Buscar

Associativismo, Cooperativismo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 128 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 128 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 128 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Associativismo,
 Cooperativismo e Sindicalismo
FORMAÇÃO
TÉCNICA
Brasília, 2015
Associativismo, 
Cooperativismo e 
Sindicalismo
Curso Técnico em Agronegócio
SENAR - Brasília, 2015
S474c SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.
 Curso técnico em agronegócio: associativismo, cooperativismo e sindicalis-
mo / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural ; Programa Nacional de Acesso 
ao Ensino Técnico e Emprego, Rede e-Tec Brasil, SENAR (Organizadores). – 
Brasília : SENAR, 2015.
126 p. : il. (SENAR Formação Técnica)
 
 ISBN: 978-85-7664-093-6
 
 Inclui bibliografia.
 1. Cooperativismo 2. Sindicalismo 3. Agroindústria - ensino. I. Programa 
Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego. II. Rede e-Tec Brasil. III. 
Título. IV. Série. 
CDU: 658.114
Sumário
Introdução à Unidade Curricular –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 6
Tema1: Associativismo –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––12
Tópico 1: As Associações e sua Importância no Cenário Brasileiro –––––––––––––––––––––––––––––– 13
Tópico 2: Conceito e Características das Associações –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 27
Tópico 3: Associações de Produtores Rurais ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 33
Encerramento do Tema ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 35
Atividade de aprendizagem ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 35
Tema 2: Cooperativismo –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––39
Tópico 1: Organização das Cooperativas Brasileiras O Nascimento de uma Grande 
Ideia ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––40
Tópico 2: Concepção, Objetivos e Fundo Ético do Sistema Cooperativo Solidarismo e 
Mutualismo ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––46
Tópico 3: A Cooperação no Agronegócio –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––49
Tópico 4: Cooperativismo e as Regras do Mercado –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 53
Tópico 5: A Sociedade Cooperativa –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––60
Tópico 6: Atos Cooperativos –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 72
Tópico 7: Gestão das Sociedades Cooperativas de Produção Agropecuária –––––––––––––––77
Tópico 8: Análises Estratégicas de Gestão das Organizações Sociais Agropecuárias 81
Tópico 9: Sistema OCB/Sescoop ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 87
Encerramento do Tema –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––89
Atividade de aprendizagem –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––89
Tema 3: Sindicalismo ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––93
Tópico 1: Aspectos Gerais e Históricos do Sindicalismo –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––94
Tópico 2: Legislação sobre Princípios, Liberdade Sindical e de Organização –––––––––––––98
Tópico 3: Organização e Atividades Sindicais ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––99
Tópico 4: Sindicalismo Rural – Regras e Atores ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––101
:
:
S474c SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.
 Curso técnico em agronegócio: associativismo, cooperativismo e sindicalis-
mo / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural ; Programa Nacional de Acesso 
ao Ensino Técnico e Emprego, Rede e-Tec Brasil, SENAR (Organizadores). – 
Brasília : SENAR, 2015.
126 p. : il. (SENAR Formação Técnica)
 
 ISBN: 978-85-7664-093-6
 
 Inclui bibliografia.
 1. Cooperativismo 2. Sindicalismo 3. Agroindústria - ensino. I. Programa 
Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego. II. Rede e-Tec Brasil. III. 
Título. IV. Série. 
CDU: 658.114
Curso Técnico em Agronegócio
4
Tópico 5: Sistema Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA –––––––––––– 113
Encerramento do Tema –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 119
Atividade de aprendizagem –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 119
Atividade extra: Análise Conceitual Comparativa ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––122
Atividade de aprendizagem – Gabarito ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––123
Atividade extra: Análise Conceitual Comparativa ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––124
Referências Bibliográficas –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––125
Introdução à Unidade Curricular
Curso Técnico em Agronegócio
6
Introdução à Unidade Curricular
Olá, seja bem-vindo(a) à Unidade Curricular Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo do 
curso Técnico em Agronegócio da Rede e-Tec Brasil do Senar.
Para iniciar os estudos, reflita uns momentos sobre estas perguntas: 
• O que me motivou a fazer este curso? 
• Estou em busca de conhecimento? Para quê? 
• O que farei com esse conhecimento?
• Estou em busca de mais oportunidades? Para quê? Para o trabalho? Para a comunidade?
Dizem que não são as respostas que movem o mundo, e sim as perguntas. Na verdade, os 
desafios moram nas perguntas, e não nas respostas.
Na figura a seguir, você pode analisar um esquema que representa as relações sistêmicas de 
cooperação para o desenvolvimento sustentado com qualidade de vida. Tente se enxergar 
nas descrições de cidadãos, profissionais e pessoas.
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo
7
Qualidade de vida
Cooperativas
Associações
Sindicatos
Empresa
Individual
Assistência
técnica
Sociedades
Insumos
Crédito
Produtos
Comercialização
Primários
Agroindústria
Armazenamento
Beneficiados/
Transformados
Pesquisa
Tecnologia
Capacitação
Indicador
Renda sustentável
Defesa de
direitos
Mercado
Área estratégica
de Atuação
Desenvolvimento
Sustentável
Viabilidade econômica 
com sustentabilidade
Políticas públicas
Participação
Valores
Cooperação
Solidariedade
Democracia
Respeito às
diferenças
Conselhos
ONG’s
MSTR
Igrejas
Dimensões
Movimentos
sociais
Acordo de
conveniência
Contratos
sociais
CIDADÃOS PROFISSIONAIS PESSOAS
Curso Técnico em Agronegócio
8
Pessoas
Quem são as pessoas? As pessoas são aqueles indivíduos que possuem valores – de 
participação, cooperação, solidariedade, democracia e respeito às diferenças –, adquiridos e 
formados durante a sua vida, diante de conceitos que a sociedade impõe. 
As diferenças entre as pessoas sempre existirão, mas como podem ser minimizadas? 
Para facilitar a convivência entre as pessoas, existem ferramentas como o “acordo de 
convivência” ou os “contratos sociais”, que podem ser formais ou informais.
Contratos formais são escritos, e, em alguns casos, o seu registro é exigido. Esses contratos 
também são chamados de “contratos solenes”. Por exemplo, um contrato de compra e venda 
oude trabalho. Os informais podem ou não ser escritos, mas não seguem as exigências de um 
contrato formal, portanto têm menos garantias.
Cidadãos
Quem são os cidadãos? Os cidadãos são pessoas que convivem em uma sociedade e devem 
conhecer e exercer seus direitos e deveres, que interferem na vida de toda a sua sociedade.
Algumas vezes, esses direitos e deveres são incentivados pelas políticas públicas, pelos 
conselhos, pelas organizações não governamentais – ONGs, pelos movimentos sociais, (como o 
Movimento dos Sem Terra – MST), além das variadas associações e igrejas que existem.
Perceba que as organizações de pessoas ou cidadãos possuem dimensões diferenciadas, como a 
cultural, a social, a econômica, a política, a ambiental, a de gênero e a institucional.
Profissionais
Para que a pessoa busca uma profissão? 
Para a busca da qualidade de vida, as pessoas – que também são cidadãos – podem atuar 
como profissionais para o alcance dos seus objetivos materiais. Nesse caso, podem atuar 
individualmente ou por meio de sociedades, cooperativas, associações e sindicatos.
A opção dos profissionais para o trabalho em uma organização poderá facilitar o acesso a 
aquisição de insumos, crédito, assistência técnica, pesquisa, tecnologia, capacitação e defesa dos 
direitos.
Os produtos do trabalho poderão ser utilizados de forma primária (crua ou bruta) ou poderão 
ser beneficiados/transformados, e, em conjunto, facilitar a comercialização para o acesso ao 
mercado. Um exemplo são as agroindústrias e o armazenamento comunitário em cooperativas.
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo
9
Fonte: Shutterstock
A partir desse cenário, a pessoa/cidadão/profissional sempre buscará facilitar a viabilidade 
econômica com sustentabilidade da sua atividade.
No decorrer de nossas aulas, você vai estudar as formas mais comuns de organizações 
coletivas de cidadãos e entender como o associativismo, o cooperativismo e o sindicalismo 
podem colaborar para o alcance de melhor qualidade de vida.
Antes de conferir os objetivos de aprendizagem desta unidade curricular e de seguir para o 
Tema 1, pare um minuto, reflita e responda:
Para você, o que é qualidade de vida?
Curso Técnico em Agronegócio
10
a
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de:
• Distinguir os conceitos de associativismo, cooperativismo e sindicalismo com 
ênfase em ambientes rurais;
• compreender o histórico e a importância do associativismo, do cooperativismo 
e do sindicalismo para o desenvolvimento social e econômico no meio rural;
• definir melhores estratégias de estrutura e funcionamento de organizações 
sociais ligadas ao setor rural;
• analisar estratégias de gestão das organizações sociais agropecuárias;
• estimular a cooperação social como elemento de transformação sociocultural 
no agronegócio;
• exercitar os conceitos de associativismo, cooperativismo e sindicalismo com 
ênfase em ambientes rurais.
Associativismo
01
Curso Técnico em Agronegócio
12
Associativismo 
Você sabe por que as pessoas se associam em grupos? Será que o “associativismo” é apenas 
um termo que os administradores criaram na atualidade ou ele reflete um fenômeno social 
que sempre existiu?
A palavra mágica que resultou no nascimento do associativismo foi “necessidade” – necessidade 
que desperta interesse. 
Com a união de esforços, as pessoas com o mesmo interesse buscam o alcance de seus 
objetivos de maneira mais forte e efetiva. 
A partir do interesse e da necessidade, as pessoas podem ser motivadas.
Fonte: Shutterstock
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo
13
Inicialmente, o maior objetivo era a sobrevivência. Os nossos ancestrais organizavam-se em 
grupos para conseguir alimentação, abrigo e segurança, sendo esses grupos uma resposta 
criativa dos indivíduos diante dos desafios da natureza. 
Posteriormente, a união de indivíduos passou a ser motivada para enfrentar mudanças 
econômicas e sociais que ocorriam em algumas sociedades.
Interessante, não? Ao final deste tema, espera-se que você desenvolva as seguintes 
competências:
• conhecer os principais tipos de associativismo;
• compreender o histórico e a importância do associativismo no meio rural;
• diferenciar o negócio social típico das associações;
• entender o conceito de associação e diferenciá-la das demais entidades privadas; 
• conhecer os passos para a formação de uma associação rural;
• identificar as principais vantagens oferecidas pelas associações rurais;
• contextualizar a sociedade rural brasileira no desenvolvimento da agricultura.
Tópico 1: As Associações e sua Importância no Cenário Brasileiro
Fonte: Shutterstock
Curso Técnico em Agronegócio
14
A sociedade é constituída de pessoas que vivem em comunidade, mas todos, a todo momento, 
tomam muitas decisões individuais – sobre do que se alimentar, qual cor da roupa, o corte do 
cabelo, o modelo do sapato, o time de futebol, no que trabalhar etc.
Ou seja, há uma grande diversidade de interesses nas sociedades, sejam interesses individuais 
ou de grupos.
Para facilitar e apoiar a convivência com essas diferenças e diversidades, as pessoas podem 
se associar de várias maneiras:
• associações (de profissionais, de trabalhadores ou de produtores rurais, religiosas, 
políticas, comerciais);
• associações filantrópicas; 
• conselhos (de desenvolvimento comunitário, de pais, de alunos e professores, de 
moradores de bairro ou comunidade);
• clubes (de esportes, de dirigentes, de produtores, de lazer);
• sindicatos (profissionais, de classe, de setores);
• grêmios (de estudantes, esportivos);
• cooperativas (de produção, de comercialização, de compras, de profissionais); 
• grupos informais, como pessoas que se unem para uma viagem, um mutirão ou por 
motivos religiosos;
• outras formas de associação.
E como isso funciona na nossa lei? Fazendo um exercício de Direito comparado, podemos 
perceber que a livre associação é um direito em vários países. 
Direito comparado
Chamamos de “Direito comparado” o estudo das diferenças e das semelhanças entre as leis de 
diferentes países. Ganhou muita ênfase atualmente com a globalização e a democratização dos 
sistemas de informação por meio da internet. 
Ele envolve o estudo dos diferentes sistemas jurídicos existentes no mundo, incluindo o Direito 
comum, os direitos civil e socialista, a lei islâmica, a lei hindu e a lei chinesa, e até mesmo onde 
não há comparação explícita.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada em 10 de dezembro de 1948, estipula, 
no parágrafo 1º do artigo 20, que “toda pessoa tem direito à liberdade de reunião e associação 
pacíficas.”
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo
15
Legenda: Sede da Organização das Nações Unidas, em Nova York, nos Estados Unidos.
Fonte: Shutterstock
A Convenção Europeia dos Direitos Humanos aprovada convenciona que “qualquer pessoa 
tem direito à liberdade de reunião pacífica e à liberdade de associação, incluindo o direito de, 
com outrem, fundar e filiar-se em sindicatos para a defesa dos seus interesses.”
Já a Constituição da República portuguesa constitui, no seu artigo 46, que:
1. Os cidadãos têm o direito de, livremente e sem dependência de qualquer autorização, 
constituir associações, desde que estas não se destinem a promover a violência e os 
respectivos fins não sejam contrários à lei penal.
2. As associações prosseguem livremente os seus fins sem interferência das autoridades 
públicas, e não podem ser dissolvidas pelo Estado ou suspensas as suas actividades 
senão nos casos previstos na lei e mediante decisão judicial.
3. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação nem coagido por 
qualquer meio a permanecer nela.
4. Não são consentidas associações armadas nem de tipo militar,militarizadas ou 
paramilitares, nem organizações racistas ou que perfilhem a ideologia fascista.
d
Comentário do autor
Esses exemplos mostram que os sistemas de Direito ocidentais e de muitos 
outros países abordam de maneira libertária, flexível e independente o direito de 
associação dos cidadãos, independentemente da vontade e da atuação do poder 
público (ou seja, dos governos).
Curso Técnico em Agronegócio
16
Acompanhe, agora, os exemplos específicos da experiência do Brasil na legislação do 
associativismo.
1. O tratamento do associativismo na Constituição Federal
A Constituição brasileira de 1891 já determinava, no artigo 72: “A todos é lícito associarem-se 
e reunirem-se livremente e sem armas, não podendo intervir a polícia senão para manter a 
ordem pública.”
Na Constituição brasileira de1934, também já constava, em seu artigo 113, que “é garantida 
a liberdade de associação para fins lícitos, nenhuma associação será compulsoriamente 
dissolvida senão por sentença judiciária.”
E a Constituição Federal de 1988, ainda em vigor, ampliou os direitos associativos das pessoas, 
permitindo a livre manifestação das associações. 
Fonte: Shutterstock
Em destaque, o inciso XII do artigo 29 da Constituição (cooperação das associações 
representativas no planejamento municipal) proporciona a participação da população nos 
Conselhos Municipais por meio das organizações representativas.
No entanto, houve momentos na história do Brasil em que a 
liberdade de associação foi restrita, principalmente nos períodos 
autoritários que começaram em 1964. Apenas associações 
filantrópicas ou de setores como comércio e indústria tinham 
alguma liberdade. Entretanto, eram constantemente “vigiadas” 
pelo governo. Outras associações, como as de movimentos 
estudantis ou de trabalhadores, eram reprimidas, e seus dirigentes 
ficavam sem liberdade, pois eram períodos em que não havia 
liberdade de manifestação.
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo
17
Antes da Constituição de 1988, a criação e o funcionamento de associações só eram permitidos 
com a autorização do Estado. Era obrigatória a publicação em jornal oficial do resumo dos 
seus atos constitutivos. A partir da Constituição de 1988, instituiu-se o Estado Democrático, 
assegurando o exercício dos direitos sociais e individuais, e a liberdade.
Em seu art. 5º, a Constituição permite a li-
berdade de locomoção em todo o território 
nacional e a liberdade de reunião, desde 
que seja pacífica e sem armas, independen-
temente de autorização, sendo necessário 
apenas o aviso às autoridades. 
O inciso XVII definiu que “é plena a liberda-
de de associação para fins lícitos, vedada a 
de caráter paramilitar.”
Definiu, ainda, no inciso XVIII: “A criação de 
associações e, na forma da lei, a de coope-
rativas independe de autorização, sendo 
vedada a interferência estatal em seu fun-
cionamento.”
A plena liberdade conferida pela Constituição de 1988 provocou um grande aumento na 
criação de associações, sendo que muitas foram constituídas com interesses bastante restritos, 
imediatos, ou por pessoas que se associavam somente pelo “modismo”, e acabaram dissolvidas.
2. O negócio social do associativismo
Segundo o Sebrae, “além de ser viável economicamente, um negócio social existe para bus-
car solução a uma questão social.”
O maior objetivo do negócio social é diminuir as desigualdades sociais, não sendo o lucro 
seu propósito principal.
Legenda: O apoio à atividade rural é um tipo de negócio social.
Fonte: Shutterstock
Curso Técnico em Agronegócio
18
No entanto, para ser criado, o negócio social precisa ser analisado sob a ótica de sua viabilidade 
para almejar o benefício social e garantir a sua própria existência.
'
Dica
Por exemplo, considere a implantação de uma horta comunitária para a geração 
de trabalho e renda para ajudar as pessoas de uma comunidade, com o apoio de 
uma grande empresa. A empresa se compromete a auxiliar na sua instalação e a 
adquirir os produtos.
Entretanto, o empreendimento deve mostrar que é autossustentável, mesmo 
sem o apoio da empresa, pois, caso contrário, não seria social, e sim da empresa 
patrocinadora.
Pode, também, ser considerado como negócio social o Fair Trade, ou, em português, “Comércio 
Justo”. É uma alternativa em relação ao sistema tradicional comércio.
No Brasil, o Decreto nº 7.358/2010 instituiu o Sistema Nacional do Comércio Justo e Solidário. 
O Comércio Justo é um movimento internacional que teve início na década de 1960 e procura 
gerar uma alternativa de mercado ao produtor por meio da aquisição de seus produtos por 
instituições, muitas das quais organizações não governamentais e cooperativas, que pagam 
preços justos após a verificação das condições de produção. Dentre os segmentos, destacam-
se produtos do agronegócio, do artesanato e das confecções, de comunidades, associações e 
cooperativas dos meios rural e urbano.
Fonte: Shutterstock
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo
19
As empresas que aderem ao movimento devem ter a licença para usar o selo de Fair Trade. 
Por exemplo, no Brasil, quando o preço do café está muito baixo, essas instituições adquirem 
a produção de pequenos produtores, preferencialmente por meio de suas organizações/
cooperativas, após orientação técnica, e comercializam no mercado interno ou externo 
com o selo de Fair Trade. Vários consumidores, muitos de fora do Brasil, preferem adquirir 
esses produtos, pois sabem que foram comercializados por um preço justo, contribuindo 
socialmente para a melhoria de vida dos pequenos produtores, evitando a exploração. 
O Comércio Justo é mais um apoio à produção e à comercialização dos pequenos agricultores 
e da agricultura familiar, mas exige o atendimento a padrões sociais e ambientais.
p
Atividades para praticar em casa
Você conhece algum empreendimento social em sua região? Descreva como ele 
funciona, quem o apoia e quem são os beneficiados.
Como sugestão, pesquise sobre o Fair Trade. Há várias empresas no Brasil que 
atuam com esse mercado e podem ser localizadas por uma busca na internet. 
Muitas empresas que trabalham com produtores rurais dão preferência para os 
que são organizados em associações ou cooperativas.
Para o processo de desenvolvimento, sobretudo da pequena produção, é importante a busca 
de ações que oportunizem a autogestão, com ênfase na participação ativa dos atores sociais 
envolvidos – o agricultor familiar, o pequeno produtor e o empregado rural –, fortalecendo a 
autonomia da agricultura familiar. Esses são os principais atores no crescimento do movimento 
associativista no meio rural brasileiro.
O governo federal, por meio de ações como o Programa Nacional de Fortalecimento da 
Agricultura Familiar – Pronaf, financia projetos individuais e coletivos para a geração de renda.
Outra ação, o Programa de Aquisição de Alimentos – PAA, tem como objetivos principais 
promover o acesso à alimentação e incentivar a agricultura familiar. 
Também diversas empresas privadas buscam a valorização do agricultor familiar e do 
trabalhador rural:
• a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura – Contag, com suas federações 
estaduais e sindicatos, tem assumido importante papel na melhoria da qualidade de vida 
do trabalhador rural, sendo o incentivo ao associativismo uma importante linha de sua 
ação;
• o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar e a Confederação da Agricultura e 
Pecuária do Brasil – CNA criaram o programa CNA Jovem para formar novos líderes para o 
campo (Programa Jovens Liderando o Agro); 
Curso Técnico em Agronegócio
20
• o Programa Jovem no Campo ajuda a contribuir com a inserção do jovem no mercado 
de trabalho rural, oferecendo a ele uma visão empreendedora de negócio, com foco 
nas oportunidades locais e regionais, além de tambémincentivar as oportunidades 
associativistas e cooperativistas. 
'
Dica
Lembre-se de que no Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA você tem acesso 
a links e vídeos complementares aos assuntos tratados na unidade curricular!
3.Histórico e importância do associativismo 
Acompanhe as imagens a seguir e perceba como a vida em coletividade sempre fez parte da 
humanidade, com finalidades específicas para cada época:
Pré-história Grécia antiga
O objetivo de se viver em grupo era combater 
inimigos em comum (predadores, fome, frio, 
busca por abrigo) e sobreviver mais facilmente.
Ginásios para a prática de esporte, cultura 
física e grupos com fim educador de onde se 
originaram os Jogos Olímpicos.
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo
21
Roma antiga Idade Média 
Organizações profissionais, clubes de jovens, 
escolas militares e de gladiadores.
Irmandades, ordens militares e corporações 
(produtores, aprendizes, jornaleiros, mestres e 
artesãos de um ofício) até o séc. XIX. 
No Brasil, a partir do século XIX, quando o grupo desejasse criar uma associação religiosa, 
científica, beneficente, profissional ou para qualquer outro fim, seria obrigado a ter licença 
na delegacia mais próxima, e o material escrito deveria ser enviado à Secção de Negócios 
do Império do Conselho de Estado, sendo que, somente depois de analisado, poderia ser 
liberado. 
O Decreto nº 2.711 e a Lei nº 1.083, ambos de 1860, orientavam sobre a criação das sociedades, 
incluindo as associações, com a aprovação do seu estatuto e dos demais documentos – tudo 
era controlado pelo governo. 
A
Link
No AVA você encontra o Decreto nº 2.711 de 1860 e as demais leis citadas aqui 
na apostila. Acesse e confira!
Nesse período, as associações, em sua maioria, eram beneficentes, religiosas, literárias, 
científicas ou caixas providenciárias e montepios.
Curso Técnico em Agronegócio
22
Como você já estudou, a partir principalmente da Constituição de 1988 e do novo Código Civil 
de 2002, as associações ficaram mais livres para serem formadas e passaram, enfim, a ter 
papel mais importante no meio rural brasileiro.
d
Comentário do autor
Atualmente, podemos dizer que todas as empresas se organizam em associação. 
Por quê? Porque as associações transformam concorrentes em aliados, 
principalmente na atualidade de um mundo globalizado, em que o cliente escolhe 
e compra o produto, financia ou paga à vista, com empresas de todo o Brasil e do 
mundo, com um toque na tela do computador ou do celular. Unidas em entidades 
representativas, as empresas discutem diretamente com os governos e com a 
sociedade sobre as melhores políticas de incentivo às suas atividades. 
No mundo moderno, qualquer produto faz parte de uma cadeia produtiva, em que cada 
indivíduo é responsável por uma parte do processo. É como uma engrenagem: se um para ou 
danifica, afeta os outros.
Qualquer situação na cadeia produtiva, tanto positiva como negativa, afeta todos os setores 
envolvidos, mesmo os que não fazem parte direta do processo. 
'
Dica
O dono do restaurante pode ter problemas em quitar as suas dívidas caso 
seus clientes sejam dispensados do emprego, que pode ser na indústria ou no 
comércio. Nesse caso, essa dispensa afeta, ainda, o supermercado e o produtor 
rural que vendeu o produto, continuando o processo negativo na cadeia. 
O mesmo movimento também acontece ao contrário, ou seja, quando um 
setor da produção gera mais empregos, o restaurante vende mais, gera 
mais oportunidades de trabalho, compra mais e paga suas contas em dia no 
supermercado, e o produtor rural vende maiores quantidades e recebe melhor 
pelo produto.
Os próprios países também se organizam com motivos específicos: 
• Organização da Nações Unidas – ONU, 
• Organização dos Estados Americanos – OEA, 
• G7 – atualmente, Grupo dos Sete – é um grupo que reúne os sete países mais industrializados 
e desenvolvidos economicamente do mundo. Todos os países fundadores são nações 
democráticas: Estados Unidos, Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão e Reino Unido. Com 
a exclusão da Rússia, o G8 passou a ser G7;
• G20 – é um fórum informal que promove entendimentos entre países industrializados 
e emergentes sobre assuntos relacionados à economia global, sendo o Brasil um dos 
participantes;
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo
23
• Mercado Comum do Sul – Mercosul – tem por objetivo a integração de alguns países da 
América do Sul (Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai e Venezuela) por meio da livre 
circulação de bens, serviços e fatores produtivos, do estabelecimento de uma Tarifa Externa 
Comum – TEC, da adoção de uma política comercial comum, da coordenação de políticas 
macroeconômicas e setoriais, e da harmonização de legislações nas áreas pertinentes; 
• Brics – é um grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, chamados 
de “países emergentes”, que busca atuação conjunta para pêr em prática e desenvolver 
projetos, mas não é reconhecido como um bloco econômico oficial, pois não possui 
estatuto ou registro formal. 
BRICS - 5 maiores economias emergentes
BRASIL RUSSIA INDIA CHINA ÁFRICADO SUL
Fonte: Adaptada Shutterstock
A
Link
Quer saber mais sobre o Mercosul? Acesse: www.mercosul.gov.br
4. Associativismo no meio rural
Tendo visto toda a presença e a importância do associativismo no decorrer da história e na 
economia atual, é hora de se debruçar sobre esse assunto aplicado ao meio rural.
O produtor rural, que é o responsável pela produção dos alimentos primários, deveria ter 
mais consciência da força que aplica na economia.
Conforme dados da CNA, a participação do agronegócio no Produto 
Interno Bruto – PIB do país tem crescido a cada ano, atingindo, em 
2014, 31% do PIB total. Por seu lado, as exportações do agronegócio 
representam cerca de 40% do total exportado pelo país, e o agronegócio 
gera 37% de todos os postos de trabalho no Brasil.
Curso Técnico em Agronegócio
24
Afinal, as pessoas podem viver sem muitos dos bens que consomem ou usam, mas não podem 
viver sem os alimentos.
Há quarenta ou cinquenta anos, o fazendeiro tinha orgulho de dizer que “a única coisa que 
compro para minha fazenda é o sal e o querosene”. Tinha independência e autonomia, e fazia 
o escambo (troca de produtos) quando era necessário adquirir coisas “da cidade”. A cadeia 
produtiva era, em grande parte, “da porteira para dentro” das fazendas. 
Com a evolução do capitalismo, das tecnologias, da globalização e da especialização da 
produção (o produtor dever produzir apenas aquilo que ele pode gerar com mais eficiência e 
menos custo), atualmente, para o produtor rural continuar no mercado, ele deve deixar de ser 
o fazendeiro tradicional de antigamente para se tornar um empresário rural.
As exigências do mercado provocam essa mudança de comportamento do produtor, e, como 
empresário, ele tende a se especializar em alguma atividade em que tenha mais eficiência e 
obtenha mais lucros.
Fonte: Shutterstock
Daí a importância do associativismo, que pode transformar a produção individual ineficiente 
em participação coletiva e comunitária para aumentar a capacidade produtiva, a eficiência 
e a lucratividade do negócio. Compra e venda em conjunto, capacitação, aquisição de 
equipamentos e transporte são algumas das atividades associativas que podem contribuir 
para os negócios, principalmente para o pequeno agricultor.
Daí entende-se que os projetos comunitários, como aquisição de tratores e equipamentos, 
proporcionam aumento da produção e da produtividade, além de outras atividades em grupo, 
e são meios que influenciam diretamente o aumento da renda dos produtores.
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo
25
A capacitação realizada pelo Senar, tanto na promoção social quanto na formação profissional 
para produtoresrurais, em cooperação com as associações, as cooperativas e os sindicatos, é 
outra atividade que contribui para a melhoria das condições do trabalho e da vida no campo. 
'
Dica
Não se esqueça: no AVA você tem acesso a links e vídeos complementares aos 
assuntos tratados na unidade curricular!
5. O associativismo como desenvolvimento interinstitucional
Como você já estudou neste tópico, a Constituição prevê a participação da população por 
meio de organizações representativas na formulação das políticas e no controle das ações em 
todos os níveis.
• Você sabe como é essa participação? 
• Já teve oportunidade de participar?
Uma das formas de participar das discussões na sua comunidade é por meio das associações 
de produtores, das associações comunitárias e de outras entidades representativas, 
encaminhando um plano de ação ou projeto e participando dos conselhos municipais de 
saúde e de educação, do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentado – CMDRS, 
do conselho tutelar, entre outros, de acordo com as necessidades da comunidade, para 
solucionar ou minimizar problemas apresentados.
Fonte: Adaptada Shutterstock
Curso Técnico em Agronegócio
26
Nesses conselhos (municipais, estaduais e nacional), em que participam outras instituições e 
representantes do governo, o representante da entidade tem direito a opinar e votar sobre as 
atividades que receberão verbas públicas.
Esses conselhos constituem um grande avanço democrático no país, sendo paritária a 
participação do governo e de entidades sociais, isto é, o número de participantes do governo 
e das entidades sociais não governamentais é o mesmo, com o mesmo número de votos.
 
Além disso, as reuniões dos conselhos são abertas a todos os 
cidadãos, sendo obrigatória a sua divulgação com antecedência. No 
entanto, só podem votar os representantes eleitos.
Conforme o Portal da Transparência da Controladoria-Geral da União, o controle social pode 
ser feito individualmente, por qualquer cidadão, ou por um grupo de pessoas organizado. Os 
conselhos gestores de políticas públicas são canais efetivos de participação, que permitem 
estabelecer uma sociedade na qual a cidadania deixe de ser apenas um direito, passando a 
ser uma realidade. 
A importância dos conselhos está no seu papel de fortalecimento da participação democrática 
da população na formulação e na implementação de políticas públicas. Além disso, o seu 
funcionamento adequado e justo pressupõe a ausência de atividades político-eleitorais e de 
cunho ideológico-partidário. 
Esses conselhos podem ser deliberativos ou consultivos, sendo que:
Conselho deliberativo Conselho consultivo
Um conselho deliberativo é aquele que tem 
poder de decisão, desde a aprovação do 
plano ou projeto, até o acompanhamento 
da execução e a prestação de contas, como 
o Conselho Municipal de Saúde – CMS e o 
Conselho Municipal de Educação – CME. 
Contudo, não são órgãos executivos, ou 
seja, conselhos não realizam as ações de 
construção, pagamentos e operação. Estas 
são da alçada dos governos, de ONGs ou 
empresas. 
Um conselho consultivo tem a finalidade de 
aconselhar e opinar sobre questões relativas 
a atividades de interesse público, como, por 
exemplo, se deve-se ou não reformar uma 
estrada, emitindo pareceres e dando opiniões 
– apenas aconselha, mas não decide. Quem 
decide é o poder legislativo (vereadores, 
deputados estaduais e federais, e senadores) 
com a participação do executivo, e quem 
executa são órgãos do poder executivo 
(prefeituras, por exemplo, empresas privadas 
contratadas ou, ainda, organizações não 
governamentais autorizadas).
Vale lembrar, também, dos conselhos de interesse público, que são paritários entre governo 
e sociedade, ou seja, por meio de suas entidades representativas, têm o mesmo número de 
votos. Contudo, os conselhos criados pelas instituições ou empresas privadas não precisam 
seguir essa regra, e sua composição depende do interesse da empresa ou instituição.
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo
27
p
Atividades para praticar em casa
Procure na sua cidade informações sobre as atividades e as reuniões dos conselhos, 
como o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentado – CMDRS, em que 
são discutidas ações para atender aos pequenos produtores, como financiamentos 
do Pronaf, o Programa de Aquisição de Alimentos – PAA, a Declaração de Aptidão ao 
Pronaf – DAP, entre outras, e participe com suas opiniões. 
Você terá oportunidade de opinar com representantes de várias entidades e 
representantes do governo. Isso significa vivenciar a democracia. Participe! 
Também participam dos conselhos municipais: representantes da Empresa de Assistência 
Técnica e Extensão Rural – Emater, da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral – Cati, da 
Prefeitura, da Secretaria Municipal da Agricultura, da Secretaria de Ação Social, de associações 
comunitárias, do Sindicato dos Trabalhadores ou dos Produtores Rurais, de órgãos ambientais, 
dentre outros.
Tópico 2: Conceito e Características das Associações 
A principal característica das associações está estabelecida no Código Civil de 2002: “Art. 
53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não 
econômicos.”
Já vimos que a Constituição define a plena liberdade de associação e que ninguém poderá 
ser obrigado a se associar ou a permanecer associado. Porém, a concessão de um benefício 
público não pode ser condicionada à exigência de que a pessoa seja filiada em associação, 
como, por exemplo, a inscrição da DAP, financiamentos, previdência social, entre outras.
Fonte: Shutterstock
A maior parte dos programas sociais públicos, como o PAA, da Conab, prevê a participação 
dos produtores por meio de suas entidades associativas, mas também individualmente, 
diretamente pelo produtor. 
Curso Técnico em Agronegócio
28 '
Dica
Lembre-se de que no AVA você tem acesso a links e vídeos complementares aos 
assuntos tratados na unidade curricular!
Algumas importantes características das associações comunitárias são:
• quando expressamente autorizadas, possuir legitimidade para representar seus filiados 
judicial ou extrajudicialmente;
• atender ao Código Civil, do artigo 53 ao artigo 61;
• definir claramente os fins e os objetivos;
• se a associação tiver por objetivo a assistência social, atender ao previsto na Lei Orgânica 
da Assistência Social – LOAS e nas Resoluções do Conselho Nacional de Assistência Social 
– CNAS;
• ser constituídas por pessoas físicas e/ou jurídicas (empresas), com dois ou mais sócios;
• definir, em seu estatuto, sobre a responsabilidade dos sócios, que, em casos omissos, 
poderão ser responsabilizados;
• em caso de dissolução, destinar o remanescente a outra entidade ou ao governo, não 
podendo ser distribuído entre os sócios, a não ser nos casos em que possuam quotas, o 
que deve ser previsto no estatuto, como é o caso de clubes.
A Resolução CNAS nº 14/2014 define, no artigo 2º: 
As entidades ou organizações de Assistência Social podem ser isolada ou cumulativa-
mente: 
de atendimento: aquelas que, de forma continuada, permanente e planejada, prestam 
serviços, executam programas ou projetos e concedem benefícios de proteção social 
básica ou especial, dirigidos às famílias e indivíduos em situações de vulnerabilidades 
ou risco social e pessoal, nos termos das normas vigentes;
de assessoramento: aquelas que, de forma continuada, permanente e planejada, 
prestam serviços e executam programas ou projetos voltados prioritariamente para 
o fortalecimento dos movimentos sociais e das organizações de usuários, formação 
e capacitação de lideranças, dirigidos ao público da política de assistência social, nos 
termos das normas vigentes;
de defesa e garantia de direitos: aquelas que, de forma continuada, permanente e 
planejada, prestamserviços e executam programas ou projetos voltados prioritariamente 
para a defesa e efetivação dos direitos socioassistenciais, construção de novos direitos, 
promoção da cidadania, enfrentamento das desigualdades sociais e articulação com 
órgãos públicos de defesa de direitos, dirigidos ao público da política de assistência 
social, nos termos das normas vigentes.
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo
29
Para que uma associação possa ser atendida em parcerias com 
os governos, é importante que, além de constar no estatuto a sua 
finalidade social, a associação tenha que demonstrar que executa a 
sua atividade estatutária, mesmo sem recursos públicos.
Portanto, se você participa de alguma associação, é importante verificar se o estatuto tem 
finalidade social!
1. Classificação das associações
A classificação das atividades desenvolvidas por qualquer instituição ou empresa no Brasil é 
definida pelo Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE, que é um cadastro de 
abrangência nacional no qual estão organizadas e descritas todas as atividades possíveis de 
serem exercidas por pessoas jurídicas. 
É importante lembrar que uma associação, ou qualquer empresa no Brasil, só poderá exercer 
as atividades previstas no seu estatuto ou contrato social (no caso de empresas), que deverão 
constar nas informações cadastrais do seu Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ. 
A
Link
Para definir o código e a atividade da entidade, acesse: http://cnae.ibge.gov.br
Veja um exemplo de classificação do CNAE (que deve constar no CNPJ da associação):
CÓDIGO E DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA PRINCIPAL
94.30-8-00 - Atividades de associações de defesa de direitos sociais
CÓDIGO E DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS SECUNDÁRIAS
94.93-6-00 - Atividades de organizações associativas ligadas à cultura e à arte
94.99-5-00 - Atividades associativas não especificadas anteriormente
CÓDIGO E DESCRIÇÃO DA NATUREZA JURÍDICA
399-9 - Associação Privada
Curso Técnico em Agronegócio
30
A classificação da associação também é importante para definir perante a Receita Federal se 
é imune ou isenta ao pagamento de tributos.
São imunes do imposto sobre a renda e estão obrigadas a entregar a Declaração de Imposto 
de Renda Pessoa Jurídica – DIPJ: 
a) os templos de qualquer culto (CF/1988, art. 150, VI, “b”); 
b) os partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais de trabalhadores, 
(CF/1988, art. 150, VI, “c”), desde que observados os requisitos do art. 14 do CTN, com 
redação alterada pela Lei Complementar n º 104, de 2001; 
c) as instituições de educação e as de assistência social, sem fins lucrativos (CF/1988, art. 
150, VI, “c”). 
Para o gozo da imunidade tributária, as instituições citadas em “b” e “c” estão obrigadas a 
atender aos seguintes requisitos: 
a) não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados, exceto no 
caso de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – Oscip, em que a legislação 
prevê a possibilidade de se instituir remuneração para os dirigentes da entidade que atuem 
efetivamente na gestão executiva e para aqueles que a ela prestam serviços específicos;
b) aplicar integralmente no país seus recursos na manutenção e no desenvolvimento dos 
seus objetivos institucionais; 
c) manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revestidos das 
formalidades que assegurem a respectiva exatidão; 
d) conservar em boa ordem, pelo prazo de cinco anos, contado da data da emissão, os 
documentos que comprovem a origem de suas receitas e a efetivação de suas despesas, 
bem assim a realização de quaisquer outros atos ou operações que venham a modificar 
sua situação patrimonial; 
e) apresentar, anualmente, a DIPJ, em conformidade com o disposto em ato da Secretaria da 
Receita Federal; 
f) assegurar a destinação de seu patrimônio a outra instituição que atenda às condições 
para gozo da imunidade, no caso de incorporação, fusão, cisão ou de extinção da pessoa 
jurídica, ou a órgão público; 
g) não distribuir qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; 
h) outros requisitos, estabelecidos em lei específica, relacionados com o funcionamento das 
entidades citadas. 
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo
31
Consideram-se isentas de tributos as instituições de caráter 
filantrópico, recreativo, cultural e científico, e as associações civis 
que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os 
coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se destinam, sem 
fins lucrativos (Lei nº 9.532, de 1997, art.15).
A Receita Federal presta outros esclarecimentos quanto a imunidade e isenção. É importante 
reconhecer que a isenção não é “automática”: além de atender aos requisitos previstos, a 
entidade deve fazer a solicitação à Receita Federal, que publica no Diário Oficial da União após 
o reconhecimento.
'
Dica
Lembre-se de que no AVA você tem acesso a links e vídeos complementares aos 
assuntos tratados na unidade curricular!
2. Aquisição e constituição da personalidade jurídica
Para a formalização da associação, são necessários a elaboração, a aprovação e o registro dos 
seus atos constitutivos, que são a ata de fundação e o estatuto, conforme dispõe a lei.
Assim estabelece o Código Civil – Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002: 
Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
I - a denominação, os fins e a sede da associação;
II - os requisitos para a admissão, a demissão e a exclusão dos associados;
Curso Técnico em Agronegócio
32
III - os direitos e os deveres dos associados; 
IV - as fontes de recursos para sua manutenção;
V - o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; 
VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução;
VII - a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. 
Assim, é importante que o grupo interessado discuta bastante o estatuto da sua futura 
associação antes da sua aprovação em Assembleia Geral Constitutiva, principalmente com 
relação à finalidade da entidade e à sua forma de gestão e eleição da diretoria e dos conselhos. 
Esclareça e discuta todos os itens do estatuto, de modo que todos os sócios tenham acesso 
(cópia) ao estatuto, conhecendo seus direitos e deveres na associação. 
c
Leitura complementar
Na biblioteca do AVA, você encontra um anexo com modelos de estatuto para 
uma associação.
3. Registro do ato constitutivo
Para que a entidade tenha personalidade jurídica, ou seja, para que ela exista formalmente, o 
estatuto deve ser registrado em cartório.
Para tanto, deve ser cumprido um rito de constituição previsto na legislação, conforme o 
passo a passo:
• o grupo interessado deve fazer o convite à comunidade para a realização da assembleia 
de fundação por meio de edital, em que devem constar data, horário, local, assuntos 
(leitura, discussão e aprovação do estatuto, eleição e posse dos membros da diretoria e do 
conselho fiscal ou outros órgãos, conforme preveja o estatuto);
• elaborar a ata que deve ser assinada e rubricada por todos os presentes, em todas as 
folhas. Nessa ata, deverão ser inscritos os sócios fundadores, com nome completo (sem 
abreviar), CPF ou CNPJ (para empresas), identidade, endereço, profissão, estado civil, além 
de outros dados que possam identificar o associado;
• o estatuto aprovado e a ata de fundação, em que constam os nomes de todos eleitos, 
devem, então, ser registrados em Cartório de Registro de Títulos e Documentos das Pessoas 
Jurídicas no município onde se localiza a entidade comunitária (verificar no cartório as 
taxas para o registro);
• de acordo com a Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, em seu art. 1º, § 2º, “os atos e 
contratos constitutivos de pessoasjurídicas, sob pena de nulidade, só podem ser admitidos 
a registro, nos órgãos competentes, quando visados por advogados”. Assim, um advogado 
deve dar um visto na ata e no estatuto constitutivo da associação;
• solicitar cadastro junto à Receita Federal do Brasil para obtenção do CNPJ, após registro de 
seu Estatuto em Cartório;
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo
33
• é importante a assessoria de um profissional de contabilidade para a inscrição e a 
atualização das declarações e da documentação nos órgãos municipal, estadual e federal;
• caso venha utilizar a DAP Jurídica ou Inscrição Coletiva, deverá ser providenciada a inscrição 
na Secretaria Estadual da Fazenda;
• fazer inscrição no INSS, mesmo que não tenha empregado;
• verificar com a prefeitura a obrigatoriedade do registro municipal e do alvará de 
funcionamento;
• em alguns casos, será necessária a obtenção de licenças de órgão de vigilância sanitária, 
corpo de bombeiros, entre outros, dependendo do tipo de atividade e da localização.
Tópico 3: Associações de Produtores Rurais
Vamos começar este tópico relembrando uma informação importante: todas as associações 
devem atender à característica básica prevista no art. 53 do Código Civil de 2002, que é a 
união de pessoas que se organizem para fins não econômicos.
 
As associações de produtores rurais, assim como as demais 
associações, devem fazer constar em seus estatutos as atividades 
que serão destinadas ao atendimento de seus associados, cujo 
objetivo não poderá ser a obtenção de lucro para distribuição aos 
associados. Os lucros eventuais devem ser usados em investimentos 
na própria associação. 
A associação deve definir com clareza qual é o seu púbico constitutivo, ou seja, qual é a 
característica de seus sócios, como, por exemplo, se é de pequenos, médios ou grandes 
produtores ou da agricultura familiar, ou de apicultores, ou de moradores de uma determinada 
comunidade, e assim por diante.
Fonte: Shutterstock
Curso Técnico em Agronegócio
34
A área de abrangência também pode ser definida: se de produtores de uma determinada 
comunidade, distrito, município ou região, como associação dos pequenos produtores da 
comunidade X, ou associação dos agricultores familiares do município Y.
Vale lembrar que as condições para as pessoas se associarem e quanto à área de atuação 
devem ser explícitas no estatuto, podendo ser em uma determinada comunidade, região, 
município ou vários municípios, estado ou em todo país, desde que a estrutura da associação 
tenha condições de atendimento.
Acompanhe as principais vantagens de se trabalhar em associação rural:
• uma associação legalmente constituída possibilita às pessoas maior participação na 
sociedade em conselhos do município, do estado e do país;
• aumenta o poder de reivindicação e de negociação do grupo;
• facilita o contrato em grupo dos produtores com empresas que comercializam produtos 
agropecuários, como supermercados e sacolões, pela escala de produção e programação 
de entrega dos produtos;
• possibilita a participação em fóruns, seminários e em todos os espaços de decisão pública, 
promovidos pelas câmaras municipais e assembleias legislativas, podendo ter voz e se 
fazer ouvir na sociedade e nos espaços de decisão pública;
• facilita a assistência técnica em grupo e o processo de capacitação, que poderá aumentar 
a renda e o lucro com relação à produção e à melhoria da produtividade;
• permite a aquisição em grupo de insumos, sementes, adubos e fertilizantes a preços mais 
vantajosos; 
• permite a realização legal de convênios com o governo e contratos com entidades e 
empresas privadas, viabilizando projetos e busca de recursos, físicos e financeiros, para 
atendimento aos fins da associação;
• os produtores organizados em grupos terão facilidades de acesso a linhas de crédito e 
programas governamentais, visto que o atendimento não exclui o produtor individual, 
mas a sua preferência é para aqueles organizados em grupos formais e informais;
• com a geração de emprego e renda, o associativismo contribui para a redução do êxodo 
rural.
1. Sociedade Rural Brasileira
A Sociedade Rural Brasileira – SRB, entidade de caráter associativista representativa da classe 
rural, fundada no dia 19 de maio de 1919 na cidade de São Paulo, completou, em 2015, 96 
anos de importância e contribuição ao desenvolvimento do setor agropecuário.
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo
35
A entidade trabalha como agente negociador político do agronegócio perante os públicos 
estratégicos do setor, atua como polo disseminador de conhecimento e funciona como 
centro de serviços e gerador de oportunidades e negócios para a cadeia produtiva rural. 
Ela representa o produtor rural brasileiro com reivindicações e propostas às autoridades na 
defesa dos interesses do setor e atua como mediadora entre os elos das cadeias produtivas, 
estimulando as políticas públicas favoráveis ao setor agropecuário brasileiro.
'
Dica
Lembre-se de que no AVA você tem acesso a links e vídeos complementares aos 
assuntos tratados na unidade curricular!
Encerramento do Tema 
Parabéns! Você está concluindo o primeiro tema deste curso, que trata sobre associativismo.
Nesta etapa, você teve a oportunidade de aprender que, organizadas em associações, as 
pessoas podem conhecer melhor e reivindicar seus direitos, manifestando-se junto ao governo 
e à sociedade. O cidadão consciente de seus direitos e deveres buscará de forma organizada 
a melhoria da qualidade de vida para ele e para a sua comunidade.
O associativismo atende, basicamente, às questões sociais e permite o apoio às questões 
econômicas, como, por exemplo, por meio da capacitação. Entretanto, para que as pessoas 
busquem o aumento da sua renda, é necessário o trabalho de produção ou de serviços, o que 
nos leva ao cooperativismo, uma das formas de organização mais utilizada em todo o mundo.
No próximo tema, você verá como as pessoas podem se organizar em cooperativas, além das 
vantagens e das limitações atreladas a essa decisão.
Depois que realizar as atividades de aprendizagem, você poderá começar a se sentir bem-
vindo ao cooperativismo!
Atividade de aprendizagem 
1. Qual destas atividades não é considerada associativa?
a) Conselho de desenvolvimento comunitário. 
b) Sindicato de trabalhadores rurais.
c) Empreendedor individual.
d) Cooperativa.
e) Horta comunitária.
Curso Técnico em Agronegócio
36
2. Em que condições o trabalhador rural é obrigado a ser associado na associação dos 
pequenos produtores rurais?
a) Para se aposentar.
b) Para receber seguro desemprego.
c) Para receber assistência técnica, como a do Emater. 
d) As letras a, b e c estão corretas.
e) As letras a, b, c e d não estão corretas.
3. Onde é feita a inscrição do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ da entidade 
associativa para a sua formalização?
a) No escritório de contabilidade.
b) Na Secretaria da Receita Federal do Brasil.
c) Na Prefeitura.
d) No escritório do advogado.
e) No escritório da empresa de assistência técnica.
4. Para qual destas atividades é necessário que o grupo seja formalizado?
a) Receber assistência técnica em grupo.
b) Buscar o banco para financiamento em grupo.
c) Adquirir insumos, sementes e adubos em grupo, diminuindo custos.
d) Participar de seminários e reuniões para discutir assuntos de interesse dos produtores.
e) Representar a comunidade perante o judiciário ou outros órgãos públicos para a 
aprovação de projetos de interesses comuns.
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo
37
5. Os conselhos municipais, como o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentado 
– CMDRS e o Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS, servem para:
a) Reunir amigos depois do trabalho.
b) Falar do trabalho dasua propriedade rural.
c) Ser o local em que a população participa da discussão e do acompanhamento das 
políticas públicas.
d) Ser o local em que os políticos fazem as campanhas eleitorais. 
e) Aprovar sem discutir tudo o que o prefeito e os vereadores fizeram.
Cooperativismo
02
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo
39
Tema 2: Cooperativismo
O que vem à sua cabeça quando se fala em cooperativismo? Quantas cooperativas você 
conhece? Estão difundidas no nosso mercado, hoje, cooperativas de vários tipos, como as de 
trabalho, as sociais, as de crédito...
Em sua definição, cooperativismo é um movimento, uma filosofia de vida e um modelo 
socioeconômico capaz de unir desenvolvimento econômico e bem-estar social. Seus 
referenciais fundamentais são: participação democrática, solidariedade, independência 
e autonomia. 
Fonte: Shutterstock
Curso Técnico em Agronegócio
40
É um sistema fundamentado na reunião de pessoas, e não no capital – ele visa às necessidades 
do grupo, e não o lucro –, buscando a prosperidade conjunta, e não a individual. Essas 
diferenças fazem do cooperativismo a alternativa socioeconômica que pode levar ao sucesso 
empreendimentos com equilíbrio e justiça entre os participantes. 
 
“Associado a valores universais, o cooperativismo se desenvolve 
independentemente de território, língua, credo ou nacionalidade” 
(Organização das Cooperativas Brasileiras – OCB).
Ao final deste tema, espera-se que você desenvolva as seguintes competências:
• conhecer e definir a sociedade cooperativa e diferenciá-la da associação;
• identificar o solidarismo e o mutualismo nas relações cooperativas;
• conhecer o principal objetivo da sociedade cooperativa;
• conhecer o instituto da cooperação;
• compreender as condicionantes do desenvolvimento econômico;
• identificar cada um dos aspectos econômicos na relação com o mercado;
• diferenciar lucro de sobras líquidas na sociedade cooperativa;
• identificar as atividades inerentes à sociedade cooperativa de produção agropecuária;
• diferenciar os negócios realizados pela sociedade cooperativa de produção agropecuária;
• conhecer o tratamento tributário ao ato cooperativo;
• conhecer as atividades qualificadas como “ato não cooperativo”;
• identificar as principais relações contratuais realizadas pelas sociedades cooperativas;
• conhecer as principais estratégicas utilizadas pelas entidades;
• conhecer as atribuições de cada sistema.
Vamos ao tópico 1?
Tópico 1. Organização das Cooperativas Brasileiras: o Nascimento 
de uma Grande Ideia
No século XVIII, aconteceu a Revolução Industrial na Inglaterra. Com a introdução das 
máquinas que substituíram os trabalhadores, a mão de obra perdeu grande poder de troca e 
de negociação. Os baixos salários e a longa jornada de trabalho resultantes trouxeram muitas 
dificuldades socioeconômicas para a população, que levaram também a protestos populares. 
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo
41
Fonte: Shutterstock
Diante dessa crise, surgiram lideranças que criaram associações de caráter assistencial. Essa 
experiência não teve resultado positivo na atenuação da situação econômica dos trabalhadores 
e ainda manteve pessoas ociosas nas ruas. 
d
Comentário do autor
Alguns anos de problemas socioeconômicos se passaram sem soluções para 
contornar eficientemente os efeitos colaterais da modernização da indústria. 
Com base nessas experiências, buscaram-se novas formas associativas que 
fossem eficazes para a viabilidade econômica de empreendimentos coletivos até 
chegarem ao que denominaram de cooperativa.
Esse modelo de reunião cooperativa teve início com a reunião de 28 cidadãos ingleses, em 
sua maioria tecelões, que se reuniram para discutir e avaliar suas ideias sobre alternativas de 
empreendimentos viáveis que não repetissem as falhas do modelo capitalista de gestão.
Respeitando seus costumes e suas tradições, e estabelecendo normas e metas para a 
organização de uma cooperativa, após um ano de trabalho, acumularam um pequeno capital 
(28 libras, que é a moeda inglesa) e conseguiram abrir as portas de um pequeno armazém 
cooperativo, em 1844, no bairro de Rochdale, na cidade de Manchester (Inglaterra). 
Curso Técnico em Agronegócio
42
Legenda: Os ingleses da sociedade de Rochdale são reconhecidos como os pioneiros do cooperativismo.
Fonte: Shutterstock
Nascia a Sociedade dos Probos de Rochdale, conhecida como a primeira cooperativa moderna 
do mundo. Ela criou os princípios morais e a conduta que são considerados, até hoje, a base 
do cooperativismo. Em 1848, já eram 140 membros, e, 12 anos depois, chegou a ter 3.450 
sócios com um capital de 152 mil libras. 
No Brasil, conforme dados da OCB, existem 6.827 cooperativas, 
distribuídas em todos os estados, com maior concentração nas 
regiões Sul e Sudeste do país, atividade que envolve diretamente 
11 milhões de pessoas.
Destas, 1.597 são de cooperativas agropecuárias, com cerca de um milhão de cooperados, com 
um faturamento, em 2014, de mais de R$ 100 bilhões e representando mais de 10% do PIB do 
agronegócio, com 152 mercados de destino, sendo responsáveis por 6% das exportações do 
agronegócio brasileiro 
Acompanhe a simbologia que envolve o emblema que representa o cooperativismo!
O pinheiro é considerado o símbolo da imortalidade e da fecundidade: 
multiplica-se com facilidade, inclusive em terrenos inóspitos. Dois pinheiros 
simbolizam a união e a fraternidade.
O círculo é uma figura geométrica que não tem começo nem fim, simbolizando 
a eternidade do cooperativismo.
O verde-escuro dos pinheiros simboliza o princípio vital da natureza e toda a 
esperança que ela representa.
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo
43
O amarelo-ouro, cor do sol, fonte de toda energia e calor, significa a fonte de 
toda a vida e de renda.
A combinação desses símbolos resultou na marca mundial do cooperativismo. 
Em qualquer país, em qualquer língua, quaisquer que sejam os princípios 
religiosos ou políticos, o emblema do cooperativismo mostra o círculo 
abraçando os dois pinheiros unidos nos seus princípios, perenes na 
multiplicação de seus ideais. A esperança verde e a energia amarela dos 
adeptos do cooperativismo são marcadas pelas cores dos emblemas.
1. Diferenças entre associação e cooperativa
No primeiro tema desta unidade curricular, você estudou sobre o associativismo. Acompanhe 
as principais diferenças entre uma associação e uma cooperativa.
As associações são instituições que buscam promover a educação, a cultura, a política 
e os interesses comuns de determinadas classes, regiões ou setores. Já as cooperativas 
desenvolvem mais um trabalho comercial e empresarial de uma maneira coletiva. 
Nas cooperativas, os cooperados são beneficiários e administradores do negócio, podendo ser 
beneficiados pelos resultados gerados. Nas associações, os associados não são exatamente os 
proprietários das instituições (elas são de interesse público), e, caso ocorra o seu fechamento, 
o valor que tiver sido acumulado deverá ser encaminhado a uma instituição que realize um 
trabalho semelhante ao seu ou ao governo.
O quadro a seguir mostra as principais características distintivas entre as associações e as 
cooperativas.
Característica/tipo 
de organização Associação Cooperativa
Definição
Sociedade civil sem fins 
econômicos e sem fins 
lucrativos.
Sociedade simples de fins 
econômicos e comerciais sem fins 
lucrativos.
Finalidade
Representar e defender os 
interesses dos associados, 
como prestar serviços e 
viabilizar assistências técnica, 
cultural e educativa aos 
associados.
Prestar serviços, viabilizar 
assistências técnica, cultural 
e educativa aos cooperados, 
bem como promover a venda 
e a compra em comum, 
desenvolvendo atividades 
de consumo, produção, 
prestaçãode serviços, crédito e 
comercialização.
. . .
Curso Técnico em Agronegócio
44
Característica/tipo 
de organização Associação Cooperativa
Número de sócios
Não existe um número mínimo 
legal de associados. Como 
se trata de uma sociedade, 
exigem-se, no mínimo, duas 
pessoas. 
Mínimo de 20 pessoas físicas 
(mínimo de sete pessoas nas 
cooperativas de trabalho).
Remuneração de 
dirigentes
Os dirigentes não são 
remunerados pelo exercício 
de suas funções, recebendo 
apenas o reembolso das 
despesas realizadas para 
o desempenho das suas 
atividades.
A remuneração dos dirigentes 
é definida na assembleia geral, 
na forma de pro labore, para 
compensar o afastamento do 
trabalho anterior, em valor de 
acordo com a profissão e o 
mercado.
Direito a voto
Cada associado tem direito a 
um voto em assembleia geral.
Cada associado tem direito a um 
voto em assembleia geral.
Receita
Composta por contribuições 
dos associados, taxas, doações, 
legados, subvenções, fundos e 
reservas.
Taxas de serviços sobre as 
operações dos cooperados e das 
operações bancárias, diferenças 
entre custos de produção ou 
compra e venda de produtos.
Capital e patrimônio
Não tem capital social. 
Contribuições dos associados, 
taxas, doações, legados, 
subvenções, fundos e reservas 
podem se constituir em 
patrimônio.
Tem capital social, que é formado 
por quotas/partes. Por ter capital 
social, as cooperativas podem 
realizar operações financeiras.
Sistema 
representativo
Em âmbitos municipal, estadual 
e federal, as associações 
podem ser representadas por 
federações e confederações, 
respectivamente. Em casos 
de ações coletivas, podem 
representar seus associados.
Em âmbito nacional, cooperativas 
são representadas pela 
Organização das Cooperativas 
Brasileiras – OCB. Em âmbito 
estadual, são representadas 
pelas Federações.
Em casos de ações coletivas, 
podem representar seus 
associados.
. . .
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo
45
Característica/tipo 
de organização Associação Cooperativa
Responsabilidades
Os associados não 
responderão, ainda que 
subsidiariamente, pelas 
obrigações contraídas pela 
associação, salvo aquelas 
deliberadas em assembleia 
geral e na forma em que o 
forem.
A responsabilidade dos sócios 
pode ser limitada ou ilimitada. 
É limitada a responsabilidade 
na cooperativa em que o sócio 
responde somente pelo valor 
de suas quotas e pelo prejuízo 
verificado nas operações sociais, 
guardada a proporção de 
sua participação nas mesmas 
operações.
É ilimitada a responsabilidade 
na cooperativa em que o 
sócio responde solidária e 
ilimitadamente pelas obrigações 
sociais.
Contabilidade Escrituração simplificada.
A escrituração é completa, 
com todas as demonstrações 
contábeis.
Comercialização
A comercialização é feita 
diretamente pelo associado, 
assessorado pela associação 
A comercialização é feita 
diretamente pela cooperativa. 
As cooperativas podem tomar e 
repassar créditos aos produtores 
rurais e podem operar com 
instrumentos públicos de política 
agrícola, como aquisições do 
governo federal, além de poder 
tomar empréstimos.
Resultados 
financeiros
As possíveis sobras das 
operações financeiras não 
são divididas entre os sócios, 
sendo aplicadas integralmente 
no atendimento dos objetivos 
sociais da associação.
Distribuição das sobras líquidas 
do exercício aos associados, 
proporcionalmente às operações 
realizadas por cada um, salvo 
deliberação em contrário da 
assembleia geral.
. . .
Curso Técnico em Agronegócio
46
Característica/tipo 
de organização Associação Cooperativa
Tributação
Pode ser isenta ou imune, 
desde que atenda à legislação. 
A declaração de Imposto de 
Renda é obrigatória.
Não incide imposto sobre os atos 
cooperados. As cooperativas 
são tributadas sobre atos não 
cooperados, como os juros 
obtidos pela aplicação financeira.
Fiscalização
As associações podem ser 
fiscalizadas pela prefeitura, pela 
fazenda estadual, pelo INSS, 
pelo Ministério do Trabalho e 
pela Receita Federal.
Cooperativas podem ser 
fiscalizadas pela prefeitura, pela 
fazenda estadual, pelo INSS, 
pelo Ministério do Trabalho, pela 
Receita Federal e por outros 
órgãos públicos.
Dissolução
Definida em assembleia geral 
ou mediante intervenção 
judicial realizada por 
representante do Ministério 
Público. O saldo do patrimônio 
se reverterá às instituições 
congêneres.
Solucionado o passivo e 
reembolsados os cooperados até 
o valor de suas quotas-partes, o 
remanescente é distribuído de 
acordo com o estatuto.
Fonte: Associações rurais: práticas associativas, características e formalização (SENAR, 2011).
Tópico 2: Concepção, Objetivos e Fundo Ético do Sistema 
Cooperativo: Solidarismo e Mutualismo
Dizemos que a solidariedade e a mútua colaboração fazem parte do embasamento de um 
sistema cooperativo. Como elas são aplicadas e qual a sua ligação com a ética?
Para responder a essa pergunta, primeiro revise o que significa ética:
I - Ética é uma palavra de origem grega (ethos), que significa “propriedade do caráter”. 
Ser ético é agir dentro dos padrões convencionais, é proceder bem, é não prejudicar o 
próximo. Ser ético é cumprir os valores estabelecidos pela sociedade em que se vive.
II - O exercício da ética profissional implica na obrigatoriedade do indivíduo cumprir 
com todas as atividades de sua profissão, seguindo os princípios determinados pela 
sociedade e pelo seu grupo de trabalho.
III - Persistir na conduta ética possibilita ao profissional a realização do bem comum e 
individual – que é o propósito da Ética – e conduz ao desenvolvimento social, compondo 
um binômio inseparável.
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo
47
IV - No mundo organizacional das cooperativas, cabe ao sócio o preponderante papel de 
agente de desenvolvimento social para o bem-estar da coletividade. 
Vejamos um exemplo real de como a ética está presente no mundo cooperativo por meio 
do código de ética da cooperativa Coopifor: “Art. 1º - O trabalho realizado pelo sócio através 
da COOPIFOR implica em compromisso moral, ético e profissional com a Cooperativa e seu 
quadro social, o contratante de serviços da mesma e com a sociedade em geral, impondo 
direitos, deveres e responsabilidades indelegáveis.”
'
Dica
Lembre-se de que no AVA você tem acesso a links e vídeos complementares aos 
assuntos tratados na unidade curricular!
Já a Aliança Cooperativa Internacional orienta que todas as cooperativas devam ser baseadas 
nos valores de autoajuda, autorresponsabilidade, democracia, equidade e solidariedade. Seus 
membros acreditam nos valores éticos da honestidade, da abertura (transparência), da 
responsabilidade social e da preocupação com os outros.
Segundo Walmor Franke, a palavra “cooperativismo” pode ser tomada em duas acepções. Por 
um lado, designa o sistema de organização econômica que visa eliminar os desajustamentos 
sociais oriundos dos excessos da intermediação capitalista; por outro, significa a doutrina 
corporificada no conjunto de princípios que devem reger o comportamento do homem 
integrado ao sistema capitalista.
Voltando à pergunta inicial deste tópico, sobre a relação do cooperativismo e a ética, o 
princípio ético do sistema cooperativo traduz-se no lema “Um por todos, todos por um”, 
que é uma aplicação particular do princípio de solidariedade, a cujo império fica submetida a 
atividade dos cooperados. Costuma-se dizer, por isso, que o cooperativismo se identifica com 
o solidarismo, em contraste com o capitalismo, que, na sua forma histórica mais extremada, 
tem caráter marcadamente individualista.
A obtenção de vantagens econômicas em favor das economias 
individuais dos associados é o escopo fundamental das sociedadescooperativas.
Com relação ao mutualismo, trata-se de uma teoria econômica e social que propõe que 
“volumes iguais de trabalho devem receber pagamento igual”. Foi Pierre-Joseph Proudhon 
quem criou o termo “mutualismo” para descrever a sua teoria econômica, na qual o valor se 
baseia no trabalho. 
Curso Técnico em Agronegócio
48
Fonte: Shutterstock
Vale ressaltar que, atualmente, já se reconhece que a nossa sociedade é formada por 
trabalhadores de capacidades distintas, com diferentes formações e especialidades, sem que 
isso implique em qualquer diferença de nobreza entre os trabalhos.
p
Atividades para praticar em casa
Para reflexão: em sua opinião, como podem ocorrer a ajuda mútua e a 
solidariedade na cooperativa? Pesquise pela sua região sobre alguma atividade 
de ajuda mútua desenvolvida pelas cooperativas locais!
1. Por que se associar em cooperativas?
Na definição legal (art. 3º da Lei nº 5.764/71), celebram contrato de sociedade cooperativa as 
pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício de 
uma atividade econômica, de proveito comum, sem objetivo de lucro.
Como regra geral, as cooperativas são constituídas de pessoas físicas. Excepcionalmente é 
permitida a admissão de pessoas jurídicas que tenham por objeto as mesmas ou correlatas 
atividades econômicas das pessoas físicas ou, ainda, aquelas sem fins lucrativos. As cooperativas 
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo
49
singulares não podem ser constituídas somente por pessoas jurídicas (empresas). As 
cooperativas podem ser constituídas em cooperativas centrais, federações ou confederações. 
d
Comentário do autor
Observe que a cooperativa constituída não terá objetivo de lucro. No entanto, 
o aumento da renda e o lucro dos cooperados, por meio da distribuição dos 
resultados das cooperativas, contribuirão para atender ao principal objetivo 
da cooperativa, que é social. Isso, por consequência, proporciona melhoria na 
qualidade de vida dos cooperados e da comunidade. 
Portanto, as cooperativas não visam lucro para o negócio, mas a distribuição dos ganhos da 
atividade cooperada gera, indiretamente, um aumento de renda e lucro dos cooperados.
Acompanhe, no próximo tópico, exemplos de cooperação aplicada no agronegócio! 
Tópico 3: A Cooperação no Agronegócio
Para iniciar este tópico, veja algumas notícias recentes da imprensa nacional: 
SUDENE: ACORDOS DE COOPERAÇÃO NO AGRONEGÓCIO
Os acordos de cooperação, que abrangem a área de atuação da Sudene, visam, ainda, o 
fortalecimento das cadeias produtivas de pecuária e da fruticultura, além da ampliação 
da capacidade estática e dinâmica de armazenagem, e na maximização da eficiência de 
utilização dos sistemas de armazenagem.
Fonte: http://www.agendaparaiba.com/sudene-acordos-de-cooperacao-no-agronegocio/.
MINISTRA INICIA MISSÃO NA RÚSSIA NESTA TERÇA-FEIRA (7) 
A comitiva brasileira é composta também pelo senador Wellington Fagundes (PR-MT) 
e pelo deputado Newton Cardoso Junior (PMDB-MG), além de diversos empresários de 
setores que procuram aprofundar as relações comerciais com a Rússia, como laticínios, 
carnes, café, grãos, cereais e etanol.
Fonte: http://www.agricultura.gov.br/comunicacao/noticias/2015/07/ministra-inicia-missao-na-russia-nesta-terca-fei-
ra-7.
Em suma, é importante perceber que a cooperação funciona como os elos de uma corrente, 
em que todos são importantes no processo – produtores rurais, fornecedores, trabalhadores, 
entidades, órgãos públicos e consumidores –, em todas as instâncias, tanto local, regional ou 
mundial. Avante!
Curso Técnico em Agronegócio
50
1. O que esperar da cooperação
Imagine um jogo de futebol: jogadores em campo, técnico e torcida. Qual jogador é mais 
importante em um time? O que todos esperam? Você, com certeza, mesmo sem entender de 
futebol, sabe a resposta. Todos esperam que se façam gols e ganhem a partida.
Sendo um time, todos dependem da cooperação de cada um para chegar à vitória, o que está 
vinculado à cooperação de todos, inclusive da torcida. Para que haja cooperação, é necessário 
que todos tenham o mesmo objetivo.
Legenda: Cooperação no futebol: será que o atacante poderá cabecear para o gol se o zagueiro e o meia não tiverem o mesmo 
objetivo?
Fonte: Shutterstock
E no agronegócio? Será possível trabalhar em cooperação? Claro que sim! O agronegócio é um 
dos principais redutos do cooperativismo no Brasil. Com a cooperação, os produtores podem 
se ajudar, trabalhar junto aos fornecedores e clientes, e melhorar o desempenho da cadeia 
produtiva. Essa colaboração pode começar mesmo informalmente, por meio de parcerias, e o 
mutirão, tão comum no meio rural, é uma das formas de cooperação. 
d
Comentário do autor
A cooperação é um tipo de ação tão rica que pode gerar o que chamamos de 
intercooperação. Esse termo designa a cooperação entre cooperativas, um 
dos princípios do cooperativismo. Nesse caso, as cooperativas servem de forma 
mais eficaz aos seus membros e dão mais força ao movimento cooperativo, 
trabalhando em conjunto por meio das estruturas locais, regionais, nacionais e 
internacionais.
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo
51
Vamos resumir um exemplo hipotético e realçado, mas cuja essência é o objetivo do 
cooperativismo e que realmente acontece em muitas regiões do agronegócio brasileiro. 
Acompanhe a história!
Estudo de caso
Há alguns anos, as pessoas de uma certa região viviam 
uma vida rotineira, trabalhando apenas quando apare-
cia alguém oferecendo serviço avulso. Nem sempre re-
cebiam como se devia, mas “quebravam o galho” de vez 
em quando e ganhavam uns trocados. Quando o traba-
lhador recebia, era a vez de pagar a conta do armazém, 
do bar, da farmácia, além de fazer outro fiado. O resto 
do tempo era empenhado em “jogar conversa fora”.
Como a região possuía terras baratas para quem co-
nhecesse a tecnologia certa, e tinha, também, água com 
fartura e clima bom, começaram a chegar produtores 
rurais de outras regiões comprando as terras para 
plantio e criação de gado.
O povo do lugar ficou meio desconfiado, observando a 
maneira daquelas pessoas “estrangeiras” trabalharem.
“Chegam de carro novo, com tratores e animais, cons-
troem e reformam casas, fazem a feira. Mas cadê aque-
le supermercado?”
O dono do armazém do lugar nem sabia direito o que 
era cartão de crédito, apenas tinha ouvido falar...
Certo dia, os novos produtores fizeram uma reunião 
também convidando os outros membros da comunida-
de. O assunto? Abrir uma cooperativa dos produtores. 
Mesmo desconfiados, muitos foram a essa reunião.
Lá, os novos produtores falaram das dificuldades que 
estavam tendo para adquirir os insumos e armazenar 
a produção; faltava assistência técnica e até farmácia 
para comprar remédio para o gado.
Explicaram que seria mais fácil e rentável se se reunissem em uma cooperativa, pois isso dimi-
nuiria as despesas de cada um com os atravessadores que atendiam à região. Afinal, de onde 
vieram, já tinham experiência em trabalhar de forma cooperada.
Depois de várias outras reuniões, resolveram criar a cooperativa dos produtores rurais da 
região.
Fonte: Shutterstock
Fonte: Shutterstock
Curso Técnico em Agronegócio
52 Já durante a montagem das instalações da cooperativa, 
começou a aparecer serviço para o pessoal, com cartei-
ra assinada e pagando tudo direitinho, como décimo 
terceiro, Fundo de Garantia e tudo o mais.
A cooperativa também precisou contratar pessoal para 
trabalhar: atendentes, secretária, vigias, faxineiras, 
todo o pessoal de apoio. 
Com o movimento de pessoas que vinham de fora, 
como engenheiros, agrônomos, veterinários e fiscais do 
estado, a dona da pensão teve que aumentar e melho-
rar o atendimento. Recentemente, colocou até internet 
sem fio para atender o pessoal.
Com

Outros materiais