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Wa2 - Economia Política

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Wa2 - Economia Política - Serviço Social - UNOPAR
Wa2 - Economia Política - Serviço Social - UNOPAR
WEB AULA 2
Unidade 1 - Evolução da economia política1
Agora que já conhecemos um pouco da economia, podemos entrar na economia política, propriamente dita. Mas o que significa política? O termo política, no sentido clássico, é "Derivado do adjetivo originado de pólis (politikós), que significa tudo o que se refere à cidade e, consequentemente, o que é urbano, civil, público". Ao longo do tempo, o termo perdeu seu significado original, passando a ser usado para indicar as atividades que, de alguma forma, têm como termo de referência a pólis, ou seja, o Estado.
É importante notar que política e economia possuem uma interdependência de longa data... Sendo a política o exercício do poder, é natural que esse poder tente exercer o domínio sobre a realidade econômica. Através das instituições, principalmente do Estado, os grupos de dominação podem influenciar na vida econômica de uma nação, de acordo com seus interesses.
Por exemplo, os agricultores na época da política do "café com leite" no Brasil, que mantinham o uso da política do Estado para lhes conceder vantagens econômicas. Para o autor, o mesmo pode ser dito com relação às reivindicações dos trabalhadores organizados em fortes sindicatos, por exemplo, que conseguem salários maiores que os demais trabalhadores pouco organizados, logo com menor força política.
Veja este outro exemplo:
Na charge, um dos cidadãos diz que sua profissão é ser eleitor do Lula, pois recebe benefícios econômicos ao apoiá-lo. É claramente perceptível a relação que a economia tem com a política, pois muitas decisões que afetam, economicamente, a vida dos cidadãos, são tomadas por políticos.
Assim, independentemente do sistema econômico (capitalismo ou socialismo), a economia e a política encontram-se interligados, de tal forma, que não faz sentido analisar uma sem considerar a outra. Em qualquer sociedade, a instabilidade da economia leva a uma instabilidade das instituições políticas; da mesma forma, o bom desempenho econômico serve como sustentação da estabilidade política.
© Wilson Salvalagio, UNOPAR, 2009.
No contexto da economia política, a economia deixa de ser um estudo meramente descritivo de atos e fatos econômicos e passa a representar a economia da nação ou do Estado, sendo utilizada como objeto de intervenção social. A economia, portanto, passou por uma mudança de enfoque. Essa economia deveria ser uma "ciência 'pura', objetiva e 'positiva', desvinculada de valores, isenta de influências ideológicas", passa a ser historicamente situada e ideologicamente condicionada, diferentemente da economia pura (formal), que busca maior cientificidade e neutralidade. Como ressalva, Bresser Pereira (1970) afirma que, mesmo a economia formal não é totalmente isenta de influências ideológicas e históricas, pois as teorias e modelos econômicos surgiram em determinados momentos históricos, relacionados a determinados interesses ideológicos.
Veja a imagem a seguir:
A charge ilustra um desejo e uma reivindicação da população, que gostaria que os juros fossem menores no Brasil. É muito importante percebermos que, ao tomar um fato econômico (valor dos juros, por exemplo), e emitirmos uma posição sobre como esse fato deveria ser tratado (como, por exemplo, desejar a queda dos juros), estamos trabalhando no âmbito da economia política.
Vamos reforçar, então, as diferenças entre a economia pura e a economia política. Veja os seguintes exemplos:
	EXEMPLO A: 
	"A taxa básica de juros, no Brasil, fechou 2008 em 13,75% ao ano. Taxas mais baixas incentivam o consumo e aquecem a economia, mas podem gerar inflação; por outro lado, taxas de juros mais altas freiam a inflação, mas inibem o crescimento econômico".
	EXEMPLO B:
	"A taxa de juros, no Brasil, é muito alta. O governo deveria criar meios para reduzi-la antes que seja tarde demais".
Podemos perceber que o exemplo A é positivo (descritivo), pois apenas descreve um fato, de forma imparcial, sem emitir opinião ou juízo de valor; já o exemplo B é normativo, pois neste, é emitida uma opinião sobre o assunto. Dessa forma, podemos dizer que a economia pura é positiva enquanto a economia política é normativa! Não podemos esquecer que esse viés normativo da economia política é muito importante para futuros formuladores de políticas públicas, como serão vocês futuramente!
Vamos resumir a história: ao dizer que a taxa de juros, no Brasil, é de 13,75% ao ano, estou trabalhando no contexto da ciência econômica (economia pura). Ao dizer que esta taxa de juros é muito alta ou muito baixa, buscando fatos para justificar minha opinião, estou trabalhando no contexto da economia política. Ou seja, quando há proposta de intervenção na sociedade e emissão de juízos de valor, estamos no contexto da economia política. É por isso que se diz que a economia política é "HISTORICAMENTE SITUADA E IDEOLOGICAMENTE CONDICIONADA". Em outras palavras, a economia política dá voz aos que querem emitir opiniões ou possuem reivindicações!
Em resumo, podemos diferenciar a economia "pura" (ou ciência econômica) da economia política da seguinte forma: enquanto a economia pura diz como as coisas são, a economia política buscar dizer como as coisas deveriam ser.
Cabe, neste momento, buscar uma definição para economia política. Uma definição interessante diz que a economia política estuda a tensão entre o Mercado (interesses individuais) e o Estado (interesse público). Nesse sentido, Estado e Mercado são sistemas de organização social que existe dentro de uma sociedade maior, e tal interação é o objeto de estudo da economia política. Além disso, como a interação entre o Estado e o mercado é dinâmica (alterando-se ao longo do tempo), muda também o objeto de estudo da economia política. Evidentemente, se há tensão, existem interesses conflitantes. Nesse contexto, situa-se a economia política.
Sociedade Brasileira de Economia Política: http://www.sep.org.br/pt/home.php
Revista de Economia Política: http://www.rep.org.br/
Grupo de Economia Política (UFRJ): http://www.ie.ufrj.br/ecopol/carlosmedeiros.php
Scielo (artigos científicos diversos): http://www.scielo.org/php/index.php
	
Chegamos ao fim da primeira web-aula, desta segunda unidade. Na próxima unidade, abordaremos a evolução da econômica política e algumas questões contemporâneas que podem ser analisadas utilizando a economia política.
Unidade 2 - Evolução da economia política e a atualidade
Historicamente, a economia política tem início na transição do feudalismo para o capitalismo. Para que vocês possam se situar historicamente, vejam essa linha do tempo, que mostra quando aconteceu tal transição:
No link a seguir (http://www.mundoeducacao.com.br/historiageral/crise-feudalismo.htm), há um texto interessante para que vocês conheçam, com mais detalhes, a crise do sistema feudal.
Por fim, este trecho, retirado do texto de Luana Cristina Wouk, no site http://www.colegiosaofrancisco.com.br, ilustra alguns pontos importantes da passagem do feudalismo para o capitalismo:
"A emergência do capitalismo relaciona-se à crise do feudalismo, que deu sinais de esgotamento, basicamente, do descompasso entre as necessidades crescentes da nobreza feudal e a estrutura de produção, assentada no trabalho servil. O impacto sobre o feudalismo foi fulminante, já que o sistema tinha potencialidade mercantil, isto é, a possibilidade de desenvolvimento do comércio em seus limites. Senhores foram estimulados a consumir novos produtos e, para tanto, foram obrigado a aumentar suas rendas, produzindo para o mercado urbano. Precisaram, então, mudar as relações servis, transformando os servos em homens livres, que arrendavam as terras com base em contratos. As feiras medievais ganharam novo dinamismo. Foram perdendo o caráter temporário, estabilizaram-se, transformaram-se em centros permanentes, as cidades mercantis".
"Os burgueses compravam dos senhoresfeudais os direitos para trocar suas atividades. Para proteger seus interesses, organizavam-se em associações, as guildas. Os artesãos se organizaram em corporações, que defendiam seus membros da concorrência externa e fiscalizavam a qualidade e o preço dos produtos. Nas cidades maiores, onde a indústria de seda ou lã era desenvolvida, os mestres contratavam diaristas que recebiam por jornada: eram os jornaleiros, antecessores dos modernos assalariados, que se tornariam numerosos a partir do século XVI".
A economia política clássica, portanto, foi fruto da insatisfação da burguesia com regime feudal, que acabou contribuindo para o desenvolvimento do capitalismo. Com o sistema capitalista vigente, a burguesia tornou-se a classe dominante, o que despertou uma nova revolução: a revolução do proletariado (classe trabalhadora). Os trabalhadores, que se sentiam explorados pelos capitalistas, tiveram como porta-voz um dos críticos mais importantes do capitalismo: Karl Marx.
PARA SABER MAIS: Para conhecer um pouco mais sobre Marx, visite o seguinte link:http://www.pensamentoeconomico.ecn.br/economistas/karl_marx.html. Nesse site, há um registro bastante completo sobre a obra de Marx.
Como já comentado, Marx criticou o modelo capitalista e, consequentemente, a economia política clássica. Leia o artigo, a seguir, denominado "O método da economia política", para conhecer mais sobre o pensamento de Marx sobre esta temática. O artigo está no seguinte link:http://www.insrolux.org/textosmarxistas/metododaeconomiapoilitica.htm
Apesar da crítica de Marx, o sistema capitalista se desenvolveu e apresentou-se de forma diferente ao longo do tempo. No início, acreditava-se que o Estado (governo) não deveria intervir no sistema econômico, pois o mercado seria autoajustável. Ao longo do tempo e devido a algumas crises desse modelo liberal, o Estado passou a ser visto como co-agente do desenvolvimento econômico (num movimento chamado keynesianismo). Posteriormente, o mundo voltou-se, novamente, para um modelo de maior liberdade econômica, chamado neoliberalismo. Vamos falar um pouco mais dessa evolução do sistema capitalista!
Até o final do século XIX, portanto, acreditava-se que o papel do Estado seria o de somente garantir a livre concorrência do mercado. Esse pensamento levou o nome de liberalismo econômico (cujo principal defensor era o escocês Adam Smith). 
Assista ao vídeo, a seguir, para saber um pouco mais sobre Adam Smith e o liberalismo econômico:
https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=GzWpkGa4Sz4
PARA SABER MAIS: Para conhecer mais sobre Adam Smith, visite o site "História do Pensamento Econômico", no link:http://www.pensamentoeconomico.ecn.br/economistas/adam_smith.html
	
Smith e os economistas liberais (também chamados de clássicos) acreditavam que o mercado seria autoajustável, ou seja, à medida que as pessoas buscassem, de forma eficiente, o desenvolvimento de seus próprios negócios, as empresas cresceriam, empregos seriam gerados e toda a sociedade, automaticamente, seria beneficiada. No entanto, com o desenvolvimento do sistema capitalista e a formação das grandes empresas e monopólios no final do século XIX, os princípios do liberalismo econômico foram perdendo força; após a I Guerra Mundial, o Estado já toma a frente na recuperação dos países e, com a quebra da Bolsa de Nova Iorque, em 1929, o liberalismo cede espaço de vez para o keynesianismo (do inglês John Maynard Keynes). Keynes, que pregava a intervenção estatal na economia para assegurar o bem-estar da população, tornou-se o economista mais célebre do século XX, cujas ideias foram adotadas em praticamente todo o mundo capitalista.
Assista ao vídeo, a seguir, para conhecer um pouco mais sobre a crise de 1929, que deu força às ideias de Keynes, que defendia a intervenção estatal na economia:
https://www.youtube.com/watch?v=CxwZmdPvwA4&feature=player_embedded
PARA SABER MAIS: Para conhecer mais sobre Keynes, visite o site "História do Pensamento Econômico", no link:http://www.pensamentoeconomico.ecn.br/economistas/john_maynard_keynes.html
	
Mais recentemente, a partir da década de 70, uma nova onda liberal, chamada neolibreralismo, começa a ganhar força. O link, abaixo, contém um artigo de Reginaldo C. Corrêa de Moraes, para conhecer as características do neoliberalismo e uma comparação deste com o liberalismo clássico: http://firgoa.usc.es/drupal/node/3039
O texto, a seguir, sobre Milton Friedman - um grande defensor do liberalismo econômico - apresenta as diferenças entre liberalismo e neoliberalismo. O artigo encontra-se no link a seguir: http://www.cofecon.org.br/index.php?Itemid=114&id=433&option=com_content&task=view .
Podemos perceber que o sistema capitalista apresenta suas contradições: enquanto algumas pessoas criticam o Estado como interventor na economia, outros acreditam que sua presença é fundamental para garantir eficiência e equidade na sociedade. Na sequência, veremos outros exemplos sobre este assunto.
O vídeo, a seguir, ressalta que a atual crise econômica trará mais debates sobre o papel do estado na economia. Assista ao vídeo:
O artigo, a seguir, também debate o papel do Estado na economia dentro do atual contexto de crise. O artigo foi publicado na revista EXAME e chama-se "A solução agora é um banco ruim". O artigo pode ser acessado pelo seguinte link: http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0936/mundo/solucao-agora-banco-ruim-419623.html .
Por falar em crise econômica, esta oferece vários exemplos desse dilema que comentamos acima, entre liberdade de mercado e intervenção do estatal na economia. Antes de ilustrar tais exemplos, vamos lembrar como começou essa crise.
O jornal "A folha de São Paulo" publicou no seu site (www.folhasp.com.br) uma explicação mais detalhada dessa crise, em forma de imagem. Confira:
E para conhecer, em detalhes, alguns impactos da crise no Brasil, leia o artigo "A CRISE FINANCEIRA MUNDIAL: IMPACTOS SOBRE O BRASIL", disponível no link: http://www.eumed.net/cursecon/ecolat/br/08/slmp.htm
	
O artigo a seguir, publicado no site do jornal O ESTADO DE SÃO PAULO, diz que a crise afetará neoliberalismo. Leia o artigo no link a seguir: http://www.estadao.com.br/economia/not_eco252049,0.htm
Ao mesmo tempo em que existem essas discussões em torno do capitalismo, alguns países continuam com governos com viés socialista.
Bom, chegamos ao fim de nossas web-aulas. Espero que tenha contribuído positivamente para nossa disciplina. Até a próxima!
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