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CIÊNCIA DOS MATERIAIS 1º Semestre Imperfeições em Sólidos Cristal – arranjo regular e periódico dos átomos Defeito – irregularidade (imperfeição ou “erro”) no arranjo cristalino – na posição dos átomos Irregularidade – no tipo dos átomos O tipo e número de defeitos dependem do material, do meio ambiente e das circunstâncias sob as quais o cristal é processado. Imperfeições Estruturais • Apenas uma pequena fração dos sítios atômicos são imperfeitos Menos de 1 em 1 milhão • Mesmo sendo poucos eles influenciam muito nas • Mesmo sendo poucos eles influenciam muito nas propriedades dos materiais e nem sempre de forma negativa • Características específicas são deliberadamente produzidas pela introdução de quantidades controladas de imperfeições. Ex.: dopagem de semicondutores Defeitos Cristalinos A classificação dos defeitos cristalinos é frequentemente feita de acordo com a geometria ou dimensão dos defeitos Defeitos pontuais – associados a 1 ou 2 posições atômicas Defeitos lineares – uma dimensão (unidimensional) Defeitos planos (interfaciais) – fronteiras (2 dimensões) Defeitos volumétricos – 3 dimensões Defeitos Pontuais Vacâncias • Envolve a falta de um átomo (uma posição do reticulado, normalmente ocupada, encontra-se vazia) • São formados durante a solidificação do cristal ou como • São formados durante a solidificação do cristal ou como resultado das vibrações atômicas (O número de vacâncias aumenta exponencialmente com a temperatura) • As propriedades dos materiais podem ser controladas criando ou controlando estes defeitos Defeitos Pontuais Átomos Intersticiais • Um átomo extra no interstício do cristal (mesmo material) • Produz uma distorção no reticulado, uma vez que o átomo é, geralmente, maior que o interstício.é, geralmente, maior que o interstício. • A formação de um defeito intersticial implica na criação de uma vacância • Existem em concentrações menores que as vacâncias Defeitos Lineares (Discordâncias) • As discordâncias estão associadas com a cristalização e a deformação (origem: térmica, mecânica e supersaturação de defeitos pontuais) • A presença deste defeito é a responsável pela deformação, • A presença deste defeito é a responsável pela deformação, falha e rompimento dos materiais • A quantidade e o movimento das discordâncias podem ser controlados pelo grau de deformação (conformação mecânica) e/ou por tratamentos térmicos Defeitos Lineares (Discordâncias) Discordância é um defeito linear ou unidimensional em torno do qual alguns dos átomos estão desalinhados. Discordância em inglês é chamada “dislocation”. Podem ser: - Cunha - Hélice - Mista Discordância em Cunha Envolve um plano extra de átomos O vetor de Burger é perpendicular à direção da linha de discordância Envolve zonas de tração e compressão Discordância em Cunha Átomos acima da linha de discordância estão espremidos (compressãocompressão) e os átomos abaixo da linha estão separados (traçãotração) Discordância em Hélice • Produz distorção na rede • O vetor de burger é paralelo à direção da linha de discordância •Formada por uma tensão de cisalhamento •A parte superior do cristal é deslocada uma distância atômica. Discordâncias • Com o aumento da temperatura há um aumento na velocidade de deslocamento das discordâncias favorecendo o aniquilamento mútuo das mesmas e formação de discordâncias únicas • Impurezas tendem a difundir-se e concentrar-se em torno • Impurezas tendem a difundir-se e concentrar-se em torno das discordâncias formando uma atmosfera de impurezas • As discordâncias geram vacâncias. •As discordâncias influem no processo de difusão. • As discordâncias contribuem para a deformação plástica. Movimentação das Discordâncias Defeitos Interfaciais São fronteiras bidimensionais e normalmente separam regiões de materiais que tem diferentes estruturas cristalinas ou orientações cristalográficas • Superfícies externas • Contornos de grão • Fronteiras entre fases • Maclas (“twins”) • Defeitos de empilhamento Defeitos na Superfície Externa – Na superfície os átomos não estão completamente ligados ao número máximo de vizinhos (o estado energia dos átomos na superfície é maior que no interior do cristal) – As ligações desses átomos de superfície que não estão completadas dão origem a uma energia de superfíciecompletadas dão origem a uma energia de superfície – Os materiais tendem a minimizar está energia. Por exemplo, os líquidos assumem uma forma que possuem uma área mínima – as gotículas se tornam esféricas, assim diminui sua área superficial. Obviamente isso não é possível nos sólidos, que são mecanicamente rígidos. Contorno de Grão – Corresponde à região que separa dois ou mais cristais de orientações diferentes em materiais policristalinos um cristal = um grão – No interior de cada grão todos os átomos estão arranjados segundo um único modelo e única orientação, caracterizada pela célula unitária Material com apenas uma orientação cristalina, ou seja, que contém apenas um grão é chamado de monocristalmonocristal Contorno de Grão A forma do grão é controlada: - pela presença dos grãos circunvizinhos O tamanho de grão é controlado - Composição -Taxa de cristalização ou solidificação-Taxa de cristalização ou solidificação Energia - Energia do contorno de grão é similar à da energia da superfície externa, ou seja, mais elevada que no interior do grão. Maclas ou Cristais Gêmeos (“Twins”) • É um tipo especial de contorno de grão. • Os átomos de um lado do contorno são imagens espelhadas dos átomos do outro lado do contorno. • A macla ocorre num plano definido e numa direção específica, dependendo da estrutura cristalina.específica, dependendo da estrutura cristalina. Imperfeições Volumétricas São introduzidas no processamento do material e/ou na fabricação do componente. -Inclusões – Impurezas estranhas -Precipitados – são aglomerados de partículas cuja composição -Precipitados – são aglomerados de partículas cuja composição difere da matriz -Porosidade – origina-se devido a presença ou formação de gases (metalurgia do pó) - Fases – devido à presença de impurezas (ocorre quando o limite de solubilidade é ultrapassado) Soluções Sólidas Um metal considerado puro sempre tem impurezas (átomos estranhos) presentes Metal com 99,9999% de pureza = 1022-1023 impurezas por cm3 A presença de impurezas promove a formação de defeitos pontuais na estrutura do metal.pontuais na estrutura do metal. As impurezas podem ser adicionadas intencionalmente com a finalidade: - aumentar a resistência mecânica - aumentar a resistência à corrosão Quando a adição é feita intencionalmente formam-se as ligas. Soluções Sólidas A estrutura do cristal é mantida e não formam-se novas estruturas. As soluções sólidas formam-se mais facilmente quando impureza e hospedeiro tem estrutura e dimensões eletrônicas semelhantes.eletrônicas semelhantes. As impurezas são chamadas solutosoluto (< quantidade) e a matriz é chamada solventesolvente (> quantidade). Soluções Sólidas 1. Substitucionais Há a substituição de átomos do solvente no reticulado cristalino por átomos de soluto. Átomos de soluto e do solvente devem ter aproximadamente o mesmo tamanho. Para formar uma solução sólida substitucional ambos os átomos de soluto e de solvente devem obedecer uma série de condições chamadas “Regras de Regras de HumeHume –– RotheryRothery”. Soluções Sólidas Raio atômico – deve ter uma diferença de no máximo 15%, caso contrário pode promover distorções na rede e assim formação de nova fase Estrutura cristalina – mesma Regras de Hume – Rothery Estruturacristalina – mesma Eletronegatividade – próximas Valência – mesma ou maior que a do hospedeiro (diferença máxima 1 unidade) Tanto o soluto como o solvente devem obedecer a essas regras simultaneamente. Soluções Sólidas 2. Substitucionais Os átomos de impurezas ocupam os espaços dos interstícios. Como os materiais metálicos tem geralmente fator de Como os materiais metálicos tem geralmente fator de empacotamento alto as posições intersticiais são relativamente pequenas. Geralmente, no máximo 10% de impurezas são incorporadas nos interstícios. Soluções Sólidas Interstícios octaédricos e tetraédricos em estrutura CCC Razão entre o raio do interstício (r) e o raio do átomo da rede (R): Na estrutura CCC o raio do interstício tetraédrico é maior que o do interstício octaédrico. Soluções Sólidas Interstícios octaédricos e tetraédricos em estrutura CFC Razão entre o raio do interstício (r) e o raio do átomo da rede (R): Na estrutura CFC o raio do interstício tetraédrico é menor que o do interstício octaédrico. Soluções Sólidas Átomos intersticiais provocam grande distorção na rede cristalina, aumentando acentuadamente o parâmetro de rede. O seu efeito nas propriedades mecânicas é muito maior que o efeito nos átomos substitucionais, para uma mesma o efeito nos átomos substitucionais, para uma mesma concentração. Ex.: o carbono forma uma solução sólida quando adicionado ao ferro, a concentração máxima de carbono no ferro é cerca de 2,1%. RC = 0,071 nm e RFe = 0,124 nm
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