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1 O fim da bipolaridade e a busca por uma nova ordem (unipolar ou multipolar?) É possível que aos mais jovens a denominação “União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URRS)”, ou simplesmente “União Soviética”, soe estranho. Mas até o final dos anos 1980 e começo dos anos 1990 era esse o nome da potência que se opunha aos Estados Unidos em uma queda de braço pela hegemonia econômica, diplomática, tecnológica e bélica no planeta. E essas potências nucleares (a URSS ganha esse status um pouco depois, em 1949), com força bélica desproporcionalmente maior do que os demais países, com potencial bélico apto a destruir várias vezes o planeta, possuíam posições ideológicas absolutamente opostas. E você já pode imaginar que essa oposição teria consequências, não é mesmo? Vamos, então, conhecê-las. Guerra Fria O antagonismo entre essas duas potências fez surgir a chamada Guerra Fria1, que estabeleceu uma ordem bipolar ao mundo, a partir de uma visão imperialista de ambas as partes. Visto de uma forma que reconhecemos como simplificada, poderíamos dizer que, se por um lado, os capitalistas liberais americanos defendiam as bandeira do capitalismo, da democracia e da liberdade, por outro lado, a URSS, portava a bandeira do comunismo, da ditadura do proletariado e da igualdade material, embora a história tenha nos ensinado que os discursos proferidos pelos dois lados não convergiam com as suas práticas. 1 GUERRA FRIA. Disponível em: http://www.suapesquisa.com/guerrafria/. Acesso em: 11 set. 2013. 2 Como essa história terminou? A Guerra Fria2 termina oficialmente com o fim da União Soviética, em dezembro de 1991, embora simbolicamente já estivesse finalizada com a Queda do Muro de Berlim, em 1989. A derrocada do império soviético teve como consequência não apenas sua própria desintegração geográfica (com algumas antigas regiões ganhando sua soberania e passando a ter status de Estado Nacional), como também a debandada do bloco socialista (ver mapa) para a zona de influência capitalista americana. Por isso, alguns autores preferem, como vimos na aula passada, entender que é neste momento que se dá o início do processo de globalização, a partir da chamada Pax Americana, denominação dada à nova ordem internacional imposta pelos americanos que, como grandes vencedores da Guerra Fria, poderiam impor seu modelo econômico-social e ideológico. ATENÇÃO! A Pax Americana pode ser definida, basicamente, como o triunfo do Capitalismo a partir da queda do Muro de Berlim e, segundo Guilherme Sandoval Góes, é “um conceito geopolítico, cujo significado é a imposição de um cenário internacional unipolar com predominância cêntrica norte-americana em todos os campos do poder nacional (político, econômico, militar, cultural e tecnológico)”. Trata-se da Teoria da Unipolaridade que atribui aos EUA o centro do poder no sistema internacional, impulsionando, como vimos, o processo de globalização. Esse foi o panorama predominante até o fim do século XX. 2 DISSOLUÇÃO DA UNIÃO SOVIÉTICA. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dissolu%C3%A7%C3%A3o_da_Uni%C3%A3o_Sovi%C3%A9tica. Acesso em: 11 set. 2013. 3 Unipolaridade A visão referente à unipolaridade, com ascendência americana é, nos dias de hoje, contestada por alguns estudiosos da geopolítica. Há quem, mesmo reconhecendo a importância e a força dos EUA, entenda que o poder se fragmentou e, nos dias de hoje, pode-se falar em um sistema multipolar (Poder dividido por muitos países). Nesta linha, apontam para movimentos nas relações internacionais que indicam o surgimento de potências emergentes, cuja importância (principalmente econômica) cresce no cenário global. Isso exige, então, uma redivisão dos poderes e uma redefinição dos papeis exercidos pelas diversas nações. Ascendência americana Como exemplo deste desafio à ascendência americana temos, no campo econômico, o surgimento dos denominados países BRICS e a formação de blocos econômicos (União Europeia, à frente), como veremos mais adiante. Além disso, diversos fatos isolados demonstram que Estados que não possuíam anteriormente espaço para manifestação ativa nas decisões de repercussão na política internacional começam a pleitear seus lugares nos principais Conselhos dos organismos internacionais. Para exemplificar, citamos o fato de que Brasil, Alemanha, Índia e Japão vêm reivindicando participação no Conselho de Segurança da ONU, como membros permanentes. Ver também, http://www.infoescola.com/geografia/organizacao-das-nacoes- unidas-onu/ 4 Nesta via, muitos analistas afirmam que, embora o conceito de multipolar (o poder dividido por muitos países) seja bastante complexo, o mundo tende a caminhar nesta direção, na qual o poder e as responsabilidades pelas crises passam a ser objeto de uma deliberação conjunta de um maior grupo de Estados3. OS BRICS Em economia, BRIC é a sigla que se refere aos países membros fundadores: “B” de Brasil; “R” de Rússia; “I” Índia; e “C” de China. Esse grupo foi criado por Jim O'Neill em um estudo de 2001, intitulado “Building Better Global Economic BRICs”. Desde então, a sigla representa um símbolo da mudança no poder econômico global, em contaposição às economias desenvolvidas do G7. ATENÇÃO! Os estudiosos afirmam que México e Coreia do Sul seriam os únicos outros países comparáveis aos BRICS, mas suas economias foram inicialmente excluídas por serem consideradas mais desenvolvidas, uma vez que já eram membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Posteriormente, em 2011, foi incluído o “S” (maiúsculo) do grupo, que representa South Africa (África do Sul). 3 POLARIDADE NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Polaridade_nas_rela%C3%A7%C3%B5es_internacionais. Acesso em: 11 set. 2013. 5 Juntos, os cinco formam hoje um grupo político de cooperação que se une para algumas ações comuns em diversos temas. Assim, “os BRICS”, ou “países BRICS”, embora ainda não sejam um bloco econômico ou uma associação de comércio (como é o caso da União Europeia ou do Mercosul), desde 2009, realizam cúpulas anuais, com vistas a procurar formar uma “aliança política” e, assim, converter “seu crescente poder econômico4 também em uma maior influência geopolítica”. Embora estejam situados nos diversos continentes (América do Sul, Europa, Ásia e África), desconfigurando a ideia de bloco regional, a verdade é que há previsões que em 2020 ocuparão um espaço de relevância econômica e política que caracterizará a consolidação do grupo de países. Dessa forma, seus componentes representarão papéis de protagonismo na ordem internacional5. Os processos de integração regionais A globalização tende a diluir as fronteiras tradicionais, aumentando a interdependência e as interações, tornando o mundo, cada vez mais, um lugar único. Nesta direção, o processo de integração regional representa uma oportunidade de expandir as fronteiras econômicas e comerciais dos países- membros e ampliar as possibilidades para as empresas que operam no mundo. Mais do que isso, esse processo simboliza um novo modelo institucional diferenciado em busca de novas formas de organização jurídico-política, em substituição às tradicionais concepções de Estados soberanos predominantesnestes últimos séculos. 4 OS BRICS EM NÚMEROS. Disponível em: http://oglobo.globo.com/infograficos/brics/. Acesso em: 11 set. 2013. 5 DÉCADA DE 2020 DEVE CONSOLIDAR PODER DOS BRICS. Disponível em: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/03/090330_bricsabertura_ss.shtml. Acesso em: 11 set. 2013. 6 A proliferação e o aprofundamento dos processos de integração regional6, iniciados no século passado, têm como o modelo mais importante e aprimorado a União Europeia7. Além desse, podemos citar: Mercosul; Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA)8; Pacto Andino9; Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN); Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (APEC)10; Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC)11; Mercado Comum Centro-Americano (MCCA)12; Aliança do Pacífico; BENELUX etc. Isso não escapa à realidade brasileira, tendo em vista o papel ampliado que nosso país exerce no âmbito deste mundo globalizado. Assim, o nosso país é membro efetivo do Mercosul, exercendo um papel de natural liderança no bloco, em razão da maior força de sua economia. É importante entender o fenômeno da integração regional já que ela não apenas se relaciona a questões econômicas. No futuro, independentemente dos laços políticos mais estreitos que, certamente, tendem a ocorrer, haverá também repercussões no que se refere a questões humanas, sociais e culturais, como, por exemplo, a livre circulação de pessoas e trabalhadores pelos países membros . ATENÇÃO! Embora hoje tenhamos, no Brasil, algumas dificuldades em discutir temas relacionados à vinda de trabalhadores de outros países para exercerem atividades laborativas aqui, esse tema, tabu em quase todos os blocos (com exceção da União Europeia), tende a ser uma decorrência natural do desenvolvimento dos diversos blocos econômico espalhados pelo mundo. 6 Para saber mais, leia o texto Blocos econômicos. 7 Para saber mais, leia o texto Informações de base sobre a União Europeia. 8 Para saber mais, leia o texto O Nafta. 9 Para saber mais, leia o texto Pacto Andino (Comunidade Andina de Nações). 10 Para saber mais, leia o texto APEC. 11 Para saber mais, leia o texto SADC. 12 Para saber mais, leia o texto MCCA – Mercado Comum Centro Americano. 7 Primeiro, circulam livremente as mercadorias e, em um segundo momento, começam a circular livremente pessoas e trabalhadores. Hoje, só a Europa tem esse modelo mais desenvolvido. No caso da União Europeia, cujo grau de integração é bastante elevado, há quem entenda que ali alguns novos fenômenos da ciência política começam a ocorrer, colocando em discussão questões importantes como: O papel de protagonismo dos Estados Nacionais na condução da política internacional devido à perda de soberania em relação ao “governo do bloco”; CURIOSIDADE 1 Você se lembra de suas aulas de história, em que aprendeu que até a Segunda Guerra Mundial a Europa era um barril de pólvora com os Estados Nacionais em constantes guerras uns com os outros? Pois, é. Hoje as coisas mudaram. Reina ali uma paz sem precedentes. As divergências são tratadas sempre no Parlamento Europeu com a intervenção de todos os participantes do bloco. Esse é um ponto positivo deste tipo de integração. Aliás, aqui na América do Sul, muito se falava das relações nada amistosas entre Brasil e Argentina. Hoje, pensar em um conflito bélico com nossos vizinhos, parceiro no Mercosul, é impensável. O conceito de cidadania. CURIOSIDADE 2 Os indivíduos nacionais dos 28 Estados que compõem a União Europeia são chamados de “cidadãos europeus”, ou seja, além do vínculo de cidadania decorrente da nacionalidade (por exemplo, português, italiano, francês, espanhol etc.), eles possuem um vínculo de cidadania com a Europa. De qualquer forma, mesmo que a maior parte dos blocos ainda não possua alguns das vantagens já presentes na União Europeia, podemos localizar alguns benefícios advindos da integração econômica. Porém, os estudiosos listam também alguns prejuízos que a própria prática vem deixando claros. 8 Vamos conhecer as vantagens e desvantagens ora mencionadas: VANTAGENS DESVANTAGENS Criação ou desenvolvimento de atividades dificilmente compatíveis com a dimensão nacional As disparidades do desenvolvimento econômico e social entre os particulares no processo de integração. Formulação mais coerente e rigorosa das políticas econômicas Busca por transformação das estruturas econômicas e sociais (há a necessidade de certo equilíbrio socioeconômico entre os países- membros, sob pena de que os países com menor estrutura levem desvantagens). A resistência dos aparelhos nacionais às regras de disciplina coletiva (o problema de quem possui a soberania). Reforço da capacidade de negociação (a negociação liderada pelo bloco tem mais força do que a liderada por um país-membro). Vantagens para os consumidores em face ao acesso a melhores produtos e melhores preços. A resistência psicológica das populações que ainda se reconhecem no quadro cultural nacional. A Guerra pelo mundo e o Terrorismo Na última década, as guerras se concentram na Ásia e na África. Embora ocorram no interior dos países, elas também podem ser consideradas internacionais, pois grupos rebeldes possuem conexões globais para a manutenção do financiamento da luta armada. Além disso, em diversas zonas de guerra, estão presentes tropas de paz da ONU, bem como ONGs internacionais. As guerras têm motivações várias, como conflitos em razão de disputas, étnicas, territoriais, religiosas13. Porém, não se pode deixar de ressaltar as disputas que se dão por razões econômicas, em torno da riqueza desses países. Nessa linha, a desigualdade causada pela globalização vem sendo apontada como um forte fator, acirrando as tensões sociais e políticas. 13 7 CONFLITOS ATUAIS CAUSADOS POR DIFERENÇAS RELIGIOSAS. Disponível em: http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/7-conflitos-atuais-causados-por-diferencas-religiosas/. Acesso em: 11 set. 2013. 9 Infelizmente, a população civil é a maior vítima das guerras atuais. Alvo frequente de matanças deliberadas promovidas por forças em guerra, segundo organismos internacionais, os civis perfazem 90% das mortes em áreas de conflito. Todavia, há outras consequências a lamentar: a cada ano, milhões de civis abandonam as zonas de guerra e buscam refúgio em nações vizinhas (são os chamados “refugiados”) ou em abrigos provisórios dentro do próprio país. O Terrorismo Uma definição do que venha a ser “terrorismo” não é consensual entre os estudiosos. Costuma-se dizer que se trata do uso sistemático da violência contra certa população a fim de criar um ambiente de medo e alcançar um objetivo político. De toda forma, o uso do terrorismo é um fenômeno marcante da política contemporânea, e, em geral, está associado a lutas promovidas por grupos nacionalistas. Embora haja quem relacione o ato de terrorismo com ações contra grupos civis, há outros que afirmam que é possível que ações tidas como terroristas sejam consideradas legítimas por enfrentarem o domínio colonial, a repressão ou mesmo a ocupação ilegítima de território. Um exemplo disso é a Resistência francesa, momento em que se lutou contra a ocupação nazista na II Guerra Mundial, utilizando métodos terroristas em oposição à ocupação nazista.O paradigmático 11 de setembro e os novos rumos da questão Nos dias atuais o tema ganhou novos contornos e, certamente, o terrorismo é um dos fenômenos de violência que mais assustam as civilizações do novo milênio. O “terrorismo contemporâneo” ganhou grande repercussão, passando a ser um dos principais temas das agendas da política internacional, principalmente com os famosos chamados “Ataques de 11 de setembro14”, nos Estados Unidos. Com a consumação do ato terrorista em território americano, o presidente da época, George W. Bush, partiu para uma política de revide, a partir da chamada Doutrina Bush15. 14 11 DE SETEMBRO: O ATENTADO TERRORISTA QUE MUDOU O MUNDO. Disponível em: http://www.mundoportugues.org/content/1/5604/setembro-atentado-terrorista-que-mudou- mundo. Acesso em: 11 set. 2013. 15 DOUTRINA BUSH: GUERRA CONTRA O TERRORISMO E O "EIXO DO MAL". Disponível em: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/doutrina-bush-guerra-contra-o-terrorismo-e-o- eixo-do-mal.htm. Acesso em: 11 set. 2013. 1 0 Na ausência de um adversário explícito, os EUA declaram, genericamente, “guerra ao terror”, elegendo como seu principal inimigo a rede terrorista Al Qaeda. Uma das características deste novo terrorismo praticado por essa rede é que suas ações não reconhecem fronteiras, possuindo um objetivo internacional: atacar a influência ocidental no mundo atual. A política unilateral americana, que tende a agir segundo sua vontade (desconsiderando as diretivas da ONU, mesmo quando obtidas em Assembleia Geral), ao professar “guerra ao terror”, declarou guerra também a governos que considerou como inimigos, por concederem proteção a grupos extremistas (Iraque e Afeganistão e, mais recentemente, embora sem guerra formal, o Irã). Passados mais de dez anos, o esforço por manter a guerra consumiu alguns trilhões de dólares e contribuiu para um grande déficit nas contas públicas dos EUA, trazendo claras repercussões à economia mundial. A Doutrina Bush (ainda não completamente abandonada) gera também um grande desgaste político e moral. Isso porque o lema de “defensor da liberdade e dos direitos humanos” dificilmente consegue se manter de pé quando avaliadas situações como as de Guantánamo16, como a da Lei Patriótica, ou mesmo o recente Caso Edward Snowden17. ATENÇÃO! Depois do 11 de setembro, a Lei Patriótica deu ao presidente o direito de prender sem acusação prévia suspeitos de terrorismo. Pouco depois, Bush mandou grampear telefonemas e e-mails de cidadãos sem permissão judicial. Viajar de avião virou uma via-crúcis. A segurança nos aeroportos foi reforçada e a inspeção de passageiros aumentou as filas, os atrasos e o desconforto. 16 PRISÃO DE GUANTÁNAMO. Disponível em: http://www.infoescola.com/historia/prisao-de- guantanamo/. Acesso em: 11 set. 2013. 17 ENTENDA O CASO DE EDWARD SNOWDEN, QUE REVELOU ESPIONAGEM DOS EUA. Disponível em: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/07/entenda-o-caso-de-edward-snowden- que-revelou-espionagem-dos-eua.html. Acesso em: 11 set. 2013. 1 1 Morte de Bin Laden Com a morte de Bin Laden18 e o consequente enfraquecimento da coluna principal do Al Qaeda, deu-se a retirada militar dos EUA no Iraque e a redução das tropas previstas para o Afeganistão. Porém, a tensão permanece com as atenções americanas voltando-se para a crescente influência do Irã (considerado hoje o principal componente do que os americanos chamam de Eixo do Mal19) no Oriente Médio, cuja histórica alta instabilidade20 permanece a todo vapor. Fato que não dá margens para que se pense na superação do uso do terrorismo como forma tática degradante e desumana, nos inúmeros conflitos em torno do planeta. 18 OSAMA BIN LADEN. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Osama_bin_Laden. Acesso em: 11 set. 2013. 19 EIXO DO MAL. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Eixo_do_mal. Acesso em: 11 set. 2013. 20 ORIENTE MÉDIO. Disponível em: http://noticias.terra.com.br/mundo/oriente-medio/ e http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Conflitos_no_Oriente_M%C3%A9dio. . Acesso em: 11 set. 2013. 1 2 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO Questão 1: Uma questão geopolítica, que rende grandes debates nos últimos tempos, é a que discute a composição de forças políticas no pós-queda do Muro de Berlim. Analise as assertivas abaixo e depois assinale a resposta correta: I – A visão predominante é que a Rússia comunista (substituindo a União Soviética) ainda divide com os Estados Unidos a hegemonia política do mundo contemporâneo, ampliando sua zona de influência para o Oriente; II – Uma visão que ainda possui bastante força é aquela que afirma que são os Estados Unidos, graças a força de sua economia e de seu poderio bélico, a grande potência hegemônica na geopolítica contemporânea; III – Uma visão que vai ganhando adeptos é aquela que entende que a tendência mundial é a certa multipolarização do poder político global, com mitigação da força americana e surgimento de novas lideranças; IV – Na política internacional prepondera a igualdade entre as nações, não havendo, nos dias de hoje, qualquer liderança. Qualquer país, independentemente de sua força econômica ou bélica, possui igual espaço no contexto político da ordem internacional. Estão corretas: a) as assertivas I e II b) as assertivas II e III c) as assertivas I e III d) as assertivas II e III e) as assertivas I e III Gabarito comentado: Resposta correta é letra B. Embora a Rússia ainda seja um país cuja relevância política é muito grande, após a queda do Muro de Berlim, sua influência geopolítica foi bastante reduzida. Outros erros em relação à Rússia, nesta afirmação, é que ela não é mais comunista (adotando uma direção ao capitalismo) e sua influência no Oriente não vem aumentando, como sugeriu a assertiva I. Por outro lado, a assertiva IV está amplamente equivocada, já que o poder econômico e bélico são, sim, fatores que influenciam no quadro geopolítico. Nesse sentido, duas tendências hoje se opõem: pensar se estamos diante de um mundo unipolar (EUA à frente) ou se estamos diante de um mundo 1 3 multipolar (com a emergência de novos atores políticos a rivalizar com a influência americana). Questão 2: OS BRICS são países que se notabilizaram pela pujança econômica. Isso fez com que ganhassem força, nos últimos tempos, no cenário internacional. Neste sentido, analise as assertivas e, após, marque a opção que correspondem às características do BRICS: I – São países cuja aliança representa grande relevância do ponto de vista econômico por serem consideradas potências emergentes; II - São países que, com o crescimento econômico, tendem a ganhar maior espaço no contexto político global; III – São países unidos pela cultura e pela língua, formando uma associação econômica e política; IV – São países que configuram o que os estudiosos chamam de bloco regional, tendência no mundo contemporâneo. Estão corretas: a) as assertivas I e II b) as assertivas II e III c) as assertivas III e IV d) as assertivas II e III e) as assertivas I e III Gabarito comentado: Está correta a alternativa A. Os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) possuem línguas e culturas muitíssimo diversas e não formam um bloco regional, já que se situam em quatro diversos continentes. O que possuem em comum são,principalmente, os interesses econômicos complementares e estratégicos, pois, sendo algumas das economias emergentes mais promissoras de uma nova ordem econômica que vai se solidificando, a tendência é que transformem essa pujança em poder político. Questão 3: O processo de integração econômica é uma das apostas que os países vêm fazendo no sentido de se tornarem mais competitivos no mercado internacional, em estrutura cada vez mais globalizada. 1 4 Considerando esse fator, leia as assertivas abaixo e marque depois a alternativa que aponta para as afirmações corretas: I – A integração econômica em blocos, em regra, vem tendo como principal característica a ampliação da livre-circulação, não apenas de mercadorias mas também de trabalhadores, no âmbito dos países participantes dos blocos; II – Apesar da crise pela qual vem passando, a União Europeia é o mais bem sucedido e avançado projeto de integração regional no mundo contemporâneo; III – O Mercosul tem hoje como membros Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Venezuela e Chile; IV – Uma das possíveis consequências da formação de blocos econômicos é o fato de alterar a concepção de soberania estatal, já que os Estados devem se submeter a determinados acordos estabelecidos com os demais países-membros do bloco. São corretas: a) I e II b) I e III c) I e IV d) II e IV e) III e IV Gabarito comentado: A alternativa correta é a letra D. Na assertiva I, com exceção da União Europeia, os blocos econômicos, embora caminhem em direção à ampliação do processo de livre-circulação de mercadorias, não têm avançado no processo de livre-circulação de pessoas e trabalhadores. Por isso, a resistência das próprias populações a uma reserva de mercado de trabalho é muito grande. Na assertiva III, o Chile não é membro formal do Mercosul. Questão 4: Os conflitos ao redor do mundo continuam a acontecer, sendo que a denominada Pax americana não impôs o seu fim. Entre as assertivas abaixo, analise as que apontam as afirmações corretas: I – A tolerância religiosa predomina no mundo atual, sendo que os conflitos existentes no mundo não possuem motivação religiosa; II – As guerras ao redor do mundo, em razão da intervenção da ONU, atingem, cada vez menos, as populações civis; 1 5 III – O aumento da desigualdade social, gerada pela globalização, é apontada por analistas como uma das principais razões dos conflitos contemporâneos; IV – Em termos continentais, os principais conflitos armados no mundo localizam-se, neste momento, na Ásia e na África. São corretas: a) I e II b) I e III c) I e IV d) II e IV e) III e IV Gabarito comentado: A resposta correta é a letra E. Alguns dos principais conflitos no mundo têm forte motivação religiosa, principalmente nos continentes africano e asiático (fundamentalmente no Oriente Médio). Nesses conflitos, como vimos na aula, as populações civis são mais atingidas do que a população de combatentes. Questão 5: Há quem considere o “11 de setembro” um verdadeiro divisor de águas na política internacional, entendendo que ele dá início a uma nova era e a um novo mundo. Considerando esse tema, marque a alternativa correta: a) A Lei Patriótica (ou Ato Patriótico) dá início a uma política mais aberta ao diálogo dos EUA com a comunidade árabe. b) Uma das características do terrorismo praticado pela Al Qaeda, marca de um tipo de terrorismo dos nossos tempos, é que suas ações não reconhecem fronteiras, possuindo um objetivo internacional: atacar a influência ocidental no mundo atual. c) A Doutrina Bush foi a política de abertura ao diálogo com as redes terroristas de forma a tentar conter a onda de violência d) A ação americana no Iraque e no Afeganistão trouxe a pacificação do Oriente Médio. 1 6 e) A Doutrina Bush e o Ato Patriótico consolidaram a imagem de defensores da liberdade e dos direitos humanos que os americanos, desde a Segunda Guerra, ostentam. Gabarito comentado: A letra B está correta, pois tanto a Doutrina Bush como o Ato Patriótico expressam uma política extremamente dura e intransigente com o terrorismo antiamericano, externando uma declaração de guerra total ao terrorismo. Porém, arranharam fortemente a imagem liberal e de defesa das liberdades tão fortemente cultivada pelos americanos. Tanto a Doutrina, como o Ato Patriótico abrem um período em que se permitem violações graves a direitos humanos, principalmente no que se refere aos direitos à intimidade, à privacidade, direito à não ser torturado, direito à vida etc. No que se refere especificamente à letra D, nada indica que as intervenções ao Iraque e ao Afeganistão fizeram com que os EUA avançassem na “guerra contra o terror”. Pelo contrário, o antiamericanismo parece ter crescido em grande parte do mundo.
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