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DIREITO FRANCÊS - TRABALHO

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CÓDIGO CIVIL FRANCÊS – O CÓDIGO NAPOLEÔNICO
	
	A Revolução Francesa em 1789 marca a vitória da burguesia francesa sobre a antiga nobreza fundiária e seus direitos feudais. No entanto era necessário um conjunto de leis, um código, que viesse a ratificar não apenas os direitos conquistados por essa burguesia, como também a extinguir os direitos e privilégios que foram dados por reis ou senhores feudais. Dessa forma, o código civil francês é a manifestação jurídica da vitória dessa burguesia. Napoleão Bonaparte, então Cônsul da França devido ao golpe conhecido como 18 Brumário – golpe que leva Napoleão ao poder – nomeia uma comissão especial para a elaboração do novo código, dos quais faziam parte, segundo Altman (2010): 
“J. J. Cambacérès (o segundo cônsul e seu homem de confiança) com a função de supervisionar a comissão encarregada do novo código, e os juristas Tronchet (coordenador), Bigot Du Pémameneu, Portalis e Malevile” (ALTMAN, Max, 2010)¹. 
	É importante salientar, inclusive, a escolha dos juristas, pois os dos primeiros, sendo do norte da França, eram especialistas em direito costumeiro. Os dois últimos, da região sul da França, eram especialistas em direito escrito. A união das duas visões torna o novo código um marco na história do direito internacional. Apesar de tentativas anteriores, como o Codex Maximilianeus bavaricus civilis (Reino da Baviera, 1756), o Allgemeines Landrecht (Reino da Prússia, 1792) e o Código Galiciano Ocidental (Galícia, à época parte da Áustria, 1797), em 21 de março de 1804 entra em vigor o Code Civil des Français (Código Civil Francês), o primeiro corpo de leis codificadas e com notória consistência política e que, por esse motivo, obtêm êxito e começa a influenciar os sistemas legais de diversos países. Sobre ele, Norberto Bobbio (1961) afirma:
	“Este projeto nasce da convicção de que possa existir um legislador universal [grifo do autor] (isto é, um legislador que dita leis válidas para todos os tempos e para todos os lugares)  e da exigência de realizar um direito simples e unitário [grifo do autor]. A simplicidade e a unidade do direito é o Leitmotiv [grifo do autor], a ideia de fundo, que guia os juristas, que nesse período se batem pela codificação. [2]
	Podemos averiguar, nas palavras de Bobbio, uma diferença do direito civil francês para com os demais códigos produzidos até então. O direito simples e unitário ratifica a ideia de que todos são iguais perante a lei, extinguindo qualquer privilégio jurídico que era dando anteriormente à nobreza. A convicção do legislador universal defende a premissa de que o legislador atenderá os anseios e interesses da coletividade, mesmo que não os defenda ideologicamente, evitando, dessa forma, legislar em causa própria ou conceder privilégios a uma determinada classe social.
	
ESTRUTURA E CARACTERÍSTICAS
	O código Napoleônico possui 2.281 artigos divididos em um título preliminar e três livros, sendo: 
Título Preliminar: Da publicação, dos efeitos e da aplicação das leis em geral (artigos 1 a 6);
Livro Primeiro: Das Pessoas (artigos 7 a 515);
Livro Segundo: Dos bens e das diferentes modificações da propriedade (artigos 516 a 710);
Livro Terceiro: Dos diferentes modos de adquirir a propriedade (artigos 711 a 2302).
	Quanto ao conteúdo, o Código Civil francês apresenta características que, até então, não haviam sido compiladas em nenhuma tentativa de código anterior:
Moderação: como citado anteriormente, os autores do código eram especialistas em direito costumeiro e direito escrito. Da junção dos dois pensamentos há uma conciliação do antigo direito francês com as ideias inovadoras advindas da Revolução Francesa;
 Texto prático: não houve, por parte dos juristas, uma grande preocupação com questões filosóficas. O enfoque deles foi a aplicação do código no cotidiano das pessoas;
Individualismo: dois terços do código foram destinados à propriedade. Dessa forma os críticos entendem que a principal preocupação da obra é com os interesses dos proprietários de bens imóveis, não abordando questões a respeito das pessoas jurídicas e das associações.
	
ANÁLISE DO CÓDIGO
	
	O código napoleônico fornece uma personalidade legislativa definida e um ponto de início de uma nova e definida forma de estabelecer o direito na França e posteriormente em toda a Europa. Pode-se citar como suas principais características, segundo destaca Pablo Briand (2012)³:
Unidade de Direito: No título preliminar há o ordenamento da unicidade da aplicação do código. Anteriormente, cada região da França tinha seu próprio código de leis, influenciada por diversos códigos, sendo o principal deles o Romano. Dessa forma havia uma forte influência do Jusnaturalismo, que começa a perder força dando lugar ao direito positivo; Unidade de Fonte Jurídica: Uma mesma autoridade deve ter competência para elaborar leis e decretos. Os tribunais apenas deverão interpretar as leis e suas modalidades; Independência do Direito: Implica na separação dos três poderes (executivo, legislativo e judiciário), proposta por Montesquieu; Evolução do Direito: O Direito deverá adaptar-se às mudanças de épocas e formas de pensar; Especificidade dos Códigos: Cada código deverá ocupar-se somente de um ramo do direito (civil, comercial, penal, criminal, etc); Princípio da Laicidade: O Direito civil deve ser independente do Direito Canônico e aberto a todas as religiões; Validação das Leis: As leis não poderão ser aplicadas até que sejam promulgadas, publicadas e conhecidas; Caráter Escrito da lei: A lei seja escrita e expressa da forma mais clara possível, no sentido de que qualquer cidadão possa entender; Individualidade de propriedade: A propriedade imóvel torna-se individualizada. As associações de moradores institucionais e outros negócios são eliminados; Liberdade de Trabalho: Os contratos de trabalho são de livre vontade entre empregador e contratado. Os sindicatos são eliminados; Matrimônio: o conceito de autoridade parental é retomado; A mulher está sob a tutela de seu marido, incapaz de prosseguir com ações civis ou jurídicas sem a sua permissão. O divórcio é autorizado para determinados casos, mediante acordo mútuo, mas bastante restritos; Herança: Deverá ser distribuída igualmente entre os sucessores; se elimina a figura da herança apenas para o primogênito e todos os filhos, incluindo as mulheres, são considerados iguais. Limita-se apenas aos pais a liberdade de alterar o testamento. 
	Como se pode perceber, a mulher perde alguns dos direitos conquistados no Direito Romano, voltando à condição de subserviência ao esposo. O Estado passa a ser laico, adotando não apenas a religião católica como oficial e permitindo ao cidadão a livre escolha do caminho que lhe levará a Deus. A característica Validação da Lei é a fundamentação tomada como base para a definição de direito positivo.
A ESCOLA DA EXEGESE
	A escola da exegese surge de uma discussão doutrinária acerca do art 4º do Código Napoleônico. O texto do artigo supracitado afirma que: “o juiz que se recusar a julgar, sob o pretexto de silêncio, obscuridade ou insuficiência da lei pode ser processado como culpado de negação de justiça” (Código Civil Francês, Art 4º). Tendo o juiz que tomar uma decisão, não importando as circunstâncias, surge a discussão doutrinária se a decisão está no próprio código, pressupondo a onipotência do legislador, ou se o juiz deve buscar a solução fora do ordenamento, aproximando-o ao retorno do direito natural. Nesse sentido, Elis Wendpap discorre:
“O artigo 4º do Código (sua redação e o modo como foi interpretado) demonstra o distanciamento dos pressupostos jusnaturalistas. Ao colocar que “o juiz que se recusar a julgar sob o pretexto do silêncio, da obscuridade ou da insuficiência da lei, poderá ser processado como culpável de justiça denegada”, os redatores do Código pretendiam fosse afastado o juízo de non liquet, buscando-se de alguma forma suprir a norma para solucionar o caso concreto. Para tanto, havia duas linhas de interpretação, a auto-regraçãoe a hetero-regração. A primeira, adotada pelos intérpretes do Código, considera que a solução está no próprio ordenamento, no sentido que a onipotência do legislador abarcou todas as soluções possíveis para eventuais obscuridades ou lacunas, por meio de princípios colocados em lei. É o positivismo jurídico em sentido estrito, que considera que o ordenamento é completo, completude da lei. A segunda admite que o aplicador busque a solução fora do ordenamento, que era o objetivo dos redatores, admitindo a interação do juiz com a lei, com o uso, por exemplo, da equidade, que seria um retorno (ou tratamento suplementar) ao direito natural. A auto-regração é a escola da exegese, que busca as soluções a partir da intenção do legislador, e contra a qual se opôs a escola científica do direito. A escola da exegese levou a uma interpretação passiva e mecânica do Código, em razão não apenas do próprio Código em sim, mas também do contexto em que estava inserido”. (WENDPAP, Elis, 2012) [4].	
	No discurso de Wendpap é possível averiguar uma ideologia que, anos mais tarde, influenciariam o pensamento de Hans Kelsen na defesa do Direito Positivo. Percebe-se também que a escola da exegese não respeita a intenção do legislador ao permitir que o juiz, sob obscuridade, silêncio ou insuficiência da lei possa buscar a solução fora do ordenamento jurídico, ou seja, um retorno ao jusnaturalismo. Aliás, negar o jusnaturalismo pode se tornar perigoso, um carro sem freios em uma autoestrada. Os maiores exemplos são os regimes totalitaristas, que positivaram suas leis para cometer todo tipo de barbáries contra a humanidade. Estavam os comandantes desses regimes respaldados pelas leis as quais mandaram positivar, e ignoraram o direito natural, que tem como pressuposto os valores do ser humano e sempre busca um ideal de justiça. Além disso, como citado anteriormente, os juristas escolhidos para a elaboração do código napoleônico reoresentavam ambas as visões: de um lado o direito costumeiro (jusnaturalismo) e de outro o direito escrito (juspositivismo). Se, na própria construção desse código é possível ver a intenção de Napoleão, excluir uma das visões é ignorar uma das essências do código, que é a de que nenhum conjunto de normas é capaz de abordar, na totalidade, todos os anseios e litígios da alma humana. 
O Direito Administrativo
	Teve os primórdios no positivismo francês, logo depois da Revolução Francesa de 1789, com a criação do Conselho de Estado em 1799 e com a Lei Pluviose do ano VIII, que foi elaborada para fazer a organização jurídica da administração pública francesa. Com essa Lei surgiu o Direito Administrativo na história das nações e em 1819 foi criada a primeira instancia acadêmica do Direito Público e Administrativo na França.
	A justiça na França é dividida em Justiça Judicial e Justiça Administrativa, o único de jurisdição bipartida¹(MORAND-Deviller, 2005. p. 13). O fato importante para essa dualidade foi o Principio da Separação dos Poderes, onde levou a criação da jurisdição administrativa em relação à jurisdição comum. Essa separação dos poderes proposta por Montesquieu foi essencial, pois distinguia três funções necessárias em um Governo da nação, as quais: a de fazer as leis, que pertencia ao Poder Legislativo; a de executar as leis, que pertencia ao Poder Executivo; e a de aplicar as leis que pertencia ao Poder Judiciário.
	Quatro são os princípios que norteiam o direito administrativo Francês: da separação das autoridades administrativas e judiciárias; das decisões executórias; o da legalidade; e o da responsabilidade do poder público²(BURDEAU, François, 1995, p. 87). Em cima da análise da jurisdição administrativa da França podemos dizer que exercem duas funções iguais: agem como a jurisdição administrativa, julgando as causas que envolvam questões administrativas e também como consultoria jurídica do Governo e da administração. 
	Os atos administrativos na época não poderiam ser julgados por juízes comuns, para os legisladores, isso era primordial para a essência da tripartição dos poderes, e com isso foi criado o Conselho de Estado, formados por membros da administração ativa, porém a jurisdição administrativa ainda possuía questões de subordinação com a administração ativa³(Gilissen, John, 1979, p. 415). Somente quase cem anos depois da criação do Conselho de Estado, com o advento da Lei de 24 de maio de 1872 é que se rompe a ligação com a administração pública ativa. Através desta decisão o Conselho de Estado definiu que toda decisão administrativa pode ser contestada perante um juiz administrativo. Por essa razão histórica, o conselho de estado é a própria essência da jurisdição administrativa4(BRANLARD. Jean-Paul. 2004 – p.43). 
	O direito administrativo no Brasil foi implantado desde 1854, inicialmente em São Paulo e Olinda, através das instâncias acadêmicas. O trabalho de jurisprudência do Conselho de Estado Francês lançou as bases dogmáticas do Direito Administrativo brasileiro. Tendo com os seus primeiros mestres da disciplina de Direito administrativo: Antonio Joaquim Ribas em São Paulo-SP, e Vicente Pereira do Rego em Olinda-Pe.
	O direito administrativo brasileiro absorve várias ideias do direito administrativo Francês, entre elas podemos destacar: a ideia de ato administrativo com atributo da auto-executoriedade; o principio da legalidade; a teoria dos contratos administrativos; o conceito de serviço público; as sucessivas teorias sobre responsabilidade civil do Estado.
CONTEXTO HISTÓRICO E DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO. 
Em meados do século XVII, ainda não existe na França uma Constituição escrita como documento único para organizar e controlar o poder do Estado. 
Até o século XVIII o poder legislativo estava sobre o domínio do rei que governava com poderes absolutos, controlando a economia, a justiça, a política e até mesmo a religião. “Tudo que o rei entendia dever impor como norma de Direito era lei”. Havia a falta de democracia, pois os trabalhadores não podiam votar, nem mesmo dar opiniões na forma de governo. Era o rei que formulava as leis e arbitrava como elas funcionariam. (JACQUELINE ROMÃO, 2003, p. 196).
A organização do Estado (absolutista ou autoritário) envolvia, além da vontade do governante, o direito divino, hábitos, tradições, costumes e algumas leis esparsas.
Na sociedade francesa faltavam condições mínimas para que um poder democrático pudesse subsistir. Crise econômica, guerra civil, ausência de tradição liberal, insatisfações gerais, insegurança entre outros, conspiravam contra a evolução das leis. 
Identifica-se nos séculos XVII e XVIII, um conjunto de revoluções na França que visavam por fim ao Antigo Regime, e especificamente em 1989 a Revolução Francesa e suas fases, sendo que a fase da Assembleia Nacional Constituinte (1798-1791), foi criada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. 
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão é descrita como: “a mais célebre e historicamente a mais importante das declarações de direitos” (JACQUELINE ROMÃO, 2003, p. 208).
Garantidora dos direitos naturais do homem, expressando direitos, como a liberdade e a propriedade, frente ao Estado, a Declaração dos Direitos do Homem, estabeleciam principalmente: 
“Todos os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos; O fim do poder é proteger esses direitos que são “liberdade, propriedade, segurança”, bem como combater a iniquidade e a injustiça; O poder existe, não no interesse dos que governam, mas no interesse dos governados; Todo homem goza do direito de agir, de pensar e de escolher sua religião; A lei é igual para todos.” (JACQUELINE ROMÃO, 2003, p. 208).
Desta forma, compreende-se que a Revolução Francesa significou o fim do sistema absolutista e dos privilégios da nobreza. Contribui para a transformação do direito, pois garantiu ao “povo” mais autonomia e os direitos individuais passaram a ser respeitados. Entretanto, a burguesia conduziu o processo de forma a garantir seus interesses, se afirmando comonova classe social. 
DIREITO PENAL FRANCÊS 
O Direito Penal Francês foi elaborado por Napoleão Bonaparte após o Código Civil, no ano de 1810. 
Existem poucas pesquisas sobre o assunto, no entanto, é possível enfatizar que o Código Penal Francês teve forte influência dos princípios vinculados na Declaração dos Direitos dos Homens, sendo marcado pela busca da proteção da liberdade, a limitação do poder dos governantes e a determinação da existência da lei como único instrumento capaz de limitar a liberdade das pessoas. 
Código Penal Napoleônico está diretamente vinculado à declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789),em decorrência deu-se o surgimento do movimento humanitário.
 Anteriormente a isto, as leis penais brasileiras tinham sido fundamentadas de acordo com a legislação portuguesa, o que fazia com que as penas fossem muito cruéis, como por exemplo: enforcamento, queima do réu vivo, dentre outras totalmente desumanas.
 Segundo Antonio de Azevedo Prof. da Faculdade de Direito da USP, o Brasil desde sua independência política, datada de 1822, procurou humanizar sua legislação penal que, a priori, estava atrelada a legislação portuguesa que tinham como base a intimidação feroz e a crueldade na aplicação das penas aos cidadãos que permaneceu em vigor até o advento do Código Criminal de 1830, que trazia os pensamentos liberais do iluminismo, do Código francês de 1810 e, do Código napolitano de 1819. 
Já em 1830 entra em vigor um novo Código Penal, depois de ter passado por fortes influências iluministas e liberais como o Código Civil Napoleão 1810. Notou-se esta grande influência a partir da Declaração Francesa de 1789.
É possível enfatizar que o Código Penal Brasileiro de 1940, vigente até os dias atuais, apesar de ter sido elaborado num período de regime ditatorial, incorpora em sua essencialidade as bases de um direito punitivo democrático e liberal, fruto do direito Francês que, aliado à Constituição Federal Brasileira de 1988 garantem a proteção e a inviolabilidade dos direitos dos cidadãos.
AS INFLUENCIAS DO CÓDIGO DE NAPOLEÃO NO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO 
No que refere ao Direito Brasileiro, as influências do direito francês foram e ainda são relevantes através de seus intelectuais e do seu Código Civil, o Código de Napoleão. 
No entanto não cabe aqui destacar a influencia dos intelectuais, mas sim, a influência do Código Napoleônico.
O Brasil desde o seu descobrimento até tempos após a sua independência viveu sobre o Ordenamento do Reino de Portugal, quando Portugal pois em vigor um código civil baseado e influenciado pelo modelo francês, o Brasil já não estava sobre seu domínio. 
No período pré-codificado, em que entre nós vigoravam ainda as Ordenações Filipinas, e mesmo no magistral “Esboço” de Teixeira de Freitas, não se pode dizer que o direito brasileiro gravitava, como tantos outros, em torno do Código Napoleão. Muito ao contrário, Freitas criticava e se afastava da doutrina francesa, insurgindo-se contra a separação do Direito Comercial e o Direito Civil. (SYLVIO CAPANEMA, 2004, p.26)
Teixeira de Freitas, um jurista baiano, com a sua obra conhecida como o “Esboço” de Teixeira de Freitas, era uma reação ao código de Napoleão.
A vontade do Brasil de ter seu Código Civil próprio, para que realmente se rompesse com o ordenamento português, demorou a ser criado. Apenas em 1916 é que nasce o primeiro código civil brasileiro, elaborado por Clóvis Bevilaqua, aos moldes do sec. XIX. 
No Código Civil Brasileiro encontram-se fortes semelhanças com o Código de Napoleão. No âmbito penal, podemos destacar a irretroatividade da lei e a questão temporal da lei, já no âmbito civil, adotou o sistema universal de bens e o preceito de responsabilidade civil por culpa. 
Como salienta Caio Silva, a teoria da responsabilidade civil subjetiva ou baseada na culpa foi consagrada nos códigos civis da modernidade (aqueles do século XIX), como o Código Civil francês de 1804. Tal codificação exerceu grande influência nas codificações cujo surgimento aparece depois, a exemplo do Código Civil Alemão e o Código Civil Brasileiro de 1916.
“Não se pode negar que no fundamental campo da responsabilidade civil o Código Francês de 1804 foi suporte e modelo para o nosso estatuto civil revogado, sendo certo que a regra moral e paradigmal do neminem laedere, segundo a qual a ninguém é permitido causar lesão a outrem, foi consagrada no seu art. 1382 ao dispor: Tout fait quelconque de l’homme, qui cause à autrui um dommage, oblige celui par la faute duquel il est arrivé, à leréparer (“Qualquer fato oriundo daquele que provoca um dano a outrem obriga aquele que foi a causa do que ocorreu a reparar este dano”). ( CAIO MARIO DA SILVA PEREIRA, 
No atual código civil de 2002, se afastou num pouco das influencias francesas, mas ainda é possível encontrar fortes vestígios, em varias vertentes jurídicas do direito brasileiro. “Quanto aos fatores jurídicos e morais, o direito brasileiro pertence, como todos os da América do Sul, ao grupo do direito francês. Ele se prende à mesma tradição do direito romano e aos mesmos preceitos do cristianismo e da civilização ocidental, mas se apresenta com incontestável originalidade.” (ARNOLDO WLAD, P.100,2004).
Dessa forma é possível perceber nitidamente que o direito brasileiro foi construído ao longo dos tempos como um “quebra-cabeça”, com influências Romano-Germanica, Francesa, Alemã e de outras nações que fizeram, faram e fazem parte daquilo que será ainda construído tanto no direito-norma, quanto no direito-doutrina. As mudanças ocorrerão de acordo com a evolução da sociedade.
REFERENCIAS
SYLVIO CAPANEMA DE SOUZA. Conferência proferida na Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro em 4 de junho de 2004, sob o título A influência do Código Civil Francês no Direito Brasileiro, por ocasião das festividades de comemoração do bicentenário do Código Civil Francês. In: Revista da Emerj– Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, v. 7, n. 26, p. 36-51, 2004.
 
ARNOLDO WALD. A evolução da responsabilidade civil e dos contratos no direito francês e brasileiro. Conferência proferida na Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro no dia 04.06.2004. In: Revista da Emerj – Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, v. 7, n. 26, p. 100, 2004.
www.jus.com.br/artigos/932/evolucao-historica-do-direito-penal 
www.idecrim.com.br/index.php/direito/13-direito-penal 
‎BOBBIO, Norberto. O positivismo jurídico: lições de filosofia do direito, p. 65
WENDPAP, Elis. Breve análise do histórico do positivismo jurídico, a partir da obra “positivismo jurídico”, de Norberto Bobbio. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XV, n. 97, fev 2012. Disponível em: <http://ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11154>. Acesso em nov 2014.
MORAND – Deviller. Cours de Droit Adminiistratif. Nèviéme editión. Montchestien, 2005);
BURDEAU, Francois. Histoire di Droit Administratif. Paris, 1995)
GILISSEN, John. Introduction Historique au Drit. As Bruvelles, 1979).
BRANLARD, Jean-Paul. L’essentiel de I’organisation judiciaire em France. Gualino éditeur, 2004).

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