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Partido Político

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1 
 
 
1-INTRODUÇÃO 
 
 Os partidos políticos são associações humanas que se consolidaram a 
partir no final do Século XIX, como veículo de exteriorização da vontade política 
dos cidadãos que, unidos por uma ideologia e interesses comuns, se 
organizam estavelmente com o intuito de compartilhar seus ideais perante a 
opinião pública e influenciar na orientação política do país. Porém, é de suma 
importância ressaltar, que muitos dos que são eleitos, buscam por seus 
próprios interesses, deixando de lado o verdadeiro intuito dos partidos políticos, 
Na busca por uma sociedade mais justa e igualitária, por esse motivo a 
sociedade têm buscado formas diretas de se fazer ouvir pelos 
Governos(Federal, Estadual e Municipal), mediante a ocupação do espaço 
público urbano para protestar e fazer reivindicações por maior participação 
democrática. 
 
 No que diz respeito ao Estado Democrático de Direito, é aquele pelo 
qual os poderes públicos estão regulados por leis, ou seja, a sociedade é 
governada de forma tal que ninguém está acima das leis do país. 
 
 A constituição de 1988, a fim de impedir o exercício ilegal do poder e o 
abuso de poder, estabeleceu a divisão de poderes,estabelecendo 
competências e prerrogativas próprias dos poderes: Legislativo, Executivo e 
Judiciário. Sendo que tais poderes são independentes e harmônicos entre si. 
 
 O presente trabalho tem por objetivo explanar a respeito dos Artigos 17, 
18 e 19 da Constituição da República Federativa do Brasil, que tratam dos 
partidos políticos e da organização político administrativa do estado, em que 
segundo oArt. 1º da CF, é formado pela união indissolúvel dos Estados e 
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático de direito 
e tem como fundamentos: 
 I -a soberania; 
 II -a cidadania; 
 III -a dignidade da pessoa humana; 
2 
 
 IV -os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
 V -o pluralismo político. E“Todo o poder emana do povo, que o exerce por 
meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.” 
(art. 1º, da CF/88). 
 Nosso trabalho foi embasado em uma pesquisa bibliográfica e visa 
discorrer de forma aprofundada a tudo que se refere aos devidos artigos. 
 
 
2- CONCEITO DE PARTIDO POLÍTICO 
 
É uma organização de pessoas reunidas em torno de um mesmo 
programa politico com a finalidade de assumir o poder e de mantê-lo ou 
influenciar na gestão da coisa publica através de criticas e oposição. 
Segundo José Afonso da silva é uma agremiação de um grupo social 
que se propõe a organizar, coordenar e instrumentar a vontade popular com o 
fim de assumir o poder para realizar seu programa de governo. 
 
 
 2.1-Regras Constitucionais. 
 
Refere-se à liberdade de organização não se trata de liberdade partidária 
absoluta, visto ser livre a criação, a fusão, a incorporação e a extinção dos 
partidos políticos regulados pela lei 9.096- 95, a Lei orgânicas dos partidos 
políticos, uma vez que deverão ser resguardados a soberania racional, regime 
democrática, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e 
observado os seguintes preceitos: 
A) Caráter nacional. 
B) Proibição de recebimento de percursos financeiros de entidade ou governo 
estrangeiro ou de subordinação a este. 
C) Prestação de contas a justiça eleitoral. 
D) Funcionamento parlamentar de acordo com a lei. 
E) Vedação da utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar. 
 
3 
 
É assegurado aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura 
interna, organização e funcionamento, devendo constar dos estatutos 
partidários normas a respeito da fidelidade e disciplina partidária, podendo, 
inclusive prever sanções (como advertência, exclusão...). Em caso da 
infidelidade partidária (desrespeito as regras dos estatutos, objetivos, diretrizes, 
ideias...), não podendo nunca, porém, ensejar a perda do mandato, cujas 
hipóteses estão taxativamente previstas no art. 15 da CF, que repudia de forma 
expressa, a cassação de direitos políticos. 
 
 
 
3. DOS PARTIDOS POLITICOS 
 
3.1- Criação e Registro Civil 
 
No Brasil, o partido politico é considerado pessoa jurídica de Direito 
Privado obrigada a se inscrever no CNPJ. 
Para ser criado, o Partido, precisa registrar seu Estatuto no cartório de Registro Civil 
das Pessoas Jurídicas da Capital Federal e outro no Tribunal Superior Eleitoral. 
 
3.2- Criações dos partidos 
 
1º passo – Fundação. 
 
O primeiro passo para a criação de um partido é a reunião de fundação na 
qual pelo menos 101 eleitores, com domicílio eleitoral em no mínimo, um terço 
dos Estados Brasileiros, deverão elaborar o programa e o estatuto do partido a 
ser criado, bem como eleger seus dirigentes nacionais provisórios. 
 Em seguida, deverá ser providenciada a publicação do inteiro teor do programa 
e do estatuto no Diário Oficial da União. 
 
2º passo – Aquisição da personalidade jurídica/Registro civil. 
 
4 
 
O segundo passo é a aquisição da personalidade jurídica com 
requerimento deregistro dirigido ao cartório competente do registro civil das 
pessoas jurídicas, da capital federal. 
Esse requerimento deve ser subscrito pelos 101 cidadãos fundadores e 
deve ser acompanhado de: 
Cópia autêntica da ata da reunião de fundação do partido; 
Exemplar do Diário Oficial da União que publicou, no seu inteiro teor, o 
programa e o estatuto; 
Relação de todos os fundadores com o nome completo, naturalidade, 
número do título eleitoral com a zona, seção, município e unidade da 
Federação, profissão e endereço de residência; e Indicação do nome e função 
dos dirigentes provisórios e endereço da sede nacional do partido que deve ser 
na capital federal. 
Satisfeitas tais exigências, o oficial do registro civil efetua o registro no 
livro correspondente e expede uma certidão com a transcrição integral da 
anotação do registro do partido no cartório. 
 
3º passo – Informação aos tribunais regionais. 
 
O terceiro passo é a informação aos Tribunais Regionais Eleitorais, que 
deve ser feita sob a forma de requerimento, acompanhado da certidão do 
registro civil e, ainda,conter a formação da comissão provisória ou nomes das 
pessoas responsáveis pelo partido no respectivo Estado. Essas pessoas se 
incumbirão de providenciar as listas ou formulários de assinaturas do 
apoiamento mínimo. 
 
4º passo – Apoiamento mínimo. 
 
O quarto passo é a obtenção do apoiamento mínimo, que deve ser 
realizado por meio da coleta de assinaturas dos eleitores, em listas ou 
formulários organizados pelo partido para cada zona eleitoral. O número total 
das assinaturas deve corresponder a, pelo menos, 0,5% dos votos dados na 
última eleição geral para a Câmara dos Deputados, não computados os votos 
5 
 
em branco e os nulos, distribuídos por 1/3, ou mais, dos estados, com um 
mínimo de 0,1% do eleitorado que votou em cada um deles. 
 
5º passo – Registro nos Tribunais Regionais Eleitorais. 
 
Depois de obtido o apoiamento mínimo e constituídos, definitivamente, 
os órgãos de direção municipal e estadual (também denominado regional), o 
presidente do órgão estadual solicitará o registro no respectivo tribunal 
regional, por meio de requerimento, o qual deverá estar acompanhado de: 
Exemplar autenticado do inteiro teor do programa e do estatuto 
partidários, inscritos no cartório competente; Certidão de inteiro teor do registro 
do partido no cartório civil; Certidões fornecidas pelos cartórios eleitorais que 
comprovem ter o partido político em formação obtido, no respectivo estado, o 
apoiamentomínimo de eleitores; eProva da constituição definitiva dos órgãos 
de direção regional e municipais, com a designação de seus dirigentes, de 
acordo com o estatuto.Registro no Tribunal Superior EleitoralRegistrados os 
órgãos de direção regional em, pelo menos, 1/3 dos estadosbrasileiros, o 
presidente nacional do partido solicitará ao Tribunal Superior Eleitoral o registro 
do estatuto partidário e do respectivo órgão de direção nacional. Esse pedido 
deverá ser acompanhado dos seguintes documentos: 
Exemplar autenticado do inteiro teor do programa e estatuto partidário, 
inscritos no registro civil da capital federal; 
Certidão de inteiro teor do registro do partido político no cartório civil das 
pessoas jurídicas; 
Certidões expedidas pelos Tribunais Regionais Eleitorais que 
comprovem ter o partido obtido, em cada estado, apoiamento mínimo 
deeleitores; e Prova da constituição definitiva do órgão de direção nacional, 
com a designação de seus dirigentes. 
É necessário ressaltar que só após o registro do seu estatuto no Tribunal 
Superior Eleitoral é que o partido pode participar do processo eleitoral, receber 
recursos do Fundo Partidário, ter acesso gratuito ao rádio e à televisão e ter 
assegurada a exclusividade de sua denominação, sigla e símbolos. 
 
6 
 
4-REDE SUSTENTABILIDADE 
 
Segundo uma reportagem de um veículo de comunicação de grande 
porte nacional, o TSE negou o pedido de registro do partido de Marina Silva, a 
Justificativa dos ministros foi de que Rede Sustentabilidade não conseguiu 
assinaturas suficientes. 
 
“Dona de quase 20 milhões de votos na última eleição para o cargo de 
presidente da República, em 2010, a ex-senadora Marina Silva viu naufragar 
nesta quinta-feira o sonho de criar um partido próprio para disputar o pleito do 
ano que vem. Por 6 votos a 1, os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) 
rejeitaram o pedido de registro da Rede Sustentabilidade. O principal 
argumento foi o número de assinaturas abaixo do mínimo exigido por lei. 
Ao rejeitar o pedido de criação do partido de Marina Silva, a relatora do 
processo, ministra Laurita Vaz, afirmou que é “inconciliável” o pedido para que 
fossem validadas 95 mil assinaturas rejeitadas, pleito de Marina e seus 
correligionários. Ela explicou que a ex-senadora deveria ter questionado as 
anulações diretamente nos cartórios.” 
 “É inconciliável o requerimento da requerente de que se procedesse ao 
reconhecimento das assinaturas por presunção”, afirmou a ministra. 
 Ainda segundo Laurita Vaz, cabia ao partido comprovar a validade das 
assinaturas e não aos cartórios. “Não há como admitir que a falta de uma 
oportuna verificação pelo próprio partido das 95 mil assinaturas perante cada 
cartório esteja suprido nos presentes autos. Isso porque incumbe ao 
responsável pelos partidos a verificação dos motivos do acolhimento parcial 
das assinaturas”, completou. 
 
 
5. FUNCIONAMENTO PARLAMENTAR 
 
O funcionamento parlamentar é o direito que possuem os partidos 
políticos de se fazerem representar como tal nas casas legislativas. Consiste 
no direito de seus membros se organizarem em bancadas, sob a direção de um 
7 
 
líder de sua livre escolha, e de participarem das diversas instâncias da casa 
legislativa. 
 Art. 12. O partido político funciona, nas Casas Legislativas, por 
intermédio de uma bancada, que deve constituir suas lideranças de acordo 
com o estatuto do partido, as disposições regimentais das respectivas Casas e 
as normas desta Lei. 
 Art. 13. Tem direito a funcionamento parlamentar, em todas as Casas 
Legislativas para as quais tenha elegido representante, o partido que, em cada 
eleição para a Câmara dos Deputados obtenha o apoio de, no mínimo, cinco 
por cento dos votos apurados, não computados os brancos e os nulos, 
distribuídos em, pelo menos, um terço dos Estados, com um mínimo de dois 
por cento do total de cada um deles. (Vide Adinsnºs 1.351-3 e 1.354-8 ) 
 
 
6. DO PROGRAMA E DO ESTATUTO 
 
Conjunto de normas que fixam os objetivos, a estrutura interna, a 
organização e o funcionamento do partido político. 
Art. 14. Observadas as disposições constitucionais e as desta Lei, o 
partido é livre para fixar, em seu programa, seus objetivos políticos e para 
estabelecer, em seu estatuto, a sua estrutura interna, organização e 
funcionamento. 
 Art. 15. O Estatuto do partido deve conter, entre outras, normas sobre: 
 I - nome, denominação abreviada e o estabelecimento da sede na Capital 
Federal; 
 II - filiação e desligamento de seus membros; 
 III - direitos e deveres dos filiados; 
8 
 
 IV - modo como se organiza e administra, com a definição de sua 
estrutura geral e identificação, composição e competências dos órgãos 
partidários nos níveis municipal, estadual e nacional, duração dos mandatos e 
processo de eleição dos seus membros; 
 V - fidelidade e disciplina partidárias, processo para apuração das 
infrações e aplicação das penalidades, assegurado amplo direito de defesa; 
 VI - condições e forma de escolha de seus candidatos a cargos e funções 
eletivas; 
 VII - finanças e contabilidade, estabelecendo, inclusive, normas que os 
habilitem a apurar as quantias que os seus candidatos possam despender com 
a própria eleição, que fixem os limites das contribuições dos filiados e definam 
as diversas fontes de receita do partido, além daquelas previstas nesta Lei; 
 VIII - critérios de distribuição dos recursos do Fundo Partidário entre os 
órgãos de nível municipal, estadual e nacional que compõem o partido; 
 IX - procedimento de reforma do programa e do estatuto. 
 Art. 15-A. A responsabilidade, inclusive civil e trabalhista, cabe 
exclusivamente ao órgão partidário municipal, estadual ou nacional que tiver 
dado causa ao não cumprimento da obrigação, à violação de direito, a dano a 
outrem ou a qualquer ato ilícito, excluída a solidariedade de outros órgãos de 
direção partidária. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009) 
 Parágrafo único. O órgão nacional do partido político, quando 
responsável, somente poderá ser demandado judicialmente na circunscrição 
especial judiciária da sua sede, inclusive nas ações de natureza cível ou 
trabalhista. (Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013) 
 
7. DA FILIAÇÃO PARTIDÁRIA 
 
9 
 
Filiação partidária é o ato pelo qual o eleitor formalmente manifesta sua 
adesão ao programa de um partido político. É uma das condições de 
elegibilidade, está prevista no inciso V do §3º do art. 14 da Constituição 
Federal (filiação por, no mínimo, um ano antes da eleição). 
 
7.1- Condição para filiação a partido. 
 
Pode filiar-se a partido o eleitor que estiver no pleno gozo dos seus 
direitos políticos, segundo a expressa redação do art. 16 da Lei nº 9.096/95 
(leia o artigo). 
Não obstante a clara redação do dispositivo acima citado, a 
jurisprudência do TSE consolidou-se no sentido de que o eleitor considerado 
inelegível também pode filiar-se a partido político (AC-TSE nºs 12.371/92, 
23.351/04; 22.014/04). Diante da jurisprudência formada, a Resolução TSE nº 
23.117/09, em seu art. 1º, admitiu expressamente a filiação partidária de eleitor 
inelegível. 
Em resumo, temos a seguinte situação atualmente: apenas eleitores no 
pleno gozo dos direitos políticos podem filiar-se a partido político, sendo que 
essa exigência é afastada unicamente no caso de inelegibilidade, que apesar 
de retirar do eleitor a plenitude dos direitos políticos, não impede a sua filiação. 
Além da necessidade de estar no pleno gozo dos direitos políticos, o eleitor 
deveverificar se atende às regras e condições estabelecidas no estatuto do 
partido. 
 
7.2- Procedimento de filiação. 
 
O art. 17 da Lei nº 9.096/95 assevera que “considera-se deferida, para 
todos os efeitos, a filiação partidária, com o atendimento das regras 
estatutárias do partido”. 
A análise e deferimento do requerimento de filiação a partido político 
ocorre, em termos objetivos e impessoais, sem casuísmos. O dirigente 
partidário não pode impor restrições suas à filiação de qualquer eleitor. Todas 
as regras referentes à filiação devem ser prévia e obrigatoriamente 
estabelecidas no estatuto do partido (Lei nº 9.096/95, art. 15, II). 
10 
 
Atendidas as regras estatutárias, o eleitor tem direito subjetivo de filiar-se ao 
partido. 
O partido, ao deferir a filiação, entrega ao interessado um comprovante 
da filiação, de acordo com o modelo adotado. Esse comprovante é a prova de 
que o eleitor está filiado ao partido e terá enorme importância na hipótese de o 
partido, por desídia ou má-fé, deixar de enviar o nome do eleitor na lista de 
filiados. Esse tema será trabalhado com mais detalhes no item sobre relações 
de filiados. 
O requerimento de filiação, em regra, deve ser dirigido ao órgão de 
direção municipal do partido. Quando, por alguma razão, for realizado perante 
os órgãos de direção nacional ou regional, o órgão de direção partidário 
correspondente à Zona Eleitoral de inscrição do eleitor deve ser informado, 
para que possa, na época apropriada, informar à Justiça Eleitoral a filiação do 
eleitor, por intermédio da inclusão do mesmo na relação de filiados que é 
encaminhada à Justiça Eleitoral nos meses de abril e outubro de cada ano (Lei 
nº 9.096/95, art. 19 e Resolução TSE 21.707/04). 
 
7.3- Vedação de atividade político-partidária. 
 
Em alguns casos, mesmo estando no pleno gozo dos direitos políticos, 
alguns profissionais, em razão das especificidades de suas carreiras, são 
impedidos de filiar-se a partido político. 
A filiação partidária é vedada a: 
- militares em serviço ativo (CF/88, art. 142, V); 
- membros do Ministério Público (CF/88, art.128, §5º, II, “e”); 
- magistrados (CF/88, art. 95, p. único, III); 
- membros do Tribunal de Contas da União (CF/88, art. art. 73, §§ 3º e 4º); 
- membros da Defensoria Pública (LC nº 80/94, arts. 46, V, 91, V, 10, V); 
- servidores da Justiça Eleitoral (CE, art. 366). 
Faço a ressalva de que os membros do Ministério Público que 
ingressaram na carreira antes da Constituição Federal de 1988 puderam optar 
pelo regime jurídico anterior ao da LC nº 75/93, nos termos do §3º do art. 29 do 
ADCT e parágrafo único do art. 281 da LC nº 75/93. Quem fez essa opção 
continuou mantendo a prerrogativa de filiar-se a partido político. 
11 
 
 Destaque-se, no entanto, que se trata de exceção, já que a regra atual é 
a vedação de atividade político-partidária a membro do Ministério Público. 
 
7.4- Relações de filiados. 
 
Como já foi dito, a filiação partidária é uma condição de elegibilidade. 
O eleitor, para ser candidato, deve estar filiado a partido político pelo menos 
um ano antes da data fixada para a eleição, sendo que o partido dispõe da 
prerrogativa de aumentar ainda mais esse prazo por intermédio do seu 
estatuto. 
Mas como a Justiça Eleitoral, ao analisar o requerimento de registro de 
candidato, poderá ter certeza de que o prazo de filiação realmente foi 
respeitado? 
A resposta está no art. 19 da Lei nº 9.096/95: 
Art. 19. Na segunda semana dos meses de abril e outubro de cada ano, 
o partido, por seus órgãos de direção municipais, regionais ou nacional, deverá 
remeter, aos juízes eleitorais, para arquivamento, publicação e cumprimento 
dos prazos de filiação partidária para efeito de candidatura a cargos eletivos, a 
relação dos nomes de todos os seus filiados, da qual constará a data de 
filiação, o número dos títulos eleitorais e das seções em que estão inscritos. 
Caso o partido não envie a relação de filiados na data própria, fica 
valendo a relação anterior, que é considerada inalterada. Por exemplo: o 
partido não encaminha, no mês de outubro, a relação de filiados, de modo que 
permanecerá válida para todos os efeitos e considerada inalterada a relação 
encaminhada no mês de abril (leia o §1º da art. 19 da Lei nº 9.096/95). 
Nesse contexto, imaginemos a seguinte situação: 
João, pretendendo ser candidato a vereador na eleição que ocorrerá em 
07/10/2012, filia-se ao Partido X em 30/09/2011, de modo a respeitar o prazo 
de um ano de filiação partidária. 
Não obstante à diligência de João, o Partido X, por desídia ou má-fé, 
não encaminha a sua lista de filiados para a Justiça Eleitoral no mês de outubro 
de 2011, razão pela qual permanece válida e inalterada a lista enviada 
anteriormente, em abril de 2011, quando João ainda não constava no rol de 
filiados do partido. 
12 
 
Diante dessa situação, em que João filiou-se ao Partido X mais de um 
ano antes da eleição, mas não houve envio da lista com o seu nome à Justiça 
Eleitoral, como ele poderá comprovar ao Juiz Eleitoral que cumpriu a condição 
de elegibilidade referente à filiação partidária? 
Em situações assim, comprovado o prejuízo por desídia ou má-fé, o 
filiado poderá requerer ao Juiz Eleitoral que intime o partido para que envie a 
lista com os dados do filiado no prazo que fixar não superior a 10 (dez) dias 
(Lei nº 9.096/95, art. 19, §2º). 
Essa lista que o partido encaminha à Justiça Eleitoral depois de intimado 
pelo magistrado chama-se “lista especial”. 
Para comprovar ao Juiz que de fato está filiado ao partido, o eleitor 
poderá instruir o seu requerimento com o comprovante de filiação que lhe foi 
entregue no momento da filiação (Lei nº 9.096/95, art. 17, parágrafo único). 
Surge uma questão: Ora, se o filiado recebe do partido um comprovante 
no momento em que sua filiação é deferida, por que não utilizar esse 
comprovante para fazer prova de que respeitou o prazo de filiação de um ano 
antes da eleição? Não seria mais prático do que esse procedimento ora 
estudado? 
A dúvida ganha um relevo ainda maior quando se consulta a Súmula 
TSE nº 20, que diz o seguinte: “A falta do nome do filiado ao partido na lista por 
este encaminhada à Justiça Eleitoral, nos termos do art. 19 da Lei nº 9.096, de 
19.9.95, pode ser suprida por outros meios de prova de oportuna filiação”. 
Em que pese o acima exposto, o fato é que “a prova de filiação 
partidária, inclusive com vistas à candidatura a cargo eletivo, será feita com 
base na última relação oficial de eleitores recebida e armazenada no sistema 
de filiação” (Resolução TSE nº 23.117/09, art. 21. Ver também Resolução TSE 
nº 19.406/95,art. 36, §6º). 
Ademais, quanto à aplicação da Súmula TSE nº 20, a jurisprudência é 
no seguinte sentido:“[...]. Filiação partidária. Documentos produzidos 
unilateralmente. Ausência de fé pública. Súmula nº 20/TSE. Não incidência. 
Indícios. Irregularidades. Assinaturas. [...].Documentos produzidos 
unilateralmente por partido político ou candidato – na espécie, ficha de filiação, 
ata de reunião do partido e relação interna de filiados extraída do respectivo 
sistema – não são aptos a comprovar a filiação partidária, por não gozarem de 
13 
 
fé pública. Não incidência da Súmula nº 20/TSE. [...].” 
(TSE – Ac. de 6.10.2010 no AgR-REspe nº 338745, rel. Min. Aldir Passarinho 
Junior.) 
Assim, a lista é necessária, independentemente da existência de 
comprovante de filiação. O eleitor pode fazer uso do comprovante de filiação 
para provar ao Juiz que tem direito de ser incluído na lista a ser enviada pelo 
partido, mas não para substituí-la como meio de prova do tempo de filiação 
partidária.A lista é tão importante porque é inserida no sistema informatizado que, 
no momento do registro do candidato, faz o cruzamento das informações e 
verifica automaticamente se o eleitor alcançou, ou não, todas as condições de 
elegibilidade (sem prejuízo, é claro, da posterior e obrigatória análise subjetiva 
do Juiz, no exercício do seu poder-dever de prestar jurisdição). 
Por derradeiro, cumpre destacar que a Resolução TSE nº 21.707/04 
estabelece que a regra é o órgão de direção municipal correspondente à Zona 
Eleitoral do filiado encaminhar as listas à Justiça Eleitoral, nos meses de abril e 
outubro de cada ano. Contudo, não é vedado que as listas sejam enviadas 
pelos órgãos regional ou nacional, desde que declarem expressamente que o 
envio foi feito em nome do partido e que a lista contém todos os filiados no 
município. 
Caso o cartório eleitoral, no prazo legal, receba mais de uma lista 
oriunda de órgãos diferentes do mesmo partido (uma do diretório regional e 
outra do municipal, por exemplo), o Juiz deverá intimar ambos os envolvidos 
para sanarem a divergência no prazo de até 10 (dez) dias, sob pena de ficar 
valendo a primeira lista enviada. 
 
7.5- Desligamento do partido. 
 
Há duas maneiras de o filiado desligar-se do partido: 
a) por iniciativa dopróprio filiado; 
b) por iniciativa do partido. 
Para desligar-se por iniciativa própria, o filiado faz comunicação escrita 
ao órgão de direção municipal do partido e ao Juiz Eleitoral da Zona em que for 
14 
 
inscrito. Decorridos dois dias da entrega da comunicação a ambos, o vínculo 
torna-se extinto para todos os efeitos. 
Veja que não se trata de requerimento de desfiliação, pois o partido não 
pode negar a saída do filiado. Trata-se apenas de uma comunicação por 
escrito da desfiliação. 
Mas e se não houver órgão de direção do partido no município, a quem 
o filiado fará a comunicação de desfiliação? 
A Resolução TSE nº 23.117/2009, em seu art. 13, §5º, permite que a 
comunicação seja feita apenas ao Juiz da Zona Eleitoral em que o filiado for 
inscrito, na hipótese de inexistência de órgão municipal do partido ou 
comprovada impossibilidade de localização do seu representante. Frise-se: 
apenas nessas duas possibilidades admite-se comunicação exclusivamente ao 
Juiz Eleitoral. Em qualquer outra situação a comunicação deve ser feita 
obrigatoriamente a ambos: Juiz e órgão de Direção Municipal. 
O desligamento por iniciativa do partido ocorre em algumas situações 
previstas em lei, quando deve haver o cancelamento imediato da filiação. As 
situações estão elencadas no art. 22 da Lei nº 9.096/95: 
I – morte, 
II – perda dos direitos políticos, 
III – expulsão, 
IV – outras formas previstas no estatuto, com comunicação obrigatória ao 
atingido no prazo de quarenta e oito horas. 
Observe que apenas a perda dos direitos políticos gera o imediato 
cancelamento da filiação, não a suspensão dos direitos políticos. 
No caso de expulsão do filiado ou de cancelamento da filiação por conta 
de outras formas previstas no estatuto, deve ser facultado ao interessado, 
antes do cancelamento, o exercício do contraditório e da ampla defesa. Ou 
seja: o cancelamento imediato ocorre após a decisão do partido, que deverá 
ser precedida de oportunidade de contraditório e ampla defesa. 
 
7.6- Dupla filiação partidária. 
 
15 
 
O nosso ordenamento jurídico, com a finalidade de evitar que a dupla 
filiação partidária desvirtue o certame eleitoral, veda que o eleitor possua, ao 
mesmo tempo, mais de uma filiação partidária. 
Ora, se o eleitor pudesse filiar-se regularmente a mais de um partido 
concomitantemente, poderia, então, candidatar-se por mais de um partido, o 
que causaria uma grande desordem no pleito, além de contrariar toda a lógica 
partidária, já que não poderia defender simultaneamente, perante o eleitorado, 
duas ideologias distintas ou até mesmo conflitantes. 
O art. 320 do Código Eleitoral considera crime o eleitor filiar-se a mais de 
um partido (leia o artigo). 
O parágrafo único do art. 22 da Lei nº 9.096/1995 trata da questão nos 
seguintes termos: 
Art. 22. (…) 
Parágrafo único. Quem se filia a outro partido deve fazer comunicação ao 
partido e ao juiz de sua respectiva Zona Eleitoral, para cancelar sua filiação; se 
não o fizer no dia imediato ao da nova filiação, fica configurada dupla filiação, 
sendo ambas consideradas nulas para todos os efeitos. 
Como se observa, no momento em que o eleitor se filia a um segundo 
partido político sem providenciar, no máximo até o dia imediato a segunda 
filiação, a desfiliação da primeira agremiação, ambas as filiações são, por força 
de lei, consideradas nulas para todos os efeitos. 
A decisão judicial que declara a nulidade das filiações é precedida de 
regular processo administrativo, que segue o rito do art. 12 da Resolução TSE 
nº 23.117/09. 
O recurso da decisão que declara a nulidade das filiações em 
duplicidade não tem efeito suspensivo, nos termos do art. 257 do Código 
Eleitoral. 
 
8- DA FIDELIDADE E DA DISCIPLINA PARTIDÁRIAS. 
 
A temática relacionada à fidelidade partidária provocou diversos debates 
no cenário político por muitos anos. Discutia-se, inicialmente, se o mandato 
eletivo pertencia à agremiação partidária ou se seria um direito subjetivo do 
16 
 
candidato, independentemente do fato de ter este sido eleito em razão da 
contribuição dos votos de legenda ou do aproveitamento de sobras partidárias. 
O assunto ficou restrito, pelo lustro que se seguiu à promulgação da Carta 
Política, à disciplina interna dos partidos, pois a Constituição sempre se referiu 
ao princípio da fidelidade partidária em seu artigo 17, § 1º, dispondo que o 
estatuto do partido é que deveria "estabelecer normas de disciplina e fidelidade 
partidária". 
 
Contudo, o artigo 26 da Lei nº 9.096/95 ("Lei dos Partidos Políticos") 
inovou ao estabelecer que o parlamentar que deixasse o partido sob cuja 
legenda tivesse sido eleito deveria perder a função ou cargo que exercesse na 
respectiva Casa Legislativa. Tal previsão legal, apesar de extremamente 
cristalina, permaneceu sem aplicação em face de um entendimento do 
Supremo Tribunal Federal que se protraiu no tempo, segundo o qual a 
infidelidade partidária não repercutiria sobre o mandato eletivo. Desse modo, a 
sanção partidária máxima, para atos de infidelidade, era a exclusão dos 
quadros do partido. O mandato, nessa concepção, se ligava ao patrimônio 
subjetivo do candidato eleito, pois quando este mudava de partido levava 
consigo o direito de continuar exercendo o cargo para o qual tinha sido eleito. 
 O Tribunal Superior Eleitoral, em 2007, ao responder à Consulta nº 
1.398, do Partido da Frente Liberal (PFL), atualmente Democratas (DEM), 
fixou, por maioria, entendimento contrário ao que vigia na Excelsa Corte. Para 
o TSE, "os partidos políticos e as coligações conservam direito à vaga obtida 
pelo sistema eleitoral proporcional, quando houver pedido de cancelamento de 
filiação ou transferência de um candidato eleito por um partido para outra 
legenda". Houve confirmação desse entendimento, relativamente ao mandato 
obtido pelo sistema majoritário, na resposta que a referida Corte prestou à 
Consulta nº 1.407. 
Ao julgar os Mandados de Segurança nº 26.602, nº 26.603 e nº 26.604, 
o Supremo Tribunal Federal ratificou a orientação jurisprudencial inaugurada 
pelo TSE, no sentido de que o mandato eletivo, obtido tanto pelo sistema 
proporcional, como pelo majoritário, pertence ao partido político ou coligação, 
possibilitando a essas agremiações pleitear, perante a Justiça Eleitoral, a 
17 
 
decretação da perda do mandato eleitoral em decorrênciada desfiliação 
partidária. 
O Supremo Tribunal Federal, apesar de ter definido que o mandato 
pertence ao partido político ou à coligação, deixou a cargo do Tribunal Superior 
Eleitoral a fixação de hipóteses em que o desligamento pode ocorrer por justa 
causa. Nesses casos, o candidato eleito pode permanecer em exercício do 
mandato independentemente de sua desfiliação. Essas situações são as 
definidas no artigo 1º da Resolução TSE nº 22.610/07, que possui o seguinte 
teor: “Art. 1º - O partido político interessado pode pedir, perante a Justiça 
Eleitoral, a decretação da perda de cargo eletivo em decorrência de desfiliação 
partidária sem justa causa”. 
§ 1º - Considera-se justa causa: 
I)incorporação ou fusão do partido; 
II)criação de novo partido; 
III)mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário; 
IV) “grave discriminação pessoal.” 
Patente está, ante a norma transcrita, que nenhum candidato perderá o 
seu mandato caso peça desfiliação para criar novo partido (artigo 1º, §1º, inciso 
II, da Resolução TSE 22.610). Observa-se, no entanto, que das quatro 
hipóteses elencadas pela Justiça Eleitoral somente essa se relaciona com 
conduta a ser perpetrada pelo representante eleito, e não a um proceder 
atribuível à agremiação partidária. É que o desligamento para criação de novo 
partido, quando não acompanhado de perseguição pessoal, mudança no 
programa, fusão ou incorporação do partido já existente, é decisão unilateral e 
espontânea do filiado. 
 
Os partidos podem reclamar à Justiça Eleitoral a devolução do cargo 
eletivo. Mas apenas os tribunais podem decretar se houve justa causa na 
desfiliação, contudo o estatuto do partido deve conter normas sobre fidelidade 
e disciplina partidárias e processo para apuração das infrações e aplicação das 
penas, assegurando amplo direito de defesa. Os partidos podem impor 
sanções aos que na atuação parlamentar afrontem as diretrizes partidárias, 
pelo voto ou atitude. O eleito pode ser temporariamente afastado da bancada, 
ter o direito de voto suspenso nas reuniões internas ou perder as prerrogativas, 
18 
 
cargos e funções que exerça em decorrência da representação e da proporção 
partidária. 
 
 
9. DA FUSÃO. 
 
 A fusão partidária é o fenômeno pelo qual dois ou mais partidos fundem-
se num só partido, por decisão de seus órgãos nacionais de deliberação, no 
qual nascerá uma pessoa jurídica de direito privado, gerando um novo partido 
com novo estatuto, acarretando a extinção das pessoas jurídicas fundidas que 
terão os seus respectivos registros cancelados junto ao TSE e ao registro civil, 
valendo o mesmo pelos seus estatutos. 
A fusão vislumbra alguns efeitos que refletem em outras questões de 
suma importância: 
Primeiramente, os membros deverão estar filiados para concorrer as 
eleições pelo menos um, ou antes, da data fixada para as eleições, conforme 
art.18 da lei 9.096/95, pois é a condição de elegibilidade constitucional, vide art. 
14,3º, inciso V, da CF/88. 
Deve-se investigar acerca dos votos obtidos pelos partidos políticos 
participantes da fusão, na ultima eleição geral para a câmara dos deputados, 
de modo que deverão ser somadas para efeito de: Funcionamento 
Parlamentar, de distribuição de recursos do fundo partidário e também do 
acesso gratuito ao radio e tv (art. 29, 6,LOPP). Tal regra é de suma 
importância, vez que 95% do total arrecadado do fundo partidário, serão 
distribuídos aos partidos políticos na proporção dos votos obtidos na ultima 
eleição geral para a Câmara dos Deputados. 
 
10- INCORPORAÇÃO. 
 
 Ocorre quando uma organização partidária mediante deliberação por 
maioria dos votos do órgão nacional de deliberação convenção ou assembleia 
adota o estatuto e programa de outra agremiação. 
19 
 
Depois que o partido incorporado deliberar pela adoção do programa e 
estatuto do partido incorporador, os órgãos de deliberação de ambos, 
conjuntamente elegerão o novo órgão de direção nacional. 
O instrumento de incorporação deve ser averbado no cartório de registro 
civil e no TSE, após a averbação o partido incorporado deixa de existir. 
 
11- EXTINÇÃO. 
 
Um partido politico pode ser extinto por iniciativa própria, mediante 
deliberação de seus membros, na forma prevista em seu estatuto, que deve 
prever as formalidades e o quórum necessário para essa deliberação, ou 
também compulsoriamente, por decisão do TSE, transitado em julgado 
determinando o cancelamento do registro civil e do estatuto do partido. Neste 
caso, há de ficar provado que o partido cometeu uma das seguintes ilicitudes 
(art.28) 
I- Ter recebido ou esta recebendo recursos financeiros de procedência 
estrangeira. 
II- Esta subordinada à entidade ou governo estrangeiro. 
III- Não ter prestado, nos termos da lei, as devidas contas à justiça eleitoral. 
IV- Que mantem organização paramilitar. 
 
12. DO FUNDO PARTIDÁRIO 
 
Criado juntamente com a Constituição Brasileira de 1988, o Fundo 
Partidário Nacional nasceu com o objetivo de fortalecer os partidos políticos, 
garantido a diversidade e a autonomia financeira das legendas. Atualmente 
existem 27 partidos políticos registrados no Tribunal Superior Eleitoral, todos 
aptos a receber parte do montante destinado ao Fundo. 
Os recursos do Fundo são provenientes do orçamento da União. O 
Fundo Partidário Nacional também recebe recursos provenientes de multas, 
20 
 
como aquelas pagas pelos eleitores em situação irregular, e as que são 
originadas em condenação judicial eleitoral de políticos e candidatos. 
Conforme o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cerca de R$ 155 milhões 
do orçamento da União foram destinados ao fundo em 2009, que recebeu 
ainda 30 milhões de reais provenientes de multas. Em 2010, ano eleitoral, a 
quantia destinada ao Fundo Partidário Nacional superou R$ 200 milhões, 
sendo R$ 160 milhões provenientes do orçamento obtido por meio da 
arrecadação de impostos e mais de R$ 40 milhões derivados das multas 
eleitorais. 
A legislação eleitoral garante total autonomia aos partidos políticos, que 
fazem uso dos recursos considerando as decisões internas. A mesma 
legislação traz como obrigação a prestação de contas anuais que, em se 
tratando de diretório nacional, são apreciadas pelo Tribunal Superior Eleitoral. 
A lei obriga ainda que os diretórios estaduais apresentem anualmente os 
demonstrativos de gastos ao Tribunal Regional Eleitoral da federação, 
enquanto os diretórios municipais devem apresentar as contas ao cartório 
eleitoral da sua cidade. 
Nas eleições gerais de 2010, os partidos políticos que decidiram utilizar 
os recursos do fundo partidário nas campanhas eleitorais foram obrigados a 
apresentar uma prestação de contas específica, trazendo os gastos realizados 
como o fundo partidário. 
13- A DISTRIBUIÇÃO DOS RECURSOS 
A forma de distribuição dos recursos continua sendo objeto de discórdia 
entre os partidos políticos, principalmente entre aqueles cuja representação 
parlamentar no Congresso Nacional é reduzida. 
Em 1995, foi aprovada a Lei nº 9.096 , que associou os critérios de 
distribuição dos recursos do fundo à chamada cláusula de barreira, dispositivo 
legal que restringia o funcionamento parlamentar, bem como o acesso aos 
recursos, somente para os partidos que obtinham 5% dos votos válidos do 
21 
 
país. Os votos também deveriam atingir, pelo menos, um terço dos Estados 
brasileiros, com o mínimo de 2% do total de votos em cada uma das unidades 
da Federação. 
O art. 41 da Lei estabelecia então que a distribuição atenderia o seguinte 
critério: 1% do total dos recursos seria distribuído de maneira uniforme. 99% 
dos recursospertencentes ao Fundo seriam distribuídos de maneira 
proporcional, observando a representatividade das agremiações políticas no 
Congresso Nacional. 
O dispositivo legal teria validade a partir da composição política do 
Congresso empossado em 2007. Contudo, no final de 2006, o Supremo 
Tribunal Federal, em decisão proferida no julgamento de duas Ações de 
Declaração de Inconstitucionalidade movidas por diversos partidos políticos, 
declarou que o artigo que regulamentava a distribuição dos recursos feria os 
dispositivos constitucionais da nação. 
Ainda em 2007, o Congresso Nacional aprovou a Lei nº 11.459 , que foi 
sancionada pelo Presidente Luis Inácio Lula da Silva. No texto, ficou decidido 
que os recursos do Fundo seriam divididos considerando os seguintes critérios: 
5% dos recursos divididos igualitariamente entre os partidos registrados no 
TSE, 95% do restante divididos considerando-se a proporcionalidade das 
agremiações partidárias no Congresso. Atualmente, é este o critério que vem 
sendo aplicado. 
O diretório nacional tem total autonomia para gerir e definir a forma de 
utilização dos recursos do fundo partidário. Não existe na legislação eleitoral 
dispositivos que obriguem a distribuição do dinheiro para os diretórios 
estaduais e municipais, mas é comum a transferência de recursos entre as 
instâncias partidárias. 
Apesar de se tratar de recurso público, não é incomum encontrar 
diretórios regionais que não prestam contas, ou que apresentam as 
informações com comprovantes irregulares, o que leva o Tribunal Regional 
Eleitoral a aplicar sanções como multas e suspensão temporária do repasse do 
22 
 
Fundo Partidário Nacional. Somente este ano, mais de dez diretórios estaduais 
tiveram as contas reprovadas. 
14- DA PRESTAÇÃO DE CONTAS 
 
Compete àjustiça eleitoral a fiscalização sobre a escrituração contábil e 
a prestação de costas dos partidos e das despesas de campanha eleitoral 
(art.34 e incisos da lei 9.096/95 c/c art.17, inciso III da CF). 
 
14.1- Formas de prestação de contas: 
 
Existe a apresentadapelos partidos políticos através de seus órgãos de 
direção nacional, regional e municipal. 
Prestação de contas de campanha eleitoral: apresentada pelos 
candidatos e comitês financeiros após a campanha eleitoral. Os partidos 
devem manter escrituração contábil, sob a responsabilidade de profissional 
habilitado em contabilidade, de forma a permitir a aferição da origem e 
aplicação de seus recursos, bem como de sua situação patrimonial. 
Legislação Aplicada: 
Lei 9.096/95, artigos 30 ao 44 
Resolução TSE n.º 21841/2004 
 
14.2- Prazo 
 
“Art. 32. O partido está obrigado a enviar, anualmente, à Justiça 
Eleitoral, o balanço contábil do exercício findo, até o dia 30 de abril do ano 
seguinte.” ( Lei n.º 9096/95) 
Caso a data limite ocorra em final de semana, que não haja 
funcionamento do cartório eleitoral ou em feriado, valerá a regra do código 
Civil, que determina a dilação do prazo para o primeiro dia útil seguinte após o 
final de semana ou feriado. 
Até julho de 2004- art. 6º Resolução TSE n.º 19.768/96. 
23 
 
As informações constantes dos demonstrativos exigidos pela Resolução 
TSE n.º 19.768/96, deveriam ser extraídas dos livros contábil Diário e Razão, 
cuja apresentação não era exigida pela Justiça Eleitoral. 
 Atualmente é obrigatória a entrega, junto com a prestação de contas 
anual dos partidos, dos livros Razão e Diário, este último obrigatoriamente 
registrado no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas. 
 Balanço Patrimonial 
 Demonstração de Resultado 
 Demonstração de Lucros e Prejuízos acumulados 
 Demonstração das mutações do Patrimônio líquido 
 Demonstração das origens e Aplicações dos Recursos 
 Demonstrativo de Receitas e Despesas 
 Demonstrativo de Obrigações a Pagar 
Esses são alguns demonstrativos. 
Registro nos livros Diário e Razão, com base em documentos fiscais( 
prova material). 
Diário- Os registros contábeis são efetuados em ordem cronológica e 
disposição técnica segundo as normas de contabilidade. 
 Razão- Registra todas as operações de forma analítica, agrupando-as 
por conta emconformidade com plano de contas. 
Sistema de prestação de contas partidárias- SPCP 
A Justiça Eleitoral criou o Sistema de Prestação de Contas Partidárias- 
SPCP, que gera um arquivo para leitura na recepção e imprime todos os 
demonstrativos da prestação de contas, inclusive os livros Diário e Razão. 
Para o exercício 2005, a utilização do SPCP foi facultativa ( Resolução TSE n.º 
22.067/2005), mas as peças apresentadas já foram as litadas no art.14, incisos 
I e II da Resolução TSE n. 21.841/2004. 
Para o exercício financeiro, a utilização do SPCP seria obrigatória, no 
entanto, um requerimento assinado por 8 partidos políticos enseja nova 
decisão sobre o assunto: “ Exclusão da obrigatoriedade do SPCP para o 
exercício financeiro, formação de grupo de estudo para viabilizar novo sistema, 
a partir do exercício financeiro. 
 Importante: as demonstrações exigidas no art.14,I, da Res. TSE n.º 
21.841/2004 -BP,DRE,DLPA ,DMPL E DOAR, devem conter assinatura do 
24 
 
profissional contábil legalmente habilitado, com indicação de sua categoria 
profissional e de seu registro no CRC- selo DHP- Declaração de Habilitação 
Profissional( Resolução CFC n.º 871/2000). 
Importante: qualquer situação em que o partido receba doação ( seja em 
dinheiro ou estimáveis), este deverá emitir recibo ao doador, com cópia para a 
contabilidade, a fim de servir de comprovante de lançamento de Receita de 
Doação. 
Não apresentação dascontas: o art.18 da Resolução TSE n.º 
21.841/2004, determina que a falta de suspensão automática do fundo 
Partidário do respectivo órgão partidário, independente de provocação e de 
decisão, e sujeita os responsáveis ás penas da lei. 
 
14.3- Das Sanções: 
 
 RONI- Suspensão, com perda, de novas contas do FP, até esclarecimento; 
 Fontes vedadas- Suspensão, com, perda, de participação do FP por um ano 
e , passar recursos recebidos indevidamente para o FP; 
 Omissão na prestação de contas-Suspensão, com perda, de novas cotas do 
FP, pelo tempo em que permanecer omisso; 
 Contas Desaprovadas- Suspensão, com perda, de participação no FP pelo 
período de um ano. 
 Da competência para análise técnica e julgamento das contas 
 O art.19 determina que cabe ás unidades responsáveis pelas contas 
eleitorais e partidárias examinar e opinar sobre a regularidade das contas 
anuais do partidos políticos apresentados á Justiça eleitoral em sua esfera 
de competência. 
 TSE- DIRETÓRIOS NACIANAIS; 
 TER- DIRETÓRIOS ESTADUAIS OU REGIONAIS; 
 JUIZ ELEITORAL- DIRETORIOS MUNICIPAIS OU ZONAIS E COMISSÕES 
PROVISÓRIAS MUNICIPAIS. 
 
15. DO ACESSO GRATUITO AO RADIO E TV 
25 
 
 
15.1- Gratuidade. 
 Toda a propaganda eleitoral realizada no rádio e na televisão deve 
necessariamente ser gratuita. A propaganda eleitoral nesses veículos não pode 
ser paga em hipótese alguma. 
 Há duas modalidades de exibição da propaganda eleitoral gratuita no 
rádio e TV: a) em blocos; b) em inserções. 
 
15.2- Período. 
A propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão ocorrerá, em 
primeiro turno, nos 45 dias anteriores à antevéspera da eleição (Lei nº 
9.504/97, art. 47). 
No segundo turno deverá ter início a partir de 48h após a proclamação 
dos resultados do primeiro turno, devendo cessar na antevéspera da eleição. 
Perceba que no primeiro turno o último dia de propaganda eleitoral 
gratuita é o dia anterior à antevéspera da eleição, ao passo que no segundo 
turno o último dia é a própria antevéspera. 
 
15.3- Linguagembrasileira de sinais. 
 A propaganda eleitoral gratuita na TV deve obrigatoriamente utilizar a 
Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) ou o recurso de legenda, que constará 
obrigatoriamente do material entregue às emissoras. 
 Perceba que embora normalmente o material utilize as legendas e o 
recurso de libras, não há obrigatoriedade de utilizá-los concomitantemente, 
sendo possível optar por um ou outro. 
26 
 
 
15.4- Quem deve transmitir a propaganda eleitoral gratuita. 
1 - As emissoras de rádio, inclusive as rádios comunitárias. 
2 - As emissoras de televisão que operam em VHF e UHF. 
3 - Os canais de televisão por assinatura sob a responsabilidade do 
Senado Federal, da Câmara dos Deputados, das Assembléias Legislativas e 
da Câmara Legislativa do Distrito Federal. 
Emissoras não autorizadas a funcionar pelo poder competente estão 
sujeitas à multa caso veiculem propaganda eleitoral (a medida tem a finalidade 
de impedir que emissoras piratas sejam instaladas com o único intuito de 
transmitir propaganda eleitoral). 
 
15.5- Comercial na propaganda eleitoral. 
 Não é possível nenhum tipo de propaganda comercial na propaganda 
eleitoral gratuita, ainda que de modo indireto ou dissimulado. 
 
15.6- Vedações no semestre em que ocorre a propaganda eleitoral. 
 Toda a propaganda eleitoral no rádio e na televisão deve ser veiculada 
exclusivamente no horário de propaganda eleitoral gratuita. 
 Para impedir que candidatos e partidos tentem burlar essa regra por 
intermédio de artifícios maliciosos, a legislação eleitoral veda as seguintes 
condutas no semestre da eleição, tanto na programação normal quanto nos 
noticiários (desde o dia 1º de julho do ano da eleição): 
I - transmitir, ainda que sob a forma de entrevista jornalística, imagens 
de realização de pesquisa ou qualquer outro tipo de consulta popular de 
27 
 
natureza eleitoral em que seja possível identificar o entrevistado ou em que 
haja manipulação de dados; 
 
II - usar trucagem, montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo que, 
de qualquer forma, degradem ou ridicularizem candidato, partido ou coligação, 
ou produzir ou veicular programa com esse efeito; 
 
III - veicular propaganda política ou difundir opinião favorável ou 
contrária a candidato, partido, coligação, a seus órgãos ou representantes; 
 
IV - dar tratamento privilegiado a candidato, partido ou coligação; 
 
V - veicular ou divulgar filmes, novelas, minisséries ou qualquer outro 
programa com alusão ou crítica a candidato ou partido político, mesmo que 
dissimuladamente, exceto programas jornalísticos ou debates políticos; 
 
VI - divulgar nome de programa que se refira a candidato escolhido em 
convenção, ainda quando preexistente, inclusive se coincidente com o nome do 
candidato ou com a variação nominal por ele adotada. Sendo o nome do 
programa o mesmo que o do candidato, fica proibida a sua divulgação, sob 
pena de cancelamento do respectivo registro. 
 Observe um detalhe: no semestre da eleição não é possível divulgar 
nome de programa que se refira a candidato, mas desde a escolha em 
convenção (o que ocorre no semestre anterior ao da eleição) não pode haver 
programa apresentado por candidato escolhido em convenção. 
 
15.7- Aparição de um candidato na propaganda de outro. 
 O partido político pode utilizar na propaganda eleitoral dos seus 
candidatos em âmbito regional a imagem e a voz de candidato ou militante 
de partido político que integre sua coligação em âmbito nacional. 
28 
 
 Veja que não se exige que os partidos estejam coligados também em 
âmbito regional, bastando a coligação em âmbito nacional. 
 Assim, se um partido isoladamente lançar candidato a Governador em 
um Estado, o candidato a Presidente da República por outro partido com o qual 
esteja coligado nacionalmente poderá aparecer na propaganda eleitoral do 
candidato a governador. 
 Se forem do mesmo partido ou coligação, os candidatos que concorrem 
pelo sistema proporcional podem fazer depoimentos na propaganda dos 
candidatos que concorrem pelo sistema majoritário, e vice-versa. Essa 
aparição, no entanto, deve consistir apenas em pedido de voto ao candidato 
que cedeu o tempo. Jamais pode o candidato entrar no horário de outro para 
pedir votos para si mesmo. 
 
15.8- Troca de horários entre candidatos aos cargos proporcionais e 
majoritários. 
 Os horários destinados aos candidatos que concorrem aos cargos 
disputados pelo sistema proporcional não podem ser utilizados para 
propaganda dos candidatos que concorrem as cargos disputados pelo sistema 
majoritário, e vice-versa. 
 Em que pese a regra acima, ela não impede que na propaganda dos 
candidatos aos cargos proporcionais apareçam legendas mencionando o 
candidato ao cargo majoritário, bem como fotos ou cartazes do mesmo. 
 
15.9- Propaganda ofensiva à honra de candidato, à moral e aos bons 
costumes. 
 Embora não se permita censura prévia ou cortes instantâneos, a Justiça 
Eleitoral pode impedir que seja reapresentada a propaganda eleitoral ofensiva 
à honra de candidato, à moral e aos bons costumes, pois é vedada a 
29 
 
propaganda eleitoral que possa degradar ou ridicularizar candidatos (Lei nº 
9.504/97, art. 53, §1º). 
 Veja que, como não cabe censura prévia à propaganda eleitoral, não se 
impede a apresentação, mas sim areapresentação da propaganda. 
 Para que a propaganda seja impedida de ser reapresentada a Justiça 
Eleitoral deve ser provocada por partido político, coligação ou candidato, e 
embora a lei eleitoral não diga expressamente, o Ministério Público também 
possui legitimidade para atuar nesse sentido. 
 
15.10- Distribuição da propaganda eleitoral gratuita nos dias da semana 
(programas em bloco). 
Cargos Dias 
Presidente da República, Deputado 
Federal, Vereador. 
terças-feiras, quintas-feiras e 
sábados. 
Governador, Senador, Deputado 
Estadual/Distrital, Prefeito. 
segundas-feiras, quartas-feiras, 
sextas-feiras. 
 
 
Obs.: no segundo turno a propaganda eleitoral gratuita ocorre todos os 
dias da semana, inclusive aos domingos. 
 
 
15.11- Duração da propaganda eleitoral gratuita (programas em bloco). 
Meio de 
divulgação 
Horários 
30 
 
Televisão 
Tarde: 13:00h às 13:50h 
Noite: 20:30h às 21:20h 
Rádio 
Manhã: 7:00h às 7:50h 
Tarde: 12:00h às 12:50h. 
 
 
Como podemos ver, há dois programas em bloco por dia, cada um com 
50 minutos (primeiro turno). 
No segundo turno, haverá dois programas em bloco de apenas 20 
minutos cada. 
 
15.12- Distribuição do tempo de propaganda eleitoral gratuita. 
 O horário de propaganda eleitoral gratuita será distribuído apenas aos 
partidos e coligações que atendamcumulativamente a dois requisitos: 
a)tenham candidato; 
b)tenham representação na Câmara dos Deputados. 
Depois de verificados os requisitos acima, o tempo destinado a cada 
partido ou coligação observará os seguintes critérios: 
a)1/3 do tempo será distribuído igualitariamente entre todos os partidos e 
coligações; 
b)2/3 do tempo é destinado aos partidos e coligações na proporção da 
representação que possuem na Câmara dos Deputados. 
Tratando-se de coligação, considera-se sua representação como a soma 
de todos os representantes de cada partido que a compõe. 
31 
 
A representação de cada partido ou coligação é a resultante da eleição, 
não se considerando alterações posteriores, advindas, por exemplo, de evasão 
dos filiados, troca de partido etc. 
Se houver fusão ou incorporação de partidos, considerar-se-áa soma da 
representação que existia para cada um deles em decorrência da eleição. 
 
15.13- Propaganda eleitoral gratuita em inserções. 
Além da propaganda eleitoral gratuita que é exibida por intermédio de 
programas contínuos (blocos), há também 30 minutos diários de inserções de 
até 60 segundos, que são distribuídas ao longo do dia, entre 08:00h e 24:00h, 
nos intervalos comerciais da programação normal do rádio e da TV. 
Caso a gravação da inserção fornecida à emissora tenha mais de 60 
segundos, será cortada a parte final. 
É vedado na propaganda eleitoral por inserções: 
a) utilização de gravações externas; 
b) montagens ou trucagens; 
c)computação gráfica, desenhos animados e efeitos especiais; 
d) veiculação de mensagens que possam degradar ou ridicularizar 
candidato, partido ou coligação. 
Tanto no primeiro turno quanto no segundo o tempo diário de inserções 
é o mesmo: 30 minutos. 
Há inserções em todos os dias da semana. 
 
15.14- Plano de mídia. 
32 
 
 Segundo o Glossário Eleitoral do TSE o plano de mídia é “elaborado em 
conjunto pelos tribunais eleitorais, partidos políticos e representantes das 
emissoras, destinado à organização das inserções no horário eleitoral gratuito 
reservado aos partidos e coligações concorrentes às eleições majoritária e 
proporcional. Não havendo acordo, a Justiça Eleitoral será a responsável por 
elaborar o plano de mídia.” 
 A partir do dia 08 de julho do ano da eleição a Justiça Eleitoral 
convocará os partidos políticos e os representantes das emissoras de rádio e 
televisão para elaborarem o plano de mídia. 
 É garantida a todos a participação nos horários de maior ou menor 
audiência. 
 
15.15- Debates no rádio, na televisão e na internet antes do período de 
propaganda eleitoral. 
 Os debates, ao contrário do que normalmente se pensa, não são apenas 
para candidatos já registrados como tal, pois filiados e pré-candidatos também 
podem participar de debates no rádio, na televisão e na internet antes do dia 06 
de julho do ano da eleição, apresentando inclusive suas plataformas e projetos 
políticos (Lei nº 9.504/97, art. 36-A). Esse tipo de aparição não é considerada 
propaganda eleitoral antecipada. 
 Não obstante, para que ocorram esses “debates antecipados”, devem 
ser obedecidas duas exigências da lei: a) não pode haver pedido de voto; b) 
não pode haver tratamento diferenciado a partido ou candidato. 
 
15.16- Debates no período de propaganda eleitoral. 
 Nesses debates é obrigatória a presença de candidatos cujos partidos 
possuam representação na Câmara dos Deputados e facultada a dos demais 
33 
 
candidatos (considera-se a representação decorrente da eleição anterior, não 
se leva em conta alterações posteriores). 
 As regras desses debates devem ser estabelecidas conjuntamente por 
intermédio de acordo celebrado entre os partidos envolvidos e a pessoa 
jurídica interessada na transmissão, dando-se ciência à Justiça Eleitoral (Lei nº 
9.504/97, art. 46, §4º). 
 As regras serão aprovadas se contarem com a anuência de pelo menos 
2/3 dos candidatos aptos aos cargos majoritários, ou 2/3 dos partidos ou 
coligações com candidatos aptos, no caso de eleição proporcional. 
 Se não houver acordo aprovado nos termos acima, serão utilizados os 
critérios da lei (Lei nº 9.504/97, art. 46), que são os seguintes: 
I – nas eleições majoritárias, a apresentação dos debates poderá ser 
feita: 
a) em conjunto, estando presentes todos os candidatos a um mesmo 
cargo eletivo; 
b) em grupos, estando presentes, no mínimo, 3 candidatos. 
II – nas eleições proporcionais, os debates deverão ser organizados de 
modo que assegurem a presença de número equivalente de candidatos 
de todos os partidos políticos e coligações a um mesmo cargo eletivo, 
podendo desdobrar-se em mais de 1 dia. 
 Independentemente de as regras serem estabelecidas por acordo entre 
partidos e emissora ou por adoção dos critérios legais, é necessário observar 
que: 
a) não se admite a presença de um mesmo candidato a cargo disputado 
por sistema proporcional em mais de um debate da mesma emissora; 
34 
 
b) o limite para transmissão de debates é até 24:00h do dia anterior à 
antevéspera da eleição no primeiro turno, sendo que no segundo turno o limite 
é até 24:00h da própria antevéspera; 
c) será permitido que ocorra debate sem a presença de representante de 
partido ou coligação, desde que o veículo de comunicação comprove que o 
convidou com antecedência mínima de 72h; 
d) se apenas um dos convidados comparecer ao debate, o tempo 
destinado ao debate poderá ser utilizado para simplesmente entrevistar esse 
candidato. 
 
16- ORGANIZAÇÃO POLITICO-ADMINISTRATIVA DO ESTADO 
 
16.1- Noções Gerais: 
A organização político-administrativa do Estado brasileiro é formada pela 
União, os estados-membros, o Distrito Federal e os municípios, sendo-lhes 
garantida autonomia, pela Constituição Federal de 1988. Esta autonomia está 
caracterizada no poder de organização política, administrativa, tributária, 
orçamentária e institucional de cada um daqueles entes, limitada por outras 
disposições constitucionais ou legais dela decorrentes. 
Esta organização diz respeito a forma pela qual os Estados têm 
estrutura para atingir seus fins, e devem sempre conservar os princípios da 
supremacia do interesse público sobre o privado e da indisponibilidade do 
interesse público. Para aparar aos postulados constitucionais, as atribuições 
administrativas foram divididas entre a União, os estados-membros, o Distrito 
Federal e os municípios, descentralizando em três partes, sendo em nível 
nacional, estadual e municipal. Trata-se de um mecanismo de manutenção de 
diferenças culturais e regionais em grandes territórios, como um meio de atingir 
a unidade preservando o pluralismo. Assim temos uma multiplicidade de 
organizações governamentais distribuídas regionalmente, com repartição de 
poderes e dotadas de autonomia. 
35 
 
Já a organização administrativa diz respeito ao ordenamento estrutural 
dos órgãos que compõem a administração pública. Para Meireles, a 
administração pública, é o conjunto de órgãos instituídos para consecução dos 
objetivos do governo. Em sentido material, é o conjunto das funções 
necessárias aos serviços públicos em geral. Em acepção operacional, é o 
desempenho perene e sistemático, legal e técnico, dos serviços públicos 
próprios do Estado ou por ele assumidos em benefício da coletividade. 
 
16.2. Organização do Estado no Brasil: 
 
- Forma de Governo: República. 
 
- Sistema de Governo: Presidencialismo. 
 
- Forma de Estado: Federação. 
 
Preceitua o Art. 1ª caput, da CF/88 que a República Federativa do Brasil 
é firmada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito 
Federal, constituindo-se em Estado Democrático de Direito, sendo que o caput 
de seu art. 18 complementa, estabelecendo que “a organização político-
administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos 
desta constituição.” 
 
16.3- União 
 
É definida no Art. 18 da CF/88, como uma pessoa jurídica de direito 
público, representando o governo Federal, no âmbito interno e da República 
Federativa do Brasil no âmbito externo. 
Segundo David Araújo e Serrano Nunes, “a União age em nome de toda 
a Federação quando, no plano internacional, representa o País, ou, no plano 
interno, intervém em um Estado-membro. Outras vezes, porém, a União age 
por si, como nas situações em que organiza a JustiçaFederal, realiza uma 
obra pública ou organizada o serviço público federal.” 
36 
 
 
16.4- Capital Federal: Brasília 
 
Juscelino Kubistschek, cumprindo mandamento constitucional de 
interiorização do País (art. 3º, CF/1881; art. 4º, caput, das Disposições 
Transitórias da CF/1934, e art. 4º, ADCT, CF/1946), inaugurou Brasília em 
21.04.1960. 
Brasília é a capital Federal (art. 18 inciso 1º). Trata-se de inovação em 
relação a carta anterior, que estabelecia ser o Distrito Federal a capital da 
União(cf. item 7.7.1). 
16.5- Estados Membros 
 
Os Estados Federados são autônomos, em decorrência da capacidade 
de auto-organização, autogoverno, autoadministração e autolegislação. Trata-
se de autonomia, e não de soberania, na medida em que a soberania é um dos 
fundamentos da República Federativa do Brasil. Internamente, os entes 
federativos são autônomos, nos limites de suas competências, 
constitucionamente definidas, delimitadas e asseguradas. Constituem pessoas 
jurídicas de direitopúblico interno, autônomos, nos seguintes termos: 
- auto-organização: art.25, caput, que, como vimos, preceitua que os 
Estados se organizarão e serão regidos pelas leis e constituições que 
adotarem, observando-se, sempre, as regras e preceitos estabelecidos na CF. 
- autogoverno: os arts.27,28 e 125 estabelecem regras para a 
estruturação dos “Poderes”: Legislativo: Assembléia Legislativa; Executivo: 
Governador do Estado; e Judiciário: Tribunais e Juízes. 
- autoadministração e autolegislação: arts.18 e 25 a 28 – regras de 
competências legislativas e não legislativas. 
 
16.6- Municípios 
 
37 
 
O Município pode ser definido como pessoa jurídica de direitopúblico 
interno e autônomo nos termos e de acordo com as regras estabelecidas na 
CF/88. 
Muito se questionou a respeito de serem os municípios parte integrantes 
ou não de nossa federação, bem como sobre sua autonomia. A análise dos 
arts. 1º e 18, bem como de todo capítulo reservado aos Municípios , leva-nos 
ao único entendimento de que eles são entes federativos, dotados de 
autonomia própria, materializada por sua capacidade de auto-organização, 
autogoverno, autoadministração e autolegislação. 
Internamente os entes federativos são autônomos, na medida de sua 
competência, constitucionalmente definida, delimitada e assegurada, mas trata-
se de autonomia, e não de soberania, uma vez em que soberania é um dos 
fundamentos da República Federativa do Brasil. 
- Auto-organização: art.29, caput- os Municípios organizam-se por meio 
de Lei Orgânica, votada em dois tirnos, com o interstício mínimo de dez dias, e 
aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a 
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos na Constituição Federal, na 
Constituição do respectivo Estado e o preceituado nos incisos I a XIVdo art. 29 
da CF/88. 
- Autogoverno: elege, diretamente, o Prefeito, Vice-Prefeito e 
Vereadores. 
- Autoadministração e autolegislação: art.30- O STF, ao destacar a 
essência da autonomia municipal, estabeleceu que a autoadministração implica 
a capacidade decisória quanto aos interesses locais, sem delegação ou 
aprovação hierárquica ( ADI 1.842, item 3 da ementa). 
 
16.7- Territórios Federais 
 
Apesar de a primeira Contituição a tratar sobre Territórios ter sido a de 
1934, foi na vigência da de 1891 que se estabeleceu o primeiro Território 
Federal no Brasil, qual seja, o do Acre, adquirido pelo Brasil pelo Tratado de 
38 
 
Petrópolis, assinado em 17.11.1903 coma República da Bolívia e pela qual se 
celebrou permuta de territórios (destacando que apenas em 08.09.1909 é que 
se pacificou a controvérsia em relação á fronteira com o Peru- cf. Art. VIII do 
estatuto). 
De acordo com o art. III do referidoTratado, “por não haver equivalência 
nas áreas dos territórios permutados entre as duas Nações, os Estados Unidos 
do Brasil pagarão uma indenização de 2.000.000 (dois milhões de libras 
estelinas), que a República da Bolívia aceita com o propósito de aplicar 
principalmente na construção de caminhos de ferro ou em obras tendentes a 
melhorar as comunicações e desenvolver o comércio entre os dois países.” 
 
 
 
 
 
 
17- CONCLUSÃO 
 Pode-se notar que os partidos políticos estão completamente viciados, 
onde a grande maioria dos candidatos se resume a laborar em benefício 
próprio ou de seus aliados, e a sociedade começa a sentir que seu direito de 
cidadania está sendo vilipendiado e começa a procurar alternativas cívicas 
diretas para se fazer ouvir. 
 Porém nos dias de hoje, ainda que com menor intensidade, os partidos 
políticos continuam a desempenhar papel vital para o exercício da democracia, 
consoante os predicados de organização, interpretações de tendências e de 
convergência de opiniões, inerente ao sistema de representação política. 
 A organização da República Federativa do Brasil está presente na 
Constituição Federal de 1988. Todo Estado precisa de uma correta 
organização para que sejam cumpridos os seus objetivos dentro da 
39 
 
administração pública. A divisão político-administrativa foi uma das formas 
encontradas para facilitar a organização do Estado Brasileiro. 
 
O trabalho em questão teve seu objetivo geral alcançado, já que 
discorreu de maneira condizente a respeito da proposta envolvendo osArtigos 
17,18 e 19 da Constituição da República Federativa do Brasil. Assim, atingida a 
proposta projetada através do desenvolvimento temático pode-se notar, a 
criação, a fusão, incorporação, extinção, fundo partidário, prestação de contas, 
ou seja, como deve se proceder no caso da criação dos partidos políticos e da 
organização do estado, a união, a capital, os municípios, territórios, enfim, 
como é o funcionamento organizacional do nosso país. 
 
 
 
 
 
18- BIBLIOGRAFIA 
http://www.justicaeleitoral.jus.br/arquivos/partidos-politicos-fundacao-criacao-e-
registro-roteiros-eje 
http://g1.globo.com/politica/noticia/2013/10/por-6-1-tse-barra-partido-de-marina-
silva-nas-eleicoes-de-2014.html 
http://redesustentabilidade.org.br/

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