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CONTABILIDADE E OS PORCEDIMENTOS INTERNOS

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1
PROCEDIMENTOS E PROCESSOS DE UM
ESCRITÓRIO DE CONTABILIDADE
Valdemir Cardoso
Professor-Tutor Externo: Ademar Lima Jr.
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Bacharel em Ciências Contábeis (CTB0136)
10/05/2014
RESUMO
Em um mundo cada vez mais globalizado, é inevitável a concorrência acirrada, tanto entre os
profissionais em áreas semelhantes quanto as pessoas jurídicas atuantes em um mesmo nicho de
mercado, dentre outros motivos é fator relevante a exigibilidade de constantes aperfeiçoamentos nos
campos intelectual e profissional além de frequentes investimentos físicos e estruturais para as
entidades comerciais, industriais e prestadoras de serviços. Os escritórios contábeis não poderiam
ficar à margem desta realidade mundial, neste ínterim os procedimentos e processos internos, devem
e estão em constantes mudanças, seja pelo fato de alguns procedimentos já estarem sendo efetuados
por meios eletrônicos, ou documentos e escriturações sendo efetuadas de forma totalmente digital,
eliminando quase que por completo suas estruturas físicas, propiciando maior agilidade a formação
de relatórios que depreendem informações valiosas a seus clientes, reduzindo a morosidade do
sistema, gerando dinamismo e modernidade culminando em crescente eficácia nos departamentos de
uma contabilidade, não é fato novo a vasta quantidade de eventos que acontecem diuturnamente em
cada um destes setores qual segue como principais: departamento Pessoal, Departamento Fiscal,
Departamento Contábil, Setor Societário, Expedição e recepção, entre outros.
Palavras-Chave: Aperfeiçoamento; processos; procedimentos.
1 INTRODUÇÃO
A subdivisão de um escritório contábil em setores ou departamentos, cumpre a função de
melhorar a eficiência dos trabalhos prestados aos usuários de seus serviços, posto que estes enviam
ao contador todos os comprovantes das alterações que ocorrem em suas empresas, daí a importância
da setorização de acordo com o destino de cada registro, cujos mesmos serão posteriormente
informados aos órgãos competentes da União, dos Estados e dos Municípios, mesmo não tendo um
padrão rigidamente delineado para esta setorização, alguns são básico, como Departamento de
Pessoal, Departamento Fiscal, Departamento Contábil, entre outros.
Para desempenhar sua atividade com maior eficiência, o profissional da contabilidade precisa
conhecer intimamente a legislação e demais prerrogativas que regulamentam sua profissão, até
porque nos últimos anos ela vem sofrendo várias alterações com significados importantes, tornando
a profissão de contador uma das mais demandadas e valorizada na atual sociedade. Cada
departamento de uma contabilidade precisa, nos dias de hoje, contar com pelo menos um profissional
2
especializado nos assuntos pertinentes ao setor em que atua, este quesito é de suma importância para
que uma entidade contábil mantenha-se atuante no mercado.
Este artigo tem por objetivo primeiro identificar os mais comuns departamentos em um
escritório contábil bem como seus atributos, conhecer quais são as obrigações principais e acessórias
juntamente com os documentos direcionados e manipulados, sob responsabilidade de cada setor
interno e também sua periodicidade, em segundo faremos uma rápida análise do perfil
profissiográfico das pessoas que compõe estes departamentos de um escritório contábil, finalizaremos
com o apontamento de alguns desafios e outros fatores de suma importância para que o contabilista
possa desempenhar seu papel a contento, gerando informações fidedignas e com a agilidade
necessária, cumprindo seu papel social com a eficácia esperada por parte de seus clientes.
2 OS SETORES E SUAS COMPETÊNCIAS
2.1 RECURSOS HUMANOS
2.1.1 Principais atividades do departamento de RH
Efetuar admissões, rescisões e folha de pagamento dos funcionários de seus clientes, cálculo e
apuração de encargos trabalhistas, atendimento a obrigações trabalhistas mensais e anuais, solicitação
de certidões negativa de débitos, informe de rendimentos e férias, controle dos exames periódicos e
outros assuntos previdenciários e trabalhistas.
2.1.2 Documentos e guias sob responsabilidade do RH
Neste departamento são recolhidos e gerados os documentos para registro e rescisões contratuais dos
empregados, recibos de férias, folhas de pagamento/holerite1, planilhas de comissões e outros
variáveis do salário, recibo de pagamentos a autônomo (RPA), guias de obrigações mensais e anuais,
CAGED, GPS, GRF, GRRF, DIRF, RAIS, GRCS, DARF do PIS/folha de pagamento, DARF IR
sobre salário, CRF/FGTS, controle do PCMSO, PPRA, PPP, LTCAT, notas fiscais de cooperativa,
prestadores de serviço e de compra de produção rural, e outros.
2.2 DEPARTAMENTO FISCAL
2.2.1 Principais atividades do departamento fiscal
Seu objetivo prima por levar a seus usuários, direcionamento e instruções nos aspectos legislativos
em âmbito tributário e fiscal, dispondo de competência e responsabilidade para atuar nestas áreas,
cujas mudanças são rotineiras, além dos lançamento ou importação dos arquivos das notas fiscais de
entrada, saída e de serviço, registro e escriturações de livros e demais obrigações mensais e anuais,
baixas de inscrições e apuração de impostos pertinentes as esferas municipais, estaduais e federal,
solicitação de certidões negativa e/ou positiva de débitos e outros tributos e obrigações.
2.2.2 Das obrigações do departamento fiscal
Entre as obrigações sob responsabilidade deste departamento com teor tributários nas três esferas
estão, a apuração dos impostos ICMS, ICMS-ST, SN, ISS OU ISSQN, COFINS, IRPJ, CSLL, ainda
temos os impostos retidos na fonte, IRRF, INSS, ISS, PIS/Cofins/CSLL, etc.
1 Holerite, aportuguesamento da palavra Hollerith, sobrenome do cientista Inglês inventor do sistema de registro de
informações em cartões perfurados em 1890. (FONTE: www.dicionarioinformal.com.br)
3
2.3 DEPARTAMENTO CONTÁBIL
2.3.1 Dos serviços prestados pelo departamento contábil
O Setor contábil e responsável pela elaboração e escrituração dos livros contábeis obrigatórios e
facultados, elaboração e análise das demonstrações contábeis exigidas pelas legislações societária e
fiscal, controle dos bens do ativo permanente, além da elaboração e entrega das obrigações aos órgãos
competentes.
2.3.2 Das obrigações
As obrigações deste setor estão distribuídas em datas específicas em que sua obrigatoriedade está de
acordo com o enquadramento tributário de cada entidade, assim temos como exemplo de obrigações
anuais as escriturações dos livros diário e razão, o LALUR, DIPJ2, DIMOB3, SPED Contábil, DIRF4;
e como exemplo de obrigações mensais temos DACON5, DCTF6.
2.4 DEPARTAMENTO SOCIETÁRIO
2.4.1 Das atribuições
Como atribuições basilares no departamento societário e paralegal, as constituições e alterações
contratuais, elaboração de atas, registros em livros contábeis e fiscais, extinção de empresas,
solicitação de certidões negativa/positiva de débitos, cadastro e obtenção de autorização de impressão
de documentos fiscais (AIDF).
2.5 EXPEDIÇÃO E RECEPÇÃO
2.5.1 Das atribuições
São efetuados neste setor o planejamento e controle dos protocolos de entrada e saída de documentos
a clientes e parceiros, além do atendimentos ao público pessoalmente e por telefone.
2.6 ASESSORIA E CONSULTORIA
Atendimento ao cliente, conforme previsto no contrato de prestação de serviço, orientação, pareceres,
trabalhos e consultas relacionadas ás áreas tributárias, contábil, fiscal, trabalhista e societária.
Normalmente se um serviços solicitado pelo cliente e não contemplado no contrato, terá seu honorário
em cobrança à parte, como exemplo de consultorias prestadas por algumas contabilidades temos a
planejamento, estudo de alternativas implantação e reorganização societárias abrangendo
incorporações, cisões, fusões, transformações, liquidação e recuperação de empresas.
3 RECOLHIMENTO DOS TRIBUTOS POR ESFERA GOVERNAMENTAL3.1 FEDERAIS
2 Art.7° da Lei 10.426/02.
3 Art.16° da Lei 9.779/00 com Art.57° da MP 2.158-35/01 IN/RFB 694/06.
4 Art.7° da Lei 10.462/02.
5 Art.7° da Lei 10.426/02 IN/RFB 10.15/10.
6 Art.7° da Lei 10.426/02 IN/RFB 974/09.
4
Antecipa-se o recolhimento dos tributos federais quando o vencimento ocorre em feriado ou fim de
semana, inclusive INSS, referente ao PIS, a COFINS e Contribuição Social retidos, quando sub
judice7 algum dos tributos, o recolhimento será feito em separado, conforme Lei 10.833/2003.
• IRPJ – Lucro Real Estimado
• CSSL – Lucro Real Estimado
• IRPJ trimestral – Lucro Presumido
• IRPJ – Lucro Real trimestral
• CSSL trimestral – Lucro Presumido
• CSSL – Lucro Real trimestral
• IPI – mensal
• IPI – decendial, conforme atividade
• SIMPLES NACIONAL
• COFINS – faturamento
• COFINS não cumulativa
• PIS – COFINS – contribuição social retidos
• PIS – faturamento
• PIS não cumulativo
• INSS – GPS/funcionários, pró-labore e retenção
• Contribuinte Individual
• GFIP – FGTS
• IRRF sobre serviços prestados de pessoa jurídica a pessoa jurídica.
• IRRF s/comissões de pessoa jurídica a pessoa jurídica.
• IRRF sobre aluguéis
• IRRF sobre o salário ou pró-labore
• IRRF sobre serviços prestados de pessoa física a pessoa jurídica.
3.2 ESTADUAIS
Quanto ao vencimento dos tributos estaduais não sendo em dia útil, prorroga-se para o primeiro
subsequente.
• ICMS – Geral
• ICMS – Substituição tributária
• ICMS- Diferencial de alíquota
3.3 MUNICIPAIS
• ISS – Sobre o faturamento
• ISS – Por profissional habilitado
4 OS DESAFIOS
Os autores do Manual de Procedimentos Contábeis para Micro e Pequenas Empresas do CFC em
parceria com SEBRAE, foram felizes em exprimir uma ideia resumida e atual referente a importância
das informações geradas pela contabilidade a seus cliente;
7 Expressão latina que designa alguma coisa que ainda está sob a apreciação judicial, sem sentença final.
5
A sobrevivência de uma empresa nos dias de hoje está relacionada à capacidade de antever
cenários adversos ou favoráveis e realizar mudanças rápidas de rumo para se adaptar à nova
realidade. Nessas circunstâncias, a escrituração contábil é fundamental para orientar o gestor
nas decisões que precisam ser tomadas. (Manual de Procedimentos Contábeis para Micro e
Pequenas Empresas do CFC/SEBRAE, .2002 p.11).
É de conhecimento comum, que o mundo mudou consideravelmente nos últimos 100 anos,
adquirindo nova configuração, com isso o homem passou a ter outras necessidades, diferentes das já
incorporadas na sua rotina cotidiana, o panorama econômico e social bem como as ciências humanas
seguiram a mesma metamorfose e inserida neste contexto, a contabilidade que acompanhando de
forma íntima todo este novo panorama da existência mundial, observa em seus procedimentos,
alterações significativas devido aos principais fatores do avanço vertiginoso da informática,
internacionalização dos mercados imprimindo modificações nos procedimentos de concorrência tanto
em preços quanto qualidade, declínio considerável da ética e da moral, extrema facilidade da
comunicação, uma expansiva relevância dos aspectos sociais e conservação do planeta, rompimento
de fronteiras nas áreas de mercado comum, uma visível e incontestável concentração da riqueza a uns
poucos contrapondo-se a um alto índice de miséria de muitos, estas e outras transformações foram e
o são determinantes a progressão da contabilidade no sentido de que esta torne-se mais abrangente e
siga seu papel, neste aspecto a figura do contador está também cada vez mais sendo alterada de
guardião de documentos, registrar e demostrar relatórios, para analista ou cientista do capital tendo
como função primeira a tradução e explicação do dados apurados assim como a orientação a seus
usuários. O Prof. Antônio Lopes de Sá, em um de seus artigos, idealiza o perfil do contador nos dias
de hoje com as seguintes característica:
O perfil do Contador da atualidade exige, como essência, a capacidade intelectual, pelo
exercício de funções superiores, racionais. Vivemos a era do conhecimento e só quem
deveras o possui pode dizer-se integrado em nosso tempo. A sociedade humana requer o
cientista do patrimônio, aquele que tem capacidade para entender os números e determinar
que rumos devem ser seguidos pela empresa, pela instituição. Informar deixou de ser aquela
função tão destacada que no passado tanto dignificou nossos colegas a ponto de fazer deles
confidentes dos homens de fortuna e dos Estados. Os computadores hoje exercem a função
informativa e qualquer leigo pode manusear dados; o que não pode o leigo é explicar esses
mesmos dados e nem oferecer modelos de comportamento da riqueza, pois, tais
conhecimentos são científicos, de ordem superior. O futuro de nossa profissão cada vez mais
acena para um papel do Contador que muito se assemelha ao de um médico, cuidando de seu
paciente, receitando e prescrevendo regimes para que o organismo empresarial e institucional
seja sadio. (http://www.lopesdesa.com.br).
4.1 DOS FUNCIONÁRIOS DE UMA CONTABILIDADE
Assim como em diversas outras áreas profissionais, em um escritório de contabilidade o nível
de stress é considerado alto, seja devido aos inúmeros processos e procedimentos diariamente
realizados sem margem para equívocos, seja pela pressão naturalmente imposta ao cumprimento dos
prazos para os diversos registros e transmissão aos órgãos governamentais, em geral estes órgão não
toleram atrasos nas entregas, gerando, se for o caso, sanções diversas, entre elas as multas onde
comprovando-se a culpabilidade e esta recair sobre o funcionário da contabilidade, é o escritório
quem arcará com este custo, vale ressaltar que o cliente de um escritório contábil sofre
compulsoriamente os reflexos de qualquer fato erroneamente lançado, mesmo uma simples troca de
conta no momento do lançamento como por exemplo lançar na conta material de consumo, quando
deveria lançar na conta material de escritório, ou também digitar 2.500,00 quando deveria digitar
5.200,00, tudo isso afeta o patrimônio desta empresa, como afirma Lopes de Sá (2010, p. 163), “Por
6
natureza, o fenômeno patrimonial ocorre sempre quando se utiliza ou quando qualquer acontecimento
possa modificar ou fazer variar a riqueza”. Uma empresa nasce com um propósito principal,
independentemente de seu ramo de atividade, que é gerar lucro a seus proprietários, neste contexto
grande parte destas empresas, principalmente nos seus departamentos administrativos trabalham com
equipes enxutas para minimizar custos, os escritórios de contabilidade independente de seu formato
ou tamanho, não se furtam a esta regra, portanto seus profissionais acabam trabalhando em ritmo
acelerado e neste esforço abrem margem para erros. A tempos os escritórios de contabilidade vem
crescendo no sentido de hoje terem seus departamentos dispostos em seus organogramas como um
emaranhado de setores, acompanhe no exemplo demonstrado na figura 1, tendo normalmente vários
colaboradores acadêmicos ainda em formação, o que é importante para o futuro profissional deste,
aliar a teoria dos bancos estudantis a prática do seu dia a dia no labor do trabalho, sob tutela e
orientação de um ou mais profissionais graduados e exímios conhecedores sobre os meandros do
setor, o treinamento aos colaboradores de qualquer departamento de um escritório contábil, atinge
seu ápice no momento em que este adquire segurança em seus afazeres, o que não significa tornar-se
infalível aos equívocos. A rotatividade de funcionários dentro de uma contabilidade é fator relevante
e exige atenção redobrada por parte do profissional responsável pelo departamento, sempre que novo
colaborador inicia suas atividades, inicia também a ciranda do treinamento e/ou acompanhamento
objetivando a assimilação das particularidades, inerentes a cada instituição, por este novo funcionário,
sabe-se que embora as normas legais são para todos, ainda assim as empresastem sua personalidade
até mesmo pela sequência com que uma tarefa é executada, mesmo este novo colaborador já tendo
prática no ramo, necessitando adequar-se a rotina do novo emprego.
FIGURA 1 – ORGANOGRAMA SETORIAL
FONTE:<http://www.contabilidadegloria.com.br/index_roll.html> Acesso em 25 maio 2014.
7
4.1.1 Rotatividade em Rio do Sul
De acordo com o CAGED – cadastro geral de empregados e desempregados, de abril de 2013
a abril de 2014 na cidade de Rio do Sul, demonstrados na tabela 1, foram efetuados 105 admissões
em escritórios de contabilidade, contrapondo-se a 97 demissões, segundo os dados coletados junto
ao Sindicont – Sindicato dos Contabilistas do Alto Vale do Itajaí, estão com registros ativos 54
escritórios contábeis nesta cidade, efetuando os cálculos de forma generalizada, é como se cada
escritório ministrasse o treinamento de um novo colaborador praticamente a cada 6 meses, conforme
alguns psicólogos atuantes na área de recursos humanos, afirmam ser necessário em média de 3 a 5
meses para um colaborador sentir-se seguro no desempenho de suas funções, conclui-se que a maior
parte do ano tem um trainee8 nos escritórios contábeis, esta conjectura tem um impacto tremendo
quando dentro de uma contabilidade de pequeno ou médio porte sob a seguinte ótica, imaginemos
um escritório contábil com 6 colaboradores, onde um está em treinamento e consequentemente
precisa de alguém tutorando-o, a inabilidade do primeiro unida as constantes distrações sofridas pelo
segundo devido aos questionamentos frequentes de seu pupilo, somadas ao cem números de afazeres
diários em contagem regressiva de tempo, não precisa estudos aprofundados para presumir que a
probabilidade de erros acontecerem ocasionando retrabalho é bastante alta, comprometendo a eficácia
de toda instituição, gerando reflexos a seus clientes que podem variar desde sansões punitivas por
finalizar procedimentos de forma incorreta ou deixar de faze-los dentro dos prazos pré-estipulados,
até mesmo não atender ligação de clientes e mais comumente não retornar as ligações ou deixar de
responder aquele e-mail contendo dúvidas sobre como lançar um determinado produto em seu sistema
de ERP9, entre tantas outras.
TABELA 1 – ADMISSÕES E DEMISSÕES EM RIO DO SUL
8 Trainee é um termo da língua inglesa que define um tipo de cargo dentro da estrutura hierárquica de uma empresa no
qual ocorre o treinamento de um profissional para uma tarefa específica.
9 Sigla inglesa para Enterprise Resource Planning – Sistemas Integrados de Gestão Empresarial.
8
5 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS ATRAVÉS DE QUESTIONÁRIO
Com intuito de mapear alguns tópicos da realidade encontrada nos escritórios contábeis da
região de Rio do Sul, foi formalizado um questionário on-line tendo como enfoque principal o
quantitativo de clientes por enquadramento fiscal/tributário, dificuldades registradas por
departamento quanto as constantes alterações impostas ao setor contábil, adaptabilidade, prós e
contras do projeto SPED, comportamento da área de T.I.10 nos escritórios contábeis em relação as
atuais mudanças legais, internet e a crescente necessidade de conectividade, por último foi aberto
espaço para que os profissionais que atuam neste mercado expusessem sua visão quanto ao futuro da
profissão. A participação do Sindicato dos Contabilistas do Alto Vale do Itajaí foi de suma
importância na realização desta pesquisa, pois além de intermediar o envio do link contendo o
questionário as contabilidades deu fé a idoneidade da pesquisa, mesmo assim a participação das
entidades contábeis foi de 11,2% do total de escritórios atualmente em atividade.
5.1 DOS ENQUADRAMENTOS
Dentre os principais enquadramentos tributários vigentes no País atualmente, a grande maioria
atendida nos escritórios contábeis de Rio do Sul, independente do formato ou tamanho, encontram-
se em primeiro lugar as entidades optantes pelo Simples Nacional com a faixa maior que 60%
correspondendo a 83% do total dos clientes, em segundo lugar vem tecnicamente empatados com
33% do total dos clientes, as faixas de 10% a 20% pelos enquadrados em Individual e a faixa de 20%
a 40% para optantes pelo Lucro Presumido, ficando as empresas enquadradas pelo Lucro Real em
terceiro lugar variando entre as faixas de 10% até a faixa de 40% com apenas 17% do total de clientes.
No gráfico 1 é possível visualizar estes dados de forma a facilitar o entendimento.
GRÁFICO 1 – ENQUADRAMENTO TRIBUTÁRIO DE EMPRESAS EM RIO DO SUL
FONTE: Pesquisa do autor.
10 Tecnologia da Informação.
9
5.2 DAS ALTERAÇÕES LEGAIS QUE AFETAM A CONTABILIDADE
O Fisco diretamente ou através das secretarias estaduais – SEFAZ, sempre procura novas
formas de controle sobre as movimentações que geram fluxo financeiro, afim de evitar ser lesado
aumentando sua arrecadação tributária. Alguém ainda lembra da NSU11, quando divulgada em Santa
Catarina pela alteração 1.195 sobre o Decreto n° 4.719/06, acrescentando a seção III ao anexo 7° do
RICMS/SC, onde diz que o NSU deve ser gerado no exato momento em que o documento fiscal é
emitido e não impresso, este procedimento deveria dificultar entre outras, uma fraude até então bem
comum, onde se efetivava uma nota fiscal e logo após o produto deste movimento ser entregue em
seu destino, de comum acordo emissor e receptor, efetuava-se o cancelamento do documento fiscal
tornado está uma venda fria, o projeto não alcançou seu objetivo a contento, porém 2 anos antes, mais
precisamente em Julho de 2004, ocorre em Salvador – BA o 1º Encontro Nacional de Administradores
Tributários – ENAT reunindo os titulares das administrações tributárias federal, estaduais, do Distrito
Federal e dos municípios, entre os diversos objetivos destaca-se o de buscar soluções conjuntas das
três esferas de Governo que promovessem maior integração administrativa, padronização e melhor
qualidade das informações, o que quer dizer que buscavam uma maior eficácia da fiscalização; maior
possibilidade de realização de ações fiscais coordenadas e integradas; maior possibilidade de
intercâmbio de informações fiscais entre as diversas esferas governamentais; cruzamento de dados
em larga escala com dados padronizados e uniformização de procedimentos, nascia o projeto NFe12
que no final de agosto/2005 no evento do II ENAT em São Paulo consolidou-se através da assinatura
do protocolo ENAT 03/2005 tendo a coordenação técnica e o desenvolvimento do projeto sob a
responsabilidade do Encat - Encontro Nacional dos Coordenadores e Administradores Tributários
Estaduais, com a participação da Receita Federal do Brasil. Até os dias atuais tivemos outros projetos
neste sentido, como em 2007 quando foi Instituído pelo Decreto nº 6.022 o SPED- Sistema Público
de Escrituração Digital, parte integrante do Programa de Aceleração do Crescimento do Governo
Federal PAC 2007-201013, que de modo geral, consiste na modernização da sistemática atual do
cumprimento das obrigações acessórias, transmitidas pelos contribuintes às administrações tributárias
e aos órgãos fiscalizadores, utilizando-se da certificação digital para fins de assinatura dos
documentos eletrônicos, garantindo assim a validade jurídica dos mesmos apenas na sua forma
digital. Neste panorama a contabilidade teve alterações relevantes em seus procedimentos assim como
em seus sistemas de informatização contábil, além é claro de uma enorme corrida em aperfeiçoamento
afim de adquirir conhecimentos para embasar explicações aos inúmeros questionamentos vindos de
seus clientes. Os problemas de adaptabilidades foram vários e ainda são em número significante,
como exemplo temos informações insuficientes que em alguns casos até mesmo confusas advindas
diretamente das fontes, falta de clareza no planejamento para implantação e/ou obrigatoriedade dos
projetos onde culminou em diversas protelações em suas datas, constantes ajustes em layouts
ocasionando alterações em sistema de ERPs tanto das empresas clientes quantodos sistemas
contábeis, e diversos outros percalços, o que podemos afirmar com segurança é que a dores de cabeça
para os empresários foi além dos fatos descritos acima, pois mexeu em seus bolsos, seja na troca ou
em atualização de seus sistemas ERPs, seja nos treinamentos e consultorias que muitos obrigaram-se
a contratar, é base de conhecimento que qualquer fato que influencie reduzindo o patrimônio torna os
empresários apreensivos e de poucas palavras.
Nos dias atuais em Rio do Sul, foi colhido alguns comentários de profissionais contadores
enfocando toda esta problemática de onde tiramos alguns pontos relevantes, os quais seguem:
 O RH14 é o departamento onde as mudanças são mais difíceis de serem absorvidas pelos
empresários, demonstrando resistência em mudar alguns vícios.
 Estruturas administrativas deficientes e profissionais sem a devida capacitação dentro das
empresas, em relevante número destas entidades, inclusive de médio porte.
11 Número sequencial único.
12 Nota fiscal electronica.
13 FONTE:< http://www1.receita.fazenda.gov.br/sobre-o-projeto/apresentacao.htm>.
14 Recursos Humanos.
10
 Falta de interesse por parte do empresariado em investimentos no sentido de melhorar suas
estruturas administrativas, principalmente nos setores fiscal, tributário e recursos humanos,
normalmente estes empresários deixam recair sobre o escritório que lhe presta serviços
contábeis a obrigação de manter tudo em ordem, porem omite da contabilidade sempre que
possível, informações primordiais para uma boa gestão de seus recursos.
 Visão distorcida sobre as prerrogativas do contador, tendo este por parte de alguns
empresários, sua profissão baseada em efetuar lançamentos, registros e controles de livros
diversos, como o foi nos primórdios da contabilidade, quando o empresário poderia ter o
contador como um aliado em otimizar seus lucros.
5.3 DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EMPRESARIAIS, CONTÁBEIS E INTERNET
Abordado preliminarmente este tema no tópico anterior, sem extinguir o assunto, será visto
os dados coletados através de questionário enviado a contabilidades de Rio do Sul, bem como resumo
de conversas informais com empresários de segmentos variados, revelando pontos em comum nos
quesitos sistemas e conectividade com a internet.
Na visão dos contadores desta cidade, foi avaliado sua satisfação quanto ao atendimento das
necessidades atuais por parte de seus sistemas de informatização contábil e a assistência técnica
prestadas pelas empresas detentoras dos direitos sobre estes sistemas, em uma escala pontual de 5 a
10, 67% das contabilidades tem o atendimento de suas necessidades informatizadas avaliadas com
nota 9 e 33% deram nota 8, quanto a eficiência da assistência técnica os contadores requerem
melhorias, avaliando com notas de 7,8 e 9 em percentuais 17%, 50% e 33% respectivamente. O
mercado de softwares com a finalidade em gerir os escritórios contábeis nos dias atuais é vasta, com
uma simples pesquisa em site de busca pela internet mostrará diversas empresas oferecendo seus
produtos como sendo o melhor ou o mais avançado para este fim, porem os profissionais mais
experientes nesta área alertam que todos tem seus pontos fortes e pontos fracos, cada entidade contábil
deve encontrar um equilíbrio eficiente de acordo com sua realidade, de seus clientes e principalmente
verificar através de análise a outras empresas que utilizam este sistema, como se comporta quanto a
assistência técnica, sendo este é um ponto bastante delicado para qualquer empresa quando necessita
do serviço, é fato que a demora no atendimento e/ou resolução do problema resulta em perdas, perdas
estas que podem ter repercussão gigantescas quando acontece em escritório de contabilidade em
relação a obrigações tributárias e fiscais com reflexos a seus clientes. Pensando em eficiência, não
adianta ter um sistema muito bom, pessoal capacitado, local de trabalhos em layout planejado, tudo
para propiciar agilidade com competência em seus serviços, quando no momento de transmitir um
arquivo ou acessar o portal da Sefaz para efetuar uma consulta ou mesmo enviar um e-mail contendo
a resposta ao questionamento de um cliente e tudo está travado devido a lentidão ou até mesmo a falta
de sinal de internet, este é outro ponto sensível na prestação de serviço por parte do contador, o
assunto sobre internet e sua deficiência em nosso País é mais que conhecido de todos os usuários
deste serviço, seja particulares, profissionais, pesquisadores ou estudantes, todos já passaram por
momentos de irritabilidade de fronte a um equipamento que o sinal está tão instável que trava tudo.
Para empresas que dependem deste serviço, hoje todas dependem com maior ou menor relevância,
estão fazendo investimentos altos para terem o serviço a contento. Conforme pesquisa realizada pelo
economista Samy Dana, publicada na revista Exame de maio de 2013, conferiu ao Brasil o título de
segundo País mais caro no que tangem a conexão de internet tendo como velocidade padrão para
pesquisa de 1Mbps, velocidade esta que nos dias atuais não é mais suficiente para suprir a necessidade
em um escritório de contabilidade.
Para os empresários que conversamos informalmente, ficou claro que os mesmos
compartilham da opinião dos contadores quanto a internet, visto que as empresas hoje também
necessitam estar conectadas na realização de suas tarefas diárias, falando sobre seus sistemas de
informação encontramos outro ponto em comum em se tratando de assistência técnica, quase que por
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unanimidade o principal fator de stress sobre o assunto é o descaso que estes tem observado nos
diversos momentos que necessitam do serviço de assistência das empresas detentoras dos direitos de
seus ERPs, mesmo aquelas que oferecem HelpDesk15, o atendimento aos questionamento e consultas
efetuado as contabilidade que prestam serviços a suas empresas, também foi alvo de algumas críticas,
como demora para retornar com a resposta, insegurança ou desconhecimento por parte de alguns
colaboradores das contabilidades, entre outras, causando sempre um desconforto e insegurança ao
empresário bem como possível desgaste na relação de negócio entre as entidades.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Não teve este trabalho a pretensão de exaurir o assunto sobre as problemáticas enfrentadas por
contadores e empresários no fato de que ambos estão inseridos em um ambiente dinâmico, onde as
mudanças acontecem cada vez com maior frequência e mais abrangentes, estamos as portas para
início do e-Social16, novamente muitas perguntas ainda estão sem respostas e novas alterações tanto
de procedimentos quanto nos sistemas informatizados das empresas e contabilidades deverão
acontecer, mais cursos e treinamentos, investimentos em capacitação de profissionais, entre outros
fatores que este tipo de processo exigem. Quanto ao formato de divisão estrutural nos escritórios
contábeis, é possível que não tenha alteração, até porque como nos informa o próprio manual de
orientações e procedimentos contábeis, esta não é uma regra rígida deixando que cada entidade
contábil distribua os departamentos da melhor forma e de acordo com os serviços prestados a seus
clientes, o que realmente precisa adequar-se a este novo panorama é a visão do profissional da
contabilidade, quebrar os antigos paradigmas que teimam de exteriorizar resquícios, os constantes
cursos e treinamentos tendem a aumentar sua abrangência, pois a profissão de contador é ampla,
sendo necessário ter-se conhecimentos multidisciplinares, constantemente aparece nas mídias que
contabilidade é a profissão do futuro, no entanto não devemos nos esquecer que o futuro começa
agora, outro fato que teremos que ter consciência é que somente vai permanecer no mercado os
profissionais verdadeiramente capacitados, imbuídos de conhecimentos variados com especializações
no que lhe for mais conveniente. Foi apontado no início deste tópico, que o as empresas encontram-
se inseridas emum ambiente extremamente dinâmico, esta verdade sobrepõem duplamente sobre a
contabilidade, pois esta é corresponsável pela sobrevivência das empresas de seus clientes.
15 Termo da língua inglesa que designa o serviço de apoio a usuários para suporte e resolução de problemas técnicos.
16 Sped trabalhista e previdenciário.
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REFERÊNCIAS
CRCSC, Manual de orientação e de procedimentos para as organizações contábeis. 2.ed.
Florianópolis: Horizonte, 2012. CDU – 657.
CRCSC, Livro de bolso do profissional da contabilidade. 2.ed. Florianópolis: Horizonte, 2012.
CDU – 657.
CFC/SEBRAE, Manual de procedimentos contábeis para micro e pequenas empresas. 5.ed.
Brasília, 2002. CDU – 334.746.4/.5:657.1
LOPES DE SÁ, Antônio. O profissional contábil perante a atualidade. 22/04/2005. Disponível
em:<http://www.lopesdesa.com.br/wp-content/uploads/2012/>. Acessado em: 22 maio 2014.
LOPES DE SÁ, Antônio. Teoria da Contabilidade. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2010. ISBN 978-85-
224-5846-2.
RECEITA FEDERAL. Projeto SPED – Sistema Público de Escrituração Digital.
Disponível em:<http://www1.receita.fazenda.gov.br/sobre-o-projeto/>. Acessado em: 01 jun.2014.
DANA, Samy. Revista Exame. Internet no Brasil é a 2ª mais cara do mundo, diz pesquisa.
Disponível em: <http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/internet-no-brasil-e-a-2a-mais-cara-
do-mundo-diz-pesquisa>. Acessado em: 01 jun.2014.

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