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25/01/2013 1 Lesões orovalvares Prof. Dr. Carlos Eduardo Batista de Lima Aula Teórica – Iniciação ao exame clínico Objetivos Conhecimento básico: – Anatomia valvar – Fisiopatologia da lesão valvar e repercussões hemodinâmicas – Aspectos propedêuticos Valvas Cardíacas Valvas Atrioventriculares -Tricúspide - Mitral Valvas Semilunares -Pulmonar -Aórtica Diástole Sístole Valvas Cardíacas Obstrução do fluxo sanguíneo através das válvulas, ocasionando turbilhonamento do fluxo, caracterizando o sopro de caráter ejetivo. Estenose Valvar Distúrbio no fechamento das válvulas, permitindo uma regurgitação do sangue; esse refluxo é que caracteriza o sopro aspirativo. De forma oposta à estenose, a insuficiência das válvulas aórtica e pulmonar pode ser detectada durante a diástole, enquanto que a das válvulas mitral e tricúspide ocorre na sístole. Insuficiência Valvar 25/01/2013 2 • Inspeção • Palpação • Ausculta Exame clínico inicial História clínica, Anamnese, Antecedentes pessoais e familiares Inspeção e palpação do precórdio Posição do paciente: Decúbito dorsal horizontal Paciente sentado ou semi-sentado (45°) Exame clínico inicial Exame clínico cardiológico Turgência de jugular Ascite Edema de MMII Insuficiência cardíaca Exame clínico cardiológico Normal: turgência em DDH Anormal: turgência em posição sentada ou semi-sentada (45°) Turgência de jugular Posição do paciente para ausculta Decúbito dorsal horizontal (mais utilizado) Paciente sentado Decúbito semi-lateral esquerdo Posição de cócoras Ausculta Cardíaca 25/01/2013 3 Diafragma: Ausculta de sons agudos (alta frequência) # Maioria dos sons cardíacos. Campânula: Ausculta dos sons mais graves (baixa frequência) # Bulhas acessórias (B3 e B4) e ruflar diastólico da estenose mitral. Estetoscópio 1. O ritmo é regular ? 2. Como estão as Bulhas ? Hiper ou Hipofonéticas ? Desdobradas ? Apresenta B3 ou B4 ? 3. Como está a sístole ? Tem Sopro ? Click ? Atrito ? 4. Como está a diástole ? Tem Sopro ? Estalido ? Atrito ? 5. Todos os focos de ausculta foram observados ? Rotina Ausculta Cardíaca Focos de Ausculta Mudança de posição ou manobra respiratória para melhorar a acurácia do exame Ausculta Cardíaca Dinâmica Manobras Auxiliares Inspiração profunda Manobra de Valsalva Mudança postural Elevação de MMII Exercício isométrico Inspiração profunda Ausculta Cardíaca Dinâmica Manobras Auxiliares ↓ pressão intra-torácica ↑ retorno venoso e consequentemente aumenta o volume no lado direito do coração Consequência: amplifica os fenômenos oriundos das câmaras cardíacas direitas, por exemplo, na Insuficiência tricúspide (Manobra de Rivero-Carvallo). Manobra de Valsalva Ausculta Cardíaca Dinâmica Manobras Auxiliares É o contrário da inspiração profunda Expiração com a glote fechada ou contra algum obstáculo que impeça a saída de ar dos pulmões, como a mão do próprio paciente. 25/01/2013 4 Manobra de Valsalva Ausculta Cardíaca Dinâmica Manobras Auxiliares ↑ Pressão intra-torácica ↓ diminui o retorno venoso: ↓ volume em todas a cavidades do coração = => ↓ intensidade de todos os sopros cardíacos ↑ o sopro da cardiomiopatia hipertrófica e antecipa o click e prolonga o sopro do prolapso mitral. Mudança postural Ausculta Cardíaca Dinâmica Manobras Auxiliares Mudança de posição deitado para ortostático ou de cócoras para em pé = VALSALVA Mudança de posição do paciente de em pé para cócoras: oposto da manobra de VALSALVA Elevação dos MMII Ausculta Cardíaca Dinâmica Manobras Auxiliares Elevação passiva dos MMII: ↑ retorno venoso e o volume no lado direito do coração, de modo que amplifica o fenômenos oriundos dessas câmaras. Por aumentar o volume no ventrículo esquerdo, essa manobra causa a diminuição no sopro da cardiomiopatia hipertrófica. Hand grip Ausculta Cardíaca Dinâmica Manobras Auxiliares Exercício isométrico: cerrar os punhos fortemente, isso aumenta a resistência vascular periférica, o que aumenta os sopros gerados no lado esquerdo do coração, com exceção do sopro da estenose aórtica. Valvas Atrioventriculares 25/01/2013 5 Lesões Mitrais Estenose Mitral Estenose Mitral Estenose Mitral Estenose Mitral 25/01/2013 6 Estenose Mitral Estenose Mitral Estenose Mitral Estenose Mitral Fonocardiograma com Estenose Mitral Fonocardiograma normal Lesões Mitrais 25/01/2013 7 Insuficiência Mitral Insuficiência Mitral Insuficiência Mitral Insuficiência Mitral Insuficiência Mitral Insuficiência Mitral 25/01/2013 8 Fonocardiograma com Insuficiência Mitral Fonocardiograma normal Lesões Tricúspides Estenose tricúspide Estenose tricúspide 25/01/2013 9 Estenose tricúspide Insuficiência tricúspide Insuficiência tricúspide Valvas Semilunares Lesões Aórticas Estenose Aórtica Conceito Obstrução da via de saída do VE pela calcificação das estruturas valvares, associada ou não à fusão das válvulas da valva aórtica. Epidemiologia • É a doença valvar aórtica adquirida mais frequente • Presente em 4,5% da população acima de 75 anos 25/01/2013 10 Disfunção Ventricular Estenose Aórtica Fisiopatologia EAo Hipertrofia ventricular concêntrica Elevação das pressões de enchimento Estenose Aórtica Fisiopatologia – conceitos importantes Tríade clássica da EAo: angina, síncope e dispneia Angina: 35% de pacientes com EAo moderada / grave Síncope: desencadeada pelo esforço – débito cardíaco fixo Dispneia: indica insuficiência cardíaca – 50% de pacientes com EAo grave Estenose Aórtica Exame físico – inspeção e palpação • Ictus propulsivo • Frêmito sistólico: área aórtica, BEE, carótidas e fúrcula Estenose Aórtica Exame físico – pulsos Pulso arterial: alterado na EAo grave Pulsus tardus: ascensão lenta e sustentada Pulsus parvus: amplitude fraca Interferentes: rigidez arterial (aumenta a amplitude do pulso), IAo associada (normaliza a ascensão do pulso) Estenose Aórtica Ausculta Cardíaca B4 : expressão da HVE concêntrica Hiperfonese de A2: EAo degenerativa A2 inaudível em calcificações importantes Desdobramento paradoxal de B2: atraso da sístole do VE Sopro EAo característico: mesossistólico (em diamante), maior intensidade na área aórtica; Irradiação para carótidas, fúrcula e área mitral. Fonocardiograma com Coarctação da Aorta Fonocardiograma normal 25/01/2013 11 Fonocardiograma com Estenose Aórtica Fonocardiograma normal Insuficiência Aórtica Insuficiência Aórtica Conceito Refluxo de sangue para o VE durante a diástole ventricular, devido incompetência do mecanismo de fechamento valvar aórtico Insuficiência Aórtica História natural Desenvolvimento lento e insidioso (longa fase assintomático) Doença de baixa morbidade 25/01/2013 12 Insuficiência Aórtica Etiologia Dilatação idiopática da aorta IAo congênita - valva aórtica bicúspide: 20% Calcificação valvar Valvopatia reumática Endocardite infecciosa HAS, degeneração mixomatosa, dissecção da aorta ascendente e síndrome de Marfan FASE COMPENSADA - ASSINTOMÁTICO Progressão da lesão regurgitante Aumento da pré-carga – Sobrecarga de volume – Aumento do VDF do VE HVE excêntrica – Elevação da pós-carga Insuficiência Aórtica Fisiopatologia FASE DESCOMPENSADA - SINTOMÁTICO Aumento das pressões de enchimento do VE Congestão pulmonar Disfunção VE – Insuficiência Cardíaca (baixo débito) Insuficiência Aórtica Fisiopatologia Insuficiência Aórtica Exame físico Ictus do VE hiperdinâmico e desviado para a esquerda Insuficiência Aórtica Exame físico - pulsos Pulso em Martelo D’água(pulso de Corrigan) Associado a PA divergente Grande amplitude, com ascensão e queda rápidas Insuficiência Aórtica Exame físico - pulsos 25/01/2013 13 Insuficiência Aórtica Ausculta – bulhas B2 hipofonética Presença de B3 – mesmo sem IC Insuficiência Aórtica Ausculta – sopros Sopro protodiastólico aspirativo ou holodiastólico: duração proporcional à gravidade IAo valvar: área aórtica acessória (BEE média) IAo secundária (dilatação da Ao ascendente): área aórtica (BED alta) Manobra: paciente sentado e tronco para frente Handgrip (exercício isométrico): aumenta intensidade Vasodilatadores e Valsalva: diminuem intensidade Insuficiência Aórtica Ausculta – sopros Sopro de Austin-Flint: IAo grave, fechamento parcial do folheto anterior da valva mitral na diástole Ruflar diastólico = sopro da EM (ausência de hiperfonese de B1 e estalido de abertura) Fonocardiograma com Insuficiência Aórtica Fonocardiograma normal Lesões Pulmonares Lesões Pulmonares Estenose Pulmonar Conceito Obstrução da via de saída do VD Etiologia • congênita 25/01/2013 14 Insuficiência Pulmonar Insuficiência Pulmonar Etiologia Hipertensão pulmonar: principal Outras: síndrome de Marfan, endocardite infecciosa, sequela reumática, síndrome carcinóide, pós- operatório de tetralogia de Fallot e após Valvuloplastia Pulmonar por Cateter-Balão (VPCB) Insuficiência Pulmonar História clínica – Exame físico Mais audível no foco pulmonar: aumenta a intensidade com a inspiração profunda (manobra de Rivero-Carvallo) Em caso de IP por HAP com dilatação da artéria pulmonar: não varia com inspiração e hiperfonese de P2 (sopro de Graham-Steell) Patologia Sístole Diástole Estenose das semilunares X Insuficiência das A-V X Insuficiência das semilunares X Estenose das A-V X http://www.medlearn.com.br/index.php/simulador-de- ausculta-cardiaca/ http://www.virtual.unifesp.br/unifesp/torax/torax.swf FIM
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