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1 
 
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB 
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS XII 
 
 
 
HELÍZABETH SANTOS SILVA 
LIZENI PEREIRA ALVES 
ROGÉRIO MARCOS TEIXEIRA DE MATOS 
SAMARA GOMES AGUIAR 
VALQUIRIA NORMANHA PAES 
 
 
 
ANALISANDO A ESCOLA ATRAVÉS DO OLHAR INTERDISCIPLINAR 
PROPOSTAS DE MUDANÇAS QUE CAMINHEM PARA O PROGRESSO 
 
 
 
 
 
 
 
GUANAMBI – BA 
2014 
2 
 
HELÍZABETH SANTOS SILVA 
LIZENI PEREIRA ALVES 
ROGÉRIO MARCOS TEIXEIRA DE MATOS 
SAMARA GOMES AGUIAR 
VALQUIRIA NORMANHA PAES 
 
 
 
 
 
 
 
ANALISANDO A ESCOLA ATRAVÉS DO OLHAR INTERDISCIPLINAR 
PROPOSTAS DE MUDANÇAS QUE CAMINHEM PARA O PROGRESSO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GUANAMBI – BA 
2014 
Relatório de pesquisa apresentado como exigência 
das atividades do eixo temático do 2º semestre de 
Pedagogia matutino. Apresentado como requisito 
parcial para a avaliação da III unidade. 
Orientadores: Kátia Montalvão, Valdívia Araújo, 
Sueli Lago, João Reis, Mônica Pinchemel, Ana 
Cláudia Freitas. 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“O HOMEM NÃO É NADA ALÉM DAQUILO QUE A EDUCAÇÃO FAZ DELE”. 
IMMANUEL KANT. 
4 
 
SUMÁRIO 
RESUMO...................................................................................................................................5 
INTRODUÇÃO.........................................................................................................................6 
DESCRIÇÃO DA ESCOLA E SEU FUNCIONAMENTO..................................................7 
RELATOS DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NA ESCOLA...................................8 
DISCUSSÃO INTERDISCIPLINAR DAS OBSERVAÇÕES REALIZADAS..................8 
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................14 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................14 
APÊNDICE..............................................................................................................................15 
1.1 - ENTREVISTA REALIZADA COM A DIRETORA DA ESCOLA – ANA 
APARECIDA MOREIRA........................................................................................................15 
1.2 - ENTREVISTA REALIZADA COM A PROFESSORA – CARLA BATISTA SOUZA 
DE MELO.................................................................................................................................17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
AUTORES: 
HELÍZABETH SANTOS SILVA 
LIZENI PEREIRA ALVES 
ROGÉRIO MARCOS TEIXEIRA DE MATOS 
SAMARA GOMES AGUIAR 
VALQUIRIA NORMANHA PAES 
 
ORIENTADORES: 
KÁTIA MONTALVÃO, VALDÍVIA ARAÚJO, SUELI LAGO, JOÃO REIS, MÔNICA 
PINCHEMEL, ANA CLÁUDIA FREITAS. 
 
RESUMO: 
Tendo em vista a importância dos problemas educativos hoje existentes, este trabalho 
procurou observar, analisar e contribuir com possíveis soluções no auxílio à prática 
educacional que é vivenciada no presente. Partimos do método da pesquisa de campo, bem 
como observações feitas em sala de aula e no prédio da escola, além de entrevistas, nos 
valemos ainda, de roteiros de observação e obras de teóricos, professores e pensadores, que 
guiaram nossos passos no momento de estudar o cenário que iríamos encontrar. 
 
Palavras-chave: Problemas educacionais. Observações. Entrevistas. Interdisciplinaridade. 
 
 
 
6 
 
INTRODUÇÃO 
O presente trabalho tem como objetivo abordar os aspectos históricos, sociológicos, artísticos, 
psicológicos e epistemológicos de uma dada escola, valendo-se de conteúdos aprendidos no 
decorrer das aulas de Pesquisa e Prática Pedagógica II e efetivada através de uma pesquisa de 
campo, mediante observação e entrevista com uma professora da rede se ensino público da 
cidade de Guanambi, bem como com a coordenadora escolar, ambas funcionárias da Escola 
Municipal Maria Aparecida Souza (nome fictício), realizada no dia 24 de novembro de 2014, 
além de analisar como se dá o processo de ensino-aprendizagem dos professores e alunos, 
diante das metodologias aplicadas, o funcionamento da escola assim como sua estrutura. 
Todas estas questões serão devidamente ponderadas e destrinchadas ao longo deste estudo, 
levantando análises e questionamentos acerca do funcionamento da escola, assim como as 
atividades desenvolvidas no cotidiano dela, suas consequências e impactos na vida do 
alunado, juntamente com a interdisciplinaridade que temos como foco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
DESCRIÇÃO DA ESCOLA E SEU FUNCIONAMENTO 
A Escola Municipal Maria Aparecida Souza (nome fictício), está situada na cidade de 
Guanambi, no bairro São Sebastião. Segundo observado, é uma escola ampla, limpa e com 
espaços bem distribuídos, recebe cerca de 280 crianças entre 4 e 16 anos. Uma porcentagem 
delas é moradora da própria comunidade e a outra parte da zona–rural. A Escola oferece três 
modalidades de ensino: Educação Infantil, Fundamental 1 e Fundamental 2 (6° e 7° ano) e 
funciona em dois turnos, o matutino das 7: 20 às 11:40 (fundamental 2) e o vespertino das 
13:20 às 17:20. Conta também, em seu quadro de empregados, com 12 professores e 6 
funcionários de apoio, que desempenham várias funções de auxílio à instituição. 
Se analisarmos outras escolas municipais da região veremos que o colégio em questão é bem 
equipado quanto a materiais didáticos e mobiliário, e seu ensino é considerado de boa 
qualidade. Possui uma sala de vídeo com TV e uma espécie de auditório com cadeiras e mesas 
de plástico, 2 televisores, 1 som portátil e 2 caixas amplificadoras de som, além de uma 
biblioteca que divide espaço com uma sala de pesquisa. Ainda nesse ambiente existem uma 
mesa e um computador adaptados para um cadeirante, o que só mostra a preocupação de 
inclusão da escola, com pessoas portadoras de necessidades especiais, é um ambiente limpo, 
extenso, iluminado e bem arejado como todo o restante da escola. Também há um laboratório 
de informática com computadores bem equipados, cadeiras confortáveis, ar–condicionado e 
uma impressora moderna. 
Possui ainda uma quadra poliesportiva, um pátio com várias árvores, cantina, sala de 
professores, bebedouro, sanitários femininos e masculinos, lixeiras para coleta seletiva, um 
jardim em seu interior, um lavatório externo, estacionamento improvisado para motos, placas 
de sinalização, rampas para cadeirantes, antena parabólica, mini palco para a realização de 
atividades culturais, salas para a prática de projetos como o Mais Educação e alarmes de 
segurança, a única observação negativa que temos a fazer é acerca do bebedouro, que não 
estava em boas condições de uso, primeiro porque eram utilizados copos de plástico e não 
descartáveis como é o recomendado, e segundo pelo fato de a saída de água dele estar 
entupida, o que gera uma falta de higiene e conservação da limpeza no local. Em si, o colégio 
é excelente, tanto em questões administrativas quanto em sua estrutura, e mesmo que existam 
alguns pormenores, ainda assim é digno de elogios, uma vez que a parte que lhe cabe é 
cumprida com louvor. 
 
8 
 
RELATOS DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NA ESCOLA 
Oferece para seus alunos diversas possibilidades de alcançarem o conhecimento. Como 
descrito, possui uma boa infraestrutura, embora tenha apresentado problemas como a falta de 
preparo dos professores para lidar com alunos portadores de necessidades especiais. 
Outro fato que nos chamou a atenção foi a ocorrência de não haver no local nenhumprofissional (Psicólogo ou Psicopedagogo), para fazer o atendimento dos alunos que 
necessitassem, a única formada para exercer a função era a diretora da instituição, mas devido 
à sua grande quantidade de afazeres, não atende aos alunos de forma direta, somente se utiliza 
da sua formação na gestão escolar. 
Em sala, notamos que a quantidade de alunos é adequada para a manutenção da ordem, uma 
vez que essa quantia não passa da capacidade de controle do professor. Em relação às 
atividades desenvolvidas, é bastante diversificada, a classe observada, trabalhava no momento 
com a análise de poesias, agregada a ditados para melhoria da escrita dos alunos, bem como a 
apreciação de obras famosas para futuras análises. 
Uma professora nos cedeu um espaço de sua aula para conversar acerca de sua metodologia. 
Afirmou que na ocasião havia sugerido á classe a apreciação de um texto acerca da 
conscientização da luta contra a AIDS, que aconteceria na primeira semana de dezembro. 
Isso só fez reforçar nossa opinião a respeito de que há, tanto por parte da direção escolar, 
quanto por parte dos funcionários, uma preocupação em repassar aos alunos conteúdos que 
fazem parte de seu cotidiano e realidade. 
 
DISCUSSÃO INTERDISCIPLINAR DAS OBSERVAÇÕES REALIZADAS 
Podemos analisar a escola observada sob a luz de várias perspectivas educacionais, de modo a 
compreender seu funcionamento, suas metodologias, seus ideais, bem como sua história. 
Do ponto de vista artístico as questões metodológicas ainda necessitam de uma mudança 
frente às concepções pré-estabelecidas acerca do ensino de arte. Uma possível solução seria 
conscientizar os professores a respeito de novos métodos de ensino tão ou mais eficazes que 
os modelos conhecidos. Um deles poderia ser a Abordagem Triangular, desenvolvido em 
1980 por Ana Mae Barbosa. É uma proposta que surge diante da necessidade de uma nova 
prática de ensino pós-moderno de arte, que busca valorizar as experiências dos alunos, afim 
de que eles se relacionem com as questões sociais e principalmente que favoreça o 
desenvolvimento de uma consciência crítica. Nesse aspecto o ensino de arte através dessa 
perspectiva procura resgatar os conteúdos da área com a finalidade de marcar a disciplina 
9 
 
como campo de conhecimento no currículo escolar, e não mais como mero lazer, além de 
procurar uma alternativa para a prática da livre expressão do ensino moderno de arte. 
Essa proposta procurou juntar três vertentes do processo de ensino/aprendizagem, avaliadas 
fundamentais pela escritora, são elas: leitura da imagem, objeto ou campo de sentido da arte 
(análise, interpretação e julgamento), contextualização e prática artística (o fazer). 
Através dessa nova sugestão de abordagem os educadores compreenderam que precisavam 
trabalhar um conteúdo artístico na escola que possibilitasse às crianças o vivenciar e 
envolvesse as linguagens da arte a partir das experiências delas, valorizando os recursos 
pessoais, a pesquisa de materiais e técnicas, possibilitando então um trabalho situado na 
percepção, na imaginação e na reflexão. 
Em nossa observação de campo fomos visitar a Escola Municipal Maria Aparecida Souza, 
onde pudemos analisar de perto aspectos artísticos ali apresentados que nos remeteram à 
Abordagem Triangular. Mediante entrevista com a professora Carla Batista Souza de Melo 
(nome fictício), nos foi mostrado que ela trabalhava no momento com o filme Escritores da 
Liberdade (2006), onde, assim como na proposta a professora, primeiro fez um breve esboço 
acerca do que se tratava o filme, em seguida ele foi transmitido à turma e por fim os alunos 
foram solicitados a construírem uma análise sobre o que haviam assistido desta forma a 
professora seguiu todos os passos do que a sugestão de Ana Mae propõe, a análise, a 
contextualização e por fim o fazer artístico. 
Foi notado também que mesmo que houvesse por parte da docente a iniciativa de trabalhar os 
conteúdos sob a luz da ideia de Ana Mae Barbosa, ainda existia certa dificuldade em 
incorporá-la de maneira plena na sala de aula, pois muitos alunos não compreenderam que a 
última vertente da proposta, o fazer artístico, não se tratava de uma reprodução, mas sim de 
um criar, de maneira crítica e consciente. 
Além da Proposta Triangular também foi perguntado à professora a respeito dos PCNs 
(Parâmetros Curriculares Nacionais), se havia a utilização deles nas metodologias 
desenvolvidas por ela e pela escola. Nos foi dito que “[...] todo o plano de curso até o dado 
momento vem sendo desenvolvido baseado nos PCNs”, buscando segui-los ao máximo, afim 
de alcançarem êxito no desempenho de suas funções. 
 
10 
 
Quando analisado de acordo com a perspectiva histórica vemos que desde o início da história 
da educação a escola passa por sérios problemas, tanto em relação à sua estrutura física 
quanto na questão do ensino/aprendizagem. 
No texto de Anita Correia Lima de Almeida: Aulas régias no Império Colonial Português: O 
global e o local, a autora relata as dificuldades enfrentadas por ela naquela época, problemas 
como a falta de professores qualificados, ordenados atrasados e contratempos no envio dos 
livros. 
Segundo José Augusto Ramos da Luz no texto Educação, progresso e infância na Salvador 
Republicana, percursos histórico, havia a ausência de prédios, mobília e materiais escolares 
adequados para a instalação das escolas, apesar disso sua qualidade de ensino e de 
aprendizado dos alunos é superior aos dos dias atuais. 
Por mais que tenha havido um imenso progresso quanto a esses problemas ainda existem 
lacunas a serem preenchidas. 
Escola Municipal Maria Aparecida Souza é um exemplo de colégio bem estruturado, contém 
em sua ementa o Projeto Político Pedagógico (PPP) para adaptar-se às necessidades e 
carências de aprendizagem dos alunos, mas ainda faltam articulações por parte dos docentes e 
da direção escolar na busca de melhorias com relação ao desenvolvimento do plano de curso. 
Quanto à composição material da escola ao observarmos o mobiliário certificamos a 
existência de um laboratório de informática contendo doze computadores bem equipados, dos 
quais, dez funcionam inteiramente, disponibilizando esses computadores aos alunos o colégio 
proporciona-lhes a aquisição de um conhecimento em toda a área de trabalho e 
consequentemente lhes permite ampliar sua contribuição à sociedade. 
Dessa iniciativa de inserir os alunos no mundo tecnológico nota-se uma relação com a 
Epistemologia da Educação e com as ideias de José Policarpo Junior quando afirma em seu 
artigo Princípios orientadores da formação humana: Dimensão normativa da educação, onde 
aborda acerca dos princípios da verdade e da utilidade, quando cita o relatório da UNESCO 
(1996/2003), afirma que estão entre os fins precípuos da educação o “aprender a conhecer” e 
o “aprender a fazer”, e quando comenta este relatório com as seguintes palavras: 
“[...] apenas no sentido daquilo que é útil e verdadeiro ao 
desenvolvimento e aperfeiçoamento dos seres no mundo, só o 
conhecimento e a tecnologia se justificam”. (Policarpo Jr. 2008/2009). 
11 
 
A relação psicologia/criança/metodologia do professor tem laços estreitos e não há como 
separa-los, uma vez que estão diretamente entrelaçadas no que se refere ao desenvolvimento 
da criança. O filósofo Sigmund Freud, por exemplo, trata do psiquismo humano e de suas 
vertentes, suas maiores contribuições nessa área estão na descoberta do desenvolvimento 
sexual infantil e no papel da linguagem para a formação da criança. 
A Psicanálise lança um novo olhar no campo educacional, destacando o problema do 
enfraquecimento do pensamento, e a relação deste, com o desenvolvimento da criança e de 
sua sexualidade.Nesse sentido percebeu–se que na escola observada, não há a preocupação 
com o psiquismo e o desenvolvimento cognitivo da criança, uma vez que há a debilidade em 
se tratar e trabalhar essas facetas da mente humana no âmbito escolar. 
O teórico Henry Wallon procurou entender a pessoa completa, integrada ao meio em que está 
inserida, com os seus aspectos afetivos, cognitivos e motores também integrados. Em seus 
estudos sobre o desenvolvimento humano, considera o sujeito como "geneticamente social", 
ou seja, o meio externo influencia diretamente no desenvolvimento intelectual da criança. 
Segundo a diretora da escola, em entrevista, foi notado que o número de crianças que 
enfrentam a falta de estrutura familiar é bem significativo, o que faz com que os alunos 
tornem-se indisciplinados e por consequência não apresentem um bom rendimento escolar. 
Logo, entende–se que a teoria de Wallon se aplica à realidade desta escola, ao passo em que 
aqui a influência sofrida fora da instituição afeta o aluno dentro do colégio, assegurando a 
teoria vigotskiana, que afirma que o meio e o indivíduo estão diretamente ligados, e que um 
depende do outro para se formar e se desenvolver. 
Dentre muitos outros pensadores, Jean Piaget ajudou muito na compreensão do 
desenvolvimento humano, uma de suas grandes contribuições foi o estudo do raciocínio 
lógico-matemático, que é fundamental no modelo de escola que hoje impera. As descobertas 
de Piaget tiveram grande impacto na pedagogia, para o teórico, não se pode fazer uma criança 
aprender o que ela ainda não tem condições de absorver. Nesse sentido, ao observar a sala de 
aula do 1° ano da escola notamos que enquanto a professora desenvolvia um ditado, um de 
seus alunos não tinha o menor interesse pela atividade proposta e por isso ficava buscando 
meios de fugir do exercício, fazendo brincadeiras fora de hora na sala de aula, tentando 
chamar a atenção da professora e de seus colegas, assim compreendemos que a professora não 
trabalha de acordo com as teorias propostas por Jean Piaget, além de não haver de sua parte a 
12 
 
atenção em perceber que a criança não estava mais se encaixando nas atividades que foram 
anteriormente sugeridas. 
Já Lev Vygotsky desenvolveu algumas teorias voltadas para a formação da criança, mas seu 
foco se dava na Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), onde a escola assume o papel de 
mediadora no processo de aprendizagem. Ele também nos acresceu a ideia de o educador ser 
um intermediário e não um programador, isso consiste em dizer que o professor nada mais é 
do que um intercessor entre o conhecimento e o aluno. Com base nas observações feitas em 
sala de aula a respeito da metodologia do professor, percebeu–se que não há a preocupação 
por parte do mesmo, de incentivar os alunos a construírem o seu próprio conhecimento, ele 
age como quem “[...] vai ao banco depositar certa quantia em dinheiro” como cita o 
educador Paulo Freire, ou seja, não é intermediário, mas sim, aquele que detém o 
conhecimento e o transfere para seus alunos, sem buscar criar neles uma consciência crítica, 
somente de reprodução. 
A teoria de Vygotsky que prioriza o meio em que o ser está inserido afirmando que ele 
interfere na formação do mesmo, diria que pela quantidade de alunos que há em cada sala de 
aula, fica difícil do professor identificar a subjetividade de cada um e com isso desenvolver 
melhor seu trabalho, favorecendo o aprendizado de cada um deles de maneira singular. 
Dentre as várias interfaces citadas até aqui, vimos quão significativas são para melhor 
compreender a importância do professor e a atuação de cada setor de uma escola para o bom 
funcionamento da mesma, bem como para a formação do ser. Veremos agora, do ponto de 
vista sociológico que tais aspectos além de possibilitarem ao indivíduo um bom desempenho 
no âmbito educacional, fazem também com que ele seja preparado para o sucesso dentro de 
uma sociedade. De acordo com a perspectiva funcionalista apresentada por Antônio Carlos 
Gil: 
“[...] a escola desempenha outras funções, tais como: 
socialização, integração social e manutenção do controle 
social. Graças a ela é que as pessoas aprendem as atitudes, 
valores e condutas reconhecidas como apropriadas para seu 
ajustamento a determinada cultura e mudança cultural”. (Gil, 
2011). 
13 
 
Como percebemos, a escola exerce grande importância dentro da sociedade, é nela que os 
sujeitos se humanizarão de modo a viverem ordenadamente com os demais, é lá também que 
eles aprenderão que existem regras a serem seguidas para que haja harmonia na convivência 
coletiva. 
“Assim, do ponto de vista sociológico, pode-se definir educação 
como a instituição social que ao longo da vida proporciona a 
seus membros o aprendizado de crenças, valores, normas, 
atitudes e comportamentos considerados apropriados para os 
integrantes de determinada cultura”. (Gil, 2011). 
Na escola em questão, de acordo com a professora Joana de Paula (nome fictício), na sala do 
1º ano encontra-se um garoto com o problema da indisciplina, que por muitas vezes não é 
contido por ela. Este é um problema que atinge a maioria das escolas e que cabe ao professor, 
de acordo com Antônio Carlos Gil, ser: “[...] orientador, conselheiro, mentor e líder”. 
Compete a ele, sendo o disciplinador deste aluno em sala de aula, fazê-lo compreender a 
importância de se comportar, para que assim, possa conviver bem no meio em que está 
inserido. É claro que essas funções não dependem total e exclusivamente dos professores ou 
da escola, existe também a necessidade de participação da família, órgão primeiro na 
formação do indivíduo. 
No colégio mencionado é feito bimestralmente as reuniões de pais, de modo a mantê-los mais 
atualizados quanto ao desenvolvimento e às dificuldades de seus filhos, conta também com o 
projeto Família na Escola, que tem como objetivo inicial conscientizar a família do quão 
importante é sua participação na vida escolar da criança. 
Quando perguntada a respeito da maior dificuldade enfrentada durante seu tempo de gestão 
escolar, a professora Mariana Santa (nome fictício), respondeu: “A desestrutura familiar dos 
alunos”, uma vez que não existem meios de a escola sozinha proporcionar soluções para a 
vida de um aluno se a família dele não estiver disposta a assumir sua responsabilidade 
juntamente com ela. Assim, com essas atitudes de inclusão e motivação tomadas pela escola, 
percebemos sua força de vontade e interesse em manter uma relação saudável com a família, 
de modo a gradativamente mudar o quadro de abandono que a escola e os alunos vem 
sofrendo ao longo do tempo. 
 
14 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Com base nas observações feitas na escola da rede pública de ensino, percebeu-se que a 
educação elementar teve um grande avanço no que se refere à formação da criança, de sua 
socialização e de projetos para estreitar os laços entre a família, a sociedade e a escola. 
Percebeu-se ainda que sua estrutura é favorável para o aprendizado delas, pois possui 
equipamentos considerados adequados, além de um espaço amplo para um bom 
desenvolvimento das atividades curriculares. 
A realização de tal atividade contribuiu de forma significativa para a formação dos novos 
pedagogos que futuramente estarão ocupando os espaços escolares, pois, diante da visão que 
tivemos no momento da observação, notamos que é nossa função desempenhar um papel de 
militantes na luta pela educação, uma vez que somos nós os profissionais que terão de fazer a 
diferença no momento de buscar a mudança. 
Quanto à instituição visitada pensamos que, quando estamos inseridos em um meio, acabamos 
com o passar do tempo não notando os erros que vamos cometendo ao longo do caminho,com isso, nossa contribuição se dá, ao passo que nossa pesquisa busca não só observar, mas, 
também propor mudanças e novos hábitos que terminem por levar a escola ao progresso, 
fazendo com que ela reflita sobre seus erros e assim caminhe para o sucesso. 
 
REFERÊNCIAS 
http://pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo3/artesvisuais/bloco_i/tematica_1/popup_05.html. 
Acessado em: 01 de dezembro de 2014 às 21h e 27min. Acessado em: 01 de dezembro de 
2014 às 21h e 27min. 
http://andersonbenelli.blogspot.com.br/2011/02/reflexoes-sobre-abordagem-triangular.html. 
Acessado em: 01 de dezembro de 2014 às 22h e 14min. 
LUZ, José Augusto e José Carlos Silva História da Educação na Bahia/, organizadores: Ana 
Palmira Bitencourt e Santo Casimiro... [et al.]. - - Salvador: Arcadio, 2008. 
NUNES, Ana Ignez Belém Lima. Psicologia da aprendizagem: processos, teorias e contextos / 
Ana Ignez Belém Lima Nunes, Rosemary do Nascimento Silveira. – Brasília: Liber Livro, 
2009. 
15 
 
SANTOS, Michelle Steiner dos. Psicologia do desenvolvimento: temas e teorias 
contemporâneos / Michelle Steiner dos Santos, Alessandra Silva Xavier, Ana Ignez Belém 
Lima Nunes. – Brasília: Liber Livro, 2009. 
GIL, Antônio Carlos. Sociologia geral/Antônio Carlos Gil. - - São Paulo: Atlas, 2011. 
TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. A Psicanálise / Maria de Lourdes Trassi Teixeira. Ed. 
Ebe Christina Sadaccini – SP, 2009. P.71. 
MARCUSE, H. (1979). A ideologia da sociedade industrial: O homem unidimensional (G. 
Rebuá, Trad.). Rio de Janeiro: Zahar. (Original publicado em 1966). 
JUNIOR, José Policarpo, Rodrigues, Maria Lucicleide Falcão de Melo. Princípios 
orientadores da formação humana: dimensão normativa da educação. Paidéia (Ribeirão 
Preto) vol.20 no. 45 Ribeirão Preto Jan./Apr. 2010. 
 
1 APÊNDICE: 
1.1 ENTREVISTA REALIZADA COM A DIRETORA DA ESCOLA - ANA 
APARECIDA MOREIRA 
1° - Quanto tempo a senhora atua na gestão da escola? 
R: Há 02 anos 
2° - Quais as maiores dificuldades que a senhora enfrentou durante este tempo? 
R: A desestrutura familiar dos alunos. 
3° - Os recursos que o Município envia são suficientes para a manutenção da escola? 
R: A escola conta apenas com o auxílio de uma pequena parte do Município, ela se mantém 
quase que inteiramente através do Projeto DDE (Dinheiro Direto na Escola). 
4° - Como são direcionados os recursos que a escola recebe? 
R: A direção da escola se reúne com os professores e técnicos para ver quais são as 
necessidades mais urgentes. Então são realizadas três cotações para cada item solicitado, 
buscando as coisas de qualidade e de valor acessível. 
16 
 
5° - Quais são os horários de funcionamento da escola? 
R: Matutino de 7h20min até 11h40min (fundamental 2) e Vespertino de 13h20min até 
17h20min 
6° - Quantos professores e funcionários administrativos existem na escola? 
R: São 12 professores e 6 funcionários de apoio. 
7° - Quantas crianças são atendidas pela escola? 
R: Em média 280 alunos. 
8° - Qual é a faixa etária dos alunos? 
R: Entre 4 e 16 anos. 
9° - Há na escola: laboratório, brinquedoteca e um ambiente para atendimento de 
primeiros socorros? 
R: Não. Na escola não tem brinquedoteca e nem laboratório. Também não possui um 
ambiente para atendimento a primeiros socorros, quando acontece algum problema com os 
alunos nós os levamos para o PSF (Posto de Saúde Familiar), pois a escola tem uma 
parceria com a Unidade de Saúde, o Programa de Saúde na Escola. 
10° - Qual é a modalidade de ensino ofertada pela escola? 
R: Educação infantil, Fundamental 1 e Fundamental 2 (6° e 7° ano) 
11° - A escola realiza eventos abertos à Comunidade? 
R: Sim. É o Projeto Família na Escola. (Dia dos Pais, Dia das Mães, Festas Juninas e 
Folclore). 
12° - Há reuniões de pais? Se sim, com que frequência acontecem? 
R: Sim. As reuniões de pais acontecem bimestralmente. Mas eventualmente ocorre de 
marcarmos reuniões extras para os pais dos alunos de 6° e 7° ano, por conta da necessidade. 
13° - Há na escola algum profissional especializado, um psicólogo ou psicopedagogo para 
atender e acompanhar os alunos? 
17 
 
R: Não. Eu sou psicopedagoga, mas uso essa minha especialização na gestão da escola. Não 
atendo alunos. Quando há a necessidade enviamos esses alunos ao CREIO, que é uma 
instituição para atendimento psicossocial para crianças. 
14° - Há na escola alunos com necessidades especiais? Se houver, como é o 
relacionamento deles com os colegas e professores? 
R: Sim. Na escola há alunos com dislexia e frequentadores da APAE (Associação de Pais e 
Amigos dos Excepcionais). A escola mantém contato com os profissionais da Associação que 
auxiliam os professores em como lhe dar com esses alunos. O relacionamento entre eles é 
bom porque são da própria comunidade e já se conhecem. Não recebi nenhum outro aluno 
com essas necessidades de fora. São do próprio bairro. 
 
15° - A escola está preparada para atender alunos com necessidades especiais? 
R: Não. A escola não está preparada, uma vez que não dispõe de materiais, ou mesmo 
pessoas capacitadas para isso. 
 
1.2 ENTREVISTA REALIZADA COM A PROFESSORA - CARLA BATISTA 
SOUZA DE MELO 
1° - Como se organiza a prática avaliativa da escola? 
R: Por meio de provas, trabalhos escritos, e apresentados somente para os alunos a partir do 
4° ano. 
2° - Em relação à quantidade de alunos, julga adequado ou excessivo? 
R: Para a educação infantil é excessivo. No 4° período, por exemplo, há 24 crianças e não há 
um monitor para auxiliar o professor. E então fica difícil controla–los. 
3° - O material didático é suficiente e de qualidade? 
R: Sim. Comparada a outras escolas, aqui temos muito material didático, são diversificados e 
há a disponibilidade para usa-los. É claro que às vezes é necessário buscar outros recursos, 
mas no geral a escola oferece um bom material didático. 
18 
 
4° - Há, ou já houve contato do Professor com os PCNs (Parâmetros Curriculares 
Nacionais)? Faz sua utilização em sala de aula? 
Sim. O Plano de Curso é todo feito em cima dos PCNs.

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