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Condutas Práticas para UTI 16 Dose: 6 mg EV em bolus rápido (3 a 5 seg.), não diluído, seguido de 20mL de fluido também em bolus; se não houver reversão, dê uma segunda dose de 12mg, da mesma maneira, após 1 a 2 minutos; uma terceira dose de 12mg pode ser dada. Os pacientes experimentam uma sensação desagradável de dor torácica e mal- estar que dura apenas alguns segundos (avisar ao paciente antes). Quando a reversão ocorre, o paciente pode apresentar alguns segundos de assistolia até que se restabeleça o ritmo sinusal normal. Contra-indicado: BAV II e III; doença do nódulo sinusal; hiperreatividade brônquica (pode desencadear broncoespasmo). Se a adenosina falhar em converter (possibilidade de flutter atrial, taquicardia atrial ectópica ou taquicardia juncional) ou caso o ritmo converta (provável TSV de reentrada) mas, posteriormente ocorra recidiva, tente o controle do ritmo com um bloqueador dos canais de cálcio (verapamil, diltiazem) ou beta- bloquedores, como agentes de segunda linha. Verapamil (Dilacoron; 5 mg em ampolas de 2 mL) Bloqueador dos canais de cálcio; efeito inotrópico e cronotrópico negativo. A dose recomendada é de 2,5 a 5 mg EV em bolus em cerca de 2 minutos (3 minutos em pacientes mais velhos). O efeito terapêutico máximo se observa em 3 a 5 minutos. Doses repetidas de 5 a 10 mg podem ser dadas cada 15 a 30 minutos até um total de 30 mg, se a TSV de reentrada persistir ou recorrer e a PA permanecer dentro de limites aceitáveis. Se a taquicardia persistir e a PA estiver baixa ou houver deterioração hemodinâmica, cardioverta imediatamente o paciente. O verapamil produz uma preocupante queda da PA que pode ser revertida com a posição de Trendelenburg, fluidos ou cloreto de cálcio 10% Cloreto de cálcio: 1 mL = 100 mg; 0,5 a 1 g (5 a 10 mL), EV, lentamente; repetir, se necessário, em intervalos de 10 minutos. A administração rápida de cálcio pode causar lentificação de FC. Usar cautelosamente em pacientes usando digital, pois pode precipitar intoxicação digitálica (o cálcio aumenta a irritabilidade ventricular). O cálcio pode produzir vasoespasmo nas artérias coronárias e cerebrais. O uso de agentes -bloqueadores combinados com bloqueadores de canal de cálcio é contra-indicado (risco de hipotensão e bradicardia importante). Use verapamil com cautela em pacientes sob uso crônico de -bloqueadores. O verapamil pode ser usado com segurança e eficácia em paciente recebendo digital, mas a insuficiência cardíaca grave é contra-indicação a seu uso. O verapamil deve ser evitado ou usado com cautela em pacientes com síndrome do nó sinusal ou bloqueio AV. O verapamil pode ser altamente prejudicial nas arritmias ventriculares: não usar em arritmias de QRS largo. Diltiazem (Balcor 25 e 50 mg, liofilizado) 25 mg EV em bolus, seguido de infusão EV contínua de 10 mg/hora, podendo aumentar até 15 mg/hora; a infusão não deve exceder 24 horas devido ao acúmulo de metabólitos tóxicos. Beta-bloqueadores Indicados para taquicardias de complexo estreito originadas tanto por mecanismo de reentrada (TSV de reentrada) como a partir de um foco automático (taquicardia juncional, taquicardia atria ectópica, taquicardia atrial multifocal) que não puderem ser controladas por manobras vagais e adenosina em pacientes com função ventricular presevada. Kelson Nobre Veras Condutas Práticas para UTI 17 Amiodarona Se o ritmo permanece não controlado após manobras vagais, adenosina e bloqueio AV nodal em pacientes com fução ventricular preservada ou prejuicada. Cardioversão elétrica (CVE) Deve ser tentada se todas as medidas anteriores falharem, mesmo que o paciente esteja estável hemodinamicamente. TAQUICARDIAS COM COMPLEXO QRS LARGO DE ORIGEM INCERTA Trata-se de uma TV ou de uma TSV com condução aberrante (devido a bloqueio de ramo)? Tratar inicialmente todas as taquicardias com QRS largo como taquicardia ventricular, pois é mais seguro tratar uma TSV como TV do que o contrário. A administração de verapamil a um paciente com TV pode ser um erro letal. Não dê verapamil a um paciente com taquicardia de QRS largo. A amiodarona é a primeira droga a ser utilizada na TV e todas as outras taquicardias de QRS largo de origem duvidosa, seja supraventricular ou ventricular. TAQUICARDIA VENTRICULAR TV Hemodinamicamente Instável (não em parada cardíaca) Sinais e sintomas importantes: cardioversão imediata. A taquicardia ventricular polimórfica instável (torsades de points) com ou sem pulso é tratada como FV usando-se choques de alta energia não sincronizados (desfibrilação). Diversas configurações de QRS e frequência irregular impossibilitam sincronização confiável. O paciente com TV polimórfica provavelmente não manterá perfusão/pulso por muito tempo, de modo que qualquer tentativa de distinguir entre TV polimórfica com e sem pulso rapidamente se torna fútil. TV com Paciente Clinicamente Estável TV não sustentada (duração menor que 30 segundos) não necessita tratamento. Amiodarona Em pacientes com disfunção ventricular severa, a amiodarona é preferível aos outros agentes antiarrítmicos para arritmias atriais ou ventriculares. Ataque: 300 mg em cerca de 20 minutos – 02 ampolas em 100 a 250 mL de SG 5% (evitar concentrações < 150 mg/250 mL devido ao risco de precipitação) Manutenção: 900 mg/dia – 06 ampolas (18 mL) em SG5% 450 mL (2 mg/mL) 360 mg em 6 horas: 30 mL/hora (1 mg/minuto) 540 mg em 18 horas: 15 mL/hora (0,5 mg/minuto) Dose máxima cumulativa em 24 horas: 2,2 g Inicie, concomitantemente, amiodarona, 200 mg VO de 8/8 horas até o terceiro dia, quando então deve-se reduzir para 200 mg/dia. Sulfato de magnésio 1 a 2 g em 2 minutos EV na torsade de pointes, na suspeita de hipomagnesemia e nas arritmias ventriculares com risco de vida devido a intoxicação digitálica. 2 a 4 mL de MgS04 a 50% ou 1 a 2 ampolas de MgSO4 a 10%, diluídos em SG5% 50 a 100 mL; correr em intervalo variável de 5 a 60 minutos. Depois da dose de ataque: 0,5 a 1 g em 100 mL de SG 5% EV com a dose titulada para controle da torsades (até 24 horas). Precauções: hipotensão ocasional; uso cauteloso na insuficiência renal. Cardioversão elétrica Caso as medidas anteriores falharem. Kelson Nobre Veras Condutas Práticas para UTI 18 Algoritmo de Taquicardia REFERÊNCIAS 1. Neumar RW, Otto CW, Link MS et al. Part 8: Adult Advanced Cardiovascular Life Support: 2010 American Heart Association Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care. Circulation 2010; 122 (3 Suppl.) S729-S767. Regular Irregular Regular Irregular Converte Não converte Kelson Nobre Veras Condutas Práticas para UTI 19 SÍNDROMES CORONARIANAS AGUDAS (SCA) Probabilidade de Etiologia Isquêmica da Dor Torácica A. Alta Probabilidade B. Probabilidade Intermediária C. Baixa Probabilidade Alta probabilidade que a dor torácica seja de etiologia isquêmica se o paciente apresentar qualquer um dos achados na coluna abaixo: Probabilidade intermediária que a dor torácica seja de etiologia isquêmica caso o paciente não apresente NENHUM dos achados da coluna A e qualquer um dos achados da coluna abaixo: Baixa probabilidade que a dor torácica seja de etiologia isquêmica caso o paciente não apresente NENHUM dos achados das colunas A e B. O paciente pode ter qualquer um dos achados da coluna