realista em sua intuição 
educacional, e defendeu três fatores principais que originaram o 
 
31 
 
desenvolvimento espiritual do homem; disposição inata, hábito e ensino. Logo, 
mostrou-se adepto a medidas educacionais condicionantes. 
. 
Aristóteles acreditava que a educação era o caminho para uma vida 
pública, cabendo a ela a formação do caráter do aluno. Via virtude como modo 
de educar para viver bem prazerosamente. Tinha o Estado como o único 
responsável pelo ensino. Defendia a ideia de que a criança aprende com o ato 
de imitar os bons hábitos do adulto. Para ele o ser humano só será feliz se der 
sua melhor contribuição ao mundo, se desfrutar suas condições necessárias 
para desenvolver os talentos. 
 
A virtude, para Aristóteles, é uma prática e não um dado da natureza 
de cada um, tampouco o mero conhecimento do que é virtuoso, como para 
Platão. Para ser praticada constantemente, a virtude precisa se tornar um 
hábito. Embora não se conheça nenhum estudo de Aristóteles sobre o assunto, 
é possível concluir que o hábito da virtude deve ser adquirido na escola. 
 
Abaixo acompanhe um quadro resumo sobre os principais educadores 
gregos: 
EDUCADOR PRESSUPOSTO MÉTODO 
SÓCRATES Autoconhecimento do 
educando. 
Diálogo crítico, dividido 
em duas etapas: ironia e 
maiêutica. 
PLATÃO Elevação do “espírito” 
do educando. 
Dialético a partir de 
etapas precisas para o 
processo educacional. 
ARISTÓTELES Hábitos virtuosos e 
orientação racional para 
os alunos. 
Lógico, partindo da 
percepção do objeto, 
memorização do 
percebido e inter-relação 
entre os mesmos. 
 
 
32 
 
O Pensamento Pedagógico Romano 
A sociedade romana era misturada de grandes proprietários, os 
patrícios que abarcavam o poder e de plebeus, pequenos proprietários, que 
mesmo sendo livres eram eliminados do poder. Já os escravos não tinham 
ensino e eram tratados como objetos. Na ocasião de ouro do império, existiu 
um sistema de educação com três graus clássicos de ensino: as escolas de 
ludi-magister que forneciam a educação principal; as escolas do gramático, que 
hoje são as mesmas do ensino secundário; e os estabelecimentos da 
educação superior, que estreavam com a retórica e seguida do Direito e 
Filosofia, se fundavam em uma condição de Universidade. 
Aos poucos a classe aristocrática foi abdicando lugar para 
comerciantes e pequenos artesãos e para uma pequena classe de burocratas, 
e daí careceu de escolas que preparassem administradores. 
Pela primeira vez na história, o estado assumiu diretamente a 
educação e formou seu quadro, treinando os supervisores-professores. Assim 
a educação romana abrange a ideia de se tornar utilitária e militarista 
constituída pela justiça e disciplina. Uma educação para a pátria, onde 
apreendia a paz só com vitórias e escravidão para os vencidos e aos rebeldes 
a pena capital. 
Os romanos não valorizavam o trabalho manual, seus estudos eram 
essencialmente humanistas. O que viria a ser humanistas? Roma desenvolveu 
a concepção de império formado de vários povos, sem discriminar os vencidos 
e ainda lhe dando o direito a cidadania romana, em troca do pagamento de 
impostos. 
 
Humanitas: é pensar uma cultura universalizada. Equivale à Paideia 
grega, distingue-se dela por se tratar de uma cultura predominantemente 
humanística e, sobretudo cosmopolita e universal, buscando aquilo que 
caracteriza o homem, em todos os tempos e lugares. É uma concepção que 
não se restringe ao ideal de homem sábio, mas se estende à formação do 
homem virtuoso, como ser moral, político e literário. 
 
33 
 
 
 As humanistas, dada na escola romana, seguia as seguintes fases: 
Ditado de um fragmento do texto, a título de exercício ortográfico; memorização 
do fragmento; tradução do verso em prosa e vice-versa; expressão de uma 
mesma ideia em diversas construções; análise das palavras nas frases; 
composição literária. 
 
Assim era instruída a elite romana. Enquanto os gregos e sua 
pedagogia enfatizavam a visão filosófica ou o predomínio da retórica, Roma, 
por sua vez, adotava uma postura mais gramática, voltada para o cotidiano, 
para a ação política. É o domínio da retórica sobre a filosofia. A agricultura, a 
guerra, a política constituía o programa que um romano nobre deveria realizar. 
Os escravos aprendiam as artes e os ofícios nas casas onde serviam. 
 
No apogeu do Império Romano, ou seja, no auge de suas conquistas, 
os enormes tentáculos do império necessitavam de escolas que viessem a 
preparar os futuros administradores. Quando os romanos impuseram o latim a 
numerosas províncias, o sistema educacional romano dividia-se em três graus: 
 
 Ludi-magister: educação elementar; 
 Gramático: que corresponde ao que hoje chamamos de ensino 
secundário; 
 A educação superior romana seria a retórica, o ensino do direito e da 
filosofia. 
 Direitos e deveres, eis o que ensinavam os romanos: 
 Direito do pai sobre o filho (pater potestas). No lar o pai infligia sobre 
os filhos, e nas escolas os castigos podiam ser severos, incluindo 
açoites; 
 Direito do marido sobre a esposa (manus); 
 Direito do senhor sobre os escravos (patestas dominica); 
 Direito do homem livre sobre um outro que a lei lhe dava por contrato 
ou por condenação judiciária (manus capare); 
 
34 
 
 Direito sobre a propriedade (dominiun). 
 
Todas as cidades e regiões conquistadas, apesar de se serem 
consideradas aliadas de Roma, eram submetidas aos mesmos hábitos e 
costumes, à mesma administração. Dessa forma os romanos conseguiram 
atingir um fenômeno, que é chamando por muitos autores, de “romanização”, 
obra que foi terminada pelo cristianismo. 
 
Roma teve vários teóricos da educação dentre os quais podemosdestacar: Catão, “o antigo” (234-149 a.C.): preconizava a formação do caráter, 
defendendo o retorno às raízes romanas, a tradição contra a influência 
helênica. 
 
Principais Educadores Romanos 
 
Marco Terêncio Varrão (116 - 27 a.C.): partidário de uma cultura 
romano-helênica, com base na “virtus” romana: pietas, honestitas, austeritas. 
Escreveu uma enciclopédia didática, onde discutia o ensino da gramática. 
Compôs sátiras, que viriam a orientar os jovens na “virtus”, com máximas 
edificantes. 
 
Marco Túlio Cícero (106 - 43 a.C.): ampliou o vocabulário latino, 
apoiado na experiência com o mundo grego e na erudição. Valorizou a 
fundamentação filosófica do discurso, tornando-se um dos mais claros 
representantes da humanitas romana. Compreendia que a educação integral 
do orador requer: cultura geral, formação jurídica, aprendizagem da 
argumentação filosófica, bem como o desenvolvimento de habilidades literárias 
e até teatrais, igualmente importante para o exercício da persuasão. Cícero 
será inclusive um dos principais modelos dos pedagogos para os 
renascentistas. Orador e político romano, nascido numa região próxima a 
Roma. Estudou literatura grega, literatura latina e retórica com os melhores 
mestres da época, aprofundou-se no estudo das leis e nas doutrinas filosóficas. 
 
35 
 
Valorizava a fundamentação teórica e filosófica do discurso, 
apaixonado defensor da educação integral, afirmava que o orador deveria ter 
erudição, conhecer a cultura geral, aprofundar-se na formação jurídica, na 
argumentação filosófica e, conhecer e desenvolver habilidades literárias e 
teatrais. Seus textos não se ocupam apenas da filosofia, mas também de 
temas sociais. 
 
Não só pela extensão, mas pela originalidade e variedade de sua obra, 
Cícero é considerado o maior dos escritores romanos e o que mais influenciou 
os oradores modernos, foi também, o mestre das letras mais completo de toda 
a Antiguidade Ocidental. 
 
Sêneca (por volta de 4 a.C. – 65): insiste na educação para a vida e 
para a individualidade. Concebe a filosofia como um instrumento capaz de 
orientar o homem para o bem viver. A filosofia teria a função de ensinar a 
verdadeira vida humana, que não se confunde com o gozo dos prazeres, 
voltada que está para o domínio das paixões, já que a felicidade consiste na 
tranquilidade da alma. Enfatizado a educação moral, dando menos importância 
à retórica, Sêneca parte da premissa que a educação deveria ser prática e 
vivificada pelo exemplo. 
 
 Plutarco (por volta de 46 – depois de 119): dava ênfase em uma 
educação que procurasse mostrar a biografia dos grandes homens, para que 
assim servissem de exemplos vivos de virtude e de caráter. Reconhece a 
importância da música e da beleza na educação. 
 
Marco Fábio Quintiliano (por volta de 35 – depois de 96): Foi um dos 
mais respeitado pedagogo romano. Defendia que o estudo devia dar-se num 
espaço de alegria (schola), onde o ensino da leitura e da escrita devia ser 
oferecido pelo mestre do brinquedo (ludi-magister), Marco Fábio peconizava: 
 
 Distancia-se da filosofia, preferindo os aspectos técnicos da educação, 
sobretudo da formação do orador; 
 
36 
 
 Valoriza a psicologia como instrumento para conhecer a individualidade 
do aluno; 
 Sugere para iniciação às letras, o ensino simultâneo da leitura e da 
escrita, criticando as formas vigentes por dificultar a aprendizagem; 
 Recomenda alternar trabalho e recreação para que a atividade escolar 
seja menos árdua e mais proveitosa; 
 Considera importante que a criança aprenda em grupo, por favorecer a 
competição, de natureza altamente saudável e estimulante; 
 Recomenda a prática dos exercícios físicos, realizada sem exageros; 
 Valoriza a busca da clareza, a correção, a elegância e os clássicos 
como Homero e Virgílio no estudo de gramática, reconhecendo os 
aspectos estético, espiritual e ético. 
 
Marco Fábio Quintiliano nasceu na Espanha. Estudou retórica com os 
maiores mestres de seu tempo e lecionou em Roma durante vinte anos. É 
considerado um dos pedagogos mais brilhantes do mundo antigo. Sua mais 
significativa obra foi “De institutione” oratória (escrita no ano de 95), publicada 
em 12 volumes, nessa obra, o autor apresentou diretrizes para a formação 
cultural dos romanos, desde a infância até a maturidade. 
 
Defendia muito a necessidade de dominar os aspectos técnicos da 
educação, sobretudo a formação do orador. Dizia que o ideal educacional da 
eloquência (falar com o público de maneira convincente) associada à sabedoria 
seria a fórmula perfeita para educar uma pessoa. 
 
Valorizava também a psicologia como instrumento para se conhecer a 
individualidade do aluno. Pelo que pudemos ver até então, Quintiliano, não se 
prendia apenas às discussões teóricas, pelo contrário, defendia o uso de 
técnicas de diversas ciências para a melhoria da educação. Por falar em 
melhoria educacional, um aspecto que não se pode esquecer é que ele 
também defendia o lúdico no processo ensino-aprendizagem, dizendo que 
intercalando recreação com as atividades didáticas, o ensino seria mais 
prazeroso. 
 
37 
 
Achava o estudo em grupo fundamental para o favorecimento da 
emulação (busca pelos melhores postos na escola e na sociedade) e no 
estímulo intelectual dos alunos. Incluiu na sua pedagogia exercícios físicos 
moderados. Por outro lado não se esqueceu da formação intelectual vigorosa, 
pois para ele, o estudo da gramática devia estimular nos alunos uma escrita 
clara e elegante. 
 
 O trabalho de Quintiliano atravessou as barreiras do tempo e das 
fronteiras, fazendo com que sua obra retornasse com vigor na época do 
Renascimento em diversos países de língua latina. 
 
O Pensamento Pedagógico Medieval 
Com o declínio do império romano e as invenções dos chamados 
bárbaros, foi abrigado o limite da influência da cultura Greco-romana. E a 
igreja cristã brota como uma nova força espiritual. 
Do ponto de vista pedagógico, Cristo havia sido um grande educador 
popular e bem sucedido. A sua pedagogia era para a vida, e sua linguagem 
erudita sabia tocar o povo mais humilde. 
A patrística é o nome dado à filosofia cristã dos primeiros sete séculos, 
elaborada pelos Padres da Igreja, que são os primeiros estudiosos da Escritura 
e os mais antigos testemunhos da fé da Igreja e da vida cristã. A ponte que une 
a Tradição Apostólica às gerações cristãs posteriores ocorreu no século I ao VII 
depois de Cristo, acordou a fé cristã com doutrinas greco-romanas e 
disseminou escolas catequéticas para todo império. E em seguida, surgiu a 
concentração do ensino por parte do Estado cristão. 
 
A partir de Constantino (século IV), o império seguiu o cristianismo 
como religião oficial e pela primeira vez, a escola tornou-se um aparelho 
ideológico do Estado. Na educação elementar, o intento da escola estava em 
instruir as massas camponesas, mantendo-as doces e resignadas, através das 
escolas paroquiais por sacerdotes. Na educação secundária, eram fornecidas 
 
38 
 
nas escolas monásticas, ou seja, conventos; e na educação superior, 
munidas nas escolas imperiais onde eram organizados os funcionários do 
império. 
 
Nos séculos VI e VII, forma-se o império árabe. Maomé funda a nova 
religião, o Islamismo (islã=salvação), seus seguidores ganham a designação 
de mulçumanos ou maometanos. A doutrina de Maomé esta dominada no 
Alcorão ( livro sagrado dos mulçumanos). 
Ao contrário dos cristãos, os árabes não almejavam truncar a cultura 
grega, e então se inicia um novo tipo de vida intelectual, chamada escolástica 
que busca harmonizar a razão histórica com a fé cristã.Quem mais se 
destacou foi São Tomas de Aquino. Defendeu que a educação habitua o 
educando a brotar todas as suas potencialidades. Mas ele foi incriminado de 
abusar do princípio da autoridade. Reformador de programas de ensino, criador 
de escolas superiores, mas acima de tudo professor. Defendeu que 
deveríamos impedir a aversão pelo tédio e acordar a disposição de admirar e 
perguntar, como inicio do autêntico ensino. 
Ao lado do clero, a nobreza realizava sua própria educação. Defendia 
uma formação do perfeito cavaleiro com formação musical e guerreira, focando 
apenas na guerra. As classes trabalhadoras só legavam a cultura da luta pela 
sobrevivência. 
Na Idade Média, já no século XVIII, com o desenvolvimento das 
escolas monásticas, houve a disposição gremial da sociedade e o vigor da 
ciência apresentada pelos árabes, constituindo a primeira organização liberal 
da Idade Media. As Universidades desenvolveram três métodos que se 
arrolavam entre si: as lições, repetições e as disputas. Conceberam até hoje 
uma grande força nas mãos de classes dirigentes. 
Para muitos historiadores, a Idade Média não foi uma idade das trevas 
e da ignorância, como os ideólogos do Renascimento fixaram. Ao contrário, foi 
fecunda em lutas pela autonomia, com greves e debates livres. Discutiam 
sobre a gratuidade do ensino e pagamento dos professores. As escolas 
medievais não possuíam o formato das escolas que conhecemos hoje, as 
 
39 
 
aulas podiam ser ministradas ao ar livre e a maioria esmagadora delas era 
ligada á Igreja Católica (escolas monacais e catedralícias). E o que se ensinava 
nessas escolas? 
 
O conteúdo do ensino era o estudo clássico, isto é, as “artes do homem 
livre”, bem diferente das “artes mecânicas do homem servil”. Essas artes eram 
baseadas em algumas disciplinas, que vinham desde os tempos dos sofistas 
gregos. Na Idade Média elas constituíram o trivium e o quadrivium. 
 
O trivium (gramática, retórica e dialética), corresponderia atualmente 
ao ensino médio era mais comum e de caráter mais popular, encontrava-se 
abaixo do quadrivium (geometria, aritmética, astronomia e música) que seria 
uma categoria superior de ensino. 
 
Assim o conteúdo de ensino passou a ser chamado de “as sete arte 
liberais e dividiam-se em o trivium e o quadrivium, que estão brevemente 
resumidos na tabela abaixo: 
 
TRIVIUM QUADRIVIUM 
Estudo de gramática, retórica e 
dialética corresponderia atualmente 
ao ensino médio era mais comum e 
de caráter mais popular, menos 
complexo que o quadrivium. 
Estudo de geometria, aritmética, 
astronomia e música, eram 
consideradas como uma categoria 
superior de ensino. Geralmente só a 
elite econômica tinha acesso ao 
mesmo. 
 
 
Apesar de fortemente ligadas ao catolicismo, as escolas monacais e 
catedralícias, de início, educavam os burgueses, mas em seguida estes 
procuraram uma educação que atendesse aos objetivos da vida prática. 
Alterações importantes no sistema educacional só vão ocorrer por volta do 
século XI, com o fortalecimento do comércio, isso resulta em algumas coisas 
importantes para a educação. Uma delas foi o surgimento das escolas 
 
40 
 
seculares. Com efeito, o desenvolvimento do comércio faz brotar novamente a 
necessidade de se aprender a ler, escrever e calcular. Nessas escolas 
burguesas, acontece uma forte contestação à Igreja, pois as mesmas se 
opunham ao ensino puramente religioso. Na verdade essas escolas queriam 
uma proposta ativa, que atendesse aos interesses da classe burguesa. 
 
A educação medieval vai sofrer mudança novamente por volta do 
século XII, pois a sociedade vai ficando cada vez mais complexa. Assim houve 
ampliação dos estudos (Filosofia, Teologia, Leis e Medicina); surgimento de 
mestres especializados; exigência de provas para a aquisição dos títulos de 
bacharel, licenciado e doutor e por fim o surgimento das universidades. 
 
Por outro lado, na época medieval a maior parte das mulheres não 
tinha acesso à educação formal. Apesar de trabalharem arduamente ao lado do 
marido, continuariam analfabetas. As meninas nobres aprendiam alguma coisa 
em seu próprio castelo, ocasião em que recebiam aulas de artes domésticas. 
Quando surgiram as escolas seculares, as meninas burguesas começaram a 
ter acesso à educação. Porém nos mosteiros (alunas internas) e nos 
educandários (alunas externas) as meninas aprendem a ler, escrever, fazer 
artes da miniatura, executar cópia de manuscritos (raramente). Já que somos 
educadores ou futuros educadores, é bom nos perguntar quem eram esses 
mestres medievais? Os pedagogos – no sentido exato da palavra – não 
aparecem na época medieval. 
 
As questões pedagógicas eram objeto de reflexão de qualquer pessoa 
que se dedicasse à interpretação dos textos sagrados, na preservação dos 
princípios religiosos, no combate à heresia e na conversão dos infiéis. A 
principal função da educação era a salvação da alma e a vida eterna. Por 
conseguinte, no final do período medieval, com a ampliação do comércio e por 
influência da burguesia, começam a haver transformações que irá determinar 
os novos rumos da ciência, da literatura, da educação. 
 
 
 
41 
 
O Pensamento Pedagógico Renascentista 
Renascimento, Renascença ou Renascentismo são os termos usados 
para identificar o período da História da Europa aproximadamente entre fins do 
século XIV e inicio do século XVII. O Renascimento foi um importante 
movimento de ordem artística, cultural e científica que se deflagrou na 
passagem da Idade Média para a Moderna. Em um quadro de sensíveis 
transformações que não mais correspondiam ao conjunto de valores 
apregoados pelo pensamento medieval, o renascimento apresentou um novo 
conjunto de temas e interesses aos meios científicos e culturais de sua época. 
Ao contrário do que possa parecer, o renascimento não pode ser visto como 
uma radical ruptura com o mundo medieval. 
Caracterizou-se por uma revalorização da cultura greco-romana, 
influenciando a educação tornando-a mais prática, compreendendo a cultura do 
corpo e procurando suprir processos mecânicos por métodos mais afáveis. 
O renascimento pedagógico estava unido a alguns fatores do próprio 
progresso histórico. As grandes navegações do século XIV que produziram 
origem ao capitalismo comercial, a invenção da imprensa alcançada pelo 
alemão Gutenberg que disseminou o saber e a revolta, o achado da bússola 
que permitiu as grandes navegações. Todos esses achados beneficiaram um 
crédito ao individualismo, pioneirismo e aventura. Beneficiou a arte da guerra 
com o achado da pólvora. 
A educação renascentista organizou a formação do homem burguês e 
a educação não atingiu as massas populares. Caracterizava-se pelo elitismo, 
aristocratismo, individualismo liberal. Abrangia principalmente, o clero, a 
nobreza e a burguesia. Os principais educadores renascentistas foram: 
 
 Vittorino da Feltre (1378-1446); Erasmo Desidério (1467-1536); Juan 
Luís Vives (1492-1540); Fraçois Rabelais (por volta de 1483-1553); e Michel de 
Montaigne (1533-1592). 
 
 
42 
 
Michel Montaigne (1533-1592), que abandonou a cultura obscura e a 
disciplina escolástica, defendeu que os professores deveriam ter a cabeça 
antes melhor que fornecida de ciência. 
Engels apreciou a Reforma Protestante como a primeira grande 
revolução burguesa. Foi iniciada por Martinho Lutero (1483-1546), como 
consagração do livre-arbítrio. A principal decorrência da Reforma foi a 
mudança da escola para o controle do Estado, nos países protestantes. Incidia 
em uma escola pública religiosa. Mas não consistia ainda em uma escola 
pública, leiga, obrigatória, universale gratuita, como é entendida atualmente. 
Era uma escola pública religiosa. 
A igreja católica reagiu a Reforma Protestante por meio do Concílio de 
Trento que inventou o índice dos livros proibidos e da Companhia de Jesus. 
Organizou a inquisição para combater o protestantismo. Dentre os 
reformadores cristãos, destaca-se João Calvino (1509-1564) que deu ao 
protestantismo suíço e ao francês sua doutrina e organização. 
 
Os jesuítas tinham como objetivo converter os hereges e alimentar os 
cristãos vacilantes. A educação jesuíta encaminhou-se para a formação do 
homem burguês. Seu fundador foi Inácio de Loyola (1491-1556). Nesta 
educação tudo estava previsto, incluindo a posição das mãos e o modo de 
levantar os olhos. Tinha como lema a obediência ao papa até a morte. Os 
jesuítas desprezaram a educação popular, para o povo sobrou apenas o ensino 
dos princípios da religião cristã. 
 
A educação jesuítica conduziu a educação do homem burguês, e 
desapoiou a formação das classes populares. Por força das ocasiões, tinham 
de agir no mundo colonial em duas frentes: a formação da burguesia dos 
dirigentes e a formação catequética das populações indígenas. A ciência do 
governo para uns e a catequese e a servidão para outros. 
 
 
 
43 
 
O Pensamento Pedagógico Moderno 
 
Nos séculos XVI e XVII começou a concepção de uma nova classe em 
oposição a produção feudal. Com os novos meios de produção estreou o 
sistema de cooperação antecessor do trabalho em série do século XX. A 
produção passa para de um esforço isolado para um esforço coletivo. Aparece 
o método indutivo de investigação, opondo-o ao método aristotélico de 
dedução. Bacon foi avaliado o fundador do método cientifico moderno. René 
Descartes escreveu sobre os passos para o estudo e a pesquisa, recriminou o 
ensino humanista e propôs a matemática como modelo de ciência perfeita. 
 Descarte, pai do racionalismo e da filosofia moderna, acordou em 
posição dualista a questão ontológica da filosofia, a relação entre o 
pensamento e o ser. Estudou sobre a razão humana e inventou um novo 
método científico de conhecimento do mundo, substituindo a fé pela razão. 
Compôs a religião e a ciência, sofrendo grande influência da ideologia 
burguesa do século XVIII, influenciado pelas tendências progressistas da 
classe em ascensão na França. 
Descartes escreveu sobre o Discurso do Método, e ofereceu os 
seguintes princípios em seus estudos: nunca acolher alguma coisa como 
verdade que não conhecesse evidentemente como tal, poupando o ímpeto; 
dividir cada uma das dificuldades que examinasse em tantas parcelas quantas 
possíveis e quantas imperativas fossem para melhor resolve-las; dirigir ordem 
nos pensamentos do mais simples ao mais composto; fazer em toda parte 
enumerações tão completas e revisões tão gerais que apresentasse a certeza 
de nada omitir. 
Ele escreveu sua principal obra a língua popular, possibilitando acesso 
ao maior número de pessoas. O século XVI assistiu a uma grande revolução 
linguística, na qual se exigia dos educadores o bilinguismo, o latim como língua 
culta e o vernáculo como língua popular. A igreja alcançou a importância desse 
tumulto e logo forneceu através do Concílio de Trento (1562), que as 
pregações acontecessem em vernáculo. 
 
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Após vinte anos, depois da publicação do Discurso do método, João 
Amos Comênio (1592-1670), escreveu a Didática Magna (1657), considerada 
como método pedagógico para ensinar com rapidez, economia de tempo e sem 
fadiga. Ele amparava que a escola era para ensinar o conhecimento das 
coisas. Assim o pensamento pedagógico moderno caracterizou-se pelo 
realismo. 
John Locke (1632-1704) começou a investigar de que valia o estudo do 
latim para os homens trabalhadores nas fábricas. Achava melhor que 
ensinassem à mecânica e o cálculo. Mesmo assim, permanecia o ensino 
bilíngue e a educação ainda era para a nobreza e o clero. Locke combateu a 
origem dos sentidos. 
A pedagogia realista aparece contra o formalismo humanista, 
aderente a superioridade do domínio do mundo exterior sobre o domínio do 
mundo interior, a superioridade das coisas sobre as palavras. Desencadeou a 
paixão pela razão (Descartes) e o estudo da natureza (Bacon). De humanista 
a educação torna-se cientifica. O conhecimento só tinha valor se 
preparasse para a vida e para ação. 
Bacon divide as ciências em: ciência da memória ou ciência histórica; 
ciência da imaginação, ou poética; ciência da razão ou filosófica. Já Locke 
defende que a criança ao nascer, é uma tabula rasa, um papel em branco 
sobre o qual o professor podia tudo escrever. 
João Amos Comênio foi respeitado como grande educador e pedagogo 
moderno e um dos maiores reformadores sociais de sua época. Foi o primeiro 
a sugerir o sistema articulado de ensino e defendeu que a educação deveria 
ser permanente, acontecer durante toda a vida do homem. Além disso, 
defendeu que o sistema educacional deveria abarcar 24 anos com quatro tipos 
de escolas: a escola materna de 0 a 6 anos; a escola elementar ou vernácula, 
dos 6 a 12 anos; a escola latina ou o ginásio, de 12 aos 18 anos e a academia 
ou universidade, dos 18 aos 24 anos. 
Defendeu que em cada família, deveria existir a escola materna, em 
cada município ou aldeia uma escola primária, em cada cidade um ginásio e 
 
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em cada capital uma universidade. O ensino deveria ser unificado com todas 
as escolas articuladas. 
Mas apesar dos progressos, a educação das classes populares e a 
democratização do ensino ainda não se depositavam como questão central. 
Aceitavam facilmente, a divisão entre o trabalho intelectual e o trabalho 
manual, resultado da divisão social. 
No século XVII, aparece a luta das camadas populares pelo acesso a 
escola, estimulada pelos novos intelectuais iluministas e novas ordens 
religiosas, a classe trabalhadora em formação, podia e devia ter um papel na 
mudança social. Criava-se uma cultura de resistência. 
Ao contrário da ordem dos jesuítas, apareceram várias ordens 
religiosas católicas que se consagravam à educação popular, que 
apresentavam ensino gratuito em forma de internato, como uma educação 
filantrópica e assistencialista. 
 
O Pensamento Pedagógico Iluminista 
O Iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu durante o século 
XVIII na Europa, que defendia o uso da razão (luz) contra o antigo regime 
(trevas) e pregava maior liberdade econômica e política. Este movimento 
promoveu mudanças políticas, econômicas e sociais, baseadas nos ideais de 
liberdade, igualdade e fraternidade. 
 
O Iluminismo tinha o apoio da burguesia, pois os pensadores e os 
burgueses tinham interesses comuns. As críticas do movimento ao Antigo 
Regime eram em vários aspectos como: mercantilismo; absolutismo 
monárquico e o poder da igreja e as verdades reveladas pela fé. 
Com base nos três pontos acima, podemos afirmar que o Iluminismo 
defendia: a liberdade econômica, ou seja, sem a intervenção do Estado na 
economia; o antropocentrismo, ou seja, o avanço da ciência e da razão e o 
predomínio da burguesia e seus ideais. 
 
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As ideias liberais do Iluminismo se disseminaram rapidamente pela 
população. Alguns reis absolutistas, com medo de perder o governo ou mesmo 
a cabeça, passaram a aceitar algumas ideias desse movimento. 
 
Estes reis eram denominados Déspotas Esclarecidos, pois tentavam 
conciliar o jeito de governar absolutista com as ideias de progresso iluministas. 
Alguns representantes do despotismo esclarecido foram: Frederico II, da 
Prússia; Catarina II, da Rússia; e Marquês de Pombal, de Portugal. 
 
O clero e a nobreza reuniram poder no período da Idade Moderna,através do regime absolutista. A revolução Francesa produziu o fim dessa 
situação, que através dos iluministas, influenciados pelas ideias liberais 
condenaram a prepotência do governo e o obscurantismo da igreja. 
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) se destacou, implantando uma 
nova era da história da educação. Desempenhou a relação entre educação e 
política e destaca, pela primeira vez, o tema da infância na educação. O século 
XVIII torna-se político pedagógico por excelência. Rousseau resgata a relação 
entre a educação e a política. A partir dele, a criança não seria mais 
considerada um adulto em miniatura, mas sim como um ser que vive em seu 
mundo próprio; a criança nasce boa, o adulto, com sua falsa concepção da 
vida, é que perverte a criança. 
O iluminismo tentou emancipar o pensamento da repressão dos 
monarcas terrenos e do despotismo do clero. Aguçou a movimento pela 
liberdade individual. A ideia de volta ao estado natural do homem é 
comprovada no espaço de Rousseau, através dos estudos sobre a sociedade 
dos homens primitivos. A educação não deveria apenas ensinar, mas permitir 
que a natureza germinasse na criança. Não deveria dominar e modelar, só os 
instintos e os interesses naturais deveria direcionar, acabava sendo uma 
educação racionalista restringindo a experiência. 
Rousseau dividiu a educação em três momentos: da infância, da 
adolescência e da maturidade. Nessa situação, houve a passagem do controle 
da educação da igreja para o Estado. 
 
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A Revolução Francesa baseou-se nas reclamações populares de um 
sistema educacional. A Assembleia Constituinte de 1789 organizou vários 
projetos de reforma escolar e de educação nacional. O mais importante foi o 
projeto de Condorcet (1743-1794), que sugeriu o ensino universal como meio 
de acabar com a desigualdade. 
A partir da Revolução Francesa, tentou-se plasmar o educando de um 
acordo de classe, centro do conteúdo programático. A burguesia queria da 
educação, trabalhadores com formação de participes de uma nova sociedade 
liberal e democrática. Os pedagogos revolucionários foram os primeiros 
políticos da educação. 
Froebel (1782-1852) foi o idealizador dos jardins da infância, 
defendendo que o desenvolvimento da criança dependia de uma atividade 
espontânea e construtiva (jogos, trabalhos manuais), estudo da natureza, 
expressão corporal, desenhos, linguagem, etc. 
Além de Rousseau, outro grande teórico que se destacou foi o alemão 
Kant (1724-1804). Descartes sustentava que todo conhecimento era inato e 
Locke que todo saber era alcançado pela experiência. Kant suplantou essa 
contradição, defendendo que o homem é o que a educação faz dele através da 
disciplina, da didática, da formação moral e da cultura (aculturação, 
socialização e personalização). Espaço, tempo, causalidade e outras relações. 
Sendo assim, Rousseau foi o antecessor da escola nova, que inicia no 
século XIX e ganhou êxito na primeira metade do século XX, sendo ainda hoje 
valorizada. Influenciaram educadores como Pestalozzi, Herbart e Froebel. 
Pestalozzi (1746-1827) queria a reforma da sociedade através da 
educação das classes populares. Amparava que a educação geral deveria 
anteceder a profissional. 
Herbart (1776-1841) foi professor universitário, mais teórico do que 
prático, respeitado como um dos pioneiros da psicologia cientifica, defendendo 
que o processo de ensino deveria seguir quatro passos formais: clareza na 
apresentação do conteúdo-demonstração do objeto; associação do conteúdo 
com outro assimilado anteriormente pelo aluno–etapa da comparação; 
 
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ordenação e sistematização dos conteúdo–etapa da generalização e aplicação 
a situações concretas dos conhecimentos adquiridos –etapa de aplicação. 
A burguesia ascendeu sob os ideais de liberdade, liberalismo, no 
período de passagem do feudalismo para o capitalismo. Estimulada pela 
Reforma Protestante que estimula o livre pensamento no setor religioso, juntou-
se ao movimento racionalista, que embutia a liberdade de normas de conduta 
dos indivíduos. 
Mas para a burguesia nascente a liberdade servia para ouro fim, a 
acumulação de riquezas. A igualdade social seria nociva, pois atentaria a 
padronização e uniformização entre os indivíduos sendo considerado um 
desrespeito a individualidade. O principio principal da educação burguesa 
ministrou uma educação distinta para cada classe: classe dirigente e classe 
trabalhadora, numa concepção dualista de educação, que no século XIX foi 
sistematizada pelo pensamento positivista. 
 
O Pensamento Pedagógico Positivista 
O positivismo foi uma corrente filosófica iniciada por Auguste Comte, 
onde as ideias de percepção humanas são baseadas na observação, exatidão, 
deixando de lado teorias e especulações da Teologia e Metafísica. Segundo 
Comte, as ciências que são positivistas são a Matemática, Física, Astronomia, 
Química, Biologia e a recém-criada Sociologia, que se baseia em dados 
estatísticos. 
 
Os positivistas acreditam que a ciência é cumulativa, transcultural (não 
interessa em qual cultura surgiu, serve para toda a humanidade). Novas ideias 
podem surgir sem ser continuação de conceitos velhos, como “entidades de um 
tipo podem ser redutíveis a entidades de outro”, por exemplo, o que se passa 
na cabeça de uma pessoa pode ser explicado pelas reações químicas no 
cérebro. 
 
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Existiam duas forças adversas, uma era o movimento popular e 
socialista e outra o movimento elitista burguês. Essas duas correntes opostas 
são representadas pelo marxismo e pelo positivismo. Imaginadas por dois 
expoentes: Augusto Comte (1798-1857) e Karl Marx (1818-1883). 
Comte seguiu direção para os estudos das ciências sociais e as ideias 
de que os fenômenos sociais como os físicos podem ser diminuídos a leis e 
que todo conhecimento cientifico e filosófico deve ter por finalidade o 
aperfeiçoamento moral e político da humanidade. Uma verdadeira ciência para 
Comte deveria avaliar os fatos sociais, carecia ser uma ciência positiva 
afastando dos preceitos ideológicos e apontando uma ciência neutra. O 
positivismo concretiza uma ordem pública através da paciência ao seu status 
quo. Nada de doutrinas criticas revolucionária, como as do iluminismo ou do 
socialismo. 
Já Marx buscava a liberdade e a igualdade, mas não poderia ser 
realizado enquanto não mudasse o sistema econômico que instaurava a 
desigualdade na base da sociedade. 
Da Lei dos três estados concluiu o sistema educacional: o estado 
teológico em que o homem explicava a natureza por agentes sobrenaturais; o 
estado metafísico, no qual se explicava através de noções abstratas como 
essência, causalidade e o estado positivo, onde se procuram as leis 
cientificas. 
A tendência cientificista ganhou força na educação como 
desenvolvimento da sociologia em geral, e da sociologia da educação. Um dos 
principais teóricos da sociologia da educação foi Emile Durkheim (1858-1917). 
Considerado pai do realismo sociológico, explica o social pelo social, 
como realidade autônoma. Tratou em especial dos problemas morais. Finalizou 
que a moral começa ao mesmo tempo em que a vinculação com um grupo. 
Entendia a educação como esforço contínuo para preparar as crianças para 
vida em comum. Por isso, era forçoso impor as mesmas maneiras adequadas 
de ver, sentir, agir. Para ele, a sociologia produz os fins da educação. A 
pedagogia e a educação representam mais do que um anexo ou apêndice da 
 
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sociedade e da sociologia, deveriam existir sem autonomia. Levantar na 
criança através da educação certo número de estados físicos, intelectuais e 
morais, estabelecidos na sociedade política. 
Considerava a educaçãocomo imagem e reflexo da sociedade, 
compreendendo a pedagogia como uma teoria da prática social. Foi o 
verdadeiro mestre da sociologia positivista moderna. Considerou os fatos 
sociais em coisas. A intenção positivista concebeu um caráter conservador e 
reacionário das ideias pedagógicas. Tornou-se uma ideologia de ordem, de 
paciência e estagnação social. Nasceu como filosofia, mas ao dar uma 
resposta ao social, afirmou-se como ideologia. 
OBSERVAÇÃO: A Educação para Durkheim é um fato fundamentalmente 
social, imagem e reflexo da sociedade. Portanto, o ato educacional é uma ação 
exercida pelas gerações adultas em relação às mais jovens, que deveriam ser 
tutoradas em seu ingresso na vida social. 
 
No Brasil, o positivismo infundiu a Velha República e o Golpe Militar de 
1964. Segundo essa ideologia, o país não seria mais governado pelas paixões 
políticas, mas pela racionalidade dos cientistas, os tecnocratas, preocupados 
apenas com os fatos sociais. Essa doutrina serviu muito a elite brasileira 
quando sentiram seus privilégios advertidos pela organização crescente da 
classe trabalhadora. 
A teoria educacional de Durkheim opõe-se diretamente a de Rousseau. 
Enquanto este, afirmava que o homem nasce bom e a sociedade o corrompe, 
Durkheim declarava que o homem nasce egoísta e só a sociedade através da 
educação pode torná-lo solidário. O pensamento positivista na pedagogia 
andou para o pragmatismo, que considerava a formação empregada para a 
vida imediata. 
No Brasil, o valor o positivismo influenciou o primeiro projeto de 
formação do educador. O valor dado à ciência no processo pedagógico 
relevaria maior atenção ao pensamento positivista. Não podemos negar sua 
ajuda no estudo cientifico da educação. 
 
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O Pensamento Pedagógico Socialista 
Formou-se no seio do movimento popular, pela democratização do 
ensino, empenhados com a transformação social. Sugere uma educação igual 
para todos. 
Platão já havia provado manifestações do comunismo imaginário, pois 
ligava educação à política. Mas foi Thomas Morus (1478-1535) que fez critica a 
sociedade individualista e propôs a diminuição da jornada de trabalho para seis 
horas diárias, a educação laica e a coeducação. 
 
Os princípios da educação pública socialista foram proclamados por Marx 
(1818-1883) e Engels (1820-1924) e desenvolvidos por Lênin (1870-1924). Os 
dois escreveram o Manifesto do Partido Comunista em 1947 e 1948, onde 
protegem a educação pública e gratuita para todas as crianças a partir dos 
princípios: 
 
 Eliminação do trabalho delas nas fábricas; 
 Da associação entre educação e produção material; 
 Da educação politécnica que leva a formação do homem unilateral, 
abrangendo os aspectos, mental, físico e técnico; 
 Da inseparabilidade da política e da educação, portanto, da totalidade 
social (estudo, trabalho e lazer). 
Já Lênin, atribuiu a importância da 
educação no processo de transformação 
social, como primeiro revolucionário a admitir 
o controle do governo, pode na sua prática 
disseminar as ideias socialistas na 
educação. Defendeu que a educação pública 
deveria ser de modo eminente, política. 
 
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Outro histórico defensor da escola socialista, foi Antônio Gramsci 
(1891-1937), chamava a escola única de escola unitária, evocando a ideia de 
unidade e centralização democrática. Seguindo a concepção Leninista, 
também colocou o trabalho como começo antropológico e educativo básico a 
formação. 
Criticou a escola tradicional que dividia o ensino em clássico e 
profissional. E propôs a superação dessa divisão de classes, defendendo uma 
escola critica e criativa deve ser ao mesmo tempo clássica, intelectual e 
profissional. Uma escola unitária significa uma relação entre trabalho intelectual 
e trabalho industrial em toda vida social e não apenas na escola, ou seja, em 
todos os organismos da cultura. O novo intelectual orgânico, para ele, 
representava uma organização do conhecimento do mundo moderno a partir da 
educação técnica ligada ao trabalho industrial. O trabalho como modalidade da 
prática. 
Já para Makarenko (1888-1939), o verdadeiro processo educativo se 
faz pelo próprio coletivo e não pelo individuo que se chama educador. Foi 
respeitado como um dos maiores pedagogos soviéticos da historia da 
educação socialista. Defendeu a ideia do trabalho coletivo como principio 
pedagógico. 
O Pensamento Pedagógico Escolanovista (A Escola 
Nova) 
Movimento que valorizou a autoformação e a atividade espontânea da 
criança. Uma educação que fosse instigadora da mudança social. Tanto a 
psicologia educacional como a sociologia educacional contribuíram para a 
formação da escola nova. 
John Dewey (1859-1952) foi o primeiro norte-americano a formular o 
novo ideal pedagógico, afirmando que o ensino deveria ser pela ação e não 
pela instrução, por uma experiência ativa, concreta e produtiva. A educação era 
essencialmente pragmática e instrumentalista, buscando a convivência 
democrática sem por em questão a sociedade de classes. 
 
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Para ele só o aluno poderia ser autor das suas experiências, aluno 
como centro (paidocentrismo) da Escola Nova. Desenvolveu-se o método de 
projetos centrado na atividade prática do aluno. 
Jean Piaget (1896-1980) pesquisou a natureza do desenvolvimento da 
inteligência na criança. Estudou como a criança organiza o real. Criticou a 
escola tradicional que ensina a copiar e decorar e a não pensar. E para obter 
bons resultados no aprendizado da criança, o professor deveria respeitar as 
fases de desenvolvimento da criança. Compreendia que aprendizagem é um 
conceito psicológico. A epistemologia genética também não é uma ciência 
entre outras, mas uma matéria interdisciplinar que se ocupa com todas as 
ciências. A gênese do conhecimento foi o maior interesse de estudo de Piaget, 
onde analisou as relações entre conhecimento e vida orgânica. Buscou 
conhecer como o ser humano consegue organizar, estruturar e explicar o 
mundo em que vive. Sua teoria foi importante para explicar a evolução do 
comportamento cognitivo. Sua teoria epistemológica influenciou outros 
estudiosos como Emília Ferreiro. 
O desenvolvimento das tecnologias do ensino deve muito à 
preocupação escolanovista com os meios e técnicas educacionais. No Brasil 
existiram as escolas vocacionais, escolas ativas, escolas experimentais, 
escolas piloto, escolas livres, escolas comunitárias, escolas não-diretivas que 
adotaram essa filosofia educacional. 
Os métodos se apuraram e levaram para sala de aula o rádio, o 
cinema, o vídeo, o computador e as máquinas de ensinar. Inovações que 
chegam aos educadores e que o fizeram se perderem no meio de tantas 
propostas inovadoras. Por isso que hoje, os educadores têm a necessidade de 
analisar mais sobre as sua prática a partir da realidade escolar, sabendo que 
nada adianta diante de novas técnicas e planos, por mais modernos que sejam. 
Na segunda metade do século, uma visão critica a respeito da 
educação escolanovista vem abalar o otimismo dos educadores. Paulo Freire 
(1921), herdeiro de muitas conquistas da Escola Nova, denunciou o caráter 
conservador dessa visão pedagógica e observou que a escola podia servir 
tanto para educação como prática da dominação quanto como pratica para a 
 
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liberdade. Para ele, a Educação Nova não foi um mal em si, mas representou 
na história das ideias e práticas pedagógicas, um apreciável avanço. 
Freire foi o maior defensor da tendência progressiva. Destaca 
contrastes entre formas de educação que tratam pessoas como objetos em 
lugar de assuntos e procura entender a educação como ação cultural. 
 
O Pensamento Pedagógico

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