Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA Lei 12.850, de 05 de agosto de 2013 QUADRILHA OU BANDO ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA Art. 288. Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes: Pena – reclusão de 1 a 3 anos Parágrafo Único. A pena aplica-se em dobro, se a quadrilha ou bando é armada. Art. 288. Associarem-se 3 ou mais pessoas, para o fim especifico de cometer crimes: Pena – reclusão, de 1 a 3 anos. Parágrafo Único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente. SUMULA 711 STF A Lei Penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior a cessação da continuidade ou permanência. 01.OBJETIVIDADE JURÍDICA Sentimento de segurança e proteção necessários ao convívio social. 02.TIPO OBJETIVO: ADEQUAÇÃO TÍPICA ▪ASSOCIAÇÃO Reunião de pessoas, de forma estável e permanente, para a consecução de um objetivo comum. Pressupõe: ▪Vinculação sólida quanto à estrutura de organização; ▪Vinculação durável quanto ao tempo: duradoura atuação em comum; ▪Envolvimento de uma pluralidade de agentes: número mínimo de 03 pessoas; dispensável que todos se conheçam; admite-se a inserção de menores de 18 anos com capacidade de discernimento e os agentes infiltrados (art. 53, I, da Lei de Drogas e art. 2º, V, da Lei 9.034/95). ▪Finalidade de praticar crimes indeterminados. Traço distintivo entre a associação e o concurso de pessoas ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA CONCURSO DE PESSOAS Ocorre a reunião Ocorre a deliberação do crime que será praticado O grupo, já reunido, delibera sobre os crimes O grupo se reúne para colocar em prática os delitos O tipo ou quantidade de crimes é indeterminado. A priori o grupo está disposto a cometer tantos quantos forem os crimes para chegar ao resultado desejado. O tipo ou quantidade de crimes é determinado. A priori delibera-se, reúnem-se os agentes para cometer um ou alguns específicos delitos. SOCIETAS DELINQUENTIUM SOCIETAS IN CRIMINE Associação estável, permanente Associação transitória, eventual, momentânea, temporária Práticas delituosas indeterminadas e para o futuro Determinada, imediata e exclusiva Número limitado de membros (03) Sem número limitado de participantes Delitos intencionalmente existentes Delitos realmente existentes Puníveis seus membros, independente de efetivo cometimento de crimes Puníveis seus membros, se o crime vier a ser, pelo menos tentado Vínculo associativo permanece Pactum sceleris desaparece STF Não se caracteriza o crime de quadrilha ou bando quando a reunião se dá para a prática determinada de delitos, de modo que, no máximo, é possível a caracterização de concurso de agentes (ex.: 4 pessoas para cometer o roubo de uma joalheria, em tese, não é quadrilha, mas, sim, roubo majorado pelo concurso de pessoas) – STF, RHC 103.542/DF, 1ª T., 26/09/2011. 03.SUJEITOS DO DELITO ATIVO: Qualquer pessoa. Crime comum PASSIVO: A coletividade. Crime vago. 04.TIPO SUBJETIVO Dolo. Consciência do agente que está integrando-se a um grupo, com a finalidade de praticas delituosa, seja a cadeia criminosa homogênea ou heterogênea. Não existe associação criminosa com o fim específico de cometer crimes culposos e condutas contravencionais. 05.CONSUMAÇÃO Momento associativo. Aquele em que ocorre o acordo de vontades entre os integrantes no sentido de formar a associação. Crime permanente. FUNDADORES ASSOCIADOS QUE INGRESSAM POSTERIORMENTE No momento em que estiver aperfeiçoada a convergência de 3 ou mais pessoas. Mesmo que um dos integrantes se retire da associação após a sua formação, o crime considera-se consumado. A partir do momento em que eles integram uma associação já existente, na adesão de cada um. Se eles praticarem os crimes que combinarem, respondem em crime material pela associação e pelos crimes praticados. 06.TENTATIVA Inadmissível. 07. CONCURSO COM OS CRIMES PRATICADOS PELA ASSOCIAÇÃO ▪ASSOCIAÇÃO E CRIME CONTINUADO ▪ Admissível (Damásio, Noronha) ▪ Divergências: concurso material (crime permanente) 08.CONCURSO DE PESSOAS ▪Responsabilidade subjetiva e pessoal. ▪É possível, não se configurando bis in idem (STF e STJ) ▪Configura bis in idem, pois o concurso de pessoas já foi devidamente sancionado no crime de associação criminosa. O STJ vem entendendo que não implica “bis in idem” o concurso entre o crime de quadrilha ou bando e a prática de determinado crime com a pena aumentada pelo concurso de pessoas, pois os bens jurídicos protegidos são diferentes (HC 157.862/SP, 25.11.2011). 09.ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA E EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE A extinção de punibilidade em relação a um dos integrantes da associação criminosa não descaracteriza o crime. 10.ASSOCIAÇÃO E ABSOLVIÇÃO A associação somente subsistirá se restarem, no mínimo 3 integrantes. 11.AUMENTO DE PENA Art. 288. Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada (arma própria ou imprópria) ou se houver a participação de criança ou adolescente. INCIDÊNCIA DA MAJORANTE ▪Hungria, Damásio, Noronha, Regis Prado, Grecco, Bitencourt, Capez Um só armado, desde que os demais tenham conhecimento dessa circunstância e concordem com ela. ▪ Bento de Faria: a maioria ▪ Mirabete e Fragoso Quantidade de membros ou natureza da arma: 12.ESPÉCIES DE ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA A)ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA GENÉRICA Finalidade de praticar crimes comuns. (CP, 288) B)ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA ESPECIAL Reunião de mais de duas pessoas com a finalidade de praticar crimes previstos na Lei de Crimes Hediondos. FIGURA QUALIFICADA Art. 8º. Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo. DELAÇÃO PREMIADA (norma benéfica) Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantelamento terá a pena reduzida de um a dois terços. Obs.No caso de concurso material entre o delito de associação criminosa e outros delitos praticados por seus integrantes, a redução da pena atingirá apenas a associação. ▪Simples confissão: atenuante: CP, 65, III, “d” e 66. C)ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA PARA O TRÁFICO DE DROGAS Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa. Parágrafo Único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei. Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos art.33, caput e § 1º, e 34 desta lei. Pena – reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa. 13.CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA Comum, doloso, formal, comissivo próprio e impróprio, perigo comum, forma livre, permanente, plurisubsistente, plurisubjetivo de condutas paralelas. 14.DESTAQUES ▪Agentes não identificados: exige-se a certeza de que outras pessoas faziam parte do grupo criminoso ▪Prática de delito pelo grupo, sem o conhecimento de um de seus integrantes: exige-se o conhecimento prévio de seus agentes das futuras ações do grupo. ▪Abandono por um integrante da quadrilha depois de formada: poderá ocasionar a quebra do grupo 15.CASOS ESPECIAIS DE CABIMENTO ▪Adesão posterior (crime de consumação sucessiva – nova consumação para quem aderiu ao grupo) 16.PRINCIPIO DA ESPECIALIDADE Art. 2º da Lei nº 2.889/56 (Lei do Genocídio) Art. 2º Associarem-se mais de 3 (três) pessoas para prática dos crimes mencionados no artigo anterior: Pena: Metade da cominada aos crimes ali previstos.Art. 16 e 24 da Lei nº. 7.170/83 (Lei dos Crimes contra Segurança Nacional) Art. 16 - Integrar ou manter associação, partido, comitê, entidade de classe ou grupamento que tenha por objetivo a mudança do regime vigente ou do Estado de Direito, por meios violentos ou com o emprego de grave ameaça. Pena: reclusão, de 1 a 5 anos Art. 24 - Constituir, integrar ou manter organização ilegal de tipo militar, de qualquer forma ou natureza armada ou não, com ou sem fardamento, com finalidade combativa. Pena: reclusão, de 2 a 8 anos. Extorsão mediante sequestro Art. 159. Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: Pena - reclusão, de oito a quinze anos § 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. Pena - reclusão, de doze a vinte anos 17.LEI 12.850/2013 (ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA) Art. 1o. § 1o. Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional. Art. 2o Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa, organização criminosa: Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das penas correspondentes às demais infrações penais praticadas. PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA E ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA (combinação do art. 1º, § 1º, com o art. 2º, § 3º, da Lei nº 12.850/2013) ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA Associação de 4 ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizado pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, sob um comando individual ou coletivo, com o fim de cometimento de infrações penais que tenham penas máximas superiores a 4 (quatro) anos Associação de 3 ou mais pessoas não exigindo estrutura ordenada, nem divisão de tarefas, como também prescinde de um líder. Deve haver o objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, Não exige o objetivo de obtenção de uma vantagem, podendo ocorrer com o simples fim de emulação, perversidade etc. Aumento de pena até a metade se na atuação da organização criminosa houver emprego de arma de fogo (art. 2º, § 2º); Aumento de pena até a metade se a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente. Aumento de 1/6 a 2/3 quando há participação de criança ou adolescente; concurso de funcionário público, valendo-se a organização criminosa dessa condição para a prática de infração penal; se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo ou em parte, ao exterior; se a organização criminosa mantém conexão com outras organizações criminosas independentes; e/ou se as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade da organização; e; Agravante para quem exerce o comando, individual ou coletivo da mesma, ainda que não pratique pessoalmente atos de execução.
Compartilhar