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Familia e escola - parceria necessária na educação infantil

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1
C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pró-Reitoria de Pós-Graduação 
Curso de Especialização em Educação Infantil 
Trabalho de Conclusão de Curso 
FAMÍLIA E ESCOLA – PARCERIA NECESSÁRIA NA 
EDUCAÇÃO INFANTIL 
Autor (a): Gabriela Barros Magalhães de Araújo
Orientador (a): Drª. Lêda Gonçalves de Freitas
Brasília - DF 
2010 
 2
 
 
 
GABRIELA BARROS MAGALHÃES DE ARAÚJO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FAMÍLIA E ESCOLA- PARCERIA NECESSÁRIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
 
 
 
 
Artigo apresentado ao curso de Pós-Graduação 
em Especialização em Educação Infantil da 
Universidade Católica de Brasília, como 
requisito parcial para obtenção do Título de 
Especialista em Educação Infantil. 
 
Orientador (a): Drª. Lêda Gonçalves de Freitas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brasília 
2010 
 
 
 3
 
 
 
 
 
Artigo de autoria de Gabriela Barros Magalhães de Araújo, intitulado “FAMÍLIA E 
ESCOLA- PARCERIA NECESSÁRIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL”, apresentado como 
requisito parcial para obtenção do grau de Especialista em Educação Infantil da Universidade 
Católica de Brasília, em 09 /12/2010, defendido e aprovado pela banca examinadora abaixo 
assinada: 
 
 
 
___________________________________________________ 
Profª. Drª Lêda Gonçalves de Freitas 
Orientador (a) 
Especialização em Educação Infantil – UCB 
 
 
___________________________________________________ 
Profº. Juarez Moreira da Silva Junior 
Examinador- UCB 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brasília 
2010 
 
 
 
 
 4
 FAMÍLIA E ESCOLA – PARCERIA NECESSÁRIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
 
Gabriela Barros Magalhães de Araújo 
Lêda Gonçalves de Freitas 
 
 
 
RESUMO: 
Este artigo trata a importância da parceria família e escola e suas contribuições para o 
desenvolvimento da criança. Para tanto, analisa as ideias dos teóricos Montessori e Froebel 
sobre o assunto, reflete sobre o papel da família na sociedade contemporânea e traz a LDB, 
Constituição Federal, Parâmetros Básicos de Infra- estrutura de Educação Infantil, Referencial 
Curricular Nacional para a Educação Infantil, e Parâmetros de Qualidade para a Educação 
Infantil, para fundamentar a discussão. Após, a realização da pesquisa bibliográfica, verificou-
se a necessidade da parceria da família e escola para o bom desenvolvimento infantil em todos 
os seus aspectos. A criança precisa de um ambiente saudável que estimule o seu 
desenvolvimento, de forma que venha ajudar em suas potencialidades. A escola é o local mais 
indicado para a mãe deixar o filho enquanto trabalha, mas o papel de educar os filhos continua 
sendo dos pais. Quando existe uma boa estrutura familiar e educacional a criança terá 
facilidade em aprender. As instituições de educação infantil têm o dever de complementar a 
ação da família. A criança necessita de atenção, cuidado, amor, afeto e incentivo. É 
importante a parceria entre escola e família e quando as mesmas têm um mesmo objetivo 
comum alcançarão sucesso. 
 
Palavras- chaves: Família. Educação Infantil. Parceria. 
 
 
I - INTRODUÇÃO 
 
A partir das interações entre a família e a criança desenvolve-se o conhecimento. A 
família é o primeiro ambiente de convivência do ser humano, os adultos são referência para a 
criança em desenvolvimento, e é assim que são aprendidos valores éticos e participações de 
experiências repletas de significados afetivos, representações, juízos e expectativas. As 
instituições de Educação Infantil são complementares à educação recebida pela família, pois a 
educação inicial da criança deve ser realizada pelos familiares. 
Estamos vivendo em um período que os pais terceirizam a educação de seus filhos, 
pensam que ao contratar uma empregada doméstica, babá, ou uma instituição de ensino, 
delegam a educação das crianças a esses, sentindo-se isentos de suas obrigações. 
Esse estudo é triplamente interessante, primeiramente porque trata de informações que 
preocupam educadores; social, pois se pode discutir e convencer professores, pais e a 
 5
sociedade em geral sobre a importância do tema abordado; científico, por ser um material que 
poderá nortear os interessados na parceria entre a família e a escola. 
Como objetivo geral o trabalho busca demonstrar a importância da parceria escola e 
família, e suas contribuições para o desenvolvimento da criança. Como objetivos específicos 
o estudo se propõe: a) fazer uma reflexão teórica a partir dos autores Montessori e Froebel; b) 
destacar o papel da família na sociedade contemporânea; c) mostrar as Diretrizes e Parâmetros 
de Qualidade para a educação infantil com a finalidade de esclarecer que a Educação Infantil 
é um direito da criança e das famílias, sendo que o poder público tem o dever de garantir o 
atendimento em creches e pré-escolas, quando a família decide compartilhar com o Estado o 
dever de educar seus filhos. E mostrar alguns pontos relevantes, em leis voltadas para a 
Educação Infantil. 
Este artigo foi desenvolvido por meio de pesquisa bibliográfica. Está organizado em 
cinco tópicos, sendo o primeiro a família; o segundo educação infantil; o terceiro o papel da 
família na formação da criança na visão de Maria Montessori; o quarto a responsabilidade da 
família para Froebel e ultimo família e escola parceria no desenvolvimento da criança. 
Educadores de várias instituições de educação infantil relatam que cada vez mais os 
pais transferem o seu papel para a escola, funções que são da família, ficam nas mãos dos 
professores, com isso a escola vai perdendo seu foco. Por este motivo o trabalho trata sobre a 
importância do papel da família na escola infantil, tema deste trabalho. 
A escola propicia a socialização da criança, mas é a família um dos maiores 
responsáveis pela educação e desenvolvimento dos filhos. A educação infantil é a primeira 
etapa da educação básica e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até 
seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando 
a ação da família e da comunidade. A escola responde a necessidade de mães e pais 
trabalhadores e tem como objetivo principal assegurar o direito da criança à educação. 
Quando a família valoriza a aprendizagem estimula no filho o mesmo. O interesse dos 
pais no que seus filhos produziram, aprenderam, faz com que eles sintam-se valorizados em 
relação ao que fizeram. 
Ao longo dos anos pôde-se observar a diferença nas crianças que tinham uma relação 
entre a família e a escola, dentre eles pode-se relatar o caso de uma menina. A família dessa 
menina desempenha um papel fundamental na educação, mesmo trabalhando fora, os pais 
acompanham de perto o desenvolvimento da filha, participam dos eventos e reuniões 
bimestrais e sempre que necessário utilizam-se da agenda escolar para comunicar fatos 
relacionados à criança. Durante o momento da rodinha, a criança participa das atividades de 
 6
expressão oral com desenvoltura, manifestando suas idéias de forma organizada e articulando 
as palavras com clareza, Durante todo ano letivo ela teve facilidade de socialização e de 
assimilar os conteúdos, e isso ocorreu devido à parceria da professora com a família. Porque 
só a escola não teria tanto sucesso, sendo que as crianças que não são estimuladas pelos pais, 
aqueles que deixam a educação dos filhos somente na responsabilidade da escola, não tiveram 
o mesmo êxito. 
É interessante que quando algo não vai bem na esfera familiar, os sintomas aparecem 
na escola, tais como: as dificuldades de aprendizagem, dificuldades em disciplina e na 
participação em grupo. Quando os sintomas logose destacam educadores devem procurar 
conversar com os pais pessoalmente, através da agenda, fazer reuniões para juntos chegarem a 
uma solução. Quando os pais se esquivarem, e quando a situação do aluno não estiver boa, os 
pais, na maioria dos casos, procuram a diretora da escola e acusam os professores de não ter 
educado a criança. Em grande parte dos casos analisados, os filhos não têm limites, não 
conseguem interagir com os colegas e apresentam comportamento agressivo, sendo a culpa 
atribuída aos professores. Quando não existe a parceria escola e família, a situação fica 
complicada, pois para o aluno obedecer regras na escola, sendo que em casa os pais não 
exercem a sua autoridade. Quando algo não está bem em casa, quando a estrutura familiar não 
possibilita harmonia, ou quando os pais não se interessam pelo que seu filho faz, o reflexo 
aparecerá na escola. 
Para Winnicott (2005) é função principalmente da mãe cuidar e educar o filho, além 
de proporcionar um ambiente estimulante para o desenvolvimento saudável da criança. Cada 
pai deve ser um especialista em seu filho, e devem fazer o possível para manter a família 
unida, tornando o lar para a criança um porto seguro, com o objetivo de acontecer um 
desenvolvimento infantil saudável e equilibrado. 
Segundo Montessori (1983) a mãe por meio do contato deverá transmitir à criança 
calor humano, afagos e carinhos, além de defender a importância do ambiente familiar. À 
família e à escola cabem o cuidado de atender pelo ambiente e relacionamento adequados às 
transformações que a criança realiza em seu crescimento, para permitir-lhe chegar a idade 
adulta em plena e harmoniosa normalidade integral. 
De acordo com Froebel (2001) é fundamental a vida em família, e infelizmente muitos 
pais desprezam os primeiros estágios do desenvolvimento, forçando os filhos a pularem 
etapas, sendo que neste primeiro momento a criança precisa de amor, atenção, cuidado e 
incentivo. Froebel nas cartas às mães orientava-as a brincar com seus filhos, estimular a 
representação simbólica utilizando músicas, danças, movimentos e o corpo. 
 7
 
II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
A FAMÍLIA 
O estudo sobre a história da família é baseado em iconografia, recorrendo ao 
dicionário é a descrição e conhecimento de imagens, retratos, quadros ou monumentos, 
particularmente dos antigos. Uma das iconografias medievais de destaque eram os calendários 
de pedra e de vidro, calendário das catedrais e dos livros de horas. A iconografia tradicional 
dos doze meses do ano foi fixada no século XII, retratando as estações do ano, os trabalhos e 
os dias. 
No século XV ainda estava ausente a cena de família. A partir do século XVI entra em 
cena uma personagem nova: a criança. No decorrer do século XVI surgiu uma idéia nova, que 
simbolizava a duração da vida através da hierarquia da família. Durante os séculos XVI e 
XVII apareceram muitos retratos com a imagem da família reunida: 
“se percorrermos as coleções de estampas ou as galerias de pintura dos séculos XVI- 
XVII, ficaremos impressionados com essa verdadeira avalancha de imagens de 
famílias. Esse movimento culmina na pintura da primeira metade século XVII na 
França e na pintura de todo o século e até mais na Holanda”. (ARIÈS, 1981,p.138). 
 
 Segundo Philippe Ariès (2006) a análise iconográfica leva-nos a concluir que o 
sentimento da família era desconhecido da Idade Média e nasceu nos séculos XV-XVI, para 
se exprimir com vigor definitivo no século XVII. 
Para Ariès (2006) a família conjugal moderna seria, portanto, a conseqüência de uma 
evolução, que ao final da idade média, teria enfraquecido a linhagem e as tendências à 
indivisão. A partir do século XIV ocorreu o desenvolvimento da família moderna. Surgiram 
imagens das festas em família, que se tornaram festas da infância. 
Havia os livros de civilidade que ensinavam comportamentos para crianças e adultos. 
No livro de São João Batista de La Salle ensinava que é dever da criança, antes de dormir, 
cumprimentar os pais. No momento da refeição um eclesiástico deveria abençoar a mesa e na 
sua falta atribuía à criança essa função. 
Devido o estudo iconográfico percebe-se que no século XV e XVI surge o sentimento 
da família, a partir desse momento a família não é apenas vivida discretamente, mas é 
reconhecida como um valor e exaltada por todas as forças da emoção. Esse sentimento fez 
surgir em torno da família conjugal, a família formada pelos pais e seus filhos. 
As crianças passavam por um estágio, aprendiam os serviços domésticos, com o 
objetivo de tornar-se um bom servidor. Toda educação se fazia através da aprendizagem com 
os adultos, com sete anos a criança era conduzida até outra família para morar e aprender com 
 8
esta família. Dessa época em diante, a educação passou a ser fornecida cada vez mais pela 
escola. Durante o século XVII a família concentrou-se em torno da criança. A criança passou 
a estudar em uma escola distante, porém muitos defendiam que era melhor uma educação em 
casa, por meio de um preceptor. Um sentimento novo surgiu, os pais não queriam mais ficar 
longe dos filhos, esse acontecimento comprova uma transformação considerável da família. 
Na Idade Média fazia parte do hábito as crianças conviverem com os adultos, assim 
que tornassem independentes da mãe e das amas, poucos anos depois de um desmame tardio, 
aproximadamente aos sete anos de idade. A família cumpria uma missão, assegurava a 
transmissão da vida, dos bens e dos nomes. Já a família moderna é vista por muitos sem amor, 
porém a preocupação com a criança e a necessidade de sua presença estão enraizados nela. O 
cuidado dispensado às crianças passaram a inspirar sentimentos novos, uma afetividade nova 
que a iconografia do século XVII exprimiu com insistência: o sentimento moderno da família. 
Segundo Ariès (2006), o grande desenvolvimento da escola no século XVII foi uma 
conseqüência dessa preocupação nova dos pais com a educação da criança: 
 
 “os pais, diz um texto de 1602, que se preocupam com a educação de suas crianças 
merecem mais respeito do que aqueles que se contentam em pô-las no mundo. Eles 
lhe dão não apenas a vida, mas uma vida boa e santa”. (ARIÈS,1981, p.195). 
 
A família moderna correspondeu a uma necessidade de intimidade, e também de 
identidade: os membros da família se unem pelo sentimento, o costume e o gênero de vida. 
Como Winnicott (2005) nos chama a atenção o cuidado das crianças pertence à mãe, 
elas não têm o conhecimento formal, mas provêm de uma atitude sensível adquirida na 
medida em que a gravidez avança, e depois perdida a proporção que a criança se desenvolve e 
se afasta. 
Segundo Winnicott (2005) é a mãe da criança a pessoa mais qualificada a 
desempenhar essa tarefa, e a pessoa mais adequada, pois é ela que, com maior probabilidade, 
entregar-se-á de modo mais natural à criação do filho. A mãe deve adaptar-se de modo quase 
exato às necessidades de seu filho para que a personalidade infantil desenvolva-se sem 
distorções. O desenvolvimento saudável da criança só pode ocorrer num ambiente 
propiciador. É tão grande a responsabilidade das mães e professores que a cada estágio tem 
que criar e proporcionar o ambiente mais adequado possível. 
Quando a criança inicia desde o maternal na escola, encontram-se dois tipos de 
criança. Aquelas cujos pais foram bem-sucedidos e continuam sendo. Essas serão as crianças 
recompensadoras, capazes de expressar e lidar com todos os tipos de sentimento. Por outro 
 9
lado, há as crianças cujos pais fracassaram, e devemos nos lembrar de que esse fracasso nem 
sempre é imputável a eles. Alguns pais fazem mais para a criança, do que com a criança, o 
que mostra uma noção de sacrifício, de peso,em vez de satisfação. 
“Numa boa escola maternal, dá-se a um pequeno grupo de crianças a oportunidade 
de brincar entre si, com brinquedos adequados, e talvez sobre um chão mais 
apropriado que o de casa; há sempre alguém por perto para supervisionar as 
primeiras experiências sociais da criança”. (WINNICOTT, 2005,p.51) 
 
 Pais superprotetores deixam seus filhos aflitos, assim como os pais pouco confiáveis 
tornam as crianças confusas e amedrontadas. Os pais que conseguem manter o lar unido estão, 
na verdade, prestando aos seus filhos um serviço de inestimável importância. Cada membro 
da família deve dedicar tempo de qualidade a criança. As crianças sadias necessitam de quem 
lhes imponha limite. Cada pai deve ser um especialista em seu filho. Segundo Winnicott 
(2005), o crescimento não é só flores para a criança, para a mãe, é muitas vezes um caminho 
pontilhado de espinhos. 
Alguns problemas são gerados porque os pais não estavam preparados para a chegada 
do bebê, no caso de pais adolescentes, pais recém-casados (que pretendiam aproveitar o 
casamento). Em relação à formação da família, a juventude é o melhor momento para o 
casamento, pois as crianças se desenvolvem melhor com pais não mais que 20 ou 30 anos 
mais velhos que elas, e ainda não muito sábios, os mesmos aprendem com os filhos. 
A família é responsável pela educação e desenvolvimento da criança. Para aprender e 
adquirir conhecimento o aluno precisa ter uma boa estrutura familiar. Um lar desestruturado, 
sem limites, sem condições básicas, atrapalha o desenvolvimento escolar da criança. 
Geralmente a criança que não apresenta dificuldades em aprender e mostrar o que sabe, é 
porque está convivendo em uma boa harmonia familiar. Um ambiente saudável favorece o 
bom desenvolvimento dos filhos e proporciona-lhes apoio, quando necessário, e ajuda a 
criança a tornar-se independente. 
 
EDUCAÇÃO INFANTIL 
A lei de Diretrizes e Bases da Educação alega que a educação infantil, primeira etapa 
da educação básica, tem por finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos, 
em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e 
da comunidade. 
A educação infantil pode acontecer em instituições públicas ou privadas, sendo a 
creche (0-3 anos) e a pré- escola (4-6 anos) em horário integral ou parcial. Necessitando de 
uma infraestrutura básica e professores habilitados. 
 10
O artigo 205 da Constituição Federal determina que a educação é direito de todos e 
dever do Estado e da família. No artigo 208, inciso IV da Constituição Federal, sobressai que 
a educação infantil é um direito da criança e das famílias, sendo que o poder público tem o 
dever de garantir o atendimento em creches e pré-escolas, quando a família opta por 
compartilhar com o Estado o dever de educar seus filhos. Todas as crianças até 6 anos de 
idade independente da etnia, nacionalidade, sexo, deficiência física ou mental, nível 
socioeconômico ou classe social, têm direito a educação infantil. 
De acordo com as orientações sobre convênios entre secretarias municipais de 
educação e instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos para a 
oferta de educação infantil, há regulamentação para direcionar a educação infantil que é o 
conjunto de leis e normas que orienta a criação, a autorização, o funcionamento, a supervisão 
e a avaliação das instituições de educação infantil. Normas relevantes para o funcionamento 
das instituições de educação infantil são: formação de professores, espaços físicos, número de 
crianças por professor, proposta pedagógica, gestão dos estabelecimentos e documentação 
exigida. 
De acordo com as Diretrizes da Política Nacional de Educação Infantil, exerce uma 
função diferenciada e complementar a ação da família, necessitando de uma permanente 
comunicação entre elas. Sendo um de seus objetivos fortalecer as relações entre as instituições 
e as famílias. 
Em relação às propostas pedagógicas ou curriculares de educação infantil, o 
documento oficial elaborado para orientar as instituições de educação infantil passou a ser o 
RCNEI (Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil). Segundo Kramer (s/d), 
uma proposta de educação infantil em que as crianças desenvolvam, construam, adquiram 
conhecimentos e tornem-se autônomas e cooperativas implica pensar a formação permanente 
dos profissionais que nela atuam, esses profissionais devem ter acesso ao conhecimento na 
área, para repensarem sua prática em sala de aula: 
 
 “O currículo inclui definições sobre o tipo de escola que se deseja, o que se 
pretende oferecer, a forma de administrá-la, o contexto histórico, ideológico, 
filosófico, sociológico, cultural, político, econômico e psicológico em que se insere; 
trata das relações da escola e seu currículo com a sociedade como um todo, as metas, 
os conteúdos, os recursos, a avaliação, o desenvolvimento estratégias e modos de 
planejar e implementar o currículo, se orientado para a resolução de problemas, para 
o desenvolvimento infantil ou para experiências institucionais nacionais ou 
domésticas”. (KRAMER, s/d p.7) 
 11
 
Kramer (s/d) enfatiza que mais importante que modificar as políticas nacionais para a 
educação infantil é modificar as condições, atualmente precárias de secretarias, escolas, 
creches e pré-escolas. Existe necessidade de uma infraestrutura básica nas instituições e 
também a utilização do RCNEI, dos Parâmetros de Qualidade para a educação infantil em 
busca de uma educação diferenciada e com qualidade para as crianças. É necessário que 
creches e pré-escolas busquem aproximar cultura, linguagem, cognição e afetividade como 
elementos constituintes do desenvolvimento humano e voltados para a construção da 
imaginação e da lógica, considerando que estas, assim como a sociabilidade, a afetividade e a 
criatividade têm muitas raízes. 
A criança era vista pela sociedade como um adulto em miniatura, mas este conceito foi 
mudado e, atualmente, sabe-se que a criança é um ser humano único, completo e ao mesmo 
tempo em crescimento e em desenvolvimento. 
Segundo os Parâmetros de Qualidade para a educação infantil, a criança é um sujeito 
social e histórico que está inserido em uma sociedade na qual partilha de uma determinada 
cultura. É profundamente marcada pelo meio social em que se desenvolve, mas também 
contribui com ele. 
Para Oliveira (2008), a criança de hoje tem uma nova identidade, são curiosas e ativas, 
com direitos e necessidades, que precisam de um espaço diferente tanto do ambiente familiar, 
onde são objeto do afeto de adultos, quanto do ambiente escolar tradicional, frequentemente 
orientado para a padronização de condutas e ritmos e para avaliações segundo parâmetros 
externos à criança. 
A qualidade do ambiente de aprendizagem no lar pode promover o desenvolvimento 
intelectual e social em todas as crianças, superando a influência da classe social e do nível 
educacional dos pais. 
Nos parâmetros de Qualidade para a educação infantil, segundo pesquisa realizada 
pelo SECC (Study of Early Child Care and Youth Development), foi constatada que as 
variáveis familiares têm um peso significativo sobre o desenvolvimento das crianças. Os 
efeitos da frequência a creches, quando positivos, mostraram-se complementares às condições 
do ambiente familiar. 
Em relação à parceria da família com a escola, há nos Parâmetros de Qualidade para as 
Instituições de Educação Infantil (2008), alguns itens relevantes, sendo eles: 
 12
• antes de a criança começar a frequentar a instituição de Educação Infantil, são 
previstos espaços e tempos para que mães, pais e familiares ou responsáveis, 
professores e gestores iniciemum conhecimento mútuo; 
• professores e gestores são atenciosos com mães, pais e familiares ou responsáveis, 
estando disponíveis cotidianamente para ouvir solicitações, sugestões e 
reclamações; 
• professores e gestores desenvolvem atividades mútuas e em relação às crianças e 
aos seus familiares de respeito à diversidade e orientam contra discriminação de 
gênero, etnia, opção religiosa, de indivíduos com necessidades educacionais 
especiais ou diante de composições familiares diversas e estilos de vida 
diversificados. 
De acordo com os Parâmetros de Qualidade para a educação infantil, a instituição 
embora responda à necessidade de mães e pais trabalhadores e se configure como uma área de 
trabalho e emprego tem como objetivo principal assegurar o direito da criança à educação. 
 
O PAPEL DA FAMÍLIA NA FORMAÇÃO DA CRIANÇA NA VISÃO DE 
MARIA MONTESSORI 
A pedagogia Montessoriana baseia-se no processo de desenvolvimento psicológico da 
criança, levando em conta as manifestações de seu comportamento, desde o fato inicial de seu 
nascimento. 
De acordo com Montessori (1983) só o amor materno poderá descobrir as formas mais 
adequadas de, pelo contato, transmitir calor humano, afagos e carinhos, comunicar ao recém-
nascido todas as possíveis manifestações de amor que o alivie do medo, da insegurança, das 
asperezas deste que é agora o seu mundo. 
Segundo a autora, do nascimento aos seis anos, a criança passa pela etapa da mente 
absorvente: de zero a três anos é a mente absorvente inconsciente e de três a seis anos a mente 
absorvente consciente. 
A mente absorvente inconsciente é o período criativo da inteligência. Absorve em si 
todas as impressões que o ambiente lhe oferece os costumes, os hábitos da terra em que vive, 
formando o indivíduo típico da raça. Caso a criança seja ajudada convenientemente, segundo 
os valores humanos, suas pessoais potencialidades serão desenvolvidas. 
Montessori (1983) enfatizou que o grande amor dos adultos, pais ou educadores, 
deverá se alimentar no desejo e no esforço de melhor e mais profundamente conhecer a 
natureza, o processo de desenvolvimento da criança, pois com esse conhecimento minucioso 
 13
poderá nascer um relacionamento adequado que, afastando todo obstáculo, permitirá àquele 
ser de realizar tudo o que tem como potencial, auto construindo-se, equilibradamente, em 
relação consigo mesmo com as causas, com os outros e com Deus. 
Percebe-se que a ansiedade dos pais reflete-se nas crianças e jovens, traduzindo-se 
nestes por comportamentos mistos de instabilidade, insatisfação, insegurança e agressividade. 
Naquela época ela evidenciou que os pais parecem terem dito adeus aos filhos porque 
tem muito o que fazer. Atualmente, a situação ficou crítica porque os pais trabalham em 
tempo integral e os filhos ficam sob cuidados de terceiros. Sendo os pais indispensáveis na 
ajuda adequada ao crescimento de seus filhos, formando personalidades fortes. 
Do ponto de vista de Montessori (1983), as crianças que desenvolvem a sua força num 
clima de liberdade vivificante, na família e na escola, serão amanhã os criadores de um 
mundo melhor. 
Em sua ação educacional Montessori (1983) sempre defendeu a importância do 
ambiente familiar na ajuda adequada ao crescimento da criança que, segundo ela, é o primeiro 
ambiente educador. 
 
A RESPONSABILIDADE DA FAMÍLIA PARA FROEBEL 
 
Friedrich A. Froebel (2001) ao criar o jardim de infância, pensava em abolir os asilos 
de crianças do seu tempo, mas não pensava numa organização social-pedagógica 
complementar da família e sim, numa instituição-modelo, em que jovens mulheres, 
interagindo com crianças brincando, pudessem se preparar para a sua mais importante tarefa 
dentro da família. 
Froebel (2001) dividiu o desenvolvimento do homem em níveis: o primeiro – bebê, 
quando o interior se manifesta pelo movimento; o segundo – a criança, quando o interior se 
manifesta pela palavra e pelo jogo, por último, o terceiro – jovem quando a escola e a 
aquisição de conhecimentos exercem um papel primordial. 
Para Froebel (2001) é relevante lembrar a importância que tem um bebê. Nessa 
primeira fase, a criança não só toma o peito de sua mãe para nutrir sua vida como também se 
esforça para receber, por meio dos sentidos, toda a variedade de coisas exteriores que a 
rodeiam. Ele faz uma crítica às mães que não amamentaram, diz que não cumpriram o seu 
dever e seus filhos não terão o mesmo desenvolvimento em comparação com as crianças que 
tiveram este contato com a mãe. 
 14
Em relação às fases da vida, segundo Froebel (2001) há pais que educam a criança 
para que ela se comporte já como um jovenzinho, e alguns para que o adolescente se 
manifeste como um homem formal, saltando por cima das etapas necessárias e essenciais. 
Muitos pais desprezam os primeiros estágios do desenvolvimento, sendo que neste primeiro 
momento o indivíduo necessita de atenção, cuidado, amor e incentivo. 
Durante a primeira infância, o mundo começa a sair do nada para a criança como uma 
forma nebulosa. Essa separação só começa a manifestar quando os objetos se destacam por 
meio da palavra, que vem, sobretudo, dos lábios da mãe e do pai. 
De acordo com Froebel (2001) na criança desenvolve-se, primeiramente, a audição e, 
em seguida, a visão. Para que aconteça o desenvolvimento destes sentidos, é necessário que os 
pais e educadores ajudem a criança a relacionar os objetos com seus opostos, com a palavra e 
logo com o signo que os representa, fazendo-a ver nessa relação uma verdadeira unidade e 
guiando-a assim à intuição e, mais tarde ao conhecimento dos objetos. Não é prudente 
abandonar muito tempo as crianças no berço sem dar algum objeto exterior à sua atividade. 
Froebel (2001) nos chama a atenção em que a educação deve ser iniciada, continuando 
cada vez mais intensamente o cuidado físico e a formação moral. Nesse período, a educação 
do homem corresponde inteiramente à mãe, ao pai, à família, e o homem depende dessa 
família, e com ela, por natureza, forma um todo inseparável e indivisível. 
Na visão de Froebel (2001) os pais e a família devem incentivar o contato com a 
natureza, com o repouso e a claridade dos objetos naturais, sendo um dos pontos mais 
importantes na formação da criança. 
Os jogos nesta fase da vida são extremamente importantes, as mães devem intervir nos 
jogos e o pai deve observá-los e vigiá-los. Jamais devem ser esquecidos pelos pais que a 
criança necessita de cuidados, que parecem insignificantes, não só para sua felicidade pessoal, 
mas também para a da casa, da família e da sociedade em geral: “o fim e objeto da educação dada 
pelos pais, no ambiente e no círculo da família, consistem em despertar e desenvolver suficientemente tanto as 
energias e atitudes gerais como as especiais de cada um dos membros e órgãos do homem”. (FROEBEL, 
2001,p.51). 
 
Um momento especial de aprendizagem para a criança é quando a mãe cuidadosa 
conhece o valor do canto, sobretudo quando adormecem. Com isto a criança adquire 
conhecimento da cultura, melodia e vocabulário, além de sentir o carinho da mãe. As crianças 
educadas dessa forma têm grande facilidade em falar e empregar as palavras. 
 15
Não só a linguagem pode ser trabalhada pela família, mas também o número, sua 
atitude para cantar, pois o espírito da criança exige que a mãe e as demais pessoas que 
convivem com ela se esforcem para desenvolver suas capacidades para a matemática. 
O pai é o exemplo para o filho, em todas as profissões há aprendizado, então Froebel 
em sua época incentivava os pais a levarem os filhos ao trabalho. Qualquer que seja o 
emprego ou o trabalho do pai poderá servir de ponto de partida para todos os conhecimentos. 
A criança nãoignora a riqueza do conhecimento em família, que passa a acompanhar 
os pais em todos atos e afazeres e deles não quer se afastar, seguindo-os sempre por onde 
forem. Algo interessante é que os pais não devem perder a paciência, e sim responder às 
perguntas repetidas e intermináveis dos filhos: 
 
“os pais e as mães, podem encontrar uma fonte inesgotável de alegrias na educação 
dos filhos. Não há satisfação maior, não há felicidade mais profunda, que a de 
educar nossos filhos, viver com eles, ou melhor viver neles. ( FROEBEL,2001,p.66) 
 
 É possível aprender com as crianças, prestar atenção às doces aprendizagens de suas 
vidas, as secretas lições de sua alma, e como cita Froebel “vivamos em nossos filhos”, deles 
recebemos a paz e a felicidade e descobriremos, assim os caminhos da sabedoria. 
 No decorrer do primeiro período da vida humana, o bebê exige cuidado. Já no segundo 
período, a infância é de maneira especial o tempo da educação para pais e professores. A 
família contribui incomparavelmente para formar, em toda a sua pureza e energia, um coração 
bom, uma alma piedosa. Por isso, é fundamental a vida em família, sendo que na infância, 
todas as coisas são vistas através dela e com um reflexo seu. 
 
 
FAMÍLIA E ESCOLA PARCERIA NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA 
 
A sociedade moderna é constituída por vários tipos de família. Família nuclear 
formada por pai, mãe e filhos e a família contemporânea, casais divorciados, mães como 
chefe de casa, uniões homossexuais, pais adolescentes e todo tipo de união que ocorre hoje. 
Segundo Sarat (2001), antigamente as mulheres cuidavam do lar e das crianças, mas 
com as transformações na sociedade a mulher passou a ser operária. Então, desde que a 
mulher passou a integrar o mercado de trabalho, houve a necessidade de modificar o 
atendimento para as crianças, surgindo assim locais destinados para oferecer assistência as 
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crianças, somente com o sentido de cuidado, segurança, bem-estar, higiene, proteção e 
alimentação. Não havia ainda uma preocupação com a educação para os pequeninos. 
Na opinião de Sarat (2001), posteriormente foram criadas instituições denominadas 
creches ou pré-escolas que ofereciam não só o cuidado, mas educação enriquecendo e 
completando as experiências das crianças. A escola é uma instituição que complementa a 
família e juntas tornam-se lugares agradáveis para a convivência das crianças. 
Há um grande número de instituições privadas de educação infantil em todo o Brasil, 
muitas sem a documentação necessária para o funcionamento, mas isto é em decorrência da 
mulher estar atuante no mercado de trabalho e precisar de um local para deixar os filhos. É 
importante lembrar que a escola não substitui a relevância do convívio familiar na formação 
da criança. 
Estamos vivendo em um período que os pais terceirizam a educação de seus filhos, 
pensam que ao contratar uma empregada doméstica, babá, ou uma instituição de ensino 
integral, delegam a educação dos pequeninos a esses, sentindo-se isentos de suas obrigações. 
Alguns pais ficam ausentes por trabalharem até 10 horas por dia, outros preferem 
deixar os filhos na responsabilidade de terceiros e se divertirem, viajar. Existem mães que não 
trabalham fora, mas matriculam os filhos nas escolas em período integral, sem necessidade, 
deixando de usufruir de momentos especiais ao lado dos filhos. 
Se a criança não é cuidada pelos pais, mas é entregue aos cuidados de terceiros, 
quando os pais se dão conta, já perderam o respeito. Atualmente, o que é ser pai? O que é ser 
mãe? As famílias não estão sabendo exercer seus papéis. 
Os pais devem entender que educar é ajudar no crescimento, no desenvolvimento dos 
aspectos cognitivos e participar disso. O crescimento e o desenvolvimento da criança pequena 
ocorrem tanto no plano físico quanto no psicológico, pois um depende do outro. 
Algo que tem prejudicado a família é a diminuição da disponibilidade de tempo que os 
pais têm para ficar com os filhos. Muitas pessoas têm filhos, mas não querem agir como pais. 
Nossa cultura os têm convencido de que precisam satisfazer sua sede pessoal por realização. 
Em uma cultura de autoabsorção, os filhos são uma evidente desvantagem. Assim, os pais 
passam um tempo mínimo com seus filhos. A noção de qualidade de tempo é mais atraente do 
que a antiga idéia de quantidade de tempo. Com isso as crianças criadas neste clima não mais 
costumam pedir licença, não tem boas maneiras, não tem mais medo de responder mal seus 
pais, não aceitam um papel submisso na vida, enquanto isso, uma geração de crianças está se 
estragando. 
 17
Para Oliveira (2008) as equipes das creches e pré-escolas, reconhecem a importância 
do trabalho com a família, porém muitas vezes consideram despreparada e menos competente 
que o professor, principalmente em relação à família de baixa renda. Já nas escolas em que os 
pais possuem um nível financeiro elevado, a professora é vista pelos pais como concorrente 
na educação de seus filhos, sendo que em escolas que atendem as famílias pobres os pais 
enxergam professores como autoridades, alguém que sabe e controla a família. 
Muitas vezes ocorrem divergências entre os ensinamentos familiares e os propostos 
pela creche ou pré-escola, como acontece em situações cotidianas e em relação à linguagem e 
valores. 
Na visão de Oliveira (2008) o professor não tem um papel terapêutico em relação à 
criança e sua família, mas o de conhecedor da criança, de consultor, apoiador dos pais, um 
especialista que não compete com o papel deles. 
Um passo inicial na parceria família e educadores é no período de adaptação e 
acolhimento dos novatos, pois é relevante um trabalho integrado. Ao longo do ano um 
trabalho letivo a escola pode convidar os pais não só para reuniões bimestrais, mas para serem 
participantes na elaboração de projetos pedagógicos, e na organização de eventos e festas 
comemorativas: 
 
“Historicamente, a família tem sido considerada o ambiente ideal para o 
desenvolvimento e a educação de crianças pequenas. Essa é a posição de alguns 
sistemas educacionais, que sustentam que a responsabilidade da educação dos filhos, 
particularmente quando pequenos, é da família, e assumem um papel de meros 
substitutos dela. Repetindo as metas embutidas nas práticas familiares”. 
(OLIVEIRA, 1980,p.175) 
 
 
 
Hoje em dia muitas crianças não têm irmãos, o local para contato com outras crianças 
é a escola, propiciando envolvimento, ideias de coletividade e de companheirismo. A escola é 
o local mais indicado para a mãe deixar o filho enquanto trabalha, até mesmo devido ao 
grande número de crianças que ficam com babás e não são bem tratadas, por não saberem 
lidar com os pequenos, além disso, na escola irão receber cuidado e educação. Mas os pais 
não podem transferir para a instituição a responsabilidade de auxiliar o desenvolvimento do 
filho, não há como deixar a educação da criança somente nas mãos de outra pessoa e desejar 
que tenha um desenvolvimento saudável. 
È imprescindível que a família exerça o seu papel de cuidar e educar a criança, além 
de possibilitar um diálogo e uma relação entre a escola e a família, mesmo com toda 
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dificuldade da sociedade contemporânea, todos não devem medir esforços para encontrar 
tempo e conviver com os filhos, não é a quantidade de horas, mas a qualidade dedicada ao 
filho, ouvindo-o, contando histórias, cantando e brincando, infelizmente famílias estão com 
lacunas porque não aproveitam esses preciosos momentos. 
Nesse sentido, verifica-se que a família e a escola dependem uma da outra, 
necessitando de uma parceria entre elas. A necessidade de se construir uma relação entre 
escola e família, deve ser para planejar, estabelecercompromissos para que a criança tenha 
uma educação de qualidade em casa e na escola. 
 
 
 
VI – CONCLUSÃO 
Na Idade média a família cumpria uma missão, assegurava a transmissão da vida, dos 
bens e dos nomes. No século XVII surgiu o sentimento moderno da família, passaram a 
experimentar uma afetividade nova. A família moderna correspondeu a uma necessidade de 
intimidade e também de identidade: os membros da família se unem pelo sentimento, o 
costume e o gênero de vida. 
Na atualidade alguns problemas são gerados porque os pais não estavam preparados 
para a chegada do filho, no caso de pais adolescentes, pais recém- casados e tantos outros. Os 
pais que conseguem manter o lar unido estão, na verdade, prestando aos seus filhos um 
serviço de inestimável importância. Cada integrante da família deve dedicar tempo de 
qualidade a criança. Infelizmente os pais estão terceirizando a educação de seus filhos, alguns 
por trabalharem muitas horas diariamente, e outros preferem deixar na responsabilidade de 
terceiros por vários motivos, sentindo-se isentos de suas obrigações. 
Este trabalho teve como finalidade identificar qual a função da família e esclarecer a 
relevância da parceria entre família e escola. Tendo como problema de pesquisa, qual a 
importância da participação da família na educação da criança? Sendo o objetivo geral 
demonstrar a importância da parceria família e escola, e suas contribuições para o 
desenvolvimento da criança. E como objetivo específico foi realizado reflexão teórica a partir 
dos autores Montessori e Froebel, das políticas públicas de educação infantil e outros 
referencias bibliográficos. 
A solução para o problema foi alcançado por meio dos teóricos Montessori e Froebel, 
das políticas públicas para a educação infantil e outros referenciais bibliográficos. Foi 
 19
possível compreender a diferença que uma boa estrutura familiar e educacional pode fazer na 
vida e no desenvolvimento da criança, lembrando que esta parceria é totalmente necessária, 
pois uma depende da outra. 
Com certeza as instituições de educação infantil têm o dever somente de 
complementar a ação da família. Salientando que mesmo os pais pagando uma creche ou babá 
não ficam isentos de educar seus filhos e auxiliá-los no desenvolvimento intelectual e social. 
As famílias não procuram a instituição apenas para que proporcione a seus filhos os 
aprendizados definidos no currículo escolar. Elas buscam compartilhar com os educadores o 
cuidado e a educação de seus filhos. Esperam que suas crianças sejam acolhidas em sua 
individualidade, o que comporta necessidades variadas. 
Observa-se que a criança necessita de atenção, cuidado, amor, afeto e incentivo. 
Quando a família proporciona um ambiente saudável e cuida das necessidades da criança, 
ocorre um progresso em suas pessoais potencialidades e, futuramente, serão adultos com 
êxito. 
Fica na responsabilidade da família e instituições de educação infantil assumir e 
desempenhar a sua função, sempre uma completando a outra, não permitindo lacunas, assim 
teremos uma educação infantil que visa a qualidade e não a quantidade, lembrando que a 
criança é um ser ativo, competente e produtor de cultura, mas que depende dessa integração 
para se desenvolver. 
È relevante a parceria entre escola e família quando as mesmas têm um objetivo 
comum, assim as crianças alcançarão o sucesso. 
 
 
VII - REFERÊNCIAS 
 
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Respeite os Direitos Fundamentais das Crianças. Brasília: MEC.2009 
 
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9394, de 20 de Dezembro de 1996. 
 
BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Básicos de Infra- estrutura de Educação 
Infantil. Brasília: MEC. 2008 
 
BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros de Qualidade para Educação Infantil. 
Brasília: MEC.2008 
 
 20
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municipais de educação e instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem 
fins lucrativos para a oferta de educação infantil. Brasília: MEC.2009 
 
CAPELATTO, Ivan. FILHO, José Martins. Cuidado, afeto e limites uma combinação 
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FROEBEL, Friedrich W. A.; BASTOS, Maria Helena Câmara (Trad.). A educação do 
homem. Passo Fundo: UFP, 2001. 
 
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. A LDB e as Instituições de Educação Infantil: desafios e 
perspectivas. São Paulo: 2001. 
 
KRAMER, Sônia. Propostas Pedagógicas ou Curriculares de Educação Infantil: para 
retomar o debate. Rio de Janeiro: PUCRIO,(s/d). 
 
 
MACHADO, Izaltina de Lourdes. Educação Montessori: de um homem novo para um 
mundo novo. São Paulo: Livraria Pioneira, 1983. 
OLIVEIRA, Zilma Ramos de. Educação Infantil: fundamentos e métodos. 4ed. São Paulo: 
Cortez, 2008. 
PRADO, Danda. O que é família?5ed. São Paulo: Brasiliense, 1984. 
 
SARAT, Magda. Formação Profissional e Educação Infantil: uma história de contrastes. 
Paraná: Unicentro. 2001. 
 
 
WINNICOTT, Donald W. A família e o desenvolvimento individual. 3ed. São Paulo: 
Martins Fontes, 2005.

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