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Aula 8 – O Neocolonialismo do Século XIX
Nas aulas anteriores, vimos o processo de industrialização europeia e, a partir do século XIX, a industrialização de países também fora da Europa. Devemos ressaltar que a industrialização está vinculada ao desenvolvimento do capitalismo. Muitos economistas defendem que o capitalismo passa por ciclos e que as crises seriam parte inerente ao sistema. Dessa forma, observamos, ao longo de sua história, períodos de crise, das quais podemos citar como exemplo a ocorrida em 1929 e, mais recentemente, em 2008.
As Crises do Século XX não Foram as Únicas
No século XIX, houve um período também conhecido como grande depressão iniciado em 1873. Uma análise mais profunda mostra que as razões destas crises são bastante similares, por isso são entendidas como parte do capitalismo em si. Em um primeiro momento, temos a expansão da produção. A industrialização e a mecanização tornaram os produtos mais baratos, pois podiam ser confeccionados em grande quantidade em um tempo menor. O desemprego tende a diminuir, pois as indústrias absorvem parte da mão de obra. Estes trabalhadores constituem não só a força de trabalho, mas também um mercado consumidor.
A Produtividade Possui um Custo
Como o consumo não se expande no mesmo ritmo da produção, assim ocorre a crise de superprodução, ou seja, mais bens são produzidos do que a capacidade do mercado de absorvê-los. Nesta conjuntura, as fábricas passam a diminuir sua produtividade e, portanto, a demitir trabalhadores. É o momento de retração (Essa retração passa uma imagem pessimista da economia, que perde confiabilidade. Menos investimentos são feitos, os empréstimos bancários passam a ser controlados e há uma redução do credito disponível.).
Para evitar a falência, muitas empresas abaixam os preços de seus produtos, estimulando uma nova onda de consumo, revitalizando a economia e dando início a um novo ciclo. Cabe lembrar que a economia responde à chamada lei de oferta e demanda. Se há muitos produtos disponíveis, seu preço cai; ao passo que a falta de mercadorias tende a aumentar os preços delas. Nenhum dos dois cenários é favorável e é necessária a busca constante de um equilíbrio entre produtividade e consumo.
No caso do século XIX, as indústrias produziam a pleno vapor. As uniões de trabalhadores haviam conseguido obter alguns direitos trabalhistas, além de garantir o aumento de salários. A crise de superprodução que se seguiu eliminou do mercado as empresas menos competitivas e evidenciou a necessidade de expansão de mercado consumidor para além das fronteiras dos países.
Formação dos Monopólios
Como mecanismo de sobrevivência, formaram-se os grandes monopólios, onde poucas empresas dominavam várias áreas dos setores produtivos. Surgem os cartéis, onde empresas que seriam a princípio concorrentes estabelecem um preço único para seus produtos, eliminando a concorrência daqueles que não participam do processo de cartelização e as holdings, onde uma única empresa detém ações e participação em várias outras, monopolizando o mercando.
A busca por novas fontes de energia, matérias-primas e mercado consumidor dá origem a política imperialista, que é a expansão dos países industrializados em direção aos que ainda não haviam passado por este processo, notadamente os continentes asiático e africano. 
Sobre este momento, afirma Francisco Falcon: “Divide-se habitualmente essa expansão da sociedade burguesa capitalista em duas etapas: antes e após 1870-1880, isto é, o período do capitalismo liberal propriamente dito e o período do capitalismo monopolista, protecionista e imperialista. Na realidade, é bastante difícil estabelecermos diferenças radicais entre as formas de capitalismo existentes naquelas duas épocas e os processos de expansão colonial. Temos, na verdade, um processo de continuada expansão colonialista, pontuada pelos constantes debates entre partidários e opositores das políticas de expansão colonial, sobretudo, no parlamento e na imprensa do Reino Unido. Tal expansão acelera-se ou marca passo em conexão, ao que tudo indica, pelas oscilações conjunturais da economia capitalista, entre as quais corresponde um papel dos mais importantes na chamada grande depressão do século XIX (entre 1873 e 1896). Outro fator a considerar são os efeitos da entrada no cenário das disputas por colônias e mercados entre as potências capitalistas de novas potências em franca expansão econômica, como Alemanha, Itália, Bélgica, Estados Unidos e Japão.”
De forma geral, o neocolonialismo se deu através da formação de colônias e protetorados. As colônias estavam submetidas diretamente ao Estado e possuíam um governador geral, que as administrava em nome da metrópole. Os protetorados dispunham de mais autonomia, pois podiam ser geridos por um governo local, mas sob a atenta supervisão metropolitana.
As consequências do imperialismo foram devastadoras. Grande parte dos problemas atuais da África teve sua origem na política colonial e, anos depois, no estabelecimento de fronteiras 
arbitrárias durante a descolonização. Além disso, houve um intenso processo de ocidentalização cultural, com a adoção e a imposição de hábitos e costumes europeus, o que 
fez ruir uma série de tradições locais, que acabariam por cair em desuso. 
As metrópoles escoavam para suas colônias boa parte de seus produtos industrializados, minando o desenvolvimento das indústrias locais e condenando estes países a permanecerem agroexportadores. A expansão imperialista não foi de forma alguma pacífica e provocou diversos conflitos na Ásia e na África, fruto da resistência dos povos à dominação europeia.
O caso norte-americano é peculiar e foge às regras estabelecidas pelos europeus, embora tenha, de fato, ocupado algumas regiões, como o Havaí – que até então não era um estado norte-americano, tendo sido anexado definitivamente como Estado apenas no século XX – e as Filipinas -, o imperialismo norte-americano recorreu à via diplomática, embasada no poderio militar.
Isso tudo quer dizer que a industrialização dos Estados Unidos transformara aquele país não só na maior potência industrial do continente, mas na que possuía o mais poderoso exército, não só em recursos como em contingente. Essa supremacia levou a política do Big Stick, levado a cabo pelo presidente Theodore Roosevelt, que governou do inicio do século X.
O que foi o Big Stick?
O Big Stick pode ser considerado como parte da Doutrina Monroe, cujo corolário era: América para os americanos. No caso do Big Stick, a filosofia era: fale macio e tenha nas mãos um porrete. Essa política levou a intervenção em diversos países latino-americanos, que por sua vez eram instados a dirigir sua economia e sua política de acordo com os interesses estrangeiros.
Cabe lembrar que os países latinos tiveram uma industrialização tardia e dependiam ainda, na sua maioria, do mercado externo. Na virada do século XIX e XX, estes países agrários não podiam fazer frente ao poderio econômico e bélico norte-americano, que logo se tornou o parceiro privilegiado dos países latinos, em cujas políticas interferia livremente.
Papel das Indústrias Norte-Americanas na Expansão Imperialista
Na América, os costumes se tornaram parte irreversível das culturas locais. Desde a adoção dos hábitos de vestir como tênis e jeans, até os hábitos alimentares, que culminaram na chamada indústria de fast food. Progressivamente, a dependência se tornou cada vez mais intensa com a concessão de empréstimos, que aumentava a dívida externa dos países latinos e deixava-os vulneráveis às pressões norte-americanas.
Neste sentido, as industrias norte-americanas foram uma ferramenta indispensável para a expansão imperialista. Na cultura, coube ao cinema o papel de divulgador dos costumes e valores.
Cuba e a Emenda Platt
Como exemplo da política imperialista americana, podemos citar o caso cubano. Após sua independência da Espanha, Cuba desenvolveu intensas relações econômicas com os Estados Unidos. Para garantir sua hegemonia sobre ailha, foi instituída a Emenda Platt, um dispositivo constitucional que dava aos Estados Unidos plenos poderes para intervir política e 
militarmente na ilha. 
Somente após a Segunda Guerra Mundial, com as economias europeias arrasadas pelo conflito, que a configuração mundial mudaria e os países da Ásia e da África se tornariam novamente independentes. No caso do imperialismo americano, à exceção de Cuba que rompe relações diplomáticas após a revolução, a influência se manteve por todo o continente e, embora a economia atual seja globalizada, os Estados Unidos permanecem como parceiros privilegiados dos países latinos.
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