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Laudo Geotécnico

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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO – IFES 
CURSO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE MINAS 
 
 
 
LETICIA VALDO 
LUCAS PARTELLI 
PEDRO PORTO PIZETTA 
 
 
 
 
LAUDO GEOTÉCNICO DA RODOVIA ESTADUAL / ES 482 NA 
LOCALIDADE DE MORRO GRANDE 
 
 
 
 
 
 
CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - ES 
2014 
 
2 
 
LETÍCIA VALDO 
LUCAS PARTELLI 
PEDRO PORTO PIZETTA 
 
 
 
 
 
 
 
LAUDO GEOTÉCNICO DA RODOVIA ESTADUAL / ES 482 NA 
LOCALIDADE DE MORRO GRANDE 
 
 
 
 
Laudo apresentado à disciplina de Geotecnia 
do curso de Engenharia de Minas do Instituto 
Federal do Espírito Santo como requisito 
parcial para avaliação. 
 
Profº. Antônio Luiz Pinheiro 
 
 
 
 
Cachoeiro de Itapemirim 
2014 
3 
 
Sumário 
1 - INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 4 
2 - MÉTODOS E PROCEDIMENTOS .................................................................................. 5 
2.1 - ANÁLISES DE CAMPO ............................................................................................... 5 
2.1.1 - Geologia Regional ................................................................................................ 5 
2.1.2 - Geologia Local ..................................................................................................... 6 
2.1.3 - Eventos Ocorridos ............................................................................................... 7 
2.2 - ESCALA DE TRABALHO E LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO .............................. 7 
2.3 - RECONHECIEMENTO DA ÁREA .............................................................................. 8 
2.3.1 - Locais Visitados ................................................................................................... 8 
2.4 - LEVANTAMENTOS GEOLÓGICO-GEOTÉCNICOS ..................................................20 
2.4.1 – Caracterização geológico-geotécnica ..............................................................21 
2.4.2 – Classificação Táctil Visual .................................................................................26 
2.4.3 - Teste de resistência do solo seco .....................................................................27 
3 – CONCLUSÃO ...............................................................................................................27 
4 – REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS .............................................................................28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 - INTRODUÇÃO 
No dia 6 de Setembro de 2014 foi realizada a visita técnica na presença dos alunos do 6º e 
8º período do curso de Engenharia de Minas do Instituto Federal do Espírito Santos - IFES, 
orientados pelo professor Antônio Luiz Pinheiro, com o objetivo de fornecer subsídio 
técnico sobre as condições geológicas e geotécnicas. 
A área visitada compreende parte da Rodovia ES 482 (Figura 1), que liga Cachoeiro de 
Itapemirim a Alegre, no Sul do Estado e possui 56,20 Km de extensão. Uma parte dessa 
rodovia, um trecho de 10,5 Km que incide na entrada do distrito industrial de São Joaquim 
e pela localidade de Morro Grande, onde estão os campi da faculdade de Direito (FDCI), o 
Instituto Federal (IFES) e o Centro de Tecnologia Mineral (CETEM), passa por um 
processo de duplicação que foi concedido pelo Governo do Estado por meio do 
Departamento de Estradas de Rodagem (DER-ES) no dia 29 de Dezembro de 2011. 
 
Figura 1 - Ilustração do trecho de duplicação da Rodovia ES - 482. 
Segundo o projeto, com a duplicação, a estrada terá pistas de rolamento de sete metros, 
canteiro central e acostamento com largura que varia entre 1,2 e 2,5 metros. Para que o 
tráfego de veículos não seja interrompido com parada de coletivos, serão implantadas 20 
baias para ônibus na extensão da pista, garantindo também a segurança dos usuários nos 
momentos de embarque e desembarque de passageiros. Será investido na construção da 
5 
 
obra, R$ 37.965.324,79 pelo Governo Estadual, recurso de financiamento do Banco 
Interamericano de Desenvolvimento (BID) para o Programa Rodoviário Espírito Santo III, 
que visa melhorar o transporte terrestre de cargas e passageiros na malha rodoviária 
estadual. 
Durante os trabalhos de reconhecimento foram visitados e registrados cinco pontos que 
seriam indicativos de risco geológico, que são relatados nesse laudo. 
 
2 - MÉTODOS E PROCEDIMENTOS 
 
2.1 - ANÁLISES DE CAMPO 
2.1.1 - Geologia Regional 
 
Conforme Vettorazzi (2012) o Estado do Espírito Santo constitui o arcabouço litológico 
regional, onde ocorrem às rochas metamórficas de alto grau dos Complexos Paraíba do 
sul e Nova Venécia de idades arqueanas a paleoproterozóicas representantes do 
embasamento cristalino com protólitos para e ortoderivados. 
Posteriormente, granitóides cristalizaram-se durante a granitogênese brasiliana, definida 
como Orógeno Araçuaí. Pedrosa Soares & de Campos (2000 apud Pedrosa-Soares et al. 
2007), classificaram as rochas desse evento em cinco estágios evolutivos, nomeando-as, 
sequencialmente, de G1 a G5. 
(VETTORAZZI, 2012) explica que: 
 O domínio no qual estão dispostos os granitóides capixabas encontra-se em 
uma zona interna de alto grau metamórfico. Nesse domínio tectônico ocorre a 
distinção entre dois subdomínios: Um mais ao norte, marcado por uma zona 
de magmatismo anatético (Suites G2 e G3) com grandes batólitos e trend 
regional da foliação para N-S e o outro subdomínio, no sul, que apresenta 
zonas de cisalhamento destrais transpressivas, rochas de fácies granulito, 
mármores e plutons com núcleos máficos pós-colisionais, com trend regional 
para NNE, proveniente da Faixa Ribeira mais ao sul. 
 
6 
 
 
Figura 2 - Mapa esquemático mostrando as unidades estratigráficas do Estado do Espírito Santo 
(VETTORAZZI, 2012). 
2.1.2 - Geologia Local 
 
De acordo com o mapa geológico da região o segmento rodoviário em questão se encontra 
na unidade denominado Complexo Paraíba do Sul. Dessa forma a região do 
empreendimento é caracterizada por um relevo ondulado a medianamente ondulado com 
grande espessura de solo, onde são raros os afloramentos de rocha. 
7 
 
2.1.3 - Eventos Ocorridos 
 
De acordo com (EVANGELISTA & VIANA, 2000) houve um importante evento tectono-
termal que ocorreu entre 590 e 565 Ma, e um segundo evento foi datado em 535–520 Ma. 
Atividades tectônicas tardias e pós-tectônicas estão registradas por idades variando de 503 
a 494 Ma. Rochas precursoras dos gnaisses do embasamento, no entanto, são 
paleoproterozóicas, com idades entre 2185 e 2134 Ma. 
2.2 - ESCALA DE TRABALHO E LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO 
 
A figura 3 é a carta topográfica da região de Cachoeiro de Itapemirim onde se percebe na 
indicação pela seta a localidade de Morro Grande, local de realização dos pontos de coleta 
de informações para caracterizar o laudo geotécnico. 
Figura 3 – Carta topográfica da região de Morro grande na escala de 1: 50.000 
 
8 
 
2.3 - RECONHECIEMENTO DA ÁREA 
 
2.3.1 - Locais Visitados 
Os locais visitados foram divididos em cinco pontos no trecho da duplicação. Os pontos 
foram selecionados devido às inconformidades observadas nas margens da rodovia 
quanto a possíveis instabilidades, falta de conhecimento da geologia local, problemas com 
drenagem, entre outros aspectos. (Figura 4) 
Figura 4 - Localização dos pontos estudados. 
 
 Ponto 1: Análise da construção da ponte sobre o "Córrego dos Monos" (Figura 5). 
 Coordenadas: Latitude 20°49'32.18" S; Longitude 41° 9'23.76" O 
 Obervações:- Notou-se acumulações de lixos na maior parte do córrego. Obervou-se também que, 
devido à obra de duplicação, houve a alteração da drenagem natural do córrego, com isso 
o material carreado nas margens do córrego promove recalque nas margens da ponte. 
 
9 
 
Figura 5 - Construção da ponde sobre o Córrego dos Monos. 
 
 
Figura 6 - Lixos no córrego. 
 
10 
 
 Ponto 2: Análise do talude que ocorre o processo de "corte e aterro" (Figura 7). 
 Coordenadas: Latitude: 20°49'9.02"S; Longitude: 41° 9'22.56"O 
 Observações: 
 - Houve mudanças na direção da rodovia devido a questões de "vizinhanças". Com isso 
houve a necessidade de fazer operações de "corte e aterro". O material retirado é 
impróprio, então é utilizado apenas em um "bota-fora" devido a logística, pois é próximo a 
área de corte; 
 - Uma solução mais prática seria a utilização de Motor Scraper, pois este equipamento já 
realiza o carregamento, transporte e descarregamento; 
 - Há presença de lixos nos intornos da rodovia, prejudicando a drenagem e atingindo 
terrenos vizinhos. Uma solução seria a implantação de vegetação na face do talude; 
 - Notou-se que são realizados operações de desmonte mecânico, porém será necessário 
a utilização de desmoste por explosivos, pois em breve a obra atingirá a rocha sã; 
 - No talude em questão foi possível observar indícios de ravinas abaixo do orizonte 
argiloso; 
 - Foi verificado através da bússula que o talude possui inclinação de 70°. 
 Imagens da área: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 7 - Informações antes do início das obras 
11 
 
 
Figura 8 - Talude onde foi realizado o corte. 
 
 
 
Figura 9 - Área de aterro ("bota-fora"). 
 
12 
 
 
Figura 10 - Problemas de drenagem. 
 
 
Figura 11 - Horizontes do solo. 
13 
 
 Ponto 3: Talude próximo ao IFES. (Figura 15). 
 Coordenadas: Latitude: 20°48'14.06"S; Longitude: 41° 9'23.03"O. 
 Observações: 
 - Nota-se que o talude rochoso é muito fraturado e que foi agravado por falta de 
planejamento da detonação por explosivos; 
 - Presença de famílias de descontinuidades; 
 - Não houve a maximização na retirada de material; 
 - Falta de estruturas de contenção; 
 - Fraturas com 37° de inclinação SE; 
 - Ocorrência de quedas de blocos menores e observa-se o desprendimento de blocos 
maiores; 
 - Nas proximidades do talude acontece a obra de preparação para o asfalto, o subleito, 
que foi feito retirando-se o material natural e depositando um novo material argiloso por 
cima. O reforço do subleito é para que não ocorra deformação pelo fluxo de veículos 
pesados na rodovia. (Figura 12); 
 - Falta de um sistama de drenagem suficiente, ausência de manilhas para dissipar a água 
que acumulará nas laterais da rodovia; 
 
Figura 12 - Perfil do subleito da construção da rodovia. 
 
 
14 
 
 Imagens da Área: 
 
Figura 13 - Área antes da duplicação da rodovia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 14 - Diferentes camadas do subleito. 
15 
 
 
Figura 15 - Talude altamente fraturado. 
 
 Ponto 4: Viaduto próximo ao IFES 
 
Figura 16 – Viaduto próximo ao IFES 
 Coordenadas: Latitude: 20°47'41.66"S; Longitude: 41° 9'17.64"O. 
 Observações: 
 - Pode ser percebido que a deformação dos pilares pode gerar trincas que acabam 
resultando em possíveis desabamentos de toda estrutura da obra. Dessa forma é evidente 
que se não houver drenagem nas cabeceiras do viaduto o material que suporta a estrutura 
pode ser carreado, transportado, deixando a tensão dos pilares comprometida e gerando 
trincas. 
16 
 
 
Figura 17 – Cabeceira do viaduto junto ao material compactado 
 - Nota-se que o material argiloso deve ser bem compactado e em seu entorno deve 
contar um bom sistema de drenagem para que não ocorra recalque do material e possível 
trinca no viaduto. 
 
Figura 18 - estrutura de sustentação do viaduto 
 
17 
 
 Ponto 5: Talude e viaduto no trevo que dá acesso ao Município de Castelo. (Figura 
20). 
 Coordenadas: Latitude 20º 45' 12,78" S; Longitude: 41º 11' 12,57" O. 
 Observações: 
- Presença de ravinas no material rochoso alterado abaixo da camada de solo; 
- Ausência de proteção vegetal, o que gera ravinas em rochas alteradas; 
- 15º de inclinação; 
- Direção nordeste 18º; 
- A direção do mergulho esta de forma estável; 
- As canaletas de drenagem foram interrompidas com material desprendido como mostra a 
figura 19. 
 
Figura 19: entupimento do sistema de drenagem 
- Sugere-se dimensionar de forma correta o sistema de drenagem para que o material no 
entupa as calhas de drenagem. 
18 
 
 Imagens do Talude: 
 
Figura 20– Imagem de frente ao talude 
 
 
Figura 21 - Orientação das descontinuidades. 
 
19 
 
 
Figura 22- Problemas de drenagem. 
 Viaduto: 
 - A falta de drenagem promoveu carreamento de material na cabeceira do viaduto gerando 
instabilidade e possíveis danos à sua estrutura. 
 
Figura 23– Ilustração do carreamento do material na cabeceira do talude 
 
 
20 
 
 
Figura 24 - Carreamento de material. 
 
2.4 - LEVANTAMENTOS GEOLÓGICO-GEOTÉCNICOS 
 
A maior parte do trecho rodoviário se encontra sobre solo da classe Terra Rocha 
Estruturada Similar, ocorrendo ainda Latossolo Vermelho-Amarelo e Podzólico Vermelho-
Amarelo (Figura x). 
 
Figura 24 – Horizontes do solo 
21 
 
O segmento rodoviário se desenvolve por região em que o uso do solo predominante é 
para agropecuária, com pastagem. Encontram-se nas margens da via, principalmente no 
início do trecho, perímetro urbano de Cachoeiro de Itapemirim, muitas edificações 
comerciais, com grande predominância para o comércio que envolve o beneficiamento do 
mármore e granito. Na fase de obras duplicação, ocorrerão atividades que causarão 
desconforto para os residentes e comerciantes que se encontram ao longo das áreas 
marginais a via. Os principais inconvenientes que irão alterar o cotidiano da população são: 
geração de lama e poeira, aumento das emissões gasosas oriundas do trânsito de 
máquinas pesadas e das atividades de compactação do solo gerando vibrações. 
 Clima: Segundo a classificação de Wladimir Köppen, o empreendimento está 
inserido na região de clima AW – Clima Tropical Úmido com estação chuvosa no 
verão e seca no inverno. 
 Recursos Hídricos: O trecho está inserido nas Bacias Hidrográficas do Rio 
Itapemirim, transpondo os principais córregos: Lombo Seco, Morro Grande, Murilo e 
Olho d’água. 
 
2.4.1 – Caracterização geológico-geotécnica 
 
A caracterização geomecânica é fundamental na busca de informações acerca dos 
atributos do maciço rochoso que ditam o seu comportamento, uma vez que eles mudam de 
local para local em função da história geológica. Dessa forma buscou-se caracterizar os 
maciços quanto em seus estados de rochas intactas e a análise de suas descontinuidades. 
As análises efetuadas foram as tácteis visuais, pancadas com martelo e medições com 
bússolas. 
 
 Com relação ao maciço intacto 
 Alteração 
A alteração é a perda das características geomecânicas com consequente diminuição da 
resistência mecânica, aumento da deformabilidade e modificações das propriedades de 
porosidade. 
Tomando como referência a classificação de Guidicini & Nieble (1984), podemos classificar 
os maciços dos pontos analisados de acordo com a seguinte tabela, (Tabela 1). 
22 
 
 
Tabela 1: Grau de alteração dos maciços 
 Coerência 
A coerência é expressa pela resistência que a rocha oferece ao impacto domartelo e 
ao risco com lâmina de aço, por exemplo. 
Tendo como parâmetro a classificação de Guidicini et al.,1972, os maciços podem ser 
classificados de acordo com a tabela. (Tabela 2). 
 
Tabela 2: Classificação dos maciços quanto à coerência 
 
Dessa forma os maciços analisados dos pontos de paradas 2, 3 e 5 puderam ser 
classificados pelos alunos pesquisadores da seguinte forma: (Tabela 3). 
 
23 
 
 Maciço ponto 2 Maciço ponto 3 Maciço ponto 5 
Alteração A3 A3 A2 
Coerência C4 C3 C2 
Tabela 3 – Classificação dos maciços de cada ponto analisado 
 Com relação à análise das descontinuidades do maciço 
Este levantamento foi realizado nas descontinuidades dos maciços dos pontos 3 e 5, e 
neles foram obteve-se análise de espaçamento, abertura, persistência e possíveis 
tamanhos de blocos que poder se movimentar. 
 Ponto 3 
Como dito anteriormente, pode ser observado no ponto 3 que o maciço encontra-se 
bastante alterado e pouco coerente. E isto é percebido pelas ocorrências das famílias 
de descontinuidades que preenchem a totalidade do maciço, onde há pouca 
persistência e espaçamentos das mesmas e uma pequena abertura entre elas. 
Resultado dessa combinação é a geração de pequenos blocos que através da 
percolação de água, podem se desprender e realizar sucessivas quedas, podendo 
comprometer o sistema de drenagem das margens da duplicação da rodovia. (Figura 
25). 
 
Figura 25: Análise das descontinuidades do maciço do ponto 3 
24 
 
 Ponto 5 
O maciço do ponto 5, situado no viaduto pertencente ao trevo da cidade de Castelo, 
possui uma alteração bastante significativa mas pode ser classificado como coerente. 
Neste maciço as famílias de descontinuidades apresentam-se mais persistentes bem 
espaçadas e com largas aberturas e isso acarreta na formação de blocos com 
dimensões maiores, vistos nas figuras 26, 27, 28 e 29. 
 
Figura 26: Sentido das descontinuidades do maciço no ponto 5 
Com as descontinuidades bem espaçadas, há uma maior percolação da água e assim 
um aumento do volume de material carreado, efeito este que além de comprometer o 
sistema de drenagem, deixa o maciço exposto à erosão e com baixa resistência. A 
ação antrópica neste maciço propiciou a facilidade dele se movimentar, mas o que o 
diferencia do maciço do pondo 3, onde a face de mergulho está voltada para a rodovia, 
neste a face de mergulho do maciço está paralelo ao sentido da rodovia o que pode 
facilitar em uma medida de contenção combinada a um bom e eficiente sistema de 
drenagem. 
25 
 
 
Figura 27: Formação de blocos através da interceptação de famílias de descontinuidades 
 
 
Figura 28: Persistência das descontinuidades no maciço do ponto 5 
26 
 
As persistências desde maciço variam de tamanho podendo ser de poucos centímetros a 
três ou 4 metros e isso implica na formação de blocos com dimensões e volumes distintos. 
 
Figura 29: Formação de um bloco através das interceptações das famílias de 
descontinuidades. 
2.4.2 – Classificação Táctil Visual 
O teste táctil visual de solos é um sistema baseado no tato e na visão e neste 
levantamento foi realizado no maciço do ponto 2 onde neste misturou-se uma pequena 
quantidade de solo com água e observou-se que: 
• as areias são ásperas ao tato, apresentam partículas visíveis a olho nu; 
• o silte é menos áspero do que a areia, mais perceptível ao tato. Entre siltes grossos e 
areia fina, a distinção é praticamente impossível, a não ser com o auxílio de outros testes; 
27 
 
• as argilas, quando misturadas com água e trabalhadas entre os dedos, apresentam uma 
semelhança com pasta de sabão escorregadia; quando secas, os grãos finos das argilas 
proporcionam ao tato a sensação de “farinha”. 
2.4.3 - Teste de resistência do solo seco 
 
Uma amostra de solo seco agregado pode apresentar grande, média ou nenhuma 
resistência, quando se tenta desfazê-la entre os dedos. Isso indica, respectivamente, uma 
grande coesão, dos solos argilosos; pouca coesão para os solos siltosos e nenhuma 
coesão para os solos arenosos. Observou-se que o material apresentava nenhuma coesão 
(Figura x). 
 
 
3 – CONCLUSÃO 
A caracterização das propriedades geológicas e geotécnicas das estruturas que situam as 
margens da rodovia 482 no trecho analisado é fundamental para se avaliar o 
comportamento geotécnico desses materiais. Dessa forma os maciços e pontos de 
análises foram localizados em diferentes locais para englobar as distintas características 
existentes destes. Paralelo ao estudo buscou-se entender como tais obras estão sendo 
realizadas como a construção do sistema de drenagem como está efetuando, os cortes 
dos maciços e as possíveis medidas de contenção para garantir a estabilidade desses 
taludes e a segurança de quem passa pela rodovia. 
28 
 
Os maciços analisados apresentaram-se comprometidos com muitas descontinuidades e 
falhas, o que resulta em um grande volume de material carreado e transportado. Paralelo a 
isso, o sistema de drenagem necessita de ser revisto e em alguns locais, serem 
construídos, pois a precariedade dos drenos e calhas é a principal causa dos 
comprometimentos dos maciços e a falta destes originam carreamento de materiais 
movimentos de terras. 
O levantamento geotécnico contribuirá para futuras obras de engenharia que poderão ser 
realizadas nas margens da rodovia e assim permitir uma segurança tanto na realização 
das obras quanto ao tráfego futuro nessa região. 
 
4 – REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 
 
PEDROSA-SOARES, A.C.; NOCE, C.M.; ALCKMIM, F.F.; SILVA, L.C.; BABINSKI, M.; 
CORDANI, U.; Castañeda, C. Orógeno Araçuaí: Síntese do conhecimento 30 anos após 
Almeida 1977. Geonomos, v.15, No. 1, p.1-16, 2007. 
VIANA, Deiwys José; EVANGELISTA, Hanna Jordt, MÁRMORES DA REGIÃO DE 
ITAOCA (ES) E ESCARNITOS NO CONTATO COM DIQUES MÁFICOS E FÉLSICOS: 
MINERALOGIA E PETROGÊNESE. GEONOMOS, Departamento de Geologia, Escola de 
Minas, UFOP, Campus do Cruzeiro, Ouro Preto. v.8. n. 2. p 61-67, 2000. 
Vieira,V.S. 1995. Programa de Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil, Carta 
Geológica Cachoeiro de Itapemirim, Folha SF24Z - V-A. Escala 1:250.000, Brasilia, CPRM, 
110p. 
Vieira,V.S. 1997. Programa de Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil, Carta 
Geológica Cachoeiro de Itapemirim, Folha SF24Z - V-A. Escala 1:250.000, Brasilia, CPRM.

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