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Geografia modulo 8

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MóduloMóduloMóduloMódulo 00008888 Geografia fundamental Geografia fundamental Geografia fundamental Geografia fundamental O Nordeste O Nordeste O Nordeste O Nordeste brasileiro brasileiro brasileiro brasileiro 
CEESVOCEESVOCEESVOCEESVO 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
G
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MóduloMóduloMóduloMódulo 00008888 Geografia fundamental Geografia fundamental Geografia fundamental Geografia fundamental O Nordeste O Nordeste O Nordeste O Nordeste brasileiro brasileiro brasileiro brasileiro 
CEESVOCEESVOCEESVOCEESVO 2 
Região Nordeste 
 
Você vai identificar o quadro social do nordeste, com as causas 
principais da migração nordestina. 
 Verá os contrastes existentes nessa região, bem como as diferenças do 
nordeste com as demais regiões do país. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REGIÃO NORDESTE 
 
A ocupação da região nordeste. 
 
O Quadro Social do Nordeste Brasileiro 
 
O Caminho de Volta 
 
Zona da Mata 
 
Sertão 
 
Agreste 
 
Meio-Norte 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MóduloMóduloMóduloMódulo 00008888 Geografia fundamental Geografia fundamental Geografia fundamental Geografia fundamental O Nordeste O Nordeste O Nordeste O Nordeste brasileiro brasileiro brasileiro brasileiro 
CEESVOCEESVOCEESVOCEESVO 3 
Saiba que... 
 
As mudas de cana-de-açúcar 
vieram para o Brasil das Ilhas de 
Açores e Cabo Verde. O açúcar era 
comprado na Europa a preços 
altíssimos e chegava a ser vendido 
em gramas nas farmácias. 
 
 
A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO NORDESTINO 
 
O nordeste foi a primeira área ocupada e colonizada no espaço brasileiro, e, por 
muito tempo, foi o principal centro econômico e social do Brasil. 
 
A partir de 1530, foi introduzido o cultivo da cana-de-açúcar no litoral nordestino. 
O seu desenvolvimento se deve à fatores naturais, como o clima quente e úmido 
(tropical) e ao solo massapê. 
 
Os estados que compõem a região Nordeste são nove, como você pode 
observar no mapa abaixo. 
 
 
A partir da capitania de Pernambuco, as plantações de cana-de-açúcar 
espalharam-se rapidamente e passaram a tomar conta da chamada zona da mata. 
 
O tipo de organização econômica e social determina a formação e organização 
do espaço. A economia açucareira influenciou muito na formação e organização do 
espaço nordestino. A sociedade nordestina era formada pelos senhores de engenho e 
suas famílias, alguns trabalhadores assalariados 
e pelos escravos que constituíam a maior parcela 
da população. Aos senhores de engenho cabia o 
poder de governar a sociedade açucareira. 
 
Disso, se conclui que a sociedade do 
espaço nordestino se organizou de acordo com o 
interesse da classe dominante, representada 
pelos senhores de engenho. 
 
 
 
MóduloMóduloMóduloMódulo 00008888 Geografia fundamental Geografia fundamental Geografia fundamental Geografia fundamental O Nordeste O Nordeste O Nordeste O Nordeste brasileiro brasileiro brasileiro brasileiro 
CEESVOCEESVOCEESVOCEESVO 4 
Saiba Que... 
Na Bahia, desenvolveu-se o 
cultivo do fumo, que era utilizado 
para a compra de escravos. Essa 
região, ainda hoje, e uma das 
maiores produtoras de fumo do país. 
 
 
A prosperidade da economia açucareira do nordeste durou até a segunda 
metade do século XVII, quando o açúcar produzido na América Central, pelos 
holandeses passou a concorrer com o açúcar produzido no nordeste, prejudicando o 
comércio e a sua produção. 
 
 
A CRIAÇÃO DE GADO 
 
Paralelamente ao cultivo da 
cana-de-açúcar no nordeste, foram 
introduzidas as primeiras cabeças 
de gado que serviam para fornecer 
carne e movimentar engenhos e 
transportes. Com a utilização da 
faixa litorânea apenas para plantio 
de cana, o gado passou a ser criado 
mais para o interior. Desta forma, a 
criação de gado contribuiu para a 
ocupação do interior do nordeste. 
 
Que aspectos naturais favoreceram a interiorização da criação de gado no 
nordeste? 
 
A vegetação cerrado, (com cobertura vegetal mais aberta, rasteira), os depósitos 
de sal-gema e a abundância das águas dos rios Paranaíba e São Francisco. 
 
 
O Algodão 
 
Com o desenvolvimento da indústria 
têxtil (tecidos), na Inglaterra, Portugal iniciou 
o cultivo do algodão na colônia e, devido ao 
clima quente e seco, o sertão nordestino 
destacou-se nessa atividade. Assim como a 
cana, o algodão era produzido para 
exportação. Desta forma, exportávamos 
matéria-prima e importávamos produtos 
industrializados (roupas e tecidos). 
 
 
Uma história comum. 
 
“Vim direto para São Paulo, eu, minha mulher e três filhos pequenos. O primeiro 
contato com a cidade assusta...” 
E Raimundo, paraibano, 48 anos continua: 
“Quando descemos do ônibus fiquei assim meio sem saber pra onde ir. Os 
motoristas de táxi gritavam oferecendo para levar a gente. Fiquei confuso. Depois de 
um tempo cheguei pra um que tinha um jeito assim de falar meio nordestino e disse pra 
ele que estava procurando um colega que morava aqui”. 
Aí ele perguntou: -Você tem o endereço da casa dele? Eu mostrei o papel e ele 
falou: -É fácil, entra... 
MóduloMóduloMóduloMódulo 00008888 Geografia fundamental Geografia fundamental Geografia fundamental Geografia fundamental O Nordeste O Nordeste O Nordeste O Nordeste brasileiro brasileiro brasileiro brasileiro 
CEESVOCEESVOCEESVOCEESVO 5 
O colega mora numa casinha simples na periferia. Deu pra se acomodar todo 
mundo...Hoje sou ferramenteiro numa indústria. Minha mulher lava para fora. Os filhos 
estudam e ajudam em casa. 
Aqui a gente sofre. Quando chove, inunda tudo com aquele córrego ali, imundo; 
mas pelo menos tenho trabalho. Até pedi para meu amigo lá da Paraíba: vem, foge da 
seca. 
Veio sozinho. O difícil foi arrumar morada. Ficou com a gente até arrumar 
trabalho: servente de pedreiro. E passou a morar na obra. 
Depois perdi ele de vista. Me disseram que tá desempregado, parado na favela 
do Pato Feio, e pensa em voltar para a terrinha natal...” 
 
Observando esse texto você pode perceber que essa é uma história comum nos 
nossos dias, pode ser a história de alguém que vocêconhece, ouviu falar, ou mesmo a 
sua. 
 
Grande parte da população do Centro-Sul é formada por migrantes nordestinos. 
 
Você sabe de que estados vêm essas pessoas? 
 
A região nordeste é composta pelos 
estados: Piauí, Ceará, Rio Grande do 
Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia, 
Sergipe, Alagoas, leste do Maranhão e 
norte de Minas Gerais. Como você pode 
observar no mapa ao lado. 
 
Quando você pensa no nordeste, o 
que geralmente vem a sua cabeça? 
 
Sem dúvida, a seca e a miséria. 
 
Ouvindo histórias como a que você 
leu anteriormente, lendo notícias no jornal 
ou mesmo assistindo ao noticiário da 
televisão, a pobreza da população surge 
como uma característica marcante do 
nordeste. 
 
Isso não ocorre somente no sertão. Esse quadro social é encontrado em grande 
proporção na Zona da Mata, região que possui os melhores solos e climas do 
Nordeste. Esse dramático quadro social não deriva das adversidades do meio natural ( 
a seca por exemplo), como muitas pessoas procuram justificar. Deriva da forma como 
está organizada a sociedade e da distribuição de renda. 
 
Veja no quadro da página seguinte, que os nordestinos recebem os menores 
salários do país, as crianças são subnutridas, os índices de analfabetismo são grandes, 
quando comparados com outras regiões do Brasil. A maior prova da pobreza 
nordestina está no fato de sua população ter se espalhado por todo o Brasil. O 
nordestino não migra porque desgoste de sua terra. Seu sonho é ganhar dinheiro e 
voltar para viver em melhores condições do que quando partiu obrigado a buscar 
emprego em outros lugares, viaja fascinado pelas notícias que chegam do Rio, São 
Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul. 
MóduloMóduloMóduloMódulo 00008888 Geografia fundamental Geografia fundamental Geografia fundamental Geografia fundamental O Nordeste O Nordeste O Nordeste O Nordeste brasileiro brasileiro brasileiro brasileiro 
CEESVOCEESVOCEESVOCEESVO 6 
No Norte e no Nordeste 
brasileiros, a porcentagem de 
crianças entre 7 e 14 anos que 
têm acesso ao ensino fundamental 
não passa de 89%. Nessas 
regiões registra-se o maior número 
de crianças excluídas do país. 
Além disso, parte daquelas que 
conseguem matrícula acaba 
sofrendo graves problemas, como 
reprovação e abandono, ou é 
obrigada a estudar em escolas 
precárias. As escolas mais pobres 
situam-se principalmente no 
interior dos estados e muitas não 
dispõem de estrutura básica, como 
merenda, material escolar e 
professores suficientes. 
 Crédito: Sergio Dutti 
 
 
 
O nordeste não foi sempre uma região pobre, mas a partir do século XVIII 
iniciou-se a decadência da economia nordestina dificultando a sobrevivência de todos 
os habitantes. Com a decadência da atividade canavieira e a modernização da 
economia de outras regiões brasileiras, a população nordestina começa a migrar à 
procura de emprego. 
 
 
Portanto, os pobres do nordeste ajudaram a desenvolver o Sudeste trabalhando 
nas indústrias, no comércio, construindo prédios, casas e estradas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Quadro Social do Nordeste Brasileiro 
 
O nordeste do Brasil, que sustentou Portugal com suas exportações de 
açúcar nos séculos XVI e parte do século XVII, apresenta hoje um dramático 
quadro social, possuindo: 
� 51% da população analfabeta do Brasil com idade superior a 10 anos; 
� 50% das moradias subumanas do país; 
� Quase dois terços da população subnutrida do Brasil; 
� Quase a metade dos trabalhadores cuja renda não atinge meio salário 
mínimo; 
� Alta ocorrência de nanismo - deficiência no porte e estatura física das 
crianças - causada pela insuficiência dos alimentos. 
 
MóduloMóduloMóduloMódulo 00008888 Geografia fundamental Geografia fundamental Geografia fundamental Geografia fundamental O Nordeste O Nordeste O Nordeste O Nordeste brasileiro brasileiro brasileiro brasileiro 
CEESVOCEESVOCEESVOCEESVO 7 
 
 
 
O Caminho de Volta 
 
De acordo com dados do IBGE, a 
migração com destino ao nordeste 
aumentou nesta década. Cerca de 384.000 
imigrantes desembarcaram nos estados 
nordestinos entre 1991 - 1996. Segundo os 
demógrafos (estudiosos da distribuição no 
espaço da população) está ocorrendo “a 
migração de retorno”: os nordestinos que 
haviam migrado para outras regiões do 
país estão voltando para seus estados de 
origem. 
 
Os brasileiros encontram cada vez 
menos motivação para deixar as regiões 
onde nasceram. O sul “maravilha” perdeu 
seu apelo. Assim também as regiões norte, 
centro-oeste e sudeste deixaram de atrair 
tantos brasileiros como nas décadas 
passadas. 
 
 
A falta de preparo profissional, o subemprego nas cidades, precárias condições 
de moradias, transportes, fazem com que os nordestinos se decepcionem e voltem ao 
seu estado em busca de condições de sobrevivência. (Folha de S. Paulo - 06/08/97) 
 
Mas a região nordeste não é 
homogênea, existem áreas mais 
industrializadas e outras de agricultura 
tradicional subdesenvolvidas. Costuma-
se dividir a região em quatro sub-
regiões: Zona da Mata, Agreste, Sertão 
e Meio-Norte. 
 
 
 
Zona da Mata 
 
Zona da Mata: é a sub-região 
mais povoada, urbanizada e 
industrializada, no sentido leste-oeste. É 
uma estreita faixa de terras que vai do 
litoral oriental até o Planalto de 
Borborema. 
O clima nessa área é o tropical úmido com temperaturas elevadas e chuvas 
abundantes concentradas de março a junho. 
 
 
Os Três Complexos Regionais 
Sub-regiões do Nordeste 
MóduloMóduloMóduloMódulo 00008888 Geografia fundamental Geografia fundamental Geografia fundamental Geografia fundamental O Nordeste O Nordeste O Nordeste O Nordeste brasileiro brasileiro brasileiro brasileiro 
CEESVOCEESVOCEESVOCEESVO 8 
 
 
Observando o mapa A você pode concluir que são encontrados os seguintes 
tipos de climas: tropical úmido, tropical típico e semi-árido. 
 
Por causa do clima úmido encontrado nessa área da região nordeste, a 
vegetação original era a Mata Atlântica, hoje quase totalmente destruída. 
 
De acordo com o mapa B os tipos de vegetação encontrados na região nordeste 
são: Mata dos Cocais, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Vegetação Litorânea. 
 
A Zona da Mata pode ser dividida em três partes: 
 
 
Zona da Mata açucareira - vai do Rio Grande do Norte até o norte da Bahia. 
Nessa região predominam as grandes propriedades rurais (latifúndios) que cultivam a 
cana-de-açúcar (desde a época colonial), voltada para a fabricação do açúcar para 
exportação. 
 
Recôncavo Baiano - 
área situada ao redor da cidade 
de Salvador, destaca-se pela 
exploração de petróleo e pelas 
indústrias (petroquímicas). 
 
 
Sul da Bahia, zona do 
cacau - área em torno das 
cidades de Itabuna e Ilhéus, 
voltada para o cultivo do cacau, 
importante produto de 
exportação. 
 
MóduloMóduloMóduloMódulo 00008888Geografia fundamental Geografia fundamental Geografia fundamental Geografia fundamental O Nordeste O Nordeste O Nordeste O Nordeste brasileiro brasileiro brasileiro brasileiro 
CEESVOCEESVOCEESVOCEESVO 9 
 
Na Zona da Mata encontra-se a maioria da população nordestina e as 
metrópoles de Recife e Salvador. É a área mais rica do nordeste, mas é também onde 
se localizam os maiores problemas sociais: é grande o número de desempregados e 
mendigos nas ruas. No meio rural, os salários são baixíssimos, muitas vezes inferiores 
ao mínimo. 
 
 
 
O sertão corresponde às terras interioranas, 
abrangendo mais da metade da área total do 
nordeste. O que mais caracteriza o sertão é o clima 
semi-árido: é um clima tropical com temperaturas 
elevadas e baixa quantidade de chuvas. As chuvas 
concentram-se durante dois ou três meses do ano, 
com longos períodos de estiagens (secas). A 
vegetação típica dessa região é a caatinga, uma 
mata esparsa que consegue sobreviver em solos 
rasos e arenosos com pouca quantidade de água, 
possui raízes longas que buscam água no subsolo, 
com folhas pequenas e às vezes espinhos que evitam a perda de água pela 
evaporação. 
Os rios do sertão nordestino são em geral, intermitentes, isto é, secam por 
longos períodos do ano. O Rio São Francisco corre mesmo nos períodos de seca 
sendo, portanto, perene. 
 
Com a construção de açudes ou represas tenta-se regularizar o curso de rios 
intermitentes como o rio Jaguaribe, no Ceará. 
 
O verdadeiro motivo da migração da população sertaneja é a estrutura fundiária 
(distribuição das terras), onde um pequeno número de proprietários é o dono de grande 
parcela das terras férteis para agricultura. No entanto, sendo a seca um fenômeno 
natural, é uma justificativa bem mais simples e cômoda para a pobreza nordestina. 
 
 Com a grande divulgação dos efeitos dramáticos da seca pelos meios de 
comunicação, os grupos dominantes do nordeste conseguem verbas e auxílio do 
governo. 
 
 
 
 
Exercícios. Responda em seu caderno: 
01. Por que o nordeste é considerado a região “problema” do Brasil? 
02. Explique as principais causas das migrações nordestinas. 
03. O que é Zona da Mata e qual é a sua localização? 
04. Cite os tipos de climas encontrados no nordeste. 
05. Escreva como está dividida a Zona da Mata. 
MóduloMóduloMóduloMódulo 00008888 Geografia fundamental Geografia fundamental Geografia fundamental Geografia fundamental O Nordeste O Nordeste O Nordeste O Nordeste brasileiro brasileiro brasileiro brasileiro 
CEESVOCEESVOCEESVOCEESVO 10 
O Nordeste sofre períodos de seca mais 
intensa por causa do fenômeno climático 
El Niño, que provoca graves estiagens 
na região, como em 1998. A área mais 
crítica é o chamado polígono das secas, 
onde fica o semi-árido nordestino: no 
interior dos estados de Pernambuco, 
Paraíba, Alagoas e Sergipe, 
estendendo-se ao norte da Bahia e do 
estado de Minas Gerais, especialmente 
no vale do Jequitinhonha. 
 Crédito: Ana Araújo 
Você sabe o que é “indústria da seca?”. 
São formas de tirar proveito da seca em benefício das pessoas poderosas, sem 
contribuir para resolver os terríveis problemas da população pobre. 
 
 Esses recursos são utilizados para atender suas necessidades particulares: 
os fazendeiros constroem em suas propriedades, estradas, açudes e poços artesianos. 
 
 
A seca. 
 
Dentro desse contexto histórico do Nordeste, que nos mostra um passado rico 
e um presente cheio de conflitos, a seca, sempre esteve presente. 
 
Contudo, a ação do homem sobre a natureza vem agravando o problema da 
seca, pois a constante destruição da vegetação natural através das queimadas 
ocasionou a expansão do clima semi-árido. 
 
Todavia, apesar da seca ser 
realmente um problema grave, ela 
costuma ser exagerada e 
supervalorizada. Por exemplo: a maior 
parte dos brasileiros pensa que a seca é 
o principal problema do Nordeste, 
porém, o Brasil como um todo, é 
subdesenvolvido e a maioria da 
população tem um baixo nível de vida. 
Inclusive, os grandes problemas do 
Nordeste, como a luta pela posse de 
terras, remuneração baixa entre outros, 
ocorrem muito mais na Zona da Mata, onde não existe o problema da seca, como no 
Sertão. 
 
 
A maioria não migra devido à seca, mas porque a estrutura agrária e fundiária 
(distribuição das propriedades rurais) da Zona da Mata não permite que o número de 
empregos seja suficiente para atender à quantidade de pessoas que a cada ano se 
incorpora à força de trabalho. 
MóduloMóduloMóduloMódulo 00008888 Geografia fundamental Geografia fundamental Geografia fundamental Geografia fundamental O Nordeste O Nordeste O Nordeste O Nordeste brasileiro brasileiro brasileiro brasileiro 
CEESVOCEESVOCEESVOCEESVO 11 
Sisal 
 
Entretanto, é mais cômodo culpar a seca- um fenômeno natural - pela pobreza 
e deixar de lado a questão social da distribuição. 
 
Surge assim, a “Indústria da Seca”: grupos de influência políticos ou 
economicamente poderosos, desde alguns prefeitos até fazendeiros e empresários – 
conseguem tirar proveito da seca através de sua divulgação. Noticiando a seca de 
forma dramática, através de meios de comunicação, esses grupos têm chance de 
conseguir mais verbas e auxílios governamentais. Graças ao argumento da seca, 
muitos empresários conseguem deixar de pagar suas dívidas bancárias, além de 
contrair novos empréstimos em condições especiais. 
 
Assim, a forma pela qual as autoridades brasileiras combatem a seca (ou 
melhor, apenas os seus efeitos) não beneficia nem a maioria da população, nem os 
pequenos proprietários, mas, sim, grandes proprietários e política de influência. 
 
 
O Agreste 
 
 
No Agreste, predominam as pequenas propriedades, os minifúndios. A atividade 
econômica mais importante é a agricultura, desenvolvida sob a forma de policultura 
(cultivo de vários produtos), associada à pecuária leiteira semi-intensiva. 
 
Os principais cultivos do Agreste são: algodão, café e agave (planta da qual se 
extrai o sisal, fibra utilizada para fabricar tapetes, bolsas, cordas etc.) 
 
 
 
Existem, no agreste, algumas importantes cidades comerciais, isto é, centros 
urbanos com intenso comércio, que constituem sua principal atividade econômica. São 
as chamadas cidades regionais do Agreste, entre as quais se destacam Campina 
Grande, na Paraíba; Feira de Santana, na Bahia; Caruaru e Garanhuns, em 
Pernambuco. 
 
 
 
 
MóduloMóduloMóduloMódulo 00008888 Geografia fundamental Geografia fundamental Geografia fundamental Geografia fundamental O Nordeste O Nordeste O Nordeste O Nordeste brasileiro brasileiro brasileiro brasileiro 
CEESVOCEESVOCEESVOCEESVO 12 
 
O coqueiro de carnaúba, 
denominado cientificamente de 
“Copernicia cerifera” é uma 
palmácea que atinge em média 20m 
de alturae aparece em grandes 
concentrações nos vales mais 
úmidos do interior nordestino, 
principalmente nos estados de PI, 
CE e RN. 
 
 
A carnaúba 
 
 
O Meio-Norte 
 
 
É uma área de transição entre o norte (Amazônia) e o nordeste, especialmente o 
Sertão. Apesar de tradicionalmente ser considerada como meio-norte ou nordeste 
ocidental todo o Maranhão e Piauí, na verdade somente uma área que vai da bacia do 
rio Grajaú, a oeste até a bacia do rio Paranaíba, a leste, pode de fato ser considerada 
como meio-norte ou área de transição entre o Sertão semi-árido e a Amazônia úmida. 
A parte ocidental no Maranhão é amazônica. E a maior parte de Piauí é sertaneja, com 
clima semi-árido e vegetação de caatingas. 
 
A área situada entre o Sertão e a Amazônia é uma faixa de terras que ocupa 
alguns vales fluviais: os rios Grajaú, Mearim e Itapecuru, no Maranhão, e o rico 
Paranaíba que serve de limite entre o Maranhão e o Piauí. 
 
Nessa faixa de terras encontra-se a Mata dos Cocais, paisagem típica do meio 
norte. A zona dos Cocais é de fato considerada uma vegetação de transição entre a 
caatinga e a floresta Amazônica. É constituída por palmeiras como a carnaúba e o 
babaçu. 
 
A economia baseia-se no extrativismo vegetal e na agricultura. 
 
Do caule do babaçu se extrai o palmito, de suas sementes, um óleo utilizado na 
fabricação de cosméticos e de aparelhos de alta precisão. Do caule da carnaúba pode-
se retirar uma cera, de seu caroço é extraído um óleo. Tanto a cera quanto o óleo da 
carnaúba são utilizados na fabricação de ceras, velas, lubrificantes, etc. 
 
 
 
 
 
A agricultura do meio-norte é tradicional, baseada no algodão, na cana-de-
açúcar e no arroz. 
 
São Luiz, capital de Maranhão, é uma das cidades mais importantes do meio-
norte. 
MóduloMóduloMóduloMódulo 00008888 Geografia fundamental Geografia fundamental Geografia fundamental Geografia fundamental O Nordeste O Nordeste O Nordeste O Nordeste brasileiro brasileiro brasileiro brasileiro 
CEESVOCEESVOCEESVOCEESVO 13 
 
 
 
 
Leitura Complementar. A transposição do Rio São Francisco. 
 
 Rio São Francisco, chamado de “rio da integração nacional”, foi devastado 
durante décadas. Surge, agora, o plano de salvação. 
 
 O ministro Fernando Bezerra, da Integração Nacional, garante que começa 
em agosto /01 a obra de transposição das águas do Rio São Francisco, a construção 
de gigantescas tubulações e canais num percurso de 1440 quilômetros de extensão 
para irrigar o sertão dos Estados de Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte. Ao 
final de todas as obras, em 2026, o chamado “rio da integração nacional” terá dividido 
seu líquido com centenas de regatos, riachos e ribeirões, que tornarão perenes e darão 
fim, segundo se promete, à seca no sertão do Nordeste. Milagre igual só se viu até hoje 
no cinema. O trabalho de irrigação do deserto em Israel é quase nada quando 
comparado ao que se planeja no semi-árido brasileiro. 
 
 O Brasil está cheio de rios que deram a 
vida para que o homem sobrevivesse em suas 
margens. O Tietê, em São Paulo, e o Rio das 
Velhas, em Minas Gerais, ambos transformados em 
esgoto em grande parte dos seus cursos, são dois 
exemplos disso. Com o projeto da transposição, o 
São Francisco está na rota certa para justificar seu 
nome de santo. 
 
 Tanto poderá tornar-se o rio abençoado que acabou com maior flagelo das 
secas nordestinas, caso corra bem como pode virar o mártir de um projeto ambicioso, 
na hipótese de sua água não ser suficiente para sustentar ao mesmo tempo o próprio 
curso mais toda a rede de irrigação que se pretende construir. Se a transposição der 
certa, ela será o mais importante de uma enorme lista de benefícios que o rio tem 
proporcionado desde que, há exatos 500 anos. 2700 km do rio já atravessa o chamado 
Polígono da Seca, a área mais castigada por estiagens que chegam a durar três anos, 
como a que começou em 1877, que matou meio milhão de pessoas. Nessas ocasiões, 
só o Rio São Francisco segue em frente, dando vida e esperança a 15 milhões de 
moradores das regiões em torno do vale. 
 
Exercícios. Responda em seu caderno: 
 
06. O que vem a ser “a migração de retorno”? E por que está ocorrendo? 
07. Que influência tem o planalto da Borborema em relação à distribuição 
de chuvas no nordeste? 
08. Conceitue, isto é, escreva o que são minifúndios. E cite as atividades 
econômicas mais importantes desenvolvidas no Agreste. 
09. Defina o que é Meio-Norte. E quais as características naturais do Meio-
Norte em relação ao Maranhão e ao Piauí? 
10. Destaque a importância econômica das palmeiras, babaçu e carnaúba. 
E cite quatro exemplos de produtos obtidos industrialmente a partir da carnaúba e 
babaçu. 
MóduloMóduloMóduloMódulo 00008888 Geografia fundamental Geografia fundamental Geografia fundamental Geografia fundamental O Nordeste O Nordeste O Nordeste O Nordeste brasileiro brasileiro brasileiro brasileiro 
CEESVOCEESVOCEESVOCEESVO 14 
O que falta esclarecer. 
 
� A secular polêmica em 
torno à transposição do 
Rio São Francisco ainda 
não consegue produzir um 
projeto totalmente 
conclusivo. Há no ar 
dúvidas em alguns pontos 
fundamentais. 
� O Impacto ambiental. O 
efeito na bacia do rio ainda 
não foi suficientemente 
avaliado. O relatório de 
impacto ambiental se 
deteve na região por onde 
irão passar os canais e 
não foram analisadas as 
conseqüências sobre a 
própria bacia do São 
Francisco e nos rios que 
receberão as suas águas. 
� 75% de suas águas já 
estão comprometidas com 
desenvolvimento da 
região. Que compensação 
os estados doadores terão. 
 
 
O que o projeto pretende... 
 
� Serão dois canais totalizando 703 quilômetros. 
� Serão empregados 1,1 milhão de metros cúbicos 
de concreto, 390.000 toneladas de cimento e 
71.000 toneladas de aço. 
� O governo espera criar 500.000 empregos com 
transposição 
� Espera-se que a transposição tenha potencial para 
irrigar 100.000 hectares 
� As bacias dos rios que receberão a água do São 
Francisco somam 10.000 quilômetros quadrados 
com uma população total de 12 milhões de 
habitantes 
� A água será levada, através de dois canais de 
concreto, até os açudes e reservatórios no semi-
árido. Para chegar lá, terá de passar por túneis e 
vencer alturas de até 500 metros, com auxilio de 
bombas hidráulicas. A distribuição local caberá aos 
governos estaduais. 
 
 
 Tudo o mais, rio ou 
planta, seca e esturrica. Moradores 
de mais de 500 cidades ocupam a 
bacia, bebem de sua água e 
pescam seus peixes. A energia 
elétrica gerada nas turbinas de nove 
hidrelétricas construídas ao longo 
de seu curso vai ainda mais longe. 
Parte dela abastece Salvador, que 
está a 500 km de suas margens. O 
rio é usado também para transporte 
de carga e para irrigar plantações de café, soja, manga, aspargo e até uva. Se a 
transposição falhar, entrará para uma lista de descasos e violências sofridos pelo rio. 
Ex.: mais de 80% da vegetação nativa foi devastada para a produção agrícola, 
pecuária e de carvão vegetal; na principal hidrovia, entre as cidades de Pirapora e 
Juazeiro, na Bahia, o assoreamento já quase impede a navegação; depois de 1982, 
com a conclusão da Usina de Sobradinho,a 540 km de Salvador, a vazão na foz do rio 
encolheu 30%, por causa dessa redução no volume de água, secaram 72 lagoas; 
muitas espécies de peixes não são vistas no rio; o mercúrio dos garimpos e o ferro da 
mineração vão matando aos poucos alguns afluentes do rio. Diante de tamanha 
coleção de problemas, há quem denuncie a transposição como um crime mortal contra 
o rio. Porque acreditam que o rio não suportará essa transposição. Por outro lado, 
espera-se que a transposição crie condições para pôr fim a essa lenta agonia do São 
Francisco. 
 
Artigo-(Resumo) Revista Veja, 28/02/01 - Gisela 
Sekeff. Veja,12/10/05 – Ronaldo França.

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