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Aula1Identidadeeprocessosgrupais_20150411151919

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Identidade e processos grupais 
Professora Marli Machado de Lima 
Não sei quem sou, que alma tenho. 
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo. 
Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros)... 
Sinto crenças que não tenho. Enlevam-me ânsias que repudio. 
A minha perpétua atenção sobre mim perpetuamente me ponta traições de alma a um caráter que talvez 
eu não tenha, nem ela julga que eu tenho. 
Sinto-me múltiplo. 
Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos que torcem para reflexões falsas uma única 
anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas. 
Como o panteísta se sente árvore e até a flor, eu sinto-me vários seres. 
Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente, como se o meu ser participasse de todos os 
homens, incompletamente de cada, por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço. 
 
 
 
 Fernando Pessoa 
Adolescência 
• Momento de grande crise 
 
• Quantos conflitos! Quantas dúvidas! “Ser ou não 
ser, eis a questão!” 
 
• A crise de identidade na adolescência é algo 
inevitável, contudo, existem outras crises que são 
construídas e produzidas pelo próprio indivíduo 
e/ou por circunstâncias sociais e biográficas. 
 
 
ESTIGMA : Marca, sinal. 
 
 
 
• O estigma refere-se as marcas — atributos 
sociais que um indivíduo, grupo ou povo 
carregam e cujo valor pode ser negativo ou 
pejorativo. 
O estigma revela que a sociedade tem dificuldade de lidar com o diferente. 
 
Esta dificuldade é “perpetuada”, ao longo das gerações, pela: 
 
 educação familiar, 
 
 escola, 
 
 meios de comunicação de massa, 
 
 
 Por cada um de nós em nosso cotidiano, o que leva à construção de uma carreira moral para 
o indivíduo estigmatizado, isto é, sua identidade vai incorporar este atributo ao qual 
corresponde um valor social negativo. 
Um aspecto bastante importante desse processo, que pode envolver um indivíduo, um grupo ou 
um povo inteiro e acompanhar o indivíduo desde o seu nascimento (uma característica física, 
por exemplo) ou ser adquirido ao longo da vida (assumir a própria homossexualidade) é o 
atributo negativo pode ser internalizado pelo indivíduo e constituir aspecto importante de sua 
auto-imagem e auto-estima. 
Lembre-se: as aparências podem enganar ou... as pessoas estão em contínuo processo de 
mudança 
 
Psicologia institucional e processo 
grupal 
 • A nossa vida cotidiana é demarcada pela vida 
em grupo. 
 
• Estamos o tempo todo nos relacionando com 
outras pessoas. Mesmo quando ficamos 
sozinhos, a referência de nossos devaneios 
são os outros. 
Processos grupais 
• Raramente encontraremos uma pessoa que viva 
completamente isolada, mesmo o mais asceta dos 
eremitas levará, para o exílio voluntário, suas 
lembranças, seu conhecimento, sua cultura. 
 
• Dependemos do outro em nosso cotidiano. 
 
• Dada a importância da vida dos grupos (e em grupo) e 
do processo de institucionalização,, estes dois temas 
têm se destacado ultimamente no campo da Psicologia 
Social. 
 
 
A CONSTRUÇÃO SOCIAL DA REALIDADE 
 Processo de institucionalização - de acordo 
com Blerger e Luckmann: 
 
 começa com o estabelecimento de 
regularidades comportamentais 
 
 As pessoas vão, aos poucos, descobrindo a 
forma mais rápida, simples e econômica de 
desempenhar as tarefas do cotidiano 
Processo de institucionalização 
Pode-se dizer que um hábito se estabelece quando 
uma dessas formas repete-se muitas vezes. 
 
 Um hábito estabelecido por razões concretas, com 
o passar do tempo e das gerações, transforma-se 
em tradição. 
 
 E o que acontece? As bases concretas, 
estabelecidas com o decorrer do tempo, não são 
mais questionadas. A tradição se impõe porque é 
uma herança dos antepassados. 
Quando se passam muitas gerações e a regra 
estabelecida perde essa referência de origem 
(o grupo de antepassados), dizemos, então, 
que essa regra social foi institucionalizada. 
GRUPOS INSTITUIDOS 
 
FILME 
O casamento é uma instituição? 
Hoje, qualquer pessoa de nossa sociedade ocidental, se 
questionada sobre a monogamia, dirá que o casamento se dá 
desta forma porque “é natural”. 
 
Curiosamente, ainda hoje temos culturas, como a muçulmana, 
que não adotam a monogamia como regra e, apesar dessa 
evidência contrária, alguém de nossa cultura continuará 
considerando a monogamia natural. 
A este fenômeno chamamos de instituição. 
 
 A repetição de uma tradição é a base do processo de 
institucionalização. 
 
 
INSTITUIÇÕES, ORGANIZAÇÕES E GRUPOS 
 
A instituição 
• A instituição é um valor ou regra social 
reproduzida no cotidiano com estatuto de 
verdade, que serve como guia básico de 
comportamento e de padrão ético para as 
pessoas, em geral. 
A instituição 
• A instituição é o que mais se reproduz e o que 
menos se percebe nas relações sociais. 
Atravessa, de forma invisível, todo tipo de 
organização social e toda a relação de grupos 
sociais. Só recorremos claramente a estas 
regras quando, por qualquer motivo, são 
quebradas ou desobedecidas 
 
A organização 
• Se a instituição é o corpo de regras e valores, a 
base concreta da sociedade é a organização. 
 
• As organizações, entendidas aqui de forma 
substantiva, representam o aparato que 
reproduz o quadro de instituições no 
cotidiano da sociedade. 
A organização 
• A organização pode ser um complexo 
organizacional — um Ministério, como, por 
exemplo, o Ministério da Saúde; uma Igreja, 
como a Católica; uma grande empresa, como 
a Volkswagen do Brasil; ou pode estar 
reduzida a um pequeno estabelecimento, 
como uma creche de uma entidade 
filantrópica. 
 
As instituições sociais serão 
mantidas e reproduzidas nas 
organizações. 
 
 Portanto, a organização é o 
pólo prático das instituições. 
 
O grupo 
• O elemento que completa a dinâmica de 
construção social da realidade é o grupo — o 
lugar onde a instituição se realiza. 
 
• Se a instituição constitui o campo dos valores e 
das regras (portanto, um campo abstrato), e se a 
organização é a forma de materialização destas 
regras através da produção social, o grupo, por 
sua vez, realiza as regras e promove os valores. 
O grupo 
• O grupo é o sujeito que reproduz e que, em 
outras oportunidades, reformula tais regras. 
 
• É também o sujeito responsável pela 
produção dentro das organizações e pela 
singularidade — ora controlado, submetido de 
forma acrítica a essas regras e valores, ora 
sujeito da transformação, da rebeldia, da 
produção do novo. 
 
A importância dos grupos na Psicologia 
 Grupo é o tema fundante da psicologia social 
 
 Os primeiros estudos sobre os grupos foram realizados 
no final do século 19 pela então denominada Psicologia 
das Massas ou Psicologia das Multidões. 
 
 As massas podem ser irracionais mas também se bem 
dirigidas podem criar processos de questionamento e 
mobilização social consciente 
 
Psicologia social: a massa e os grupos 
 
Apesar de a Psicologia Social surgir 
com o estudo das massas, será com 
grupos menores, os quais possuem 
objetivos claramente definidos, que 
se desenvolverá a pesquisa de 
grupos 
Kurt Lewin 
Esse desenvolvimento ocorre a partir de 1930, 
com a chegada, aos Estados Unidos, de Kurt 
Lewin — professor alemão refugiado do 
nazismo. 
 
Lewin passou a pesquisar no Massachusetts 
Institute of Technology (MIT) — um renomado 
instituto americano — onde desenvolveu a 
primeirateoria consistente sobre grupos. 
 
• A Psicologia contribui para o 
desenvolvimento do estudo das 
relações humanas no trabalho. 
Psicologia Organizacional e 
mudou, consideravelmente, o 
pensamento sobre os problemas 
industriais. 
 
A DINÂMICA DOS GRUPOS - Kurt Lewin 
 
• Exemplos de temas abordados: 
coesão do grupo (condições necessárias para a 
sua manutenção); 
pressões e padrão do grupo (argumentos reais 
ou imaginários, manifestos ou velados que seus 
membros utilizam para garantir a fidelidade dos 
demais aos objetivos do grupo e ao padrão de 
conduta estabelecido); 
A DINÂMICA DOS GRUPOS - Kurt Lewin 
motivos individuais e objetivos do grupo 
(elementos que garantem fidelidade e que estão 
relacionados com a escolha que cada indivíduo 
faz ao decidir participar de um grupo); 
 liderança e realização do grupo (força de 
convencimento — carisma — exercida por um ou 
mais indivíduos sobre os outros e o tipo de 
atividade exercida pelo grupo); 
e, por fim, as propriedades estruturais dos grupos 
(padrões de comunicação, desempenho de 
papéis, relações de poder etc.). 
 
No campo teórico até aqui mencionado, pode-se definir o 
grupo como um todo dinâmico (o que significa dizer que 
ele é mais que a simples soma de seus membros), e que a 
mudança no estado de qualquer subparte modifica o 
estado do grupo como um todo. 
 
 
O grupo se caracteriza pela reunião de um número de 
pessoas (que pode variar bastante) com um determinado 
objetivo, compartilhado por todos os seus membros, que 
podem desempenhar diferentes papéis para a execução 
desse objetivo 
Quando um grupo se estabelece (uma “panelinha” 
na sala de aula, um grupo religioso ou uma gangue 
de adolescentes), os fenômenos grupais 
anteriormente mencionados passam a atuar sobre 
as pessoas individualmente e sobre o grupo, ao que 
chamamos de processo grupal. 
 
 A coesão é a forma encontrada pelos grupos para 
que seus membros sigam as regras estabelecidas 
Os objetivos do grupo irão sempre prevalecer 
aos motivos individuais, mas dependendo 
desse objetivo, as diferenças individuais 
poderão ser admitidas. 
 
 Quanto mais o grupo precisar garantir sua 
coesão, mais ele impedirá manifestações 
individuais que não estejam claramente de 
acordo com seus objetivos 
A questão da liderança pode representar um capítulo à parte na 
discussão sobre a teoria dos grupos. 
 
Foi entre 1935 e 1946 que Kurt Lewin desenvolveu uma teoria 
consistente, que avaliava o clima grupal e a influência das lideranças 
na produção da atmosfera dos grupos. 
 
Lewin argumentava que o clima democrático, autoritário ou o laissez-
faire dependiam da vocação do grupo e do estabelecimento de 
lideranças que os viabilizassem. 
 
Assim, um grupo com vocação autoritária (entenda-se: um grupo 
cujos membros acreditassem nesta forma de organização na sua 
relação grupal) necessitaria de um líder autoritário 
O importante desta classificação feita por Lewin foi a 
descoberta de que os grupos democráticos são, a longo 
prazo, os mais eficientes. 
 
 Já os autoritários têm uma eficiência imediata, na 
medida em que são muito centralizados e dependem 
praticamente de seu líder. Mas são pouco produtivos, 
pois funcionam a partir da demanda do líder, e seus 
membros são, geralmente, cumpridores de tarefas. 
Os grupos democráticos exigem maior participação de 
todos os membros, que dividem a responsabilidade da 
realização da tarefa com sua liderança. 
 
 Este tipo de grupo pode tornar-se mais competente 
ainda quando sua liderança for emergente, isto é, 
quando se desenvolver de acordo com o objetivo ou 
tarefa proposta pelo grupo. 
GRUPOS OPERATIVOS 
 
 
• Mais recentemente, o francês Pichon-Rivière, 
radicado na Argentina, desenvolveu uma 
abordagem de trabalho em grupo (a qual 
denominou “Grupos Operativos”) baseado 
tanto na tradição legada por Lewin quanto nos 
conhecimentos psicanalíticos. 
Grupo operativo 
• De acordo com o psicólogo Saidon, estudioso da obra 
de Pichon-Rivière: 
• “o grupo operativo se caracteriza por estar centrado, 
de forma explícita, em uma tarefa que pode ser o 
aprendizado, a cura (no caso da psicoterapia), o 
diagnóstico de dificuldades etc. 
 
• Sob essa tarefa, existe outra implícita subjacente à 
primeira, que aponta para a ruptura das estereotipias 
que dificultam o aprendizado e a comunicação 
 
O PROCESSO GRUPAL 
 
• O desenvolvimento de uma Psicologia Social 
Crítica, a partir de 1970, levou tanto Silvia 
Lane quanto Martin-Baró, cada um a seu 
modo, a desenvolver uma consistente crítica 
aos modelos teóricos existentes. 
 
Os processos grupais 
• Tal crítica procura resguardar aspectos 
funcionais da dinâmica dos grupos — no que 
concordam com Lewin. 
 
• No entanto, Lane e Baró questionam os 
autores cognitivistas (os seguidores de Lewin) 
pela maneira estática como enquadram o 
grupo. 
O processo grupal 
 
 
• Da mesma forma, consideram positivo o 
enquadramento psicanalítico, o qual leva em 
conta a dinâmica interna dos grupos, 
criticando, contudo, a visão a-histórica destes 
teóricos. A teoria de Pichon-Rivière também 
sofrerá algumas críticas. 
 
O processo grupal 
 
 
• O fundamental nesta visão é considerar que 
não existe grupo abstrato mas, sim, um 
processo grupal que se reconfigura a cada 
momento 
Categorias grupais - Lane 
• 1. Categoria de produção — a produção das satisfações 
de necessidades do grupo está diretamente relacionada 
com a produção das relações grupais. O processo 
grupal caracteriza-se como atividade produtiva de 
caráter histórico. 
 
• 2. Categoria de dominação — os grupos tendem a 
reproduzir as formas sociais de dominação. Mesmo um 
grupo de características democráticas tende a 
reproduzir certas hierarquias comuns ao modo de 
produção dominante (no nosso caso, o modo de 
produção capitalista). 
 
 
 
Categorias grupais - Lane 
• 3. Categoria grupo-sujeito (de acordo com 
Lourau) — trata-se do nível de resistência à 
mudança apresentada pelo grupo. 
• Grupos com menor resistência à autocrítica e, 
portanto, com capacidade de crescimento através 
da mudança, são considerados grupos-sujeitos. 
• Os grupos que se submetem cegamente às 
normas institucionais e apresentam muita 
dificuldade para a mudança são os grupos- 
assujeitados. 
 
Bibliografia 
• BOCK, Ana Mercês. Psicologias – uma 
introdução ao estudo das psicologias. São 
Paulo: Saraiva, 2002. Categoria: Psicologia, 
Psicologia Social, Filosofia.Edição: 3ª - 1ª 
reimpressão - 2013 
Formato: 14 x 21 cm. Nº de Pag.: 350. 
Editoras: Sulinas; UFRG. Porto Alegre

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