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TEORIA GERAL DO DIREITO SOCIETÁRIO PATRÍCIA BRANDÃO - 2010 - 1. INTRODUÇÃO PESSOA JURÍDICA DE DIR. PÚBLICO DE DIR. PRIVADO Gozam de uma posição jurídica diferenciada em razão da supremacia dos interesses que o direito encarregou-as de tutelar (ex.: a União, os Estados, os Municípios,o DF, os Territórios, as Autarquias). Estão sujeitos a um regime jurídico caracterizado pela isonomia, inexistindo valoração diferenciada dos interesses defendidos por ela. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO ESTATAIS NÃO ESTATAIS Capital social formado majoritariamente ou totalmente por recursos do poder público (ex.: Soc. de Economia Mista e Empresa Pública). FUNDAÇÕES ASSOCIAÇÕES SOCIEDADES SIMPLES EMPRESÁRIAS 1. INTRODUÇÃO SOCIEDADE SIMPLES SOCIEDADE EMPRESÁRIA Objeto social explorado sem empresarialidade (art. 998, 1000 CC). Ex.: As Cooperativas nunca serão empresárias (art. 982, p. único, CC). Objeto social explorado com empresarialidade (art. 966 CC). Ex.: Soc. por ações independente do objeto serão sempre empresárias (art. 982, parágrafo único). ≠ 1. INTRODUÇÃO SOCIEDADE EMPRESÁRIA – Pessoa jurídica de Direito Privado implementada por um contrato, cujo o objeto social é a exploração de atividade empresarial, ou que independente do seu objeto, adota a forma societária por ações. SOCIEDADE LIMITADA SIMPLES EMPRESÁRIA Dedicando a atividade econômica civil (profissionais intelectuais, atividade rural sem registro). Exercente de atividade econômica organizada para a circulação de bens ou serviços 2. PERSONALIZAÇÃO DA SOCIEDADE EMPRESÁRIA A personalização jurídica surge quando devidamente registrada na Junta Comercial. Sociedade Empresária (pessoa jurídica) é sujeito de direito personalizado – pode praticar todo e qualquer ato ou negócio jurídico desde que inexista proibição expressa. A personalização das sociedades empresárias geram três conseqüências: a) titularidade negocial – quando a sociedade empresária realiza negócios jurídicos, embora o faça pelas mãos de seu representante legal, é ela, pessoa jurídica, como sujeito de direito autônomo, personalizado, que assume um dos pólos da relação negocial. 2. PERSONALIZAÇÃO DA SOCIEDADE EMPRESÁRIA b) titularidade processual – a pessoa jurídica pode demandar e ser demandada em juízo; tem capacidade para ser parte processual. A ação deve ser endereçada contra a pessoa jurídica e não aos seus sócios ou representante legal. c) responsabilidade patrimonial – a sociedade terá patrimônio próprio, seu, inconfundível, e incomunicável com o patrimônio individual de cada um dos seus sócios. A pessoa jurídica responderá com o seu patrimônio pelas obrigações que assumir. Os sócios não responderão pelas obrigações da sociedade (em regra). Obs1.: O fim da personalização da sociedade empresária resulta de todo um processo de extinção (dissolução, liquidação, partilha), a incorporação, a fusão, a cisão e a falência. Obs2.: Sociedade não registrada é sociedade não personificada (sociedade em comum – de fato ou irregular – e sociedade em conta de participação). 3. CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS Tipos societários: Sociedade em nome coletivo Sociedade em comandita simples Sociedade em comandita por ações Sociedade em conta de participação Sociedade limitada Sociedade anônima ou companhia 3. CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS 3.1. Quanto à responsabilidade dos sócios pelas obrigações sociais; 3.2. Quanto ao regime da constituição e dissolução; 3.3. Quanto às condições de alienação da participação societária. CLASSIFICAÇÃO 3. CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS 3.1. Classificação quanto à responsabilidade dos sócios pelas obrigações sociais: Ilimitada Mista Limitada Em regra os sócios não respondem pelas obrigações da sociedade empresária pelo princípio da autonomia patrimonial. Se a pessoa jurídica possui bens em seu patrimônio suficientes para o integral cumprimento de todas as suas obrigações, o patrimônio particular de cada sócio, é inatingível por dívida social. 3. CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS A responsabilidade dos sócios pelas obrigações da sociedade empresária é sempre Subsidiária (art. 1024 CC e art. 596 CPC), mas limitada ou ilimitadamente. Sociedade ilimitada – Responsabilidade ilimitada e solidária a todos os sócios –> todos os sócios respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais. Sociedade em nome coletivo 3. CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS Sociedade mista – Uma parte dos sócios tem responsabilidade ilimitada e solidária e a outra parte tem responsabilidade limitada. Sociedade em comandita simples Sociedade em comandita por ações Sociedade limitada – Limita a responsabilidade dos sócios ao valor de suas contribuições (todos os sócios respondem de forma limitada pelas obrigações sociais). Sociedade limitada Sociedade anônima 3. CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS 3.2. Classificação quanto ao regime de constituição e dissolução: Sociedades contratuais Sociedades institucionais Sociedades contratuais – Regida pelo CC de 2002 cujo ato constitutivo e regulamentar é o contrato social. Para a dissolução deste tipo de sociedade não basta a vontade majoritária dos sócios, reconhecendo a jurisprudência, o direito dos sócios, mesmo minoritários, manterem a sociedade, contra a vontade da maioria. Sociedade em nome coletivo Sociedade em comandita simples Sociedade limitada 3. CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS Sociedades institucionais – Regida pela Lei 6404/76, cujo ato regulamentar é o estatuto social. Estas sociedades podem ser dissolvidas pela vontade da maioria societária. Sociedade anônima Sociedade em comandita por ações 3.3. Classificação quanto às condições de alienação da participação societária: Sociedades de pessoas Sociedades de capital 3. CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS Há sociedades em que os atributos individuais do sócio interferem com a realização do objeto social e há sociedades em que não ocorre esta interferência. Há um grupo em que a alienação da participação societária a terceiro estranho a sociedade, depende da anuência dos demais e um outro que independe. Sociedade de pessoas – constituídas em função da qualidade pessoal dos sócios (em que os sócios têm direito de vetar o ingresso de estranho no quadro social. Pode haver a dissolução parcial por morte do sócio, quando um dos sobreviventes não concorda com o ingresso de sucessor do sócio falecido). 3. CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS Sociedades de capital – se formam tendo em vista o capital social ( vigora o princípio da livre circulabilidade da participação societária -> muda o titular das parcelas que constituem o capital social e a pessoa jurídica continua inalterada). Obs1.: As sociedades institucionais (sociedade anônima e comandita por ações) são sempre “de capital”. Obs2.: As sociedades contratuais (em nome coletivo, em comandita simples e limitada) podem ser “de pessoas” ou “de capital”. 4. DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA Mesmo regular, a sociedade empresária pode, momentaneamente, ser tratada como sociedade não personificada. Sua personalidade jurídica, atribuída pelo direito, pode ser transitoriamente desconsiderada, quando subvertida. Ocorre quando sua autonomia patrimonial servir para acobertar práticas fraudulentas dos sócios. A jurisprudência passou a adotar a teoria da “desconsideração da personalidade jurídica” (“da superação”, “da penetração”) com a intenção de impedir que a personificação jurídica seja instrumento para assegurar a impunidade de atos sociais fraudulentos. 4. DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA A teoria da “desconsideração da personalidade jurídica” consiste em colocar de lado a autonomia patrimonial da sociedade, possibilitando a responsabilização direta e ilimitada do sócio porobrigação que, em princípio, é da sociedade. Não faz desaparecer a sociedade, apenas desconhece para ver através dela, com transparência, os responsáveis pela prática de ilicitudes (malícia e prejuízo). A efetivação da responsabilidade pessoal dos sócios só se processarão em caráter subsidiário (uma vez executado o patrimônio social).
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