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OAB XVI EXAME DE ORDEM – 2ª FASE 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
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Direito Penal 
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DEPUTADOS E SENADORES 
 
Art. 27, §1º CF/88 - Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, 
aplicando-se-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, 
inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, 
impedimentos e incorporação às Forças Armadas. 
 
 
MAGISTRADOS 
 
LOMAN (Lei Complementar 35/79) 
Art. 33 - São prerrogativas do magistrado: 
II - não ser preso senão por ordem escrita do Tribunal ou do órgão especial 
competente para o julgamento, salvo em flagrante de crime inafiançável, caso 
em que a autoridade fará imediata comunicação e apresentação do magistrado 
ao Presidente do Tribunal a que esteja vinculado; 
 
 
MEMBROS DO MP - LOMP (LEI 8.625/93) 
 
Art. 40. Constituem prerrogativas dos membros do Ministério Público, além de 
outras previstas na Lei Orgânica: 
III - ser preso somente por ordem judicial escrita, salvo em flagrante de crime 
inafiançável, caso em que a autoridade fará, no prazo máximo de vinte e quatro 
horas, a comunicação e a apresentação do membro do Ministério Público ao 
Procurador-Geral de Justiça; 
 
 
Caso prático 1 
 
No dia 20/08/2014, Anderson Silva, corretor de imóveis, após fechar a venda de 
um imóvel por telefone, situado na região oceânica de Florianópolis, ligou para 
sua mulher para marcar um encontro para comemorar a venda de um 
apartamento. Ao sair do escritório, Anderson Silva, empolgado com o êxito de 
seu trabalho, pega seu carro e vai ao encontro de sua mulher. 
 
Após 25 minutos trafegando na rodovia “X”, Anderson Silva atropela um sujeito 
de nome Levy. Imediatamente, Anderson saiu do carro e prestou socorro à 
vítima, inclusive partindo de seu telefone a ligação para o serviço médico de 
urgência. Contudo, não houve tempo hábil e a vítima faleceu no local. Segundo 
testemunhas, a vítima estava completamente embriagada. 
 
Os moradores do local ligaram para a polícia que, ao chegar ao local do fato, 
efetuou a prisão em flagrante de Anderson Silva. Em sede policial, as 
testemunhas e Anderson Silva, em suas declarações, informaram que a vítima 
atravessou a rodovia onde havia clara sinalização de que era proibido o tráfego 
de pessoas. Após as oitivas, a autoridade policial lavrou o auto de prisão em 
flagrante. 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Penal 
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Houve a comunicação imediata ao juiz, ao Ministério Público e à família do 
preso. No entanto, não houve a entrega da nota de culpa a Anderson Silva. 
 
Na qualidade de advogado contratado pela família de Anderson Silva, redija a 
peça prático-profissional com o intuito de restabelecer a liberdade de seu 
cliente excetuando o intento do Habeas corpus. 
 
 
PADRÃO DE RESPOSTA 
 
ENDEREÇAMENTO: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE 
DIREITO DA __ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE FLORIANÓPOLIS-SC. 
 
FUNDAMENTAÇÃO: Art. 5º, LXV da CRFB/88 c/c art. 310, I, do CPP. 
 
TESE DEFENSIVA: 
O candidato deve arguir que o requerente estava trafegando em uma rodovia, 
onde havia clara sinalização de que era proibido o tráfego de pessoas, quando 
a vítima atravessou a pista embriagada. Além disso, toda prova produzida 
demonstra culpa exclusiva da vítima. 
 
Importante destacar que, em caso de acidente de trânsito que resulte em lesão 
corporal culposa ou homicídio culposo não é possível a prisão em flagrante, de 
acordo com art. 301 do CTB, desde que o agente preste socorro necessário à 
vítima, o que ocorreu no caso concreto. Anderson Silva prestou socorro imediato 
a vítima. 
 
Ocorrendo desta forma ilegalidade na prisão. Há de se destacar também que 
após a lavratura do APF o delegado não entregou a nota de culpa ao autor do 
fato, gerando desta forma ilegalidade formal do flagrante. Importante abrir um 
tópico e destacar também a impossibilidade da decretação da prisão preventiva, 
com fundamento no art. 312 do CPP. 
 
DO PEDIDO: 
Relaxamento de prisão, com fundamento no art. 5º, LXV, da CRFB, e no art. 310, 
I, do CPP, e consequente expedição do alvará de soltura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Caso prático 2 
 
Daniel estava andando pela rua quando se deparou com Bruna, parada à espera 
do namorado que iria pegá-la e levá-la em casa. Percebendo que Bruna estava 
distraída, Daniel resolveu subtrair a bolsa da vítima, empregando violência e 
grave ameaça, e saiu correndo pelas ruas do bairro das Graças. 
 
Nesse momento, dois policiais chegaram à localidade e logo empreenderam 
perseguição no intuito de pegar o acusado, capturado 500metros do local do 
crime. Ao ser levado à Delegacia, o delegado de plantão, Felipe, começou a 
formalizar o flagrante pela prática de roubo, nos termos do art. 157, caput, do 
Código Penal. 
 
Ao verificar a identificação do acusado, percebeu que Daniel era parente de um 
antigo desafeto, razão pela qual resolveu deixá-lo sem nenhum tipo de 
comunicação na cadeia ao longo de 72 horas. Após o tempo decorrido, Felipe 
comunicou a prisão em flagrante ao juiz de plantão da Comarca de Recife e ao 
representante do Ministério Público, mas, apesar de Daniel informar ter a pessoa 
de Lucas como seu procurador, recusou-se a comunicar a prisão em flagrante 
ao advogado constituído, bem como à defensoria pública, mantendo, 
propositalmente, o preso incomunicável. Posteriormente, após a lavratura do 
APF e de todo o tempo decorrido, cientificou o acusado de todas as acusações, 
entregando-lhe nota de culpa, tendo Daniel prestado recibo, além de ter 
comunicado a prisão à família do acusado. 
 
Considerando a situação hipotética acima, na qualidade de advogado contratado 
pela família de Daniel, redija a peça cabível no intuito de restituir a liberdade do 
seu cliente, excetuando-se a utilização do Habeas Corpus. 
 
 
PADRÃO DE RESPOSTA 
 
ENDEREÇAMENTO: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE 
DIREITO DA __ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE RECIFE CAPITAL 
ESTADO DE PERNAMBUCO 
 
FUNDAMENTAÇÃO: Art. 5º, LXV da CRFB/88 c/c art. 310, I, do CPP. 
 
 
TESE DEFENSIVA: 
 
O candidato deve arguir que apesar da existência de requisitos para a 
caracterização do flagrante, nos termos do art. 302 do Código de Processo 
Penal, não foram respeitadas as formalidades exigidas em lei para a 
regularização da prisão. 
 
Importante destacar que o Delegado, por reconhecer Daniel como parente de 
um antigo desafeto, não comunicou imediatamente a prisão ao Juiz competente, 
 
 
 
 
 
 
 
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ao representante do Ministério Público, bem como ao advogado constituído por 
Daniel, recusando-se ainda a comunicar a prisão à Defensoria Pública, 
descumprindo o determinado no art. 306 do Código de Processo Penal. 
 
Não bastando todas as ilegalidades formais, esperou o prazo de 72 horas para 
a conclusão do auto de prisão em flagrante para, só assim, proceder com as 
comunicações devidas e a entrega da nota de culpa. Assim, não houve dentro 
do prazo legal a comunicação do flagrante ao juiz, ao Ministério Público à família 
do preso e ao próprio preso, estando violadas todas as exigências do artigo 306, 
caput e incisos. 
 
Notória a arbitrariedade exercida pelo Delegado ao deixar o preso incomunicável 
pelo prazo de 72 horas, cometendo o crime de abuso de autoridade, previsto na 
Lei 4.898/1965. Como se não bastasse, infringiu preceito constitucional ao não 
realizar as devidas comunicações, conforme previsão no art. 5º, LXII, LXIII, LXIV, 
bem como no art. 306, §§ 1º e 2º do Código de Processo Penal, demonstrando 
a total ilegalidade da prisão em flagrante, devendo ser relaxada, de imediato, 
pelo juízo competente. 
 
DO PEDIDO: 
Relaxamento de prisão, com fundamento no art. 5º, LXV, da CRFB, e art. 310, I, 
do CPP, e consequente expedição do alvará de soltura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Caso prático 3 
 
Em 12/06/2013, Marcos, mediante grave ameaça, subtraiu uma corrente de ouro 
pertencente a Carolla, que acabara de receber de presente do dia dos 
namorados e fugiu, escondendo-se debaixo de uma ponte. 
 
Uma semana depois do delito, Marcos, ao sair de casa, deparou-se com o 
namorado da vítima, Josué, que passava pelo local e reconheceu a corrente de 
ouro no pescoço de Marcos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Josué efetuou, então, a prisão em flagrante de Marcos pelo crime de roubo de 
que Carolla foi vítima, encaminhando-o à delegacia de polícia. 
 
Apesar da inexistência de testemunhas do fato, foi lavrado o auto de prisão em 
flagrante, com a assinatura do condutor e de duas testemunhas que 
presenciaram a apresentação do preso. 
 
Após muita solicitação por parte de Marcos, a prisão foi comunicada, mais de 30 
horas após o ocorrido, a seu amigo Jorge, não tendo sido dada, contudo, ciência 
da prisão à família do preso. Quarenta e oito horas após a prisão, foram os autos 
encaminhados ao juízo competente e ao Ministério Público. 
 
Na qualidade de advogado contratado por Jorge, com base nas informações 
acima expostas, elabore a peça cabível no intuito de garantir a liberdade do seu 
cliente, excetuando-se a possibilidade de intento do Habeas Corpus. 
 
Caso prático 4 
 
Virgílio, residente na Cidade de Fortaleza – Ceará, com sua esposa, Helena, 
pretendendo fazer uma reforma na casa onde mora com a família, dirigiu-se a 
uma loja de material de construção para verificar as opções de crédito existentes. 
Entre as opções que o vendedor da loja apresentou, a mais adequada ao seu 
orçamento familiar era a emissão de cheques pré-datados como garantia da 
dívida. 
 
Como não possui conta corrente em agência bancária, Virgílio pediu a seu 
cunhado, Laerte, que é Deputado Estadual, que lhe emprestasse seis cheques 
para a aquisição do referido material, pedido prontamente atendido. 
 
Com o empréstimo, retornou ao estabelecimento comercial e realizou a compra, 
deixando como garantia da dívida os seis cheques assinados pelo cunhado. 
 
Dias depois, Laerte, que tivera seu talonário de cheques furtado, sustou o 
talonário, inclusive todos os cheques que havia emitido, dentre eles, os 
emprestados a Virgílio. 
 
Diante da sustação, o empresário, na Delegacia de Polícia mais próxima, alegou 
que havia sido fraudado em uma transação comercial, uma vez que Laerte 
frustrara o pagamento dos cheques que lhe foram dados em garantia. 
 
Diante das alegações, o delegado de polícia instaurou Inquérito Policial para 
apurar o caso, indiciando Laerte, por entender que havia indícios de ter ele 
cometido o crime previsto no inciso VI do § 2.º do art. 171 do Código Penal, e 
dirigiu-se à residência do mesmo, procedendo ali sua prisão, a título de 
encontrar-se o mesmo em estado de flagrância. 
 
Após a prisão, o Delegado de Polícia realizou todos os procedimentos 
previstos no art. 306 e seguintes do Código de Processo Penal, inclusive 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Penal 
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comunicando a prisão ao Desembargador Presidente do Tribunal de 
Justiça do Estado do Ceará. 
 
Considerando a situação hipotética acima, na qualidade de advogado 
contratado por Laerte, redija a peça cabível, excetuando-se a utilização do 
Habeas Corpus, no intuito de restituir a liberdade do seu cliente. 
 
PADRÃO DE RESPOSTA 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ 
 
LAERTE, (nacionalidade), (estado civil), deputado estadual, portador da Cédula 
de identidade número ________, expedida pela _______, inscrito no Cadastro 
LAERTE, (nacionalidade), (estado civil),deputado estadual, portador da Cédula 
de identidade número ________, expedida pela _______, inscrito no Cadastro 
de Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob o número _________, 
(residência e domicílio), por seu advogado abaixo assinado, conforme 
procuração anexa a este instrumento, vem muito respeitosamente à presença 
de Vossa Excelência, requerer o seu 
 
RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE 
 
com fundamento no artigo 5º, LXV, da Constituição Federal, em combinação com 
o artigo 310, I do Código de Processo Penal, pelos motivos de fato e de direito a 
seguir expostos: 
 
1. Dos Fatos 
 
Em atendimento a um pedido de seu cunhado, em empréstimo ao mesmo, o 
requerente, que exerce o mandato de Deputado Estadual, emitiu seis cheques 
pré-datados para aquisição de mercadorias no comércio ___. 
Ocorre que, por ter tido o talonário de cheques furtado, acabou sendo obrigado 
a sustar todo o talão perante o banco sacado. 
Diante da impossibilidade de compensação dos referidos cheques, de forma 
absurda, o comerciante em referência procurou a ___ Delegacia de Polícia, 
acusando o requerente de ter praticado o crime previsto no inciso VI do § 2.º do 
art. 171 do Código Penal, pois teria o mesmo frustrado o pagamento dos 
cheques dados em garantia a um estabelecimento comercial. 
Diante das alegações, ainda de forma mais incoerente, o Delegado de Polícia 
instaurou inquérito policial para apurar o suposto fato, e, pior, dirigiu-se à 
residência do requerente e ali efetuou sua prisão a título de um também absurdo 
flagrante delito, apesar da inexistência dos requisitos constantes no art. 302 do 
Código de Processo Penal, comunicando da prisão em flagrante somente a 
Vossa Excelência, portanto, ao Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do 
Ceará. 
 
2. Da(s) ilegalidade(s) da prisão 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Penal 
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Inicialmente, cumpre esclarecer que, Deputado Estadual não pode ser preso em 
flagrante, desde a expedição do diploma, por crimes afiançáveis. O 
entendimento ocorre em virtude do princípio da simetria, previsto no art. 27, §1º 
da Carta Magna, que assegura aos membros das Assembleias Legislativas as 
mesmas garantias atribuídas pela Constituição Federal no art. 53, §2º, aos 
Deputados Federais. 
Ocorre ainda que, em razão da mesma simetria atribuída pelo art. 27, § 1o., da 
Constituição Federal, Deputados Estaduais possuem, fixada na Constituição dos 
Estados, prerrogativa de função, devendo ser processados e julgados perante o 
Tribunal de Justiça de seu Estado. 
Por tal motivo, o juízo competente para ciência do eventual flagrante, caso o 
mesmo pudesse ocorrer, o que, destaque-se, não se verifica no caso concreto, 
seria o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, órgão competente para eventual 
processo e julgamento. 
Portanto, competente esse Egrégio Tribunal também para o presente 
relaxamento de prisão. 
Além disso, em face das imunidades constitucionalmente garantidas a 
Senadores e Deputado, deveria, o ilustre delegado de polícia, ao lavrar o auto 
de prisão em flagrante em face do ora requerente, comunicar a Casa Legislativa 
a que pertence em 24 horas, conforme art. 27, §1º, combinado com o art. 53, 
§2º, ambos da Constituição Federal, o que não também não ocorreu. 
Além disso, o agente, quando da prisão, não se encontrava em estado de 
flagrância, não existindo os requisitos previstos no art. 302 do Código de 
Processo Penal. 
No flagrante próprio, o agente está cometendo a infração ou acabou de cometê-
la. No flagrante impróprio, o agente é perseguido, logo após a prática do crime, 
pela autoridade policial, vítima ou por qualquer pessoa do povo. Já no flagrante 
presumido ou ficto, a pessoa é encontrada com instrumento que façam presumir ser 
ela a autora do crime. 
É possível notar, Excelência, inexistir, no caso concreto, qualquer dos motivos 
que ensejariam a prisão em flagrante do agente, já que a autoridade policial 
instaurou o competente inquérito para apuração do fato e, só depois, verificou a 
autoria do possível crime para que houvesse a prisão, sem que qualquer das 
hipóteses do flagrante estivessem configuradas, o que torna a prisão sofrida pelo 
ora requerente, também por este motivo, ilegal. 
Cumpre ressaltar ainda, douto Desembargador, a inocorrência da própria 
tipificação penal, uma vez que o cheque pré-datado não configura conduta típica, 
visto não existir fraude no comportamento do Deputado. Fato é que os cheques 
em questão foram emitidos em garantia de dívida, sendo o débito preexistente, 
anotando ainda que o requerente sequer era devedor, além do que tratavam-se de 
cheques pré-datados, devendo ser aplicada à hipótese a Súmula 246 do Supremo 
Tribunal Federal. 
Assim, não poderia ser o agente preso também pela inexistência do delito, 
devendo a prisão ser imediatamente relaxada. 
 
3. Da total ausência dos pressupostos da prisão preventiva 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Por fim, em caráter subsidiário e apenas por cautela, vale ressaltar que no caso 
concreto, após o relaxamento da prisão em flagrante em face dos patentes vícios 
existentes na prisão, não existe a possibilidade de ser decretada a prisão 
preventiva do requerente. 
No caso em comento não existe quaisquer dos motivos que autorizariam a prisão 
preventiva, configurando-se evidente a impossibilidade de manutenção do 
indiciado, ora requerente, no cárcere, a qualquer título. 
 
4. Pedido 
Ante o exposto, postula-se a Vossa Excelência, com base no artigo 5º, LXV da 
Constituição Federal, e art. 310, I, do Código de Processo Penal, o 
reconhecimento da ilegalidade da prisão em flagrante, com o consequente relaxamento 
da prisão em flagrante a ele imposta, expedindo-se, de pronto, o competente alvará de 
soltura. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Fortaleza, data. 
Advogado, OAB 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Penal 
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OAB XVI EXAME DE ORDEM – 2ª FASE 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
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