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Resenha: Uma Análise dos Tipos de Transportes no Escoamento da Soja: Impactos e Custos

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Serviço Público Federal
Universidade Federal de Goiás
Campus Catalão
Bacharelado em Administração Pública – EAD
	
Reflexão Crítica: Impacto Econômico da Logística na Cadeia do Guaraná no Amazonas
No presente position paper procura-se fazer uma reflexão crítica acerca da cadeia produtiva do guaraná no Estado Amazonas, seus métodos de produção, os meios de comercialização e os principais óbices que enfrentam as pessoas ligadas a este setor na região amazônica, tendo por finalidade apontar ações que resultem em melhoria na cadeia produtiva do guaraná naquela Unidade Federativa.
O estudo apontou que, embora produzido em larga escala em outras Unidades da Federação, curiosamente o principal produtor de guaraná no território nacional não é o Amazonas, onde sua planta é nativa, mas o Estado da Bahia. Apontaram os autores que o principal motivo de a Bahia estar na vanguarda na produção do guaraná são os investimentos tecnológicos que envolvem o seu plantio, como a monocultura, a irrigação e o uso de defensivos agrícolas, ações essas ainda muito tímidas nas demais regiões produtoras do país.
Os estudos indicaram que os produtos derivados do guaraná são comercializados em várias regiões do Brasil e exportados para países como Portugal, Porto Rico e Espanha. Estima-se que boa parte da produção é consumida sob a forma de xarope pelas indústrias de refrigerantes gaseificados, enquanto que o restante é comercializada sob a forma de pó, xarope, bastão, extrato para consumo interno e para a exportação. Soube-se também que o pó do guaraná é a forma mais comercializada na região amazônica, podendo ser utilizado no preparo de bebidas, sorvetes, xaropes e cremes próprios para o consumo.
De acordo com o estudo, o município amazonense de Maués é o maior produtor de guaraná em rama do Estado, cuja produção é vendida para indústrias de bebidas sediadas em Manaus, como a AMBEV, que manufatura o xarope a ser consumido em suas fábricas de refrigerantes localizadas naquela capital. 
A pesquisa usou como laboratório para coletar dados sobre a logística de transporte do guaraná naquele Estado duas empresas do ramo localizadas em Manaus. Uma delas é conhecida em razão de um refrigerante batizado de Magistral. Localizada em Manaus, a fábrica desse refrigerante adquire o guaraná de uma empresa localizada no Estado de Minas Gerais, cuja base administrativa acha-se no Estado de São Paulo.
Assim, a matéria-prima produzida em Minas Gerais é transportada por rodovias para o Estado de São Paulo, de onde é encaminhada para a cidade de Belém-PA, também por meio do transporte rodoviário. Já a partir da capital paraense, o guaraná é transportado para Manaus por meio de hidrovias. O tempo compreendido entre o pedido e a entrega da mercadoria na capital amazonense é de cerca de 60 dias em razão da burocracia.
Apurou-se que o motivo de o guaraná adquirido pela empresa em referência ser produzido no Estado de Minas Gerais é por conta de os municípios produtores no Estado do Amazonas não cultivarem o produto em quantidade suficiente para atender toda a demanda.
A segunda empresa estudada, identificada por Agrorisa, nasceu em Maués, mas logo se transferiu para Manaus. Produzindo diversos derivados do guaraná, a empresa adquire o produto de diversas cooperativas localizadas nos municípios de Maués, Parintins e Barreirinha. Tais cooperativas reúnem a produção de trabalhadores locais, as armazena e então as transporta por embarcações para Manaus, entregando-as um dia depois diretamente à empresa Agrorisa. Depois de beneficiado, o guaraná é exportado para países como França, Japão, Alemanha, Itália e Suíça, além de suprir o mercado interno como São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná.
Dos óbices apontados pelo estudo a partir da cadeia de logística no Estado do Amazonas, destacam-se a insuficiência e a ineficiência dos meios de transporte por vias fluviais, bem como por meio de rodovias. Esse problema certamente eleva o custo da produção de derivados, onera o produto final e causa prejuízos a fornecedores e clientes.
No quesito incremento, indicaram os estudos que é necessário que se façam investimentos em tecnologias de produção, sugerindo que os produtores façam parcerias com instituições de pesquisa. É inegável que tais investimentos tendem a aumentar a produtividade e a melhorar a qualidade do produto a ser comercializado, o que me faz concordar com os autores. No que se refere à sugestão de parcerias, também hei de concordar com os pesquisadores, pois instituições como a Embrapa estão na vanguarda em pesquisas de transgênicos (sementes geneticamente modificadas) que além de resistentes a pragas, tem fator produtivo muito superior a sementes comuns, o que agregaria qualidade e quantidade.
Outro óbice apontado pelos pesquisadores foram os ritos burocráticos que envolvem a retirada da mercadoria junto a órgãos fiscalizadores e cobradores de impostos, o que dificulta sobremaneira o processo de aquisição do guaraná, desde a fonte produtora até a chegada à cidade de Manaus.
Com relação ao processo de logística, apontaram os estudos que a empresa que produz o refrigerante Magistral enfrenta o óbice do espaço devido à distância compreendida entre sua fábrica, localizada em Manaus, e a sua empresa fornecedora, que se acha fincada no Estado de Minas Gerais, gerando embaraços legais por ocasião do envio da mercadoria a partir da capital paulista. Isso certamente gera dispêndio de tempo e eleva o custo do produto em virtude da oneração do frete por conta do fator lonjura.
Já na empresa Agrorisa, segundo os pesquisadores, os óbices ficaram por conta do transporte fluvial, haja vista que as embarcações que executam o transporte por meio do Rio Amazonas são inadequadas para esse fim, ocasionando desperdício de mercadoria por falha no processo de armazenagem. Não resta dúvida que a inexistência de transportadoras sérias e comprometidas com um deslocamento eficiente e seguro, comprometem todo o processo de transporte de um determinado produto.
Conclui-se, portanto, a partir da minuciosa leitura do material proposto, que a logística na cadeia produtiva do guaraná no Estado do Amazonas requer imediata reestruturação no sistema de transporte e no armazenamento da matéria-prima, bem como investimentos em tecnologia nos moldes dos existentes na Bahia, visando modernizar o cultivo do guaraná naquele Estado, evitando desperdícios, aumentando a produtividade e melhorando a qualidade do grão do guaraná ali produzido.
Conclui-se, também, que os ritos burocráticos que emperram a liberação de mercadorias oriundas de outros Estados da Federação precisam ser combatidos e rapidamente modificados, de modo a dar celeridade a todo o processo e minimizando custos que geram prejuízos. O adequado seria se o Estado do Amazonas produzisse matéria-prima suficiente para atender toda a demanda, evitando-se que uma empresa local tivesse que recorrer a outro Estado da Federação para adquirir um produto genuinamente amazonense, o guaraná.
Carlos José da Silveira
Referências
COSTA, Luana Batista; BARROS, Mikeline Andrielle Lopes; PRADO, Vanessa da Silva. Impacto Econômico da Logística na Cadeia do Guaraná no Amazonas. XXXIV Encontro Nacional de Engenharia de Produção, Curitiba-PR, 2014.
Universidade Federal de Goiás - Campus Catalão
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