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Aula 7: Teoria do valor-trabalho em Marx (continuação) Profª Dayani Aquino Relembrando... • Marx avança em relação aos economistas clássicos ao definir 3 características do valor: 1. Substância: trabalho abstrato 2. Medida: tempo de trabalho abstrato socialmente necessário 3. Forma: dinheiro Hoje... • A forma do valor (cap. 1 – A mercadoria, item 3) • O fetichismo da mercadoria (cap. 1 - A mercadoria, item 4) Portanto, as 3 características do valor são: • Substância: trabalho abstrato • Medida: tempo de trabalho abstrato socialmente necessário • Forma: dinheiro (veremos adiante) A forma do valor OBJETIVO: DEMONSTRAR A GÊNESE DO DINHEIRO A. Forma simples, singular ou acidental 1) A forma relativa do valor 2) A forma equivalente do valor B. Forma de valor total ou desdobrada 1) A forma relativa do valor desdobrada 2) A forma equivalente particular C. Forma geral de valor D. Forma dinheiro: Forma simples do valor 20 varas de linho = 1 casaco Forma relativa (ativa): é relativa porque expressa seu valor por meio de outra mercadoria Forma equivalente (passiva): é equivalente porque empresta seu “corpo” para expressar, para equivaler o valor de outra mercadoria O importante a se notar aqui é que essas duas mercadorias só se confrontam numa relação de igualdade porque possuem a mesma substância: o trabalho humano. Contudo, a primeira vista, este confronto aparece como meramente acidental = 1 casaco = 10 libras de chá = 40 libras de café = 1 quarter de trigo = 2 onças de ouro = ½ tonelada de ferro = etc Forma desdobrada do valor Forma relativa Forma equivalente 20 varas de linho O importante a se notar aqui é as diversas formas nas quais uma mercadoria pode manifestar o seu valor mostra com mais clareza que o que equivale tais mercadorias no ato da troca é o valor enquanto gelatina de trabalho humano indiferenciado, e não uma coincidência meramente acidental 1 casaco = 10 libras de chá = 40 libras de café = 1 quarter de trigo = 2 onças de ouro = ½ tonelada de ferro = etc = Forma geral do valor Forma relativa Forma equivalente 20 varas de linho O importante a se notar aqui é a forma geral do valor tem de ser uma forma socialmente válida, é um corpo material que empresta seu valor para equivaler o valor de todas as demais mercadorias. Este corpo material assumiu diversos tipos ao longo da história: gado, peles, pedra, tabaco, sal...etc 1 casaco = 10 libras de chá = 40 libras de café = 1 quarter de trigo = 20 varas de linho = ½ tonelada de ferro = etc = Forma dinheiro Forma relativa Forma equivalente O importante a se notar aqui é o ouro conquistou historicamente a posição privilegiada de sero equivalente geral de todas as mercadorias, portanto, o ouro a mercadoria-dinheiro por excelência. 2 onças de ouro Forma preço • “A expressão relativa simples de uma mercadoria, por exemplo, do linho, na mercadoria que já funciona como mercadoria- dinheiro, por exemplo, o ouro, é a forma preço. A “forma preço” do linho é, pois: 20 varas de linho = 2 onças de ouro” OBS: 1 onça = 28,35 gramas, logo 2 onças de ouro = 56,7 gramas de ouro. Entre 1717 a 1931: 1 libra esterlina (moeda inglesa) equivalia a 8 gramas de ouro, então no período em que Marx escreveu 20 varas de linho custavam 7 libras esterlinas. Funções do dinheiro Cap. 3 de O capital: 1. Medida de valor 2. Padrão dos preços 3. Meio de circulação 4. Entesouramento (reserva de valor) 5. Meio de pagamento 6. Dinheiro mundial Funções do dinheiro • A função básica e essencial do dinheiro é ser equivalente geral de valor e, como tal, servir de matéria para a expressão independente do valor (GERMER, 1999). Conclusão • Na teoria de Marx o dinheiro é necessariamente uma mercadoria • E no capitalismo essa mercadoria-dinheiro é necessariamente o ouro • E mais: o ouro, por necessidade lógica, na teoria de Marx, é ainda hoje o equivalente geral que está por trás dos padrões de preços, ou seja, das moedas de cada país. Controvérsias... • O tema “teoria do dinheiro” dividiu o marxismo em duas linhas: 1. O dinheiro é (e hoje continua sendo) mercadoria: – Critica o conceito de padrão ouro como argumento 2. O dinheiro, no capitalismo contemporâneo, deixou de ser mercadoria: – Usa o fato do fim do padrão ouro como argumento • Alguns consideram que é preciso criar uma nova teoria do dinheiro marxista baseadas em formas apenas simbólicas de dinheiro. • Outros consideram que o próprio Marx admitiu a existência de formas puramente simbólicas de dinheiro. Questões • Pesquise qual é a explicação da teoria econômica convencional (neoclássica) acerca da origem do dinheiro e faça um contraponto com a explicação de Marx. Em que ponto elas convergem (se convergem) e em que ponto elas divergem (se divergem)? • Mostre em que aspectos a teoria do valor- trabalho de Marx avançou em relação à teoria clássica. Referências • Capítulo I: A mercadoria, itens 3. In: MARX, K. (1985) O capital: crítica da economia política . Livro I, vol. I. São Paulo: Abril Cultural. Coleção "Os Economistas”.
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