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KARL MARX ( 1818 – 1883) 1 – INTRODUÇÃO Método Positivista expôs ao pensamento humano a idéia de que uma sociedade é mais que uma soma de indivíduo, onde há normas instituições e valores universais estabelecido que constituem o social. Já Max Weber reorganizou os fatos sociais a luz da história e da subjetividade do agente social. O Marxismo e o Materialismo Histórico, são correntes revolucionárias do pensamento social pelas conseqüências Históricas e da prática social que ambas propõe. É um pensamento difícil de compreender e sistematizar pois Marx produziu muitas idéias e sistemas, através dele surgiram várias correntes e muitos teóricos. Com objetivo de entender o capitalismo Marx produziu obras, filosóficas, sociológicas e econômicas. Sua intenção não era apenas contribuir para a ciência mas propor uma ampla transformação política econômica e social . em sua obra O CAPITAL é destinado a todos os homens, não apenas aos estudiosos da sociedade ou de política e economia. A intenção é mostrar as contradições básicas da sociedade capitalista, que adiquiriram dimensões de ideal revolucionário e ação política efetiva 2 - A IMPORTÂNCIA DA HISTORIA EM MARX As condições prévias das quais se parte não são arbitrárias ou dogmas; são bases reais, que só podemos abstrair em imaginação. São os indivíduos reais , sua ação e suas condições materiais de existência. A condição primeira de toda história humana é, naturalmente a existência de seres humanos vivos. O primeiro estado real a constar é a relação do indivíduo corpóreo com o resto da natureza. Não pretendemos aprofundar a constituição física do homem (biológica, geológica, climática etc ). Toda história deve partir dessas bases naturais e de sua modificação, através da ação do homem no curso de história. A maneira pela qual os indivíduos manifestam a sua vida reflete o que são. O que são coincide, portanto com a sua produção, tanto com o que produzem quanto com a maneira pela qual produzem. Portanto, podemos reconhecer de modo bastante claro o grau de desenvolvimento de uma nação pelo desenvolvimento atingido pelas forças produtivas e o nível de desenvolvimento atingido pela divisão do trabalho provocando assim vários modelos e formas de organização. A filosofia alemã toma o homem em sua atividade real, segundo seu processo real de vida, por isso a moral, a religião e a metafísica perdem logo sua aparência de autonomia, pois elas não têm história nem tem desenvolvimento; são ao contrário, os homens que, ao desenvolverem a sua produção material e suas relações materiais transformam, com esta realidade que lhes é própria, o seu pensamento. Portanto, não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência. É portanto, na vida real que começa a ciência real, a representação da atividade prática, do processo de desenvolvimento prático dos homens. Os homens devem poder viver para poder “fazer a história”, mas para viver é preciso antes de tudo, comer, beber, morar etc. 3 - O MATERIALISMO DIALÉTICO São leis supremas que regem toda realidade. A intuição genial de Marx, consiste em Ter descoberto na natureza e na história das relações econômicas aquela lógica imanente e a dialética progressiva que informam a história da consciência. Marx parte do idealismo de Hegel e procura a idéia no próprio real. A dialética do espírito que se realiza na história, e a dialética do absoluto, que se realiza na alienação, e no retorno a si mesmo, que Hegel tinha teorizado. Marx as transpõe para o mundo da natureza e da história; para Hegel, a evolução dialética que se manifesta na natureza e na história é somente reflexo do movimento do conceito em si mesmo: movimento que se realiza desde a eternidade, não se sabe onde, mas independente de todo o cérebro humano pensante. Marx concebe o conceito de cérebro de modo materialista como reflexos das coisas reais, em vez de concebermos as coisas reais como reflexos deste ou daquele grau do conceito absoluto. Marx apresenta a sua teoria sobre as relações existentes entre as representações ( a ideologia ) e as condições materiais da existência: a produção das idéias das representações, da consciência está entrelaçada com a atividade material e com as relações materiais dos homens na vida real. As representações e os pensamentos, a produção espiritual, a linguagem da política, das leis, da moral, da religião, são os próprios homens que produzem as suas representações; homens reais, que agem de forma pela qual são condicionados por um determinado desenvolvimento das suas forças produtivas; a consciência é o ser real da vida do homem. As relações sociais são intimamente ligadas às forças produtivas, de acordo com a maneira que produz; a maneira de ganhar a vida, muda todas as relações sociais. modo de produção da vida material condiciona, em geral o processo social, político e espiritual da vida. 4 - O MATERIALISMO HISTÓRICO A história não é uma coleção de fatos mortos (empirismo), nem uma ação imaginária de sujeitos imaginários(idealistas), mas é como ocorre o processo real de produção. São as leis particulares que governam as transformações econômicas ao longo do curso da história. Marx não faz distinção entre história e realidade; para ele, a única realidade é a da história, a qual por sua vez, não é nada mais do que a evolução da matéria em todas as suas fases incluindo a humana. Materialismo histórico fundamenta-se em que o fator principal da existência humana é o econômico. Para entender o capitalismo e explicar a natureza da organização econômica humana, Marx desenvolveu uma teoria abrangente e universal. Ele parte do princípio de que a estrutura de uma sociedade qualquer reflete a forma de como os homens organizam a produção social dos bens. 4.1 - A INFRA – ESTRUTURA E A SUPRA – ESTRUTURA A INFRA-ESTRUTURA = É a estrutura econômica formada pelas forças produtivas e as relações de produção. As forças produtivas = É o conjunto dos meios de produção dos homens e dos conhecimentos adquiridos ao longo do processo de trabalho que constituem as condições materiais de toda a produção. O Homem extrai da natureza coisas que são úteis como: Terra; água; minérios; matéria-prima que são os objetos de trabalho. Utiliza-se também ferramentas, máquinas, Transportes, conhecimentos , que são instrumentos de trabalho. Os objetos e os instrumentos são os meios que os homens dispõem para produzir os bens necessários para a manutenção da vida. As relações de produção = são as formas pelas quais os homens se organizam para executar a atividade produtiva, essas relações se referem as diversas maneiras pelas quais são apropriadas e distribuídas os elementos envolvidos no processo de trabalho. Pois a produção não é obra do homem isolado, possui sempre um caráter social. Eles podem ser: Cooperativa, escravistas ou capitalistas. As Forças produtivas e as relações de produção desenvolveram-se em ritmos desiguais, as primeiras modificam-se com rapidez enquanto as segundas embora sofram algumas modificações, não se alteram na sua essência. As forças produtivas e as relações de produção = são condições naturais e históricas de toda a atividade produtiva que ocorre em sociedade, chamado por Marx de modos de produção , onde o estudo dos modos de produção é fundamental para compreender como se organizae funciona uma sociedade. A SUPRA – ESTRUTURA = está dividida em dois níveis: Primeiro: As IDÉIAS (IDEOLÓGICAS) sociais, políticas, filosóficas, morais; justificativa do real é formada por um conjunto de idéias de determinada classe social, que através de sua ideologia defende seus interesses. Segundo: As INSTITUIÇÕES, organizações como estado, igrejas, universidades; É a justificação e a sistematização das relações existentes, pois estão a serviço da classe dominante. Obj. de Trabalho Forças Produtivas INFRA – ESTRUTURA Instrumentos de Trabalho meio de prod. Relações de Produção Idéias - Ideologias SUPRA-ESTRUTURA As Organizações 5 – ALIENAÇÃO Marx desenvolveu o conceito de alienação, mostrando que a industrialização, a propriedade privada e o assalariamento separam o trabalhador dos meios de produção – ferramentas, matérias-primas, terra, máquinas, que se tornam propriedade privada do capitalismo. Separam (ou alienava) o trabalhador do fruto do seu trabalho que também é apropriado pelo capitalista. Essa é a base da alienação econômica do homem sob o capital. POLITICAMENTE, também o homem se torna alienado, pois o princípio da Representatividade, base do liberalismo, criou a idéias de Estado, como um órgão político imparcial, capaz de representar toda a sociedade e dirigi-la pelo poder delegado pelos indivíduos. Marx mostrou que na sociedade de classe o Estado representa apenas a classe dominante. Com o desenvolvimento do capitalismo, a própria filosofia passou a representar o pensamento da classe dominante. Ex. o liberalismo. Uma vez alienado, separado e mutilado, o homem só pode recuperar sua condição humana pela crítica radical ao sistema econômico, a política e a filosofia, que o excluíram da participação efetiva na vida social. Essa crítica radical só se efetiva na PRÁXIS: QUE É A AÇÃO POLÍTICA CONSCIENTE E TRANSFORMADORA. 6 - AS CLASSES SOCIAIS As idéias liberais consideravam os homens, por natureza iguais politicamente e juridicamente onde, liberdade e justiça eram direitos inalienáveis. Marx diz que tal liberdade, igualdade e justiça, não existem. Pois as desigualdades sociais são provocados pelas RELAÇÕES DE PRODUÇÃO do sistema capitalista que dividem os homens em proprietários e não proprietários dos meios de produção. Estas desigualdades são base de formação das classes sociais OS PROPRIETÁRIOS DOS MODOS DE PRODUÇÃO: A BURGUESIA OS NÃO PROPRIETÁRIOS DOS MODOS DE PRODUÇÃO: O PROLETARIADO Que os proprietários de posse dos meios de produção sob forma legal fazem com que os trabalhadores afim de assegurar a sobrevivência, tinham de vender sua força de trabalho. 7 - ORIGEM HISTÓRICA DO CAPITALISMO Se deu quando os modos de produção passam das mãos do artesão para o capitalista operário é aquele indivíduo que, nada possuindo, é obrigado a sobreviver da venda de seu próprio trabalho. No capitalismo a força do trabalho se torna uma mercadoria, algo útil que pode ser vendido e comparado. SALÁRIO serve para garantir a reprodução das condições de subsistência do trabalhador e de sua família. 7.1 - TRABALHO – VALOR – LUCRO O TRABALHO É visto somente como fonte de riqueza da sociedade, pois é através dele que as coisas revivem O VALOR de uma mercadoria deveria ser incorporado, o tempo de trabalho, as habilidades, matéria-prima, instrumentos, força de trabalho mais as habilidades, somando tudo dará o valor correto da mercadoria. LUCRO Segundo Marx não acontece no processo de compra e venda, mas sim no âmbito da produção. Através da MAIS-VALIA É o que excede o valor da força de trabalho. A mais-valia absoluta e aumento de horas de trabalho e a mais-valia relativa ocorre com industrialização utilização da máquina. 8 - AS RELAÇÕES POLÍTICAS As diferenças das classes sociais não se reduz apenas nas diferenças de riquezas materiais. Os indivíduos de uma mesma classe social partilham de regras, interesses, comportamentos comuns. “A essas diferenças econômicas e sociais segue-se uma diferença na distribuição de poder. Diante da alienação do operário, as classes economicamente dominante desenvolveram formas de dominação políticas que lhes permitem apropriar-se do aparato de poder do Estado e, com ele, legitimar seus interesses, sob forma de leis e planos econômicos e políticos”. (Cristina costa) Estado é transformado em comitê para gerir os negócios comuns de toda a Burguesia (Manifesto Comunista) baseado nesta organização e na exploração o conjunto da classe trabalhadora deve tomar consciência e unir-se para mobilizar-se para ação política. 9 - AMPLITUDE DA CONTRIBUIÇÃO DE MARX Além do universalismo da teoria de Marxista o que diferencia dos outros foi o caráter da objetividade científica, colocada enquanto consciência crítica.. A ciência assim como ação política só pode ser verdadeira e não ideológica, refletindo uma visão crítica da realidade. Assim a objetividade não é uma questão de método, mas de como o pensamento científico se insere no contexto das relações de produção e na história. Para Marx a sociedade é constituída de relações, de conflitos e é de sua dinâmica que surge a mudança social; fenômenos como luta, conflito, revolução são constituídos dos diversos momentos históricos e não disfunções sociais. Marx a partir destas idéias diz que devemos abraçar as idéias comunistas, deve-se abolir as classes sociais, a propriedade privada dos meios de produção. Deve-se exercer a crítica à realidade social, procurando as contradições, desvendando as relações de exploração do homem pelo homem. 10 - A SOCIOLOGIA, O SOCIALISMO E O MARXISMO A primeira ação de Marx, l864 foi em Londres, quando estruturou a primeira associação internacional de operários, promovendo a defesa dos operários em nível internacional – extinguida em l873 – restando a idéia de sindicato para todo o mundo. A Segunda em l889 – centenário da revolução francesa – destruída a primeira guerra mundial. Em 1917 – uma revolução inspirada nas idéias marxistas. A revolução BOLCHEVIQUE – na Rússia – Criada no mundo o primeiro estado operário. A aceitação das idéias marxistas dividiu-se pêlos quatro cantos do continente, afundando na luta pela independência que surgia nas colônias européias. A partir de 1919 – surgiu o partido comunista na América do Norte, China, México; 1920 Uruguai; 1922 Brasil e Chile; 1925 em Cuba. movimento tornou-se mais forte a partir do momento que EUA e URSS – emergiram como potências mundiais, passando a disputar a influência no mundo. marxismo deixou de ser um método de análise da realidade social para transformar-se em ideologia. Entre 1989 e 1991, desfazia-se o bloco soviético após a crise interna e externa. Muitos confundiam sociologia com marxismo é preciso lembrar que a teoria marxista transcende o momento histórico na qual são concebido os regimes políticos inspirados por ela. Com a queda do muro de Berlim não terminou o Ideal de uma sociedade mais justa e igualitária.
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