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Concurso de crimes

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1.2 - DAMÁSIO DE JESUS
	Quando duas ou mais pessoas praticam um crime surge o “concurso de pessoas”. Quando um sujeito, mediante unidade ou pluralidade de ações ou de omissões, pratica dois ou mais delitos, surge o concurso de crimes ou de penas.
 	O sujeito que comete vários crimes deve ser apenado mais severamente que o autor de um só delito. 
1.2.1 CONCURSO MATERIAL OU REAL
	Ocorre quando o agente mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não.[2: Art. 69, caput, Código Penal Brasileiro]
	Os termos ação e omissão devem ser tomados no sentido de conduta.
	Para que haja o concurso material é preciso que o sujeito execute duas ou mais condutas (fatos), realizando dois ou mais crimes. Exs.:
O agente ingressa na residência da vítima, furta e comete estupro;
Praticado o estupro, o agente mata a vítima a fim de obter a impunidade.
	O concurso material pode ser:
Homogêneo: quando os crimes são idênticos, ou seja, quando previstos na mesma figura típica.
Ex: praticado homicídio contra A, o agente mata B, testemunha do fato.
Heterogêneo: quando os crimes não são idênticos, ou seja, previstos em figuras típicas diversas.
Ex.: furto e estupro.
	No concurso material as penas são cumuladas. Assim, se comete furto e estupro, as penas privativas de liberdade devem ser somadas. Tratando-se de penas de reclusão e detenção, executa-se primeiro aquela.
	
1.2.2 CONCURSO FORMAL
	Ocorre o concurso formal quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes. Difere do concurso material pela unidade de conduta: no concurso material o sujeito comete dois ou mais crimes por meio de duas ou mais condutas; no concurso formal, com uma só conduta realiza dois ou mais delitos. Exs.:[3: Art. 70, caput, Código Penal Brasileiro]
o agente, com um só tiro ou um golpe só, ofende mais de uma pessoa;
num fato automobilístico culposo o agente da causa à morte de uma pessoa e a lesões corporais em outra.
	O concurso formal pode ser:
Homogêneo quando os crimes se encontram descritos pela mesma figura típica, havendo diversidade de sujeitos passivos.
Ex.: atropelamento culposo com morte de duas ou mais pessoas.
Heterogêneo quando os crimes se acham definidos em normas penais diversas.
Ex.: atropelamento culposo com morte de uma pessoa e ferimentos em outra.
	O Código Penal Brasileiro adota a teoria objetiva no concurso formal onde se exige:
Unidade de comportamento
Pluralidade de crimes
	Na aplicação das penas privativas de liberdade, o Código determina duas regras:
Se as penas são idênticas, aplica-se uma só, aumentada de um sexto até metade;
Se as penas não são idênticas, aplica-se a mais grave, aumentada de um sexto até a metade.
	O aumento varia de acordo com o numero de crimes cometidos pelo sujeito.
1.2.3 CRIME CONTINUADO
Ocorre o denominado crime continuado quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro.[4: Art. 71 caput, Código Penal Brasileiro]
	São requisitos do crime continuado:
Pluralidade de condutas:
Pluralidade de crimes da mesma espécie:
Continuação, tendo em vista as circunstâncias objetivas:
Unidade de desígnio.
	Por medida de Política Criminal, é aceita a teoria da ficção jurídica, onde o legislador presume a existência de um só crime. Essa presunção, entretanto, só tem relevância na aplicação da pena. Para outros efeitos o delito continuado é considerado forma de concurso de crimes.
	Na aplicação da pena, o Código determina duas regras quanto ao tipo simples:
Se as penas são idênticas, aplica-se uma só, com o aumento de um sexto a dois terços;
Se as penas são diversas, aplica-se a mais Grace, aumentada de um sexto a dois terços.
	Na forma qualificada, o aumento é de um sexto até o triplo.
	
PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO
2.1 Aspectos Gerais
	Ocorre a relação consuntiva, ou de absorção, quando um fato definido por uma norma incriminadora é meio necessário ou normal fase de preparação ou execução de outro crime , bem como quando constitui conduta anterior ou posterior do agente, cometida com a mesma finalidade prática atinente aquele crime. Nesses casos a norma incriminadora que descreve o meio necessário, a normal fase de preparação ou execução de outro crime, ou a conduta anterior ou posterior, é excluída pela norma a este relativa. Lex consumens derogat legi consumptae.
	O comportamento descrito pela norma consuntiva constitui a fase mais avançada na concretização da lesão ao bem jurídico, aplicando-se, então, o principio de que major absorvet minorem.Os fatos não se apresentam em relação de espécie e gênero, mas de minus a plus, de conteúdo a continente, de parte a todo, de meio a fim, de fração a inteiro.
	A conduta que se contem na norma consuntiva é de natureza complexional, uma vez que subentende, estruturalmente, espécies criminosas independentes, pois são primarias as leis que as descrevem. Nessa relação situam-se as normas em círculos concêntricos, dos quais o maior se refere à norma consuntiva.[5: Oscar Stevenson, art. e loc. Cits., p. 40.]
	Na relação consuntiva não há o liame lógico que existe na da especialidade. A conclusão é alcançada não me decorrência da comparação entre as figuras típicas abstratas, mas sim pela configuração concreta do caso de que se trata.[6: José Frederico Marques, ob. Cit., p. 340.]
	Já era lição de Carrara: não obstante seja verdade “que uma tentativa pode ser em si mesma um delito punível quando não foi seguida pela consumação, é certo que, quando esta a seguir, todos os atos executivos que a prepararam e a facilitaram se compenetram com o delito consumado e permanece delito único.”[7: Programa, par. 517, nota.]
	
3.2 EMENTAS INFANTICÍDIO
3.2.1 – INFANTICÍDIO DESCLASSIFICADO PARA HOMICÍDIO
	
	Processo:
	RC 931460 PR Recurso Crime Ex Off e em Sent Estrito - 0093146-0
	Relator(a):
	Oesir Gonçalves
	Julgamento:
	03/09/1996 
	Órgão Julgador:
	Terceira Câmara Criminal (extinto TA)
EMENTA:
CRIME EM SENTIDO ESTRITO - INFANTICIDIO - RE PRONUNCIADA - APELO OBJETIVANDO A ABSOLVICAO SUMARIA OU DESCLASSIFICACAO PARA HOMICIDIO CULPOSO, POR CERCEAMENTO DE DEFESA, POR NAO TER SIDO APRECIADO TODO O ARGUIDO EM ALEGACOES FINAIS, CRIME IMPOSSIVEL PORQUE A CRIANÇA NASCERA MORTA, E O LAUDO PERICIAL TER SIDO ASSINADO POR UM SO PERITO - SENTENCA RECORRIDA QUE APRECIOU AS MATERIAS ARGUIDAS EM ALEGACOES FINAIS - SE O JUIZ CONCLUI PELA EXISTENCIA DE INDICIOS VEEMENTES DA MATERIALIDADE E AUTORIA DO CRIME DE INFANTICIDIO, ESTA AFASTANDO A EXISTENCIA DE CRIME IMPOSSIVEL, E NAO ACATOU A TESE DE HOMICIDIO CULPOSO, QUE ALIAS PODERAO SER LEVANTADOS COMO TESES DA DEFESA, POR OCASIAO DO JULGAMENTO PELO TRIBUNAL DO JURI - INEXISTENCIA DE PREJUIZO - VALIDADE DO LAUDO PERICIAL - NULIDADE ALEGADA INTEMPESTIVAMENTE - ART. 571, I DO CPP - VITIMA QUE NASCEU COM VIDA COMPROVADA NAO SO PELO LAUDO PERICIAL, MAS TAMBEM POR PROVA TESTEMUNHAL - RECURSO IMPROVIDO. LEGISLACAO: CPP - ART 194 . CP - ART 123 . CPP - ART 581, IV. CPP - ART 408 . CPP - ART 563 . CPP - ART 571, I.
3.2.2 – INFANTICÍDIO
	Processo:
	RSE 929586 PR Recurso em Sentido Estrito - 0092958-6
	Relator(a):
	Oto Luiz Sponholz
	Julgamento:
	29/06/2000 
	Órgão Julgador:
	1ª Câmara Criminal
	Publicação:
	14/08/2000 DJ: 5697
Ementa
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO - INFANTICÍDIO - CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA - PRONÚNCIA - INCONFORMISMO DA DEFESA - ALEGADA SUPOSIÇÃO DE QUE A CRIANÇA NASCERA SEM VIDA - PEDIDO DE DESCLASSIFICAÇÃO DA IMPUTAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - RECURSO DESPROVIDO.
1 Pronúncia - artigo 408 do Código de Processo Penal.- Tendo o magistrado motivado e fundamentado o seu convencimento acerca da existência do crime e das circunstâncias que sustentaram sua conclusão quanto à autoria do infanticídio, a sentença de pronúncia deve ser mantida hígida.2- Infanticídio - artigo 123 do Código Penal. - Não há dúvida de que o nascimento com vida é circunstância fundamental para a tipificação do delito de infanticídio, quando a mãe, durante o estado puerperal, age em estado transitório de desmoralização psíquica, buscando eliminar a vida do recém-nascido pelo temor dos pais, pela vergonha da maternidade ilegítima, pelo receio do desprezo social.
3- Infanticídio - Argüição de que a mãe supôs que concebera um natimorto - Pedido de desclassificação inoportuno - Decisão do Júri - Artigos 211 do Código Penal e artigo 67 da Lei de Contravencoes Penais. - A alegação da ré, no sentido de que supôs ter a filha nascida morta e por isto tê-la sepultado no quintal (embora tenha sido encontrada com vida pelos policiais, acarretando o óbito no hospital) é tese da defesa que deverá ser avaliada e dirimida pelo tribunal popular, a quem incumbe, também, analisar a desclassificação pleiteada para o artigo 211 do Código Penal ou artigo 67 da Lei de Contravencoes Penais.

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