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231 Comunicação Empresarial Tema 5

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61
Lição 5 - Tópicos Gramaticais
As palavras relacionam-se umas com as outras na elaboração da frase. Para 
isso, elas obedecem a alguns princípios: um deles é o da concordância; o 
outro é o da regência que envolve o emprego da crase; temos ainda a colo-
cação dos pronomes pessoais oblíquos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, lhes); a 
pontuação e alguns outros aspectos linguísticos relevantes.
Vamos começar pelo estudo da concordância, uma poderosa ferramen-
ta para interpretar e produzir textos conforme os padrões da língua culta. 
Uma concordância defeituosa pode levar a interpretações distorcidas. De-
pois, veremos a regência, a crase, a pontuação, a conexão de ideias, o uso de 
porquês, o uso do QUE e do SE e outras questões recorrentes. Atenção para 
observar que está em jogo não somente a construção do texto, mas também 
a credibilidade e a imagem de quem redige a mensagem.
Ao término dessa lição, você deverá ser capaz de:
• Desenvolver textos no padrão da língua culta.
1. Concordância 
Dizemos que há concordância entre os termos de uma frase quando há har-
monia entre eles, quando estão perfeitamente adaptados quanto ao gênero, 
número, grau, pessoa. O primeiro tópico de estudo permite empregar corre-
tamente as regras de concordância verbal e nominal.
1.1 Concordância Verbal 
É a adaptação em número e pessoa que se estabelece entre o verbo e o sujeito. 
No geral, não há dúvida em como fazer a concordância dos verbos com seus 
sujeitos. Mas, na língua portuguesa, há casos de concordância irregular, isto 
é, que se faz de maneira ideológica, afetiva ou atrativa, casos esses que fogem 
completamente à regra nominal, exigindo observação e treino.
Verbos HAVER, FAZER e SER
a) verbo haver 
Quando tem sentido de “existir” ou de “indicar tempo decorrido”, permanece 
no singular. O verbo haver transmite essa impessoalidade aos verbos que com 
ele formam locução.
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Exemplos
Há duas atitudes a tomar.
Havia anos que não se viam.
Pode haver duas atitudes a tomar.
b) verbo fazer 
Quando indica tempo decorrido ou fenômeno meteorológico, este verbo per-
manece invariável na terceira pessoa do singular. O verbo fazer transmite 
sua impessoalidade aos verbos que com ele formam locução:
Exemplos
Faz vinte anos que ela o deixou.
Faz dias lindíssimos nesta época do ano.
Deve fazer dois anos que o acidente aconteceu.
c) verbo ser 
Se o verbo ser indica hora ou distância e não tem sujeito, concorda com a 
expressão numérica (isto é, predicativo):
Exemplos
É uma hora.
São dez horas da noite.
Será um quilômetro daqui até o trabalho.
Daqui ao trabalho serão dois quilômetros.
No caso de locução verbal, a concordância será feita pelo verbo auxiliar de 
ser:
Exemplos
Devem ser dez horas da noite.
Daqui ao trabalho deverão ser dois quilômetros.
Havendo sujeito na frase, o verbo ou concordará com ele ou com o predica-
tivo:
Exemplos
Pedro era atencioso.
Nem tudo são flores.
Nem tudo é flores.
No caso de o predicativo ser representado por um substantivo comum, o ver-
bo concordará com o elemento que se deseja realçar:
63
Exemplos
Meus quadros são a minha vida.
Minha vida é os quadros.
Nas expressões indicativas que quantidade (medida, peso, preço, valor) o ver-
bo ser é invariável:
Exemplos
Dois quilos é pouco para o bolo.
Mil reais é pouco para a reforma.
Hoje é vinte de outubro (dia vinte de outubro).
 ► 1.1.1 Casos Especiais de Concordância Verbal
a) Sujeito composto posposto ao verbo: o verbo pode ir ao plural 
(concordância gramatical) ou concordar com o elemento mais próximo 
(concordância atrativa).
Exemplos
Passarão o céu e a terra. 
Passará o céu e a terra.
b) Sujeito composto de pessoas gramaticais diferentes: neste caso, o verbo 
concordará com a pessoa que tiver prioridade (a primeira sobre a 
segunda, a segunda sobre a terceira etc.).
Exemplos
Ela e eu preparamos o jantar.
Eu, você e ele faremos a proposta ao professor.
c) Sujeito composto de núcleos sinônimos ou de sentido aproximado: faz-se 
a concordância com o núcleo mais próximo (no singular) ou com todos 
(no plural).
Exemplo
A incerteza e a instabilidade ou confundiram-no.
d) Sujeito composto de núcleos de gradação ascendente ou descendente: 
o verbo concorda com o mais próximo (no singular) ou com todos (no 
plural).
Exemplo
Um olhar, um aceno, uma palavra bastava (ou bastavam).
64
e) Sujeito formado por expressão partitiva (a maioria de, grande parte de, 
a metade de etc.), seguida de um substantivo no plural: o verbo pode 
permanecer no singular, concordando com a expressão, ou no plural, 
concordando com o substantivo.
Exemplo
A maioria das pessoas concorda com a mudança (ou concordam).
f) Sujeito formado por expressões afirmativas seguidas de elementos 
numéricos: o verbo concorda com o numeral.
Exemplo
Cerca de vinte mil estudantes vão fazer vestibular.
g) Sujeito formado pela expressão mais de um: o verbo vai para o plural se 
houver ideia de reciprocidade; caso contrário, fica no singular.
Exemplos
Mais de um político se destacaram (uns aos outros). 
Mais de um professor foi homenageado.
h) Sujeito formado pela expressão um dos que (ou outra equivalente): o 
verbo pode ir para o plural (mais comum) ou ficar no singular (mais raro).
Exemplos
Sou um dos que optaram pelo adiamento da prova.
Ela é uma das candidatas que marcou entrevista para hoje.
i) Sujeito representado pelo pronome demonstrativo que: o verbo concorda 
com o termo antecedente.
Exemplo
São fatos que já foram esquecidos.
j) Sujeito representado pelo pronome relativo quem: o verbo fica na terceira 
pessoa do singular ou concorda com o termo antecedente.
Exemplos
Fui eu quem pagou a conta. 
Fomos nós quem pagou a conta.
k) Sujeito representado por pronome interrogativo ou indefinido no 
singular, seguido de nós ou vós: o verbo vai para a terceira pessoa do 
singular.
65
Exemplo
Qual de nós falará ao presidente?
l) Sujeito representado por pronome interrogativo ou indefinido no plural, 
seguido de nós ou vós: o verbo concordará com os últimos ou ficará na 
terceira pessoa do plural.
Exemplos
Quais de nós falaremos ao presidente?
Quais de nós cumprirão o acordo?
m) Sujeito representado por nomes próprios de lugar e títulos de obras: se 
precedidos de artigo no plural, o verbo irá para o plural. Se não houver 
artigo no plural, o verbo permanecerá no singular.
Exemplos
Estados Unidos enfrenta problemas.
Os Estados Unidos enfrentam problemas.
n) Sujeito representado pelas expressões um ou outro e nem um nem outro: 
o verbo, obrigatoriamente, permanecerá no singular.
Exemplos
Um ou outro escreverá a carta.
Nem um nem outro escreverá a carta.
o) Sujeito composto ligado pela conjunção ou: o verbo fica no singular, se 
houver ideia de exclusão; caso contrário, vai para o plural.
Exemplos
Uma bênção ou uma maldição cairá sobre ele (há ideia de exclusão).
O chefe ou o diretor gostarão de saber da novidade (não há ideia de exclusão).
1.2 Concordância Nominal
É a adaptação, ou seja, a flexão sofrida pelo nome para se adequar àquele a 
que se refere. O artigo, o numeral, o pronome e o adjetivo concordam em 
gênero (masculino/feminino) e número (singular/plural) com o substantivo 
ao qual se referem. Vejamos alguns casos.
a) Concordância do adjetivo com o substantivo: o adjetivo ou adjunto 
adnominal concorda com o substantivo ou pronome a que se refere em 
gênero e número.
66
Exemplo
Povo educado, cidade limpa.
b) Concordância do adjetivo com dois ou mais substantivos: quando o 
adjetivo se refere a mais de um substantivo, é preciso levar em conta a 
sua posição.
- antes dos substantivos: o adjetivo concorda em gênero e número com o 
substantivo mais próximo.
Exemplo
Ele não tinha a necessária ousadia e coragem.Observação: se o adjetivo anteceder a dois ou mais substantivos próprios, ele 
vai para o plural.
Exemplo
O país homenageia os corajosos Duque de Caxias e Tiradentes.
• depois dos substantivos: nesse caso, o adjetivo vai para o plural (se os 
gêneros dos substantivos forem diferentes, prevalece o masculino) ou 
concorda com o substantivo mais próximo.
Exemplos
Estava com o plano e a estratégia definidos.
Estava com o plano e a estratégia definida.
Se dois ou mais adjetivos se referem a substantivo no plural que, por assim 
dizer, podem se desdobrar, os adjetivos não permanecem no singular.
Exemplo
As literaturas francesas e americanas. 
(desdobrando, teremos literatura francesa e literatura americana). 
c) Concordância do adjetivo com o predicativo de sujeito composto:
- se o adjetivo (com função de predicativo de sujeito composto) vem depois 
dos substantivos, vai para o plural.
Exemplo
A professora e o aluno são dedicados.
- se o adjetivo vem antes dos substantivos, há duas possibilidades de 
concordância: ou vai para o plural, ou concordará com o mais próximo.
67
Exemplos
São dedicados a professora e o aluno.
É dedicada a professora e o aluno.
d) Casos particulares: dentre os inúmeros casos, vale a pena destacar dois:
- quando temos uma palavra composta por um adjetivo e um substantivo, 
ambos variam.
Exemplos
alto-relevo / altos-relevos
alto-vácuo / altos-vácuos
alto-mar / altos-mares
baixo-relevo / baixos-relevos
- quando temos uma palavra composta por um advérbio e um adjetivo, só 
este varia (lembre-se de que os advérbios são palavras invariáveis).
Exemplos
alto-falante / alto-falantes
bem-comportado / bem-comportados
bem-falante / bem-falantes
e) Casos interessantes:
- acompanhando expressões como é proibido, é necessário, é bom, é preciso, 
entre outras, tanto o verbo quanto o adjetivo ficam invariáveis se o sujeito 
não vier com artigo.
Exemplos
Refrigerante é bom.
É proibido entrada. 
- Entretanto, se o sujeito dessas expressões vier determinado por artigo, 
pronome ou adjetivo, tanto o verbo quanto o adjetivo concordarão com 
ele.
Exemplos
Este refrigerante é bom.
É proibida a entrada. Obrigada!
- as palavras anexo, obrigado, mesmo e incluso são adjetivos, devendo, 
portanto, concordar em gênero e número com o substantivo ao qual se 
referem.
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Exemplos
Obrigado!
Segue anexa a tabela.
Seguem anexos os documentos.
- as palavras alerta e menos são invariáveis.
Exemplos
Permaneçam alerta.
Façam menos força.
As palavras caro, barato, meio, mesmo e bastante são invariáveis quando têm 
a função de advérbio. Quando têm a função de adjetivo, numeral ou pronome 
concordam com o nome ao qual se referem.
Exemplos
Aquelas frutas custam caro. (advérbio)
Aquelas frutas são caras. (adjetivo)
Aquelas frutas custam barato. (advérbio)
Aquelas frutas estão baratas. (adjetivo)
A laranja estava meio azeda. (advérbio)
Comprou meia dúzia de laranjas. (numeral)
Preciso mesmo de você
Os mesmos recursos foram utilizados para pagar a dívida
Fiquei bastante contente com a nova proposta de emprego.
Suas atitudes foram bastantes para me convencer do seu caráter.
2. Regência Verbal e Nominal
Regência é o mecanismo que regula as ligações entre um verbo ou nome e 
os seus complementos. O falante conhece a regência dos verbos e dos nomes 
que mais utiliza, mas pode haver diferenças entre o uso popular e o culto. 
Para empregar corretamente a regência de cada verbo ou nome, é preciso 
consultar um bom dicionário.
Observe com atenção as seguintes frases:
• Os médicos assistiram a um bom filme na TV.
• As médicas de plantão assistiram o garoto acidentado.
Na primeira frase, o verbo assistir significa ver, presenciar, e é transitivo in-
direto, pois está ligado ao complemento por meio de preposição. Na segunda 
frase, o verbo significa ajudar, socorrer, e é transitivo direto, pois seu comple-
mento vem ligado diretamente a ele (o rapaz acidentado). 
69
A relação do verbo assistir com seu complemento é diferente nas duas frases. 
É justamente essa dependência entre as palavras de uma frase que vamos 
estudar nesta lição. A essa dependência dá-se o nome de regência.
2.1 Regência Verbal
A relação de dependência entre o verbo e seu complemento se dá o nome de 
regência verbal, em que o verbo é o termo regente e o complemento o termo 
regido. O estudo da regência verbal dedica-se a entender como se dá essa 
relação, se por meio ou não de preposição ou até mesmo de conjunção. Além 
disso, como se dão certas variações de sentido que alteram o significado.
Para o estudo da regência verbal, é necessário separar os verbos de acordo 
com a sua transitividade, lembrando que isso não é um fato absoluto, tendo 
em vista que a regência (ou transitividade) do verbo pode variar, dependendo 
do seu sentido. O verbo pode ser intransitivo, transitivo direto ou transitivo 
indireto.
a) Verbos Intransitivos: são aqueles que trazem em si a ideia completa da 
ação, sem necessitar, portanto, de outro termo para completar o seu 
sentido, ou seja, sua ação não transita. O verbo intransitivo poderá, 
sozinho, formar o predicado, ou então, aparecer acompanhado de 
palavras ou expressões indicativas de lugar, tempo, modo, intensidade etc.
Exemplos
Meu vizinho reclama muito.
Chegamos a São Paulo em 1991.
Fui ao teatro no domingo.
Fui para casa.
Cheguei num carro velho.
b) Verbos Transitivos Diretos: são aqueles que não trazem em si a ideia 
completa da ação, necessitando, portanto, de outro termo. Eles são 
complementados por objetos diretos, o que quer dizer que não existe 
exigência de preposição para que se faça a relação entre o termo regente 
e o termo regido.
Exemplo
Detesto pimenta na comida! 
(detestar requer complemento = pimenta na comida)
c) Verbos Transitivos Indiretos: são complementados por objetos indiretos 
e isso significa que precisam de uma preposição para ligá-los a esses 
complementos.
Segundo Evanildo Bechara, grande pesquisador da língua portuguesa, a clas-
sificação do verbo depende da situação em que se acha empregado na oração, 
por isso, muitos verbos, de acordo com os vários sentidos que podem assumir, 
70
ora entram no grupo dos verbos de ligação, ora são intransitivos, ora são tran-
sitivos diretos ou indiretos. Analise os verbos a seguir:
Ele passou a presidente. (verbo de ligação)
O caçula passou o mais velho. (transitivo direto)
A chuva passou. (intransitivo)
Maria passou as novidades às colegas. (transitivo acompanhado de dois com-
plementos)
Assim não podemos, a rigor, falar em verbos intransitivos ou transitivos, mas 
em emprego intransitivo ou transitivo dos mesmos verbos. Para simplificar, 
podemos estabelecer que, se o objeto se refere a coisa, é transitivo direto: Já 
estamos no dia 12 e a empresa ainda não pagou o salário do mês passado.
Se o objeto se refere a pessoa, é transitivo indireto com a preposição a: A em-
presa ainda não pagou aos funcionários o salário de dezembro.
Se relacionássemos aqui verbos que costumam causar problemas quanto à 
regência, haveria uma longa lista deles, por isso o dicionário é o meio para 
resolver nossas dúvidas. Vejamos, na prática, como fazer isso.
Se, ao redigirmos um relatório, nos deparamos com o seguinte enunciado: Os 
números deste mês não são favoráveis à empresa. Reverter essa situação implica 
em diminuir a produção da fábrica do Rio Grande do Sul. 
Neste exemplo, o verbo implicar é transitivo direto ou indireto? O emprego 
da proposição “em” está correto ou não?
Para resolver a questão, convém consultar um dicionário de regência. Veja-
mos o que diz o Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa:
implicar v. 1 bit e pron. envolver (alguém ou a si mesmo) em complicação, emba-
raço; comprometer(-se), envolver(-se) <o depoimento que prestou implicava-o na 
fraude> <aodar ajuda ao assassino, implicou-se no crime> 2 t.d. e pron. causar ou 
sentir confusão; tornar(-se) perplexo; confundir, embaraçar, enredar <as objeções 
implicaram-lhe o raciocínio> <o espírito do filósofo implicou-se com dúvidas> 
Na consulta ao Dicionário Houaiss, identificamos os significados mais ade-
quados nos itens 6 e 8: 
t.d. bit. ter como consequência , acarretar; originar <uma decisão que poderia 
implicar prejuízos futuros (para a empresa)>
t.d. tornar necessário, imprescindível; requerer <o combate à inflação implica a 
adoção de medidas drásticas>
Nesse sentido, o enunciado correto corresponde a: Os números deste mês não 
são favoráveis à empresa. Reverter essa situação implica diminuir a produção da 
fábrica do Rio Grande do Sul.
71
A seguir, relacionamos os verbos que apresentam maiores problemas de re-
gência:
Abdicar 
- usado no sentido de “renunciar voluntariamente”, “desistir de”, pode ser:
- intransitivo:
 O imperador D. Pedro abdicou duas vezes.
- transitivo direto:
 O imperador D. Pedro abdicou o império.
- transitivo indireto:
 O imperador D. Pedro abdicou do império.
Agradar 
- transitivo direto (= “fazer carinho”, “acariciar”):
 Agradou a esposa com afeto.
- transitivo indireto (“causar agrado a”, “satisfazer a”, “ser agradável a”):
A eleição do novo secretariado não agradou aos participantes.
A eleição do novo secretariado não lhes agradou.
Ansiar 
- transitivo direto (=“angustiar, causar mal-estar”):
 Ansiava-a a espera do filho.
- transitivo indireto (= “desejar ardentemente, almejar”):
 Anseio por tempos melhores.
Aspirar
- transitivo direto (= “sorver, inspirar, inalar”):
Tenho aspirado a poeira desse chão desde que aqui cheguei. Venho aspiran-
do-a desde que aqui cheguei.
- transitivo indireto (= “desejar, almejar, pretender”):
Observação: Trabalho porque aspiro a novas promoções. Há anos venho as-
pirando a elas (não cabe o uso de lhe ou lhes como complemento deste verbo) 
porque lhe e lhes somente se referem a pessoas.
Assistir
- intransitivo (= “morar, residir”):
 Assisto em São José há trinta anos.
- transitivo direto (= “prestar assistência, socorrer”):
 O bombeiro assistiu os acidentados.
- transitivo indireto (= “ver, presenciar”; “favorecer, pertencer”):
 Não gosto de assistir a novelas. Este é um direito que lhes assiste.
72
Custar
- intransitivo (= “ter valor de”):
 Este carro custou caro.
- transitivo indireto (= “ser custoso, ser difícil”). Neste sentido determina-se o 
sujeito da oração respondendo “o que é difícil?” e o objeto indireto é “a quem 
custa?”:
 Custou-me pegar o táxi. Se o sujeito for uma oração reduzida de infinitivo, 
pode vir com a preposição a: Custou-me a pegar o táxi.
- transitivo direto e indireto (= “acarretar”):
 O gênio ruim custou-lhe inimizades.
Implicar
- transitivo direto (= “acarretar, envolver”):
 As promoções implicam responsabilidades.
- transitivo indireto (= “ter implicância, mostrar má disposição”):
 Não é bom implicar com o chefe.
- transitivo direto ou indireto (“comprometer- se, envolver-se”):
 Ele implicou-se com negociatas.
Preferir
- transitivo direto e indireto
 O correto é preferir uma coisa à outra. Prefiro cinema ao teatro.
Observação: não é correto dizer: “Prefiro mais cinema do que teatro.” 
Querer
- transitivo direto (= “desejar”):
 Desejo o teu sucesso, meu filho.
- transitivo indireto (= “amar alguém, ter-lhe amizade”):
 Quero muito aos meus netos.
Visar
- transitivo direto (=”apontar”, “mirar”; “pôr o visto”):
 A artilharia visava depósito bélico. O gerente visou a correspondência.
- transitivo indireto (= “desejar, pretender”):
 As novas leis visam ao bem comum.
2.2 Regência Nominal
Da mesma forma que os verbos transitivos necessitam de complementos, 
existem nomes de sentido incompleto. Eles podem ser substantivos, adjetivos 
e advérbios, e assim como os verbos, precisam de um complemento nominal. 
Por exemplo, as palavras paixão, alusivo, longe, por si só não têm sentido: pai-
xão por quem? Faz referência a quê?, longe de quê? longe de onde? 
73
As respostas a essas perguntas são sempre termos precedidos por preposi-
ções (algumas vezes um substantivo ou adjetivo podem exigir complementos 
regidos por uma, duas, três e até quatro preposições diferentes, sem que isto 
lhe altere o sentido).
Vejamos a seguir uma tabela com diversos exemplos de regência nominal:
Tabela 1 – Exemplos de Regência Nominal
Palavra Preposição Exemplos
Acessível a, para A saúde deve ser acessível a todos.
Acesso a Esse trecho é o acesso à cidade.
Acostumado a, com
Ela estava acostumada a certas dificuldades. 
Não estava acostumado com a nova escola. 
Adaptado a João está adaptado à nova escola.
Aflito com, por’
Ficou aflito com a nota do trabalho. 
Estava aflita por receber essa notícia.
Alheio a Permanecia alheio a tudo.
Alienado de
Renato estava alienado das dificuldades que 
todos enfrentavam.
Amor a, de, para, com, por
Amor à família dignifica o homem. 
O amor de Deus. 
O amor para os súditos, o amor para os filhos. 
O amor de uma rapariga com o leiteiro. O 
amor pelas coisas boas da vida.
Análogo a Sua ocupação é análoga à minha.
Assíduo a, em
Ele é assíduo ao treino. Ele é assíduo nos 
estudos.
Atento a, em
Fique atento a esse problema. 
Estava atenta na preparação da comida.
Avesso a Sou avesso a qualquer tipo de discussão.
Ávido de, por
Sou ávida de sucesso. Eram ávidos por 
vingança.
Capacidade de, para
Era capaz de largar tudo. 
Temos capacidade para sermos vitoriosos.
Curioso de, por
Era curioso de descobertas científicas.
Maria estava curiosa por saber notícias de 
sua mãe
Devoto a, de
Era devota a vários santos. 
Sou devota de São Benedito.
Escasso de Esta é uma cidade escassa de lazer.
Fanático por Somos fanáticos por pizza.
74
Palavra Preposição Exemplos
Hábil em A deputada é hábil em negociações.
Imbuído de, em
João e Mariano estavam imbuídos de boas 
intenções. 
Dava aulas imbuído nas regras de cidadania.
Imune a, de
Ele nunca foi imune ao vício.
Esta comunidade está imune de influências 
destrutivas.
Incompatível com 
Seu comportamento era incompatível com as 
normas da escola.
Liberal com Era demasiado liberal com os filhos.
Longe de Fique longe de mim.
Lotado em
Funcionários lotados em determinado 
departamento.
Nocivo a O cigarro é nocivo a saúde.
Paixão de, para, a, por
A paixão dos adolescentes.
A paixão de uma criança para as descobertas. 
Paixão à vida.
Paixão pela vida.
Passível de Todo este trabalho é passível de correção.
Perto de O colégio fica perto de sua casa.
Relacionamento com O roubo está relacionado com drogas.
Residente em Residente na República Federativa do Brasil.
Satisfeito com, de, em, por
Estou satisfeito com os progressos obtidos. 
Satisfeito de verdade.
Satisfeito por sua curiosidade. 
Satisfeito em fazê-la entender.
Vazio de
Seu discurso foi completamente vazio de 
conteúdo.
Zelo a, de, para (com), em
Era zeloso a sua causa. 
Zelo de sua casa. 
Tinha zelo para o serviço.
Tinha zelo com os seus funcionários. Era 
zeloso em cumprir seu dever.
3. Crase
A crase é um tema que preocupa bastante quem escreve: quando usar crase? 
Para resolver de vez essa questão, apresentaremos regras práticas para faci-
litar sua memorização.
75
3.1 Conceito e Dicas Práticas
Chamamos de crase a fusão da preposição a com o artigo a, representada 
pelo sinal gráfico chamado de acento grave. Observaremos a seguir algumas 
orientações para facilitar o emprego da crase, vejamos alguns exemplos e na 
sequência os principais casos de emprego da crase.
Vou à cidade comprar mantimentos.
Elas estão à vontadeem seus novos vestidos!
Márcia foi às pressas verificar o que tinha acontecido.
Substitua a palavra que aparece após o a (ou as) por um termo masculino. Se o 
a (ou as) se transformar em ao (ou aos) cabe o uso de crase, caso contrário não.
Exemplos
Maria deseja retornar à terra natal. Maria deseja retornar ao país natal.
No caso de nome geográfico ou de lugar, você deve substituir o a ou as por 
para. Se o termo adequado for para a, cabe o uso de crase, caso contrário não.
Exemplos
Os melhores alunos do colégio irão à Itália.
Os melhores alunos do colégio irão para a Itália.
Ele me contou que iria à Fazenda Reconquista.
Ele me contou que iria para a Fazenda Reconquista.
Substitua o a por outras preposições: para a, na, da, pela, com a. Sempre que 
essa substituição for possível, cabe o uso de crase, caso contrário, não.
Exemplos
À falta de solução, ficou desanimado.
Na falta de solução, ficou desanimado.
Com a falta de solução, ficou desanimado.
Pediu o automóvel emprestado à amiga.
Pediu o automóvel emprestado para a amiga.
3.2 Quando Usar Crase
Nas formas àquela, àquele, àquelas, àqueles, àquilo.
Exemplos
Alcance o prato àquela moça.
Fomos àquelas praias dos nossos sonhos.
Não devemos dar importância àquilo.
76
Nas indicações de horas, desde que determinadas (inclusive as formas zero 
e meia).
Exemplos
O trem chegará às 8 horas.
Acertem seus relógios à zero hora.
O encanto vai se dissipar à meia-noite em ponto.
Nas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas: às pressas, à esquerda, à 
direita, à risca, à noite, às vezes, à moda de, à maneira de, à frente de, à procura 
de, à custa de, à medida que, à força de, à espera de.
Exemplos
Minha impaciência aumentava à medida que as horas passavam.
À noite, todos os gatos são pardos.
Estou à espera de boas notícias.
Ele cozinha à moda dele mesmo.
Nas locuções que indicam meio ou instrumento, como: à máquina, à bala, à 
faca, à venda, à toa, à vista, à mão. Neste caso não vale a regra de substituir a 
por ao.
Exemplos
Pagou à vista a geladeira.
Joaquim foi morto à bala.
Helena colocou sua casa à venda.
Deixe a toalha à mão.
Antes dos pronomes relativos que, qual e quais, quando o a (ou as) puder ser 
substituído por ao (ou aos).
Exemplos
Esta é a candidata à qual você emprestou o casaco.
Este é o candidato ao qual você emprestou o casaco.
Vamos enfrentar uma fila semelhante à que você havia encontrado.
Vamos enfrentar um problema semelhante ao que você havia encontrado.
3.3 Nunca Usar Crase
a) Antes de palavras masculinas.
Exemplos
Seguiu a pé pela estrada.
Resolveu pagar o microcomputador a prazo.
Andou muito a cavalo.
77
Exceção: existe a crase quando se subentende uma palavra feminina, como 
moda e maneira, ou outra que determine um nome de empresa ou coisa.
Exemplos
Salto à Luís XV.
Salto à moda de Luís XV.
O poema foi escrito à Olavo Bilac.
O poema foi escrito à maneira de Olavo Bilac.
Amanhã irei à Melhoramentos.
Amanhã irei à Editora Melhoramentos.
b) Antes de nome de cidade.
Exemplos
Nair foi a Brasília.
Vamos a Paris?
Exceção: existe a crase quando se atribui uma qualidade à cidade.
Exemplos
Nair foi à Brasília dos políticos.
Vamos à Paris da moda maravilhosa?
c) Antes de verbo.
Exemplos
Já começou a fazer frio.
Janete passou a ver a menina com outros olhos.
d) Antes de substantivos repetidos.
Exemplos
Ele ficará cara a cara com seu adversário.
Agora estamos frente a frente.
Ganhou a maratona de ponta a ponta.
e) Antes de ela, esta e essa e pronomes em geral.
Exemplos
Darei este presente a ela.
Chegaram a esta conclusão.
A música tinha sido dedicada a essa senhora.
78
f) Antes de formas de tratamento.
Exemplos
Solicitamos a Vossa Senhoria que nos remeta o documento.
Uma ofensa dessas não poderia ter sido feita a Vossa Alteza.
g) Antes de palavra feminina com sentido genérico.
Exemplos
Devido a morte em família, não foi ao teatro.
Não me refiro a mulheres, mas a meninas.
h) Antes de substantivos no plural que fazem parte de locuções de modo.
Exemplos
Conseguiram ser aprovados a duras penas.
Agrediram-se a bofetadas.
i) Antes de nomes de mulheres célebres.
Exemplos
Ele a comparou a Joan Crawford.
Martinho preferia Greta Garbo a Ingrid Bergman.
j) Antes de dona e madame.
Exemplos
O pacote foi entregue a dona Selma.
O cachorrinho já se acostumou a madame Estela.
Exceção: existe a crase se essas palavras forem particularizadas.
Exemplos
O pacote foi entregue à dona do apartamento 52.
O cachorrinho já se acostumou à madame do Mercedes branco.
l) Antes de numerais considerados de forma indeterminada.
Exemplos
Os filhotes nasceram a 15 de agosto.
Fiz uma visita a sete empresas, procurando emprego.
79
m) Antes de distância indeterminada.
Exemplos
Estou fazendo um curso a distância.
Os vizinhos ficaram olhando a distância.
Se ficarmos a distância, não seremos atingidos.
Exceção: existe crase se a distância for determinada.
Exemplos
Se ficarmos à distância de 200 metros, não seremos atingidos.
n) Antes de terra, quando significa terra firme.
Exemplos
O barco chegou a terra ontem.
Os marinheiros foram a terra.
o) Antes de casa, considerada o lugar onde se mora.
Exemplos
Cheguei bem cedo a casa.
Tatiana vai a casa.
3.4 Uso Opcional da Crase
O uso da crase é opcional nos seguintes casos:
a) Antes de pronome possessivo.
Exemplos
A carta foi remetida à sua residência.
A carta foi remetida a sua residência.
b) Antes de nome de mulher.
Exemplos
Fez uma declaração à Helena.
Fez uma declaração a Helena.
c) Depois de até.
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Exemplos
O gato do vizinho seguiu-me ate à porta de casa.
O gato do vizinho seguiu-me até a porta de casa.
4. Colocação Pronominal
Os pronomes oblíquos átonos – me, te, se, lhe, o, a, nos, vos, os, as, lhes – po-
dem ocupar três posições com relação aos verbos: antes, no meio ou depois. É 
o que chamamos, respectivamente, de próclise, mesóclise e ênclise.
Exemplos 
Próclise: Não me diga que você já me esqueceu!
Mesóclise: Dar-lhe-ei aquilo que merece.
Ênclise: Diga-nos, o que pretende com isso?
Embora não existam regras rígidas de colocação pronominal, algumas nor-
mas herdadas de Portugal ainda estão em uso. Nesta lição você aprenderá a 
empregar corretamente esses pronomes nas frases.
Um erro bastante comum é iniciar a frase escrita com um pronome oblíquo 
átono. Na língua falada, a construção é usual.
Exemplos
Me olhei no espelho da sala.
Me largue, seu bruto!
Na linguagem coloquial, no dia a dia, é comum iniciar uma frase com um pro-
nome oblíquo. Entretanto, evite cometer esse emprego na escrita formal.
Com verbos no imperativo afirmativo.
Exemplos
Conte-me o que está acontecendo.
Previna-se: a epidemia está se alastrando.
Com verbos no gerúndio.
Exemplos
Brincava calmamente com o gatinho, acariciando-o.
Tratando-se de bordado, os de Maria Lúcia são mais bonitos.
Com gerúndio precedido da preposição em, emprega-se a próclise.
Exemplos
Em se tratando de bordado, os meus são únicos.
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Com verbos no infinitivo impessoal.
Exemplos
É chegada a hora de dizer-se adeus.
Já é tempo de abrir-se.
5. Pontuação e Outras Dúvidas
Esta lição tratará de algumas dúvidas, como pontuação, uso dos porquês, 
além de algumas questões que, não raro, suscitam dúvidas no texto escrito.
5.1 Pontuação
Devemos sempre ter em mente que a função do uso da pontuação é indicar, 
na escrita, a entonação e a pausa necessárias à compreensão do que se ex-
pressa na “fala”. Também, precisamos atentar para o fato de que cada sinal 
exerce um papel específico.
Os sinais de pontuação são: dois pontos ( : ), ponto de interrogação ( ? ), ponto 
de exclamação 
( ! ), reticências (...), aspas (“ ”), parênteses( ), travessão ( – ), ponto final ( . ), vír-
gula ( , ) e ponto e vírgula ( ; ).
Primeiramente, vamos concentrar nosso estudo em um sinal que costuma 
ser motivo de muitas dúvidas quando se escreve um texto: a vírgula. Veja o 
exemplo a seguir:
Dizem que a czarina russa Maria Fyodorovna, certa vez salvou a vida de um ho-
mem apenas mudando uma vírgula de sua sentença de lugar. Ela não concordava 
com a decisão de seu marido, Alexandre II, que tinha enviado o prisioneiro para a 
prisão no calabouço da Sibéria.
Na ordem de prisão desse homem, estava escrito: “Perdão impossível, enviar para 
Sibéria.”
Maria ordenou que redigissem nova ordem mudando a vírgula de lugar. A sentença 
ficou assim:
“Perdão, impossível enviar para Sibéria.” Resultado? O prisioneiro foi libertado.
Com esse exemplo foi possível verificar o fato de que a vírgula, embora tão 
pequena, pode ser responsável pela alteração do significado de toda uma fra-
se. Isso mesmo, ela é pequena, mas poderosa. Vamos estudar mais sobre o 
emprego dela!
82
5.2 Vírgula
De acordo com as regras da sintaxe, parte da gramática que estuda a disposi-
ção das palavras na frase e das frases no discurso, a vírgula deve ser empre-
gada para separar termos ou orações.
 ► 5.2.1 Uso da Vírgula entre Palavras
a) Separa termos coordenados:
“... meus olhos haviam retido a casinha branca, a lagoa, o buritizal e bandos 
de ariris...”
(Cyro dos Anjos. A Menina do Sobrado, p. 164)
b) Geralmente, não se separam termos unidos pela conjunção e, a não ser 
quando a conjunção vem repetida:
“E teus amigos, e nossos versos, e nossos túmulos...”
(Cecília Meireles. Obra Poética, p. 402)
c) Isola o aposto (termo ou expressão que explica ou resume o termo a que 
se associa):
Manuel Bandeira, o Bardo, foi um grande poeta modernista.
O aposto pode também ser separado por dois pontos, travessão, parênteses: 
Ana ganhou dois presentes: um livro e uma bicicleta.
Dois alunos (Ricardo e Marco) foram expulsos do colégio.
d) Separa expressões de explicação, correção, continuação, conclusão, 
concessão:
“Imaginava, aliás, que havia doutores em excesso, e o que minguava eram 
braços para a lavoura.” (Cyro dos Anjos. A Menina do Sobrado)
“Seguiria, assim, a tradição santanense.”
“A roça vinha ter com ela, às vezes, em sonhos ou simples devaneios.” (Macha-
do de Assis. Quincas Borba)
e) Separa, nas datas, os nomes do lugar: 
Recife, 30 de novembro de 2003.
f) Marca as deslocações, principalmente dos adjuntos adverbiais:
O rapaz ofereceu flores à namorada durante a festa.
Sujeito + Verbo + OD + OI adj. adv.
83
Durante a festa, o rapaz ofereceu flores à namorada. (adj. adv. deslocado)
À namorada, o rapaz ofereceu flores durante a festa. (OI deslocado)
 ► 5.2.2 Uso da Vírgula entre Orações
a) Separa orações coordenadas:
“Ela ergueu-se finalmente, foi lá fora ao capinzal, pôs-se a andar agitada, fa-
lando sozinha, a gesticular forte.” (Aluízio Azevedo. O Cortiço) 
b) Geralmente, não se usa vírgula antes de oração iniciada pela conjunção “e”:
Levantou-se, olhou todos com desdém e saiu sem dizer uma única palavra.
c) Emprega-se vírgula em oração iniciada por conjunção e quando os 
sujeitos são diferentes:
Veio a chuva, e as ruas do bairro ficaram todas debaixo d’água.
d) Quando há repetição de orações iniciadas pela conjunção e, a vírgula é 
facultativa:
Andou rapidamente, e foi se afastando, e depois desapareceu no horizonte.
Andou rapidamente e foi se afastando e depois desapareceu no horizonte.
e) Separa as orações coordenadas iniciadas por conjunções que não sejam e:
O jardim já não está lá, mas a casa ainda resiste.
Bastante agitado, ora queria deitar, ora queria andar pelo jardim.
f) Separa as orações subordinadas adverbiais de sua principal, 
especialmente quando antepostas:
Teria ido à empresa / se eu não o avisasse.
O. Principal O. Sub. Adv.
Se eu não o avisasse / teria ido até a empresa.
O. Sub. Adv. O. Principal
Saiu mais cedo do trabalho porque precisou resolver problemas pessoais.
Porque precisou resolver problemas pessoais, saiu mais cedo do trabalho.
g) Separa as orações que interrompam o discurso direto:
“Vem cá, Eugênia, disse ela, cumprimenta o Dr. Brás Cubas, filho do senhor 
Cubas...”
Obs.: essas frases são denominadas parentéticas ou intercaladas; e poderiam 
ser substituídas por parênteses.
84
h) Separa as orações adjetivas explicativas:
A primavera, estação das flores, deixa a cidade mais bonita.
NÃO se deve usar Vírgula:
a) Entre sujeito e verbo, mesmo que o sujeito seja bastante extenso ou 
venha depois do verbo:
A casa em que eu estava hospedado era a do escrivão Menezes.
sujeito verbo
(Machado de Assis. Missa do Galo)
Vieram visitar as tias duas sobrinhas do interior.
verbo sujeito
b) Num sujeito composto, não se separa o último termo coordenado do 
verbo:
Os animais, as plantas, os passarinhos parecem mais felizes depois.
último termo / verbo coordenado
c) Entre o verbo e seus objetos (direto e indireto) não há vírgula:
O trabalho custou sacrifício aos organizadores
verbo + OD + OI
A ordem correta das palavras na oração é: sujeito, verbo, complemento do 
verbo, adjunto adverbial:
O professor iniciará sua aula às dez horas.
sujeito verbo OD adj. adv.
Obs.: recomenda-se o uso das frases na ordem direta ao elaborar textos mais 
técnicos como cartas, relatórios etc.
5.3 Ponto e Vírgula 
Separa períodos longos; separa vários membros de uma enumeração descri-
tiva ou narrativa:
“A senhora não há de viver sempre; os seus negócios andam atrapalhados.”
(Machado de Assis. Quincas Borba)
“Enquanto uma chora, outra ri; é a lei do mundo, meu rico senhor; é a perfei-
ção universal.”
(Machado de Assis. Quincas Borba)
85
5.4 Rompendo as Regras de Pontuação
Existe a possibilidade de romper com as regras propostas pela gramática 
normativa no que diz respeito aos sinais de pontuação, mas deixemos essa 
liberdade para os literatos... O fragmento a seguir foi reproduzido apenas a 
título de curiosidade.
Não Mundinha pra Zona Sul eu não vou já disse que não vou pra lá não Betsy 
que não quero me perder e cá no meu subúrbio eu sou Tuquinha Batista T. B. 
meu nome me toda parte eu quase choro agradecida T.B. nos muros T.B. no 
tronco das árvores no mamoeiro na porta da igreja como largar minha gente 
ficar longe das letras do meu nome não Mundinha não me tentes mais estou 
quase noiva isto é não estou mas meu noivo vem vindo já apareceu na bola 
de cristal a cartomante disse que por enquanto ele aparece só pra ela todo 
dourado nadando num fundo azul e que é parecido com Clark Gable mas eu 
queria que ele parecesse com aquele que viajou no pingente (...). MACHADO, 
Aníbal, A Morte da Porta-Estandarte.
6. Emprego dos Conectivos 
Conectivos são as palavras que estabelecem ligação entre dois termos de uma 
oração ou entre orações de um mesmo período. O uso correto dos conectivos 
é imprescindível para aqueles que desejam produzir um texto com coesão 
(relação de sentido que se estabelece entre os enunciados que compõem um 
texto) e coerência.
As palavras que assumem a função de conectivos ou elementos de coesão 
são:
Preposições: a, de, para, com, por etc. Conjunções que, para que, quando, em-
bora, mas, e, ou etc.
Pronomes: ele, ela, seu, sua, este, esse, aquele, que, o qual etc.
Advérbios: aqui, aí, lá, assim etc.
O uso correto dos conectivos confere unidade ao texto e contribui para ex-
pressar claramente as ideias. Para verificar isso, vejamos alguns enunciados 
que têm o sentido comprometido pelo uso inadequado dos conectivos.
No sertão, não chove há mais de cinco meses, apesar de que o governo deve-
ria auxiliar os flagelados.
Para que o enunciado acima faça sentido, é preciso estabelecer uma relação 
de implicação: pelofato de não chover, é preciso que o governo tome provi-
dências. Podemos, então, reescrever:
No sertão, não chove há mais de cinco meses, portanto, o governo deveria 
auxiliar os flagelados.
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Observemos algumas frases retiradas de redações de alunos do Ensino Médio 
em que aparecem problemas de conexão:
Exemplo 1 
A história diz que o velho lança uma maldição onde àquele que criou o barco 
e saiu para navegar.
Não faz sentido o uso do advérbio onde, afinal, a que lugar ele poderia se re-
ferir? O que apenas atrapalha a compreensão do enunciado. Esse fragmento 
pode ser facilmente corrigido para:
A história diz que o velho lança uma maldição àquele que criou o barco e saiu 
para navegar.
Exemplo 2
No jornal Folha de São Paulo, vimos que o número de favelados em São Paulo 
está aumentando; por isso o governo do Estado e a Prefeitura devem tomar 
alguma providência.
Há dois problemas: em o jornal... mostra (quem mostra?) e o uso do conectivo 
pois (explicativo). A relação entre as duas frases não é de uma simples expli-
cação. Podemos reelaborar de duas formas o exemplo acima:
O jornal Folha de São Paulo mostra que o número de favelados em São Paulo 
está aumentando; portanto o governo do Estado e a Prefeitura devem tomar 
alguma providência.
ou
No jornal Folha de São Paulo, vimos que o número de favelados em São Paulo 
está aumentando; por isso o governo do Estado e a Prefeitura devem tomar 
alguma providência.
Exemplo 3 
[...] o motivo da tragédia é pelo qual, eles pensarem que eram os melhores; o 
fato de serem idolatrados deixava os mais velhos indignados...[...]
No exemplo acima, não há ideias que se articulam, impossibilitando a com-
preensão do enunciado. Vejamos uma possibilidade de leitura: 
“O motivo da tragédia foi eles pensarem que eram os melhores; o fato de se-
rem idolatrados deixava os mais velhos indignados.”
87
6.1 Anafóricos e Catafóricos
Para usar corretamente os conectivos é necessário saber o significado dessas 
palavras. Vejamos alguns aspectos importantes a serem considerados sobre 
esse tema.
Anafórico é um termo ou expressão que serve para retomar uma palavra já 
expressa no texto, enquanto o catafórico antecipa palavras que virão depois. 
Na produção de um texto, é necessário precisar a que palavra o anafórico ou 
o catafórico se refere para não haver ambiguidade.
Ontem visitamos duas fábricas da Empresa Milkmilk: a de Taubaté e a de São 
José dos Campos. Esta produz somente os produtos da linha diet e aquela pro-
duz toda a linha de iogurtes.
No enunciado anterior, os pronomes demonstrativos são termos anafóricos 
que retomam o termo fábrica (elíptico): esta se refere à de São José dos Cam-
pos e aquela se refere à de Taubaté.
O que você me contou não pode ser verdade. Isso seria uma vergonha! Aqui 
o pronome demonstrativo isso é um anafórico que se refere àquilo que foi 
contado.
Já no exemplo seguinte, temos um pronome demonstrativo que antecipa, isto 
é, apresenta a quem/que se refere à ação.
Ele estaria sobre minha mesa logo após o almoço; aquele projeto tinha de ser 
revisado até o dia seguinte.
O pronome pessoal ele é um catafórico e se refere à palavra projeto.
7. Uso dos Porquês
a) PORQUE
PORQUE (junto e sem acento) é conjunção causal ou explicativa, ou seja, deve 
ser usa- da quando introduz um motivo ou uma explicação.
Ela geralmente equivale a “pois”, “uma vez que”, “portanto”.
b) PORQUÊ
PORQUÊ (junto e com acento) é substantivo. Nesse caso, ele será precedido de 
artigo ou palavra determinante e é sinônimo de motivo, razão.
c) POR QUE
POR QUE (separado e sem acento) deve ser usado quando se trata de dois 
vocabulários: preposição por + pronome que. Seu uso equivale a “pelo qual”, 
88
“pelos quais”, “pelas quais” ou “para que”, ou sempre que acompanhar as pala-
vras “motivo” ou “razão”, sendo que estas podem estar subentendidas.
d) POR QUE
Também se emprega por que no início de frases interrogativas:
e) POR QUÊ
POR QUÊ (separado e com acento) deve ser no final da frase interrogativa 
equivalendo a “por que motivo”. Nesse caso o que deve receber o acento grá-
fico, pois se torna tônico.
8. Dúvidas Recorrentes
Vamos conhecer alguns casos que envolvem dúvidas de gramática e que, sen-
do resolvidas, podem auxiliar para que se redija bons textos.
 ► 8.1 Ao se Empregar Porcentagem: o Verbo fica no Singular ou no 
Plural?
Numa frase em que o percentual apareça desacompanhado, o verbo concor-
da obrigatoriamente com o numeral expresso nele: “1% aprova, 99% desapro-
vam’’.
Mas a concordância pode ser facultativa quando o sujeito estiver acompa-
nhado por outros elementos. Nesse caso, permite-se que seja feita tanto com 
o numeral ou com a palavra que está mais próxima do verbo.
Assim, podemos dizer que “1% (singular) dos brasileiros (plural) aprova / 
aprovam’’, e que “99% (plural) da população (singular) aprovam/aprova’’. Para 
quem prefere memorizar uma regra única, vale esta: o verbo estará sempre 
certo se concordar com o numeral.
8.2 Uso do Etc.
Etc. é abreviação da locução latina et coetera, que quer dizer “e outras coisas”. 
Segundo Napoleão Mendes de Almeida, se antes da conjunção e, quando liga 
dois termos contíguos, não se usa vírgula, também não devemos usar vírgula 
antes de etc.
No entanto, é muito comum encontrarmos o uso da vírgula antes desse ter-
mo. Portanto, usar ou não vírgula antes de etc. é uma questão de estilo e não 
se deve tratar a questão como erro ou acerto. É preciso, no entanto, sistemati-
zar: num texto, usamos a vírgula em todos os casos ou a excluímos em todos.
89
Agora, por se tratar de uma abreviação, é obrigatório o uso de ponto após o 
“etc.”.
8.3 Ex (prefixo)
Ex é usado com hífen quando anteposto a um substantivo que designa um 
cargo, uma profissão, um estado que a pessoa já não tem mais: ex-presidente, 
ex-prefeito, ex-proprietário, ex-viciado. Nos outros casos, liga-se sem hífen: 
extrapolar, expropriar, expectativa.
8.4 Para mim / Para eu
Não houve discussão entre mim e minha chefe. Afinal, o que seria dela sem 
mim, que organizo toda sua agenda.
Você acha que esse relatório é para mim? 
Observe que, nas frases anteriores, as preposições entre, sem, para introdu-
zem o pronome mim (forma oblíqua).
A seguir, a preposição introduz o verbo no infinitivo, e o pronome é emprega-
do na forma do caso reto (eu), pois é sujeito do verbo analisar.
Você acha que esse relatório é para eu analisar?
8.5 Abreviações
Tabela 2 – Abreviações
Abreviação Por extenso
Av. Avenida
R. Rua
Ap. Apartamento
Dec. Decreto
Sr. Senhor
2h 2 horas
30 kg 30 quilos
Obs.: note que não se coloca ponto ( . ) após as medidas abreviadas para indi-
car h, l e kg, tampouco, se coloca “s” (marca de plural), ainda que indiquem 2 
ou 30. Isso porque indicam convenções internacionais e nem toda língua faz 
o plural com acréscimo do “s”.
90
8.6 Símbolos das Unidades de Medida
 ► 8.6.1 Medidas de Tempo
Tabela 3 – Medidas de tempo
Abreviação Por extenso
s Segundo
min Minuto
h Hora
d Dia
 ► 8.6.2 Medidas de Comprimento
Tabela 4 – Medidas de Comprimento
Abreviação Por extenso
mm Milímetro
cm Centímetro
m Metro
km Quilômetro
 ► 8.6.3 Medidas de Área
Tabela 5 – Medidas de área
Abreviação Por extenso
m Metro
m² Metro quadrado
ha Hectare
 
 ► 8.6.4 Medidas de Volume
Tabela 6 – Medidas de volume
Abreviação Por extenso
l Litro
cm3 Centímetro cúbico
 
91
 ► 8.6.5 Medidas de Massa
Tabela 7 – Medidas de Massa
Abreviação Por extenso
m3 Metro cúbico
g Grama
kg Quilograma
t Tonelada
 ► 8.6.6 Outras Medidas
Tabela 8 – Outras medidas
Frequência Hz (Hertz)
Velocidade m/s (metro por segundo)
W Watt
cv Cavalo Vapor
Força N (Newton)
Temperatura ° (Celsius)
EnergiaJ (Joule)
Quantidade de eletricidade C (Coulomb)
Tensão elétrica V (Volt)
Intensidade de corrente A (Ampère)
Nível de potência B (bel)
9. Problemas Comuns em Textos Empresariais
A seguir, alguns dos principais problemas encontrados em textos empresa-
riais:
a) Ambiguidade é a duplicidade de sentido:
Exemplo: O comerciante mesquinho vendeu a vista.
b) Cacofonia – duas palavras se unem formando um mesmo som:
Ex: Ela tinha chegado atrasada à reunião (É latinha)
c) Redundância – insistir demais sobre o mesmo assunto:
Ex: Júlio Verne escreveu o livro “100 mil Léguas Submarinas”. É uma obra 
onde Júlio Verne retrata uma harmonia perfeita do homem com a natureza. 
92
Júlio Verne é considerado um dos maiores escritores do mundo. Em seu livro, 
Júlio Verne relata uma aventura…
d) Arcaísmo – palavras fora de uso:
Ex.: “Certas carolas taciturnas, ficam com suas atitudes indubitavelmente pu-
dicas, inserindo este contexto no correr de suas vidas, condenando qualquer 
ato como libidinoso.”
e) Má colocação das palavras:
Ex.: Precisa-se, para empresa de grande porte, que fale francês fluentemente, 
de um assistente.
f) Prolixidade – linguagem exótica, de difícil compreensão, que não comuni-
ca nada:
Ex.: A transformação otimizada dos valores empresariais resulta dos paradig-
mas emergentes para o terceiro milênio.
g) Pleonasmo – repetição desnecessária de algo:
Ex.: Entrar para dentro; Enxergar com os olhos; Sair para fora.
h) Acúmulo de pormenores:
Ex.: Queremos convidá-lo para a exposição dos fatos históricos de nossa cida-
de, organizada por um dos homens mais inteligentes da terra, que teve esta 
idéia após uma viagem a Londres, onde conheceu um historiador de artes 
que posteriormente nos fez uma visita…
i) Clichês – emprego de frases comuns, pré-fabricadas:
Ex.: “A vida é um circulo que se repete”, ou a “recepção é o cartão de visitas da 
empresa”.
j) Modismo – palavras que entram em moda e são repetidas sem pensar:
Ex.: Agilizar, espaço (local, ambiente, universo), atual conjuntura.
9.1 Pronomes de Tratamento
É praxe utilizar os pronomes de tratamento de maneira cerimoniosa nas cor-
respondências oficiais. Assim, o pronome de tratamento pode ser precedido 
de Vossa ou Sua: Vossa para a pessoa com quem se fala e Sua para a pessoa de 
quem se fala.
93
Tabela 9 – Abreviação de pronomes de tratamento 
Abreviações Pronome Usado para
V. A. Vossa Alteza Duques, príncipes
V. Ema Vossa Eminência Cardeais
 V. Exa Vossa Excelência
Altas autoridades civis e militares: 
ministros, prefeitos, generais, bispos etc.
 V.M. Vossa Majestade Reis, rainhas, imperadores
V. Maga Vossa Magnificência Reitores de Universidades
V. Revma Vossa Reverendíssima Sacerdotes em geral
V. S. Vossa Santidade Papa
V. Sa Vossa Senhoria
Tratamento cerimonioso e formal a 
pessoas graduadas em geral
Também, há a situação em que a pessoa não está presente, aliás, essa situação 
é a mais comum.
Tabela 10 – Outras abreviações de pronomes de tratamento
Abreviações Pronome Usado para
Ilmo. Sr. Ilustríssimo Senhor
Tratamento cerimonioso e formal a 
pessoas graduadas em geral.
Exmo. Sr. Excelentíssimo Senhor Altas autoridades civis e militares.
Sr. Senhor
Ministros, prefeitos, generais, bispos etc. 
Tratamento cerimonioso e formal.
9.2 A nível de
A nível de é uma expressão que deve ser evitada até na linguagem oral, porque 
não é uma expressão aceitável. O que existe é a expressão ao nível de, que 
significa “à altura”, em frases como:
Ele foi ao nível mais baixo, e gritou nomes que aqui não podem ser reprodu-
zidos.
Nós não estamos ao nível do mar.
Muitos profissionais abusam do uso dessa expressão em frases como:
A nível de profissão, prefiro não entrar em detalhes sobre a minha.
Ainda temos muitos problemas a nível de Mercosul.
Veja como essas frases devem ser escritas:
Quanto à profissão, prefiro não entrar em detalhes sobre a minha.
Ainda temos muitos problemas no Mercosul. 
94
Ou
Ainda temos muitos problemas relativos ao Mercosul.
9.3 Acerca de
Acerca de significa sobre, veja o exemplo: Estávamos discutindo acerca da in-
flação. Acerca de não pode ser confundido com as expressões: “há cerca de” e 
“a cerca de”. Seguem exemplos:
Há cerca de duas horas ele esteve aqui. (tempo aproximado)
O condomínio fica a cerca de uma hora daqui. (aproximadamente)
9.4 Através de/por meio de
Nós passamos através de um jardim (de um lado para o outro, dentro do jar-
dim), jamais através de um documento. Ao se referir a um documento, deve-
mos escrever: Solicitamos mais informações sobre o produto.
9.5 Mais Esclarecimentos
Geralmente, pedimos maiores esclarecimentos, mas não podemos ter escla-
recimentos maiores já que esse comparativo é usado para se referir a tama-
nho ou volume. Cabe-nos solicitar: melhores esclarecimentos ou mais escla-
recimentos.
9.6 Gerúndio
O uso do verbo no gerúndio está na moda. Pena que ele veio para substituir 
todos os tempos verbais. É comum ouvirmos, isso mesmo ouvirmos nas cha-
madas de telemarketing, principalmente, o leva à conclusão de que o emissor 
está adiando a ação em vez de prontidão. 
Observe os exemplos: 
Estarei enviando seu relatório logo após o almoço.
Vou estar fazendo essa pesquisa amanhã. 
Agora mesmo vou estar mandando esse fax.
Por que não simplificar e elaborar os textos de forma correta?
Enviarei seu relatório logo após o almoço. 
Vou enviar seu relatório logo após o almoço. 
Vou fazer essa pesquisa amanhã. 
Agora mesmo vou mandar esse fax. 
Desse modo, há economia de verbos e o conteúdo assume o sentido objetivo 
e preciso desejado. 
95
9.7 Uso do QUE e do SE 
A palavra que em português pode ser:
Interjeição: exprime espanto, admiração, surpresa.
Nesse caso, será acentuada e seguida de ponto de exclamação. Usa-se tam-
bém a variação o quê! A palavra que não exerce função sintática quando fun-
ciona como interjeição.
Quê! Você ainda não está pronto?
O quê! Quem sumiu?
Substantivo: equivale a alguma coisa.
Nesse caso, virá sempre antecedida de artigo ou outro determinante, e re-
ceberá acento por ser monossílabo tônico terminado em e. Como substan-
tivo, designa também a 16ª letra de nosso alfabeto. Quando a palavra que for 
substantivo, exercerá as funções sintáticas próprias dessa classe de palavra 
(sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo etc.)
Ele tem certo quê misterioso. (substantivo na função de núcleo do objeto di-
reto)
Preposição: liga dois verbos de uma locução verbal em que o auxiliar é o ver-
bo ter.
Equivale a de. Quando é preposição, a palavra que não exerce função sintá-
tica.
Tenho que sair agora.
Ele tem que dar o dinheiro hoje.
Partícula de realce: pode ser retirada da frase, sem prejuízo algum para o 
sentido.
Nesse caso, a palavra que não exerce função sintática; como o próprio nome 
indica, é usada apenas para dar realce. Como partícula expletiva, aparece 
também na expressão é que.
Quase que não consigo chegar a tempo.
Elas é que conseguiram chegar.
Advérbio: modifica um adjetivo ou um advérbio. Equivale a quão. Quando 
funciona como advérbio, a palavra que exerce a função sintática de adjunto 
adverbial; no caso, de intensidade.
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Que lindas flores!
Que barato!
Pronome: como pronome, a palavra que pode ser:
Pronome relativo: retoma um termo da oração antecedente, projetando-o na 
oração consequente. 
Equivale a o qual e flexões.
Não encontramos as pessoas que saíram.
Pronome indefinido: nesse caso, pode funcionar como pronome substantivo 
ou pronome adjetivo.
Pronome substantivo: equivale a que coisa. Quando for pronome substanti-
vo, a palavra que exercerá as funções próprias do substantivo (sujeito, objeto 
direto, objeto indireto etc.)
Que aconteceu com você?
Pronome adjetivo: determinaum substantivo. Nesse caso, exerce a função 
sintática de adjunto adnominal.
Que vida é essa?
Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse caso, não exerce função 
sintática. Como conjunção, a palavra que pode relacionar tanto orações coor-
denadas quanto subordinadas, daí classificar-se como conjunção coordena-
tiva ou conjunção subordinativa. Quando funciona como conjunção coorde-
nativa ou subordinativa, a palavra que recebe o nome da oração que introduz. 
Por exemplo:
Venha logo, que é tarde. (conjunção coordenativa explicativa)
Falou tanto que ficou rouco. (conjunção subordinativa consecutiva)
Quando inicia uma oração subordinada substantiva, a palavra que recebe o 
nome de conjunção subordinativa integrante.
Desejo que você venha logo.
A palavra se, em português, pode ser:
Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse caso, não exerce função 
sintática. Como conjunção, a palavra se pode ser:
Conjunção subordinativa integrante: inicia uma oração subordinada subs-
tantiva.
Perguntei se ele estava feliz.
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Conjunção subordinativa condicional: inicia uma oração adverbial condi-
cional (equivale a caso).
Se todos tivessem estudado, as notas seriam boas.
Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da frase sem prejuízo 
algum para o sentido. Nesse caso, a palavra se não exerce função sintática. 
Como o próprio nome indica, é usada apenas para dar realce.
Passavam-se os dias e nada acontecia.
Parte integrante do verbo: faz parte integrante dos verbos pronominais. Nes-
se caso, o se não exerce função sintática. 
Ele arrependeu-se do que fez.
Partícula apassivadora: ligada a verbo que pede objeto direto, caracteriza as 
orações que estão na voz passiva sintética. É também chamada de pronome 
apassivador. Nesse caso, não exerce função sintática, seu papel é apenas apas-
sivar o verbo.
Vendem-se casas.
Aluga-se carro.
Compram-se joias.
Índice de indeterminação do sujeito: vem ligando a um verbo que não é 
transitivo direto, tornando o sujeito indeterminado. Não exerce propriamen-
te uma função sintática, seu papel é o de indeterminar o sujeito. Lembre-se de 
que, nesse caso, o verbo deverá estar na terceira pessoa do singular.
Trabalha-se de dia.
Precisa-se de vendedores.
Pronome reflexivo: quando a palavra se é pronome pessoal, ela deverá estar 
sempre na mesma pessoa do sujeito da oração de que faz parte. Por isso o 
pronome oblíquo se sempre será reflexivo (equivalendo a “a si mesmo”), po-
dendo assumir as seguintes funções sintáticas:
Objeto direto
Ele cortou-se com o facão.
Objeto indireto
Ele se atribui muito valor.
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Sujeito de um infinitivo
“Sofia deixou-se estar à janela.”
Exercícios Propostos
1. Assinale a frase em que se deve usar porque.
( ) a) O encontro porque ele tanto ansiava ocorreu ontem. 
( ) b) Pegou o casaco porque fazia frio. 
( ) c) Perdeu o contrato porque tanto se esforçou. 
( ) d) Você está tremendo porque? 
( ) e) Porque você não veio? 
2. Complete as frases seguintes e anote a alternativa que responde de forma 
correta.
Fiz tudo __________________ não lhe faltasse incentivo. 
Fale baixo, __________________ vai acordar o neném. 
Ignoro __________________ solicitaram revisão. 
( ) a) Por que, por que, por que. 
( ) b) Porque, porque, porque. 
( ) c) Por que, porque, por que. 
( ) d) Porque, porque, por que. 
( ) e) Por quê, por que, porque.
3. Assinale a frase que contraria a norma culta quanto à concordância ver-
bal.
( ) a) Sou eu que pergunto.
( ) b) Sou eu quem pergunta.
( ) c) Fazem cinco anos que não o vejo.
( ) d) Há inúmeros problemas aqui.
( ) e) Tudo são flores.
4. Assinale a alternativa em que a palavra bastante(s) está empregada corre-
tamente, de acordo com a norma culta da Língua. 
( ) a) Os rapazes eram bastantes fortes e carregaram a caixa. 
( ) b) Há provas bastante para condenar o réu.
( ) c) Havia alunos bastantes para completar duas salas. 
( ) d) Temos tido bastante motivos para confiar no chefe. 
( ) e) Todos os professores estavam bastantes confiantes. 
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5. Assinale a alternativa correta.
( ) a) Segue anexo o documento.
( ) b) Sinto-me meia atrapalhada. 
( ) c) Fiquem alerta.
( ) d) Aqueles casacos custam caros. 
( ) e) Seguem anexo os documentos.

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