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O Cuidado em Saúde: Experiências e desafios necessários Psicologia e Nutrição Unisinos 2014 Prof. Fernanda Hampe • Cuidado é um ‘modo de fazer na vida cotidiana’ que se caracteriza pela ‘atenção’, responsabilidade’, ‘zelo’ e ‘desvelo’ ‘com pessoas e coisas’ . Cuidado em saúde • Cuidado como ato: resulta na prática do cuidar, que, ao ser exercida, constrói um conjunto de conhecimentos voltados para o ‘outro’. • O outro é o lugar do cuidado. O outro tem no seu olhar o caminho para construção do seu cuidado • O sujeito que se responsabiliza por praticá-lo tem a tarefa de garantir-lhe a autonomia acerca do modo de andar de sua própria vida. • O cuidado no campo da saúde é sua própria razão de ser. É o meio e o fim das ações desenvolvidas. Por isso pode ser utilizado como categoria analítica para interrogar os modos como são produzidas as ações de saúde e organizadas as instituições. Demanda por cuidado • vem, dia após dia, se complexificando, o que tem exigido cada vez mais a atuação de diferentes sujeitos-cidadãos-profissionais, cujo ‘outro’ demandante, cada vez mais requererá atenção, responsabilidade, zelo e desvelo com seus desejos, suas aspirações e especificidades, de modo a incluí-lo na tomada de decisão sobre sua vida, ou melhor dizendo, sobre sua saúde. • Cuidado em saúde: garantir o o ‘direito de ser’. • Pensar o direito de ser na saúde é ter ‘cuidado’ com as diferenças dos sujeitos – respeitando as relações de etnia, gênero e raça – que são portadores não somente de deficiências ou patologias, mas de necessidades específicas. • Qual a diferença de cuidar de uma criança, de um adolescente, de uma mulher, de um homem e etc? • Se, por um lado, o ‘cuidado em saúde’, seja dos profissionais ou de outros pode diminuir o impacto do adoecimento, por outro, a falta de ‘cuidado’ – ou seja o descaso, o abandono, o desamparo – pode agravar o sofrimento dos pacientes e aumentar o isolamento social causado pelo adoecimento. • O modelo biomédico que orienta o conjunto das profissões em saúde, ao se apoiar nos meios diagnósticos para evidenciar lesões e doenças, afastou-se do sujeito humano sofredor como totalidade viva e permitiu que o diagnóstico substituísse a atenção e o cuidado integral à saúde. • Entretanto, mais do que o diagnóstico, os sujeitos desejam se sentir cuidados e acolhidos em suas demandas e necessidades. Pra que nos serve o diagnóstico? Ou a história de vida do sujeito? • “Pistas” do que ocorre com o sujeito? • Determinar projetos de intervenção? • Universalizar e pré-determinar o modo de atenção ao sujeito? • Informar a família/responsáveis como DEVEM proceder? • Mas não existe a singularidade no encontro entre o sujeito e a doença? • A doença DETERMINA por ela mesma a condução da vida do sujeito? • Mas será que a doença não precisa ser pensada de forma singular? • É preciso ver o sujeito em relação ao seu entorno (familiar, social, comunitário, dos laços sociais e afetivos), pois estas relações produzem efeitos no modo com que a doença incide sobre a vida dele! O trabalho em saúde é relacional • o encontro entre pessoas que trazem um sofrimento ou necessidade e outras que dispõem de um conhecimento específico ou de recursos instrumentais que podem solucionar o problema trazido. • Nesses encontros são mobilizados sentimentos, emoções e identificações que dificultam ou facilitam a aplicação dos conhecimentos do profissional na percepção das necessidades de atenção ou interpretação das demandas trazidas pelo usuário. Perguntas: • 1) Já tiveste uma experiência na qual não te sentiste bem cuidado/a? • 2) O que seria um cuidado que não infantiliza o sujeito e que produz autonomia no paciente em seu processo de vida? • 3) Na relação com o paciente, sentimentos são mobilizados. Imagine uma situação na qual sentimentos poderiam interferir na oferta de seu cuidado. Narre esta imagem.
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