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Violência e cidadania

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"., igoatevêparaouviro noticiário.Sentadacomodamen->1~;-:., ','::1
te napciltrona.olhodistraldaparaa telinha:,' "",',. " 0\:/~I
Presos ameaçamreféns,no motim~iSl3o de J ~yv:y~ ,', i
Francoda'Rocha..emSãoPaulo.'Aíegãmagiremre-.' , ':)
presáliaacastigosemaus-tratos,alémdereclamarem' 'i
:"'~"~ dacrônicasupsr:-fotaçãodascelas. ' , , ,/
:.':-':; ,~utro quadro: fila~ enormes ao redor das escola!:! 2;.' , ,"1
.J;Lubhcas~aragarantIrumB~aaa., Ospretendentesle- , ,.,~tl
vamcade~rasepa!;!samanoitenarua.Quandoentre- ',' '~,j
vistados,dizemser impossfvel,estudar.emescolaparti- .':1
culardevidoaopreçodasmensalidades. .' .,',. ,Maisum flash,aindaemSãoPaulo:acidentede'~.> , ,
j
.trânsità.c:n~ponte'doJaguaréprovocamõrosld,a.,9~\~O:~ ~ ':
o ) ,nas,marginais do Rio Pinheiros, bem~nà'JJora" ,,: ..;-:;\
domoVimentomaisintensodeveIculas.MotoriStasbu-",:,:;':-- " ..t,1
~~i~~~i~~:cfr~~~~~i~~~~~~~~~~~t~~~~~g'~h~!i~<': '::1' aguardandonospontos'" ' I,,', ,,' . o, ,..'", .', '. ,
" . 1'": ,,:',::Z':' ' ",<,~:,'~:..:;,' :.., i)'
~ A~~:a'"noticiasdoPlan,~~;~q'gbve:~o~s.cartaa ~. I
POSsibilidadedeaprov.§.cão;d9'.>Dovosalarlo :mln!Q1opor. , i
causadasituaçêoprecáril'fdasre~ervasparafazerfren- ' . I
teaosgastos.A,lérDdisso;umaumentodessetipotra-,, ,:/ \'~ . , .~ t:, riaoriscode,auméntara inflaçãoe quebrardeveza,.\. ~ ~ r . ,(j, Ji7W'f .~ ' .." . ,.. previd. ê. n. . ~. ia ~,OCial,di.ano te dos~ompromissoscomos . .,;;:". ,I.,,w.., I. t\ ,.!c ~i i4., ',.,' aposenta~o.~" , ','o, ;,~y":"!
~~~~~~~~Ji~~C~M~8~~k "..,'"" o.,"!
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~FL;';:-ONbE'ESTAA VIOLENC3A?
i:!i:~;.:;:'~>:~;Si{i,' , ' ,
iJr<:~:<' O quehéde comumem noticiastão diferentes?À pri-
r;i{",;..' meiravista,nadamesmo.~~~°.. ".. .
;i-i:':'" Mudamosentãoa pergunta.Quenotíciasse relacio-
':~y", nam com a ,questão da violência? Assimparecemais
~/::' fécil.'Alguémdiré que. evidentemente.apenasa pri-
"~":' . meira.emquepresosameaçammataros reféns,além
,
r::: A educaçãofundamentalé ,de aleg~r_se~emelesm~smos
:'. ' obria3eãodoEstadoe um alvodeVlolencla.Talvezmaisuma
%'~íieltodo::'cÚJadão,prev;:stosna dasn~tícias.casoo acidentede
~~~;'çOl)stituição.Vocêainda,acha trãn~ltoten~aresultadode abu-
I
~'f.'~,que índicestãoa/tosde so domotorlst.a.~~ó.
;~.,. - :; ;:-;.~ VoltamosaInsistirnapergun-,',.exc/usao,evasaoe repetencla ta . ~ ,.I .'-:'-- - :seraque"Duasas noticIastem
, escolarnaoconfiguramum ' - '
':" ,.,., emcomuma Vlolencla?'- estadodevlo/enela? S f'
, '~"' " . e as pessoas fazem lias
NquilométricasHparaconseguirestudaré porqueháal-
gumproblemanadistribuiçãodevagasnaredepública
deensino.SegundodadosdoMinistériodaEducaçãoe '
do Desporto[MECJ, o sistemaeducacionalbrasileiro
precisariaoferecer35 por cento..devagasa maisdo
queseriamnecessáriasparasatisfazerademandados
alunosnovosna 1t série. porcausadasaltastaxasde
repetência.
Alémdisso.umcontingenteenormedealunosaban-
donaos cursos, principalmentedevidoà necessidade
deentrarnomercadodetrabalhoparaajudarafami-
lia.O próprioMEC, com basenos dadosdosanos de
1988/89. projetaum perfildesanimador:a tendên-
ciaé de55 porcentodosalunoschegaremà41série
e apenas22 por cento concluírema 81!série. Mais
ainda.muitossãoos excluídos:em1990, dadosdo
InstitutoBrasileirodeGeografiaeEstatística[I8GE)in-
dícamque 18,3 por centoda população.de 15 anos
ou mais,é analfabeta.
Ora.a educaçãofundamentalé obrigaçãodoEstado
e umdireitodocidadão,previstosnaConstituição.Você
aindaachaquejndicestão altas..deJ~~P.lusa.Q.j!vasãoe
repetê.ncia.a~c..n§QcQ[!fi9~m.~.IJ]J~§"~Q.Q..f!~..Y.lo.fên:-
cia?Emtodocaso,voltaremosaoassuntomaisadiante.
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DEBATE NA ESCOLA
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",,, ~Q~an~à'teroei~a:"qttqi~';:Vàmosqesviara atànç@Ii:)-<~;;.f;{',:
'. ,;dpapigente.'detf$ns~ p.~~;'ps:ônibussuperlotados."::''''~:;;X;:;[~;;,':'
'EstamQ~acostumadcis'a'\{sr'pes60asNpenduradas"nas ,.,~.::~<t.~'.';;':;'""
portS60u,tomandovárias,::'çonduQOespara,chegarao "', 'C",>",:" ,'"
trabalhoe concluímosque,tudoisso é normal.Aliás. ~ "', <Ü
comoevitarproblemasdessetipo numacidadegr,an- ,"<,!
de? Por isso, não nos preocupamosse o usuáriodo ' :.':~:
Itransportecoletivorecebeatençãopor parte'dasem- ','.,>
presasque,muitasvezes,estãomaisinteressadasno ",,;',
lucro.,Vocêatépoderiaargumentarquenãohaveria
comoserdeoutraforma.Afinal,sl!ioempresase. se
não,lucrarem,irêoàfalênciaI "
Por outrolado.os~overnosnãosão,capazesderestsbaleceroAqlJillbrioosinteressesGonijitaDtes~W§l
.)-Isyárioseos dnnQ'iãde~01pr:'aSaB-e, aindamais,alguns
delescostumamfazerobrasdeengenhariadetráfego
queprivilegiamo transporteparticular.nãoo coletivo.
"Edaí?H,alguémp~rguntaria.Algunsconquistaram[será
mesmo?]o benefíciode'andarcomodamentedecarro
,enquantooutrosse servemdosônibus. Desdequeo
mundoé mundo, essas eoutrasdiferençasfazempar-
te davida,e ninguémmorrepor isso. O "povão"está
acostumadomesmo...
"',:I.
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'autolllÓYelsé esqUeçef ' ",
qutllMiorII da '
J!!i~~u !lePõadede
..Jn1!18P01te~ttiYO;- ,
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VIOLÊNCIAEMDEBATE ,.,;"
~.-A<r.:,'<~~"~ ,.. .. ""~"'.'~~"~"""~"
'i;c~1[&~:;\~)\'I~ .
~:,,:;;::;::?~~)\~',Por enquanto,apenasarriscamosperguntar~
:.::~'::;:.~;;,:;~,'justo amontoarpessoascomose ~ssem eadoouaip-
iti;)~::::,", da, se e razoável c~,'l~lde~E,_~!:f!.1~...9.~_!!1y.!to~-~~,o
&!!:/;,':;:\j::), consigamnemsequerreservaro dinheir~~~or-
;,,/,~~~.,: ,'~ ~ tecJeseuminguadosalário.~@ffih" ~ - Resta a última noticia. Bem, essa em nada parece
::J~ ' 'se referir à violênciaI Se o salário é estipuladopor lei, se
IA::\: ' , o patrãopagaemdia,se o queo operáriofazdepende
, de poucaqualificação,é certopagaro mínimoe nãoa
, ..' remuneraçãoexigidaporserviçosmaiscomplexos,para
os quais são gastos anos de formaçao...
Será mesmo? Pensemos no significado do ':mLni-
mo" que adjetiva o salário: aquilo que deve dar condi-
ç,õesao trabalhador,para comprar o mfnimt;Jneces-..
sárioparaviv!!r. ~.~ - ,
..".'
, ~,.
As condiçõesmfnimasparaviversupõemagarantiado
quechamamosde~ireitoshumanos":tudoquepermi-
te ao homemser nomem,nãoumacoisa ou um ani-
."J)' , mal, ou seja,direitoà vidae à liberdade.Para tanto,
-, ::)Yp/ j'ecessitademoradia,alimentação.transporte,educa-~ ..rr \.>'\ção. saúde,trabalho.saláriojusto, terra para quemlf ~;:'~ 'nelatrabalha,segurançacontraa violência.acessoà
h,.,.. ',L justiça. Ní!iosó.Tambémlazeresonho,exigênciasnada
~!Y:':",' supérfluas,n,amedidaemqueintegramqualquer~roLe-'
i,~:,~:,:, ' to dELhumamzaçí!io.
ti~L ' Quandofalamosemdireitos,certamentenãoépara
~t,: nos descuidarmosdos deveres.Aliás, nem há como
esquecê-Ios.Eles nos são cobredosdesdecedopeJa
sociedade,quandoaprendemoso contraledodes~o.a-
disci lina. noesfor o de atin ir os '. im ostos
pea coetividade.Nadamaisjusto,portanto.'que.se
exigimos o cumprimentodosdeveres.tambémsejam
respeitadasos nossosdireitos.
Podemosagoravoltaràs ,notíciasda tevê.Todas
",-elasindicam desrespeito aos direito!.?hurpanQsEI, nes-
se sentido,seconfiguramcomoformasdeviolência.
Para melhorjustificar,vamos delimitar o conceito
deviolência. ------
DEBATENA ESCOLA
. A~~~"V~
, EXISTEVIOLENCIANA NATUR~1:,
'..,.>:~~:~~~,}:t~~::'..' ,
Costumamosusaro termoviolênciade umamaneira
indiscriminada.Observemporexemploas seguintesfra-
ses: "Asondasdomar batiamviolentamentecontraas
pedras"; "Destavezaenchentedo rio foi violentaI"; "Há'
muitotempoa cidadejaponesadeKobenãosofriaum
terremototão violento";"Soba açãoviolenta'dovene-
no, elemorreusemtempodesersocorrido."
Emtodos esses exemplos,atribuímosviolênciaà
natureza:o mar,o rio.o terremoto, o veneno.No
entanto, as forças que ai atuamobedecema,leisin-
variáveis8, Por isso, só dizemos'que a naturezaé- --
violentade maneiraimprópria,a partir da perspecti-
Vãhumana~'ouseja. dos dano '
, podemossofrer.
Chamamosum venenod~violento'p'orqueos ele-
mentosqueo compõem,agemno organismovivopro-
vocandoseu colapso.Ao estudarmosa composição
qufmicadasubstância.'pQdemosatépreveras,formas
dereaçaoquelevamà morte.Portanto.eleé .violento"
com relação ao efeIto queproduznohomem.,
Oterremotoseexplicapelascondiçõesgeológicas
do terreno e como resultantedos deslocamentose $ofo~~tomadas
acomodaçõesdascamadasdosolo.As forças físicas "medldtalPmeatiYas
d "d 'fi
'
d I', :-' adequadas,asqueagemno processopo em ser I entllca as, c,as,.,citijv~sitioserlam
sificadas;medidase atéprevistas.O terremot~t;;j~á::~it;:!°t~sas.
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aterra,engolecasaseplantações,fereemata,mas.
independentementedoprejuízocausadopeladestrui-
çãoe dalamentávelperdadevidas,o abalosísmico
emsi nãoé bomnemmau,porqueatuasegundoas
leisdanatureza.
As enchentescastigama cidadeetornamotrânsi-
to caótico,infernizandoa vidadequemsaiparao tra-
balho.Comascheias.as pessoasperdemseuprecio-
sotempoe seusbens.ficamsujeitasa doenças[tais
comoaleptospirost.pro~oc~elaurinadosratos)epodematémorrer. ~'t """-
Apesardoquefoidito,nemtudoé simplesmente
"natural"nessesacontecimentos.Emmuitoscasos.
encontramosa mEiodohomem.Vejamosisso.
As construçõesnasmargensdosriosnemsempre
obedecema critériosdesegurançaa, quandoa ab-
sorçãodaságuasficaprejudicada,05alagamentosse
o tornaminevitáveis.Alémdisso,o assoreamento(acú-
mulode materiaisquedificultao fluXodaságuas)é culpa
tantode moradores.quejogamdetritos- atécol-
:::: chõese sofás!-.defábricaseindústrias,comotam-
f..:~.o bémdas autoridadesgovernamentais,encarregadas de
:\00 manterlimpoo leitodos rios.
f.": o
\
Aquitemos,portanto.umdadonovo.~uandoa na-
. I1.turezaseQueseu fluxosem a intervencãodo homem,
, usamoso termoviolênciaapenascomoforçadeex-
. \"':pl'§!ssão.masSI.Rar~lrdo~omentoem..gueo nomàm-
\
~~..natureza ou1!1~RtQrmlmê.D~-,-OU~~.9.n:'i~ã~
. ouaindapordescasoe rovocare'uízos,aísimpoãe-
.. ;? mos aar emviolênciapropriamentedita-,----
:0. J- l .. Existe r~uízo uandoprivamDsalguémdaquiloa
. ~... 1 Quetem Ire/toecomISSO ecausamosar.sorlmen-
~~-P"
1
1 ÇQ.eo"diminuímos"emsuahl.lmanidade.Nãomaiso
.0;'"'\(Y o)lemosemsuaintegridaEe.comE.!Jmsujeito"fIonoas-
-::':-'00
1
~~~anho.t,dedireitQ.g,1J)~.Qr;noumacoisa.
;y,o:.. !Nessescasos.estamosQ.rovocandoãaestruiçãD
dooutro,quese configuraa partirdediversostjpos
:oo<o.o~ deviolência:ferir,matar,pre~der,r~~bar,ameaçar.
:~~i.;~.~::..~.:. ./ t
, ~ ,.roL o~ o
o'-.r . 9-'~ r*-v f Y"" - --YI.-> . . o, o o o 000o
~\.Y~\ 000 . o;.,~'/humilhar.Essasformasati~aemai~teQridadedocor-o o o
'fi!" )-: \ PEe davida,a liberdadedeomav!r:I1.~nto,'o direito à
,.J'"r>-- propriedade.ouaindaperturbamo°esptritoeadlgni-" o dadedaspes60ae{Poriss~,aviolênciaseexercenão
só quandomatamosou ferimosfisicamentealguém.
mas tam~é".1quando, ~orexem..00: Exist~prejuizoquando
pio, o cah:'~la.mos(ferimos.sua 00privamosalguémdaquiloaImagempl1bhca)ou quandoo . .. .. .
doutrinamos(impedimosseuli- qUetemdireItoecomISSOlhe
vreexercíciodecrItica). cau~amos~or,s~frlmento,
A violênciatambém varia em e 000~/mlnUlmosemsua
prausdiversos,podeii'aõserhumal!idade..
Julgadademaneiradiferentedeacordocomo prejuízo
.provocado.Assim.maltratarumcachorroouatearfogo
emumareservaflorestal.beliscarumacriançaoupro-
vocar um genocídio,representamdiferentesmatizes
'deviolência.
~.
°A VIOLÊNCIA"BRANCA"
Quando falamos em violência, logo pensamos emcri-
mestais comohomicfdio.estuproe rouboseguidode
morte,que são exemplosde "violênciavermelha".a~
simchamadapor ser cruente.istoé. sanguinolenta..
A sociedadeInJusta
paaaUq,defonaa
rioJlenta,8 criança
caIeIIte.querecebe
porcaridadeo que
tW pord/reJto.
- '
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t
o' f
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Poucosse preocupam,noentanto,coma vio!ência
"branca",muitoma~. porquenao"saltaàvista",pas.-
sa despercebidacomoseapenasresultasseda"ordem
naturaldascoisas",nãodaaÇaohumanaintencional.
É ocasoda"fomeoculta",causadapelaalimenta-
çãosemproteínasevltammasoferecidaàmaioriadas
criançaspobresdoBrasile domundo.queprejudica
seudesenvolvimentoflsicoe intelectual,alémdeexpô-
Iasàsdoençase atéaoriscodemorteprecoce.
OBrasilé,tristementa,umdospaisescomasmais
altastaxasdemortalidadeinfantilnomundo.Segundo
dadosdo18GEedoFundodasNaçõesUnidasparaa
Infância(UNICEFJ,emcadamilcriançasnascidasvivas.
morrem45 antesde completar1 anode idade.No
Nordesteessenúmerosobepara751Comparativamen-
te.noJapãoataxaé de5.2 óbitos...
Setantascriançasmorrem.parecemaisfácilacusar
asmãesdedesleixo.iQnorânciaefaltadehiQiene.sem%e
~ta de~ue'foineQsdaa elasmQradia.-d~~[II..
Igg,aJ.çomJ3aneamenmbá~lCg.Emmuitoscasos.bastaria
darcondiçOesparaumbomacompanhamentopré-natal
edepoisensinarnoçõesdepuericultura,istoé,cuidados
Poucosse preocupam,no minimosco~alin:~ntaçaoehigiene, o'
entanto,coma'vlolêncla dobebêe a adml~lstra.ção,dosO,ro"b " 't 's t 'l domésticonasdiarréiasInfantis.ranca , mUlo mal su I, C i I d. d ('d d- " It à i t " om sso,o n Ice e mortaI a e ,,porquenao 5a a vs a, infantildiminuiriadrasticamente.
J
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, " passadespercebidacomo Ora,nãoénaturalexistirdesn!-
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, seapenasresultasseda. veistãoacentuadosentrericose ..
;,', ' "orde"mn!tural d~s pobres,nemtampoucodesempre- '
'. ::' .coisas, nao da açao I goemmassa.abandoRonainfãn- .<l
" , ,'o humanaIntencional. cia. mendicância.altos Indicesd~ ~
, ,,'., prostituição,inclusivedemeninas.Essasdistorçõessão ~
defatodoençasdasociedade.quenaodistribuicom
justiçasuasriauezasentreoscidadios,
Bemsabemosquecadahomemê diferentedoou-
tro, e queas sociedadestambémse distinguemno
tempoe noespaçoTaldiversidade.noentanto,não
...justificaa discriminaçaosQ.C~Sesomosdiferentes,
ni émé melhorou ior.su erlorou InterIore. por-
tantoim edlr o detodos s n smenaIs
é, semdúvida,umaviolência~ ----
~.u -..-
.' ",
~.I..
"
h
>'\1
, ,
QU'ando acontê~'
cemcoisas.desse:ti-:::..
po,nãopercebemos0'-
ato de violênciacom.
amesmaclarezacom.
a qualvemosumho-
memesmurrandoou-
tro.Noentanto.épre-.
cisoreconhecerquea .
sociedadese encon-
tra mergulhadaem
umestadodeviDlência
toda vezque as exi-
gênciasminimasque
garantemovivercom
dignidadedeixamde , .
- ser atendidas.Nesse :,':r
caso, a violênciasó ": i
aparentementenão '.,)~j
foi,provo~adapor ai: , l;: '
fguem,pOIS,naverda~ "~o . .J' ~,,~i~
de, sempre resulta da. '(i , ,,'o\ . ~':Tr
ação h~mana,. I"A, r"~~
I
Por.queseráque , . t .' .
naobuscamossabera causadetantosofrimento;e Não6bomrIar
~
' ,
exclusão?Aocontrário,acostumamo-noscomesseas--apenasporcaridade, .
.
'I
d d'. . .' oqueacriança .ta o e cOIsas.e muitasvezesnemsequernosescan- necaullapordlrelto,,"
dalizamoscomele. , ':
Estamosdiantedefatos"banais". ..1'" v"cX,i.'" 1 1:
~ V'.~ A.,~;-I.Ay'...Q...,1 . rv'-'"w;
, .. /"" - . , ,.; , . '.' . .
A B~~ALIZAÇAO DA VIOLENCIA, . .''i~
. . ~~i~.Banalizarsignificacairnarotina.aceitaro g~:'éi;;orri;;,'
qÚeiro,cotidiano,Tudoquê.é banalnãotemimportâo.:
cia.nãoprovocaimpacto,nemchamaa atenção.Nada'
coniTanossodia-a-diaserfeitodeinúmerassituações
banais.mesmoporqueisso..C\osfacilitaavida,'A'gravida-':
deestáemconsiderarbanaloquemereceimportância..E a vida nãoé banal.nema violênciapodeser,
banal,Piorainda,semprequeminimizamosos,atos
prajudiciaisà vidadas pessoas..a ponto 1:18fazê-Ios
""I:'I",
e~;
DEBATENA ESCOU\ VtOL~NCIA EM DEBATE
"
parecernaturais,issonosfazesquecer[ousimples-
menteignorar)queessesatasresultaramdavonta-
dehumana.
- examinaremos,aseguir,a indiferença,adistorção
e a entorpecimento,formasdebanalizaçãodavidae
daviolência.
. ;::~
:,t3d.'
Desdamuitacedoaprendemosa indiferençanacidade
grande,acostumadasqueestamosa cruzarcompes-
soassemface,namultidãoanônima,
Diantedador,dosofrimento,damisériaalheia -
.E.repensamosISSOnaome Iz..respeito".., Quando
muito,atribuímosapobrezaaofracassoindividual,coma
se elanãoresultassedeumapolíticaeconômicaque
distribuia riquezadeformainjusta.Imagineumbola-
a rendanacional- paraserrepartidaentretodasos
irmãosbrasileirosquetrabalham.Observenográficoa
seguircomoa Brasilnão,é igualmentegenerosocom
todasosseusfilhos: '
parao 1%maisrico.
paraos50%maispQbres
A pequenaparcelade 1 r centoda o ulação
maisricaa ocana 14,6parcentodarendanacional.
~anto 80S50 porC!i!Qtom~lspobrestlcade~tinado
IIl!JLto'menosdo !dlJê.issg~1~ p.Qc..Qent6,.
Essesdadossãodo InstitutodePesquisaEconômica
Aplicada(lPEA)e sereferemaoanode1990.
DEBATENA ESCOLA
:'.."'0"0
",
, ,
CertamenteessasitUaçãoégravfssimae,em1985, '
alcançamosotristerecordedepiardistribuiçaoderen-',
dadomundolA situação'nosoutrospaíses,poroutro
lado,tambémnãoéboa.Emm~rçode1995,realizou-
se emCopenhague,capitalda Dinamarca,a Cúpula
Mundialsobreo DesenvolvimentoSocial.Nessa oca-
sião,foramtratadosos problemasenfrentadosinter-
namentepelospaísespobres,bemcamasuasdificul-
dadesemsaldaras dívidascontraídascomo Banca
Mundial,umaespéciede instituiçãofinanceirasupra-
nacional.Tambémfoiobjetodepreocupaçãoo cre~ci-
mentodaíndicedepobrezanospaisesdesenvolvidas,
a quenaslevaa pensarquealÇJonãovaihF!mnnst.IJaI.
modelaeconômicamundial.'
Ger.aimente,costuma-seelogiaracapitalismo,país
eledefendea liberdade'demercadobaseadanacon-
corrência,,consideradauma'fórmuladesucessoparaa , ' .
, ~ boagestãodosnegócios.AtépoderiÇ!ser,desdeque ":i'
Ias riquezasproduzidasnãose concentrassemdefor- ::.;
0/1matão'perversanempermitissema geraçaodetanta .I
~?,- pobrezanomundo.'Paranãoficarmosindiferentesa ,,' !".jl' essequadro,temosdereconhecerquea~lnri7ac~ .1
;t.; .0::1r.nrnpptiçÃoe dpindividualismo,tipicosdatradição"I
-1',j daeconomiacapitalista,temobscurecidoosvalores~ ,'J
t.Y i cooperaçãoe dasolidarieda~ J,"!
j ~~nquanto.persistira "desaquecimento"dacaráter, ~.1~..., ',r
~ bU[11allO,frutodainrjiferença.o relatodenúmerospode Q'1..0~-,4Y~,f
seratéinútil,poiscomadissecartavez,oromancista,-~ \~ '
ingl,êsArthurKcestler,.~sestatfsticasnãosangram"..."'" ~ .
.". ~::~. #111."" i,. ."." . '. ':.'~
ADIS10RÇAO:~~'M~RREUNA CONTRA~iüAO' ":{ir
ATRA~~HANDOOTRÁFEG.O":;-"::! I
"
", ,~. , "L..-o "IWJ1&< ~ '
ExistedistorçãodoenfoClueídaviolênciaquandonossa ' ~ ~v,*.!)\...,.:,1
atençãoemobilizada~raql:Jestõesquenãosãoasmais, . \ ' ',. t
importantesdopontode,vistà'humano,Nessecasa, a ' "':;; \.
i::Iistorçãoprovocaa banallzaçãDoavidae damorte. , ~Õ~ÚPorexemplo,banaliz&seavidaquandooproblema ~fA~:~f
doaposentadoéequacionado~partirdapontodevista ~ ~J.i$
I
'
.
damatemáticaedasfinançasdoEstado,nãocomoques- . '.,"',:fJ"
.CVlQ,,~\,'W.
31'[
. ':.:.}
VIOLÊNCIAEMDEBATE
tao social,queexigeoatendi-
. mentqhumanizadoaosquepa-
garamsuascontribuiçõesmês
a mês.a vidainteira.
Banaliza-sea vidanas fir-
mas que naocontratammu-
lhercasadaou despedemas
moças quando se casam,
para evitaro "risco"de fica-
. remsemafuncionáriaduran-
te 0$quatromesesdalicença-
maternidadee pelaseventuais
ausênciasdamaeparacuidar
~das doençasdo bebê.Você
i sabiaquetambémmuitasin-
~dústriasnaousamfiltrosque
"- ~evitariama poluiçãodoarou
f)jdas águasporquefica muito5 .
caro? E quenãose costuma
gastardinheirocoma prevençãode acidentesdetra-
balho?Aliás.nesteúltimosetordetemostambémoutro
tristerecorde.
Talvezvocêjá.tenha prestadoatençãoà letra de
.: "Construção",deChicoBuarque:
. ./
~::. :(
i
(...)E tropeçounocéucomose fosseúmbêbado
. ...? E flutuouno ar como se fosse um pássaro
.(.. ,.~ri-'1;;.. E,se~cabouno?hãofeitou:np~c?teflácido
:.\Jf" Agonizouno'melodopasseiopublico.
:.'. Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
,
Nessabelacomposiçêo.o artistadestacaa distorção
pelaqual'ocorpodooperáriomortonaviapúblicaperde
a dramaticidade.eé_vistocomocoisa,comoestorvoem
nossasvidinhascheiasdepreocupaçõesegoístas.
Tambémhádistorçãoquandose dá maiorênfasea
certos tiposdeviolênciae menosa outros.Por exem-
plo, a mídiadramatizaos seqüestrose os estupros.
mas05assassinatosnocampo,decorrentesdadispu-
ta de terras. geralmentenãosêo tratadosde forma
igual.Critica-setambémo atendimentoprecáriodos
serviçosdesaúdepúblicacom relaçãoà aids.masas
:;~; ,
~oBmlI detámumlrIstt
recordamundialem
: acidentesdttnlbalho.
..
DEBATE NA ESCOLA
pessoasnãosabemqueoutrasdoençasmaltratame
matamem determinadasregiõesbrasileiras.A ocor- .
rência de tuberculose. lepra, doença de Chagas.
esquistossomosejá poderiater diminuidoe até desa-
parecidohá maistempoe com menoscustos.No rol
dessas misérias,é bom lembraro ressurgimentodo
. cólerae da dengue,expressõesdodescuidodogover-
no pelasaúdedapopulação.
Não negamoscom essas afirmaçõesa gravidade
dosseqüestros,estuprosoudanecessidadedeatendi-
mentoaosdoentesdeaids,masapenasrefletimossobre.
a maneiradiscriminadoracomocertos assuntosnão
atingemcomamesma jQtensidad~.o~se9.!!.1ento~eriYl-
legiadosdapopulaçêourbanamaisrica.
~ 11'''' :, J J>ô .. 1Iob...~4 ~~~
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o ENTORPECIMENTO:
OHÁBITONOSTORNAINSENSíVEIS +:
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Outrasvezesnãohápropriamentedescasocom.ador
provocadapelaviolência,mas.senoiníçiono~com~o~e-
@os;comotempoficamosacom~1~~do de
.. ~.!Ji.moclo~r.,. ...,~.. ... i
No rom!3nceApeste;~.de1947, o escritore filósofo
francêsAlbertCamusdescreveumacidadeassoladapala.
epidemiaerelatacomo,.aeispoucas,aspessoasabando-
namo pânicoinicialeentramnarotina.nãomaissees-
pal,1tandocomadoençanemcomo númerodemortos.
.' ~ comparaçêo,Camusestabeleceumparalelocom. ,
as guerras:"Mas;oquesão 100 milhões.demortos?
Quandos:efazaguerra,malsesabejáoqueéummor-
to. E,vistoqueumhomem.mortosó pesasea vimos
morto,100milhõesdecadàveressemeadosatravésda...
histórianãopassamdeumafumaçanaimaginação."
O hábitose tornaum erigoquando.diantedavio-
_..~.!lÇ.@--,...,~vez.rn!3t~9.«ID:igY!ili:rij1~"'~~E~~ê~p~-
. cidad,e~de,jndi.9~o.Esseprocessodeentorpecimen-
'tOé tambémumaformadebBnBlizBçãodaviolência.
Diferentementedabanalizaçaopelaindiferença,coma
qualaviolãncianemsequerépercebida,aquisabemos
queela,existe,masjánãonostocadamesmaforma.
VIOLÊNCIAEM DEBATE
..
I
I
.,
33..;. i
'0"";
.'!i .
Desde cedo as..erlê.Dças.sã.Q_.e.Dl!.!H.iQ~9.2!!Lfibw
~ Alguns canais detevêe certos jor-
nais dão destaqueao noticiário que transforma a
violênciaem showaser apreciadocomodamentedo
sofá. Não estamos condenando de antemão a
veiculaçãodecenasdessetipo, porque,afinal,a vio-
lênciafazparte davidae não hápor queescondê-Ia.
No 'entanto,não deixade ser curioso que o qosto
pelaviolênciatenha se tor_nadotão intensanos últi-
mos tempos. Talvezesses excessos ima inário
!eflitam ~.§!t~men~o e,~ca.~~,~o~.~vlo!ê.Q.~~
no mundoreal... ,:;.o
-. .0
~;',.
,f1\~ l~!I~f'~i7"S'tIS' 1"-1f!', ij'!l~rnY\~.i},frtl ~J ~,~, \I~~
'V<t;)W!lu\!.~:Jli~ ~u f4>\$;:";":F'.lJ,:,,',~~,.I~t W':I-\.
Começamos,então,anosperguntarcomoseriapos-
sivelsu~eraras váriasformas de...!2..analizaçãoda vio-
lência. E prel?isoreconhecerque..1ê.~Saques~ã9~-
", ' g,enrll'!ri::!p('\liti~ Vejamos como.
" . A democraciaéIaformadegovernoquetemcom-: , /' promlssocoma vida,porissoo combateà violência
~
J" dependeda implantaçãode"'
,
mecanismo!:l.d.emC,c.r;:ãti:o.."""""'fO'ho.q.~~y.".
, ..pos d~~xercícíoQ.Q..JJ.Qdetc~Q~~UIi...9m.Q~~.a-
~j-' ania lenae ,ores eitoaosdireitoshumanos.
:',' ': .,.r"?' Defen er osmreitos'humanosnãosignificapreser-
,': Y varapenasosprópriosdireitosouosdesuafamllia.
;~, , " numaacanhadavisãoindivi~u,alista,justament~P?r-
::>:, quepertencemosaumacoletividade:omundovaialem
,L ',~' do nosso jardim! '
:',h Fazerparted~umasociedadesignificainteragir~;y- , comliberdade,não só indicandorepresentantesno
~ governo.mastambémparticipandopessoalmentede
decisõescoletivas.Por exemplo:~e 'podercada um
temparaintervirnasdecisõesdocondomínio,dobair-
ro. da cidade~,dopaís!.QuevozativapDaãmõs'fér
quantoà educaçãoescolar?E comrespeitoaosas-
suntosveiculadospelatevê?Qualé nossaautonomia
paradiscutiro contratodetrabalho,quedeveriasu-
porumrealequilíbrioentreaspartescontratantes?
Emtermosjurídicos.os direitosdecidadaniasão
adquiridosno alistamentoeleitoral~,uando,a partir
""
':"
34 DEBATENA ESCOLA
,
~.. , I
'~rl
de 16 anos,jásepode-votar,variandoas idadespara :,l
!
' alcançaro direitodeservotado.li.ãoest~,os,PQ:.
.~9'~!jm"~lQ.~~ss~qgs,,êP..enâ§n~§l1ifl,p.!.ff~ãni.E!-.9uen9~ !
-..,s:f< é concedidapela lei. e ~imnl'1 . . ~ .' ' !
'- '-}., J Y c!cf-~daniBde fatq.guesópode Oc~mbatea .~/o'encJa::~~enae 1
, .a~~J~. ~er\al~ança~~~~artirde lenta da Imp'~ntaçao de l71er.;~)/7"$r.:°sI
V- ~ e difíCilconquIsta.Denadaadio:democratlcos de exerl'::c~D10 !
2Y'f antesedeclararcidadãosenão.podercapazesdegarrmm~ !
~Ç>'~ s~conseguesobreviver~om~ig..cidad~ní~.'plenae o rSC:~lJjto I
...? ;:;) nrdade. Um homem só é t::lda- 80,SdireItos humanos. JY ~I..":1 d~9quandDseJ:or..a..a"eerte..n- " ~J' .,dJ?!d '
\genteà ~idade":integradonela e,garticipal)~das~ecisões ;j:)~~.,,,,Y , Iquedefinem,seusru~o$, ~~Y\ 'f
90mos,então.obrigadosareconhecerque.embo- \ ... '
ranaConstituiçãoestejamexpressosos'direitosdos',
cidadãos,Dapráticatemoscidadãosdeprimeiraede'
,terceira classe, e E!té."nã~p,~",' se ,pensarmos..,
'naquelesque~a"ramdespojadosdebensmateriaise:,
, culturais,exCluIdpsd!3,q'u~lquerparticipaçãodopoder
e dos bens sociais., '.,' , , ,
, Talveza explicaçãoparaofatodeihavertantosex-';
eluidoBnoBrasilvenhadesuab.istórl~;I'!la~cada~or
..formasde.Q.Qminação.,A lembrançadasentradase
bandeiras.aprisionandoIndiosparao trabalhonala-
voura,eadofeitordeescravos,acostumadoàviolãn-, .
eiadochicotee dopelourinho,nosajudaacompreen.;
--u ..J dermelhorporqueaprendemosaaceitaro reduzido
.1
r
' -fespaço quefoi reservadoaos oprimidos;desdeotem-
./,' ",s'podossenhoresdeengenho.Assimnos acostuma-~ :1 ri1o~,.?oma !eraruiati i~de umasociedadedividid~
\..1'~ f- entra'!~superlores.',e Inerlores". ''1j Com'aindustrializaçãodopaiseocrescimentoda~cidades,emmuitasregiõesfoi superadaa tradição
Y dos"coronéis"docampo,.oquepermitiuo desenvolvi-
mentomaisautônomodo,sindivíduos.Mesmoassim,
parecequenãomorreuaindaovelhogostopelahie-
rarquia.sobretudoquandqsurgemdificuldadese con-
flitossociais.Vocêmesmojádeveter ouvidopessoas
se manifestarem,desejandoo "pulsoforte"de um
governantequediga"deixecomigoqueeuresolvo!".
Quentosaindanãosonhamcoma instauraçãodaf'or-
dem"políticapormeiodoautoritarismcdoEstado!
',I
"i
, ::;1
: I
'"
VIOLÊNCIAEMDEBATE
...
;'" ::',"
PARACONCLUIR
Podemosagorafecharo círculo,ao perceberquea
violência"branca"existeondeacidadanianãoé respei-
:JâdB:E quemUitasvezesa violência"vermelha"e de-
correntedaquelaprimeira.
O quefazer.então?Comecemospornãoadmitir,
eminstânciaalguma.omenosprezoporquemquerque
seja.A vidadecadaumé única,e porissonãopode
sertratadadeformabanal.Resgatara importênciada
vidaétarefacoletiva,possivelapenasnademocracia,
na qllalo cidadãoconquistaespaçosparaatuarde
maneiravigilantee efetiva.
Daía importênciadetomarconsciênciadasituação,
!::onstatandodistorçOes,desvendandopreconceitos.sen-
sibilizando-separarealidadesdiantedasquais.atéen-
tão,permanecia-seindiferentes.-O-Ihosabertosparaoque..
açonteceemsuacidade.emseupais'e nomundo!Que
talcomeçardesenvolvendoo hábitodelerjornais? .
sêISSOnElobaste.Seos governossãoresponsáveis
pelocombateàviolán~ ueatribuirmosa e~
nasa eesessaincumbência"aceitaremosatutela(de
novoahierarquial),RnnRrlFlmitiremosdasfunçõesde
cidadania,e:fácilreclamareesperarqueoutrasresol-
vamosproblemas,maso cidadãoparticipanteéaque-\ ~ . ..~.
lêquenãofoaedoscomoromlssosqueavidaemgrupo
sempreimpõe,atentoparaasproblemasdafamilía,da
escala.dasaladeaula,dotrabalha,dapolitica,doJazer.
Quasenunca.porém.essaatuaçãoserásolítária.
Observeque,nasociedadecivil,existemváriosgrupos
derepresentaçãoquedefendemosinteressesdesua
classe.masque.ao mesmotempo.têmcontribuido
paraamelhoriadavidanopaís.Porexemplo,aOrdem
, dosAdvogadosdoBrasil!QABlé umorganismodere-.
presentaçãodosadvogadosqueexerceuimportanteatu-
açãocontraas abusosdaditaduramilitar.O mesmo
aconteceucoma AssociaçãoBrasileirade Imprensa
~ê.!1ao defendero direitaà divulgaçãodanoticiae
condenaracensura,ecomaAnistiaInternacional.que
conseguiugarantirosdireitosdetantoscidadãospelo
mundoafora.Tam.bémé essea papeldasOrganiza-
Pequenos
parquesem
cadabairro6
umafonna
d. resgataro
direitod.
todacriança
. aolazer.
36 DEBATENA ESCOLA VIOL~NCIAEMDEBATE
çOesNão-Governamentais,(ONG.§1quelutampelasdi-
reitasora das mulheres,ora das negras.ara da pre-
servaçãodanatureza. ..
.Enfim,chamamosessesgrupos- etantosoutros
existentesouaindaparseremformados- de.~zes
...§.tivasdasociedadecivil.parexercerempressãosobre
outrossetores.inclusive~governamenteis.parafa~
valerasdireitosdoscidadãos.
Seconsiderarmosqueaviolência"branca"desenca-.
deiaoutrostiposdeviolência,e queessesmalessóse-
rãosaneadospelademocracia,é importantequeosci-
dadãosse fortaleçam,interagindoefetivament~na
sociedade,Eticipandodemovim~toscoletivasdere~,
~caçao, sejamelesdesimplesassociaçOesde,bair-
ro,SInCIiCãtos,ouatédelazer(porquenão?).Evidente-
mentenãoestSmosnosreferindoaosgruposformados
petasganguesqueseimpõempelaviolênciaouincitama
intolerânciaracistadasneonazistas.Nasnrga"i7::1ç(jes..
comquesonhamoso"diálogoé oavessodaviolência.
.~~mais.Atuarcamacidadãonãosi nificagarê.!];jr..
o fim: .. ueelafaz artedodramahu~....
mano'.Representa,sim. a lutaconstantee atenta
contrase itosmais erversos,afimdediminuir
a cotadesofrimentodomuno. ' -..
/trar/ati.ela411r-r-arfa11t<tl1(~, I.
~ '...
Nasceu em 1941 em Três l8goas. Mato Grosso do Sul. Ucenc!ou-seem Filosofia
pela PontiflclaUniversidadeCat611cade Silo PaulO(PUc.sP) em 1963. Durante
muitos anos foi professorade Filosofia no curso.secundêrlo.Atualmentecoordena a
Coleção Logos. da EditoraModerna. ê CtHIutorade Rlosofando - introdução A
filosofia e Temasde trlosofla.Escreveua!ndaRlosofia da Educação.Hlst6tia da
EducaçãoeMaqulavel-a16g1cadaforça.todospublicadospelaEditoraModema.

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