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Radiologia Intervencionista

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1 
RADIOLOGIA INTERVENCIONISTA 
RENATO SANTOS 283616 
JOSÉ MACIEL 284345 
JESSICA TAINA 282983 
 
 
 
 
 
 
 
2 
UNIVERSIDADE BRAZ CUBAS 
 
 
 
 
 
 
 
RADIOLOGIA INTERVENCIONISTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RENATO SANTOS 283616 
JOSÉ MACIEL 284345 
JESSICA TAINA 282983 
 
 
 
 
 
MOGI DAS CRUZES 
2015 
 
3 
UNIVERSIDADE BRAZ CUBAS 
 
 
 
 
 
 
RADIOLOGIA INTERVENCIONISTA 
 
 
 
 
 
 
 Pesquisa apresentado à Universidade 
 Braz Cubas para profª Cristina Tavarez 
 para disciplina Projeto Integrador do 
 1º ano do curso de Radiologia 
 
 
 
 
 
MOGI DAS CRUZES 
2015 
 
4 
RENATO SANTOS 283616 
JOSÉ MACIEL 284345 
JESSICA TAINA 282983 
 
 
 
 
RADIOLOGIA INTERVENCIONISTA 
 
 
 
 
Pesquisa bibliográfica de Radiologia Intervencionista apresentado à Universidade 
Braz Cubas para orientadora profª Cristina Tavares para disciplina ―Projeto 
Integrador‖ do 1º ano do curso de Radiologia. 
Aprovado em ______ de _________________de 2015. 
 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
ORIENTADOR: ________________________________________ 
 Profª CRISTINA TAVARES 
 
 
 
 
5 
 
RESUMO 
 
A Radiologia Intervencionista, cirurgia do século XXI, compreende uma série de 
intervenções diagnósticas e terapêuticas guiadas por via percutânea. Por ser uma cirurgia 
minimamente invasiva, esta em franca ascendência em todo o mundo. Suas principais áreas 
de desenvolvimento hoje são: oncologia, doenças cardiovasculares, doenças do fígado, 
doenças da coluna vertebral, ginecologia entre outras. Esta pesquisa tem como objetivo 
esclarecer a população em geral sobre o uso da Radiologia Intervencionista, o que é, 
quando e quem deve usa-la, em uma linguagem fácil, mostrando a vantagem de uma 
cirurgia que esta em ascensão por ser pouco invasiva e com recuperação rápida, diminuindo 
consideravelmente os riscos. É importante enfatizar a importância de a população em geral 
ter conhecimento sobre os métodos médicos atuais mais utilizados. A Radiologia 
Intervencionista é uma especialidade médica pouco conhecida do público em geral, pois tem 
uma atuação muito especializada. Apesar disso vem se expandindo muito nos últimos anos 
ocupando áreas de destaque cada vez maior no meio médico a na mídia. Seu objetivo 
primordial é de realizar procedimentos e cirurgias minimamente invasivas com intuito 
diagnóstico (ex.: Biópsia percutânea guiada por Tomografia) ou terapêutico (ex.: 
Angioplastia, Quimioembolização e Ablação por Radiofrequência). Esta especialidade 
nasceu através da Radiologia Diagnóstica no momento em que os Radiologistas 
identificaram o potencial de se realizar uma intervenção cirúrgica com o auxílio da imagem 
(procedimentos guiados por imagem). Tem seu grande crescimento e reconhecimento como 
especialidade médica principalmente devido ao caráter pouco invasivo, curto tempo de 
internação, rápido retorno do paciente a suas atividades, alta taxa de sucesso e 
resolutividade e atuação em diversas especialidades médicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
SUMÁRIO 
 
RESUMO......................................................................................................................................5 
INTRODUÇÃO..............................................................................................................................9 
1 RADIOLOGIA INTERVENCIONISTA.......................................................................................10 
2 PATOLOGIAS RELACIONADAS AO SISTEMA......................................................................10 
3 CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA....................................................................................10 
4 O CORAÇÃO............................................................................................................................11 
5 PROCEDIMENTOS REALIZADOS NA CARDIOLOGIA..........................................................12 
6 ANGEOPLASTIA CORONÁRIA PERCUTÂNEA (ACP)...........................................................13 
7 ELETROFISIOLOGIA...............................................................................................................13 
8 OUTROS PROCEDIMENTOS INTERVENCIONISTA.............................................................14 
9 RADIOLOGIA INTERVENCIONISTA VASCULAR...................................................................14 
10 COLOCAÇÃO DE FILTRO DE VEIA CAVA...........................................................................14 
11 TIPS........................................................................................................................................15 
12 NEURORRADIOLOGIA..........................................................................................................15 
13 ANEURISMA CEREBRAL......................................................................................................15 
14 VERTEBROPLASTIA.............................................................................................................16 
15 PRINCIPIOS FÍSICOS EM RADIOLOGIA..............................................................................16 
16 TECNOLOGIAS E FUNCIONAMENTOS DOS EQUIPAMENTOS 
E DE FORMATAÇÃO DE IMAGENS..........................................................................................16 
17 COMPONENTES DA CADEIA DE IMAGEM.........................................................................16 
18 COMPONENTES DA CADEIA DE IMAGEM.........................................................................17 
19 GERADOR DE RAIO X..........................................................................................................18 
20 TUBO DE RAIO X..................................................................................................................20 
21 TUBO INTENCIFICADOR DE IMAGENS E CARACTERISTICAS FÍSICAS.........................22 
22 MAGNIFICAÇÃO DO INTENSIFICADOR DE IMAGEM........................................................23 
23 SISTEMA ÓTICO ACOPLADO..............................................................................................24 
24 SISTEMA DE VÍDEO..............................................................................................................24 
 
7 
25 SISTEMA COM DETECÇÃO DIGITAL..................................................................................25 
26 MODOS DE OPERAÇÃO EM FLUORCOPIA........................................................................26 
27 PARAMETROS DE IMAGEM.................................................................................................28 
28 RESOLUÇÃO ESPACIAL......................................................................................................28 
29 RESOLUÇÃO DE CONTRASTE............................................................................................28 
30 RESOLUÇÃO TEMPORAL....................................................................................................29 
31 SALAS INTERVENCIONISTAS.............................................................................................29 
32 ANGIOGRAFIA PERIFÊRICA................................................................................................2933 CARDIOLOGIA.......................................................................................................................29 
34 SISTEMAS BIPLANARES......................................................................................................30 
35 PROGRAMA DE GARANTIA E CONTROLE DE QUALIDADE.............................................31 
36 O QUE É POR QUE FAZER CONTROLE DE QUALIDADE.................................................31 
37 TESTES DE CONSTÂNCIA NO EQUIPAMENTO INTERVENCIONISTA.............................31 
38 EXATIDÃO E REPRODUTIBILIDADE DA TENSÃO (kVp)....................................................31 
39 RENDIMENTO DO TUBO DE RAIO X...................................................................................32 
40 CAMADA SEMI REDUTORA.................................................................................................33 
41 DETERMINAÇÃO DA TAXA DE KERMA NO AR DE 
ENTRADA NA SUPERFICIE.......................................................................................................35 
42 DETERMINAÇÃO DA TAXA DE KERMA NO AR E 
NA ENTRADA DO INTENSIFICADOR DE IMAGEM..................................................................37 
43 COLIMAÇÃO E CENTRALIZAÇÃO DO CAMPO DE IRRADIAÇÃO.....................................37 
44 RESOLUÇÃO EM BAIXO E ALTO CONTRASTE E DISTORÇÃO........................................38 
45 CONDIÇÕES DOS MONITORES...........................................................................................41 
46 TEMPO ACUMULADO EM FLUOROSCOPIA........................................................................42 
47 MÍNIMA DIATÂNCIA FOCO-PELE DE OPERAÇÃO..............................................................43 
48 RISCOS BIOLÓGICOS...........................................................................................................44 
49 GRANDEZAS IMPORTANTES PARA QUALIFICAR DOSES DE 
PACIENTES EM RADIOLOGIA INTERVENCIONAL..................................................................46 
50 KERMA NO AR DE ENTRADA NA SUPERFICIE..................................................................48 
51 KERMA ACUMULADO NO PONTO DE REFERÊNCIA INTERVENCIONISTA....................49 
52 PRODUTO KERMA – ÁREA....................................................................................................50 
 
8 
53 EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL EM RADIOLOGIA INTERVENCIONISTA.............................51 
54 ACESSÓRIOS E VESTIMENTAS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL..........................................53 
55 ANTEPARO MÓVEL SUSPENSO DO TETO........................................................................53 
56 AVENTAIS PLUMBÍFEROS E PROTETOR DE TIROIDE.....................................................53 
57 ÓCULO PROTETORES.........................................................................................................54 
58 PROTEÇÃO RADIOLÓGICA E OTIMIZAÇÃO EM CARDIOLOGIA 
INTERVENCIONISTAREFERÊNCIAS........................................................................................56 
REFERENCIAS...........................................................................................................................59 
RESUMO DA APRESENTAÇÃO DO BANNER (ENCIBRAC)....................................................60 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
INTRODUÇÃO 
 
A Radiologia Intervencionista é um método que se caracteriza por procedimentos médicos 
minimamente invasivos, menos agressivos para o paciente, que em muitos casos 
substituem as cirurgias convencionais. Os radiologistas intervencionistas usam seu 
conhecimento em leitura de raios-x, ultrassom e outras imagens médicas para guiar 
pequenos instrumentos como cateteres (tubos que medem apenas alguns milímetros de 
diâmetros) através dos vasos sanguíneos ou outros caminhos do corpo, para tratar doenças 
internas. 
Hoje a Radiologia Intervencionista abrange um número muito grande de exames 
diagnósticos e terapêuticos, e está em franca ascendência em todo o mundo. Tem seu 
grande crescimento e reconhecimento como especialidade médica principalmente devido ao 
caráter pouco invasivo, curto tempo de internação, rápido retorno do paciente a suas 
atividades, alta taxa de sucesso e resolutividade e atuação em diversas especialidades 
médicas. 
Os radiologistas intervencionistas são médicos especializados em realizar procedimentos 
médicos que envolvam raios-x. Usando equipamentos de imagem como raios-x, ressonância 
magnética, ultrassom e tomografia computadorizada. Estes médicos são radiologistas 
especializados em intervenções percutâneas. O treinamento especializado é certificado hoje 
pela Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular 
(SOBRICE). 
O aumento da capacidade de enxergar dentro do corpo humano com as imagens 
radiológicas e o desenvolvimento de ferramentas como os cateteres balão, possibilitaram o 
avanço da radiologia intervencionista na metade do século 70. Os radiologistas 
intervencionistas foram os pioneiros em angioplastias coronarianas e outros procedimentos, 
que já intervencionistas foram os pioneiros em angioplastias coronarianas e outros 
procedimentos, que já são frequentes na medicina hoje. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
1 RADIOLOGIA INTERVENCIONISTA 
 
Define-se Radiologia Intervencionista como aqueles ―procedimentos que compreendem 
intervenções diagnósticas e terapêuticas guiadas por acesso percutâneo ou outros, 
normalmente realizadas sob anestesia local e/ou sedação, usando a imagem fluoroscópica 
para localizar a lesão ou local de tratamento, monitorar o procedimento, e controlar e 
documentar a terapia‖ [1]. Meios de contraste são utilizados para a visibilização de órgãos 
ou tecidos radiotransparentes na tela de um monitor [2]. 
As técnicas guiadas fluoroscopicamente foram originalmente desenvolvidas por 
radiologistas, mas rapidamente os cardiologistas entraram nesse campo e mundialmente 
hoje representam a especialidade com maior número de procedimentos. No entanto, a 
Radiologia Intervencionista foi "descoberta" por muitas outras especialidades de não-
radiologistas (urologistas, gastroenterologistas, cirurgiões ortopédicos, cirurgiões vasculares, 
traumatologistas, anestesistas, pediatras), que vão se tornando "intervencionistas", cada vez 
mais utilizando estas técnicas [2]. 
Algumas das vantagens da Radiologia Intervencionista são a possibilidade de realização de 
procedimentos complexos com cortes cirúrgicos de pequena extensão, a diminuição da 
probabilidade de infecções, o rápido restabelecimento do paciente, a redução do tempo de 
internação e a diminuição dos custos hospitalares3, tratando-se de uma técnica 
minimamente invasiva, segura e altamente eficaz. Devido às suas vantagens, a frequência 
dos procedimentos de Radiologia Intervencionista tem aumentado rapidamente nos últimos 
anos [1,3,4]. 
O termo Radiologia Intervencionista se aplica em neurorradiologia (embolizações, ablações), 
procedimentos cardiovasculares (implantação de stents, filtros etc.), ginecologia 
(embolização de miomas uterinos), oftalmologia, urologia, embolização de varizes pélvicas e 
varicocele, drenagens, punções, biópsias percutâneas, nefrostomias, entre outras. 
 
2 PATOLOGIAS RELACIONADAS AO SISTEMA 
 
 
3 CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA 
 
A Cardiologia Intervencionista compreende procedimentos médicos invasivos para 
diagnóstico e tratamento de cardiopatias. Utiliza o cateterismo, prática que consiste na 
inserção de finos cateteres na dinâmica circulatória, possibilitando assim o diagnóstico 
(Angiografia, Coronariografia), por injeção de uma substância que atuacomo meio de 
contraste radiológico. Permite também tratar isquemias coronárias pela desobstrução 
mecânica do vaso (Angioplastia, ACP) bem como a introdução de dispositivos (stents) que 
impedem a re-estenose (estreitamento recorrente da artéria desobstruída) [5,6]. Outros 
procedimentos diagnósticos e terapêuticos realizados na Cardiologia Intervencionista são: 
 
11 
ventriculografia, aortografia, arteriografia pulmonar, biópsia endocárdica, estudos de 
cardiopatia valvular, valvuloplastia pulmonar, colocação de marca-passo, estudo de 
cardiopatia congênita, atriosseptostomia etc. [7] 
 
4 O CORAÇÃO 
 
O coração é um órgão muscular oco cuja função fundamental é bombear o sangue para 
todo o organismo. Este órgão é essencialmente composto pelo músculo cardíaco 
(miocárdio), pelas artérias, veias, válvulas e por um particular sistema elétrico para controle 
do ritmo cardíaco [8]. Na Figura 1 pode-se observar uma representação do coração com a 
indicação das suas principais estruturas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1. Anatomia do coração [9]. 
 
O órgão consiste em duas bombas separadas por um septo: um coração direito que 
bombeia o sangue através dos pulmões e um coração esquerdo que bombeia o sangue 
através dos órgãos periféricos. O átrio bombeia 25% do débito cardíaco, que auxilia a 
impulsionar o sangue para o ventrículo. O ventrículo, por sua vez, fornece a principal força 
para propelir o sangue através das circulações pulmonar e periférica [8]. 
Para bombear o sangue, o coração carece de um eficiente sistema de irrigação que forneça 
todos os nutrientes para o miocárdio, função esta desempenhada principalmente pelas 
artérias coronárias. A redução ou a interrupção do fluxo sanguíneo através das artérias 
coronárias determinará graus variáveis de isquemia miocárdica e em conseqüência disso o 
comprometimento do músculo cardíaco [8]. 
A redução do fluxo sanguíneo coronariano é um processo que pode levar à necrose do 
 
12 
tecido cardíaco devido à carência do aporte adequado de nutrientes e oxigênio. A causa 
habitual da necrose do tecido é a deficiência de oxigênio no músculo cardíaco, ocasionado 
pela oclusão de uma ou mais artérias coronárias. Esta oclusão ocorre em geral pela 
formação de um coágulo sobre uma área previamente comprometida por aterosclerose 
causando estreitamentos luminais de dimensões variadas [8]. 
Também o coração pode sofrer algumas alterações na velocidade ou no ritmo dos 
batimentos, ou seja, por um processo arrítmico o coração pode bater muito rápido, ou muito 
devagar, ou com ritmo irregular, isso se for considerado que em condições normais o 
coração pode bater com uma frequência que varia de 60 a 100 vezes por minuto. A arritmia 
pode ocorrer quando os sinais elétricos que controlam os batimentos cardíacos ficam 
atrasados ou bloqueados. Tal processo pode ocorrer quando células nervosas especiais que 
produzem o sinal elétrico não funcionam apropriadamente, ou quando os sinais elétricos não 
circulam normalmente pelo coração. Uma arritmia também pode ocorrer quando outra parte 
do coração começa a produzir sinais elétricos, adicionando-se aos sinais das células 
nervosas especiais, e assim alterando o batimento cardíaco normal. Em consequência à 
arritmia cardíaca, o coração pode não ser capaz de bombear sangue suficiente para o 
corpo, o que pode danificar o cérebro, coração e outros órgãos [8,10]. 
 
5 PROCEDIMENTOS REALIZADOS NA CARDIOLOGIA 
 
Os procedimentos intervencionistas mais freqüentemente realizados em cardiologia são: 
coronariografia (CA, Coronary Angiography), angioplastia coronária transluminal percutânea 
(ACP, Percutaneous Transluminal Coronary Angioplasty), estudos eletrofisiológicos, 
ablação, entre outros. Estes procedimentos cardiovasculares são realizados de forma 
menos invasiva, quando comparados com uma cirurgia de ponte de safena, já que uma 
pequena incisão é realizada no paciente. Esta incisão é a via de acesso por onde o médico 
hemodinamicista introduzirá um cateter até o coração do paciente. A visibilização da 
imagem do cateter no interior do paciente é realizada através da emissão contínua de raios 
X e apresentada em um monitor de TV em tempo real, processo denominado de 
fluoroscopia [5,6]. O aumento na freqüência dos procedimentos intervencionistas deu-se 
principalmente pela melhora dos materiais (stents de baixo perfil, stents farmacológicos, 
farmacologia adjunta), pela expertise dos especialistas pelo desenvolvimento e 
aprimoramento dos equipamentos de fluoroscopia [7]. 
A angiografia coronária, ou cateterismo cardíaco, é um procedimento invasivo para 
diagnosticar possíveis lesões nas artérias coronárias, tais como a presença de alguma 
obstrução nas artérias por depósitos de gordura (aterosclerose) ou coágulos (originados 
pelo acúmulo de gordura que lesam a parede interna da artéria). Este procedimento é 
realizado sob emissão contínua de raios X na forma de fluoroscopia para dirigir o cateter ao 
local a ser estudado e cinefluoroscopia para registro de imagens digitalizadas em CD. As 
 
13 
vias de acesso utilizadas neste procedimento são: femoral, radial e braquial. São 
introduzidos diferentes tipos de cateteres para registros de pressões intracardíacas, colheita 
de amostras sanguíneas e injeções intracardíacas de contraste radiopaco [5, 6, 7] 
 
6 ANGEOPLASTIA CORONÁRIA PERCUTÂNEA (ACP) 
 
Após a constatação de alguma lesão coronária, um possível tratamento a ser realizado é a 
angioplastia coronária. Desde a realização da primeira ACP, em 1977, a utilização deste 
procedimento tem aumentado drasticamente, tornando-se uma das intervenções médicas 
mais comuns. Com a combinação de sofisticados equipamentos e profissionais experientes, 
a angioplastia coronária evoluiu para as modernas técnicas menos invasivas e eficazes no 
tratamento de pacientes com doença arterial coronária. A angioplastia coronária tem 
múltiplas indicações, incluindo angina estável, infarto agudo do miocárdio (IAM) e 
multivascular. [5, 6]. 
A angioplastia consiste na desobstrução da artéria comprometida mediante a colocação de 
um stent [5,6]. O procedimento é realizado pelas mesmas vias de acesso que uma 
coronariografia, e ambos os procedimentos são iniciados e concluídos da mesma forma. 
A angioplastia é iniciada com a punção de artéria periférica de grande calibre, em geral a 
artéria femoral, através de uma agulha. Em seguida, é introduzido um cateter com um balão 
na extremidade direcionado à aorta e, finalmente, à artéria coronária obstruída. Todo o 
processo é realizado utilizando fluoroscopia para visibilizar as estruturas internas [5, 6]. 
Uma vez localizada a artéria obstruída, o cateter é posicionado de modo que o balão 
permaneça no nível da obstrução. Em seguida, o balão é insuflado por alguns segundos. O 
paciente deve ser cuidadosamente monitorizado durante o procedimento, pois a insuflação 
do balão provoca uma obstrução momentânea do fluxo sangüíneo através da artéria 
coronária [5, 6]. O balão insuflado comprime o ateroma que está obstruindo o vaso, dilata e 
descola parcialmente as camadas internas da parede arterial. 
Em cerca de 20 a 30% das angioplastias realizadas, a artéria coronária é novamente 
obstruída em um período de seis meses (re-estenose). Para manter a artéria desobstruída 
após a angioplastia, utiliza-se a técnica de inserção de um dispositivo produzido com malha 
de fio metálico (stent). Esse procedimento parece reduzir à metade o risco de uma 
obstrução arterial subseqüente [5, 6, 7]. 
No vídeo 1 [percutaneous coronary intervention stenting.avi] é possível observar uma 
animação de um procedimento de angioplastia. (Baixadode 
http://www.youtube.com/watch?v=gvRtP3wl_AY, em 29/06/2012) 
 
7 ELETROFISIOLOGIA 
 
A eletrofisiologia consiste no diagnóstico e tratamento de arritmias através de cateteres 
introduzidos no sistema venoso do paciente, chegando até às câmaras cardíacas. É um 
 
14 
procedimento realizado com anestesia local, com ou sem sedação do paciente, onde 
cateteres introduzidos em veias ou artérias femorais são posicionados em diferentes pontos 
do coração e ligados a computadores especiais, a fim de estudar todo seu sistema elétrico. 
 
Este mapeamento, conhecido como estudo eletrofisiológico, permite diagnosticar os 
distúrbios que provocam tanto a diminuição (bradicardia) quanto o aumento (taquicardia) 
anormal dos batimentos cardíacos. Esta técnica de diagnóstico é 
 
aplicada quando há suspeita de alteração do ritmo cardíaco devido a distúrbios elétricos, 
cujo agravamento possa levar a situações de desconforto ou de risco para o paciente. Em 
alguns casos, quando há necessidade, além de se realizar somente um estudo 
eletrofisiológico, tratam-se problemas cardíacos através dessa técnica. O procedimento 
terapêutico é denominado ablação. Existem diversos distúrbios elétricos, que desencadeiam 
taquicardias, provocando diversos graus de morbidade ao paciente, incluindo, nos casos de 
maior gravidade, a morte súbita. A substituição das cirurgias pela ablação tornou possível a 
cura definitiva da maioria dos casos, com alto grau de sucesso e baixo índice de 
complicações [6, 10]. 
Devido aos longos tempos de duração dos procedimentos, e das taxas de exposição, 
normalmente os pacientes recebem doses altas, podendo ocorrer reações tissulares 
nocivas, antes denominadas de efeitos determinísticos [11, 7]. 
 
No vídeo 1.1 [video1-1-eletrofisiologia], observa-se uma imagem dos diferentes cateteres 
que são introduzidos durante um procedimento de radiofreqüência. 
 
8 OUTROS PROCEDIMENTOS INTERVENCIONISTA 
 
A radiologia intervencionista tem muitas outras aplicações, além das intervenções 
relacionadas ao sistema cardiovascular. São descritas a seguir algumas aplicações 
específicas. 
 
9 RADIOLOGIA INTERVENCIONISTA VASCULAR 
 
10 COLOCAÇÃO DE FILTRO DE VEIA CAVA 
 
A veia cava inferior é a maior veia do abdome e drena o sangue dos membros inferiores e 
da pelve diretamente para o coração para a oxigenação. Quando existe trombose dos 
membros inferiores ou das veias profundas da pelve (trombose venosa profunda, TVP), a 
mais temida complicação é a embolia pulmonar, ou seja, o risco dos trombos se soltarem e 
migrarem para o coração e, posteriormente, para os pulmões, visto que o sangue venoso 
passa por estes para a reoxigenação. 
O primeiro tratamento para a trombose venosa profunda é com anticoagulantes. No entanto, 
quando o paciente apresenta contraindicações ao uso desses medicamentos é indicada a 
colocação do filtro de veia cava. Este filtro consiste em um dispositivo metálico implantado 
 
15 
na veia cava inferior para impedir que coágulos dos membros inferiores ou da pelve migrem 
para a circulação pulmonar, evitando assim a embolia pulmonar. 
A colocação do filtro é feita de forma endovascular: punciona-se a veia femoral (do lado em 
que não há trombose) ou a veia jugular; faz-se contraste para visualização da veia cava e do 
desague das veias renais, além de se descartar presença de coágulos nesta veia; e abre-se 
o filtro abaixo das veias renais. Em algumas situações, o filtro pode ser retirado após algum 
tempo, quando não há mais preocupação com o desprendimento de trombos relacionados à 
trombose. 
 
11 TIPS 
 
 
Normalmente todo o sangue do intestino, estômago e baço drena pela veia porta e é filtrado 
pelo fígado, liberando o sangue livre das toxinas produzidas pela digestão. Quando o 
paciente é portador de cirrose hepática, ocorre um processo crônico de cicatrização e 
fibrose em torno dos ramos da veia porta que culmina com um aumento da resistência do 
fluxo de sangue para o fígado, levando à formação de ascite e desvio do fluxo de sangue 
para veias colaterais. Geralmente estas veias colaterais são veias do esôfago, estômago e 
intestino que, quando sobrecarregadas, podem romper e causar hemorragia digestiva. 
O tratamento definitivo para a cirrose hepática é o transplante hepático. Quando, devido à 
gravidade dos sintomas, os pacientes não podem esperar o tempo necessário para o 
transplante, é possível realizar uma derivação portossistêmica intra-hepática por via 
transjugular ou TIPS (do inglês, transjugular intrahepatic porto systemic shunt) para tratar os 
sintomas da hipertensão portal (ascite refratária, hemorragia digestiva etc). 
O TIPS consiste em criar uma comunicação entre a veia hepática (veia que drena o 
 
sangue do fígado em direção ao coração) e a veia porta, reduzindo o estado de hipertensão 
portal do paciente. O procedimento é feito sob anestesia geral, através de um acesso 
venoso por punção com agulha da veia jugular interna direita, no pescoço do paciente. Um 
sistema composto por um conjunto de cateteres é orientado fluoroscopicamente até a veia 
hepática. Com uma agulha, é realizada a punção da veia porta através do fígado, criando 
assim uma comunicação entre a veia hepática e a veia porta. Após a dilatação deste trajeto, 
é implantado um stent, que manterá o fluxo entre estas duas veias. 
 
12 NEURORRADIOLOGIA 
 
13 ANEURISMA CEREBRAL 
 
 
Um aneurisma cerebral é uma doença em que um segmento de vaso sanguíneo encontra-se 
anormalmente dilatado no encéfalo. A dilatação é causada em geral por uma falha muscular 
da parede de uma artéria ou de uma veia do cérebro. Caso o aneurisma venha a romper-
 
16 
se, haverá sangramento para o espaço ao redor do vaso (espaço subaracnóideo), 
produzindo lesão ao encéfalo e um aumento da pressão intracraniana, o que faz com que as 
estruturas do cérebro responsáveis pela vitalidade sejam comprimidas, ocasionando a morte 
por parada respiratória. 
O tratamento do aneurisma cerebral é denominado embolização e tem início com a inserção 
de um cateter na artéria femoral na região da virilha do paciente e navegação dele pelos 
vasos sanguíneos do pescoço até o aneurisma. Através do cateter, o aneurisma é 
preenchido com molas de platina ou com polímero, impedindo que o fluxo de sangue entre 
no aneurisma, evitando assim sua ruptura. As molas são feitas de platina para que possam 
ser visíveis aos raios X e bastante flexíveis para que possam se adaptar à forma do 
aneurisma. A artéria que tinha o aneurisma permanece aberta levando sangue de maneira 
adequada para o cérebro. 
 
14 VERTEBROPLASTIA 
 
 
É um procedimento realizado por radiologistas intervencionistas para estabilizar vértebras 
quebradas na coluna, como conseqüência de osteoporose, tumores etc. O procedimento é 
realizado com a introdução de uma agulha através da pele até a vértebra fraturada. Um 
cimento ósseo cirúrgico chamado de polimetilmetacrylato (PMMA) é injetado dentro do osso 
para estabilizá-lo. Com esta técnica, mais de uma vértebra fraturada pode ser tratada em um 
único procedimento. 
 
15 PRINCIPIOS FÍSICOS EM RADIOLOGIA 
 
 
Os fundamentos físicos da radiologia foram abordados em Radiologia Convencional. No 
entanto, é importante revisar alguns conceitos relevantes estudados anteriormente, de modo 
que o leitor deveria voltar agora para os tópicos: 
 
16 TECNOLOGIAS E FUNCIONAMENTOS DOS EQUIPAMENTOS E DE FORMATAÇÃO 
DE IMAGENS 
 
17 COMPONENTES DA CADEIA DE IMAGEM 
 
 
A compreensão das características físicas dos sistemas de imagem fluoroscópicos é 
importante para realizar os exames de maneira eficiente e segura e para definir condutas de 
otimização dos procedimentos. Além domais é fundamental para interpretar corretamente 
os testes de controle de qualidade realizados pelo físico médico do serviço. A Figura 2 
mostra um esquema dos principais componentes de um equipamento fluoroscópico utilizado 
em radiologia intervencionista. 
 
 
17 
18 COMPONENTES DA CADEIA DE IMAGEM 
 
 
A compreensão das características físicas dos sistemas de imagem fluoroscópicos é 
importante para realizar os exames de maneira eficiente e segura e para definir condutas de 
otimização dos procedimentos. Além do mais é fundamental para interpretar corretamente 
os testes de controle de qualidade realizados pelo físico médico do serviço. A Figura 2 
mostra um esquema dos principais componentes de um equipamento fluoroscópico utilizado 
em radiologia intervencionista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2. Esquema mostrando os principais componentes da cadeia de imagem de um 
equipamento de raios X fluoroscópico. 
 
A fluoroscopia proporciona uma imagem em movimento, em tempo real, permitindo sua 
aplicação em procedimentos nos quais se deseja obter imagens dinâmicas de estruturas e 
funções do organismo com o auxílio de meios de contraste à base de iodo ou bário. A 
imagem gerada pela fonte de raios X é formada em uma tela fluorescente de entrada de um 
intensificador de imagem, que converte a imagem dos raios X do paciente em uma imagem 
luminosa. A intensidade da luz é diretamente proporcional à intensidade de raios X e, 
portanto, a imagem é fiel [2]. Nas Figuras 3 e 4 mostram-se dois equipamentos 
fluoroscópicos (um convencional com intensificador de imagem e outro com sistema flat 
panel), típicos para intervencionismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3 Equipamento intervencionista com intensificador de imagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4 Equipamento intervencionista com sistema flat panel (Siemens Artiz Zeego) [12]. 
 
 
19 GERADOR DE RAIO X 
 
O gerador de raios X modifica a tensão e a corrente de entrada proveniente da rede elétrica, 
proporcionando as condições necessárias para a produção do feixe de raios X. O gerador 
controla o início e o término da exposição e possibilita a seleção das energias, taxa de dose 
e tempos de exposição. 
O gerador é ligado ao sistema de controle automático de exposição (CAE), ou ao controle 
automático de brilho (CAB), que controla os parâmetros operacionais, tensão máxima (kVp) 
e corrente (mA). Fototemporizadores e subsistemas de controle de brilho automático medem 
a exposição da radiação incidente no receptor de imagem para gerar instantaneamente um 
sinal de retorno que permite adequar as densidades das imagens adquiridas ou o brilho da 
imagem fluoroscópica. O CAE age para manter um nível constante de brilho da imagem 
observada em um monitor, mesmo quando o intensificador de imagem se movimenta por 
partes do corpo de diferentes densidades e coeficientes de atenuação. O brilho constante é 
alcançado ajustando a kVp e a corrente automaticamente tanto quanto for necessário para 
manter o nível de radiação na entrada do intensificador de imagem. 
 
19 
Os geradores usados para fluoroscopia podem ser dos tipos monofásico e trifásico, de 
potencial constante e de alta-frequência. Os geradores de alta-frequência, usados nos 
equipamentos modernos, provêm uma reprodutibilidade de exposição superior, são mais 
compactos, de menor custo de aquisição e menor tempo para reparos e manutenção [13]. 
Nos estudos cardíacos, requer-se que o gerador seja capaz de produzir uma faixa de tensão 
entre 80 e 100kVp, de forma uniforme e de pulsos com tempos muito curtos [14, 15, 2]. 
Em fluoroscopia são usados dois modos para fornecer energia ao tubo de raios X, exposição 
contínua e pulsada. Na fluoroscopia contínua, o gerador provê uma corrente do tubo 
contínua enquanto a fluoroscopia é acionada. As imagens são adquiridas para uma taxa de 
30 fotogramas por segundo, sendo um tempo de aquisição de 33 milissegundos por 
imagem. No modo pulsado, são produzidos pulsos de radiação curtos e intensos, sendo 
possível controlar sua altura, largura e frequência (Fig.5). Mudando a taxa de pulsos de 30 
pulsos/s para 7,5 pulsos/s, uma redução de dose de 75% pode ser alcançada facilmente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5. Esquema representativo da emissão de radiação no modo pulsado. 
 
Uma vantagem da fluoroscopia pulsada é a melhoria na resolução temporal. É possível 
reduzir o borrão causado pelo movimento na imagem, quando são usados tempos de 
aquisição mais curtos - tornando a técnica útil e possível de ser usada para examinar 
estruturas em movimento rápido, como as obtidas nas aplicações cardiovasculares. A 
frequência de pulsos pode ser modificada de maneira a obter uma redução da dose 
cumulativa. No entanto, a fluoroscopia pulsada nem sempre significa que a dose será menor 
que a da contínua. A taxa de dose depende da dose por pulso (altura e largura do pulso) e 
do número de pulsos por segundo. Os geradores de potencial constante são capazes de 
gerar pulsos mais curtos de exposições, os de alta frequência e trifásicos produzem alguns 
pulsos ligeiramente mais longos. 
Na imagem vascular periférica é utilizada uma taxa moderada de aquisição de imagens 
(baixa taxa de imagens por segundo). Na angiografia cardíaca, as exposições com altas 
taxas de aquisição (60 a 90 imagens por segundo) podem ser necessárias e o gerador deve 
ser capaz de produzir tensões uniformes e pulsos com tempos de exposição muito curtos. 
[2]. 
 
 
20 
20 TUBO DE RAIO X 
 
O tubo de raios X consiste de dois eletrodos metálicos, o catodo e o anodo, contidos dentro 
de um encapsulamento de vidro a vácuo (Fig. 6). Um tubo de raios X é um conversor de 
energia. Ele recebe energia elétrica e converte-a em duas formas: radiação X e calor. Os 
tubos de raios X são construídos visando a maior produção de raios X e a dissipação do 
calor de forma tão rápida quanto o possível. O catodo emite elétrons por emissão 
termoiônica. Estes elétrons são acelerados até o anodo e atingem um ponto denominado 
ponto focal do alvo, onde as interações destes elétrons com o material do alvo resultam na 
produção dos raios X e em uma grande quantidade de calor. 
 
 
 
Vidro 
 
 
Rotor 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anodo 
 
Catodo 
 
Figura 6. Tubo de raios X com anodo rotativo. 
 
Anodo e catodo encontram-se dentro de um invólucro de vidro (―ampola‖). A ampola possui 
uma ―janela‖ com espessura menor que o restante da ampola e pela qual passa o feixe útil 
com o mínimo de absorção possível. O tubo é colocado dentro de uma calota protetora 
revestida de chumbo, chamado de cabeçote a fim de blindar a radiação que é produzida em 
todas as direções (radiação de fuga). O cabeçote é preenchido com óleo que atua como 
isolante elétrico e térmico [16]. 
O catodo é o eletrodo negativo do tubo de raios X, composto pelo filamento e pela capa 
focalizadora (cilindro de welmelt). O filamento é de tungstênio, tem forma de espiral e mede 
cerca de 2 mm de diâmetro, e 1 ou 2 cm de comprimento. Através dele são emitidos os 
elétrons, por emissão termoiônica, quando uma corrente de aproximadamente 6 Ampères 
atravessa o filamento. A ionização nos átomos de tungstênio ocorre devido ao calor gerado 
e aos elétrons emitidos. O tungstênio é utilizado porque permite maior emissão termoiônica 
que outros metais (temperatura de 3.380 °C) [16]. 
Assim que os elétrons são acelerados na direção do anodo, há uma perda, devido à 
dispersão dos mesmos, visto que os elétrons são carregados negativamente e há uma 
repulsão entre eles. Para evitar esse efeito,o filamento do catodo é envolvido por uma capa 
 
21 
carregada negativamente, mantendo os elétrons unidos em volta do filamento e 
concentrando os elétrons emitidos em uma área menor do anodo. A eficiência desta capa 
focalizadora é determinada por seu tamanho, sua carga, forma e posição do filamento 
dentro dela [16]. 
O anodo é o eletrodo positivo do tubo de raios X. Além de ser um bom condutor elétrico, é 
também um bom condutor térmico. Quando os elétrons se chocam contra o anodo, mais de 
95% de suas energias cinéticas são transformadas em calor e, este calor deve ser dissipado 
rapidamente, para o anodo não ser derretido. 
Em radiodiagnóstico, o diâmetro do anodo varia entre 5 cm e 12 cm com angulações de 7º a 
12º. A maioria dos aparelhos modernos possui anodo rotatório cuja velocidade pode atingir 
até 10.000 r.p.m. O anodo tem capacidade limitada de armazenar calor embora este seja 
continuamente dissipado para o óleo contido no seu invólucro. 
O alvo é a área do anodo onde ocorre o impacto direto dos elétrons. O material mais 
utilizado para o alvo é o tungstênio, por ser adequado na dissipação do calor e apresentar 
as seguintes características [16]: 
 
- Alto número atômico (Z = 74), o que implica em grande eficiência de produção de raios X e 
maior energia. 
 
- Condutividade térmica quase igual a do cobre, o que resulta em rápida dissipação do calor 
produzido. 
 
- Alto ponto de fusão (3380 ºC), superior à temperatura de bombardeamento de elétrons 
(2000 ºC). 
 
A tensão e a corrente aplicadas ao tubo definem as características da radiação X produzida. 
A corrente aplicada ao tubo (mA) é relacionada ao número de elétrons e portanto ao número 
de fótons produzidos, enquanto que a tensão aplicada (kV) afeta a energia dos raios X e 
portanto seu poder de penetração. O ponto focal é a região do alvo do tubo onde ocorrem as 
colisões dos elétrons emitidos pelo filamento e é o local de origem dos raios X produzidos. O 
tamanho do ponto focal é muito importante para a formação da imagem. Um ponto focal 
menor resulta em imagens mais nítidas. 
 
Para aplicações clínicas de angiografias e de procedimentos intervencionistas, é importante 
que o tubo de raios X tenha algumas características particulares como: 
 
- Rotação de anodo de alta velocidade: devido ao requerimento de registro de imagens de 
alta velocidade, a quantidade de calor dissipado pode ser considerável, sendo necessário 
um tubo de raios X com uma grande capacidade de dissipação do calor. 
 
- Para melhorar a dissipação de calor, pode ser usada uma rotação anódica de alta 
velocidade (acima de 10.000 rpm). 
 
- Circulação de água ou dissipador de calor de óleo: pelo exposto acima, é necessária a 
instalação de um sistema de circulação por água ou um trocador de calor de óleo com 
ventiladores de resfriamento. 
 
 
 
 
 
22 
A maioria dos equipamentos intervencionistas dispõe de filtros adicionais, geralmente de 
cobre (Figura 7), além dos filtros de alumínio encontrados em equipamentos convencionais. 
Este filtra os componentes de baixa energia do espectro de raios X que não são necessários 
para criar a imagem, reduzindo não somente a dose na pele do paciente, como também a 
radiação espalhada para o operador. Os equipamentos também vêm providos do chamado 
‗colimador cardíaco‘, que consiste em uma lâmina de alumínio que pode ser deslocada para 
dentro da região irradiada, de modo a compensar efeitos de brilho intenso na imagem, 
quando em alguma região da imagem não há objeto atenuador e o feixe incide diretamente 
sobre o intensificador de imagem (Figura 7) [2]. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 7. Lâmina de cobre na saída do sistema de colimação e filtro ‗cardíaco‘. 
 
 
21 TUBO INTENCIFICADOR DE IMAGENS E CARACTERISTICAS FÍSICAS 
 
O intensificador de imagem é o componente da cadeia de imagem que diferencia um 
equipamento fluoroscópico de um radiográfico. Sistemas de fluoroscopia usam 
intensificadores de imagem para converter uma imagem de baixa intensidade em uma 
imagem minimizada de alta intensidade de brilho. Este dispositivo é responsável pela 
transformação dos fótons de raios X em um sinal luminoso. 
Os principais componentes de um tubo intensificador de imagem são (Figura 8) [17]: 
 
 
- Tubo de vidro a vácuo: proporciona rigidez e permite o fluxo de elétrons do fotocatodo para 
o anodo; 
 
- Tela fluorescente de entrada: composta de cristais de CsI ativado com sódio (15- 40 cm de 
diâmetro) que converte os fótons de raios X em luz visível; 
 
- Fotocatodo: fina camada de compostos de Cs e Sb, de onde são liberados elétrons por 
fotoemissão; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
- Lentes eletrostáticas: Entre o fotocatodo e o anodo é aplicada uma diferença de potencial 
para que os elétrons emitidos pelo fotocatodo sejam acelerados em direção ao anodo. À 
medida que os elétrons passam pelo tubo intensificador, estes são multiplicados milhares de 
vezes em relação ao número original, através do uso de lentes eletrostáticas no tubo. As 
lentes eletrostáticas são placas de metal positivamente carregadas que focam e aceleram os 
elétrons até a tela de saída [17, 2]. 
 
- Anodo: placa carregada positivamente que atrai os elétrons até a tela de saída. Diferença 
de potencial ente anodo e catodo: 25- 35 kV; 
 
- Tela fluorescente de saída: peça de vidro ou alumínio de 2,54 cm de diâmetro, coberta com 
fina camada de sulfeto de Cd e Zn. Emite luz (amarelo/verde) de 500- 650 nm. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 8. Tubo intensificador de imagem típico de um sistema intervencionista e um cort 
transversal esquemático para indicar seus componentes. 
 
 
22 MAGNIFICAÇÃO DO INTENSIFICADOR DE IMAGEM 
 
Os intensificadores de imagem possuem diferentes tamanhos, geralmente campos de visão 
de 23 cm, 17 cm e 13 cm. Estes números se referem ao diâmetro do elemento fluorescente 
de entrada do tubo intensificador de imagem. Adicionalmente, os intensificadores têm vários 
modos de magnificação. A magnificação se produz quando se muda o potencial aplicado às 
lentes eletrostáticas dentro do intensificador, o que faz com que o ponto focal dos elétrons 
mude de posição [18]; na prática, isto significa passar de 23 cm para 17 cm, por exemplo. 
Na medida em que o fator de magnificação aumenta, uma menor área da entrada do 
intensificador pode ser visibilizada. No exemplo, só os fotoelétrons da parte central de 17 cm 
de diâmetro incidem sobre o elemento fluorescente de saída. A consequência desta 
mudança de ponto focal é a redução do campo e o aumento da imagem. A utilização de uma 
área menor em um tubo intensificador de imagem com a magnificação da imagem sempre 
oferece lugar a uma ampliação da imagem, com um fator de aumento diretamente 
relacionado com o quociente do diâmetro do tubo. Um tubo 23/17/13 no modo de 
magnificação 17 cm produzirá uma imagem 1,4 vezes maior que as obtidas trabalhando com 
a magnificação de 23 cm [19]. 
Para se manter o nível de contraste, a corrente é aumentada automaticamente, o que 
incrementa a dose recebida pelo paciente. O aumento da dose que o paciente recebe é 
aproximadamente igual à relação entre a área do elemento fluorescente de entrada utilizado 
 
24 
ou 1,8 vezes (232/172) a dose obtida quando se utiliza o equipamento sem magnificação 
[19]. Este aumento da dose acarreta a produção de 
uma imagem de melhor qualidade. A dose aumenta por que são utilizados mais fótons por 
unidade de área para formar a imagem. O resultado é uma redução do ruído e um aumento 
do contraste [16]. 
 
23 SISTEMA ÓTICO ACOPLADO 
 
A imagem de saída de um intensificador de imagem é pequena. Consequentemente, uma 
câmara de vídeo é montada nasaída do intensificador de imagem e é usada pra transmitir 
imagem de saída para o monitor de TV de modo a facilitar a visibilidade do operador. Outros 
sistemas de registro de imagem podem também ser conectados na saída do intensificador, 
que são acoplados mediante um distribuidor ótico. 
Este distribuidor consiste de um conjunto de lentes e prismas, projetados para minimizar a 
distorção e outras aberrações ópticas. A luz emitida pelo fósforo de saída é coletada, 
convertida em um feixe paralelo e transmitida para o sistema de lentes da câmara de vídeo. 
Alguns sistemas usam fibras óticas para realizar o acoplamento. As lentes usadas nos 
sistemas fluoroscópicos são idênticas às lentes de alta qualidade usadas em fotografia. As 
lentes focalizam a luz que chega sobre o plano focal da câmara. O arranjo ótico inclui um 
diafragma de abertura variável, basicamente, um pequeno buraco entre as lentes individuais 
no arranjo de lentes. Ajustando o tamanho deste buraco, é possível variar a quantidade de 
luz que atravessa o sistema de lentes [18]. O ajuste deste diafragma muda o ganho efetivo 
dos componentes óticos da cadeia de imagem e tem um importante efeito no desempenho 
do sistema fluoroscópico. Diminuindo este ganho, uma taxa maior de exposição é aplicada, 
resultando em menor ruído da imagem. Aumentando o ganho, reduz-se a taxa de exposição 
e diminuí-se a dose, porém com uma menor qualidade da imagem. 
 
24 SISTEMA DE VÍDEO 
 
A função básica da câmara de vídeo é a de produzir um sinal eletrônico proporcional à 
quantidade de luz enviada pelo intensificador de imagem. As câmaras fotocondutoras 
consistem em uma camada fotocondutora (alvo), dentro de um tubo de vidro ao vácuo. A luz 
proveniente do intensificador de imagem, que incide no alvo, produz uma mudança na 
condutividade desta camada. Esta mudança é detectada por um feixe de elétrons para gerar 
uma variação em um sinal de corrente (A), que é amplificada, conduzida para um circuito 
de sincronização e processamento do sinal e apresentada como um sinal de vídeo (Figura 
9). 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
 
 
 
Alvo 
Tubo de vidro ao 
vácuo 
LUZ 
Feixe de elétrons 
 
 
 
 
Pre- 
 Process
ador 
 
 Sinal de 
vídeo 
 
Amplific. 
 de 
sinais 
 
Sinc. 
 
 
 
 
75  
 
 
Figura 9. Diagrama esquemático de uma câmara fotocondutora. 
 
As câmaras de material semicondutor são constituídas por chips semicondutores sensíveis à 
luz (charged coupled devices, CCD). O chip contém vários milhares de sensores eletrônicos 
que reagem à luz, gerando um sinal que varia em função da quantidade de luz que cada um 
recebe. 
O sinal gerado pela câmara de vídeo é um sinal de tensão que varia em tempo e que é 
enviado até o monitor por meio de um processo de varredura que pode ser de 525 ou de 
1.023 linhas. Nos sistemas flat panel não há câmara de vídeo, visto que a imagem é 
adquirida diretamente através deste dispositivo. [2] 
 
25 SISTEMA COM DETECÇÃO DIGITAL 
 
A gravação de imagens observadas no monitor em tempo real pode ser feita convertendo o 
sinal de vídeo analógico produzido pela câmara de vídeo e armazenando-o na forma de 
dados digitalizados. A aquisição digital de dados permite a aplicação de diversas técnicas de 
processamento de imagem, como congelamento da última imagem, processamento da 
escala de cinzas, média temporal de imagens, intensificação de bordas, subtração digital de 
imagens em tempo real, assim como a realização de diversas medições de tamanhos de 
vasos sanguíneos, volumes etc. Alternativamente, a digitalização pode ser realizada com 
dispositivos denominados dispositivos de acoplamento de carga (CCD), ou por captura 
direta dos raios X com um detector do tipo flat panel [15]. Os CCD foram introduzidos em 
meados de 1970, como microcircuitos de silício capazes de gravar imagens de luz visível 
[20]. 
 
 
 
 
26 
O detector digital flat panel está baseado em arranjos de fotodiodos de silício amorfo e finos 
transistores (TFT), em combinação com cintiladores de CsI(Tl). Esta combinação é devido a 
que os transistores são mais sensíveis à luz do que aos raios X. Assim, o cintilador é usado 
para converter a energia do feixe de raios X incidente em luz, que irá atingir o detector TFT. 
Em fluoroscopia, devido a que não é requerido um ambiente de vácuo (porque não há ótica 
eletrônica associada), a cobertura do flat pannel pode ser da ordem de 1 mm de fibra de 
carbono, que traz uma melhoria na eficiência quântica de detecção em comparação com a 
eficiência dos intensificadores de imagem. 
Em salas de intervencionismo, a transição de intensificadores de imagem para flat panel é 
facilitada pelas vantagens que oferecem, tais como imagens sem distorção, excelente 
contraste, grande faixa dinâmica e alta sensibilidade aos raios X [15,21]. 
 
26 MODOS DE OPERAÇÃO EM FLUORCOPIA 
 
De maneira geral, um equipamento intervencionista é capaz de trabalhar com faixas de 
tensões entre 50 e 125 kVp, controle automático de exposição e possibilidade de 
congelamento da última imagem adquirida fluoroscopicamente (LIH). O circuito de LIH 
consiste em um conversor analógico digital que converte o sinal de vídeo (fluoro) em uma 
imagem digital. Quando o pedal utilizado para emitir radiação por fluoroscopia é liberado, é 
gerado um sinal que faz com que a última imagem gerada pelos raios X seja capturada. Esta 
imagem é apresentada constantemente no monitor de vídeo até que o pedal fluoroscópico 
seja pressionado novamente. O congelamento da última imagem é um recurso útil, porque 
reduz a dose no paciente. É especialmente útil em instituições de treinamento de 
profissionais onde os residentes estão desenvolvendo suas habilidades com a fluoroscopia. 
Por outro lado, o congelamento da imagem permite ao operador examinar a imagem o 
tempo necessário sem necessidade de radiação adicional [18]. 
Normalmente, os equipamentos intervencionistas dispõem de pelo menos três modos de 
magnificação (por exemplo 13, 17 e 23 cm); dois modos de imagem: fluoro (imagem em 
tempo real) e aquisição digital (cine), com diferentes freqüências de pulsos. A fluoroscopia 
contínua é a forma básica da fluoroscopia, que consiste na emissão contínua do feixe de 
raios X usando correntes entre 0,5 mA e 4 mA (dependendo da espessura do paciente). A 
câmara de vídeo apresenta a imagem a uma frequência de 30 imagens por segundo, de 
modo que cada imagem fluoroscópica requer 33 ms (1/30s). Qualquer movimento que 
aconteça dentro dos 33 ms de aquisição, gerará um ―borrão‖ na imagem; no entanto, isto é 
razoável para a maioria dos procedimentos. Na fluoroscopia pulsada, o gerador produz uma 
série de curtos pulsos de raios X. Neste modo, na maioria dos equipamentos, tanto a 
freqüência (imagens/s), como a largura do pulso (tempo em ms) e a sua altura (mA) (Figuras 
10 a e b) podem ser modificados. 
 
 
 
27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 10. Esquema ilustrativo de frequências de pulsos. Em a), a altura dos pulsos 
(corrente, mA) é igual , porém a freqüência de pulsos (imagens/s) é maior na imagem 
inferior. Em b), a frequência de pulsos é a mesma nos dois casos, porém a largura dos 
pulsos (tempo, ms) e a altura dos pulsos (corrente, mA) são diferentes. 
 
 
Como exercício, podemos comparar a fluoroscopia contínua de 33 ms de largura de pulso e 
2 mA de altura de pulso com uma fluoroscopia pulsada de 30 imagens/s, porém com pulsos 
de 10 ms de largura e 6,6 mA. A mesma taxa de exposição estaria sendo proporcionada ao 
paciente (0,066 mAs por imagem), mas na fluoroscopia pulsada o tempo de exposição seria 
menor (10 ms invés de33ms), e isto reduziria o ―borrão‖ na imagem proveniente do 
movimento do paciente. Assim, procedimentos fluoroscópicos com movimentos rápidos de 
objetos (p.e. posicionamento de cateteres em vasos altamente pulsantes), a fluoroscopia 
pulsada oferece melhor qualidade da imagem com a mesma taxa de dose. 
Durante muitos procedimentos fluoroscópicos, uma frequencia de 30 imagens/s não é 
necessária para realizar o trabalho. Por exemplo, uma angiografia de carótida, o processo 
de levar o cateter desde a artéria femoral até o arco aórtico não requer alta resolução 
temporal e talvez uma frequência de 7,5 imagens/s seria suficiente. Isto reduziria a dose 
durante esta parte do estudo a 25% (7,5/30). A fluoroscopia pulsada com taxas variáveis 
(normalmente 7,5, 15 e 30 imagens/s) permite ao operador reduzir a resolução temporal 
quando esta não é necessária, com a consequente redução da dose [18]. 
Praticamente todos os equipamentos fluoroscópicos oferecem a possibilidade de diferentes 
modos de taxa, denominados ―low‖, ―normal‖ e ―high‖ ou ―baixa taxa‖ e ―alta taxa‖, ou ―fluoro‖ 
e ―fluoro+‖. No modo de alta taxa, deve-se acionar um alarme sonoro durante a emissão da 
radiação. A menos que a alta taxa seja imprescindível (às vezes no caso de pacientes 
obesos), recomenda-se evitar ou minimizar seu uso, devido às altas doses ministradas aos 
 
28 
pacientes e profissionais. 
 
Os sistemas fluoroscópicos apresentam excelente resolução temporal; no entanto, as 
imagens fluoroscópicas podem apresentar ruído. Para diminuir o ruído, o equipamento tem a 
opção de fazer a média de uma série de imagens (―frame averaging‖). Este procedimento é 
realizado pelo equipamento mediante a digitalização das imagens fluoroscópicas, obtenção 
em tempo real da média destas imagens na memória do computador e imediata 
apresentação no monitor. Este procedimento de ―frame averaging‖ também possibilita a 
redução da dose no paciente. 
Um modo útil de operação utilizado em certos procedimentos intervencionistas é o chamado 
―Road map‖. Resumidamente, o procedimento de ―road map‖ consiste em gravar uma 
imagem durante a injeção de contraste (ou imagem subtraída) que será posteriormente 
apresentada no monitor sobreposta à imagem fluoroscópica que está sendo obtida em 
tempo real. Assim, o operador terá um ―mapa‖ vascular sobre a imagem fluoroscópica e 
poderá angular o cateter de acordo com anatomia vascular do paciente. O ―road map‖ é útil 
para introduzir cateteres através de vasos tortuosos [18]. 
 
27 PARAMETROS DE IMAGEM 
 
28 RESOLUÇÃO ESPACIAL 
 
A resolução espacial é uma propriedade que descreve a habilidade de um sistema de 
imagem de descrever objetos com precisão nas duas dimensões espaciais da imagem. 
Consiste na habilidade de um sistema de imagem de representar distintamente dois objetos 
na medida em que vão ficando menores e mais próximos um do outro. Quanto mais 
próximos eles estejam, com a imagem ainda os mostrando como objetos separados, melhor 
será a resolução espacial. 
A resolução espacial de modernos sistemas intensificadores varia entre 4 e 5 pares de 
linhas/mm, no modo 23cm. Nos modos de magnificação, os sistemas apresentam melhores 
resoluções; por exemplo, em um sistema fluoroscópico trabalhando no modo de 13cm 
podem ser alcançadas resoluções de até 7 pares de linhas/mm. Sistemas digitais como os 
de angiografia por subtração digital em geral apresentam resoluções menores [18]. 
 
29 RESOLUÇÃO DE CONTRASTE 
 
A capacidade para detectar um objeto de baixo contraste está fortemente relacionada a 
quanto ruído existe na imagem. Quando o nível de ruído diminui, o contraste do objeto 
melhora perceptivelmente. A habilidade de visibilizar objetos de baixo contraste é a essência 
da resolução de contraste. Uma melhor resolução de contraste significa que objetos mais 
sutis (tênues) podem ser vistos na imagem. A resolução de contraste está relacionada à 
razão sinal ruído (RSR). 
A resolução de contraste em fluoroscopia é menor que a da radiografia, porque os baixos 
 
29 
níveis de exposição produzem imagens com relativamente baixa relação sinal ruído. 
Geralmente, a resolução de contraste é medida subjetivamente utilizando objetos de teste 
que contêm detalhes de contraste, e observando-os sob fluoroscopia. A resolução de 
contraste aumenta quando se aumenta a taxa de dose, com a desvantagem de maior dose 
ao paciente. O uso de taxas de exposição consistentes com as necessidades do exame 
fluoroscópico é recomendado. Os sistemas fluoroscópicos permitem escolher diferentes 
taxas de doses no painel de comando, trazendo flexibilidade de paciente para paciente para 
ajustar o compromisso entre resolução de contraste e exposição do paciente [18]. 
 
30 RESOLUÇÃO TEMPORAL 
 
A excelente resolução temporal da fluoroscopia é o seu ponto forte em comparação com a 
radiografia. O ―borrão‖ (blurring) que ocorre no domínio espacial reduz a resolução espacial, 
e de forma similar um ―borrão‖ no domínio do tempo pode reduzir a resolução temporal. O 
―blurring‖ no domínio do tempo é tipicamente chamado de ―lag‖. ―Lag‖ implica que uma 
fração dos dados correspondentes à uma imagem são transportados para a próxima 
imagem. 
Câmaras de vídeo como as vidicom apresentam uma quantidade razoável de ―lag‖. 
 
Uma forma de diminuir o ―lag‖ consiste em fazer a média temporal de várias imagens, 
permitindo uma melhor relação sinal ruído porque as contribuições dos fótons de raios X das 
várias imagens são combinadas em uma única imagem. 
 
31 SALAS INTERVENCIONISTAS 
 
 
32 ANGIOGRAFIA PERIFÊRICA 
 
Nestas salas, o sistema fluoroscópico é montado em um arco em C ou em U, que pode 
realizar movimentos de rotação e oblíquos, proporcionando flexibilidade para trabalhar com 
projeções em PA, laterais e oblíquas. Devido ao uso rotineiro de meio de contraste iodado, 
existem sistemas injetores de contraste dentro da sala. Para angiografia periférica, o 
diâmetro dos intensificadores de imagem varia de 30 cm a 40 cm. Para salas de 
neuroangiografia, geralmente são usados intensificadores de 30cm de diâmetro. 
 
33 CARDIOLOGIA 
 
Nestas salas, sistemas fluoroscópicos com intensificadores de 23 cm de diâmetro são mais 
usados. Este menor tamanho permite maior inclinação na direção crânio-caudal, projeção 
típica em cardiologia intervencionista. Câmaras de cine (aquisição digital de imagens) são 
recursos obrigatórios nestas salas. Alguns sistemas para cateterização cardíaca são 
biplanares. 
No vídeo 2 [vídeo 2-estudo de pontes], observa-se uma etapa de um procedimento de 
estudo de pontes (angiografia de controle após cirurgia) realizada em uma sala adequada 
 
30 
para cardiologia intervencionista. É possível observar o arco na projeção crânio-caudal e o 
momento do congelamento da última imagem no monitor. Também se nota na imagem do 
monitor que não foram utilizados filtros cardíacos para compensar o efeito de brilho intenso 
na imagem (canto superior direito no monitor). 
No vídeo 3 [vídeo 3-movimentos do arco] mostra-se a versatilidade de movimentação tanto 
do arco em C como da mesa durante um procedimento de cardiologia intervencionista. 
 
34 SISTEMAS BIPLANARES 
 
São sistemas com uma mesa, mas com dois arcos em C com a cadeia de imagem 
completa. Existem dois geradores, dois intensificadores de imagem e dois tubos de raios X. 
Os dois sistemas tubo de raios X-intensificador de imagem são usados simultaneamente 
para registrar as projeções anteroposterior e lateral, durante uma única injeção de contraste. 
A aquisição simultânea de duas projeções permite reduzir o volume do meio de contraste 
injetado no paciente. Durante a angiografia biplanar, a fluoroscopia pulsada emitida por cada 
tubo de raios Xé alternada, de maneira que a radiação espalhada produzida por um plano 
de imagem não interfira na imagem do outro plano. Quando se deseja operar com um único 
sistema tubo de raios X-intensificador, o outro arco pode ser afastado da mesa de 
procedimentos [18]. 
Na Figura 11 observamos um sistema biplanar, sendo operado durante um procedimento de 
controle de qualidade, onde é possível notar também o correto posicionamento do escudo 
protetor de vidro plumbífero, suspenso do teto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11. Sistema biplanar com escudo protetor suspenso do teto. 
 
 
 
 
 
 
31 
35 PROGRAMA DE GARANTIA E CONTROLE DE QUALIDADE 
 
36 O QUE É POR QUE FAZER CONTROLE DE QUALIDADE 
 
As definições básicas sobre garantia e controle de qualidade em radiologia foram abordadas 
no capítulo de Radiologia Convencional. No entanto, é importante que o leitor revise alguns 
conceitos estudados anteriormente, voltando agora para os tópicos: 
- Garantia de qualidade 
 
- Controle de qualidade 
- Testes de estado 
 
- Testes de aceitação 
 
- Testes de constância 
 
Os equipamentos de radiologia intervencionista são consideravelmente mais complexos que 
os sistemas de radiografia convencional. São equipamentos de alto custo que precisam ser 
operados por profissionais que conheçam todas suas funções, para evitar danos, otimizar 
seu uso em termos de qualidade da imagem, doses e custos, assim como para identificar 
defeitos apresentados pelo equipamento na fase inicial de maneira a corrigir o mau 
funcionamento, prevenindo danos maiores. Por isso, deve-se dar atenção especial aos 
programas de garantia de qualidade, que incluam medidas de controle de qualidade e de 
doses em pacientes. Os procedimentos de controle de qualidade devem ser rigorosos, e 
seus resultados avaliados por profissionais idôneos que possam interpretar e conduzir ações 
de correção das falhas detectadas. 
A realização de testes de controle de qualidade exige um profundo conhecimento dos 
princípios físicos de funcionamento dos diferentes tipos de detectores, simuladores e outros 
instrumentos utilizados para tal fim. Para cada parâmetro a ser avaliado, instrumentação 
adequada deve ser utilizada, porque de outra maneira os resultados obtidos não serão 
representativos e, muito menos, confiáveis. 
Os procedimentos de controle de qualidade aplicados devem seguir protocolos 
padronizados de medição e as medições devem ser realizadas sempre nas mesmas 
condições, para possibilitar a comparação dos valores medidos ao longo do tempo para um 
determinado equipamento, assim como a comparação de resultados entre diferentes 
equipamentos intervencionistas. 
 
37 TESTES DE CONSTÂNCIA NO EQUIPAMENTO INTERVENCIONISTA 
 
38 EXATIDÃO E REPRODUTIBILIDADE DA TENSÃO (kVp) 
 
Este teste tem como objetivo avaliar se a indicação da tensão do tubo no painel de controle 
do equipamento de raios X, para qualquer valor de corrente, está em conformidade com o 
valor medido, dentro dos padrões de desempenho aceitáveis. Consideram-se aceitáveis 
aqueles valores medidos que se encontram dentro de uma tolerância menor do que ± 10% 
 
32 
para a discordância entre o kVp nominal e o registrado pelo medidor. Para realizar esta 
medição, utiliza-se um medidor de tensão de leitura direta colocado sob o feixe de radiação 
(Figura 12). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 12. Arranjo experimental para avaliar a exatidão e reprodutibilidade da tensão. 
 
A tensão aplicada ao tubo de raios X está relacionada à capacidade de penetração do feixe, 
à energia dos fótons que compõem o espectro. Ao aumentarmos a quilovoltagem aplicada, 
aumenta-se também a energia e a quantidade dos fótons que incidem no paciente. Uma 
variação na quilovoltagem terá efeito principalmente na qualidade da imagem. Aumentando 
a quilovoltagem aplicada, o espalhamento Compton aumenta (maior número de fótons 
espalhados) tornando a imagem radiográfica menos contrastada (maior número de tons de 
cinza). Uma diminuição na quilovoltagem resultaria em um menor espalhamento com uma 
melhoria da qualidade da imagem. No entanto, para baixas energias, a absorção fotoelétrica 
(responsável pelo contraste-objeto) aumenta com a redução da energia dos fótons, o que 
traz como consequência o aumento na dose do paciente. 
 
39 RENDIMENTO DO TUBO DE RAIO X 
 
O rendimento é definido como a quantidade de radiação (mR, mGy) medida em um ponto no 
centro do feixe de raios X a uma distância de 1 m do ponto focal para cada mAs de elétrons 
que atravessam o tubo [17]. O rendimento expressa a habilidade do tubo de raios X para 
converter energia eletrônica em raios X. Medindo esta grandeza é possível também estimar 
a dose recebida pelo paciente. O kerma no ar livre no ar, por exemplo, pode ser calculado a 
partir do valor do rendimento. 
A medida da quantidade de raios X produzidos proporciona informações sobre a calibração 
do equipamento, condição do tubo de raios X e qualquer mudança na filtração do feixe. 
Baixos valores do rendimento indicam um desgaste do tubo de raios X ou do sistema como 
um todo. Altos valores no rendimento do equipamento sugerem erros na calibração do 
 
33 
gerador de raios X: tanto por alto valor da tensão quanto corrente. Outra possível causa, 
pode ser a remoção da filtração do tubo. Assim, a comparação do rendimento entre um 
controle de qualidade e outro é uma importante ferramenta de checagem [22, 23]. 
Para calcular o rendimento, é necessário medir a taxa de kerma no ar com uma câmara de 
ionização adequada para tal fim (normalmente uma câmara de 6cc, tipo dedal) a certa 
distância do foco (Figura 13). Se o equipamento e o detector o permitem, a 1 m. Caso não 
seja possível, medir-se-á na distância possível, corrigindo depois as medições para a 
distância de 1 m. É conveniente calcular o valor do rendimento para vários valores de 
tensão, e sempre que possível, a 80 kV. Para cada valor de taxa de kerma no ar medido, 
deve registrar-se o valor correspondente de corrente para depois calcular o rendimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 13. Arranjo experimental para medição da taxa de kerma no ar, com o objetivo de 
calcular o rendimento. 
 
 
Um baixo rendimento do tubo de raios X pode gerar dificuldades na realização dos 
procedimentos intervencionistas, devido a que haverá uma taxa menor de quantidade de 
fótons por unidade de corrente. Assim, a imagem pode ser de menor qualidade, requerendo 
maiores tempos de exposição, com o consequente aumento da dose ministrada ao 
paciente. Valores de rendimento excessivamente elevados podem levar à administração de 
altas doses de radiação ao paciente. 
 
40 CAMADA SEMI REDUTORA 
 
A camada semirredutora (CSR) é definida como a espessura de material requerido para 
reduzir a intensidade de um feixe de raios X à metade do seu valor inicial. É uma medida 
indireta da energia dos fótons do feixe de raios X, de maneira que a habilidade de 
penetração ou a qualidade do feixe de raios X pode ser descrita pela camada semirredutora. 
A qualidade do feixe e, consequentemente, a CSR, vai mudando com a deposição do 
material do alvo na janela do tubo. [24]. 
 
34 
Alguns protocolos recomendam medir a CSR [22] posicionando o tubo de raios X abaixo da 
mesa, colimando o feixe a um pequeno tamanho de campo para reduzir o espalhamento. O 
detector de radiação fica livre no ar, com uma distância de, no mínimo, 30 cm do atenuador 
de Al. A tensão deve ser de aproximadamente 80 kV colocando atenuadores a fim de que o 
controle automático de exposição atinja esse valor de tensão. O valor do kV e mA devem sermantidos fixos. Uma técnica para manter esses parâmetros constantes consiste em colocar 
atenuadores de Al entre o intensificador de imagem e o detector. Conforme as medições são 
realizadas, os filtros de Al são deslocados para a posição da mesa (isso faz com que a 
atenuação total seja sempre a mesma). 
A primeira medição é feita sem atenuador entre o tubo e o detector. Posteriormente, a 
espessura de Al vai aumentando colocando-se um a um os filtros de Al em cima da mesa, 
entre o tubo e o detector. A medida da taxa de exposição é registrada toda vez que se 
acrescenta um filtro de Al. 
Outros protocolos [25, 26, 27] não fazem especificações sobre o arranjo experimental para 
realizar as medições, mas recomendam valores aceitáveis de HVL. Na Figura 14 apresenta-
se um arranjo experimental para medir a CSR, sem a interposição da mesa de exames. 
O valor da CSR é calculado de acordo com a mesma equação utilizada para radiologia 
convencional. Valores recomendados para a CSR são: para 80 kVp, > 2,3 mm Al para 
unidades com filtração adicional fixa [28, 25] e para 70 kVp, > 2,5 mm Al [26]. Recomenda-
se realizar este teste anualmente. 
A camada semirredutora independe do tipo de magnificação utilizada. Também é importante 
realizar o teste para diferentes modos de taxas de fluoroscopia, pois alguns equipamentos 
automaticamente inserem filtros, de acordo com a técnica utilizada. Estes filtros têm o 
objetivo de diminuir a dose no paciente. 
A camada semirredutora está intimamente relacionada à filtração total do feixe de raios X. 
Como é sabido, na saída do feixe de raios X geralmente são colocados filtros de alumínio ou 
de cobre cuja função é a de remover os fótons de baixas energias que não contribuem para 
a formação da imagem, sendo absorvidos nas camadas superficiais da pele, que somente 
contribuem para o aumento da dose ministrada ao paciente. Um valor de CSR baixo sugere 
escassa filtração do feixe, com o consequente aumento da dose para o paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
Figura 14. Arranjo experimental para calcular a camada semi-redutora (CSR). Os filtros 
atenuadores de Al são colocados primeiro entre o intensificador de imagem e o detector, 
sendo transferidos um a um na medida em que as medições da taxa de kerma no ar vão 
sendo realizadas. No monitor pode-se controlar o posicionamento correto da câmara de 
ionização e a colimação ao tamanho desejado. 
 
 
41 DETERMINAÇÃO DA TAXA DE KERMA NO AR DE ENTRADA NA SUPERFICIE 
 
 
A medida deste parâmetro é um importante indicador para avaliação da dose em unidades 
fluoroscópicas. Os resultados obtidos neste tipo de medida são fortemente dependentes do 
tipo de fantoma utilizado e da posição relativa do tubo de raios X [29]. A medida das taxas 
de dose garante que as taxas de exposição para tamanhos de pacientes e kV específicos 
terão níveis apropriados, de modo a otimizar o contraste da imagem enquanto se minimiza a 
exposição do paciente [25, 23]. 
Para fluoroscopia, a taxa de kerma no ar de entrada na superfície é medida utilizando 
fantomas de água ou blocos de PMMA. O detector (câmara de ionização) utilizado para 
medir este parâmetro deve ser sensível tanto à radiação direta quanto à espalhada, e deve 
estar calibrado nas qualidades de feixes de raios X utilizados em radiologia intervencionista. 
Um fantoma de água de 20 cm de espessura representa um adulto padrão. Pacientes de 
maior espessura podem ser simulados adicionando-se 10 cm de água. O equipamento 
fluoroscópico deve ser operado em condições de controle automático de brilho, tomando 
cuidado com ter certeza de que o controle automático está estabilizado antes de realizar 
cada medição. 
As medições devem ser realizadas para todos os tamanhos de intensificador de imagem, 
taxas de dose e condições de controle automático de brilho que reflitam condições clínicas 
de uso. As distâncias foco-intensificador e foco-câmara, a tensão aplicada à corrente e 
qualquer filtração selecionada devem ser registradas para cada medição. As medições 
dependem das posições relativas entre o tubo de raios X, a câmara de ionização e o 
intensificador de imagem. O fantoma deve ser posicionado sobre a mesa de exame, 
deixando um espaço para colocar a câmara de ionização entre a mesa e o fantoma e em 
contato com este, no centro da sua superfície de entrada, para medir a taxa de kerma no ar. 
O espaço entre intensificador e a superfície de saída do fantoma deverá ser de 10 cm [30]. 
Com o colimador aberto, o fantoma deve ser irradiado e registradas as leituras do detector, 
assim como tensão e corrente do tubo e distâncias. A Figura 15 mostra o arranjo 
experimental para medir a taxa de kerma no ar de entrada na superfície, utilizando blocos de 
PMMA. 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 15. Arranjo experimental para medir a taxa de kerma no ar de entrada na superfície. 
 
 
Recomenda-se realizar este teste anualmente ou quando houver alguma mudança no 
sistema. Na Tabela 1 são apresentados alguns valores de referência internacionais, para 
taxa de kerma no ar na entrada do paciente para fluoroscopia, para diferentes modos de 
operação [31]. 
 
 
Tabela 1. Valores de referência para a taxa de dose na entrada do paciente [31]. 
 
 
Modo Taxa de dose na entrada 
 
 
Organização fluoroscopia do paciente 
 
(mGy/min) 
 
 
 
IAEA Normal 25 
 
IAEA Alto 100 
 
FDA Normal 50 
 
Reino Unido Normal / Alto 100* 
 
AAPM Normal 65 
 
*Não deve exceder 50 mGy/min. 
 
A taxa de kerma no ar é um indicador da quantidade de radiação emitida pelo tubo de raios 
X por unidade de tempo. Devido a que em radiologia intervencionista os tempos de 
irradiação são longos quando comparados com os da radiologia convencional, é importante 
observar o valor da taxa de kerma no ar de entrada na superfície que o equipamento 
proporciona, já que este valor terá uma significativa influencia na dose ministrada. É claro 
que altas taxas também produzem melhores imagens. No entanto, um compromisso entre 
dose e qualidade da imagem deve ser sempre considerado. Certamente, altas taxas de 
 
37 
kerma aplicadas durante longos tempos de exposição, aumentam a probabilidade de 
indução de efeitos nocivos. 
 
 
42 DETERMINAÇÃO DA TAXA DE KERMA NO AR NA ENTRADA DO INTENSIFICADOR 
DE IMAGEM 
 
 
A medida de taxa de kerma na entrada do intensificador de imagem é geralmente utilizada 
como indicador da sensibilidade do sistema de imagem fluoroscópica sob controle 
automático de exposição [22]. 
O arranjo experimental e as condições de medição são as mesmas que para a determinação 
da taxa de kerma no ar de entrada na superfície (Figura 15). A diferença radical é em que a 
câmara de ionização será agora colocada em contato com a superfície do intensificador de 
imagem, para medir a taxa de kerma neste ponto. 
Os valores de referência para taxa de dose na entrada do intensificador de imagem são 
estabelecidos pelo fabricante. Em geral, em equipamentos dedicados a cardiologia 
intervencionista, para um tamanho de intensificador igual a 23 cm de diâmetro, operando em 
fluoroscopia contínua ou pulsada (30 pulsos por segundo, modo taxa de dose normal ou 
médio), a taxa de dose na entrada do intensificador deve estar entre 0,75 e 1,0 
Gy/segundo. Para o modo aquisição digital (cine), o valor deste parâmetro deve estar entre 
0,1 e 0,2 Gy/imagem [22]. Outros protocolos [25] estabelecem que, para o modo cine, este 
valor deve estar entre 0,5 e 2 Gy/imagem, dependendo do tamanho do intensificador e da 
qualidade da imagem requerida. Sistemas angiográficos necessitam de uma maior taxa para 
redução

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