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1/3 Intermediação Financeira e Formação de Poupança Na economia, como na vida, só pode ser consumido o que é produzido. Então, como já vimos, a poupança é a parte da produção que não foi consumida. Em algum momento, no futuro, essa poupança poderá ser utilizada, transformando-se em consumo. Esta poupança também pode ser utilizada para investimento, que proporciona a geração de mais renda, só que no futuro, pelo aumento da produção. Imagine você se todo mundo economizasse o máximo possível da renda recebida e consumisse muito pouco... A economia cresceria muito devagar, poucos empregos seriam gerados e haveria poucos incrementos de renda no futuro (por falta de investimento). Foi o caso recente do Japão que teve que fazer campanhas para estimular sua população a consumir mais e economizar menos, para gerar maior crescimento econômico. Mas, imagine o quanto seria angustiante, para um agente superavitário, encontrar onde guardar suas economias ou alguém com necessidade de recursos para investimento... Uma complicação! A solução foi o aparecimento das instituições financeiras, que juntam os interesses dos agentes, num perfeito casamento de interesses. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA tem como objetivo realizar a intermediação financeira entre os agentes econômicos com excessos de recursos (captação) e aqueles com carência de recursos (aplicação). Agora, temos um caso particular de instituição financeira: autorizadas pelo BACEN, as INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS BANCÁRIAS captam recursos à vista (através de depósitos em conta-corrente livremente movimentável) dos agentes superavitários e repassam esses recursos aos agentes econômicos deficitários, sob a forma de empréstimos, configurando os bancos como instituições financeiras monetárias (porque têm a capacidade de criar moeda através do efeito multiplicador do crédito). ATENÇÃO: CAPTAÇÃO x INVESTMENTO – nesta disciplina estamos falando sob 2/3 a ótica da instituição financeira, para a qual o dinheiro entregue pelo poupador é uma dívida da instituição para com ele (na contabilidade é uma conta do passivo e tem saldo credor quando está positiva). Se precisar de mais recursos, haverá a necessidade de CAPTAÇÃO de mais recursos junto aos agentes superavitários. Por outro lado, quando empresta dinheiro para o tomador de recursos, a instituição financeira passa a ter um crédito para com o tomador, um direito de receber o dinheiro emprestado (na contabilidade, é uma conta do ativo e tem sempre saldo devedor). Se tiver recursos disponíveis (sobrando), a instituição financeira poderá fazer a APLICAÇÃO desses recursos. Por esse motivo, nas instituições financeiras, o depósito à vista é um exemplo de produto de captação bancária, enquanto os empréstimos são produtos de aplicação bancária. Existem duas formas de intermediação financeira: a INDIRETA (clássica) e a DIRETA (contemporânea). INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA INDIRETA – teve origem nas “bancas italianas” no meio dos mercados medievais, que compravam e vendiam “dinheiro”. Neste caso, os recursos do poupador são passados para a instituição financeira e desta para o tomador do empréstimo. E de quem é o risco de calote? Da instituição financeira, claro! O poupador entregou seus recursos em confiança à instituição financeira. Exemplos: captação em Depósitos à Vista, em Depósitos a Prazo (CDB/RDB) e em Caderneta de Poupança. INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA DIRETA – é um conceito contemporâneo de intermediação financeira: os recursos do poupador são transferidos DIRETAMENTE para o tomador dos recursos. E, neste caso, de quem é o risco pelo calote do tomador? O poupador, é claro! Exemplos: fundos de investimento, títulos públicos e privados, títulos de capitalização, ações de empresas negociadas em bolsa de valores, debêntures, commercial papers, captação em carteiras administradas. Assim, as instituições financeiras (em particular as bancárias) oferecem aos seus clientes vários produtos de captação, produtos de aplicação e produtos de serviços. PRODUTOS DE CAPTAÇÃO objetivam captar os recursos financeiros que estão 3/3 disponíveis no mercado através de, por exemplo: Depósitos à Vista, CDB- Certificado de Depósito Bancário, Caderneta de Poupança, Capitalização, Previdência Privada, Seguros Diversos (Vida, Renda, Imóveis, Veículos), Fundos de Investimento, Cheques de Viagem. PRODUTOS DE APLICAÇÃO destinam-se a atender a demanda dos clientes por recursos financeiros através de, por exemplos: Cheque Especial; Financiamentos (pessoal, imóvel, automóvel); Leasing; Desconto de Títulos Recebíveis (Notas Promissórias, Duplicatas, Vendas com Cartão de Crédito); Crédito Rural, Capital de Giro. PRODUTOS DE SERVIÇO permitem facilitar a vida dos clientes bancários como, por exemplo, pela utilização de: câmbio e Cheques de Viagem; Cartão de Crédito e de Débito (como meios de pagamento); Cobrança de Títulos; Pagamento Automático de Contas; Custódia e Compensação de Cheques; Custódia de Títulos e Valores Mobiliários; Transferência de Recursos entre instituições financeiras; Administração de Fortunas; Consultoria Financeira; Automação Bancária.
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