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O ensino da Arte nas escolas públicas

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o ensino da arte na escola pública
Os Desafios dos Profissionais especializados na área: Estereótipos, desvalorização, falta de materiais, mídias e tempo.
Patrícia Heitich Wagner Candido� 
Ester Zingano �
Resumo
Este artigo relata uma coleta de dados e informações sobre a disciplina de Artes dentro das escolas públicas, bem como suas dificuldades junto aos profissionais do corpo docente. Sabe-se que o ensino de arte nas salas de aula são de extrema importância para o desenvolvimento intelectual e cognitivo das crianças e jovens dentro das escolas e junto à sociedade. Entretanto, é de conhecimento também as dificuldades encontradas pelos professores especializados na área de artes que encontram falta de materiais diversificados, falta de mídias para uso tecnológico, falta de tempo, espaço e orientação e principalmente de valorização da disciplina e apoio do corpo docente, que utilizam a disciplina para decoração das festividades, datas comemorativas da escola, ou então para entretenimento dos alunos, recreação e passatempo. O professor de artes especializado sabe da importância de não fazer uso dos estereótipos, mas como não utilizá-los em meio à metodologia das escolas e não valorização do profissional? Como dar qualidade nas aulas de artes sem materiais diversificados, sem utilização de celulares ou de pesquisas digitais, sem visitas a museus ou monumentos históricos, arquitetura, cinema, teatro? Ou então sem projetos de música ou dança? Como não entregar uma folha pronta para pintura, quando se atende duas ou três turmas ao mesmo tempo? Este artigo visa entender um pouco mais sobre esses problemas tão atuais e cotidianos e trazer considerações a serem analisadas.
Palavras-chave: Arte na escola. Ensino das Artes. Importância da Arte. 
1 INTRODUÇÃO
	Os profissionais na área da educação sabem da importância do aprendizado e socialização infantil dentro das escolas e fora delas, do exemplo a ser dado e seguido, da valorização de ensinar a aprender e de formular práticas pedagógicas que desenvolvam a criança com criatividade e criticidade para o desenvolvimento de bons cidadãos. 	Na área das Artes não é diferente. O profissional especializado tem maneiras e métodos específicos para desenvolver as habilidades específicas de cada aluno com competência e desenvoltura necessárias para um bom aprendizado e capacitação cognitiva.
	Conforme Mondinger (2012, pg.15), os profissionais de Artes devem “abrir o Mundo das artes, proporcionar aos seus alunos experiências significativas e reforçar que tratar de artes na escola é mais do que uma atividade acessória ou meramente ilustrativa...” É compreender que as artes abrem o universo criativo, significativo e ilustrativo da criança, produzindo, por meio das artes, pensamento e conhecimento sobre o mundo que as cerca.
	Mas em meio a tantos conhecimentos e filosofias a cerca do ensino de artes, porque tanta desigualdade, dificuldade e falta de apoio dentro das escolas públicas? Porque ao inverso de escolas preparatórias, particulares ou de desenvolvimento humano que dão devido valor as artes, que apoiam seus profissionais, que desenvolvem projetos e constroem soluções para adequação de seus alunos com o ensino das artes, as escolas públicas correm em direção contrária? 
	Dentre os empecilhos do profissional de artes, a dificuldade de lidar com o corpo docente, a falta de materiais, tempo, propostas, aceitação de projetos na área. Somos exigidos a todo instante, pular de sala em sala, cuidar das outras salas, às vezes, até três turmas, e conforme a arte educadora Elaine Kondak�, o que se escuta nos corredores da escola são frases como: “mas claro, é artes, não tem importância, dê algum Xerox para a criança pintar”, e durante esse tempo, as aulas que deveriam ser produtivas e esclarecedoras, se tornam desmotivadas e sem propósito.
	Pretende-se aqui apresentar observações e também sugestões possíveis para que possamos em conjunto, todos os profissionais da educação, discutir e encontrar soluções para sermos menos tradicionais e mais construtores de conhecimento, apoiadores e mediadores de nossos alunos, sem esquecer que trabalhamos para eles e por eles, pelo crescimento e desenvolvimento das nossas crianças e futuros seres sociais.
	A metodologia deste artigo se dá através de pesquisa documental de livros e artigos já existentes e de pesquisas na internet e em escola pública. Fundamentei este artigo com teóricos como Ana Mae Barbosa, Modinger, Kreisch, Bitencourt, Brasil, Freire, e pesquisa digital pelo site Nova escola. Primeiro articularei sobre a importância do ensino de Artes, depois dos desafios para os profissionais da área, das minhas experiências, e por fim, relatos, sugestões e analises a serem abordadas e discutidas.
2 IMPORTÂNCIA DO ENSINO DAS ARTES NA CONTEMPORANEIDADE
	A importância das aulas de artes nas escolas está na construção da sociedade como um todo, Barbosa aponta que desde pequenos os alunos devem receber estímulos e incentivos que o auxiliem a construir seu pensamento crítico. São através das descobertas, explorações, manuseios de materiais diversos e desconhecidos, brincadeiras com jogos e música, movimentos corporais, dança, teatro, artes visuais que a criança vai desenvolver seu aprendizado cognitivo e social. O desenvolvimento cognitivo e intelectual da criança e do jovem se dá através da capacidade de interagir com o meio e com a utilização das diversas maneiras de poder criar e imaginar o mundo. (BARBOSA, 1998, pg.27).
Os Profissionais das artes compreendem que o desenvolvimento cognitivo e a desenvoltura social da criança dependem não só de uma boa aprendizagem de língua e fala, mas também de criatividade, imaginação, significação, sensibilidade, compreensão do mundo e expressão pessoal e intelectual, que auxiliam instintivamente a criticidade e solução de problemas nas fases jovem e adulta.
	Aprende-se que a criança tem o direito de brincar, aprender, produzir livremente, construir seu próprio pensamento e conhecimento. Em consulta no site O Pensador�, Carlos Drummond de Andrade disse: “brincar não é perder tempo, é ganhá-lo. É triste ver meninos sem escola, mas mais triste é vê-los enfileirados em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação humana”.
	Portanto, as aulas de artes devem ser produtivas, a criança deve manusear objetos, ter acesso a materiais diversos, ter acesso a mídias e conhecer personagens do mundo das artes e seus trabalhos, para poder dar significado ao seu mundo e construir sua própria história. Barbosa (2012, pg.28), aponta que “a arte na educação afeta a invenção, inovação e difusão de novas ideias e tecnologias, encorajando um meio ambiente institucional inovado e inovador”. 
Segundo Kreisch (2011, pg. 42), as diversas linguagens da arte contribuem para o desenvolvimento do ser humano, para construção de um ser crítico, reflexivo, criativo e para lidar com questões diversas relativas ao seu mundo cotidiano. Kreisch diz ainda que “A disciplina de Arte contribui para a formação de alunos éticos, críticos, datados de conhecimento sobre a cultura do seu país e do mundo, ocorridos ao longo da evolução da história da humanidade”. 
	A arte é importantíssima na vida do indivíduo e na construção de sua história, como Barbosa (2001, pg.27) nos orienta, “se não fosse tão importante, não existiria desde os tempos das cavernas, resistindo a todas tentativas de menosprezo.” Isto é fato, expressão humana é construção de identidade, cultura e socialização. Então, porque existe uma resistência tão grande em relação as artes na maioria das escolas e na sociedade?
3 PRINCIPAIS DESAFIOS PARA OS PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS EM ARTES 
	Entende-se que os profissionais que até hoje lecionam artes, em sua maioria, não são especializados na área, tanto no ensino infantil quanto fundamental e médio. Muitos são professores de outras disciplinas ou do magistério e pedagogia. Há muitos profissionais que se dedicamem oferecer uma aula de qualidade, mas acabam sempre no mesmo erro: O Estereótipo. Aulas tradicionais com preenchimento de desenhos prontos ou para apresentação de um mural de uma data festiva, sem nenhuma preocupação na criação e desenvolvimento cognitivo do aluno.
	Conforme Barbosa (1998, pag. 23), a proposta triangular tem mais de 30 anos e ainda assim, as escolas continuam com suas aulas tradicionais e estereotipadas. A disciplina de Artes tem sido usada para recreação, desenho livre, trabalhos e reprodução de “tarefinhas”. Barbosa ainda aponta que, “os conteúdos de Arte e a construção do conhecimento estão sendo deixados de lado”. 
	Conhecemos muitos dos problemas causados pelo uso dos estereótipos, o desenvolvimento de preconceito, a não aceitação de outras culturas, o desprezo à diversidade, o bullyng, e problemas sociais mais complexos. O uso do estereótipo incapacita a criança de criar, de construir, de evoluir e se expressar, de imaginar e formular soluções para seus problemas.
Outro problema a ser enfrentado, conforme Modinger (2012, pg.20) é que “as aulas de artes são sujas, bagunçadas e barulhentas.” Muitas vezes somos criticados pelo corpo docente, que as aulas estão atrapalhando as outras disciplinas. Na maioria das escolas, não há laboratório de artes e não há tempo suficiente para a troca de sala, necessitamos organizar a bagunça, limpar a sujeira, recolher o material e ainda levar para outra turma e tudo se repete. 
Ainda conforme Modinger (2012, pg.20), a escola deve ter consciência deste problema, deve entender e preparar uma sala que seja disponível somente ao ensino de Arte. O aluno precisa do barulho, da bagunça e da sujeira para aprender, assim como precisa aprender a organizá-la, isto tudo faz parte da aprendizagem e do conhecimento. 
Deve-se também discutir a falta de mídias físicas. Um exemplo a ser dado, é na escola onde trabalho. Há uma sala de vídeo, que normalmente não funciona, há alguns notebooks, que não podem ser usados por falta de manutenção, não pode usar os celulares em sala de aula. Então eu pergunto: Como apresentar a história da arte e seus personagens, artistas novos, trabalhos atuais, teatro, vídeo, filmes, e tantas diversas outras possibilidades para que o conhecimento do aluno seja construído?
Temos outro problema não menos importante. As saídas de campo. Os PCNS em arte educação avisam da importância à visitação de museus e locais próprios para Arte. Para os Parâmetros nacionais curriculares, 
	“cabe ao educador auxiliar seus alunos para que estes possam identificar a posição que sua comunidade ocupa no contexto de diferentes espaços de produção cultural, comparando, interpretando e se posicionando em relação a uma gama variada de propostas artísticas da sua região, outras regiões do país e de outros países. Com isso, os alunos passarão a estabelecer conexões, com mais clareza, entre os trabalhos escolares e a cultura extraescolar, ambos envolvendo os objetos de estudo, tanto no âmbito de sua comunidade como no da produção nacional e internacional à qual tiverem acesso.” (BRASIL, 1998).
	Muitos filósofos e pesquisadores da área da Arte, já indicavam a importância da visitação em museus, instituições, projetos artísticos, que auxiliam na capacitação e no desenvolvimento intelectual dos alunos. Mas na maioria das escolas públicas não há transporte, envolvimento docente, incentivo as saídas de campo, muito menos verba para auxiliar os professores de Arte nestas saídas. O que se vê na maioria das ocasiões, são os próprios professores de Arte arcando com estas despesas, o Maior problema é que não se consegue fazer com todas as turmas da escola, então ou vira um processo de seleção, ou não há visitações.
	Conforme Bitencourt (2011, pg.60), é importante que os alunos tenham acesso às imagens e leitura em sala de aula, para que se tenha conhecimento da história da arte, mas “é mais importante o contato direto com as obras, por meio de visitas e em espaços de exposições, museus e galerias”, tanto para a leitura quanto para a produção de conhecimento. 
	Modinger (2012, pg. 23), afirma que “os alunos merecem o contato com trabalhos artísticos que instiguem suas curiosidades, inteligências, percepções, e mesmo, as crianças pequenas podem dialogar com trabalhos complexos.” Neste viés, é correto afirmar que as pesquisas de campo e saídas a museus, ONGs sociais que envolvam Arte, instituições, galerias e Bienais, são de suma importância para o desenvolvimento intelectual dos alunos. 
3.1 EXPERIÊNCIAS PESSOAIS NA ESCOLA PÚBLICA
	Atuei no estado em três escolas públicas do ensino fundamental e médio. Enfrentei várias dificuldades no início das atividades, pois não havia um plano curricular em Arte, os alunos que chegavam da escola municipal no 6º ano não tinham conhecimento básico na área, mal sabiam as cores primárias e secundárias, não há materiais disponíveis para uso, há falta de recursos, de engajamento e planejamento por parte do corpo docente.
Há uma carência grande ao acesso às tecnologias de ensino. Não existe um laboratório de ciências ou artes nas escolas públicas onde trabalhei. Modinger (2013, pg.15) afirma que o uso das tecnologias atualmente fazem parte da realidade e que precisamos incorporá-los como instrumento de trabalho.
Além das dificuldades apresentadas, somos requeridos a dar outras disciplinas para enquadramento da carga horária da escola, no meu caso, aula de sociologia e religião. Os professores lecionam para 20 turmas ou mais, e atendem em horários incertos, o que atrapalha nos planos de aula. Todos os dias se atendem turmas paralelas, até três turmas simultâneas. Os relatórios são extensos e desnecessários, o corpo docente não valoriza as aulas de Artes e o profissional da área é exposto às datas comemorativas e decoração escolar. 
Na escola onde trabalho atualmente, não há nenhum projeto educacional na área de Arte. Os projetos que foram apresentados na área de música e artes plásticas não foram aprovados. Apenas o Teatro foi aprovado, mas não em horário de trabalho. As escolas continuam tradicionais, e quando o especialista em Arte inova com propostas e aulas diferentes e engajadoras, recebe críticas e é limitada a dar aula tradicional.
3.2 INCENTIVO E MOTIVAÇÃO
	Desde a nova LDB nº 9.394/96, que instituiu o ensino de Artes como disciplina e componente curricular obrigatório nas escolas, e as reformas na legislação brasileira vem dando espaço e valorizando o ensino de Arte nos diferentes níveis da educação básica, que todos os profissionais especializados em Arte estão construindo uma nova história. Além da formação em artes, o profissional tem incentivo e cursos especiais em metodologia em diferentes áreas da Arte, se preparando assim para enfrentar os desafios.
	Modinger (2012, pg.15) informa que é preciso “criar condições para aprendizagem e para desenvolver um vínculo com o conhecimento.” E este conhecimento deve estar presente desde a base educacional. Afirma ainda, que é necessário o diálogo, a reflexão, a conversa, a análise de informações, a parceria, a combinação tanto com o corpo docente quanto com os alunos.
	A partir de vários estudos, pesquisas, leis e profissionais da Arte educação que vem criando novas possibilidades e mostrando que é possível construir uma educação de qualidade em conjunto com as escolas, os profissionais de Arte não devem se desmotivar, ao contrário, estar preparados para enfrentar os desafios e se limitar a desenvolver a sua área específica sem aceitar desvios de função. Modinger afirma que:			
	“É fundamental ter vivências constantes de aprendizagem, formação na área específica e confiança de que há algo a ensinar que seja relevante para a vida do educando e do conjunto da sociedade: portanto é preciso estudar, planejar, preparar, tornar significativo.” (MODINGER, 2012, pg.15).
	
	
	Conforme Douglas Barraqui�, temos que nos lembrar das palavras de Rubem Alves, quando disse que ser educador é uma vocação, “E toda vocação nasce deum grande amor, de uma grande esperança. O educador é como um jequitibá, belo e raro, definidos pela paixão, sonhos e esperança.” Ele incentivou os profissionais na área da educação, a lidarem com os problemas e desafios com amor e perseverança, e para os profissionais nesta área, devemos ter habilidades em solucionar estes problemas e trabalhar em prol de um futuro melhor.
	
Atualmente, estamos em estudos e especificações da Base Nacional Curricular, que auxilia na metodologia da educação. A BNCC criou dez competências para o ensino no Brasil, que trata do desenvolvimento humano dos alunos e corpo docente. Que esclarece metodologias e auxilia os profissionais de todas as áreas de ensino, considerando o que realmente é importante em cada componente disciplinar.
	A Base propõe para o Ensino das Artes, seis dimensões novas de conhecimento. São elas: Criação, Crítica, Fruição, Estesia, Expressão e Reflexão. Podemos afirmar então que os estudos na educação estão transformando os caminhos e é por isso que os especialistas na área das Artes não podem se desmotivar, nem desistir do processo de melhorias na educação e deve criar seus próprios métodos de ensino diante as dificuldades.
4 REFLEXÕES E POSSÍVEIS CAMINHOS
	Conforme Kreisch, a escola deve trabalhar a favor do acesso a arte e cultura. Auxiliando no desenvolvimento das diversas linguagens e incentivando o conhecimento e desenvolvimento humano.
 “A arte não possui um significado único, pois ela é ligada à cultura, que possui diferentes crenças e valores, e está intimamente vinculada ao tempo histórico. Uma educação por meio da Arte torna o sujeito um transformador social no sentido de beneficiar a humanidade.”
(KREISCH, 2011, pg.42)
A BNCC�, diz claramente que tem que haver um comprometimento grande em dar aos alunos a oportunidade de “viver o processo de criação”, e que este processo é mais importante que o resultado final, portanto fica claro o papel do educador em Artes, para que a aprendizagem seja capaz de “ampliar as capacidades cognitivas do aluno, criativas e expressivas”, e que isto irá potencializar o conhecimento e formação do indivíduo. 
As novas leis e pesquisas para a educação, também falam da importância de se trabalhar as diversas culturas, existentes não só no mundo, mas principalmente no país. A BNCC�, no componente curricular de artes, fala das “habilidades em reconhecer, experimentar, em projetos temáticos, as relações entre as diversas linguagens artísticas.” Elaborar atividades que investiguem e incentivem a produção, criação e experimentação de múltiplas possibilidades, é a meta para o ensino básico em artes.
Há muitos exemplos de profissionais em arte educação, que construíram caminhos possíveis ao ensino de Arte na escola, mesmo sem recursos ou apoio. O Trabalho junto ao teatro, música, dança tem sido um diferencial para a multipluralidade e interdisciplinaridade. 
A revista Nova Escola� diz que Trabalhos em grupo, pesquisas de campo (Onde os alunos é que são responsáveis pelo processo), incentivar o uso das tecnologias (como pesquisar Picasso no celular, por exemplo), são recursos que podem ser utilizados sem limites. A inspiração no meio ambiente, arte reciclada, poesia urbana, exploração de materiais disponíveis nas ruas, improvisação, exercícios e movimento, músicas diversas, o incentivo ao auxilio da comunidade, também são recursos que podem ser explorados quando não se tem verba para as aulas, ou para visitas e saídas de campo. 
Modinger (2012, pg.14) fala da importância nos “fazeres escolares de professores e alunos que diariamente encontram meios de conviver e de trabalhar juntos, aprendendo e ensinando com empenho.” É importante que a escola e o educador mantenham um diálogo com a comunidade, e que o corpo docente trabalhe junto em direção ao conhecimento. Diz ainda, que as tecnologias são de acesso a todos atualmente, que precisamos a aprender a lidar com elas e aproveitá-las em nosso favor. Apesar das dificuldades, o profissional especializado deve estar em constante busca por transformação social e adaptação.
Segundo Luis Carlos de Menezes�, a desvalorização do ensino de Arte nas escolas, principalmente públicas, ainda é constante, e seu papel ainda está em segundo plano, mas “subestimar esta linguagem na escola é ignorar parte fundamental da cultura e empobrecer a formação para a vida e o trabalho”. 
No entanto, as pesquisas mostram que há uma evolução na construção da metodologia em Arte. As Leis e estudos para educação apresentam esta preocupação com o ensino da Arte nas escolas. Há profissionais qualificados e especializados para o ensino das artes, as escolas vem se preparando para projetos em que o corpo docente trabalhe em conjunto com os profissionais da área de artes, contemplando a interdisciplinaridade.
Um possível caminho a ser trilhado, deve ser a constante busca pelo conhecimento e transformação social. A luta cotidiana em se tornar um educador de qualidade, considerando que nunca estamos sozinhos e que precisamos de todo apoio necessário. Construir um caminho para a educação é construir um caminho para a nova sociedade, com melhores oportunidades e mais perspectivas. Neste contexto, Kreisch argumenta:
	O papel e a função do ensino de Arte, perspectiva, é formar o cidadão ciente de si, de seu meio e seu momento histórico, bem como formar sujeitos críticos e ativos na sociedade, de proporcionar conhecimento, enquanto expressão e cultura de um povo, com suas complexas redes de relação e valores. Neste sentido, a concepção da arte reflete conhecimento, constituinte de uma cultura, sociedade e construção histórica. (KREISCH, 2011, pg.29).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os homens tem se manifestado, através da Arte, desde a pré-história, para se expressar, se comunicar, registrar suas atividades, construir significados e conhecimento. O estudo de Arte é tão importante quanto qualquer outra disciplina, e se faz presente desde o princípio da educação, mesmo que tenha ganhado espaço nela, há tão pouco tempo. Uma das maiores conquistas na área das Artes, a proposta triangular de Ana Mae, onde tivemos um avanço grande na educação, e as leis começaram a dar espaço para o ensino de Artes.
Sabemos da importância do ensino da Arte nas escolas e na sociedade, pois a Arte contribui para o desenvolvimento cognitivo, social e construtivo da criança. Através da arte, que formamos indivíduos reflexivos, éticos, críticos, seres capazes de solucionar seus problemas cotidianos. A Arte é tão ou mais importante que a língua ou escrita. O profissional desta área deve ter plena consciência de que precisamos estimular a investigação, criação, inventividade e construção do aluno em meio ao conhecimento. A diversidade e culturas devem ser trabalhadas para a construção do ser social.
Sabemos que o profissional desta área, passa por múltiplos desafios e dificuldades, encontrar apoio docente, lidar com questões como os estereótipos, desvalorização, desmotivação, enfrentar desafios, falta de materiais, mídias, tempo, apoio escolar, são só algumas das questões apresentadas. Mas não podemos, como profissionais especializados, desistir de criar... Criar formas de se reinventar, de solucionar os problemas, reelaborar e reconstruir os planos. Devemos estar dispostos a transformar caminhos e aprender a aprender. 
Também compreendemos que a evolução na educação, especialmente em Arte, é um processo contínuo, e árduo. O conhecimento não é uma fórmula linear. O desenvolvimento humano é único, complexo e diverso, estamos em constantes modificações, construímos nosso universo conforme os acontecimentos, e para isso precisamos estar dispostos a transformações diárias.
Somos educadores, passamos por muitas dificuldades, mas nosso maior propósito é formar cidadãos conscientes, críticos e éticos. É o profissional especializado em Arte, que deve percorrer este caminho mais profundamente, pois ele tem habilidades e sensibilidade que outras áreas não possuem. É o profissional de Arte que viabilizae media a construção da personalidade e individualidade da criança através da percepção de todos os sentidos.
A nossa formação não pode estar separada do amor que temos por ensinar, não estamos aqui por mera casualidade, estudamos, aprendemos a aprender, construímos um caminho e ainda estamos construindo. Como diria um dos nossos maiores mestres: “Ninguém caminha sem aprender a caminhar, sem aprender a fazer o caminho caminhando, refazendo e retocando o sonho pelo qual se pôs a caminhar.” (PAULO FREIRE, 2000).
ReferênciaS
ANDRADE, Carlos Drumond de. In: www.pensador.info. Acesso em 11/01/2019 as 13:30 hs.
BARBOSA, Ana Mae Tavares Bastos. A Imagem no ensino da Arte. São Paulo. Perspectiva, 2012.
BARBOSA, Ana Mae Tavares Bastos. Arte como cultura e expressão. Belo horizonte. C/Arte, 1998.
BITENCOURT, Amauri Carboni. Leitura e produção de sentidos em artes visuais. Indaial. Uniasselvi, 2011.
BARRAQUI, Douglas. O Desejo de Ensinar e a arte de aprender. Trabalho sobre Rubem Alves. Postado no site 01/04/2004 às 8:30 hs. Campinas, Fundação Educar. Site https://dougnahistoria.blogspot.com/2012/04/todo-professor-deveria-ler-rubem-alves.html. 
KREISCH, Cristiane. Ensino e aprendizagem das artes. Indaial. Uniasselvi, 2011.
MENEZES, Luis Carlos de. O convívio nas artes e as artes no convívio. Encontrado no site: https://novaescola.org.br/conteudo/1513/o-convivio-nas-artes-e-as-artes-no-convivio Texto postado Em 01 de Abril de 2012.
MODINGER, Carlos Roberto. Práticas Pedagógicas em Artes: Espaço, Tempo e corporeidade. Erechim. Edelbra, 2012. 
SITE: PCN - Parâmetros Curriculares Nacionais: ARTE. Artigo encontrado no site: https://www.cpt.com.br/pcn/parametros-curriculares-nacionais-arte, acessado em 11/01/2019 as 13:30 hs.
SITE: Base propõe seis dimensões para o ensino de Artes. Artigo encontrado no site: https://novaescola.org.br/conteudo/14622/base-propõe-seis-dimensões-de-conhecimento-para-o-ensino-de-artes, publicado por Nova escola em 14/12/2018, acessado em 20/12/2018.
REVISTA NOVA ESCOLA DIGITAL: O que a BNCC diz sobre o ensino de Arte. Disponível no site: https://novaescola.org.br/revista-digital?tipo=nova-escola, acessado em 13/12/2018.
� Graduada em Artes visuais. Uniasselvi.2018. Patyhwc.artes@gmail.com 
� Orientadora em Arte educação. Uniaselvi. Profarte.ester@gmail.com 
� Comentário de Elaine Kondac em entrevista pessoal dia 20/12/2018, Arte Educadora, atua na escola estadual em alvorada EEEFM Castro Alves. 
� Site O Pensador – Frases de Carlos Drummond de Andrade. Consultado em 20/12/2018. Site: https://www.pensador.com/carlos_drummond/
� Texto O Desejo de Ensinar e a arte de aprender, sobre Rubem Alves, extraído do site https://dougnahistoria.blogspot.com, postado em 01/04/2012 pelo professor universitário Douglas Barraqui.
� Texto extraído da revista digital Nova Escola. A base nacional para o ensino das artes, encontrado no site https://novaescola.org.br/bncc/conteudo/132/o-que-a-base-propoe-para-o-ensino-de-arte-conheca-as-unidades-tematicas
� Texto extraído da revista digital Nova Escola. A base nacional para o ensino das artes, encontrado no site https://novaescola.org.br/bncc/conteudo/132/o-que-a-base-propoe-para-o-ensino-de-arte-conheca-as-unidades-tematicas
� Texto extraído da revista digital Nova Escola, O que a BNCC diz sobre o ensino de Arte, encontrado no site https://novaescola.org.br/bncc/conteudo/131/bncc-para-artes-como-elaborar-aulas-e-avaliacoes-alinhadas-a-base
� Texto O convívio nas artes e as artes no convívio, postado pelo professor Luis Carlos de Menezes
Em 01 de Abril de 2012. Encontrado no site: https://novaescola.org.br/conteudo/1513/o-convivio-nas-artes-e-as-artes-no-convivio

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