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Av. Gov. Agamenon Magalhães, 2978 – Espinheiro – Recife/PE – CEP: 52020-000 – Fone/Fax: (81) 3423-4383
home page: www.creape.org.br 
 
LAUDO TÉCNICO SOBRE ASLAUDO TÉCNICO SOBRE AS
CAUSAS DO DESABAMENTO DOCAUSAS DO DESABAMENTO DO
EDIFÍCIO AREIA BRANCAEDIFÍCIO AREIA BRANCA
Local:Local: Av. Bernardo Vieira de Melo, No. 2852
Bairro da Piedade, Jaboatão dos Guararapes, PE
Volume 1 – Texto e Volume 1 – Texto e Documentário FotográficoDocumentário Fotográfico
Autores:Autores:
Engo Civil, Alexandre Duarte Gusmão
CREA 17403-D/PE
Engo Civil, Dílson Corrêa Lima Teixeira
CREA 3256-D/PE
Engo Civil, Joaquim Correia de Andrade Filho
CREA 1601-D/PE
Engo Civil, José Afonso Pereira Vitório
CREA 6904 -D-PE
Engo Civil, Romilde Almeida de Oliveira
CREA 3730-D-PE
Recife, julho de 2005 
e-mail: creape@creape.org.br 1
 
 
 Av. Gov. Agamenon Magalhães, 2978 – Espinheiro – Recife/PE – CEP: 52020-000 – Fone/Fax: (81) 3423-4383
home page: www.creape.org.br 
 
APRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃO
Após nove meses de trabalho, a comissão designada pelo Presidente do CREA-
PE para elucidar o acidente envolvendo o edifício Areia Branca entrega ao Conselho, à
Comunidade Técnica e à Sociedade, o Laudo Técnico contendo todos os estudos,
análises e diagnóstico sobre as causas do desabamento do referido edifício, ocorrido no
dia 14 de outubro de 2004.
Mesmo tratando-se de um documento estritamente técnico, cuja redação não
deixa quaisquer dúvidas a esse respeito, o Laudo, no entender da Comissão, deve
também, ter um caráter educativo, no sentido de alertar para os procedimentos
relacionados ao projeto, aos processos construtivos, ao controle de qualidade e à
manutenção de edificações no estado de Pernambuco.
Dessa forma, além de concluir sobre as causas do desabamento que tirou a vida
de quatro pessoas e privou famílias de seu mais importante patrimônio, este trabalho
espera contribuir para a boa prática da engenharia em Pernambuco, na medida em que
os ensinamentos tirados deste episódio possam contribuir para a melhoria dos
 procedimentos dos projetos e execução, de modo a evitar que este tipo de tragédia volte
a acontecer.
 Nesse sentido, vale a pena destacar alguns aspectos que, caso recebam a devida
atenção, poderão reduzir significativamente o risco da ocorrência de graves acidentes,
além de garantir maior vida útil e melhor funcionalidade dos imóveis:
• O desabamento do edifício Areia Branca teve como principal causa a má execução
da sua estrutura, havendo indicativos de que tal fato está relacionado à ausência de
engenheiros qualificados na condução da obra. Isto aponta para a impossibilidade de
obter-se um adequado padrão de segurança e qualidade em uma obra de engenharia,
sem que haja a participação de profissionais com adequada formação e treinamento
nas diversas áreas do conhecimento que são necessárias para a execução de um
empreendimento.
• Os acidentes com desabamentos de edificações ocorridos nos últimos anos na
Região Metropolitana do Recife – RMR, tiveram entre as suas causas a degradação
dos materiais pelo contato com agentes agressivos presentes no solo e na água
subterrânea. Há que se considerar o caso dos efluentes de fossas e sumidouros e suas
 possíveis ações agressivas. Isto demonstra a necessidade urgente de investimentos
na implantação de sistemas de esgotamento sanitário nas áreas residenciais da RMR, bem como em pesquisas científicas sobre os efeitos deletérios dos efluentes nos
materiais das construções já edificadas.
• A ausência de uma cultura de manutenção preventiva (e até corretiva), faz com que
as edificações tornem-se mais vulneráveis à ação do tempo pelos agentes químicos e
às falhas de construção, em especial aquelas ocultas. Torna-se necessário, portanto,
a adoção de procedimentos adequados que assegurem a realização de uma
manutenção permanente nos imóveis, sejam residenciais, comerciais ou públicos, de
e-mail: creape@creape.org.br 2
 
 
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modo a permitir identificar com antecedência os problemas existentes e solucioná-
los antes que constituam riscos à integridade da obra. É de fundamental importância
que as atividades de manutenção e reparo sejam efetuadas por empresas e
 profissionais qualificados e habilitados, devendo incluir necessariamente a inspeção
de peças da infra-estrutura (cintas, pescoços dos pilares, sapatas e blocos de
coroamento das estacas).
• A falta de mecanismos legais de controle e aferição da qualidade das edificações no
Brasil se constitui em um grande problema que precisa ser enfrentado e resolvido
com urgência. Algumas instituições que direta ou indiretamente tratam destaquestão, como é o caso das prefeituras e outros órgãos de fiscalização, precisam
rever e adequar seus procedimentos visando garantir a qualidade das edificações,
 bem como as suas manutenções ao longo do tempo. Isso evitará a lacuna legal
atualmente existente que faz com que os usuários fiquem sem saber a quem recorrer
quando se sentem prejudicados por alguma anomalia em seus imóveis.
• Torna-se necessário envolver também: os agentes financeiros, que financiam os
imóveis sem avaliarem a qualidade dos mesmos; as empresas do setor imobiliário,
no sentido de melhor qualificar a mão-de-obra da construção civil e aperfeiçoar os
 processos construtivos; as universidades e centros de pesquisa para melhorar a
formação e a capacitação profissional; as casas legislativas nas esferas municipal,
estadual e federal para elaborarem leis apropriadas e exeqüíveis que possam dar o
respaldo legal às ações voltadas para garantirem a segurança dos imóveis.
•
 Finalmente, não pode deixar de ser repensado o próprio papel dos ConselhosRegionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia que realizam em todo o Brasil a
fiscalização do exercício profissional com base em uma legislação antiquada que
não atende às atuais demandas da sociedade, e que precisa passar por uma profunda
reformulação.
Recife, julho de 2005
A COMISSÃO TÉCNICA
e-mail: creape@creape.org.br 3
 
 
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ÍNDICEÍNDICE 
1. Introdução
2. Objetivo
3. O acidente
4. Descrição do sistema estrutural
4.1 Contexto em que a estrutura foi projetada e construída
5. Metodologia adotada
5.1 Visitas e inspeções no local do acidente
5.2 Entrevistas com pessoas relacionadas com o acidente
5.3 Análise dos escombros
5.4 Ensaios realizados
5.5 Análise estrutural
5.6 Análise do solo e da fundação
6. Análises dos dados obtidos e diagnóstico
6.1 Sapatas
7. Conclusões
8. Bibliografia
9. Documentação fotográfica 
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10. Anexos
10.1 Entrevistas10.2 Ensaios realizados
10.2.1 Sondagem a percussão
10.2.2 Análise físico-química da água
10.2.3 Análise química do solo
10.2.4 Resistência à compressão do concreto
10.2.5 Profundidade de carbonatação
10.2.6 Resistência à tração do aço
10.2.7 Reconstituição do traço
10.2.10 Porosidade e reação álcali-agregado
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1. Introdução1. Introdução
O Edifício Areia Branca iniciou a sua construção em 1977 e foi concluído em
1979. Segundo registros existentes no CREA-PE, o referido edifício foi construído pela
JB Construções Ltda, com responsabilidade técnica pelo projeto arquitetônico e
construção do arquiteto Juarez Alves Batista, CREA 1568 -D. A referida construtora
está com as suas atividadesencerradas, e seu titular, o arquiteto e proprietário Juarez
Alves Batista é falecido. O edifício teve ainda a empresa ENGEST, responsável pelo
 projeto estrutural. Não constam dos registros do CREA as responsabilidades técnicas
 pelas elaborações dos demais projetos complementares.A empresa ENSOLO foi
responsável pelos serviços de sondagens à percussão, que conduziram ao projeto das
fundações.
 No dia 14 de outubro de 2004, o Edifício Areia Branca sofreu colapso na sua
estrutura, vindo a desabar totalmente. No dia seguinte, o Conselho Regional de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Pernambuco, constituiu uma comissão
composta pelos signatários deste Laudo com a finalidade de esclarecer as causas do
acidente.
2. Objetivo2. Objetivo 
Este Laudo tem como objetivo emitir o diagnóstico conclusivo, considerando os
aspectos estritamente técnicos, sobre as causas que provocaram o colapso estrutural do
Edifício Areia Branca. Embora este tipo de atividade não faça parte das obrigações
regimentais do CREA-PE, ele se enquadra nas ações voltadas para a defesa dos
interesses da Sociedade, com ênfase na busca da boa qualidade das profissões
abrangidas por este Conselho.
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3. 3. O O acidenteacidente
A descrição do acidente está respaldada nos depoimentos obtidos de alguns
moradores, de operários e engenheiros que naquela ocasião executavam serviços
emergenciais de reforço estrutural, de técnicos da CODECIPE, do síndico do edifício e
da análise de grande quantidade de fotografias tiradas antes e após o acidente.
• No domingo à noite, dia 10.10.2004, alguns moradores ouviram um estrondo no
edifício e realizaram uma inspeção visual no pavimento térreo e garagem. No
entanto, não identificaram a srcem nem constataram anomalias na estrutura;
• na terça-feira, dia 12.10.2004, o síndico do edifício, ao estacionar o seu veículo,
na vaga junto ao reservatório inferior, no subsolo, percebeu que aquela região se
encontrava alagada. Observou, ainda, manchas com características de vazamento
na parede do reservatório, além de fissuras inclinadas;
• na quarta-feira, dia 13.10.04, o engenheiro Gamal Asfura, sócio da empresa
responsável pela elaboração do projeto estrutural do edifício, a ENGEST
atendendo à solicitação do administrador do imóvel, vistoriou os pavimentos
subsolo e térreo, observando que o reservatório inferior apresentava vazamento.
Também constatou fissuras na alvenaria, no trecho situado abaixo do patamar da
escada, no subsolo. Naquela oportunidade, uma moradora o informou que uma
 porta de seu apartamento estava emperrando. Ele reuniu alguns moradores
embaixo do prédio e sugeriu que fosse chamada uma empresa especializada em
recuperação estrutural, indicando as empresas Concrepoxi e Jatobeton. O
condomínio contatou a empresa Jatobeton que ficou de comparecer ao local no
dia seguinte pela manhã;
• na madrugada da quinta-feira 14.10.2004, entre uma e meia e duas horas da
manhã, o engenheiro Gamal Asfura recebeu telefonema do condomínio
informando sobre a ocorrência de ruídos, tendo o síndico descrito tais ruídos
como se fossem elementos metálicos se chocando, os mesmos sendo ouvidos
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também por outros moradores que alegaram terem sentido o edifício balançar. O
referido engenheiro ligou para a Jatobeton que ficou de comparecer ao local no
início da manhã. Na ocasião o Síndico solicitou que os moradores deixassem o
edifício;
• naquela mesma madrugada, às 01:20 h, o condomínio acionou o Centro de
Atendimento da CODECIPE, sendo registrada a ocorrência No. 385/2004. Às
2:40 h, o Engenheiro Civil e Major PM Carlos Alberto D’Albuquerque, técnico
da CODECIPE, se encontrava no local, encontrando os moradores reunidos na
 parte inferior do edifício;
• no início da manhã da quinta-feira, dia 14.10.2004, compareceram ao local
representantes da empresa Jatobeton e o engenheiro Gamal Asfura. Foram
 procedidas inspeções, inclusive no interior do reservatório inferior, constatando-
se rachadura em uma viga do teto do subsolo, próxima da escada, não sendo
observadas, naquele instante, anomalias nos pilares. Às 10:20 h a equipe da
CODECIPE chegou ao local, tendo sido informada pelo síndico que os
elevadores haviam sido desligados, os reservatórios estavam sendo esvaziados e
que o prédio estava desocupado. A referida equipe permaneceu no local duranteuma hora e vinte minutos, vistoriando o imóvel, na companhia de uma comissão
de moradores;
• Às 14:00 h do mesmo dia, o condomínio autorizou o início dos serviços de
recuperação que se fizessem necessários. A mobilização de pessoal, ferramentas
e materiais para realização dos serviços foi concluída entre as 15 e 16 horas,
ocasião em que os serviços efetivamente começaram. Relatos dos operários e
engenheiros da Jatobeton revelaram o aparecimento de trincas numa viga de
contorno, na parte posterior do subsolo, aproximadamente às dezessete horas.
 Na ocasião, os serviços foram iniciados pela escavação do pilar situado entre as
regiões fissuradas do reservatório e da viga, sendo retirado o trecho da laje de
 piso do subsolo, seguido da escavação até o topo da sapata, numa cota
aproximada de 1,40 m abaixo da cota de piso do subsolo. Verificou-se que o
 pilar estava com a armadura flambada numa cota situada a 0,80 m abaixo da
cota de piso do sub-solo. Para recuperação do referido pilar, foram
 providenciados os materiais necessários, inclusive graute. Segundo relato dos
engenheiros da Jatobeton, tal técnica de reforço já teria sido realizada com
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sucesso em outras oportunidades, tendo sido relatado o caso de um edifício na
cidade de Belém, no estado Pará, em situação semelhante. Relatos dos técnicos
da Jatobeton e do servente Cícero Tenório da Silva indicam que os materiais
 para o reforço dos pilares chegaram entre 19 e 20 h. Logo após o jantar dos
operários (19:25 h aproximadamente), os serviços foram recomeçados com
aprofundamento da escavação das duas sapatas, seguidos da aplicação de graute
no pescoço do primeiro pilar. No instante em que o pescoço do segundo pilar foi
descoberto, não foi observada qualquer anomalia de forma aparente. Logo após
a colocação do primeiro balde de graute, ouviu-se um estrondo;
• aproximadamente às 20:20 h, uma moradora que estava observando os trabalhos
de recuperação foi alertada pelo operário Cícero Tenório da Jatobeton, que o
segundo pilar, próximo do anterior, igualmente junto ao reservatório inferior,
estava soltando lascas de concreto e os ferros ficando retorcidos. Logo a seguir
ocorreu um novo estrondo semelhante a um tiro abafado. Todos saíram correndo
e escutaram estrondos sucessivos, ocorrendo então o desabamento do edifício.
• Os relatos afirmam que o edifício inicialmente desceu até atingir o nível do 6º
 pavimento, quando então deu uma ligeira “parada”, efetuando um pequeno giro para noroeste, desabando completamente, aproximadamente às 20:30 h do dia
14.10.2004. Os fragmentos atingiram o edifício vizinho, denominado Solar da
Piedade, que sofreu danos em sua estrutura até o nível do quinto andar.
4. 4. Descrição Descrição do sido sistema stema estruturalestrutural
O Edifício Areia Branca, com 12 pavimentos úteis mais um pavimento térreo e
um subsolo, foi executado com a estrutura em concreto armado, constituída por lajes
 pré-moldadas do tipo Volterrana, vigas e pilares, constituindo um sistema aporticado
tridimensional. Os pilares seencontravam distribuídos segundo uma malha formada por
seis pilares na direção paralela à Avenida Bernardo Vieira de Melo e cinco na direção
 perpendicular, com distâncias médias da ordem quatro metros. A torre de circulação
vertical (escadas e elevadores) estava situada na parte central, recuada para os fundos do
edifício. Na parte superior da torre estavam situados o reservatório superior e a casa de
máquinas, enquanto que na parte inferior encontrava-se um reservatório, apoiado sobre
os pilares, com o nível da laje de fundo coincidindo com o nível superior das cintas.
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As fundações eram superficiais diretas do tipo sapatas isoladas em concreto
armado, assentadas na cota aproximada de – 1,80 m abaixo do nível do piso do subsolo.
Todos os pescoços dos pilares eram contraventados por cintas de concreto armado com
seção transversal de 10 cm x 40 cm.
4.1 Contexto em que a estrutura foi projetada e construída4.1 Contexto em que a estrutura foi projetada e construída
Pelo fato de ter a sua construção iniciada em 1977, a data de elaboração do
 projeto estrutural foi naturalmente anterior, provavelmente em 1975, e, por
conseqüência, efetuado de acordo com a norma da ABNT NB1/1960 – Cálculo e
Execução de Obras de Concreto Armado. Observe-se que a NB1/1960 esteve em vigor
até 1978, sendo substituída pela NBR 6118/1978 – Projeto e execução de obras de
concreto armado – Procedimento. Por sua vez, foi substituída recentemente pela NBR
6118/2003 – Projeto de estruturas de concreto – Procedimentos. Os conhecimentos
acerca do concreto armado contidos na NB1/1960 foram gerados em datas anteriores às
décadas de 40 e 50. Esta norma teve por base a norma alemã DIN-1045, então em vigor,
enquanto que a NBR 6118/78 teve como referência as recomendações do CEB/1970 e a
recente NBR 6118/2003 no Eurocode 2. Estas considerações são relevantes para
compreensão do contexto em que se situou o projeto estrutural e execução do Edifício
Areia Branca. Depreende-se que o conhecimento técnico que teve por base o projeto
estrutural do Edifício Areia Branca é de pelo menos cinqüenta anos atrás e, não poderia
ter sido de outra forma, quando consideramos as normas técnicas em vigor. Deve ser
acrescentado aqui que alguns conceitos relativos aos aços utilizados nas estruturas de
concreto armado contidos na NB-1/1960 foram alterados pela modificação da
especificação de aço EB3/1967, que introduziu os aços CA-60 e conceitos relativos à
fissuração. Posteriormente, em 1972, foram introduzidos alguns adendos à versão de
1967, o denominado Anexo da EB-3/1967.
É importante lembrar que a NB1/1960, na prática, proibia concretos com
resistências superiores a 22 MPa (σR ≤ 220 kgf/cm2) em virtude de que os
conhecimentos que lhe deram suporte não tinham ainda de forma segura recomendações
 para o que eram considerados concretos de elevadas resistências. Valores superiores só
eram permitidos para concretos utilizados em regiões onde houvesse concentrações de
tensões, portanto efeitos localizados. Peças solicitadas à flexão e à flexo-compressão,
e-mail: creape@creape.org.br 10
 
 
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 portanto em praticamente todas as obras, limitavam-se a 22 MPa. Havia recomendações
 para o emprego de concretos com resistência característica mínima de 13,5 MPa para os
casos em fossem utilizados aços CA-T-50, os considerados “aços especiais” para a
época. No caso dos aços 37-CA, correspondentes aos atuais CA-25, os limites inferiores
ficavam reduzidos a 10 MPa, resistência mínima para um concreto dito estrutural. A
evolução do conhecimento do comportamento do concreto permitiu que a NBR-
6118/2003 especificasse que a resistência característica mínima à compressão fosse 20
MPa, limitando-se, no entanto a 50 MPa que, mutatis mutandi, passou a ter em menor
escala o papel dos 22 MPa da NB1/1960. Na Região Metropolitana do Recife e,
 praticamente em todo território nacional, é bem conhecido que a predominância das
resistências adotadas foi de 13,5 a 18 MPa, tendo valores mais próximos de 15 MPa a
maior incidência de uso.
Ensaios realizados em testemunhos retirados dos escombros do Edifício Areia
Branca revelaram que o concreto tinha resistência característica à compressão de 15
MPa. O valor obtido com 24 testemunhos, sendo 12 da infra-estrutura e 12 da
superestrutura, retirados de diversas peças estruturais resultou em 14,72 MPa.
Outro aspecto relevante da NB-1/1960 são os valores recomendados da capa de
cobrimento. Era prática usual, atendendo à esta versão da Norma, o uso de cobrimentos
mínimos de 0.5 cm para as lajes, 1 cm para as vigas e 1,5 cm para os pilares, sendo, no
entanto, 2 cm para os pilares em contato com o solo. Comparando-se com os valores da
 NBR-6118/2003, estes praticamente equivalem aos recomendados para cobrir as
incertezas na capa de proteção da armadura quando da execução. Em outras palavras,
 para os padrões atuais, seria como se o cobrimento fosse desprezível. Este aparente
simples fato resultou em cidades litorâneas no paraíso das empresas de recuperação
estrutural, inclusive na Região Metropolitana do Recife. Um fato inusitado é que no
caso do Edifício Areia Branca, embora fossem estes os cobrimentos, não foram
verificados pela análise das peças de concreto, efeitos acentuados de oxidação das
armaduras que pudessem ser responsáveis pela instabilidade da edificação. Em outras
 palavras, as oxidações verificadas foram surpreendentemente inferiores às previstas
antes das inspeções. Para isto é importante que se leve em conta, a posteriori, as
 barreiras interpostas entre a zona de maré e o Edifício.
e-mail: creape@creape.org.br 11
 
 
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5. Metodologia adotada5. Metodologia adotada 
5.15.1 Visitas e inspeções no local do acidenteVisitas e inspeções no local do acidente
Logo após ser constituída em 15.10.2004 através de portaria da Presidência do
CREA, a Comissão iniciou as suas atividades definindo um calendário de visitas e
inspeções no local do acidente, com o objetivo de analisar os escombros, bem como
selecionar e coletar amostras para a realização de ensaios laboratoriais.
A Comissão solicitou do CREA-PE a colocação de um engenheiro no local, em
tempo integral, visando orientar a retirada dos escombros de forma racional e também o
controle da coleta de amostras definidas pela Comissão.
5.25.2 Entrevistas com pessoas relacionadas ao acidenteEntrevistas com pessoas relacionadas ao acidente
 No período de 03.11.2004 a 13.12.2004, a Comissão efetuou entrevistas diversas
 pessoas relacionadas com o acidente, que estão relacionadas a seguir:
03.11.2004 – Engenheiro Civil Gamal Asfura, sócio da ENGEST Engenharia
Estrutural Ltda, empresa responsável pelo projeto estrutural do edifício;
08.11.2004 – Engenheiro Civil Taufig Asfura, sócio da ENGEST Engenharia
Estrutural Ltda, empresa responsável pelo projeto estrutural do edifício;
08.11.2004 - Engenheiros Civis Aguinaldo José Silva Paraíso, Márcio Aguiar, José
Ivan Rodrigues, da empresa JATOBETON que se encontrava realizando serviços
de reforço estrutural no momento em que o prédio desabou;
16.11.2004 – Engenheiro Civil Kleber Rolim Milet e o Major PM e Engenheiro
Civil Carlos Alberto D´Albuquerque, ambos CODECIPE – Comissão de Defesa
Civil de Pernambuco;
22.11.2004 – O Sr. Celso Bezerra de Melo Júnior, síndico do Edifício Areia Branca
que compareceu acompanhado do advogado Misael Montenegro Filho, do geólogo
Carlos Augusto Cruz Pimentel e do engenheiro civil Vicente Perrucci;
e-mail: creape@creape.org.br12
 
 
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22.11.2004 – O Sr. Cícero Tenório da Silva, funcionário da empresa JATOBETON,
que apareceu acompanhado do advogado Aluízio Freitas de Almeida Júnior;
22.11.2004 – O engenheiro civil Alexandre Whatley Dias, da Impertex, empresa
que efetuou serviços de recuperação estrutural, (pontos atingidos por corrosão de
armadura), há aproximadamente 5 anos anos no Edifício Areia Branca;
29.11.2004 – O engenheiro civil Rinaldo Soares de Azevedo, da empresa Soares
Azevedo Ltda, que realizou serviços de substituição de revestimento cerâmico de
fachada, entre novembro de 2003 e agosto de 2004;
03.12.2004 – O engenheiro Sérgio Gonçalves Bertão, da empresa JATOBETON
que compareceu acompanhado do advogado Aluízio Freitas de Almeida Júnior;
03.01.2005 – A Senhora Tânia Maria Chamy Conti Brandão, moradora do
apartamento 602, que se encontrava no subsolo do edifício, no instante do
desabamento.
5.3 5.3 Análise Análise dos dos escombrosescombros
5.3.1 Características do concreto estrutural5.3.1 Características do concreto estrutural
A Foto 18 mostra a sapata nas condições encontradas, logo após a escavação. A
observação da textura das superfícies das sapatas, indica claramente que o concreto foi
apenas lançado, sem que se efetuasse vibração e sem qualquer tipo de acabamento da
superfície, como recomenda a boa prática construtiva. O aspecto da superfície do
concreto também mostra que o fator água/cimento foi elevado. Não houve uma
 preocupação de executar corretamente o tronco de pirâmide (popularmente conhecido
como “cuzcuz”), resultando uma forma irregular com o volume daquela região
incompleto. Esta forma de execução da sapata, é análoga aos indícios de descuidos com
a execução de peças da superestrutura, que apresentam sinais de pouca ou nenhuma
vibração.
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Verificou-se que na base do pilar, ou seja, o ponto de encontro do pilar com a
sapata, não foi previsto patamar para apoio da forma sobre a sapata com a finalidade de
garantir a correta ligação pilar-sapata. Observam-se nesta região pontos em que ocorreu
forte corrosão com redução da seção da armadura (Foto 19), além de fuga do concreto,
através da interface forma/tronco de pirâmide. A região resultante tem seção reduzida e
armadura exposta que, juntamente com outros fatores que serão aqui analisados,
reduziram consideravelmente a capacidade de carga do pilar naquela região, e,
conseqüentemente puseram em risco a sua estabilidade.
5.3.2 - Análise de uma seção típica de pilar5.3.2 - Análise de uma seção típica de pilar
Seja um pilar com dimensões 20cm x 50cm, armadura constituída de 12 barras
longitudinais de 5/8” (16mm) e estribos de 4.2 cada 15cm. Na época, estando em vigor
a NB 1/60 e a EB 3/67, era comum considerar as barras de aço CA-50 com os diâmetros
em polegadas e os estribos poderiam ter diâmetros inferiores a 5.0, devendo no entanto
atender à condição s ≤ 190 (φt)2/ φl, máximo de 12 φl ou a menor dimensão do pilar e
30cm, onde s é o espaçamento dos estribos, φ
t
 o diâmetro dos estribos e φ
l
 o diâmetro
das barras longitudinais. Para o caso, 190 (φt)2/ φl = 190 (0.42)2/ 1.578 = 21,23 cm, 12
φl = 12x1.578 = 18,9 cm e a menor dimensão é 20cm. Como o espaçamento adotado foi
s = 15cm, segue-se que o estribo estava de acordo com a norma da época. Verificou-se
que um estribo situado na região de ligação com a sapata estava com a seção reduzida,
tinha a presença de carepas no contorno e se encontrava partido. As seções extremas das
duas partes formadas após a ruptura estavam escurecidas, mostrando que a ruptura era
antiga.
Considerando que o estrangulamento da seção foi equivalente a uma redução de 3 cm ao
longo de todo o perímetro, resulta uma área de 616 cm2, em lugar de 1 000 cm2, que
seria a seção srcinal do pilar. Efetuando os cálculos das cargas admissíveis, nas duas
hipóteses, pela norma NB 1/1960 para as duas situações, resulta numa redução de
21,16 %. Observe-se que se trata da região mais carregada do pilar e que os 3 cm
considerados na redução da seção, tudo indica que estão aquém da redução efetivamente
ocorrida. Há que se levar em conta ainda que o concreto situado nas bordas desta região
teria uma porosidade mais elevada ficando, portanto, mais exposto às ações agressivas
do meio ambiente, além de expor as armaduras às ações corrosivas.
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5.3.3 – Cintas de fundação5.3.3 – Cintas de fundação
As cintas, em geral, tinham seções de 10 cm x 40 cm e estavam armadas com duas
 barras de 1/2” (12,5 mm) e estribos de 4.2 a cada 25 cm. Observou-se na cinta CA
(Leste-Oeste) que:
(a) a armadura de ligação com o pilar rompeu por tração com a formação de
estricção, separando-se do pilar. Vários estribos romperam e uma das barras
longitudinais soltou-se deixando a cavidade limpa e polida, mostrando a
insuficiência da aderência. Os trechos das cintas próximos dos pilares romperam
 por flexão expondo rachaduras típicas;
(b) Na cinta CB (norte-sul) havia uma barra de 8mm que mostrava uma parte
saliente da face superior da viga, com cerca de 30cm e atravessava toda a altura
da viga, passando pelo fundo e mergulhando cerca de 1m no solo arenoso. A
 barra estava sem aderência com o concreto, de tal modo que puxando uma
extremidade, movimentava livremente a outra. Tudo faz crer que esta barra
serviu para socar o concreto, tentando adensá-lo, como errônea e
costumeiramente é feito em obras sem controle que ficam conduzidas apenas por
operários.
(c) Para uma espessura de 10 cm, o cobrimento das barras era de aproximadamente
1 cm, valor este comumente usado na época;
(d) Os estribos da cinta CB estavam fortemente oxidados. A Foto situada na página
seguinte mostra as fortes manchas indicadoras de oxidação do estribo;
(e) As doze barras do pilar PA após a ruptura do pilar, ocuparam as posições
mostradas na Foto a seguir:
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5.3.4 – Grandes espessuras dos revestimentos de paredes e lajes5.3.4 – Grandes espessuras dos revestimentos de paredes e lajes
As análises dos escombros revelaram grandes espessuras de revestimentos das
alvenarias. Em certos pontos estas espessuras atingiram 18 cm. Fato idêntico ocorreu
com os revestimentos das lajes de piso. Neste último caso, foram verificados
revestimentos com espessuras de até 11cm.
Geralmente nos projetos estruturais são considerados 2,5 cm de revestimento em
cada face das peças estruturais. Estes valores constados do revestimento conduzem a um
incremento nas ações permanentes sobre as vigas e, conseqüentemente, sobre os pilares
e elementos de fundação.
5.3.5 - Sumidouros5.3.5 - Sumidouros
Foram identificados seis sumidouros executados em alvenaria de tijolos
cerâmicos vazados de oito furos assentados de forma engaiolada (ver Foto 25). Alguns
destes sumidouros se situavam muito próximos das sapatas. Há que se considerar o solo
como material arenoso (areia fina) havendo, portanto, facilidade de infiltração dos
efluentes com ação da agressividade direta sobre as sapatas. Ainda, ao infiltrar-se,
atinge o lençol que se encontra a pequena profundidade que, ao refluir sob a ação das
chuvas e da variaçãode marés poderá banhar as sapatas, provocando efeitos químicos
deletérios, com possibilidade de lixiviação dos finos da pasta de cimento superficial.
Observações “in loco” e os ensaios químicos da água comprovaram este tipo de
ocorrência.
5.4 - Ensaios realizados5.4 - Ensaios realizados 
5.4.1 – Sondagem a percussão5.4.1 – Sondagem a percussão
Para caracterização do solo de fundação foram realizados seis furos de
sondagem geotécnica a percussão, três deles combinadas com sondagens rotativas. A
análise do perfil geotécnico resultante destes furos encontra-se no item 5.6 deste
relatório.
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5.4.2 – Análise física e química da água do subsolo5.4.2 – Análise física e química da água do subsolo 
Tem-se dois grupos de ensaios relativos à água do lençol freático no local do
edifício. São eles:
Grupo 1: efetuados por SM – Controle de Qualidade Ltda. Foram realizados quatro
ensaios para análise físico-química, cujos resultados foram classificados de acordo com
norma CETESB L1007, revisada em dezembro de 1988, como reação de agressividade
de Grau 1 e agressividade ao concreto como fraca. Porém, o tipo de ação agressiva da
água é lixiviação, “ação que caracteriza a progressiva solubilização do aglomerante”.
Este efeito pode ser observado nas fotos Nos. 15, 16 e 17.
Grupo 2: Foram analisadas duas amostras pelo ITEP – Associação Instituto de
Tecnologia de Pernambuco que caracterizaram a água como ácida e de agressividade
forte. As ações sobre o concreto são as mesmas relacionadas no Grupo 1.
5.4.3 5.4.3 Análise Análise física física e e química química do do solosolo 
Foram efetuados ensaios em seis amostras coletadas do solo de fundação e duas
amostras retiradas da base de um sumidouro.
Em todas elas, o solo apresentou baixos teores de cloretos, sulfatos e acidez
Bauman-Gully. De acordo com a norma CETESB L1007 e ainda com a DIN 4030, a
classificação quanto à agressividade do solo, no que diz respeito à acidez e às ações dos
sulfatos, é considerada fraca.
5.4.4 5.4.4 Retirada de Retirada de testemunhos e testemunhos e ensaios de ensaios de resistência a compressão resistência a compressão do concretodo concreto 
Com o objetivo de efetuar uma amostragem da resistência à compressão do
concreto da estrutura, foram retirados 24 corpos de prova cilíndricos, com o emprego de
rotativas, com diâmetro de 10 cm e alturas variáveis, próximas de 20 cm. Destes, 12
corpos de prova foram retirados das fundações e 12 dos escombros da superestrutura.
Os resultados se encontram no Volume 2.
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5.4.5 – Resistência à tração do aço5.4.5 – Resistência à tração do aço 
Com o objetivo de identificar os tipos de aço utilizados, bem como as
caracterizações de suas resistências mecânicas e de dobramento, foram coletadas doze
amostras de aço proveniente de diversas peças retiradas dos escombros. Foram
identificados dois tipos de aço: CA-50 A e um aço do tipo B de especificação não
identificada.
5.4.6 – Ensaios de reconstituição do traço do concreto5.4.6 – Ensaios de reconstituição do traço do concreto 
Com o objetivo de verificar as diferenças de composições dos concretos
existentes nas sapatas, pescoços de pilares, trechos de pilares do subsolo, elementos da
superestrutura retirados dos escombros, foram coletadas amostras para ensaios de
reconstituição do traço do concreto. Estes ensaios foram efetuados na ABCP –
Associação Brasileira de Cimento Portland em seu laboratório da cidade de São Paulo.
Foram realizados vinte ensaios provenientes de treze amostras retiradas dos
 pescoços dos pilares, seis amostras dos trechos dos pilares situados no subsolo, e uma
dos escombros. Houve significativa diferença entre os resultados dos ensaios relativos
às amostras retiradas dos pescoços e dos trechos dos pilares situados no subsolo. A
média dos teores de cimento obtidos das 13 amostras dos pescoços dos pilares foi 234,3
kg/m3, enquanto que a média para as amostras retiradas dos trechos do subsolo resultou
em 291,8 kg/m3. Uma amostra retirada dos escombros, de trecho não identificado,
resultou em um consumo de cimento de 237 kg/m3. Tais resultados sugerem que houve
um processo de deterioração do concreto situado na região dos pescoços dos pilares
(trecho compreendido entre os topos das sapatas e o piso do subsolo). Poderia ser ainda
levantada a hipótese do emprego de um concreto de qualidade inferior para os pescoços
dos pilares, quando comparados com os concretos utilizados nas sapatas e no subsolo.
Tal hipótese, no entanto, carece de elementos que a comprove.
Os resultados se encontram no Volume 2.
5.4.7 – Ensaios de reação álcali-agregado (RAA)5.4.7 – Ensaios de reação álcali-agregado (RAA) 
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Foram efetuados ensaios para verificação da existência de reações álcali-
agregado. Este tipo de reação foi recentemente identificada em sapatas e blocos de
estacas de fundações em alguns edifícios situados na Região Metropolitana do Recife.
Trata-se de fenômeno descoberto pela primeira vez no Brasil para o caso de fundações
de edifícios, embora já se tivesse amplo conhecimento em obras de barragens, túneis,
 pavimentos rodoviários e pela primeira vez em pontes no caso recifense da Ponte Paulo
Guerra. Vale ressaltar que a descoberta deste fenômeno foi motivada pelo colapso do
Edifício Areia Branca, devido à forma como se deu o acidente, a partir da ruptura dos
 pescoços de pilares no trecho enterrado da estrutura. Isto motivou vistorias que
inicialmente revelaram em edifícios análogos ao prédio objeto deste Laudo, graves
 patologias capazes de colocar em risco aquela edificações. Dentro deste quadro
 patológico surgiu o conhecimento das reações expansivas no concreto.
Formações características de reações álcali-sílica foram identificadas através do
microscópio eletrônico de varredura conjuntamente com análise química por dispersão
energética de raios-X. Foram, também, realizados ensaios acelerados de reatividade
álcali-agregado segundo a norma ASTM C-1260/1994 – Standard Test Method for
Potential Alkali Reactivity of Aggregates (Mortar Bar Method).
Os ensaios de microscopia eletrônica de varredura permitiram a identificação do
gel resultante de reação álcali-agregado na areia que entrou na composição do concreto
das fundações. Fotografias aumentadas em 30 000 vezes mostram o gel gretado. As
intensidades destas reações não seriam suficientes para serem consideradas responsáveis
 pelas patologias apresentadas no prédio, especialmente nos pescoços de pilares. No
entanto, poderiam contribuir como um dos fatores que adicionados aos demais
contribuíssem para redução da aderência ou outros efeitos deletérios do concreto
daquelas regiões.
5.4.8 – Ensaios de microscopia eletrônica de varredura5.4.8 – Ensaios de microscopia eletrônica de varredura 
Além da identificação de elementos resultantes de reação álcali-agregado, as
análises por microscopia eletrônica de varredura permitiram constatar indicadores de
 porosidade do concreto, e a identificação de caulim na argamassa, “possivelmente
trazido pela areia utilizada no concreto”. Foram ainda observados por este
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 procedimento, gretas no gel produzido pela reação álcali-sílica e microfissuras
aleatoriamente orientadas na argamasssa.
5.4.9 – Análisequímica por dispersão de raios X5.4.9 – Análise química por dispersão de raios X
As análises por dispersão de raios-X permitiram a identificação dos
componentes químicos que interferem na reação álcali-sílica (Na, K, Ca, Si).
5.5 – Análise estrutural5.5 – Análise estrutural 
Inicialmente foi efetuado um levantamento das seções e posições dos pilares,
 bem como das dimensões das respectivas sapatas e das cotas de fundações (Figura
5.6.4).
Foram efetuadas estimativas das cargas atuantes sobre os pilares na cota de
fundação e efetuadas as verificações das seções dos pilares e respectivas armaduras.
Foram ainda efetuadas verificações das tensões admissíveis no solo.
Os resultados mostraram as compatibilidades das seções dos pilares com as
cargas atuantes, considerando-se as normas técnicas vigentes na época, bem como as
atuais. As verificações das sapatas mostraram que as dimensões das sapatas eram
compatíveis com as cargas atuantes e características do solo de fundação.
5.65.6 - Caracterização do solo e da fundação- Caracterização do solo e da fundação
5.6.1 5.6.1 Breve histórico da Breve histórico da engenharia de engenharia de fundações na fundações na regiãoregião
 Na região ao sul da cidade do Recife, está o município de Jaboatão dos
Guararapes, onde se insere o bairro de Piedade. Distando aproximadamente 15 km do
Recife, este bairro dá à praia, o mesmo nome. Além desta, outras praias mais ao sul,
como Candeias e Barra de Jangadas, compõem uma extensa faixa litorânea, com bom
acesso viário, entre os quais a BR-101 a oeste, margeando toda esta faixa.
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Cerca de trinta anos atrás, esta região era muito pouco habitada, havendo na
grande maioria residências de veraneio. Com os programas do BNH – Banco Nacional
da Habitação, na cidade do Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes, foram
estimulados diversos tipos de construções. As faixas mais próximas às praias foram
ocupadas por edifícios altos, enquanto nas faixas mais interiores foram construídos
conjuntos residenciais com edifícios com quatro pavimentos tipo “Caixão”. O estímulo
do Governo do Estado na implantação de mais indústrias no Cabo de Santo Agostinho,
o incremento do Porto de Suape e a ligação com a BR-101, demandavam habitações
mais próximas a estas instalações, no sentido de fixar todo o contingente de
trabalhadores e suas famílias.
Por outro lado, face ao grande número de construções em Recife, especialmente
no bairro de Boa Viagem, e, pelos altos preços dos terrenos nesta região, a praia de
Piedade tornou-se uma opção das mais viáveis e rentáveis para a construção civil, no
litoral sul.
O município de Jaboatão dos Guararapes não estava preparado para o grande
número de construções que se seguiram. Necessitava estender a sua malha viária,
disciplinar o sistema de drenagem natural e de drenagem urbana, e, especialmente,
desenvolver redes de instalações e serviços públicos, com a mesma rapidez com que
avançavam as construções. O mais grave ocorre na área de saneamento onde não houve,
como continua sem haver, investimentos suficientes, ocorrendo na maioria das
construções, como única alternativa, tratamentos locais, precários, que por falta de
manutenção resultam em contaminação do solo e do lençol freático por infiltração de
efluentes “in natura”.
Também a própria Engenharia, experimentou de início as dificuldades, em
muitos casos, de assentar as fundações dos edifícios, em terrenos pouco conhecidos do
 ponto de vista geotécnico, para os quais não se dispunha ainda de modelos de interação,
nem resultados de desempenho de obras. Tão pouco, os equipamentos em uso para a
execução de fundações profundas eram adequados às características do perfil da orla.
Foram utilizados em muitos casos, procedimentos de baixa eficiência na
ultrapassagem das camadas mais resistentes, onde processos de alto impacto
 provocaram interferências na vizinhança, seja pelo alto nível de ruídos, como vibrações
desconfortáveis e danosas.
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Além destes problemas, enfrentavam-se ainda os tradicionais casos de
compressibilidade das camadas menos resistentes, e, em especial as camadas
constituídas por fragmentos de conchas, de comportamento então desconhecido, e que
nas praias da zona Norte, além da cidade de Olinda, já haviam demonstrado
instabilidade acentuada, com ocorrência de danos severos em cinco edifícios com 15
 pavimentos.
Como na maioria da faixa costeira de Pernambuco, as praias de Piedade,
Candeias e Barra de Jangadas, na estreita faixa das habitações de maior porte, têm
topografia plana com variações pouco significativas, estando em média na cota 5,00 m
em relação ao nível médio dos mares.
 No trecho mais interior, a topografia é também bastante plana, estando em média
com cota 2,00 m ocorrendo vários canais naturais e várias lagoas, que nas épocas
invernosas provocam alagamentos na região. As construções nesta área requerem
sempre a execução de aterros complementares.
5.6.2 5.6.2 Generalidades sobre o Generalidades sobre o perfil geotécnico da perfil geotécnico da regiãoregião
As sondagens de simples reconhecimento a percussão (NBR 6484 ABNT) têm
revelado dois perfis característicos mais comuns nas praias de Piedade e Candeias,
conforme é apresentado nas Figuras 5.6.1 e 5.6.2.
 Nos perfis apresentados, destacam-se duas ocorrências importantes na prática da
Engenharia de Fundações, a saber:
a)a) Na orla marítima, camadas de areias concrecionadas, formadas no Período
Holocênico, constituem arenitos de textura média a grossa, de cor creme.
Apresentam-se com espessura máxima da ordem de 3,5 metros, e ocorrem a
 partir de profundidades variáveis entre 2,0 a 5,0 metros. Em que pese o
acentuado grau de fraturamento, formam na maioria dos casos, uma base
eficiente na distribuição das pressões aplicadas pelas fundações superficiais.
Quando da necessidade do rebaixamento do nível freático, os arenitos
 prejudicam em muito a eficácia dos equipamentos. Não só pela proximidade à
cota de assentamento das fundações superficiais e blocos de estacas, como pela
 percolação da água através do fraturamento.
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 No caso das fundações profundas, quando necessárias, houve no passado, na
ultrapassagem das camadas do arenito, muitas interferências danosas em
residências e mesmo edifícios, quando da trepanação. Na prática atual, com o
uso de equipamentos rotativos, tornou-se viável novamente, a solução em
fundações profundas.
Sobre este arenito está apoiada a maioria das fundações para edifícios com até
25 pavimentos.
b)b) As camadas compressíveis que tanto ocorrem na faixa litorânea como no trecho
mais interior, trazem a preocupação com as deformações a longo prazo. Mesmo
as camadas de fragmentos de conchas, cujas deformações não são regidas pelo
modelo do adensamento, têm sido motivo de preocupações, pois têm
apresentado em algumas obras, indícios de dependência temporal a curto e
médio prazo.
 Nível do Terreno (Meio fio, cota = 0,00) Areia fina c/pouca areia
média, fofa, creme claro.
Espessura 2,0 a 4,0 mArenito, textura fina a média, bem
consolidado, mto fraturado, creme.
Es essura 0.0 a 4.0 m
 NA (-3,00 m)NA (-3,00 m)
 
Areia fina/ média, med.compacta
a compacta, cinza.
Espessura 5,0 a 8,0 m
Argila orgânica, siltosa, mole,
cinza escuro.
Es essura 5 0 a 8 0 m
Areia fina/média, med.compacta a
muito compacta, cinza claro, às
vezes sobrejacente a arenito.
Espessura 10,0a 15,0 m
 
Figura 5.6.1 – Perfil Característico do Subsolo da OrlaFigura 5.6.1 – Perfil Característico do Subsolo da Orla
Marítima – Piedade / CandeiasMarítima – Piedade / Candeias
 Nível do Terreno (Meio fio, cota = 0,00) Areia fina c/pouca areia média,
fofa, cinza claro.
Es essura 2 0 a 7 0 m 
 
NA (-1,00 m)NA (-1,00 m)
Fragmentos de conchas ou
areia c/ m
to
 fragmentos de conchasou argila orgânica, mole, ou turfa.
Espessura 2,0 a 5,0 m
Areia fina/média, pco compacta a
compacta, cinza claro, às vezes
sobrejacente a arenito
Espessura 15,0 a 25,0 m
Figura 5.6.2 – Perfil Característico do Subsolo do TrechoFigura 5.6.2 – Perfil Característico do Subsolo do Trecho
mais Interior – Piedade / Candeiasmais Interior – Piedade / Candeias
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5.6.3 5.6.3 Caracterização do Caracterização do perfil geotécnico no perfil geotécnico no Edifício Areia BrancaEdifício Areia Branca
Foi efetuada uma campanha de sondagem tanto pelo processo de simples
reconhecimento a percussão, como através de sondagem rotativa (NBR 6484 – ABNT).
Os resultados destas sondagens estão contidos no Relatório Nº 680/2005 – Civilsonda –
Janeiro/2005 (ver Volume 2), contendo seis furos de sondagem mista onde, apenas dois
(SM-01 e SM-05) alcançaram profundidades entre 26 e 28 m, dado o bom
conhecimento local deste subsolo, hoje. Os furos restantes (SM-02, SM-03, SM-04 e
SM-06) foram interrompidos após a ultrapassagem do arenito e tiveram a finalidade de
verificar a variação de espessura do mesmo. Com base nas sondagens citadas, foi
traçado o perfil geotécnico do subsolo para o Edifício Areia Branca (Figura 5.6.3).
Além das sondagens, foram coletadas amostras representativas da água do
subsolo e do próprio solo, para verificar a possibilidade da presença de agentes
agressivos.
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Figura 5.6.3 – Perfil Figura 5.6.3 – Perfil Geotécnico do Terreno do Edifício Areia BrancaGeotécnico do Terreno do Edifício Areia Branca
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Um aspecto relevante que foi observado nas visitas técnicas de inspeção e
levantamento de dados foi a existência de vários elementos do sistema de esgotamento
sanitário (sumidouros) no entorno próximo das fundações (Foto 5.6.1), o que favorece o
contato de agentes agressivos com os elementos estruturais enterrados (sapata, pescoço
do pilar e cintas).
5.6.4. Caracterização da fundação do Edifício Areia 5.6.4. Caracterização da fundação do Edifício Areia BrancaBranca
Além da campanha de sondagens de reconhecimento do terreno (percussão e
rotativa), foi feita uma escavação geral no terreno, para inspeção das condições atuais
das fundações do edifício.
Trata-se de fundações superficiais tipo sapatas isoladas, assentes em torno da
cota +2,200 m , sendo que o nível do meio-fio na Av. Bernardo Vieira de Melo foi
tomado como cota +5,000 m. Isso corresponde a uma profundidade de cerca de 1,80 m
em relação ao piso do pavimento semi-enterrado (cota +4,000 m). Nesta cota, as
sondagens mostram uma camada de areia fina e média, com restos de construções, fofa
a pouco compacta, (N
SPT
 = 4 a 6), ou seja, as sapatas não estão assentes sobre a camada
de arenito mostrado nas sondagens realizadas. O nível d’água freático se encontra entre
as cotas +1,78 e +1,55.
As sondagens mostraram também que a camada de arenito é contínua em todo o
terreno, e sua espessura varia de 1,75 a 2,23 m (Tabela 5.6.1). Para o porte do prédio,
estas espessuras afastam a hipótese de ruptura ou puncionamento da camada de arenito.
Apesar de não serem disponíveis as plantas do projeto estrutural do prédio, foi
feita por área de influência uma estimativa da carga atuante em alguns pilares. Após a
escavação, foi feito um levantamento de todas as 36 (trinta e seis) sapatas existentes no
 prédio (Figura 5.6.4).
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Foto 5.6.1 – Detalhe da Presença Foto 5.6.1 – Detalhe da Presença de Sumidouro Próximo às Sapatasde Sumidouro Próximo às Sapatas
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PP 11
PP 22
PP 33
PP 44
PP 55
PP 1010
PP 99
PP 88
PP 77
PP 66 PP 11 11
PP11 22
PP 11 33
PP 1414
PP11 55
PP11 77 PP22 22
PP 22 00
PP11 88
PP 2626
PP 11 6 6 PP22 11
PP 2525
PP 22 44
PP 22 33
P22AP22A
PP22 77
PP 22 88
PP 22 99
PP 33 00
PP 3131
PP 3636
PP 33 55
PP 33 44
PP 3333
PP 33 22
AV. BERNARDO VAV. BERNARDO V IEIIEI RA DE MELORA DE MELO
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FUNDOFUNDO
 
Figura 5.6.4 – Detalhe Esquemático da Planta das Figura 5.6.4 – Detalhe Esquemático da Planta das SapatasSapatas 
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Tabela 5.6.1 – Espessura da Camada de ArenitoTabela 5.6.1 – Espessura da Camada de Arenito
Camada de ArenitoCamada de ArenitoSondagemSondagem
Cota Cota Inicial Inicial (m) (m) Cota Cota Final Final (m) (m) Espessura Espessura (m)(m)
SM-01 +0,57 -1,66 2,23
SM-02 +0,87 -1,23 2,10
SM-03 +1,08 -1,02 2,10
SM-04 +1,15 -0,60 1,75
SM-05 +1,00 -0,75 1,75
SM-06 +1,07 -0,81 1,88
As sapatas têm dimensões variando de 1,63 a 4,62 m (Figura 5.6.6), como
mostra a Tabela 5.6.3. A pressão média transmitida pelas sapatas varia de 120 a 240
kPa. Essa pressão pode ser considerada adequada para as características do terreno
local, tanto do ponto de vista da estabilidade das fundações, quanto das características
de deformação do terreno.
Também foi feito o levantamento altimétrico das cotas de assentamento nos
vértices das sapatas (Tabela 5.6.3), e os valores estão apresentados na Tabela 5.6.4. Os
resultados mostram que há uma diferença entre as cotas de diferentes sapatas de até 52
cm (P32 e P35), e de até 19,9 cm entre pontos de uma mesma sapata (P25).
Ressalta-se, no entanto, que não se trata de recalques diferenciais, e sim pelas
depressões do terreno causadas pela escavação e pela grande variação da espessura do
concreto magro das sapatas (que em alguns pontos chegou a mais de 15 cm), como é
mostrado na Foto 5.2. Estes desníveis não foram observados nas cintas, o que faz com
que seja descartada a hipótese da ocorrência de recalques diferenciais que pudessem
comprometer a estabilidade da estrutura.
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Figura 5.6.5 – Detalhe Esquemático das Dimensões Figura 5.6.5 – Detalhe Esquemático das Dimensões das Sapatasdas Sapatas
Tabela 5.6.2 – Dimensões das SapatasTabela 5.6.2 – Dimensões das Sapatas
Lado da Sapata (m)Lado da Sapata (m)SapataSapata
LX1 LX2 LY1 LY2LX1 LX2 LY1 LY2
P1 -- -- -- --
P2 -- -- -- --P3 -- -- -- --
P4 -- -- -- --
P5 -- -- -- --
P6 2,40 -- -- --
P7 2,98 2,92 3,41 3,43
P8 2,98 2,94 3,34 3,34
P9 2,40 2,33 2,67 2,67
P10 2,62 2,58 2,30 2,31
P11 2,31 2,29 2,58 2,60
P12 2,63 2,63 2,99 2,99
P13 3,21 3,19 3,59 3,60
P14 3,36 3,35 3,78 3,76
P15 2,77 2,79 3,66 3,70
P16 2,24 2,24 4,59 4,59
P17 2,54 2,55 4,17 4,17P18 3,33 3,29 3,74 3,76
P20 4,27 4,29 3,78 3,78
P21 2,24 2,24 4,62 4,62
P22 2,52 2,54 4,20 4,17
P22A 2,40 2,32 2,69 2,67
P23 2,63 2,63 2,95 3,00
P24 3,11 3,18 3,56 3,55
P25 3,28 3,28 3,84 3,84
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P26 2,80 2,81 3,70 3,71
P27 2,30 2,31 2,51 2,54
P28 3,00 2,99 3,44 3,44
P29 3,02 3,02 3,35 3,36
P30 2,41 2,40 2,67 2,69
P31 2,60 2,58 2,31 2,35
P32 1,64 1,63 1,80 1,80
P33 2,60 2,64 2,99 3,01
P34 2,27 2,36 2,69 2,69
P35 2,53 2,57 2,29 2,29
P36 2,90 2,94 2,60 2,56
Além disso, em todos os depoimentos junto aos moradores, não foram relatados
danos na superestrutura que pudessem estar associados a movimentos da fundação
(fissuras nas paredes e vigas, maior incidência de danos nos primeiros pavimentos, etc).
A única exceção foi o fissuramento do reservatório inferior de água que ocorreu 48
horas antes da queda do prédio, que foi relatado por alguns moradores, mas que já era
um sintoma do próprio colapso estrutural.
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Figura 5.6.6 – Detalhe Esquemático dos Figura 5.6.6 – Detalhe Esquemático dos Níveis das SapatasNíveis das Sapatas
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Tabela 5.6.3 – Cota de Assentamento das Tabela 5.6.3 – Cota de Assentamento das SapatasSapatas
Cota de Assentamento da Sapata (m)Cota de Assentamento da Sapata (m)SapataSapata
Ponto Ponto C1 C1 Ponto Ponto C2 C2 Ponto Ponto C3 C3 Ponto Ponto C4C4
P1 -- -- -- --
P2 -- -- -- --
P3 -- -- -- --
P4 -- -- -- --
P5 -- -- -- --
P6 2,122 2,170 2,198 2,165
P7 2,148 2,177 2,157 2,133
P8 2,245 2,270 2,212 2,223
P9 2,253 2,248 2,231 2,281
P10 2,176 2,253 2,062 2,148
P11 2,253 2,258 2,280 2,318
P12 2,290 2,239 2,328 2,288
P13 2,245 2,240 2,246 2,239
P14 2,250 2,225 2,275 2,223
P15 2,040 2,047 1,991 2,045
P16 2,182 2,167 2,199 2,186
P17 2,072 2,061 -- 2,024
P18 2,252 2,252 2,274 2,316
P20 2,248 2,220 2,242 2,200
P21 2,205 2,194 2,200 2,200
P22 2,057 2,099 2,072 2,138
P22A 2,257 2,224 2,307 --
Tabela 5.6.4 – Cota de Assentamento Tabela 5.6.4 – Cota de Assentamento das Sapatas (continuação)das Sapatas (continuação)
Cota de Assentamento da Sapata (m)Cota de Assentamento da Sapata (m)SapataSapata
Ponto Ponto C1 C1 Ponto Ponto C2 C2 Ponto Ponto C3 C3 Ponto Ponto C4C4
P23 2,180 2,237 2,300 2,301
P24 2,162 2,150 2,229 2,246
P25 2,102 2,057 2,256 2,162
P26 2,074 2,074 2,074 2,037
P27 2,197 2,189 2,266 2,186
P28 2,197 2,175 2,222 2,200
P29 2,143 2,072 2,196 2,119
P30 2,009 1,994 2,047 2,042
P31 2,014 2,012 2,025 2,022P32 2,245 2,390 2,282 2,294
P33 2,176 2,232 2,167 2,212
P34 1,992 1,989 2,007 2,017
P35 1,894 1,870 1,928 1,884
P36 1,945 1,982 1,902 1,899
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Foto 5.6.2 – Detalhe da Variação da Foto 5.6.2 – Detalhe da Variação da Espessura do Concreto Magro das Espessura do Concreto Magro das SapatasSapatas
A inspeção mostrou ainda que não havia fissuramento das sapatas, e que se
apresentavam com aparência de corpo monolítico, apesar das falhas de concretagem e
das armaduras estarem expostas.
Pode-se concluir, portanto, que o colapso do prédio não está associado a
movimentos da fundação (sapata e terreno de fundação).6. – Análises dos dados obtidos e diagnóstico6. – Análises dos dados obtidos e diagnóstico
As análises que seguirão estão baseadas nas inspeções efetuadas no local do
acidente, nos resultados obtidos dos ensaios laboratoriais, nas informações obtidasatravés das entrevistas efetuadas com diversas pessoas que de alguma forma
 participaram do evento, na documentação obtida de diversas instituições e nos estudos
técnicos desenvolvidos ao longo do período de elaboração do laudo.
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6.16.1 SapatasSapatas
De modo geral, as sapatas caracterizam-se pelas seguintes condições:
6.1.1 6.1.1 Má quMá qualidade de alidade de execuçãoexecução
Observa-se que não houve controle de execução das sapatas. Isto fica evidente
 pelas simples observações realizadas durante as inspeções dos escombros e que estão
apresentadas na documentação fotográfica anexa (Foto 16). Foram constatadas
armaduras expostas (Foto 17), indícios da ausência de vibração do concreto, forma
geométrica indefinida, desníveis e falta de uniformidade da espessura da camada de
concreto magro, indícios de lixiviação provocada pela agressão à argamassa
componente do concreto por águas agressivas. Foi verificado que o tronco de pirâmide
que constitui a parte superior da sapata em diversos casos se encontrava incompleto e
disforme, além de não ter sido vibrada. A ausência do patamar de apoio às formas dos
 pescoços dos pilares sobre as sapatas representa um fator gerador de patologias na
região de ligação do pilar com a sapata, devido à fuga de material que ocorre durante a
concretagem, ocasionando diminuição da seção transversal efetiva do pilar, além de
expor a armadura aos agentes agressivos, notadamente à ação da umidade provocando
corrosão. É relevante lembrar que isto ocorre no ponto de maior solicitação dos pilares.
6.1.26.1.2 Deslocamentos de fundaçõesDeslocamentos de fundações
Conforme detalhado no item 5.6, não foram identificados recalques diferenciais
das sapatas nem qualquer outro tipo de deslocamento que pudessem contribuir para a
instabilidade da obra. Também não foi identificado qualquer vestígio de fuga de
material, provocado por eventuais infiltrações de água ou qualquer outro tipo de
vazamento que viesse a ocasionar o solapamento das bases das sapatas.
Embora houvesse comentários no meio técnico de possíveis carreamentos de
material sob as fundações, provocados por rebaixamento do lençol freático, decorrente
das obras efetuadas em prédios localizados no entorno do Edifício Areia Branca, não
foram constatados quaisquer indícios de que tal fato tenha ocorrido.
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A hipótese de ruptura da camada de arenito foi descartada pelo fato da camada
ser contínua e possuir espessura compatível com o porte do prédio.
6.1.36.1.3 Pescoços dos pilaresPescoços dos pilares
Foram dadas atenções especiais aos pescoços dos pilares, pela importância que
estas regiões tiveram no colapso do edifício. Neste sentido, foram priorizados ensaios de
caracterização destes elementos, tais como: ensaios de reconstituição do traço, teste de
reação álcali-agregado, porosidade, carbonatação, resistência mecânica dos aços. A
retirada de testemunhos objetivando ensaios de resistência à compressão dos pescoços
dos pilares, só foi possível em um deles (Pilar P20), em virtude da insuficiência de
integridade dos demais após o colapso. Mesmo assim, o resultado obtido mostrou-se
atípico e não representativo, pelo fato deste pilar ter sido o único que revelou
características estruturais adequadas, considerando que a resistência obtida foi
comparável à da superestrutura.
De modo geral, os pescoços dos pilares caracterizaram-se pelas condições
descritas a seguir:
Falta de aderênciaFalta de aderência – observou-se que quando as barras de aço foram solicitadas
durante o processo de colapso do edifício, estas se soltaram do concreto circundante
deixando calhas lisas com o desenho do seu contorno sem sinais de “desgarramento”,
como é característica da ruptura quando se tem aderência adequada. Este fato ocorreu
 por se ter um concreto poroso (ver ensaio de porosidade), fator água-cimento elevado,
indício de falta de vibração e existência de reação álcali-agregado. Há que se levar em
consideração a existência de caulim que foi detectada nos ensaios utilizando o
microscópio eletrônico de varredura e EVX (raios x). As Fotos 30 e 32 mostram
claramente a baixa aderência por revelar que as barras de aços escorregaram no interior
do pescoço sem provocar ruptura desta região do pilar.
PorosidadePorosidade - Os ensaios de absorção d´água, massa específica e vazios mostraram
índice de vazios médio após saturação em água 12,70 % e índice de vazios médio após
saturação e fervura em água 13,8%. Tais resultados comprovam a elevada porosidade
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do concreto. Isto se torna mais relevante considerando-se que os corpos de prova
ensaiados foram predominantemente da superestrutura.
Os ensaios de reconstituição do traço em amostras extraídas dos pescoços dos pilares
forneceram o índice de vazios médio de 16,31 %.
Teor de cimentoTeor de cimento – Conforme exposto no item 5.4.6, o valor médio do teor de cimento
encontrado nos ensaio de reconstituição do traço foi de 234,3 kg/m3 enquanto que as
amostras provenientes dos trechos situados no subsolo tiveram valor médio de 291,8
kg/m3. Para os padrões da época em que foi construído o edifício, um concreto
estrutural geralmente tinha um consumo mínimo de 300 kg/m3. O valor mínimo
encontrado nas amostras ensaiadas foi 194 kg/m3. Admitindo-se a hipótese do traço do
concreto ser o mesmo, tais valores indicam que houve um processo de deterioração do
concreto provocado por agentes químicos identificados nos ensaios, além da ação da
umidade atuando permanentemente sobre um concreto de elevada porosidade. Os
 pilares P20 e P19, que davam apoio ao reservatório inferior, tendo em comum com este
o trecho correspondente à altura do reservatório, mostraram no ensaio de reconstituição
do traço mesmo teor de cimento ao longo da altura, ou seja, nos trechos dos pescoços e
do subsolo. Este teor situa-se na faixa média de valores representativos dos pescoços
dos pilares. Foi ainda verificado que a ação da umidade nestes pilares foi mais intensa,
verificando-se maior intensidade na oxidação das armaduras e desagregação do
concreto, mais acentuada que nos demais pescoços, provavelmente em decorrência de
vazamentos ocorridos no reservatório. Esta última hipótese é reforçada pelo fato de se
terem sido identificadas, durante a análise dos escombros, pelo menos duas camadas de
impermeabilizações efetuadas com a finalidade de eliminar vazamentos. Não foram
obtidas informações das épocas em que tais serviços foram realizados.
Falhas de concretagemFalhas de concretagem – Foram constatadas falhas no concreto em vários pescoços de
 pilares decorrentes de deficiências ocorridas durante as operações de concretagem:
 Brocas: causadas por falta de vibração e/ou falta de controle do preenchimento dos
espaços, além de falta de inspeção adequada após as retiradas das formas;
 Inadequação da ligação pescoço do pilar-sapata: ausência do patamar nos topos das
sapatas para o apoio das formas dos pescoços, conduzindo à fuga de material durante a
concretagem com a correspondente redução da seção transversal naquele ponto, e ao
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mesmo tempo expondo as armaduras e o concreto daquela região às ações deletérias dos
agentes agressivos.
Colapsos das armadurasColapsos das armaduras – Foram verificadas rupturas dos estribos em decorrência da
oxidação favorecida pelo pequeno cobrimento, presença de umidade, elevada
 porosidade, tudo isto agravado pelo pequeno diâmetro da armadura (4.2 mm). Em
decorrência da ruptura dos estribos e das falhas construtivas das bases dos pilares,
anteriormente referidas, houve sistemáticas flambagens das armaduras longitudinais
(Fotos 31 e 40). Estas flambagens, por sua vez, foram acentuadas pela baixa aderência
da armadura com o concreto, contribuindo decisivamente para a transferência de cargas
verticais para a seção estrangulada do concreto.
Concreto friávelConcreto friável – O concreto, em vários pescoços de pilares se mostrou quebradiço,
decompondo-se facilmente com o simples manuseio. Este comportamento não foi
observado com a mesma intensidade em outros trechos de peças estruturais retiradas dos
escombros. Alguns pescoços de pilares, após a ruptura tiveram o conjunto
concreto/armadura com a aparência semelhante a de gabiões. Em um dos pescoços, ao
se tentar retirar amostras para a realização de ensaios de reconstituição do traço, ao
simples impacto da marreta, todo concreto se decompôs em fragmentos, havendo
inclusive, a separação do agregado graúdo do restante da massa. Estes fatos
impossibilitaram a retirada de qualquer testemunho para a realização de ensaios de
resistência à compressão dos pescoços. Apenas os trechos de concreto das paredes do
reservatório inferior e do pilar P20 ofereceram condições para retirada de corpos de
 prova inteiros.
6.1.4 Cintas6.1.4 Cintas
As cintas de fundações, cuja características estão descritas no item 5.3.3, não tiveram
efetividade no processo que levou à ruptura do edifício.
6.1.5 - Reservatório inferior6.1.5 - Reservatório inferior – Dentre todos os componentes relacionados que
contribuíram para a ruptura do edifício, o reservatório inferior, teve importante
 participação pelo fato de fornecer permanente umidade, favorecendo mais intensamente
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a oxidação das armaduras e a degradação dos pilares a ele justapostos, que por sua vez
desencadearam o processo de colapso.
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7. CONCLUSÕES7. CONCLUSÕES 
Os estudos efetuados, ensaios realizados e as análises daí decorrentes, conduziram às
seguintes conclusões:
• O desabamento do Edifício Areia Branca se deu em decorrência da ruptura dos
 pilares, nos trecho dos pescoços, ou seja, na região compreendida entre os topos
das sapatas e o piso do subsolo;
• a seqüência de ruptura dos pilares se iniciou com o pilar P22, seguido pelo pilar
P21, ambos servindo de suporte do reservatório inferior. O desenvolvimento da
seqüência se deu partindo da região central para os bordos, conduzindo os
destroços para a própria projeção da edificação, aproximadamente, com pequeno
desvio rotacional para noroeste, atingindo os cinco primeiros andares do Edifício
Solar da Piedade;
• o acidente se deu após 27 anos do início da construção, em virtude do processo
de degradação do concreto da infra-estrutura ao longo do tempo;
• o solo e as sapatas de fundação não contribuíram para o colapso do edifício;
• não foram constatadas fugas de material situado sob as sapatas de fundação,
 provenientes de qualquer srcem;
• as edificações situadas no entorno do prédio não interferiram no acidente;
• os colapsos dos pescoços dos pilares foram motivados por diversos fatores:
- má qualidade de execução do concreto, onde foram constatados indicativos de
falta de vibração, alta porosidade, fator água/cimento elevado, baixa aderência
entre as barras de aço e concreto e dos agregados em relação à matriz;
- uso de estribos finos, permitidos pela NB 1/1960, com grande incidência de
ruptura, que favoreceu a flambagem das barras longitudinais, antes da ruptura do
concreto, na maioria dos pilares;
- os cobrimentos, embora permitidos pela norma NB 1/1960, sob cujas
 prescrições o projeto estrutural foi desenvolvido, são na atualidade
reconhecidamente insuficientes para fornecer a adequada proteção às armaduras;
- ausência de detalhes construtivos importantes, como é o caso do patamar
necessário para o apoio da forma do pilar sobre a sapata, o que provoca fuga da
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argamassa constituinte do concreto, vazios de formas e dimensões diversas,
resultando em redução da seção resistente do pilar no trecho mais solicitado,
além de favorecer a oxidação das armaduras e ataques ao concreto com a
conseqüente deterioração;
- sapatas com os troncos de pirâmide que compõem a suas partes superiores
com geometria incompleta e disforme, além de haver evidências de o concreto
ter sido executado sem vibração;
- os ensaios de reconstituição do traço do concreto revelaram que os pilares P22
e P21, a partir dos quais iniciou o processo de colapso, sofreram degradação nos
 pescoços e na região situada acima do nível do subsolo, ou seja, ao longo de
todo o espaço compreendido pelo reservatório inferior. Também foi constatada
oxidação da armadura em intensidades maiores do que nos demais pilares. Estes
efeitos foram provocados pela presença constante de umidade proveniente de
vazamentos do reservatório ao longo do tempo. Foram detectadas duas camadas
de material de revestimento executadas em diferentes épocas, o que é prova da
realização de serviços de recuperação para a eliminação de vazamentos;
- houve degradação do concreto da fundação ao longo do tempo (sapatas e
 pescoços de pilares), o que foi comprovado pelos ensaios e pelas inspeções
visuais efetuadas. As sapatas sofreram lixiviação nas superfícies. Os pescoços
dos pilares apresentaram comportamentos atípicos: concreto poroso, friável, de
 baixa resistência, baixa aderência, falhas de execução (brocas, falta de vibração).
Foram constatados indícios de reação álcali-agregado em proporções
insuficientes para produzir fissuração do concreto, mas que as eventuais
expansões poderiam contribuir para a redução da aderência;
- foi constatada variação do nível do lençol freático com a elevação durante as
chuvas intensas dos meses de maio e junho de 2005, chegando a cobrir
 parcialmente as sapatas nesta época, enquanto que no período outubro-abril o
lençol freático esteve em nível inferior à cota de fundação das sapatas. Este fato,
 juntamente com a agressividade constatada nos ensaios, explica a lixiviação do
concreto nas superfícies externas das sapatas. Há que se considerar a existência
de seis sumidouros, pertencentes ao sistema de esgotamento sanitário, que juntos
lançavam cerca de 24 000 litros de efluentes diariamente no contorno da região
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compreendida pelas fundações;
- Não foi identificada carbonatação do concreto.
Recife, 25 de julho de 2005
ALEXANDRE DUARTE GUSMÃO
Engenheiro Civil, D.Sc., CREA 17403-D/PE
DÍLSON CORRÊA LIMA TEIXEIRA
Engenheiro Civil, M.Sc., CREA 3256-D/PE
JOAQUIM CORREIA XAVIER DE ANDRADE FILHO
Engenheiro Civil, CREA 1601-D/PE
JOSÉ AFONSO PEREIRA VITÓRIO
Engenheiro Civil, CREA 6904-D/PE
ROMILDE ALMEIDA DE OLIVEIRA
Engenheiro Civil, D.Sc., CREA 3730-D/PEe-mail: creape@creape.org.br 42
 
 
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8. – Bibliografia8. – Bibliografia
ABNT - NB1/1960 – Cálculo e Execução de Obras de Concreto Armado.
ABNT - NBR 6118/1978 – Projeto e execução de obras de concreto armado –
Procedimento.
ABNT - NBR 6118/2003 – Projeto de estruturas de concreto – Procedimentos.
ABNT – NB51/1978 – Projeto e Execução de Fundações – Procedimento.
ABNT – MB4/1953 – Ensaio de tração dos materiais metálicos – Método Brasileiro.
ABNT – MB4/1977 – Determinação das propriedades mecânicas à tração de materiais
metálicos – Método de ensaio.
ABNT - EB3/1967 – Barras e fios de aço destinados a armaduras de peças de concreto
armado.
ABNT – Anexo da EB3/1967 (Modifica dispositivos da NB1 e NB2) – Condições de
emprego das barras de aço destinadas a armadura de peças de concreto armado.
ABNT – NB5/1961 – Cargas para o cálculo de estruturas de edifícios.
CODECIPE – Relatório de ocorrência sobre o Edifício Areia Branca, 19.10.2004.
CODECIPE – Relatório de ocorrência sobre o Edifício Areia Branca, 30.10.2004.
COMDEC – Operação Risco Zero, Prefeitura Municipal de Jaboatão dos Guararapes,
Atas de reuniões Nos. 02, 03, 04 e 05, 2004.
Projeto Arquitetônico do Edifício Areia Branca de autoria do Arquiteto Juarez Alves
Batista, 1975.
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04 - 04 - TRINCA NA PAREDE TRINCA NA PAREDE DO RESERVATÓRIO INFERDO RESERVATÓRIO INFERIOR COM VAZAMIOR COM VAZAMENTOENTO
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05 05 - - VISTA VISTA GERAL GERAL DO RDO RESERVATÓRIO ESERVATÓRIO INFERIOR INFERIOR E ALE ALAGAMENTOAGAMENTO
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06 - 06 - ESMAGAMENTO DA ESMAGAMENTO DA ALVENARIA SITUADA ALVENARIA SITUADA SOB A ESCADA NO SUBSOSOB A ESCADA NO SUBSOLOLO
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07 - 07 - VISTA DOS PILARES P21 E PVISTA DOS PILARES P21 E P22, A PARTIR DOS QUA22, A PARTIR DOS QUAIS FOI INICIADOIS FOI INICIADO
PROCESSO DE COLAPSO DO EDIFÍCIOPROCESSO DE COLAPSO DO EDIFÍCIO
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08 - 08 - ALVENARIA PRÓXIMA ALVENARIA PRÓXIMA DO RESERVATÓRDO RESERVATÓRIO INFERIOR, ROIO INFERIOR, ROMPIDAMPIDA
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09 - 09 - PARTE POSTERIOR DPARTE POSTERIOR DO EDIFÍCIO NA O EDIFÍCIO NA OCASIÃO DA VOCASIÃO DA VISTORIA DAISTORIA DA
CODECIPECODECIPE
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10 10 - - MORADORES MORADORES ACOMPANHAM ACOMPANHAM A VA VISTORIA EFEISTORIA EFETUADA TUADA PELA PELA CODECIPECODECIPE
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11. ESCOMBROS, NA MANHÃ SEGUINTE AO 11. ESCOMBROS, NA MANHÃ SEGUINTE AO DESABAMENTODESABAMENTO
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12. ESCOMBROS, INSTANTES APÓS O DESABAMENTO E12. ESCOMBROS, INSTANTES APÓS O DESABAMENTO E
AVARIAS AVARIAS CAUSADAS NO CAUSADAS NO ED. SOLAR DED. SOLAR DA PIEDADE.A PIEDADE.
 
 
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13. ESCOMBROS EM FORMA PULVERIZADA 
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14. DETALHE DOS DANOS PROVOCADOS NO PAVIMENTO TÉRREO DO ED. SOLAR DA PIEDADE.14. DETALHE DOS DANOS PROVOCADOS NO PAVIMENTO TÉRREO DO ED. SOLAR DA PIEDADE.
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15. LIXIVIAÇÃO DO CONCRETO DAS SAPATAS E LIGAÇÕES COM OS PILARES15. LIXIVIAÇÃO DO CONCRETO DAS SAPATAS E LIGAÇÕES COM OS PILARES
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16. GRUPO DE SAPATAS - I16. GRUPO DE SAPATAS - I
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17. GRUPO DE SAPATAS - 17. GRUPO DE SAPATAS - ARMADURAS EXPOSTASARMADURAS EXPOSTAS
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18. FORMAS INDEFINIDAS DAS SAPATAS - DETALHE18. FORMAS INDEFINIDAS DAS SAPATAS - DETALHE
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19. 19. LIGAÇÃO LIGAÇÃO PILAR SAPATA PILAR SAPATA COM REDUÇÃCOM REDUÇÃO DA SO DA SEÇÃO TRANSVERSEÇÃO TRANSVERSAL DO AL DO PILARPILAR
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20. CONCRETO APRESENTANDO SINAIS DE DEGRADAÇÃO IRREGULARIDADE DA BORDA 20. CONCRETO APRESENTANDO SINAIS DE DEGRADAÇÃO IRREGULARIDADE DA BORDA DA SAPATADA SAPATA
e-mail: creape@creape.org.br
 
 
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21. SAPATA COM FORMA INDEFINIDA21. SAPATA COM FORMA INDEFINIDA
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22. LIXIVIAÇÃO DO CONCRETO DA SAPATA E LIGAÇÃO COM O PILAR.
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23. BORDAS DAS SAPATAS COM A ARMADURA EXPOSTA
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24. VESTÍGIOS DA INJEÇÃO DE EPOXY NA PARTE IFEERIOR DO PILAR P22
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25. SISTEMA 25. SISTEMA FINAL DE FINAL DE ESGOSTOS EM SUESGOSTOS EM SUMIDOUROS JUNTO MIDOUROS JUNTO ÀSÀS
FUNDAÇÕES.FUNDAÇÕES.
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26. ESCOMBROS – GRANDES ESPESSURAS DOS REVESTIMENTOS.26. ESCOMBROS – GRANDES ESPESSURAS DOS REVESTIMENTOS.
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27. ESCOMBROS – GRANDES ESPESSURAS DOS REVESTIMENTOS DAS PAREDES 27. ESCOMBROS – GRANDES ESPESSURAS DOS REVESTIMENTOS DAS PAREDES E DAS LAJES DE E DAS LAJES DE PISOS.PISOS.
e-mail: creape@creape.org.br
 
 
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28. RESERVAT28. RESERVATÓRIO INFERIOR ÓRIO INFERIOR COM COM DUAS CÂMARASDUAS CÂMARAS..
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29. RESERVATÓRIO INFERIORCOM DUAS CAMADAS DE 29. RESERVATÓRIO INFERIORCOM DUAS CAMADAS DE REVESTIMENTOSREVESTIMENTOS
MOSTRANDO MOSTRANDO QUE HOUVE PROQUE HOUVE PROBLEMAS COM VAZBLEMAS COM VAZAMENTOS.AMENTOS.
e-mail: creape@creape.org.br
 
 
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30. QUALIDADE D30. QUALIDADE DO CONCRETO: MÁ O CONCRETO: MÁ VIBRAÇÃO, FALTA VIBRAÇÃO, FALTA DEDE
ADERÊNCIA, POROSOADERÊNCIA, POROSO
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31. MÁ QUALIDADE DO CONCRETO – USO DE ESTRIBOS FINOS
e-mail: creape@creape.org.br 74
 
 
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32. EVIDÊNCIAS DA BAIXA QUALIDADE DA ADERÊNCIA
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33. BAIXA ADERÊNCIA E RUPTURA DOS ESTRIBOS DOS PILARES
e-mail: creape@creape.org.br 76
 
 
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34. PESCOÇOS DE PILARES COM SINAIS DE DEGRADAÇÃO34. PESCOÇOS DE PILARES COM SINAIS DE DEGRADAÇÃO
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35. PESCOÇOS DE PILARES COM SINAIS DE DEGRADAÇÃO.35. PESCOÇOS DE PILARES COM SINAIS DE DEGRADAÇÃO.
 
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36. PESCOÇOS DE PILARES COM SINAIS DE DEGRADAÇÃO.36. PESCOÇOS DE PILARES COM SINAIS DE DEGRADAÇÃO.
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37. MÁ QUALIDADE DO CONCRETO E DESAGREGAÇÃO
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38. FALHAS DO CONCRETO DO PESCOÇO DO PILAR E NA 38. FALHAS DO CONCRETO DO PESCOÇO DO PILAR E NA LIGAÇÃO COM A SAPATA.LIGAÇÃO COM A SAPATA.
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39. FALHA NA LIGAÇÃO PILAR / SAPATADO COM39. FALHA NA LIGAÇÃO PILAR / SAPATADO COM
REDUÇÃO DA SEÇÃO TRASVERSAL.REDUÇÃO DA SEÇÃO TRASVERSAL.
VESTÍGIO DE ENSAIO DE VESTÍGIO DE ENSAIO DE CARBONATAÇÃOCARBONATAÇÃO
 
 
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40. FALHA NA LIGAÇÃO PILAR – SAPATA, ARMADURA OXIDADA,40. FALHA NA LIGAÇÃO PILAR – SAPATA, ARMADURA OXIDADA,
FLAMBADA E CONCRETO DE MÁ FLAMBADA E CONCRETO DE MÁ QUALIDADEQUALIDADE
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41. LIGAÇÃO PILAR – SAPATA COM REDUÇÃO DA41. LIGAÇÃO PILAR – SAPATA COM REDUÇÃO DA
SEÇÃO TRANSVERSAL DO PILARSEÇÃO TRANSVERSAL DO PILAR
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42. FALHA NA LIGAÇÃO PILAR – SAPATA COM REDUÇÃO DA SEÇÃO
TRANSVERSAL DO PILAR E ARMADURA OXIDADA
 
 
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43. FALHAS 43. FALHAS DE CONCRETAGEM DE CONCRETAGEM DO PESCOÇO DO PESCOÇO DO DO PILARPILAR
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44. FALHA DE CONCRETAGEM DO PESCOÇO DO PILAR44. FALHA DE CONCRETAGEM DO PESCOÇO DO PILAR
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45. CINTA E PAREDE DO RESERVATÓRIO INFERIOR45. CINTA E PAREDE DO RESERVATÓRIO INFERIOR
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46. CINTA E PAREDE DO RESERVATÓRIO INFERIOR.46. CINTA E PAREDE DO RESERVATÓRIO INFERIOR.
BARRA REMANESCENTE BARRA REMANESCENTE PROVAVELMENTEPROVAVELMENTE
UTILIZADA PARA ADENSAMENTO DO CONCRETOUTILIZADA PARA ADENSAMENTO DO CONCRETO
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47. RETIRADA DE TESTEMUNHOS DAS SAPATAS.47. RETIRADA DE TESTEMUNHOS DAS SAPATAS.
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48. RETIRADA DE TESTEMUNHOS DE PILAR48. RETIRADA DE TESTEMUNHOS DE PILAR
e-mail: creape@creape.org.br
 
 
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49. EXECUÇÃO DE SONDAGEM A 49. EXECUÇÃODE SONDAGEM A PERCUSSÃOPERCUSSÃO
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