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O fim da bipolaridade e a busca por uma nova ordem (unipolar ou multipolar)

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1 
O fim da bipolaridade e a busca por uma nova ordem (unipolar 
ou multipolar?) 
 
É possível que aos mais jovens a denominação “União das Repúblicas 
Socialistas Soviéticas (URRS)”, ou simplesmente “União Soviética”, soe estranho. 
Mas até o final dos anos 1980 e começo dos anos 1990 era esse o nome da potência 
que se opunha aos Estados Unidos em uma queda de braço pela hegemonia 
econômica, diplomática, tecnológica e bélica no planeta. 
 
E essas potências nucleares (a URSS ganha esse status um pouco depois, em 
1949), com força bélica desproporcionalmente maior do que os demais países, com 
potencial bélico apto a destruir várias vezes o planeta, possuíam posições 
ideológicas absolutamente opostas. 
 
E você já pode imaginar que essa oposição teria consequências, não é mesmo? 
 
Vamos, então, conhecê-las. 
 
Guerra Fria 
O antagonismo entre essas duas potências fez surgir a chamada Guerra Fria1, 
que estabeleceu uma ordem bipolar ao mundo, a partir de uma visão imperialista 
de ambas as partes. 
Visto de uma forma que reconhecemos como simplificada, poderíamos dizer 
que, se por um lado, os capitalistas liberais americanos defendiam as bandeira do 
capitalismo, da democracia e da liberdade, por outro lado, a URSS, portava a 
bandeira do comunismo, da ditadura do proletariado e da igualdade material, 
embora a história tenha nos ensinado que os discursos proferidos pelos dois lados 
não convergiam com as suas práticas. 
 
 
1
 GUERRA FRIA. Disponível em: http://www.suapesquisa.com/guerrafria/. Acesso em: 11 set. 
2013. 
 
 
 
 
 2 
Como essa história terminou? 
 
A Guerra Fria2 termina oficialmente com o fim da União Soviética, em 
dezembro de 1991, embora simbolicamente já estivesse finalizada com a Queda do 
Muro de Berlim, em 1989. 
 
A derrocada do império soviético teve como consequência não apenas sua 
própria desintegração geográfica (com algumas antigas regiões ganhando sua 
soberania e passando a ter status de Estado Nacional), como também a 
debandada do bloco socialista (ver mapa) para a zona de influência 
capitalista americana. 
 
Por isso, alguns autores preferem, como vimos na aula passada, entender que 
é neste momento que se dá o início do processo de globalização, a partir da 
chamada Pax Americana, denominação dada à nova ordem internacional imposta 
pelos americanos que, como grandes vencedores da Guerra Fria, poderiam impor 
seu modelo econômico-social e ideológico. 
 
ATENÇÃO! 
 
A Pax Americana pode ser definida, basicamente, como o triunfo do Capitalismo a 
partir da queda do Muro de Berlim e, segundo Guilherme Sandoval Góes, é “um conceito 
geopolítico, cujo significado é a imposição de um cenário internacional unipolar com 
predominância cêntrica norte-americana em todos os campos do poder nacional (político, 
econômico, militar, cultural e tecnológico)”. 
 
 
Trata-se da Teoria da Unipolaridade que atribui aos EUA o centro do 
poder no sistema internacional, impulsionando, como vimos, o processo de 
globalização. 
 
Esse foi o panorama predominante até o fim do século XX. 
 
2
 DISSOLUÇÃO DA UNIÃO SOVIÉTICA. Disponível 
em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dissolu%C3%A7%C3%A3o_da_Uni%C3%A3o_Sovi%C3%A9tica. 
Acesso em: 11 set. 2013. 
 
 
 
 
 3 
 
 
Unipolaridade 
 
A visão referente à unipolaridade, com ascendência americana é, nos dias de 
hoje, contestada por alguns estudiosos da geopolítica. Há quem, mesmo 
reconhecendo a importância e a força dos EUA, entenda que o poder se fragmentou 
e, nos dias de hoje, pode-se falar em um sistema multipolar (Poder dividido 
por muitos países). 
 
Nesta linha, apontam para movimentos nas relações internacionais que 
indicam o surgimento de potências emergentes, cuja importância (principalmente 
econômica) cresce no cenário global. 
 
Isso exige, então, uma redivisão dos poderes e uma redefinição dos papeis 
exercidos pelas diversas nações. 
 
Ascendência americana 
 
Como exemplo deste desafio à ascendência americana temos, no campo 
econômico, o surgimento dos denominados países BRICS e a formação de blocos 
econômicos (União Europeia, à frente), como veremos mais adiante. 
 
Além disso, diversos fatos isolados demonstram que Estados que não possuíam 
anteriormente espaço para manifestação ativa nas decisões de repercussão na 
política internacional começam a pleitear seus lugares nos principais Conselhos dos 
organismos internacionais. 
Para exemplificar, citamos o fato de que Brasil, Alemanha, Índia e Japão vêm 
reivindicando participação no Conselho de Segurança da ONU, como membros 
permanentes. 
 
Ver também, http://www.infoescola.com/geografia/organizacao-das-nacoes-
unidas-onu/ 
 
 
 
 
 4 
Nesta via, muitos analistas afirmam que, embora o conceito de multipolar (o 
poder dividido por muitos países) seja bastante complexo, o mundo tende a 
caminhar nesta direção, na qual o poder e as responsabilidades pelas crises passam 
a ser objeto de uma deliberação conjunta de um maior grupo de Estados3. 
 
 
OS BRICS 
 
Em economia, BRIC é a sigla que se refere aos países membros fundadores: 
 “B” de Brasil; 
 “R” de Rússia; 
 “I” Índia; e 
 “C” de China. 
 
Esse grupo foi criado por Jim O'Neill em um estudo de 2001, intitulado 
“Building Better Global Economic BRICs”. 
 
Desde então, a sigla representa um símbolo da mudança no poder econômico 
global, em contaposição às economias desenvolvidas do G7. 
 
 
ATENÇÃO! 
Os estudiosos afirmam que México e Coreia do Sul seriam os únicos outros 
países comparáveis aos BRICS, mas suas economias foram inicialmente excluídas 
por serem consideradas mais desenvolvidas, uma vez que já eram membros da 
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. 
 
 
Posteriormente, em 2011, foi incluído o “S” (maiúsculo) do grupo, que 
representa South Africa (África do Sul). 
 
 
3
 POLARIDADE NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS. Disponível 
em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Polaridade_nas_rela%C3%A7%C3%B5es_internacionais. Acesso 
em: 11 set. 2013. 
 
 
 
 
 5 
Juntos, os cinco formam hoje um grupo político de cooperação que se une 
para algumas ações comuns em diversos temas. 
 
Assim, “os BRICS”, ou “países BRICS”, embora ainda não sejam um bloco 
econômico ou uma associação de comércio (como é o caso da União Europeia ou do 
Mercosul), desde 2009, realizam cúpulas anuais, com vistas a procurar formar uma 
“aliança política” e, assim, converter “seu crescente poder econômico4 também 
em uma maior influência geopolítica”. 
 
Embora estejam situados nos diversos continentes (América do Sul, Europa, 
Ásia e África), desconfigurando a ideia de bloco regional, a verdade é que há 
previsões que em 2020 ocuparão um espaço de relevância econômica e política que 
caracterizará a consolidação do grupo de países. Dessa forma, seus componentes 
representarão papéis de protagonismo na ordem internacional5. 
 
Os processos de integração regionais 
 
A globalização tende a diluir as fronteiras tradicionais, aumentando a 
interdependência e as interações, tornando o mundo, cada vez mais, um lugar 
único. 
 
Nesta direção, o processo de integração regional representa uma 
oportunidade de expandir as fronteiras econômicas e comerciais dos países-
membros e ampliar as possibilidades para as empresas que operam no mundo. 
 
Mais do que isso, esse processo simboliza um novo modelo institucional 
diferenciado em busca de novas formas de organização jurídico-política, em 
substituição às tradicionais concepções de Estados soberanos predominantesnestes 
últimos séculos. 
 
 
4
 OS BRICS EM NÚMEROS. Disponível em: http://oglobo.globo.com/infograficos/brics/. 
Acesso em: 11 set. 2013. 
 
 
5
 DÉCADA DE 2020 DEVE CONSOLIDAR PODER DOS BRICS. Disponível em: 
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/03/090330_bricsabertura_ss.shtml. Acesso em: 11 
set. 2013. 
 
 
 
 
 6 
A proliferação e o aprofundamento dos processos de integração 
regional6, iniciados no século passado, têm como o modelo mais importante e 
aprimorado a União Europeia7. Além desse, podemos citar: 
 
 Mercosul; 
 Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA)8; 
 Pacto Andino9; 
 Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN); 
 Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (APEC)10; 
 Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC)11; 
 Mercado Comum Centro-Americano (MCCA)12; 
 Aliança do Pacífico; 
 BENELUX etc. 
 
Isso não escapa à realidade brasileira, tendo em vista o papel ampliado que 
nosso país exerce no âmbito deste mundo globalizado. Assim, o nosso país é 
membro efetivo do Mercosul, exercendo um papel de natural liderança no bloco, 
em razão da maior força de sua economia. 
 
É importante entender o fenômeno da integração regional já que ela não 
apenas se relaciona a questões econômicas. No futuro, independentemente dos 
laços políticos mais estreitos que, certamente, tendem a ocorrer, haverá também 
repercussões no que se refere a questões humanas, sociais e culturais, como, por 
exemplo, a livre circulação de pessoas e trabalhadores pelos países membros . 
 
ATENÇÃO! 
 
Embora hoje tenhamos, no Brasil, algumas dificuldades em discutir temas 
relacionados à vinda de trabalhadores de outros países para exercerem atividades 
laborativas aqui, esse tema, tabu em quase todos os blocos (com exceção da União 
Europeia), tende a ser uma decorrência natural do desenvolvimento dos diversos 
blocos econômico espalhados pelo mundo. 
 
 
6 Para saber mais, leia o texto Blocos econômicos. 
 
7 Para saber mais, leia o texto Informações de base sobre a União Europeia. 
 
8 Para saber mais, leia o texto O Nafta. 
 
9 Para saber mais, leia o texto Pacto Andino (Comunidade Andina de Nações). 
 
10 Para saber mais, leia o texto APEC. 
 
11 Para saber mais, leia o texto SADC. 
 
12 Para saber mais, leia o texto MCCA – Mercado Comum Centro Americano. 
 
 
 
 7 
Primeiro, circulam livremente as mercadorias e, em um segundo momento, 
começam a circular livremente pessoas e trabalhadores. Hoje, só a Europa tem 
esse modelo mais desenvolvido. 
 
No caso da União Europeia, cujo grau de integração é bastante elevado, há 
quem entenda que ali alguns novos fenômenos da ciência política começam a 
ocorrer, colocando em discussão questões importantes como: 
 
 O papel de protagonismo dos Estados Nacionais na condução da política 
internacional devido à perda de soberania em relação ao “governo do bloco”; 
 
CURIOSIDADE 1 
 
Você se lembra de suas aulas de história, em que aprendeu que até a Segunda 
Guerra Mundial a Europa era um barril de pólvora com os Estados Nacionais em 
constantes guerras uns com os outros? 
 
Pois, é. Hoje as coisas mudaram. Reina ali uma paz sem precedentes. 
As divergências são tratadas sempre no Parlamento Europeu com a 
intervenção de todos os participantes do bloco. Esse é um ponto positivo deste tipo 
de integração. 
Aliás, aqui na América do Sul, muito se falava das relações nada amistosas 
entre Brasil e Argentina. Hoje, pensar em um conflito bélico com nossos vizinhos, 
parceiro no Mercosul, é impensável. 
 
 O conceito de cidadania. 
 
CURIOSIDADE 2 
 
Os indivíduos nacionais dos 28 Estados que compõem a União Europeia são 
chamados de “cidadãos europeus”, ou seja, além do vínculo de cidadania 
decorrente da nacionalidade (por exemplo, português, italiano, francês, espanhol 
etc.), eles possuem um vínculo de cidadania com a Europa. 
 
De qualquer forma, mesmo que a maior parte dos blocos ainda não possua 
alguns das vantagens já presentes na União Europeia, podemos localizar alguns 
benefícios advindos da integração econômica. 
 
Porém, os estudiosos listam também alguns prejuízos que a própria prática 
vem deixando claros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
Vamos conhecer as vantagens e desvantagens ora mencionadas: 
 
VANTAGENS DESVANTAGENS 
Criação ou desenvolvimento de 
atividades dificilmente compatíveis 
com a dimensão nacional 
As disparidades do 
desenvolvimento econômico e social 
entre os particulares no processo de 
integração. 
Formulação mais coerente e 
rigorosa das políticas econômicas 
Busca por transformação das 
estruturas econômicas e sociais (há a 
necessidade de certo equilíbrio 
socioeconômico entre os países-
membros, sob pena de que os países 
com menor estrutura levem 
desvantagens). 
A resistência dos aparelhos 
nacionais às regras de disciplina 
coletiva (o problema de quem possui 
a soberania). 
Reforço da capacidade de 
negociação (a negociação liderada 
pelo bloco tem mais força do que a 
liderada por um país-membro). 
Vantagens para os consumidores 
em face ao acesso a melhores 
produtos e melhores preços. 
A resistência psicológica das 
populações que ainda se reconhecem 
no quadro cultural nacional. 
 
A Guerra pelo mundo e o Terrorismo 
 
Na última década, as guerras se concentram na Ásia e na África. 
 
Embora ocorram no interior dos países, elas também podem ser consideradas 
internacionais, pois grupos rebeldes possuem conexões globais para a manutenção 
do financiamento da luta armada. Além disso, em diversas zonas de guerra, estão 
presentes tropas de paz da ONU, bem como ONGs internacionais. 
 
As guerras têm motivações várias, como conflitos em razão de disputas, 
étnicas, territoriais, religiosas13. 
 
Porém, não se pode deixar de ressaltar as disputas que se dão por razões 
econômicas, em torno da riqueza desses países. Nessa linha, a desigualdade 
causada pela globalização vem sendo apontada como um forte fator, acirrando as 
tensões sociais e políticas. 
 
 
13
 7 CONFLITOS ATUAIS CAUSADOS POR DIFERENÇAS RELIGIOSAS. Disponível em: 
http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/7-conflitos-atuais-causados-por-diferencas-religiosas/. 
Acesso em: 11 set. 2013. 
 
 
 
 
 9 
Infelizmente, a população civil é a maior vítima das guerras atuais. Alvo 
frequente de matanças deliberadas promovidas por forças em guerra, segundo 
organismos internacionais, os civis perfazem 90% das mortes em áreas de conflito. 
 
Todavia, há outras consequências a lamentar: a cada ano, milhões de civis 
abandonam as zonas de guerra e buscam refúgio em nações vizinhas (são os 
chamados “refugiados”) ou em abrigos provisórios dentro do próprio país. 
 
O Terrorismo 
 
Uma definição do que venha a ser “terrorismo” não é consensual entre os 
estudiosos. 
 
Costuma-se dizer que se trata do uso sistemático da violência contra certa 
população a fim de criar um ambiente de medo e alcançar um objetivo político. De 
toda forma, o uso do terrorismo é um fenômeno marcante da política 
contemporânea, e, em geral, está associado a lutas promovidas por grupos 
nacionalistas. 
 
Embora haja quem relacione o ato de terrorismo com ações contra grupos 
civis, há outros que afirmam que é possível que ações tidas como terroristas sejam 
consideradas legítimas por enfrentarem o domínio colonial, a repressão ou mesmo a 
ocupação ilegítima de território. Um exemplo disso é a Resistência francesa, 
momento em que se lutou contra a ocupação nazista na II Guerra Mundial, 
utilizando métodos terroristas em oposição à ocupação nazista.O paradigmático 11 de setembro e os novos rumos da questão 
 
Nos dias atuais o tema ganhou novos contornos e, certamente, o terrorismo é 
um dos fenômenos de violência que mais assustam as civilizações do novo milênio. 
 
O “terrorismo contemporâneo” ganhou grande repercussão, passando a ser um 
dos principais temas das agendas da política internacional, principalmente com os 
famosos chamados “Ataques de 11 de setembro14”, nos Estados Unidos. 
 
Com a consumação do ato terrorista em território americano, o presidente da 
época, George W. Bush, partiu para uma política de revide, a partir da chamada 
Doutrina Bush15. 
 
14 11 DE SETEMBRO: O ATENTADO TERRORISTA QUE MUDOU O MUNDO. Disponível 
em: http://www.mundoportugues.org/content/1/5604/setembro-atentado-terrorista-que-mudou-
mundo. Acesso em: 11 set. 2013. 
 
15 DOUTRINA BUSH: GUERRA CONTRA O TERRORISMO E O "EIXO DO MAL". Disponível 
em: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/doutrina-bush-guerra-contra-o-terrorismo-e-o-
eixo-do-mal.htm. Acesso em: 11 set. 2013. 
 
 
 
 1
0 
 
Na ausência de um adversário explícito, os EUA declaram, genericamente, 
“guerra ao terror”, elegendo como seu principal inimigo a rede terrorista Al 
Qaeda. 
Uma das características deste novo terrorismo praticado por essa rede é que 
suas ações não reconhecem fronteiras, possuindo um objetivo internacional: atacar 
a influência ocidental no mundo atual. 
 
A política unilateral americana, que tende a agir segundo sua vontade 
(desconsiderando as diretivas da ONU, mesmo quando obtidas em Assembleia 
Geral), ao professar “guerra ao terror”, declarou guerra também a governos que 
considerou como inimigos, por concederem proteção a grupos extremistas (Iraque e 
Afeganistão e, mais recentemente, embora sem guerra formal, o Irã). 
 
Passados mais de dez anos, o esforço por manter a guerra consumiu alguns 
trilhões de dólares e contribuiu para um grande déficit nas contas públicas dos EUA, 
trazendo claras repercussões à economia mundial. 
 
A Doutrina Bush (ainda não completamente abandonada) gera também um 
grande desgaste político e moral. Isso porque o lema de “defensor da liberdade e 
dos direitos humanos” dificilmente consegue se manter de pé quando avaliadas 
situações como as de Guantánamo16, como a da Lei Patriótica, ou mesmo o recente 
Caso Edward Snowden17. 
 
ATENÇÃO! 
 
Depois do 11 de setembro, a Lei Patriótica deu ao presidente o direito de 
prender sem acusação prévia suspeitos de terrorismo. 
 
Pouco depois, Bush mandou grampear telefonemas e e-mails de cidadãos sem 
permissão judicial. 
 
Viajar de avião virou uma via-crúcis. A segurança nos aeroportos foi reforçada 
e a inspeção de passageiros aumentou as filas, os atrasos e o desconforto. 
 
 
 
 
 
 
 
16
 PRISÃO DE GUANTÁNAMO. Disponível em: http://www.infoescola.com/historia/prisao-de-
guantanamo/. Acesso em: 11 set. 2013. 
 
17 ENTENDA O CASO DE EDWARD SNOWDEN, QUE REVELOU ESPIONAGEM DOS EUA. 
Disponível em: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/07/entenda-o-caso-de-edward-snowden-
que-revelou-espionagem-dos-eua.html. Acesso em: 11 set. 2013. 
 
 
 
 
 1
1 
Morte de Bin Laden 
 
Com a morte de Bin Laden18 e o consequente enfraquecimento da coluna 
principal do Al Qaeda, deu-se a retirada militar dos EUA no Iraque e a redução das 
tropas previstas para o Afeganistão. 
 
Porém, a tensão permanece com as atenções americanas voltando-se para a 
crescente influência do Irã (considerado hoje o principal componente do que os 
americanos chamam de Eixo do Mal19) no Oriente Médio, cuja histórica alta 
instabilidade20 permanece a todo vapor. Fato que não dá margens para que se 
pense na superação do uso do terrorismo como forma tática degradante e 
desumana, nos inúmeros conflitos em torno do planeta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18
 OSAMA BIN LADEN. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Osama_bin_Laden. Acesso em: 
11 set. 2013. 
 
19
 EIXO DO MAL. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Eixo_do_mal. Acesso em: 11 set. 
2013. 
20 ORIENTE MÉDIO. Disponível em: http://noticias.terra.com.br/mundo/oriente-medio/ e 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Conflitos_no_Oriente_M%C3%A9dio. . Acesso em: 11 set. 
2013. 
 
 
 
 1
2 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
 
Questão 1: 
 
Uma questão geopolítica, que rende grandes debates nos últimos tempos, é a 
que discute a composição de forças políticas no pós-queda do Muro de Berlim. 
 
Analise as assertivas abaixo e depois assinale a resposta correta: 
 
I – A visão predominante é que a Rússia comunista (substituindo a União 
Soviética) ainda divide com os Estados Unidos a hegemonia política do mundo 
contemporâneo, ampliando sua zona de influência para o Oriente; 
II – Uma visão que ainda possui bastante força é aquela que afirma que são os 
Estados Unidos, graças a força de sua economia e de seu poderio bélico, a grande 
potência hegemônica na geopolítica contemporânea; 
III – Uma visão que vai ganhando adeptos é aquela que entende que a 
tendência mundial é a certa multipolarização do poder político global, com 
mitigação da força americana e surgimento de novas lideranças; 
IV – Na política internacional prepondera a igualdade entre as nações, não 
havendo, nos dias de hoje, qualquer liderança. Qualquer país, independentemente 
de sua força econômica ou bélica, possui igual espaço no contexto político da 
ordem internacional. 
 
Estão corretas: 
a) as assertivas I e II 
b) as assertivas II e III 
c) as assertivas I e III 
d) as assertivas II e III 
e) as assertivas I e III 
 
Gabarito comentado: 
 
Resposta correta é letra B. 
 
Embora a Rússia ainda seja um país cuja relevância política é muito grande, 
após a queda do Muro de Berlim, sua influência geopolítica foi bastante reduzida. 
 
Outros erros em relação à Rússia, nesta afirmação, é que ela não é mais 
comunista (adotando uma direção ao capitalismo) e sua influência no Oriente não 
vem aumentando, como sugeriu a assertiva I. 
 
Por outro lado, a assertiva IV está amplamente equivocada, já que o poder 
econômico e bélico são, sim, fatores que influenciam no quadro geopolítico. 
 
Nesse sentido, duas tendências hoje se opõem: pensar se estamos diante de 
um mundo unipolar (EUA à frente) ou se estamos diante de um mundo 
 
 
 
 1
3 
multipolar (com a emergência de novos atores políticos a rivalizar com a 
influência americana). 
 
 
Questão 2: 
 
OS BRICS são países que se notabilizaram pela pujança econômica. Isso fez 
com que ganhassem força, nos últimos tempos, no cenário internacional. 
 
Neste sentido, analise as assertivas e, após, marque a opção que 
correspondem às características do BRICS: 
 
I – São países cuja aliança representa grande relevância do ponto de vista 
econômico por serem consideradas potências emergentes; 
II - São países que, com o crescimento econômico, tendem a ganhar maior 
espaço no contexto político global; 
III – São países unidos pela cultura e pela língua, formando uma associação 
econômica e política; 
IV – São países que configuram o que os estudiosos chamam de bloco regional, 
tendência no mundo contemporâneo. 
 
Estão corretas: 
a) as assertivas I e II 
b) as assertivas II e III 
c) as assertivas III e IV 
d) as assertivas II e III 
e) as assertivas I e III 
 
Gabarito comentado: 
 
Está correta a alternativa A. 
 
Os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) possuem línguas e 
culturas muitíssimo diversas e não formam um bloco regional, já que se situam em 
quatro diversos continentes. 
 
O que possuem em comum são,principalmente, os interesses econômicos 
complementares e estratégicos, pois, sendo algumas das economias emergentes 
mais promissoras de uma nova ordem econômica que vai se solidificando, a 
tendência é que transformem essa pujança em poder político. 
 
Questão 3: 
 
O processo de integração econômica é uma das apostas que os países vêm 
fazendo no sentido de se tornarem mais competitivos no mercado internacional, em 
estrutura cada vez mais globalizada. 
 
 
 
 
 1
4 
Considerando esse fator, leia as assertivas abaixo e marque depois a 
alternativa que aponta para as afirmações corretas: 
 
I – A integração econômica em blocos, em regra, vem tendo como principal 
característica a ampliação da livre-circulação, não apenas de mercadorias mas 
também de trabalhadores, no âmbito dos países participantes dos blocos; 
II – Apesar da crise pela qual vem passando, a União Europeia é o mais bem 
sucedido e avançado projeto de integração regional no mundo contemporâneo; 
III – O Mercosul tem hoje como membros Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, 
Venezuela e Chile; 
IV – Uma das possíveis consequências da formação de blocos econômicos é o 
fato de alterar a concepção de soberania estatal, já que os Estados devem se 
submeter a determinados acordos estabelecidos com os demais países-membros do 
bloco. 
 
São corretas: 
a) I e II 
b) I e III 
c) I e IV 
d) II e IV 
e) III e IV 
 
Gabarito comentado: 
 
A alternativa correta é a letra D. 
 
Na assertiva I, com exceção da União Europeia, os blocos econômicos, embora 
caminhem em direção à ampliação do processo de livre-circulação de mercadorias, 
não têm avançado no processo de livre-circulação de pessoas e trabalhadores. Por 
isso, a resistência das próprias populações a uma reserva de mercado de trabalho é 
muito grande. 
 
Na assertiva III, o Chile não é membro formal do Mercosul. 
 
Questão 4: 
 
Os conflitos ao redor do mundo continuam a acontecer, sendo que a 
denominada Pax americana não impôs o seu fim. 
 
Entre as assertivas abaixo, analise as que apontam as afirmações corretas: 
 
I – A tolerância religiosa predomina no mundo atual, sendo que os conflitos 
existentes no mundo não possuem motivação religiosa; 
II – As guerras ao redor do mundo, em razão da intervenção da ONU, atingem, 
cada vez menos, as populações civis; 
 
 
 
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III – O aumento da desigualdade social, gerada pela globalização, é apontada 
por analistas como uma das principais razões dos conflitos contemporâneos; 
IV – Em termos continentais, os principais conflitos armados no mundo 
localizam-se, neste momento, na Ásia e na África. 
 
 
São corretas: 
a) I e II 
b) I e III 
c) I e IV 
d) II e IV 
e) III e IV 
 
Gabarito comentado: 
 
A resposta correta é a letra E. 
 
Alguns dos principais conflitos no mundo têm forte motivação religiosa, 
principalmente nos continentes africano e asiático (fundamentalmente no Oriente 
Médio). 
 
Nesses conflitos, como vimos na aula, as populações civis são mais atingidas 
do que a população de combatentes. 
 
 
Questão 5: 
 
Há quem considere o “11 de setembro” um verdadeiro divisor de águas na 
política internacional, entendendo que ele dá início a uma nova era e a um novo 
mundo. 
 
Considerando esse tema, marque a alternativa correta: 
 
a) A Lei Patriótica (ou Ato Patriótico) dá início a uma política mais aberta ao 
diálogo dos EUA com a comunidade árabe. 
b) Uma das características do terrorismo praticado pela Al Qaeda, marca de 
um tipo de terrorismo dos nossos tempos, é que suas ações não reconhecem 
fronteiras, possuindo um objetivo internacional: atacar a influência ocidental no 
mundo atual. 
c) A Doutrina Bush foi a política de abertura ao diálogo com as redes 
terroristas de forma a tentar conter a onda de violência 
d) A ação americana no Iraque e no Afeganistão trouxe a pacificação do 
Oriente Médio. 
 
 
 
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e) A Doutrina Bush e o Ato Patriótico consolidaram a imagem de defensores da 
liberdade e dos direitos humanos que os americanos, desde a Segunda Guerra, 
ostentam. 
 
Gabarito comentado: 
 
A letra B está correta, pois tanto a Doutrina Bush como o Ato Patriótico 
expressam uma política extremamente dura e intransigente com o terrorismo 
antiamericano, externando uma declaração de guerra total ao terrorismo. Porém, 
arranharam fortemente a imagem liberal e de defesa das liberdades tão fortemente 
cultivada pelos americanos. 
 
Tanto a Doutrina, como o Ato Patriótico abrem um período em que se 
permitem violações graves a direitos humanos, principalmente no que se refere aos 
direitos à intimidade, à privacidade, direito à não ser torturado, direito à vida etc. 
 
No que se refere especificamente à letra D, nada indica que as intervenções 
ao Iraque e ao Afeganistão fizeram com que os EUA avançassem na “guerra contra o 
terror”. Pelo contrário, o antiamericanismo parece ter crescido em grande parte do 
mundo.

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