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1 Formação de professores Mediadores para EaD 2 Sumário Unidade 1 Educação a distância e o cenário educacional................................................03 Unidade 2 Competências Docentes.................................................................................08 Unidade 3 Organização do tempo..................................................................................14 Unidade 4 Ferramentas de mediação.............................................................................18 Unidade 5 Metodologias de Aprendizagem Inovadoras: possíveis aplicações na EaD......37 Referências.....................................................................................................................51 3 Educação a distância e o cenário educacional O que é o cenário senão um lugar onde ocorre ou acorreu um fato? Frequentemente estamos envolvidos nos mais variados cenários, sendo a escola presencial um dos mais amplamente conhecidos pelos educadores. Mesmo com todo o investimento nas Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) que vem ocorrendo desde as décadas finais do século XX e as iniciais do Século XXI, para a maioria dos professores, a sala de aula presencial continua sendo o seu maior palco. Você concorda? Por quê? Embora o ensino presencial ainda seja o mais praticado mundo afora, uma modalidade vem ganhando corpo ano a ano, ou mesmo, hora a hora: trata-se da modalidade de ensino a distância, o ensino mediado por tecnologia. Nesta Unidade 1 vamos conhecer melhor o cenário da Educação a Distância e suas Potencialidades. Momentos de Reflexão O século XX foi marcado por transformações significativas em todos os segmentos da sociedade, inclusive na educação. A sala de aula, os alunos e as modalidades de ensino mudaram, dando lugar às novas ferramentas e formas de disseminar o conhecimento. Neste cenário, a Educação a Distância vem ganhando espaço, envolvendo um número cada vez maior de pessoas interessadas em estudar e/ou trabalhar nessa modalidade de ensino. E você já fez um curso a distância? Sabe o que é Educação a Distância? Quais suas potencialidades? Quais as características do aluno on-line? Por que aprender? A EaD traz novos caminhos e possibilidades para a educação, sobretudo para um público que opta por esta modalidade para retomar e/ou continuar seus estudos. Para aqueles que não podem ou não querem frequentar um curso presencial, a flexibilidade de espaço e de tempo são fatores bastante interessantes, o que faz com que esta modalidade ganhe bastante força. Trata-se de um novo paradigma, tendo em vista que trata de sociedade do conhecimento, em que a tecnologia passa a fazer parte do mundo social e do trabalho. Educar para uma sociedade do conhecimento requer sujeitos autônomos, críticos, criativos, eternamente aprendentes e exige novas metodologias, novas práticas fundamentadas em novos paradigmas da ciência e novos ambientes interativos de aprendizagem. (BARION, 2012). 4 Nesta unidade, você irá compreender a EaD no contexto atual, seus conceitos, suas especificidades e as características do aluno dessa modalidade de ensino. Para Começar o Assunto No final da década de 1990, o poder de comunicação via Internet, juntamente com os novos progressos em redes de telecomunicação e comunicação, possibilitou que dispositivos portáteis, tais como notebooks, palmtops, handhelds, MP3 Players e celulares pudessem se intercomunicar. O acesso à rede mundial de computadores, a disseminação dos computadores pessoais e uma série de aparelhos especializados distribuídos em todos os setores da sociedade influenciaram a vida e as atividades das pessoas nos espaços domésticos, no trabalho, em veículos de transporte, em entretenimento, enfim, em qualquer lugar. Novas formas de ensino e aprendizagem vão ganhando espaços no campo educativo. É nesse contexto tecnológico que mais e mais alunos, em sua maioria jovens, procuram a EaD e se adaptam a ela com certa facilidade. Quem é, então, este aluno mais conectado, multitarefado, colaborativo, participativo e ativo no processo de ensino? Mergulhando no Tema O Ministério da Educação define Educação a Distância como: “Modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorra com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com pessoal qualificado, com políticas de acesso, com acompanhamento e avaliação compatíveis, entre outros, e desenvolva atividades educativas por estudantes e profissionais da educação que estejam em lugares e tempos diversos.” MEC, Decreto nº 9.057/2017 Embora a EaD possa resultar em aprendizagem significativa e com a participação ativa do aluno, é necessária uma pedagogia sustentada pela comunicação interativa, ou seja, uma modalidade que requeira participação, cooperação e colaboração entre os atores envolvidos no processo de ensino e aprendizagem. Vamos assistir ao vídeo O que é EAD, por José Moran. (Fonte: https://youtu.be/sitLJEFPmok. Acesso em 28 de junho de 2018.) 5 Uma das características da EaD é permitir que o aluno seja o sujeito do processo, ou seja, é ele quem determina quando e como estudar, passando a ser o responsável por sua aprendizagem. Obviamente isso exige dele uma postura proativa, independente e autônoma. Na EaD, o aluno também deve assumir um novo papel de participante ativo no processo de aprendizagem mediado pelas tecnologias, aprendendo individualmente e colaborando com a aprendizagem dos demais colegas, deixando o perfil do tradicional aluno passivo e repetidor para assumir um novo perfil: o de participante ativo na construção do conhecimento, reflexivo, criativo e autônomo, preparado para atender às demandas cada vez mais complexas da sociedade atual. • Assista à animação Fundamentos e Prática na EaD: ser aluno na EaD, da NeadUnicentroUAB (Fonte: https://youtu.be/twaO5ET8JIk. Acesso em 28 de junho de 2018.) Outra característica da EaD é o uso das ferramentas de comunicação mediadas pela tecnologia, o modelo instrucional dos cursos busca utilizar os mais variados tipos de mídias e recursos que possibilitem a interação entre alunos e professores. • Leia o texto A educação a distância como opção estratégica - Moran (Fonte:http://www.eca.usp.br/prof/moran/site/textos/educacao_online/estr ategica.pdf. Acesso em 28 de junho de 2018.) • Assista ao vídeo Possibilidades e Limites da EaD produzido pela Universidade de Brasília (Fonte: https://youtu.be/86U_SkwL9XM. Acesso em 28 de junho de 2018.) Ampliando Horizontes Para aprofundamento no tema sobre o contexto da EaD, acesse os links e vídeos: • Leia o artigo “O que é Educação a Distância?” de José Manuel Moran 6 (Fonte: http://www2.eca.usp.br/moran/wp- content/uploads/2013/12/dist.pdf. Acesso em 28 de junho de 2018.) • Conheça o Blog Abed - As modalidades de ensino a distância (Fonte: http://abed.org.br/blog/modalidades-ead-cursos-online/. Acesso em 28 de junho de 2018.) • O Decreto Nº 9.057/2017 atualiza a legislação e regulamenta a Educação à Distância no país: (Fonte:http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/2017/decreto-9057- 25-maio-2017-784941-publicacaooriginal-152832-pe.html Acesso em 28 de junhode 2018.) • Assista ao vídeo sobre Nova regulamentação da EaD (Fonte: https://youtu.be/TtQWq8alJ7I. Acesso em 28 de junho de 2018.) • A história da legislação da EaD (Fonte: https://www.moodlelivre.com.br/noticias/2603-a-historia-da- legislacao-da-educacao-a-distancia-no-brasil. Acesso em 28 de junho de 2018.) 7 Atividade Prática. 1. REFLEXÃO -- Processo de aprendizagem do aluno na EAD Faça uma reflexão sobre as características da EaD citadas no Mergulhando no Tema, destacando de que forma será o processo de aprendizagem do aluno nessa modalidade, conforme os trechos a seguir: “Uma das características da EaD é permitir que o aluno seja o sujeito do processo, é ele quem determina quando e como estudar, ou seja, passa a ser o responsável por sua aprendizagem, o que exige desse aluno uma postura proativa, independente e autônoma.” “Outra característica da EaD é o uso das ferramentas de comunicação mediadas pela tecnologia, o modelo instrucional dos cursos busca utilizar os mais variados tipos de mídias e recursos que possibilitem a interação entre alunos e professores.” Em um parágrafo, relate sua opinião. EXPECTATIVA DE RESPOSTA: Uma das vantagens da EaD é que o aluno determina quando e como estudar, ou seja, este é responsável por sua aprendizagem, pois estará estudando sozinho, nos tempos livres que escolheu. O seu processo de aprendizagem será mediado por ferramentas de comunicação; sendo assim, utilizará os mais variados tipos de mídias e recursos que possibilitam a troca de informações e conhecimento. 8 Competências Docentes para EaD O que lhe vem à cabeça quando escuta a palavra competência? E competência docente? No universo semântico da competência, podemos pensar em eficiência, capacidade de fazer e, obviamente, fazer bem. No caso da docência, ainda há o agravante de que existe uma compreensão ou anseio social de que ao professor não basta ser competente, mas sim, ter excelência docente. Excelência docente? Isso mesmo, uma vez que existe quase um consenso social de que o professor tem que estar – sempre - em nível de excelência. A pergunta então é: como alcançar tal nível? E a resposta: capacitando-se sistematicamente. A educação a distância exige um profissional bastante conectado com as Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC), devendo ser capaz de mediar a relação do estudante com o ambiente virtual com muita capacidade de comunicação; sendo, ao mesmo tempo, facilitador e motivador para uma aprendizagem significativa. Em EaD esse profissional, normalmente, recebe o nome de Professor Mediador. Vamos conhecer o perfil deste profissional? Nesta Unidade 2 vamos conhecer melhor o Perfil desse Professor Mediador e Como Deve Ser Uma Boa Comunicação em EaD. Momento de Reflexão Qual o perfil do mediador on-line? Em que consiste o seu trabalho? Qual a importância da comunicação no contexto do curso a distância? O docente deve atuar como mediador do processo de ensino/aprendizagem e ser capaz de criar e estabelecer vínculos entre as referências culturais dos alunos (dadas pela sua experiência de vida) e/ou os assuntos estudados. Veja o exemplo a seguir, do professor Wallace Bernardo: Ao final do almoço, o professor recém contratado pergunta a seus alunos: Professor – Pessoal, tem refeitório aqui? Pedro – Tem, professor. 9 Professor – E onde é que é? José – No prédio C. Professor – Prédio C...? Marcos – É. Atrás das quadras, sabe? Professor – É... então...não. É o meu primeiro dia aqui... Marcos – Ah! Então, tá. O senhor veio de carro? Professor – Vim... Marcos – Sabe o estacionamento? Professor – Sei. Marcos – Então, é bem simples. Lá tem o elevador, não tem? Professor – Tem, sim... Marcos – Pegue o elevador e vá ao terceiro andar. A quadra é bem em frente ao elevador. Siga no corredor à sua direita. O refeitório é no final do corredor, onde tem uma porta de vidro, ok? Professor – Ok. Obrigado. Ao fazer-se mediador, o docente deve conectar-se ao universo de referências culturais dos alunos, o que pressupõe saber relacionar os conteúdos com os saberes e habilidades que os alunos adquirem com suas vivências. O ensinar para a sociedade do conhecimento demanda uma ação docente diferenciada da tradicionalmente praticada. Para este momento, exige-se um profissional reflexivo, crítico e ativo, capaz de combinar reflexão e práticas pedagógicas que facilitem a aprendizagem do estudante, especialmente, aquelas voltadas para um processo de emancipação. A esse profissional cabe, entre outras coisas, fazer uma análise da sociedade e da educação atual, romper com formas mais cristalizadas e que, às vezes, trazem poucos resultados para o processo de ensino e aprendizagem. Obviamente, nota-se que a missão desse profissional, batizado de professor mediador, não é a mais fácil. Por que aprender? As relações entre o processo de ensino-aprendizagem e a formação de professores são temas que merecem maior discussão, tendo em vista a maior aproximação entre a prática docente e as necessidades do aluno a distância. Com isso, uma grande preocupação com a formação de professores para com a educação on-line está em debate permanente e expressa novos desafios e perspectivas para a atuação nessa modalidade. É necessário estabelecer novas formas na relação aluno-professor e novas responsabilidades, atribuições e desafios para a docência. Nesta unidade você irá compreender: • o perfil e as atribuições do mediador • comunicação em EaD 10 Para Começar o Assunto O processo de ensino-aprendizagem na EaD, assim como na educação presencial, requer a intervenção de pessoas mais experientes. Portanto, é ilusório pensar que o processo de construção do conhecimento aconteça espontaneamente, sem que exista a comunicação bilateral entre professor e alunos no ambiente virtual. Contudo, a tarefa do professor em saber trabalhar com ferramentas da Tecnologia Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) ainda é bastante árdua, por trazer uma série de dificuldades, não só de aprendizagem técnica, mas metodológica, estética, afetiva e, especialmente, didática (BARION, 2012). Dentro desse contexto, a formação do professor para atuar em ambientes virtuais de aprendizagem é ainda uma questão que merece maior atenção, tendo em vista as relações que se estabelecem no ambiente virtual. Agora, entra em cena um novo personagem no quadro docente: o mediador que, na realidade é o professor mediador, ou seja, a figura responsável pelo acompanhamento e apoio ao estudante durante o processo de ensino e aprendizagem. O professor mediador deve estabelecer uma relação de confiança e cordialidade com os alunos, estimular a participação do grupo, respeitando suas diferenças, valer-se de didática diferenciada para motivar os alunos a continuar estudando. Mergulhando no Tema Seja em sala de aula presencial ou virtual, o professor deve ser um orientador, mediador, facilitador e “conselheiro”. Seja qual for o título recebido, o professor não deve colocar-se como um detentor do conhecimento, mas colocar-se como formulador de situações-problema, provocador de discussões e debates, sistematizador de experiências, coordenador de equipes; enfim, deve adquirir e desenvolver habilidades para conduzir uma sala de aula interativa, participativa e colaborativa. Segundo Silva (2010), para promover a sala de aula interativa o professor precisa desenvolverpelo menos cinco habilidades, entre outras: 1. pressupor a participação dos alunos; 2. garantir a bidirecionalidade da emissão e recepção; 3. disponibilizar múltiplas redes articulatórias; 4. engendrar a cooperação; 5. suscitar a expressão e a confrontação das subjetividades. 11 Percebe-se que são necessárias novas metodologias, com vistas à mediação, que incentivem o aluno a abandonar a costumeira passividade, para que o professor saiba integrar a tecnologia e seus benefícios no processo de ensino. Da mesma forma, o professor precisa organizar sua ação comunicativa sabendo dominar formas de interação e mediação, interpessoal-grupal, nas diversas dimensões audiovisual-telemáticas e outras disponíveis no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). Já vimos que a EaD exige estudantes com disposição para aprender; porém, essa não é a postura da maioria dos alunos e isso pode ser dificultado pela distância, daí a importância de contar com a figura apoiadora do professor mediador. Talvez a função maior deste profissional seja a de ensinar o aluno a aprender por si! Nesse sentido, o mediador assume papel relevante no acompanhamento sistemático da participação dos estudantes, atuando como facilitador da aprendizagem, esclarecendo dúvidas, ajudando a superar dificuldades e estimulando a prosseguir. Para atender a todas essas demandas deve desenvolver o seguinte perfil: • ter domínio das tecnologias digitais e de comunicação; • Ser capaz de se expressar textualmente com clareza; • ser capaz de mediar o processo de aprendizagem do aluno; • ter postura interativa, cooperativa, com princípios éticos, solidariedade e empatia; • ser capaz de mediar situações de conflito. • Leia o artigo Competências Essenciais ao Trabalho Tutorial: Estudo Bibliográfico, apresentado no Simpósio Internacional de Educação a Distância na UFSCar. (Fonte: http://sistemas3.sead.ufscar.br/ojs/Trabalhos/178-957-2-ED.pdf. Acesso em 28 de junho de 2018.) Para que a aprendizagem seja efetiva é importante que a comunicação se estabeleça, ou seja, o professor mediador, deve potencializar a comunicação interativa, pois quanto maior for o grau de interação e comunicação entre os participantes, mais expressiva se torna a aprendizagem. 12 • Assista ao vídeo da Profª Janaína de Aquino Ferraz, do Instituto de Letras da UnB, fala sobre a linguagem escrita em ambientes virtuais de aprendizagem. (Fonte: https://youtu.be/Me4u4yvwoCw. Acesso em 28 de junho de 2018.) • Boa educação vale em qualquer situação, não é mesmo? E na internet não é diferente. Para saber mais sobre isso, leia o texto a seguir que fala sobre Netiqueta. (Fonte: http://eadtec.cpscetec.com.br/geead/pluginfile.php/69/mod_resource/con tent/1/2_unidade/assets/_midia/u2_p5_netiqueta.pdf ) Ampliando Horizontes • Assista ao vídeo "Feedback: aprimoramento e reflexão sobre o papel da tutoria", com a Prof.ª Denise Abreu em entrevista com alunos da EaD da UFSCar. (Fonte: https://youtu.be/25uK4yDmvL4. Acesso em 28 de junho de 2018.) • Assista ao vídeo Netiqueta: boas maneiras virtuais. (Fonte: https://www.dailymotion.com/video/x6c3mbf. Acesso em 29 de janeiro de 2019.) • Leia sobre a importância da comunidade virtual de aprendizagem para o aluno da EaD Imagem: (Fonte:http://www.moodle.cpscetec.com.br/capacitacaopos/mstec h/pdf/tutores/parte01/FOP_cpt01_a01_t07.pdf. Acesso em 28 de junho de 2018.) • Assista ao vídeo produzido pela TV FEPESP em que o professor Celso Napolitano recebe José Manuel Moran, para discussão do papel do Tutor no Ensino a Distância. Participa no debate Andrea Harada, diretora do Sindicato dos Professores de Guarulhos. (Fonte: https://youtu.be/H0mWIb5zUqA. Acesso em 28 de junho de 2018.) 13 Atividade prática 1. REFLEXÃO O novo papel do professor na EaD Reflita sobre o papel do professor na EaD: o professor mediador. Para isso, considere o seguinte parágrafo nos textos estudados: “Seja em sala de aula presencial ou virtual, o professor deve ser um orientador, mediador, facilitador e “conselheiro”. Seja qual for o título recebido, o professor não deve colocar-se como um detentor do conhecimento, mas colocar-se como formulador de problemas, provocador de discussões e debates, sistematizador de experiências, coordenador de equipes; enfim, deve adquirir e desenvolver habilidades para conduzir uma sala de aula interativa, participativa e colaborativa.” Com as mudanças, com as transformações na sociedade e com o advento das tecnologias, o papel do professor teve influência no contexto do ensino/aprendizagem? Escreva a sua opinião no espaço abaixo. Resposta esperada: A modalidade de EaD fez surgir um novo papel do professor, pois este não atua mais como o detentor do conhecimento; mas, sim, como um intermediador para propiciar um ambiente de trabalho colaborativo e cooperativo, onde os envolvidos constroem o conhecimento por meio de reflexões, discussões e tomada de decisões com o apoio das ferramentas de comunicação. 14 Organização do Tempo Planejar é preciso. É assim, parafraseando o poeta Fernando Pessoa que disse “Navegar é preciso; viver não é preciso”, que começamos a unidade 3. Qual a importância do planejamento para você? Certamente, já ouviu alguém falar que deixou de fazer algo porque não tem disciplina e/ou não consegue se planejar. Pois é... Planejamento tem muita relação com organização, eleição de prioridades, gerenciamento do tempo. Enfim, ao Professor Mediador que conhecemos na Unidade 2, além do conhecimento pedagógico e curricular é necessário que prime muito pelo planejamento e pela gestão do seu tempo. Nesta Unidade 3, vamos mergulhar no universo da Importância do Planejamento e da Gestão do Tempo na EaD. Momento Reflexão Tempo realmente é dinheiro? Você tem a sensação de que precisaria de mais tempo para realizar suas atividades diárias? Você divide suas horas de trabalho e executa suas atividades por prioridade? Por que aprender? O que você entende por gerenciar o tempo? Em um mundo globalizado, é farta a disponibilidade de informações, quer seja via celular, computador, televisão, entre outros. Somos bombardeados por informações novas a cada minuto e fica difícil conseguir administrar nosso tempo. Pais, alunos, educadores ou profissionais de todas as áreas compartilham a sensação de que o tempo é pouco para tudo aquilo que tem que ser feito: você também tem essa sensação? A seguir veremos algumas técnicas que nos ajudarão a desenvolver essa competência - a de Administrar o Tempo. Para Começar o Assunto Em nossa vida pessoal ou no trabalho, lidamos com várias dimensões que exigem organização e administração, como por exemplo: as informações que recebemos (quantidade, qualidade e como priorizar), os relacionamentos em nosso ambiente familiar ou de trabalho, novas demandas que emergem e exigem 15 a tomada de alguma decisão. Uma competência cada vez mais demandada é a de Administrar o Tempo. Frente a tantas demandas, como devemos nos organizar, o que deve ser priorizado? Certamente, como docente, você já se deparou com várias atividades acontecendo ao mesmo tempo: preparar aula, lançar avaliações, controlar atividades, preparar simulado, participar de reuniões etc. Enfim, nada melhor que uma dose extra de planejamento para organizar as atividades e definir as prioridades! Mergulhando no Tema Apesar do auxílio constante datecnologia no ambiente de trabalho, a intensa correria em que vivemos nos dias atuais provoca a sensação de que as horas passaram e o serviço não rendeu. Diante dessa situação, é importante administrar e planejar o tempo tornando-o nosso aliado. Para isto, entretanto, é preciso ter disciplina, uma vez que isto nos permite gerenciar o tempo de trabalho, priorizando as atividades a serem realizadas para tornar o dia mais produtivo. • Para saber mais sobre o assunto Gestão do Tempo, realize a leitura do artigo: Como fazer do tempo seu poderoso aliado de Ernesto Berg (Fonte: https://www.artigos.com/artigos/20202-como-fazer-do-tempo- seu-poderoso-aliado. Acesso em 28 de junho de 2018.) A EaD permite ao professor estabelecer seus horários de trabalho de forma conveniente realizando uma gestão adequada do próprio tempo, mas para isso é preciso um bom planejamento, priorizando as atividades a serem realizadas como: correções e feedbacks das atividades, resposta às dúvidas e aos questionamentos dos alunos nos fóruns e mensagens, realização de leitura e estudo do material das aulas e reuniões com a equipe, entre outras atividades. • O autor Ernesto Berg destaca 12 dicas de como tornar-se mais produtivo no seu tempo de trabalho, para isso leia o texto Administração do tempo parte II de Ernesto Berg (Fonte:http://www.rh.com.br/Portal/Desempenho/Artigo/4742/administ racao-do-tempo--parte-ii.htmlo. Acesso em 28 de junho de 2018.) 16 • Leia o texto A prática docente em educação a distância: o uso do modelo metodológico dos três momentos pedagógicos Imagem: Clique aqui para acessar. O texto apresenta o planejamento efetuado para desenvolver uma atividade para EaD com uma metodologia que concentra três momentos muito importantes para o ensino aprendizagem. (Fonte:http://seer.ufrgs.br/renote/article/viewFile/18108/10680. Acesso em 28 de junho de 2018.) • Leia, também, o capítulo 3 (p. 61 – 74) Importância do Planejamento, do Módulo Básico, dos Cursos em EaD de Administração, Comércio e Secretariado do Centro Paula Souza. Embora relacionado à questão do planejamento administrativo, indica conceitos e reflexões importantes sobre a necessidade de se planejar bem. (Fonte:http://eadtec.cpscetec.com.br/livros/basico.pdf. Acesso em 28 de junho de 2018.) Ampliando Horizontes Para ampliar seus conhecimentos, seguem abaixo dicas de vídeos, textos e artigos que se relacionam com o conteúdo da unidade. • Vídeo de Leandro Karnal aborda a procrastinação (Fonte: https://youtu.be/IUnXzSUcJ9A. Acesso em 28 de junho de 2018.) • O vídeo foi elaborado com base na matéria de capa da Revista Você S/A - Abril/2010 que traz novas pesquisas sobre o excesso de trabalho no Brasil (Fonte: https://vimeo.com/10882454. Acesso em 28 de junho de 2018.) • Vídeo que aborda a “procrastinação”. Você se reconhece nele? (Fonte: https://youtu.be/l6zpaPMV7WY. Acesso em 28 de junho de 2018.) • O podcast apresenta uma reflexão do colunista Max Gehringer sobre Administração do Tempo (Fonte:http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/max- gehringer/2009/11/12/A-ADMINISTRACAO-DO-TEMPO.html. Acesso em 28 de junho de 2018.) • Cinco dicas sobre Gestão do Tempo, produzido pelo SEBRAE Santa Catarina (Fonte: https://youtu.be/j5FCZK9yoJk. Acesso em 28 de junho de 2018.) 17 Atividade Prática Reflexão: Planejamento e gestão do tempo das atividades na EaD: Você foi contratado para trabalhar em um curso a distância e terá 20 horas semanais para realizar as atividades como professor mediador de uma turma de 40 alunos. Agora é o momento para elaborar o planejamento e a gestão do seu tempo de trabalho, priorizando e organizando as atividades e o número de horas a ser dispendido. É de extrema importância também tornar o seu tempo de trabalho produtivo e para isso você deverá refletir e definir as dicas que irão auxiliá-lo a ser mais produtivo nas atividades como mediador de acordo com o texto Administração do tempo parte II de Ernesto Berg. Resposta esperada: Planejamento das atividades semanais – EaD: 1. Correção de atividades e feedbacks: 15 2. Leitura do material: 2 3. Dúvidas e questionamentos em fóruns e mensagens: 2 4. Reuniões: 1 Total: 20 horas/semanais As dicas que nos auxiliam a ser mais produtivo nas atividades em um curso de EaD são: estabelecer os objetivos com clareza, fazer uma lista diária e priorizar as atividades, saber tomar decisões, saber dizer Não, evitar o perfeccionismo, saber usar sua energia, organizar-se, saber o que fazer com papéis e e-mails. 18 Ferramentas de mediação Olá, chegamos à Unidade 4, Ferramentas de mediação. Observe que as coisas vão ficar ainda mais práticas, ou seja, o que já estava bom, vai ficar melhor ainda. Imagine-se um Professor mediador consciente das suas práticas pedagógicas, da necessidade de planejamento, de uma boa comunicação, de uma boa gestão do tempo etc. Imaginou? Sim. Pense, agora, nas ferramentas que podem auxiliá-lo a fazer uma melhor mediação das atividades, interagir com os alunos e como dar retorno das atividades (os famosos feedbacks), independentemente de estar com o aluno de forma síncrona ou assíncrona. Nesta Unidade 4 vamos mergulhar na relação de interação professor mediador x aluno, mediação das atividades, ferramentas do Ambiente Virtual e como dar feedbacks aos alunos. Momentos de reflexão Nesta Unidade estudaremos as Ferramentas de Mediação que visam promover o contato entre alunos e professores-mediadores dentro de Ambientes Virtuais de Aprendizagem e como utilizá-las nestes Ambientes. Max Weber, em Ensaio de Sociologia, A ciência Como Vocação, faz um depoimento o qual podemos inter-relacionar com o objetivo desta Unidade. “Lembrarei a imagem maravilhosa que existe no começo do livro VII da República de Platão: aqueles homens da caverna, acorrentados, cujas faces estão voltadas para uma parede de pedra à sua frente. Atrás deles há uma fonte de luz que não podem ver. Ocupam-se apenas das imagens em sombras que essa luz lança sobre a parede e buscam estabelecer-lhes inter-relações. Finalmente, um deles consegue libertar-se dos grilhões, volta-se, vê o sol. Cego, tateia e gagueja uma descrição do que viu. Os outros dizem que delira. Gradualmente, porém, ele aprende a ver a luz, e então a sua tarefa é descer até os homens da caverna e leva-los para a luz. Ele é filósofo: o sol, porém é a verdade da ciência, a única que reflete não ilusões e sombras, mas o verdadeiro ser”. 19 Este depoimento ilustra muito bem o papel do professor mediador que, por vezes, deve auxiliar os alunos nesse processo de encontrar a luz e, consequentemente, estabelecer links entre a realidade conhecida e o novo que se apresenta, lançando mão das ferramentas tecnológicas disponíveis nos Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs). Como você orientaria os alunos participantes de um Curso a Distância? Todo dia? Uma vez por semana? A cada nova Unidade? Como deve ser e com que regularidade um feedback deve ser repassado aos alunos nas atividades a distância? Como mediar um fórum virtual? Vamos aprofundar nossos conhecimentos sobre estes temas nesta Unidade? Por que aprender? Para desenvolver competentemente um bom trabalho como professor mediador são exigidos muitos conhecimentos e habilidades. Como visto na unidade 2, o professor mediador “precisa organizar sua ação comunicativasabendo dominar formas de interação e mediação, interpessoal-grupal, nas diversas dimensões audiovisual-telemáticas e outras disponíveis no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)”. Este profissional faz uso intenso do diálogo com seus alunos e, para tanto, deve ter domínio das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC). Nesta unidade, vamos visar ao fortalecimento da capacidade de comunicação e mediação com o uso das ferramentas mais comuns nos ambientes virtuais. E você, como tem dialogado com seus alunos? De quais ferramentas tem se utilizado? A comunicação tem sido efetiva? Para Começar o Assunto Diariamente, o professor mediador se deparará com situações que precisam ser orientadas, esclarecidas, contornadas e estimuladas. Você pode dizer: “Mas, isso acontece no presencial também”. De fato, acontece; entretanto, na presencialidade é um pouco mais fácil, muitas vezes mais rápido, pois a pessoa nota a sua expressão facial, seu tom de voz, você pode repetir e responder com mais presteza e rapidez. 20 Em EaD, a comunicação deve ser adequada e eficaz. Consequentemente, o professor mediador deve ter bem claro como se dão: a relação professor mediador x aluno, a mediação das atividades, o funcionamento das ferramentas (sejam elas síncronas ou assíncronas) do Ambiente Virtual, que permite a comunicação e um feedback adequado, de maneira que possibilite, sempre, a evolução e autonomia dos alunos. Mergulhando no Tema 1. Relação de interação professor aluno Enquanto professor mediador, você deve conectar-se ao universo de referências culturais dos alunos, o que pressupõe saber relacionar-se com os saberes e habilidades que os alunos adquirem com suas vivências. O professor mediador deve criar um ambiente de aprendizagem em que se façam presentes as mediações, a experiência cotidiana dos alunos, a sua identidade cultural, pois são esses os elementos que permitem ao aluno apropriar-se de forma significativa dos conteúdos estudados. Deve também perceber as intenções dos alunos ao expor alguma reflexão sobre assuntos diversos, seus estilos de aprendizagem, suas formas de interação com o grupo e com o conhecimento para propiciar a interaprendizagem e a aprendizagem significativa. A criação de uma cultura da interaprendizagem é ponto fundamental para a formação de uma comunidade de aprendizagem colaborativa da qual façam parte alunos e professores-mediadores. Nela, o conhecimento é visto como uma construção social e o processo educativo é favorecido pelas mediações de aprendizagem realizadas. Portanto, a interaprendizagem é compreendida sob a premissa de que existe uma relação dialógica que favorece a autonomia e a responsabilidade dos participantes envolvidos. De acordo com a professora Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida: “Participar de um ambiente virtual digital se aproxima do estar junto virtual, uma vez que atuar nesse ambiente significa expressar pensamentos, tomar decisões, dialogar, trocar informações e experiências e produzir conhecimento. As interações por meio dos recursos disponíveis no ambiente propiciam as trocas individuais e a construção de grupos colaborativos que interagem, discutem problemáticas e temas de interesses comuns, pesquisam e criam produtos ao mesmo tempo que se desenvolvem” (Almeida, 2003). 21 Se a curiosidade e/ou a necessidade de estudar não forem despertadas no aluno, normalmente quem o leva a reagir é o professor mediador. Imagine um estudante que dá respostas monossilábicas ou aparece com pouca frequência no Ambiente Virtual de Aprendizagem. Imaginou? Então, como agir? O professor mediador deve pensar nos motivos pelos quais esse aluno interage pouco. Ele deve se sentir acolhido e é bom criar uma relação de confiança, de parceria e de interesse mútuo para que ambos aprendam em comunhão. Sem a intenção de esgotar aqui as possiblidades da relação professor mediador e aluno, apresentaremos algumas dessas alternativas, cujo objetivo é encurtar o espaço entre estas duas personagens. Para tanto, o professor deve: 1) fazer uma breve apresentação, com o devido acolhimento, colocando- se à disposição para ajuda, 2) mandar mensagens individuais, sempre pelo nome, caso verifique que o aluno não está acessando o AVA, mas sem um nível de cobrança rigoroso. Pergunte, inicialmente, se ele está com algum problema, com alguma dificuldade, 3) apresentar curiosidades sobre o assunto estudado e perguntar aos alunos que impressões tais curiosidades despertaram, 4) apresentar situações-problema que incitem a investigação e a autonomia. 2. Mediação das atividades A mediação atua como uma ponte entre o que o aluno já sabe e o que precisa ou quer conhecer. Como agente da mediação do processo de ensino aprendizagem, o professor mediador deve estar atento ao perfil de seus alunos e conhecer bem a sua realidade para poder, partindo do contexto do aluno e de suas referências culturais, abrir caminho para o conhecimento novo. O professor mediador, como mediador da aprendizagem do seu grupo de alunos, precisa demonstrar interesse pela melhoria do processo ensino-aprendizagem e incluir no seu planejamento atividades que incentivem o pensamento crítico e a colaboração. Para Masetto (2000), uma boa forma de atuar como um bom mediador de aprendizagem é: 22 ...dialogar permanentemente de acordo com o que acontece no momento; trocar experiências: debater dúvidas, questões ou problemas; apresentar perguntas orientadoras; orientar nas carências e dificuldades técnicas ou de conhecimento quando o aprendiz não consegue encaminhá-las sozinhos; garantir a dinâmica do processo de aprendizagem; propor situações-problema e desafios; desencadear e incentivar reflexões; criar intercâmbio entre e aprendizagem e a sociedade real onde nos encontramos, nos mais diferentes aspectos; colaborar para estabelecer conexões entre o conhecimento adquirido e novos conceitos; fazer a ponte com outras situações análogas; colocar o aprendiz frente a frente com questões éticas, sociais, profissionais por vezes conflitivas; colaborar para desenvolver crítica com relação a quantidade e à validade das informações obtidas; cooperar para que o aprendiz use e comande as novas tecnologias para suas aprendizagens e não seja comandado por elas ou por quem as tenha programado; colaborar para que se aprenda a comunicar conhecimentos seja por meio de meios convencionais, seja por meio das novas tecnologias. Para realizar uma mediação pedagógica eficaz e propiciar a interação entre os alunos, é necessário conhecer o seu nível de conhecimento real e as relações que se estabelecem entre os participantes, para posteriormente criar situações de aprendizagem colaborativas. Neste sentido, a comunicação, seja oral ou escrita, é vista como a base do processo de aprendizagem a distância, valorizando a construção do conhecimento por meio de debates, tanto de ideias e/ou conceitos estudados, como também de ideias e experiências dos próprios cursistas. De acordo com Peters (2003): (...) o diálogo torna-se importante pedagogicamente porque nele linguagem, pensamento e ação estão intimamente relacionados e porque realizam o desenvolvimento individual e social do ser humano. Para que todo este processo seja bem-sucedido, é essencial que o professor mediador saiba planejar a sua atividade didática, utilizando da melhor forma os recursos disponíveis nos Ambientes Virtuais de Aprendizagem. Suponha que o aluno não saiba o que é uma tabela periódica, nunca tenha visto, nunca sequer tenha ouvido falar nela,o que fazer? Que tal começar discutindo para que serve uma tabela? Iniciar dizendo que serve para organizar. Por exemplo, falar da tabela de classificação do campeonato de futebol ou outro esporte qualquer. Esta sensibilização ajudará o aluno a chegar à tabela periódica (com seus exemplos, orientações, reflexões, questões, contextos, discussões, provocações). Este processo será reconhecido como processo de mediação. 23 3. Ferramentas disponíveis em Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs) – Síncronas e Assíncronas Existem diversas plataformas de aprendizagem – Moodle, BlackBoard, Canvas, ambientes próprios - que possibilitam a comunicação remota e/ou em tempo real entre os participantes de um curso a distância. Um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) só se torna uma verdadeira comunidade de aprendizagem, capaz de apoiar e promover novas formas de relações com o conhecimento, quando há interação entre os participantes. Para cada perfil e para cada objetivo, os Ambientes Virtuais de Aprendizagem possuem ferramentas específicas, desenvolvidas para atender às necessidades de cada curso. Suas funções são distintas e devem ser observadas com cuidado, para que sua utilização seja eficaz e apoie a implementação pedagógica e metodológica demandada. As ferramentas disponíveis no Ambiente de Aprendizagem podem ser classificadas em síncronas e assíncronas: Síncronas: quando os participantes estão conectados em tempo real. Exemplos: chat, videoconferência, encontros em mundos virtuais, games interativos, etc. Assíncronas: quando a interação ocorre sem dia e horário definidos: fórum, portfolio, bloco de notas, questionário, wiki, blog, envio de arquivo, webquest, correio eletrônico, enquete, etc. As ferramentas síncronas, conectadas em tempo real, permitem uma intervenção normalmente rápida, clara e objetiva sobre um determinado tema previamente escolhido. Podem ser utilizadas também para reuniões informativas e/ou deliberativas, como também para sanar eventuais dúvidas. Possibilitam comunicação entre todos os participantes, como também atendimento personalizado. Exigem rapidez de raciocínio para a interpretação das mensagens e habilidade de síntese para elaborar respostas e questionamentos. Algumas ferramentas como o chat, possibilitam a divisão da turma em grupos para a realização de alguma atividade, com o retorno posterior dos alunos no ambiente para expor e debater suas conclusões. 24 Infelizmente algumas plataformas de aprendizagem oferecem o chat somente de texto, sendo necessário a utilização de ferramentas complementares (como por exemplo, o Skype), de modo a otimizar o encontro virtual. As ferramentas síncronas possibilitam aos cursistas a vivência do “estarem juntos virtualmente” (VALENTE, 2003), sendo muito eficaz na criação de vínculos afetivos, facilitando a interação do grupo. Já as ferramentas assíncronas contribuem para que a discussão ocorra em momentos distintos e possuem algumas vantagens: • Flexibilidade de horário: O aluno pode dedicar-se ao curso no momento em que lhe for mais apropriado, incluindo a duração e frequência de suas sessões de estudo. Além de ter acesso ao material, especialmente na internet, a qualquer hora, dia e lugar. • Flexibilidade de lugar: O estudante pode dedicar-se ao curso no lugar onde lhe for conveniente, sem haver necessidade de local predefinido. • Flexibilidade de ritmo: O estudante pode evoluir nos estudos dos conteúdos didáticos segundo a sua velocidade de aprendizado pessoal. Assim, ele pode estudar uma determinada matéria em menos ou mais tempo que nas aulas de um curso interativo ou presencial. • Tempo para reflexão: Tanto o mediador quanto o aluno têm oportunidade e tempo para se esclarecerem quanto às ideias do conteúdo, consultar outras fontes a fim de enriquecer o conhecimento. • Aprendizado local: Como a tecnologia possibilita o acesso às informações de qualquer lugar e a qualquer hora, o estudante pode mais facilmente integrar os conteúdos do curso ao seu ambiente, seja em casa ou no trabalho, em qualquer dia e horário. • Custo razoável: Mecanismos de comunicação assíncrona exigem menos sofisticação por parte de tecnologias. Como desvantagem podemos citar que as ferramentas de natureza assíncrona deixam a desejar quanto à interação do aluno com os mediadores e com outros alunos, fazendo sentir-se uma possível sensação de isolamento. Para esse momento assíncrono, é importante dar bastante atenção à comunicação, sobretudo, à contextualização. Valorize o contexto que visa explorar junto ao aluno. 25 Um exemplo bem-humorado aparece na figura a seguir. Perceba que seja pelo contexto (no caso da palavra fogo), seja pela colocação da vírgula (no caso da autorização para ir), o sentido sofre alteração. No momento assíncrono deve-se ter muita atenção com a comunicação e com a clareza da proposta, principalmente quando esta se dá de forma escrita. 4. Como dar feedbacks aos estudantes O feedback, que pode ser traduzido como retroalimentação ou devolutiva, é o ato de retornar uma informação ao aluno durante ou após a conclusão de uma atividade. É essencial para uma aprendizagem eficaz. O feedback deve estar voltado tanto para o processo quanto para os resultados da aprendizagem e deve incluir ações de: • orientação ao aluno sobre as etapas do processo. • identificação de erros durante o processo, assim como das causas desses erros e possíveis correções de caminho. • fornecimento de critérios para a avaliação final da atividade. 26 De acordo com o tipo de atividade proposta, podemos observar vários tipos de feedbacks: 1. indicação simples da resposta certa ou errada, sem nenhuma informação extra. 2. indicação da resposta certa ou errada, com explicação do porquê. 3. fornecimento de subsídios para que o próprio aluno possa determinar se a resposta está certa ou errada e o porquê. 4. oferecimento de informação cumulativa sobre o progresso do aluno durante as fases de uma atividade. 5. oferecimento de atividades extras para que o aluno possa aplicar o feedback recebido a novas situações e complementar o seu conhecimento. Discutiremos aqui também, como dar o feedback nas ferramentas síncronas e assíncronas. • Feedback nas ferramentas síncronas As ferramentas síncronas, como visto anteriormente, possibilitam o debate espontâneo de ideias, bem como o partilhar de experiências. As relações estabelecidas neste contexto favorecem o respeito e a valorização de diferentes formas de ser, pensar, agir e se relacionar. O feedback, na verdade, a própria participação/interação do professor mediador, deve ser rápido, claro, conciso, enriquecendo as discussões sobre o referencial teórico, de modo a favorecer a aprendizagem a distância. Neste processo de comunicação, quando na forma escrita, até por causa da limitação de caracteres que algumas plataformas possuem, o uso de palavras abreviadas no meio virtual, o chamado “internetês” pode ser aceito. Ex.: vc, pq, dp, etc. Porém, ao professor mediador, muitas vezes, mesmo com necessidade de concisão, não é recomendado adotar as abreviações e fazer uso do internetês. • Feedback nas ferramentas assíncronas Considerando os diversos tipos de AVAs, temos basicamente as seguintes ferramentas assíncronas: fórum e editores de textos (portfolio, questionário, envio de arquivo, bloco de notas, etc). Diferentemente do que ocorre na mediação das atividades nas ferramentas síncronas, no caso da mediação nestas ferramentas, deve-se salientar que o usocorreto da língua portuguesa em sua norma culta é fundamental. Coesão e coerência também são fatores imprescindíveis para uma comunicação eficaz. 27 • Mediação em editores de texto A mediação em editores de texto ocorre por meio do acompanhamento individualizado dos integrantes da comunidade virtual. É o momento em que o mediador deve aproveitar para conhecer melhor a “bagagem” que o aluno traz sobre o tema trabalhado para então interagir com ele de forma a solidificar e/ou construir novos conhecimentos. A análise do conteúdo individualizado dos editores de texto fornece informações que permitem ao docente traçar o perfil do aluno em termos de interesses, de habilidades e capacidades, desenvolvidas e por desenvolver. Por sua vez, esse perfil constituirá a base para o planejamento de atividades, leituras complementares e tarefas individualizadas. Ao mediar qualquer atividade elaborada em editores de texto, é fundamental que alguns elementos constem no feedback: • estabelecimento de um diálogo com o texto elaborado pelo aluno, para estimular, reforçar ou divergir das ideias e conceitos ali presentes, proporcionando reflexões sobre o tema. • diálogo com o texto de referência – este é um ótimo momento para explorar a leitura, indicar novas abordagens, problematizar, citar passagens, propor aprofundamentos, etc. • motivação e estímulo para que o aluno continue realizando as atividades. EXEMPLO: 28 5. Mediação de fórum A mediação no fórum visa ao fortalecimento da comunidade virtual e a construção do conhecimento pela troca de experiências coletivas. Para que o fórum cumpra com este papel, é importante que tanto o aluno quanto o professor mediador conheçam e cumpram com critérios de participação e avaliação da atividade. É muito comum o aluno questionar sobre quantas vezes ele deverá participar do fórum e de que forma sua participação será avaliada para atribuição de uma nota ou menção. O professor mediador ao avaliar os fóruns deve considerar aspectos qualitativos e quantitativos da participação dos alunos. 29 Exemplos de critérios a serem considerados para avaliar a participação do aluno: • A quantidade de participações, a qualidade e a coerência com o tema proposto são critérios a serem levados em consideração para a avaliação e/ou atribuição da nota/menção. • Somente as mensagens postadas dentro do período de realização da atividade serão consideradas para fins de avaliação. • Todas as participações devem ser justificadas por meio de argumentos coerentes e consistentes em relação ao tema do fórum. • A pesquisa é importante para embasar a argumentação, mas apresente sempre a sua opinião sobre o assunto. • Caso copie algum trecho de livros e/ou Internet, não se esqueça de citar a fonte consultada. Para trabalhar com um fórum virtual, precisamos estar atentos a três elementos chave: abertura, condução e conclusão. • Abertura A abertura deve ser adequada ao tema proposto para discussão, contemplando duas ações: • Contextualização: orientação sobre o tema a ser debatido e explicitação da finalidade – do que se pretende com essa discussão • Motivação: elaboração de uma espécie de “convite para o evento”, tendo em vista a assincronicidade da ferramenta. Assim sendo, é preciso compreender a abertura do fórum como um momento relevante, em que a redação do texto também apresente algumas peculiaridades. Muito embora o texto ideal seja dirigido a todos os participantes, é indispensável que, ao mesmo tempo, seja também personalizado: o participante que se sente pessoalmente convidado a contribuir é mais ativo na discussão. Exemplos de frases direcionadas e motivadoras: “conto com sua participação”, “você tem muito a contribuir com nossa discussão”, etc. 30 Exemplo: Car@ alun@, Segue o questionamento inicial para o nosso fórum de debate sobre o tema Administração Financeira da nossa disciplina: A queda do valor do dólar americano (US$) em relação ao real (R$) é boa para o crescimento econômico do Brasil? Para ter sucesso em suas participações, não deixe de consultar os materiais de estudo da agenda e os critérios de avaliação da participação em fóruns de debate. Conto com sua participação! Mãos à obra, Fulano de Tal. • Condução Um fórum devidamente aberto é importante, mas não garante o seu bom funcionamento. A boa condução de um fórum deve ser capaz de articular as contribuições dos participantes, e deve contemplar as seguintes ações: • Destacar pontos relevantes da(s) consideração/considerações do(s) participante(s) • Propor questionamento buscando alcançar outros pontos de vista. • Manter a discussão do tema em estudo. Ao perceber que algum participante se desviou do foco, o mediador deve reconduzir a conversa de forma a não constrangê-lo, fazendo os ajustes conceituais necessários para a retomada da discussão. A má condução do fórum, por sua vez, ocorre quando: • O mediador abre o fórum e o abandona, isto é, não comenta e nem contribui para a discussão. • Atua de maneira protocolar, com postagens que não acrescentam nada ao que já está colocado. 31 Exemplo: Aluno 1: A baixa do dólar prejudica a economia do país. Aluna 2: A queda do dólar não prejudica necessariamente a economia do país. Caros aluno 1 e aluna 2, vocês manifestaram opiniões contrárias em relação ao tema, mas deixaram de embasá-las com argumentos que sustentem as afirmações. O dólar baixo prejudica todos ou alguns setores da economia? Há setores que são beneficiados? E a população em geral, aumenta ou diminui seu poder de compra? Por favor complementem suas respostas. Cordialmente, Fulano de Tal. • Conclusão Por fim, temos a conclusão do fórum, que deve apresentar um apanhado geral das participações, destacando pontos importantes e refletindo se a discussão atingiu a finalidade de sua abertura. Exemplo: Prezadas(os) Chegou o dia de encerrarmos este fórum de debate. A atividade proporcionou um intenso processo de aprendizagem coletiva onde todos saímos fortalecidos. Consensos foram estabelecidos, divergências foram respeitadas e assim pudemos construir um melhor entendimento sobre os efeitos da valorização e, por consequência, da desvalorização da nossa moeda frente ao dólar. Foram muitos os aspectos analisados. Sucintamente debatemos sobre: • Os motivos que levam à valorização do real em relação ao dólar; • Os efeitos da queda do dólar sobre a população em geral; • O papel do Banco Central, procurando regular o mercado; e • A queda do dólar não é um fenômeno apenas brasileiro. Agradeço a dedicação e a colaboração de todas/os. Abraços, Fulano de Tal. 32 O não cumprimento ou cumprimento inadequado de um destes três passos do fórum – abertura, condução e conclusão – pode comprometer negativamente a construção de uma experiência coletiva enriquecedora de aprendizagem para a comunidade virtual, além de desperdiçar o potencial da ferramenta em questão. Pior do que receber um feedback inadequado, é não receber feedback algum. Toda e qualquer postagem do aluno deve ser comentada pelo mediador de aprendizagem Ampliando Horizontes José Gimeno Sacristá, no livro Educar por Competências, destaca vários aspectos com referência aos fatores cognitivos, metacognitivos e motivacionais, entre eles: • O conhecimento é construído de modo ativo pelo aprendiz, não é recebido de modo passivo pelo exterior. A aprendizagem relevante doconhecimento implica ação por parte do aluno. • Encontrar o problema adequado é tão importante quanto resolvê-lo. • É necessário introduzir dissonâncias e conflitos cognitivos na escala habitual de raciocínio do indivíduo ou do grupo, utilizando questões ou problemas provocadores, a fim de abrir horizontes e desestabilizar pressupostos não questionados. • A motivação é o motor da aprendizagem, e a motivação se encontra influenciada pelas emoções, pelas crenças, pelos interesses e pelos valores. • Os aprendizes se motivam mais e aprendem melhor quando trabalham com problemas reais. O que significa mediar atividades dos alunos? Significa: • Participar da construção do conhecimento da turma. • Estar presente no olhar do aluno. • Suscitar novos questionamentos. • Apontar novos caminhos. • Organizar situações de aprendizagem. • Planejar e propor atividades. 33 • Disponibilizar materiais de apoio com o uso de múltiplas mídias e linguagens. • Fornecer informações relevantes. • Incentivar a busca de distintas fontes de informações e a realização de experimentações. • Provocar a reflexão sobre processos e produtos. • Favorecer a formalização de conceitos. • Propiciar a interaprendizagem e a aprendizagem colaborativa. • FAZER PARTE DA TORCIDA DE SEU SUCESSO PROFISSIONAL. • E para complementar seus estudos, veja o vídeo Interatividade e Aprendizagem (Fonte: https://youtu.be/L2Kg5HnC4AU. Acesso em 28 de junho de 2018.) • E leia o artigo Mediação pedagógica e educação a distância: as competências do tutor e a motivação para aprendizagem, de autoria de Cláudia Alexandra Bolela. (Fonte:http://esud2014.nute.ufsc.br/anais- esud2014/files/pdf/128129.pdf. Acesso em 28 de junho de 2018.) 34 Atividade Prática. Car@ Cursista, Sabemos que o ensino é baseado, entre outras coisas importantes, no diálogo e nas relações positivas que são construídas entre professores x alunos x comunidade escolar. Um diálogo bem feito pode evitar ruídos desnecessários na comunicação bem como contribuir para um bom clima para o ensino e para a aprendizagem. Na educação a distância, o diálogo, seja síncrono ou assíncrono, é bastante valorizado. Um momento assíncrono em que o diálogo pode ser exercitado é durante as discussões do Fórum. Outro momento, que pode ser síncrono ou assíncrono, é o feedback que, traduzido como retroalimentação ou devolutiva, é o ato de retornar uma informação ao aluno durante ou após a conclusão de uma atividade. Enfim, exercitar o diálogo é sempre muito importante. • 1 Agora você deverá mediar a seguinte situação em um fórum. Suponha que dois alunos A e B, numa discussão conflituosa sobre o tema Bullying, tragam as seguintes declarações durante um fórum sobre a questão “O bullying prejudica a relação entre as pessoas? Justifique a sua resposta”. Aluno A – Não acho que prejudica. Isso é coisa de “fracote” que não aguenta brincadeiras. Aluno B – Olá colegas e Aluno A Particularmente, compreendo que o bullying prejudica a relação entre as pessoas sim, pois não se trata de uma simples brincadeira. Brincadeira é algo em que todos se divertem. Bullying, na realidade, é demonstrado com atos de violência (física ou não) que ocorrem de forma intencional e repetitiva contra um ou mais alunos que se encontram impossibilitados de fazer frente às agressões sofridas. 35 Aluno A, as pessoas que sofrem ou sofreram bullying, muitas vezes, se isolam e isso prejudica sim a relação entre as pessoas e o próprio desenvolvimento delas. Aluno A, acho que deve rever seus conceitos. Aluno A - Aluno B, que rever conceitos o que. Você deve ser um daqueles que não aguenta brincadeira. Não aguenta, bebe leite! Agora você fará o papel do professor mediador do fórum e deverá, para tanto, articular a participação dos Alunos A e B, sobretudo recolocando o Aluno A num papel mais relevante e menos agressivo na discussão. RESPOSTA ESPERADA: Sugestão de condução Olá turma! Muito interessante os apontamentos. Fico feliz que a discussão sobre bullying está “bombando”. Os Alunos B, C, D e E fizeram contribuições importantes. Isso mesmo, estão no caminho certo. Aluno A e B, vejo que estão num papo acalorado. Mas vamos, então, discutir um pouco melhor? Aluno A, verifico que você tem uma opinião bastante forte sobre a questão do bullying. A indicação que faz, ao descrever que quem sofre bullying é “fracote” não se relaciona adequadamente com o texto básico. Com certeza, podemos avançar juntos. Para tanto, é interessante ampliar o universo da discussão para nos ajudar a aprender em comunhão. Certamente, você leu o texto básico proposto para a atividade. Desse texto, os alunos B, C, D e E extraíram as considerações que contribuíram bastante com o debate. Peço que retome as p. 2 e 3 do texto, momento que o autor esclarece conceitualmente o que é o bullying. Após, reveja a sua postagem justificando o motivo de o bullying não poder ser encarado como uma mera brincadeira. Conto com você! Aproveitando a ocasião, peço a todos que retomem o texto e explicitem como são classificados os tipos de bullying? Exemplifiquem. Bons estudos e... Vamos que vamos. Professor Mediador Atenção, obviamente este um exemplo de condução entre muitos que você pode construir. Relembrando... A boa condução de um fórum deve ser capaz de articular as contribuições dos participantes, e deve contemplar as seguintes ações: 36 • Destacar pontos relevantes da(s) consideração/considerações do(s) participante(s) • Propor questionamento buscando alcançar outros pontos de vista. • Manter a discussão do tema em estudo. Ao perceber que algum participante se desviou do foco, o mediador deve reconduzir a conversa de forma não constrangê-lo, fazendo os ajustes conceituais necessários para a retomada da discussão. A má condução do fórum, por sua vez, ocorre quando: • O mediador abre o fórum e o abandona, isto é, não comenta e nem contribui para a discussão. • Atua de maneira protocolar, com postagens que não acrescentam nada ao que já está colocado. 37 Metodologias de Aprendizagem Inovadoras Possíveis aplicações na EaD Me-to-do-lo-gi-a e i-no-va-ção. Isso mesmo, ao falar pausadamente parece que ajuda um pouco a suavizar os impactos que estas palavras trazem à docência, seja ela presencial ou a distância. Falou em ensino, falou em metodologia a qual, sabemos, tem sua origem semântica na palavra método, que é um conjunto de meios dispostos convenientemente para alcançar um objetivo, especialmente, conhecimento científico (DICIONÁRIO UNESP, 2012, p.916). E na educação, como funcionam estes métodos? Certamente, todos os professores têm seus métodos para ensinar, sejam baseados em teorias de aprendizagens consagradas ou não? Convidamos você a pensar em metodologias inovadoras aplicáveis à educação e como podem ser nossas aliadas, especialmente, na educação a distância. E aí, quais têm sido as suas metodologias para ensinar? Na Unidade 5 vamos conhecer e, caso você já conheça, discutir um pouco sobre metodologias que estão em evidência junto a muitos professores. Mergulharemos no universo da Sala de aula invertida (flipped classroom), Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL), Objetos de Aprendizagem e Cultura Maker. Momento de Reflexão Você certamente já ouviu falar termos como “metodologias” e “objetos de aprendizagem”, mas... O queseriam esses tais objetos? Você já utilizou algum deles para ensinar ou aprender? Já ouviu algo sobre Cultura Maker ou sobre a cultura do faça você mesmo, ou seja, pôr a “mão na massa”? Você já teve contato com metodologias como a Aprendizagem Baseada em Problemas, a tal “PBL” e a sala de aula invertida? Sim ou Não? Será que estas metodologias funcionam? E quanto à postura do aluno nesse cenário? É importante que ele seja desafiado a fazer atividades colaborativamente? Em que medida elas são importantes para a Educação? Enfim, essas são algumas das provocações sobre as quais vamos ajudá- lo a refletir. 38 • Assista ao vídeo “A história da tecnologia na educação” e reflita um pouco sobre o impacto histórico dela sobre todos nós. (Fonte: https://youtu.be/0oCtlQXy-i4. Acesso em 28 de junho de 2018.) Por que aprender? Com o passar do tempo, tanto quem ensina como quem aprende desenvolve suas próprias estratégias para vencer seus desafios diários; se a um cabe ensinar e motivar, ao outro cabe aprender com entusiasmo. No que diz respeito à classe docente, com maior ou menor ênfase, sistematicamente exige-se que esta esteja alinhada com seu tempo e que lance mão de novas estratégias para, inclusive, seduzir e envolver o estudante na aprendizagem e para despertar a autonomia, a independência, a consciência crítica etc. Pergunta-se retoricamente: de que modo os alunos aprendem? Como lidam com os desafios que lhe são propostos? Como se saem quando são orientados a trabalhar colaborativamente pondo a mão na massa? São muitas as perguntas e há, sem dúvidas, muitos estudiosos que se propuseram e/ou se propõem a pensar nestas questões e a procurar respostas para elas. Teorias de aprendizagem como Behaviorismo e Construtivismo, entre outras, sempre ganham espaço nestas reflexões. Porém, agora, para além da aula “giz, lousa e saliva”, há que se refletir sobre a necessidade de ter, sim, estratégias diferenciadas para ensinar. Para Começar o Assunto Ao se falar em novas metodologias de ensino, logo o professor pensa: Lá vem mais do mesmo! Será? 39 Imagine a seguinte situação: o professor chega na classe que está desatenta, desmotivada, pouco disposta a corresponder às propostas mais tradicionais de aula. Reconheceu? Essa é uma realidade com a qual praticamente todos os docentes já se depararam. Entretanto, embora pouco afeito à participação em uma aula tradicional, o estudante tende a ficar ao menos curioso quando se tem algo diferente. Pensando minimamente no perfil do estudante, desde o início dos anos 2000, percebe-se que a comunidade escolar está, cada vez mais, conectada. O relatório TIC Educação https://cetic.br/media/docs/publicacoes/2/TIC_EDU_2016_LivroEletronico.pdf, p. 104 – 105), sustenta que “o telefone celular foi o principal dispositivo para acesso à Internet para 77% dos alunos usuários da rede” e que “o telefone celular foi o equipamento mais utilizado (93%) pelos alunos de escolas localizadas em áreas urbanas em 2016”. Além disso, outras discussões importantes podem ser motivadas por este relatório especialmente se trouxermos à baila o computador de mesa, o notebook, o tablet, videogame, televisão com acesso à internet, leitores digitais etc. Enfim, o que não se pode ignorar são as potencialidades das ferramentas digitais para o ensino- aprendizagem. É pensando sobre esse retrato de utilização das ferramentas digitais e do trabalho colaborativo que trabalharemos com estratégias de aprendizagem considerando: 1) A Cultura Maker, que se trata da cultura do “faça você mesmo” proveniente do inglês, Do-It-Yourself. 2) Os Objetos de Aprendizagem que são, entre outras definições, recursos pedagógicos digitais disponíveis na Web. 3) A Aprendizagem Baseada em Problemas (ou PBL do inglês Problem Based Learning), uma proposta pedagógica baseada na solução de problemas reais ou simulados. 4) A sala de aula invertida (flipped classroom), uma estratégia que, como o próprio nome diz, propõe a inversão do papel do aluno frente ao conhecimento a ser adquirido. Conhecendo estas práticas, busca-se desenvolver competências relacionadas à análise, seleção, planejamento e organização de objetos didáticos que facilitem ou fomentem novas estratégias para o ensino aprendizagem, sobretudo, para a aprendizagem colaborativa em sala de aula. 40 Assim, convidamos você a pensar em como estas metodologias podem ajudar na preparação das aulas e na motivação dos alunos para estudar. Mergulhando no Tema 1 Cultura Maker Segundo a Wikipédia, o Movimento Maker é uma extensão da cultura Faça-Você-Mesmo ou, em inglês, Do-It-Yourself (ou simplesmente DIY). Esta cultura moderna tem em sua base a ideia de que pessoas comuns podem construir, consertar, modificar e fabricar os mais diversos tipos de objetos e projetos com suas próprias mãos. E o que isso tem a ver? O que vem a ser o Movimento Maker? O que é “fazer coisas”? O que é um ambiente propício para criação? • Para saber mais, assista ao vídeo “Makers: faça você mesmo!” Um vídeo concebido pela Telefônica do Brasil e que traz uma entrevista esclarecedora sobre as potencialidades do Movimento Maker. (Fonte: https://youtu.be/jg-xmlM1LAA. Acesso em 24 de abril de 2018.) Cabe a nós, no entanto, refletir sobre a incorporação desta cultura na escola. Nos “fab labs pessoas de todas as idades podem construir, consertar, modificar e fabricar os mais diversos tipos de objetos e projetos com suas próprias mãos.” • Uma vez compreendido do que se trata o Movimento Maker, vamos nos aprofundar um pouco mais sobre o assunto assistindo ao vídeo da TEDx Ibemec, em que a Heloísa Neves, empresária que trabalha desenvolvendo espaços Lab Makers pelo Brasil, comenta sobre esta cultura que está se fortalecendo. (Fonte: https://youtu.be/jM5H9ezIIgs. Acesso em 24 de abril de 2018.) • E esse movimento tem futuro? Qual é o futuro do Movimento Maker? Veja o que dizem alguns Makers no vídeo. (Fonte: https://youtu.be/n1Ld1H3AN6E. Acesso em 24 de abril de 2018.) Existem muitos portais, sites e blogs que apresentam, orientam e discutem o Movimento Maker. Alguns deles comparam tal movimento a uma terceira ou quarta Revolução Industrial. 41 O site Futuro Exponencial traz um resumo sobre este universo. Para saber mais clique em: https://futuroexponencial.com/movimento-maker/. E agora, como funciona o movimento Maker na educação? O Portal Net Claro Embratel traz algumas considerações de Paulo Blikstein, professor na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, e responsável por implantar os chamados Fab Labs (fabulous laboratory ou laboratório fabuloso) ao redor do mundo. A reportagem, de Leonardo Valle, indica “7 vantagens de integrar a cultura maker ao currículo escolar”. Para saber sobre estas vantagens leia a reportagem na íntegra (Fonte:https://www.institutonetclaroembratel.org.br/educacao/nossas- novidades/reportagens/7-vantagens-de-integrar-a-cultura-maker-ao-curriculo- escolar/. Acesso em 24 de abril de 2018.) Embora a Cultura Maker esteja estritamente ligada ao mundo digital, é bom lembrar que a cultura “do fazer” pode ser analógica também. Assim, podemos considerar que pessoas trabalhando colaborativamente, prototipando, construindo, transformando ideias em produtos também são consideradas makers. Não deixe de consultar o Portal Net Claro Embratel que traz, ainda, planos de aula, estudos para formação continuada de professores, videoaulas, relatos inspiradores com experiênciasque deram certo em educação, notícias e novidades. (Fonte:https://www.institutonetclaroembratel.org.br/educacao/.Acesso em 28 de junho de 2018.) Para ratificar a força deste movimento pelo mundo, assista agora, ao vídeo do Mundo S/A: o movimento “maker”, que traz, ainda, planos de aula, estudos para formação continuada de professores, videoaulas, relatos inspiradores com experiências que deram certo em educação, notícias e novidades. (Fonte: http://g1.globo.com/globo-news/mundo-sa/videos/v/mundo-sa-o- movimento-maker/5920044/. Acesso em 24 de abril de 2018.) Um tema bastante ligado ao Movimento Maker e evidenciado para quem trabalha com educação é a linguagem de programação. Há autores, principalmente ligados ao mercado de trabalho e/ou à educação profissional, que indicam como condição importantíssima para o sucesso, o domínio sobre a linguagem de programação, tratando-a como um novo idioma – necessário - a ser aprendido. 42 E já que estamos falando em programação, você sabe o que é Arduíno? Arduíno é uma plataforma de prototipagem open source. Prototipagem? Segundo Wikipédia, a Arduíno é uma plataforma de prototipagem eletrônica de hardware livre e de placa única, com linguagem de programação padrão. E, na prática, o que isso quer dizer? Quer dizer que esse microcontrolador permite que você programe muitas coisas que podem variar desde luzes, temperatura, movimentos, presença de uma pessoa num ambiente, “casas inteligentes” etc. Sua possibilidade de programação é quase infinita. Veja o que diz um de seus criadores Massimo Banzi. (Fonte: https://www.filipeflop.com/blog/o-que-e-arduino/. Acesso em 24 de abril de 2018.) Mergulhando no Tema 2. Objetos de Aprendizagem Segundo a Wikipédia, objeto de aprendizagem é uma unidade de instrução/ensino reutilizável. De acordo com a Learning Objetcs Metadata Workgroup, objetos de aprendizagem (Learning Objects) podem ser definidos por “qualquer entidade, digital ou não digital, que pode ser utilizada, reutilizada ou referenciada durante o aprendizado suportado por tecnologias”. Dada ao extenso uso de recursos digitais, os Objetos de Aprendizagem disponíveis na Web vem sendo nomeados de Objetos Digitais de Aprendizagem (ODA). Para avançar mais, clique aqui e verifique como diversos outros autores definem os Objetos de Aprendizagem. (Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Objeto_de_aprendizagem. Acesso em 23 de abril de 2018.) O site Objetos de Aprendizagem (Disponível em http://objetosdeaprendizagem.com.br. Acesso em 28 de junho de 2018.) trabalha, como o próprio nome já anuncia, com objetos de aprendizagem: Ideias Criativas em Educação. Segundo o site, seus idealizadores, educadores de diversas áreas, realizam o trabalho de forma voluntária e com intuito de compartilhar informações relevantes sobre educação e tecnologia. No caso, compreendem Objetos de Aprendizagem como recursos digitais reutilizáveis que podem apoiar a aprendizagem não só em locais de onde se pratica a educação considerada formal, mas em qualquer lugar. 43 O vídeo a seguir traz uma entrevista com o educador Sérgio Lima que trabalha com desenvolvimento de objetos de Aprendizagem. Vamos assistir às contribuições do educador? Vamos ver o que envolve a criação de um Objeto de Aprendizagem? (Fonte: https://youtu.be/wORl18VqmiA. Acesso em 28 de junho de 2018.) • Conheça também a Escola Digital e avalie suas potencialidades assistindo ao vídeo "O que é Escola Digital?" (Fonte: https://youtu.be/Y3_Rs7ecWz4. Acesso em 28 de junho de 2018.) Você estudou as potencialidades dos Objetos de Aprendizagem e conheceu algumas plataformas gratuitas que podem contribuir com a elaboração de aulas e apresentações mais alinhadas com este universo da educação. Em ampliando os horizontes você encontrará mais 10 objetos de aprendizagem com as devidas descrições para que possa avançar em seu planejamento. 3. Sala de aula invertida (flipped classroom) Segundo a Wikipédia, a sala de aula invertida é chamada assim porque inverte a lógica de organização da sala de aula. Com ela, os alunos aprendem o conteúdo em suas próprias casas utilizando Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) por meio de videoaulas ou outros recursos interativos, como jogos de computador, textos, vídeos ou outro conteúdo adicional para estudo. A sala de aula invertida é uma estratégia que, como o próprio nome diz, propõe a inversão do papel do aluno frente ao conhecimento a ser adquirido. Nesta metodologia, o aluno sai da dimensão passiva de espectador e assume uma postura mais ativa, uma vez que o conteúdo instrucional é estudado previamente e as aulas são momentos práticos, com atividades mais dinâmicas e interativas, como um pequeno projeto, por exemplo. Assista ao vídeo a seguir, produzido pela ESAMC Uberlândia, para entender a estrutura da sala de aula invertida (Fonte: https://youtu.be/1XTxK2LeZz0. Acesso em 28 de junho de 2018.) 44 A ideia deste tipo de abordagem foi proposta inicialmente por Lage, Platt e Treglia (2000), elaborada como “inverted classroom” e utilizada pela primeira vez na Miami University (Ohio, EUA). Mas... o que levou estes educadores a pensarem neste formato? Os argumentos utilizados pelos autores para embasar a metodologia fundamentam-se na observação de que o formato de aula tradicional era incompatível com alguns estilos de aprendizagem apresentados pelos alunos. Desta forma, projetaram uma disciplina na qual os alunos realizavam, antes da aula, leituras de assuntos pertinentes, bem como assistiam a vídeos e apresentações em PowerPoint. Para garantir que os alunos estudassem o material, eles tinham que completar uma lista de exercícios gerada aleatoriamente e avaliada periodicamente, valendo nota. O tempo utilizado em sala de aula era então gasto em atividades que incentivavam os alunos a processar e aplicar os princípios estudados em mini palestras, resposta às perguntas dos demais alunos, experiências que um grupo de alunos tinha que resolver ou na discussão sobre resolução de problemas (VALENTE, 2014). Entenda melhor este processo acessando o link a seguir. Ele traz uma entrevista da educadora Andrea Ramal com um dos criadores do método. (Disponível em http://g1.globo.com/educacao/blog/andrea-ramal/post/sala-de-aula-invertida- faz-o-aluno-aprender-mais-diz-jonathan-bergmann-pioneiro-no-metodo.html. Acesso em 28 de junho de 2018.) • Assista ao vídeo a seguir para conhecer um projeto de implementação desta metodologia na cidade de Lorena – SP (Fonte: https://youtu.be/iaKzy4WzKK4. Acesso em 15 de maio de 2018.) A aplicação desta técnica requer que o docente prepare o material e o disponibilize aos alunos por meio de alguma plataforma on-line (vídeos, áudios, games, textos e afins) ou física (textos impressos) antes da aula, de modo que as atividades presenciais sejam mais qualificadas devido à prévia reflexão dos estudantes a respeito do tema que será abordado. Mas como isto é feito? • Assista ao vídeo “Planejamento de Flipped Classroom” para saber a respeito da preparação das aulas utilizando esta metodologia. (Fonte: https://youtu.be/cAmxaE6EjSQ. Acesso em 15 de maio de 2018.) Quanto aos estudantes, a demanda é outra: a abordagem da sala de aula invertida pressupõe que o aluno tenha se apropriado do conteúdo em seu tempo fora da classe, preferencialmente antes da aula presencial, para que possa acompanhar as discussões e alcançar um melhor aproveitamento das informações. Será que isto funciona? 45 •
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