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Aula 4
Introdução à teoria do valor-
trabalho
Profª. Dayani Aquino
Ontologia x Natureza humana
• Ontologia:
– Onto = ser
– Logia = estudo
– A ontologia é a “disciplina” que estuda o ser.
– Analisar algo “ontologicamente” é analisar as 
características do ser, o que define um 
determinado ser (animal, vegetal ou humano) 
enquanto tal.
– Características ontológicas não são fixas, 
imutáveis, mas social e historicamente 
determinadas.
Ontologia x Natureza humana
• Natureza humana:
– Adam Smith afirma o ser humano tem uma 
“propensão natural à troca”.
• Esta generalização é um equívoco, pois a história da 
humanidade conta com sociedades que nem 
conheceram a troca mercantil, logo como podem 
aqueles indivíduos terem alguma propensão natural à 
troca?
• Talvez possamos dizer que o indivíduo, sob a leis da 
ordem capitalista, tenha tal propensão mas, não o ser 
humano em geral.
Natureza humana
• Uma conhecida frase de Smith: “cada 
indivíduo ao buscar o interesse próprio gera o 
bem comum.”
• A teoria neoclássica se apropriou destes 
princípios smithianos e sugeriu que, por causa 
deles, a natureza humana seria inerentemente 
egoísta.
• Isso significaria que TODO ser humano, 
independente da ordem econômico-social 
vigente, seria egoísta.
Contra o princípio da natureza 
humana
• O marxismo rejeita a possibilidade de haver 
uma “natureza humana”.
• O ser humano é um ser social e, por isso, seu 
comportamento não é fixo e imutável, mas se 
molda com relação às coerções sociais que 
cada ordenamento econômico-social impõe.
• Para o marxismo o ser social possui 
características ontológicas, sendo a mais 
importante: o trabalho.
Trabalho
• Apesar do trabalho ser uma característica 
ontológica do ser social ele não é fixo e 
imutável.
• O trabalho se transformou ao longo do 
desenvolvimento da humanidade (efeito da 
tecnologia, p.e.), mas ainda assim ele continua 
sendo a característica que define o ser 
humano enquanto tal.
• Trabalho humano é teleologicamente guiado.
• Trabalho animal é biologica, genetica e 
instintivamente guiado.
Papel do trabalho
• Luxemburgo: “nenhuma sociedade vive sem 
trabalho comum”.
• A forma como o trabalho é organizado em 
cada uma das sociedades humanas é o que 
garante o laço social ou a síntese social de 
cada sociedade.
• Laço social é aquilo que torna a sociedade um 
todo coerente.
O laço social
• Qual a regra que organiza o trabalho em cada 
uma das sociedades humanas?
• Sociedades primitivas: divisão natural ou 
espontânea do trabalho.
• Sociedades escravistas antigas: a coerção pela 
força.
• Sociedade feudal: os laços de dependência 
entre senhor e servo e entre mestre e 
aprendiz.
Qual o laço social do capitalismo?
• Qual a regra que organiza o trabalho no 
capitalismo?
– A troca.
• A troca requer que as mercadorias se 
confrontem numa relação de equivalência.
• Quanto a mercadoria x vale em relação a 
mercadoria y?
• Descobrir a equivalência implica em descobrir 
qual o valor da mercadoria.
Teoria do valor-trabalho
• O valor ou a equivalência entre as 
mercadorias, no capitalismo, se dá pela 
quantidade de trabalho contida em cada uma 
delas.
• Isso é o que chamamos de teoria do valor-
trabalho e passaremos analisá-la 
detalhadamente na próximas aulas.
Questões
• Por que o marxismo rejeita a ideia de natureza 
humana?
• Qual a principal característica ontológica do 
ser social, segundo o marxismo?
• O que diferencia o trabalho humano do 
trabalho animal?
• Qual a importância do trabalho para as 
sociedades humanas?
Referências 
• LUXEMBURGO, R. (s/d) Introdução à 
economia política. Lisboa: Martins Fontes. 
Capítulo “A produção mercantil”.