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Aula 04

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FAMÍLIA E SUCESSÕES 
Extinção do Casamento 
Fernanda Tartuce 
1 
Extinção do Casamento 
Professora Fernanda Tartuce 
www.fernandatartuce.com.br 
fetartuce@uol.com.br 
@fernandatartuce 
Fernanda Tartuce II (Facebook) 
Reflexão 
 O casamento é 
 o fim do romance e 
 o começo da história. 
(Oscar Wilde) 
Caso revelado 
 Almerinda e Claudicon, após 10 anos 
de união, enfrentam intensa crise conjugal 
e, saturados, não vêem outra saída senão o 
divórcio. 
 Divergem quanto a todos os pontos a 
serem definidos – partilha de bens, guarda 
dos 4 filhos, alimentos, visitas... 
 Como enfrentar a situação? 
Premissa importante 
À luz da EC 66/2010, 
prevalece a separação judicial 
ou apenas é cabível o divórcio? 
CF, Art. 226 § 6º 
Antes da EC 66/2010 
 O casamento civil pode dissolvido 
pelo divórcio, após prévia separação 
judicial por mais de um ano nos casos 
expressos em lei, ou comprovada 
separação de fato por mais de dois anos 
Após a EC 66/2010 
 
O casamento civil pode ser dissolvido pelo 
divórcio 
 Posição – Persistência da separação 
- A mudança do texto constitucional não 
elimina os dispositivos do Código Civil 
sobre a separação judicial. 
 Costa Machado 
“o desparecimento da ‘separação judicial’ 
está, a partir de agora, autorizado pela 
Constituição – apenas autorizado, 
acentuamos – de sorte que para que se 
cumpra a vontade constitucional de facilitar 
o divórcio (...) haverá Nova Lei do Divórcio 
ou de alterações no Código Civil”. 
 Posição – Supressão da separação 
- A norma constitucional deve ter eficácia 
plena e imediata; tal interpretação considera 
a intenção do legislador de facilitar a 
atuação dos interessados ao retirar as 
exigências até então existentes. 
 TJ-SP 
“Embora permaneçam, ainda, no CC, alguns 
dispositivos que tratam a separação 
judicial, a partir da EC n. 66/2010, não há 
mais a possibilidade de se buscar o fim da 
sociedade conjugal por meio desse instituto 
(TJ-SP, 8ª Câmara, Rel. Caetano Lagastra, j. 
10.11.2010) 
Fim da união 
Sendo necessária a regularização da 
situação jurídica, é mais vantajoso 
 valer-se da via consensual 
ou 
valer-se do sistema contencioso? 
 
 
 
 
 
 
 
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FAMÍLIA E SUCESSÕES 
Extinção do Casamento 
Fernanda Tartuce 
2 
 Divórcio de casal 
sem filhos incapazes 
Possibilidade de utilização da via 
extrajudicial: 
CPC, art. 1124-A 
CPC, Art. 1124-A 
A separação consensual e o divórcio 
consensual, não havendo filhos menores ou 
incapazes do casal e observados os 
requisitos legais quanto aos prazos, 
poderão ser realizados por escritura 
pública, da qual constarão as disposições 
relativas à descrição e à partilha dos bens 
comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao 
acordo quanto à retomada pelo cônjuge de 
seu nome de solteiro ou à manutenção do 
nome adotado quando se deu o casamento. 
 Divórcio de casal 
com filhos incapazes 
Opções de procedimento em juízo: 
- Se consensual, procedimento 
especial (CPC, art. 1.121 e ss); 
- Se litigioso, rito ordinário (art. 40, 
§3°, da Lei 6.515/77). 
Lei 6.515/1977 
Art. 40 
§ 2º - No divórcio consensual, o 
procedimento adotado será o previsto nos 
artigos 1.120 a 1.124 do Código de Processo 
Civil, observadas, ainda, as seguintes 
normas: 
I - a petição conterá a indicação dos meios 
probatórios da separação de fato, e será 
instruída com a prova documental já 
existente; 
II - a petição fixará o valor da pensão do 
cônjuge que dela necessitar para sua 
manutenção, e indicará as garantias para o 
cumprimento da obrigação assumida; 
III - se houver prova testemunhal, ela será 
produzida na audiência de ratificação do 
pedido de divórcio a qual será 
obrigatoriamente realizada. 
IV - a partilha dos bens deverá ser 
homologada pela sentença do divórcio. 
CPC 
Art. 1.120. A separação consensual será 
requerida em petição assinada por ambos 
os cônjuges. 
§ 1° Se os cônjuges não puderem ou não 
souberem escrever, é lícito que outrem 
assine a petição a rogo deles. 
CPC 
Art. 1.121. A petição, instruída com a 
certidão de casamento e o contrato 
antenupcial se houver, conterá: 
I - a descrição dos bens do casal e a 
respectiva partilha; 
II - o acordo relativo à guarda dos filhos 
menores e ao regime de visitas; 
III - o valor da contribuição para criar e 
educar os filhos; 
IV - a pensão alimentícia do marido à 
mulher, se esta não possuir bens 
suficientes para se manter. 
§ 1° Se os cônjuges não acordarem sobre a 
partilha dos bens, far-se-á esta, depois de 
homologada a separação consensual, na 
forma estabelecida neste Livro, Título I, 
Capítulo IX. 
§ 2° Entende-se por regime de visitas a 
forma pela qual os cônjuges ajustarão a 
permanência dos filhos em companhia 
daquele que não ficar com sua guarda, 
 
 
 
 
 
 
 
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FAMÍLIA E SUCESSÕES 
Extinção do Casamento 
Fernanda Tartuce 
3 
compreendendo encontros periódicos 
regularmente estabelecidos, repartição das 
férias escolares e dias festivos. 
Valor da Causa 
na ação de divorcio 
Deve considerar o conteúdo econômico a 
ser obtido no feito (STJ, AGRG no AG nº 
976242/RS. STJ) 
 
Valor da Causa 
na ação de divorcio 
- se envolve partilha de bens 
a) soma dos bens a serem partilhados 
(TJSP; AI 0058385-87.2013.8.26.0000; Ac. 
6737159; São Paulo; 8ª Câmara de Direito 
Privado; Rel. Des. Theodureto Camargo; 
Julg. 15/05/2013; DJESP 11/06/2013); 
b) meação dos bens pertencentes ao 
patrimônio do casal somada a 12 
prestações alimentícias mensais fixadas 
para a filha comum (TJMG; AGIN 
1.0713.11.001798-3/001; Rel. Des. Peixoto 
Henriques; Julg. 15/01/2013; DJEMG 
18/01/2013) 
c) na ação em que não se pede partilha, mas 
apenas pensão alimentícia, o valor deve 
observar o art. 259, VI do CPC (O valor da 
causa constará sempre da petição inicial e 
será: VI - na ação de alimentos, a soma de 
12 prestações mensais, pedidas pelo 
autor); 
 
d) nas ações de estado em não se 
reclamam alimentos nem partilha de bens, 
não se descortinando conteúdo econômico 
mensurável, o valor da causa deve ser 
mensurado sob mera estimativa, observada 
a razoabilidade (CPC, art. 258) (TJDF; Rec 
2012.00.2.006328-0; Ac. 600.037; 1ª Turma 
Cível; Rel. Des. Teófilo Caetano; DJDFTE 
09/07/2012; Pág. 90) 
 CASO 
Após intervenção eficiente de um mediador, 
Delzuíte e Claudicon chegaram acordos 
quanto a todos os temas polêmicos. 
 CASO 
Considerando que eles residem em Volta 
Redonda- RJ e querem regularizar o fim da 
união, aja em seu prol. 
Não há bens comuns. 
O casal tem quatro filhos menores de idade. 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ 
DE DIREITO DA ____ VARA DA FAMÍLIA E 
DAS SUCESSÕES DO ____ FORO 
REGIONAL DA COMARCA DE VOLTA 
REDONDA – RJ 
ALMERINDA (sobrenome), brasileira, 
casada, atendente, portadora da carteira de 
identidade RG (número), inscrita no CPF/MF 
(número), residente e domiciliada nesta 
comarca, no (endereço) e CLAUDICON 
(sobrenome), brasileiro, casado, 
comerciante, portador da carteira de 
identidade RG (número), inscrito no CPF/MF 
(número), residente e domiciliado nesta 
comarca, no (endereço), pelo procurador 
que os representa, vêm, 
respeitosamente, à presença de vossa 
excelência, propor o competente pedido de 
DIVÓRCIO CONSENSUAL 
nos termos do § 2.º do art. 40 da Lei 
6.515/1977 c/c arts. 1.120 a 1.124 do CPC, 
com base nos motivos a seguir expostosI – DOS FATOS 
Em julho de 1996, os requerentes 
contraíram matrimônio sob o regime da 
 
 
 
 
 
 
 
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FAMÍLIA E SUCESSÕES 
Extinção do Casamento 
Fernanda Tartuce 
4 
comunhão parcial de bens, conforme 
comprova a certidão anexa, indicando a 
lavratura do competente assento no livro 
próprio de Registro de Casamentos 
(Registro Civil das Pessoas Naturais) desta 
comarca. 
O casal possui um filho, a saber, Pedro 
Oliveira, nascido em (data), atualmente com 
10 (dez) anos, conforme comprova a 
certidão anexa. 
Ocorre, porém, que apesar do esforço dos 
requerentes, não foi possível a manutenção 
do casamento, motivo pelo qual desde 
fevereiro de 2011 o casal abandonou o 
domicílio conjugal, passando a viver cada 
qual em endereço próprio e de forma 
independente, nesta mesma comarca. 
II – DO DIREITO 
A pretensão dos cônjuges em obter o 
divórcio direto pelo meio consensual 
encontra amparo na Constituição Federal 
(art. 226, § 6.º) e na legislação vigente, 
sendo que a EC 66/2010 suprimiu o 
requisito de prévia separação judicial por 
mais de 1 (um) ano ou de comprovada 
separação de fato por mais de 2 (dois) anos. 
DA FORMULAÇÃO DA PRETENSÃO 
Os cônjuges pretendem dissolver o 
casamento pelo divórcio observados os 
termos abaixo discriminados. 
II.1 – DA DESCRIÇÃO DE BENS E 
RESPECTIVA PARTILHA 
O casal não possui bens imóveis e dívidas. 
A responsabilidade pelo pagamento de 
eventual dívida será exclusiva de quem a 
firmou, ressalvados os casos de 
participação conjunta do casal, ocasião em 
que cada qual arcará com a metade do 
montante devido. 
Os demais bens resultantes da união já se 
consumiram com o tempo, nada mais 
restando que detenha valor econômico ou 
que seja digno de nota, destacando que o 
casal está separado desde fevereiro de 
2011. 
II.2 – DO ACORDO RELATIVO À GUARDA 
DOS FILHOS MENORES E AO REGIME DE 
VISITAS 
Os filhos permanecerão sob a guarda da 
mãe, como sempre estiveram desde a 
separação de fato. 
Os requerentes estabelecem o regime de 
visitas do genitor nos seguintes termos: 
a) encontros periódicos regulares: em finais 
de semana alternados, podendo o pai retirar 
os filhos a partir das 8 horas do sábado, 
devendo devolvê-los até as 20 horas do dia 
seguinte, o domingo; 
b) férias escolares: de verão, a primeira do 
mês de janeiro, podendo viajar dentro do 
território nacional e de inverno, a segunda 
quinzena do mês de julho, também podendo 
viajar dentro do território nacional; 
c) dias festivos: aniversários do pai (data) e 
dias dos pais, podendo o genitor retirar os 
filhos a partir das 8 horas do referido dia e 
devendo devolvê-los até as 22 horas do 
mesmo dia; véspera de natal e natal em 
anos pares e véspera de ano novo em anos 
ímpares com o respectivo dia, podendo o 
genitor retirar os filhos a partir das 8 horas 
do referido dia da véspera e devendo 
devolvê-lo até as 20 horas do dia seguinte; 
aniversários dos filhos em anos ímpares, 
podendo o genitor retirar os filhos a partir 
das 8 horas do referido dia e devendo 
devolvê-lo até as 22 horas do mesmo dia; 
d) ressalvas especiais: fica assegurado à 
genitora o direito de alterar o final de 
 
 
 
 
 
 
 
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Extinção do Casamento 
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5 
semana de visita para garantir a 
permanência com os filhos no dia das mães 
e no dia de seu aniversário (data). 
II.3 – DO VALOR DA CONTRIBUIÇÃO PARA 
CRIAR E EDUCAR OS FILHOS 
O genitor cumprirá a responsabilidade de 
sustento de seus filhos, contribuindo, 
mensalmente, até o quinto dia útil de cada 
mês, a partir da homologação por sentença 
do presente pedido, com o valor de R$ 
678,00, equivalente a um salário minimo. 
O pagamento dos alimentos será realizado 
diretamente à mãe, mediante depósito em 
conta corrente bancária sob a titularidade 
da mesma, valendo o comprovante de 
depósito como recibo. 
II.4 – DA AUSÊNCIA DE PENSÃO 
ALIMENTÍCIA ENTRE OS CÔNJUGES 
Ambos os cônjuges se encontram em 
condições de promover a própria 
manutenção, motivo pelo qual nenhuma 
pensão alimentícia será fixada para tal 
finalidade. 
II.5 – DA MANUTENÇÃO DO NOME DE 
CASADA 
Nos termos permitidos pela lei civil (CC, art. 
1.571, § 2.º), a mulher pretende manter o 
nome obtido com o casamento, a saber, 
Ana Oliveira, evitando, assim, a manifesta 
distinção entre o seu nome de família e o do 
seus filhos. 
III – DO PEDIDO 
Face ao exposto, esta se apresenta para 
requerer o decreto do divórcio nos termos 
apresentados, expedindo-se o competente 
mandado ao registro civil das pessoas 
naturais desta comarca, para averbação à 
margem do assento de casamento, nos 
termos do art. 97 da Lei 6.015, de 31 de 
dezembro de 1973. 
IV – DOS REQUERIMENTOS 
Outrossim, esta também se apresenta para 
requerer: 
a) o cumprimento do previsto no § 1.º do art. 
1.122 do CPC, com a oitiva do Ministério 
Público; 
b) a produção de todos os meios de prova 
em direito admitidos. 
Em cumprimento ao determinado pelo art. 
259, VI do Código de Processo Civil, os 
requerentes atribuem à causa o valor de R$ 
8.136,00 (oito mil cento e trinta e seis reais) 
para fins de distribuição. 
Nestes termos, 
pedem deferimento. 
Volta Redonda, data. 
Advogado 
OAB/RJ n. 
 CASO 
Elisvânia e Argemiro, casados pelo regime 
da comunhão parcial de bens em 
13.08.2000, estão separados de fato desde 
05.12.2011. A esposa quer regularizar a 
situação por meio do divórcio, mas o 
marido não. 
 CASO 
Proponha a medida cabível para atender ao 
seu interesse não apenas quanto à 
dissolução do vínculo conjugal, mas 
também definindo partilha, alimentos, 
guarda de filhos, visita e volta do uso do 
nome de solteira. 
 CASO 
Considere que Argemiro adquiriu, durante a 
união, um apartamento no valor de R$ 
120.000,00 (cento e vinte mil reais) e um 
 
 
 
 
 
 
 
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Extinção do Casamento 
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6 
veículo que vale R$ 20.000,00 (vinte mil 
reais). 
Atente ainda que Elisvânia é pobre e não 
pode arcar com os custos da demanda sem 
prejuízo de sua subsistência e da de seu 
filho. 
AÇÃO DE DIVÓRCIO – ROTEIRO DA PEÇA 
- Endereçamento: Domicílio da esposa 
(CPC, art. 100, I, do CPC) ou do 
Requerido (art. 94 CPC); 
AÇÃO DE DIVÓRCIO – ROTEIRO DA PEÇA 
- Qualificação das partes; 
- Fatos: narração do enunciado; 
- Fundamentos Jurídicos: 
 
- Possibilidade de divórcio 
independente do transcurso do 
tempo – art. 226, §6°, da CF; EC 
66/2010; 
- Art. 226, §6°. O casamento civil pode 
ser dissolvido pelo divórcio. 
- Fundamentos Jurídicos: 
 
- Partilha de bens na comunhão 
parcial de bens 
 Art. 1.658 do CC: No regime de 
comunhão parcial, comunicam-se os bens 
que sobrevierem ao casal, na constância do 
casamento, com as exceções dos artigos 
seguintes. 
Alimentos 
 Proporção das necessidades dos 
filhos e das possibilidades do pai: 
 
 CC, Art. 1.694. Podem os parentes, 
os cônjuges ou companheiros pedir uns 
aos outros os alimentos de que necessitem 
para viver de modo compatível com a sua 
condição social, inclusive para atender às 
necessidades de sua educação. 
 § 1° Os alimentos devem ser fixados 
na proporção das necessidades do 
reclamante e dos recursos da pessoa 
obrigada. 
- Pedido: 
- Decretação do divórcio; 
- Partilha dos bens; 
- Fixação da guarda do filho em favor 
da mãe; 
- Pedido: 
- Fixação do regimede visitas; 
- Fixação de alimentos em favor do 
filho; 
- Retorno ao nome de solteira. 
- Requerimentos: 
- Citação do réu por oficial de justiça; 
- Intimação do Ministério Público; 
- Expedição de mandado de averbação 
do divórcio ; 
- Requerimentos: 
- Expedição de mandado para 
alteração do nome no cartório 
competente; 
- Reconhecimento do direito à 
assistência judiciária gratuita; 
- Requerimento geral de provas. 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ 
DE DIREITO DA ___ VARA DE FAMÍLIA E 
 
 
 
 
 
 
 
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FAMÍLIA E SUCESSÕES 
Extinção do Casamento 
Fernanda Tartuce 
7 
SUCESSÕES (SE NÃO HOUVER, VARA 
CÍVEL) DO FORO DA COMARCA DE (FORO 
DO DOMICÍLIO DA MULHER – CPC, ART. 
100, I). 
(espaço) 
ELISVÂNIA SOUZA DA SILVA, brasileira, 
casada, comerciante, portadora da cédula 
de identidade RG n. (...), inscrita no CPF/MF 
sob n. (...), residente e domiciliada nesta 
cidade, em (endereço), por seus advogados 
e procuradores infra-assinados, vem, 
respeitosamente perante vossa excelência, 
propor 
AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO 
PELO RITO ORDINÁRIO 
contra ARGEMIRO PEREIRA DA SILVA, 
brasileiro, casado, comerciante, portador da 
cédula de identidade RG n. (...) e inscrito no 
CPF/MF sob n. (...), residente e domiciliado 
nesta cidade em (endereço), pelas razões de 
fato e de direito a seguir aduzidas. 
I – DOS FATOS 
As partes são casadas sob o regime de 
comunhão parcial de bens desde 
13.08.2000, conforme se verifica da certidão 
de casamento (doc. Anexo). Não há pacto 
antenupcial e da união nasceu um filho, 
Demóstenes, atualmente com 3 (três) anos 
de idade (doc. Anexo). 
Após 11 (onze) anos de intenso convívio, o 
casal se separou de fato; desde 05.12.2011 
o réu deixou o lar conjugal, ficando o filho 
sob a guarda da autora. 
O casal tem bens a serem partilhados. 
 
Embora o casal se encontre separado de 
fato, o réu, procurado pela autora, negou-se 
a acertar consensualmente os termos do 
divórcio, razão pela qual tornou-se 
necessária a propositura da presente 
demanda. 
II – DO DIREITO 
Consoante se depreende do art. 226, § 6.º 
da Constituição Federal, o casamento civil 
pode ser dissolvido pelo divórcio, sendo 
que a EC 66/2010 suprimiu o requisito de 
prévia separação judicial por mais de 1 (um) 
ano ou de comprovada separação de fato 
por mais de 2 (dois) anos. 
A autora não tem mais interesse na união. 
No que tange à regularização de sua 
situação jurídica, a autora pede seja assim 
definida: 
a) no tocante aos bens, segue a descrição 
patrimonial correspondente para que se 
efetue a partilha considerando o direito da 
autora à metade de seu valor, nos termos 
do art. 1.658 do Código Civil: 
a.1) imóvel – apartamento no valor venal de 
R$ 120.000,00 (cujos dados mais detalhados 
constam nos docs. anexos); 
a.2) veículo automotor no montante de R$ 
20.000,00 (especificações nos docs. anexos) 
b) a guarda do filho permanecerá com a 
autora, por atender tal situação ao melhor 
interesse da criança. O direito de visitas é 
assegurado ao réu e vem se verificando 
regularmente, não sendo objeto de 
discordância. 
O regime é de retirada da criança do lar 
materno a cada 15 (quinze) dias, levando-a 
na sexta-feira às 18 horas e trazendo-a no 
domingo às 18 horas. No dia dos pais a 
criança fica com o Réu, o mesmo ocorrendo 
nas férias escolares nas duas primeiras 
semanas. No Natal a criança fica com a 
autora e na virada do ano com o réu; 
 
 
 
 
 
 
 
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FAMÍLIA E SUCESSÕES 
Extinção do Casamento 
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8 
c) no que tange ao valor da contribuição 
para criar e educar o filho, em atenção ao 
binômio possibilidade/ necessidade (art. 
1.694, §1°, CC), requer seja descontado o 
valor de 1/3 dos rendimentos do réu, 
diretamente de sua folha de pagamento, 
para crédito na conta da autora, cujos 
dados são (...). 
O valor da pensão alimentícia monta 
atualmente a R$ 1360,00, valor equivalente a 
dois salários mínimos – montante que 
deverá ser considerado devido em caso de 
desemprego do alimentante. 
d) a autora não requer a fixação de pensão 
alimentícia em seu favor por ter condições 
de trabalhar e, no momento, de se manter; 
e) a autora voltará a adotar o seu nome de 
solteira, Elisvânia Souza. 
DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS 
Pelo exposto, requer a autora seja julgado 
procedente o pedido da presente ação, 
decretando-se o divórcio do casal nos 
termos acima pleiteados e sendo o réu 
condenado a arcar com os ônus da 
sucumbência. 
Requer ainda: 
a) a citação do réu, por Oficial de Justiça, 
para que conheça dos termos da presente 
ação e, querendo, apresente defesa no 
prazo legal; 
b) a intimação do digníssimo representante 
do Ministério Público para intervir no feito 
(CPC, art. 82, I); 
c) a expedição de mandado determinando a 
averbação da sentença de divórcio junto ao 
cartório de registro civil competente, para 
fins de direito; 
d) ante a autorização para que a requerente 
volte a usar o nome de solteira, a expedição 
de mandado para a alteração no cartório 
competente; 
e) a concessão dos benefícios da 
gratuidade, com fundamento no art. 5.º, 
LXXIV, da Constituição Federal e do art. 4.º 
da Lei 1.060/1950, uma vez que a requerente 
é pessoa pobre e não tem condições de 
arcar com as despesas do processo sem 
prejuízo de sua subsistência. 
Requer provar o alegado por todos os 
meios admitidos em direito, especialmente 
pela juntada de documentos, pela oitiva de 
testemunhas e depoimento pessoal do réu. 
Dá à causa o valor de R$ 156.272,00 (soma 
do valor dos bens a partilhar mais doze 
vezes o valor da pensão – CPC, art. 259, II e 
VI). 
Nestes termos, pede deferimento 
Local, data. 
Nome do advogado, número da OAB. 
Outras discussões envolvendo divórcio 
- Revelia e julgamento antecipado 
- Resposta do réu; 
- Audiência de ratificação; 
- Sentença de divórcio. 
Revelia e julgamento antecipado 
- Incidem os efeitos da revelia nas 
ações de divórcio, sendo ele uma 
ação de estado? 
Revelia e julgamento antecipado 
- Envolvimento de direitos 
indisponíveis que impede a 
incidência dos efeitos: guarda, 
alimentos de menores, visitas... 
Revelia e julgamento antecipado 
 
 
 
 
 
 
 
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FAMÍLIA E SUCESSÕES 
Extinção do Casamento 
Fernanda Tartuce 
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- Questões patrimoniais sobre as 
quais pode incidir revelia: partilha de 
bens, discussão da culpa (hoje 
incipiente)... 
Revelia e julgamento antecipado 
- Sobre a decretação de divórcio, não 
há sobre o que se produzir prova, a 
não ser a existência de casamento 
anterior, não havendo também sobre 
o que incidir a revelia. 
Resposta do réu 
- É possível o réu se defender da 
decretação do divórcio? 
Resposta do réu 
- A única defesa possível 
anteriormente seria a falta do 
decurso dos prazos, agora extinta 
pela EC n. 66/2010. 
- Foram abertas todas as vias para a 
decretação imediata do divórcio 
direto, de forma que a doutrina 
passou a afirmar de forma categórica 
que não cabe mais defesa alguma 
contra a decretação do divórcio 
direto. 
Resposta do réu 
- Evidentemente, se houver outros 
pedidos cumulados, a defesa poderá 
versar amplamente sobre eles. 
Audiência de Ratificação 
Art. 1.122, §1° 
Convencendo-se o juiz de que ambos, 
livremente e sem hesitações, desejam a 
separação consensual, (...); em caso 
contrário, marcar-lhes-á dia e hora, com 15 
(quinze) a 30 (trinta) dias deintervalo, para 
que voltem a fim de ratificar o pedido de 
separação consensual. 
Audiência de Ratificação 
Prevalece tal previsão no atual perfil do 
Direito de Família? 
Audiência de Ratificação 
Razões pela não realização: 
- Diretriz da interferência mínima do 
Estado na vida do casal; 
- Facilitação do exercício da 
autonomia; 
- Existência de divórcio consensual 
extrajudicial. 
Sentença de Divórcio 
- Natureza constitutiva – surte efeitos 
a partir do trânsito em julgado; 
- Atacável por recurso de apelação 
com duplo efeito. 
Sentença de Divórcio 
- Ante a controvérsia sobre as demais 
questões, como partilha de bens e 
guarda dos filhos, mas não sobre o 
divórcio, é possível decretá-lo por 
sentença parcial, e prosseguir com 
os demais pedidos? 
TJ-SP 
- Nesse sentido, com base no art. 515, 
§ 3°, do CPC, incontroverso que as 
partes são casadas, de rigor a 
imediata procedência do pedido de 
divórcio, de acordo com o art. 226, § 
6°, da CF, determinando-se o regular 
andamento do feito em relação aos 
outros capítulos. Isto porque a 
extinção do vínculo matrimonial e a 
cessação da sociedade conjugai não 
dependem da resolução das outras 
questões do processo (AI 
 
 
 
 
 
 
 
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FAMÍLIA E SUCESSÕES 
Extinção do Casamento 
Fernanda Tartuce 
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990.10.357301-3, 8ª Câmara, Rel. 
Caetano Lagrasta, j. 12.11.2010). 
Para refletir 
“As feridas do casamento 
são curadas pelo divórcio, 
cujas feridas se curam 
por outro casamento” 
(Carlos Drummond de Andrade)

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