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� PAGE \* MERGEFORMAT �3� CURSO DE DIREITO RESUMÃO – COMPETÊNCIAS EM MATÉRIA AMBIENTAL O Art. 225 da Constituição Federal afirma que incumbe ao Poder Público e à coletividade o dever de defender e preservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado para as presentes e futuras gerações. O conceito “Poder Público” é um termo genérico que faz referência aos diversos entes da administração pública, assim, cabe à União, aos Estados e aos municípios defender e preservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado. A Constituição Federal repartiu as competências, em matéria de meio ambiente, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios em razão da autonomia de cada ente federado. Em meio ambiente, as competências constitucionais podem ser de dois tipos: administrativa (comum) e legislativa (concorrente). COMPETÊNCIA COMUM A competência administrativa é competência comum à União, ao Distrito Federal, aos Estados e aos municípios. Estabelece o Art. 23 da Constituição Federal: Art. 23 – É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: (...) III – proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII – preservar as florestas, a fauna e a flora. (...) Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. Assim, União, estados, Distrito Federal e municípios têm o comum dever/poder de proteger o meio ambiente. É importante esclarecer que não há uma hierarquia entre os entes federativos, tais entes possuem autonomia entre si. A definição do papel de cada ente federativo é tema de fundamental importância para a eficácia das normas de proteção ambiental. A ausência de critérios claros na definição das competências vem trazendo conflitos na aplicação dos instrumentos da gestão ambiental, como a sobreposição de ações de entes federados ou mesmo a omissão destes no cumprimento de seus deveres constitucionais de proteção ao meio ambiente. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA A competência legislativa em matéria ambiental é concorrente entre a União, os Estados e o Distrito Federal, conforme o disposto no Art. 24 da CF: Art. 24 – Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: (...) VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico (...) Cabe à União estabelecer normas gerais, ou seja, fixar parâmetros mínimos de proteção ao meio ambiente que deverão ser observados pelos demais entes federativos. Aos Estados e ao Distrito Federal incumbe legislar suplementarmente, adaptando as normas jurídicas às peculiaridades regionais. Note que o Art. 24 exclui dos municípios a competência legislativa em matéria ambiental. Porém, da interpretação do Art. 30 da Constituição Federal depreende-se que cabe aos municípios legislar sobre assuntos de interesse local (inciso I) e de forma suplementar a legislação federal e estadual no que couber (inciso II), não especificando a matéria. Desta forma, mesmo em matéria de meio ambiente, caberá aos municípios legislar sobre temas de interesse local. Conclui-se, portanto, que todos os entes federativos poderão legislar sobre meio ambiente. Atuação/Competência Supletiva Ação do ente da federação que se substitui ao ente federativo originariamente detentor das atribuições. Exemplo: O Estado deixa de licenciar uma obra de sua competência, a União utilizando-se da competência supletiva atua na omissão do Estado. Atuação/Competência Subsidiária Ação do ente da federação que visa a auxiliar no desempenho das atribuições decorrentes das competências comuns, quando solicitado pelo ente federado originariamente detentor das mesmas. Exemplo: O Estado solicita atuação subsidiária da União para fiscalizar determinado Parque Nacional (espaço territorial especialmente protegido). Atuação conjunta. Competência para licenciar (licenciamento ambiental) Competência Comum: União, Estado, Distrito Federal e Municípios. No entanto, visando solucionar conflitos de competência e atuação no procedimento de licenciamento ambiental, o Conselho Nacional de meio ambiente – CONAMA editou Resolução normativa n.º237/97 para definir critérios de competência em se tratando de licenciamento ambiental, sendo adotado pela referida resolução critério de abrangência dos impactos ambientais, de acordo com o quadro abaixo: Abrangência dos impactos diretos Competência para licenciar Dois ou mais Estados IBAMA Dois ou mais municípios Órgão Estadual de meio ambiente Local Município BIBLIOGRAFIA BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil -1988. Brasília: Senado, 2012. CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE-CONAMA. Resolução n.º237/1997. Brasília: MMA, 2013. FIORILLO, Celso Antônio Pacheco. Curso de direito ambiental brasileiro. 12ª. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2012. MACHADO, Paulo A.L. Direito ambiental brasileiro. 13ª ed. ver., atual., ampl. São Paulo: Malheiros, 2005.
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