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RelatorioEscorpionismo

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UNEB – UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS DCH-CAMPUS IX 
 
JOÃO VITOR PEREIRA DOS SANTOS 
KAIO GABRIEL DA CONCEIÇÃO SANTOS 
MARCUS AURÉLIO DE MEDEIROS 
 
 
 
 
 
ESCORPIONISMO NO BRASIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
BARREIRAS – BAHIA 
DEZEMBRO DE 2014 
2 
 
UNEB – UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS DCH-CAMPUS IX 
 
JOÃO VITOR PEREIRA DOS SANTOS 
KAIO GABRIEL DA CONCEIÇÃO SANTOS 
MARCUS AURÉLIO DE MEDEIROS 
 
 
 
 
ESCORPIONISMO NO BRASIL 
Trabalho apresentado como requisito parcial para 
obtenção de aprovação na disciplina ZOOLOGIA 
AGRÍCOLA, no curso ENGENHARIA AGRONÔMICA, 
na UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA. 
Prof. Dr. MARCO ANTONIO TAMAI. 
 
 
 
 
 
 
BARREIRAS – BAHIA 
DEZEMBRO DE 2014 
3 
 
RESUMO 
 
Os escorpiões que são pertencentes à ordem Scorpiones são seres datados a 
mais de 400 milhões de anos atrás, que se desenvolveram dotados de 
características magníficas, passando por um processo evolutivo no qual 
possivelmente deixaram de serem animais aquáticos para serem animais terrestres, 
tendo esta evolução o objetivo de encontrar um meio de menor concorrência e maior 
variabilidade de alimentos. E assim conseguiu se disseminar por quase todo o globo 
terrestre. 
Algo que pode ter facilitado essa distribuição por toda Terra, foram às 
características adquiridas, principalmente no fator reprodutivo, sendo que algumas 
espécies se adaptaram a uma forma de reprodução assexuada, permitindo que em 
casos com poucos indivíduos, ainda assim a população se mantenha estável. 
De forma geral, os escorpiões conseguiram uma adaptação maior em regiões 
de clima quente e úmido, característica predominante em países de clima tropical, 
como o Brasil. Assim, o escorpionismo tornou-se um importante fator de saúde 
pública no Brasil, já que devido a sua fácil proliferação os números de indivíduos 
escorpiônicos crescem se tornando muito comum o contato entre escorpiões e 
humanos, favorecendo o crescimento nos índices de acidentes no país. 
Sendo assim no Estado brasileiro são relatados diversos casos de incidência, 
acidentes, lesões e fatalidade. Mas, apesar dos altos números coletados pelos 
institutos e centros de pesquisa, são números defasados, visto que nem todos os 
casos de escorpionismo são diagnosticados, ou mesmo não são emitidos notas para 
agregação dessa informação em bancos de dados nacional. 
Palavras-chave: Escorpionismo; Brasil; Soro Antiescorpiônico; Saúde Pública; 
Envenenamento. 
 
 
 
4 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................5 
 1.1. Evolução dos Escorpiões..........................................................................5 
 1.2. Características dos Escorpiões no Brasil..................................................5 
2. ESCORPIONISMO NO BRASIL.............................................................................7 
 2.1. Características Gerais...............................................................................7 
 2.1.1. Anatomia Escorpiônica................................................................7 
 2.1.2, Nicho Ecológico...........................................................................7 
 2.1.3. Reprodução.................................................................................8 
2.2. Descrição Das Principais Espécies do Escorpionismo No Brasil.............9 
2.3. Escorpionismo..........................................................................................11 
 2.3.1. Quadro Clinico............................................................................11 
 2.3.1.1. Manifestações Locais...................................................12 
 2.3.1.2. Manifestações Sistêmicas............................................12 
 2.3.2. Tratamento.................................................................................13 
 2.3.3. Prevenção de Acidentes............................................................13 
 2.3.4. Controle e Manejo de Escorpiões..............................................14 
 CONCLUSAO..........................................................................................................15 
 BIBLIOGRAFIA........................................................................................................16 
 APENDICES............................................................................................................17 
 
 
5 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
1.1 . EVOLUÇÃO DOS ESCORPIÕES 
A gênese dos escorpiões ainda é indefinida, uma vez que não sabe ao certo 
sua cadeia evolutiva. Porém, existe uma corrente de pesquisadores que acreditam 
que os escorpiões têm como ancestrais os artrópodes marinhos, outros acreditam 
que ambos têm um ancestral em comum. Sabe-se que a ordem Scorpiones existe 
há mais de 400 milhões de anos, com registros fósseis datados dos períodos 
Siluriano, Devoniano e Carbonífero, da era Paleozóica. 
Outrossim, com o processo de evolução, os escorpiões se disseminaram por 
todas as regiões do globo, com exceção da Antártida. Mesmo com uma distribuição 
tão ampla, estes aracnídeos estão perdendo cada vez mais seu habitat natural, e 
tendo que se adaptar a novos ambientes, por exemplo, em zona urbana, causando 
assim uma serie de consequências biológica. 
 
1.2 . CARACTERÍSTICAS DOS ESCORPIÕES NO BRASIL 
Escorpiões são artrópodes pertencentes à classe Arachnida capazes de 
causar envenenamentos em seres vivos em geral, de alta relevância sanitária. Estes 
indivíduos podem ser encontrados em todas as regiões e nos diversos ecossistemas 
brasileiro. 
No Brasil são registradas quatro famílias: Bothriuridae, Chactidae, Liochelidae 
e Buthidae. A Secretaria de Vigilância em Saúde cita a família Buthidae como a que 
engloba as espécies de interesse para a saúde pública. O gênero Tityus que faz 
parte dessa família representa cerca de 60% da fauna escorpiônica neotropical, as 
principais espécies de escorpiões ligadas à importância médica no Brasil pertencem 
a este gênero, sendo elas: T. serrulatus, T. stigmurus, T. bahiensis e T. obscurus. Os 
escorpiões, em especial essas quatro espécies atingiram um alto nível de 
disseminação no território brasileiro, visto que os fatores climáticos, clima tropical, 
favoreceram a sua adaptação e permanência nesses habitats, e somado, ainda, a 
6 
 
esses fatores, há a vasta disponibilidade de alimentos. Possuem um hábito noturno 
em especial no crepúsculo do dia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
2. ESCORPIONISMO NO BRASIL 
 
2.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS 
 
2.1.1. Anatomia Escorpiônica 
São animais facilmente reconhecidos por sua aparência marcante, com corpo 
dividido em cefalotórax e abdômen (Figura 1). Sendo o abdômen subdividido em 
tronco e cauda. 
 
A região do cefalotórax não apresenta subdivisão, e é composta por dois 
olhos na região mediana e até cinco em cada lateral, além de seis pares de 
apêndices ligados à região ventral, que são: um par de quelíceras em forma de 
pinças, utilizadas para triturar os alimentos; um par de pedipalpos, que apresentam 
quelas, conhecidas como pinças, em suas extremidades, que desempenham a 
função de imobilização de presas, defesa, condução do parceiro no ritual da corte e 
percepção sensorial; e quatro pares de pernas. 
 
O abdômen é composto por 12 metâmeros, dos quais sete formam a região 
do tronco, sendo estes metâmeros dorsais e ventrais, e cinco formam a região 
caudal. Naparte terminal da cauda encontra-se o télson, subdividido em duas 
glândulas de veneno emparelhadas que desembocam em dois orifícios em um 
afiado aguilhão utilizado para inoculação do veneno. 
 
2.1.2. Nicho ecológico 
Escorpiões são aracnídeos de hábito terrestre, distribuídos em quase todo o 
planeta Terra. Podem ser encontrados desde desertos às regiões úmidas. 
De hábito predominantemente noturno, abrigam-se durante o dia sob pedras 
ou madeiras, troncos podres, enterrados no solo úmido das matas ou nas areias dos 
desertos, com o objetivo de se afugentar de predadores e, fatores climatológicos. 
 A grande maioria das espécies de escorpiões apresenta exigências 
específicas em relação ao habitat, porem, algumas espécies possuem alta 
plasticidade ecológica, adaptando-se facilmente aos variados ambientes, inclusive 
8 
 
ambientes antrópicos, como em habitações humanas e entulhos, onde encontram 
esconderijos de fácil acesso. 
 
Em regiões de clima tropical, que apresentam períodos mais quentes e 
chuvosos, a atividade escorpiônica se torna mais intensa. 
 
Os escorpiões são carnívoros, que tem principalmente como base alimentar 
baratas, grilos, larvas de insetos e aranhas, e alguns casos o próprio canibalismo. A 
captura desses alimentos advém da estratégia adotada por esses animais, que são 
dos tipos forrageadores e oportunistas, segurando as presas com as pinças e 
utilizando de sua peçonha, apenas quando a presa oferece resistência. Podem 
passar muito tempo sem se alimentar. 
 
Apesar de serem animais predadores, servem também como fonte de 
alimento para corujas, morcegos, aranhas, sapos, lagartos, e ainda outros animais 
oportunistas, como macacos, quatis, galinhas e seriemas. 
 
2.1.3 Reprodução 
Existe uma vasta gama no processo reprodutivo dos escorpiões, variando de 
espécie a espécie, mas de forma geral são seres vivíparos, em sua grande maioria 
por reprodução sexuada na maioria, que se inicia pelo processo corte do macho 
para a fêmea, composta por etapas elaboradas por três fases principais: iniciação, 
dança e transferência de espermatozóides. 
Após o processo de corte, ocorre a fecundação dos gametas masculino e 
feminino no interior da fêmea, consequentemente o desenvolvimento dos ovos, 
ocorrerá o nascimento da prole. Este desenvolvimento pode ser separado em 
embrionário e pós-embrionário. 
O período embrionário é relativo à gestação dos filhotes, que pode variar de 3 
a 18 meses, a depender de fatores como a espécie e disponibilidade de alimento. E 
o desenvolvimento pós-embrionário compreende a período após o nascimento até a 
fase adulta, e pode ser dividido em duas fases: pré-juvenil e juvenil. A fase pré-
9 
 
juvenil é a fase em que os filhotes ficam agarrados ao dorso da mãe. A fase juvenil 
inicia-se após a primeira ecdise até alcançar a fase adulta. O tempo de vida dos 
escorpiões pode ser extraordinariamente longo, variando de 4 a 25 anos. 
Algumas espécies como a do gênero Tityus, possuem a capacidade de 
reprodução assexuada por meio da partenogênese, a qual não se faz necessário a 
presença do macho para que a fêmea inicie um processo gestacional. Essa 
característica pode ser dotada como uma evolução da espécie, para que em mesmo 
em situações de carência de indivíduos machos, a fêmea continue a procriar. 
 
2.2. DESCRIÇÃO DAS PRINCIPAIS ESPÉCIES DO 
ESCORPIONISMO NO BRASIL 
O Brasil apresenta um quadro diverso de espécies escorpiônicas, sendo as 
espécies do gênero Tityus as mais comuns. Sendo as mesmas, do ponto de vista 
medicinal, as que mais ocasionam acidentes. Os diagnósticos levantados em 
relação a esses tipos de acidentes descrevem como principais espécies: T. 
serrulatus, T. stigmurus, T. bahiensis e T. obscurus. 
Outras espécies são estudadas por também causarem acidentes, porém de 
menor gravidade, sendo algumas delas: T. metuendus, T. silvestris, T. brazilae, T. 
confluens, T. costatus, T. fasciolatus, T. neglectus, T. mattogrossensis, Ananteris 
balzanii e Rhopalurus Agamêmnon. 
Tityus serrulatus: É um animal de fácil adaptação ecológica, apresenta 
reprodução partenogenética, sendo estes fatores que justificam a numerosa 
quantidade de indivíduos distribuídos pelo território brasileiro, consequentemente a 
principal espécie causadora de acidentes no Brasil. Tem como características 
tamanho aproximado de 7 cm de comprimento, coloração amarelada, com pernas e 
cauda amarelo-claras, e o tronco escuro, além da presença de mancha escura na 
face ventral do último anel da cauda. Nos terceiro e quarto seguimentos da cauda 
apresenta uma crista de 3 a 5 dentes, formando uma espécie de serrilha, o que 
designa o nome da espécie.(Figura 2). 
 
10 
 
O mapa de distribuição geográfica dessa espécie é constituído pelas regiões 
do Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste (com exceção do Mato Grosso). (Figura 
3). 
 
Tityus stigmurus: apresenta características morfológicas como o dorso 
amarelo escuro, apresentando uma faixa longitudinal de cor escura na região 
mediana, além da presença de uma mancha escura em forma de triângulo, com 
vértice posterior, no cefalotórax. E outras semelhanças anatômicas ao T. serrulatus, 
como de reprodução partenogenética, tamanho médio, a presença de serrilha na 
cauda e de mancha escura na face ventral do último anel da cauda (Figura 4). 
 
A distribuição geográfica dessa espécie é constituída por toda região do 
Nordeste e os estados de Santa Catarina e Paraná. (Figura 5). 
 
Tityus bahiensis: Denominado como escorpião marrom, apresenta reprodução 
sexuada, possui uma coloração marrom escura ou avermelhada no tronco e cauda, 
atingindo cerca de 7 cm de comprimento e manchas nos palpos e pernas. 
Diferentemente do T. serrulatus e do T. stigmurus, não apresenta serrilha na cauda. 
(Figura 6). 
 
Essa espécie pode ser encontrada nas regiões do Centro-Oeste, Sul e 
Sudeste do país. (Figura 7). 
 
Tityus obscurus: Espécie que pode atingir cerca de 9 cm de comprimento, 
devido sua coloração negra quando atinge a maturidade é popularmente conhecido 
como escorpião preto da Amazônia. E em sua fase juvenil apresenta corpo e 
apêndices castanhos com manchas escuras. No habitat da região amazônica são 
encontradas diversas espécies de escorpiões, o que ocasiona uma similaridade 
dessa espécie com as demais. (Figura 8). 
 
O T. obscurus é normalmente encontrado na região Norte e no estado do 
Mato Grosso. (Figura 9). 
 
11 
 
2.3 ESCORPIONISMO 
 
 A FIOCRUZ (Fundação Oswald Cruz) define escorpionismo como um quadro 
de envenenamento humano propiciado pela inoculação da toxina produzido pelos 
escorpiões. Outra observação relevante, feita pela Fundação Nacional da Saúde 
(FUNASA), são os números de acidentes de grande importância devido a frequência 
e gravidade com o que ocorrem, atingindo principalmente as crianças e os idosos 
pela a espécie do Tityus serrulatus. 
 
A alta taxa de acidentes escorpiônicos apresenta-se em ascensão com o 
passar dos anos, se tornando reconhecido, pela Organização Mundial de Saúde 
(OMS), como um problema negligenciado, ligado, portanto, às situações de 
pobrezas. 
 
 O Ministério da Saúde (MS) realizou um levantamento de dados entre os anos 
2000 a 2007, no qual foram registradas cerca 27281 acidentes escorpiônicos por 
ano. Sendo que as regiões Nordeste e Sudeste somadas são responsáveis por 
cerca de 89% dos casos registrados no país. 
 
 
2.3.1. Quadro clínico 
 
O veneno escorpiônico é uma mistura bastante complexa, de aminoácidos, 
peptídeos e proteínas, que propiciam quadros clínicos que variam de dores 
abdominal, sialorreia, sudorese e vômitos até a bradicardia, priapismoe hipotensão 
arterial, que dependendo de outros fatores, como a quantidade de toxina inoculada e 
do tipo de neurotransmissores atingidos, pode chegar a casos extremos como o 
óbito. 
 
O quadro clínico por acidente escorpiônico pode ser divido em local e 
sistêmico. 
 
 
12 
 
2.3.1.1. Manifestações Locais 
Essa se inicia devido à deflagração da peçonha, e ou não, a injeção do 
veneno na vítima. As manifestações locais são aquelas que têm como característica 
marcante, a dor local, podendo ser discreta e limitada ao local da picada ou podendo 
irradiar-se por todo o membro. Ou ainda, não possuir nenhum sintoma, devido a não 
inoculação do veneno ou até mesmo quando o sintoma é camuflado por 
manifestações sistêmicas. 
 
2.3.1.2. Manifestações Sistêmicas 
As manifestações sistêmicas caracterizam-se pelo agravamento do caso. 
Essas manifestações possivelmente presentes em acidentes escorpiônicos, são 
subdivididas em: 
 
Manifestações gastrointestinais: São de intensidades variáveis, 
caracterizadas principalmente por sialorreia, náuseas e vômitos. Com menor 
frequência, podem ser observados casos que evoluem com diarreia, levando a 
quadros de desidratação. Alguns casos podem apresentar dor abdominal em cólica, 
possivelmente por ação tóxica do veneno no pâncreas. 
 
Manifestações respiratórias: caracterizadas por rinorreia, tosse, espirros, 
hipersecreção traqueal e faringeana, estertores pulmonares e sibilos, taquipneia, 
dispneia. 
 
Manifestações cardiocirculatórias: são as responsáveis pelos casos mais 
graves de escorpionismo. Podem estar presentes quadros de taqui ou bradicardia, 
hipo ou hipertensão arterial, arritmias cardíacas, sensação de opressão torácica, 
insuficiência cardíaca congestiva, edema agudo de pulmão e choque cardiogênico. 
 
Manifestações neurológicas: essas manifestações apresentam reações como 
tremores, contrações musculares, agitação, mioclonias, sonolência, confusão 
mental, hipertonia, distúrbios visuais e, mais raramente, cefaleia e convulsões. 
 
13 
 
 
 2.3.2. TRATAMENTO 
 
 A profilaxia do envenenamento escorpiônico visa conter a propagação das 
toxinas no corpo e neutralizar seus efeitos. Esse tratamento pode ser dividido em: 
 
Sintomático: É tratado através do controle da dor local com uso de 
anestésicos locais ou regionais e analgésicos. 
 
Especifico: Utilização de soroterapia antiveneno específica. 
 
Suporte as condições vitais: é o monitoramento contínuo do sistema 
cardiorrespiratório, pressão arterial, oxigenação, equilíbrio ácido-básico e estado de 
hidratação. Lembrando que o tratamento só terá sucesso uma vez que esses 
processos estejam interligados aos métodos clínicos sintomáticos e específicos. 
Alguns sintomas mais0 graves como insuficiência cardíaca e choque cardiogênico, 
devem ser combatidos com medicamentos específicos. 
 
 
2.3.3. Prevenção de acidentes 
 
Os acidentes ocasionados por escorpiões normalmente ocorrem durante as 
atividades cotidianas, relacionados ao ambiente doméstico, profissional, entre 
outros. Deste modo, grande parte dos acidentes pode ser evitada com as seguintes 
instruções: 
 
Em ambiente doméstico devem-se revistar roupas, calçados, toalhas de 
banho e de rosto, roupas de cama, panos de chão e tapetes, antes de utilizá-los. 
Num ambiente profissional é necessária a utilização de equipamentos de proteção 
individual (EPI), como luvas de raspa de couro e calçados fechados. Dentre outras 
formas de prevenção cita-se: vedar frestas e buracos em paredes, soleiras de portas 
e janelas, vãos entre o forro da casa e as paredes, e consertar rodapés soltos; telar 
ralos, pias e tanques, além de tampas de esgoto e de redes de energia que fiquem 
14 
 
próximas às residências; evitar a formação de entulhos nas proximidades das casas, 
como acúmulos mal acondicionados de lixo, folhas secas e materiais de construção; 
combater a presença e proliferação de insetos que possam servir de alimentos para 
escorpiões, principalmente baratas, preservar os predadores naturais dos 
escorpiões, como aves, lagartos, sapos, macacos; entre outras. 
 
2.3.4. Controle e Manejo de Escorpiões 
O Ministério da Saúde apresenta como proposta de controle e manejo de 
escorpiões, técnicas relacionadas ao monitoramento ativo de escorpiões e manejo 
ambiental e implantando projetos educativos junto à sociedade, não sendo indicada 
a utilização de produtos de natureza química pois os mesmos podem vir a degradar 
o meio ambiente. 
 
Para a concretização desse programa são necessários trabalhos e análises 
que consistem em mapeamento do município, identificação de áreas de risco e 
áreas prioritárias, estruturação e treinamento de equipes de trabalho, aquisição de 
EPIs, análise das informações coletadas, e avaliação periódica do programa. 
 
Além desse processo de controle existem outras medidas em estudo no país, 
tal como o controle biológico com microrganismos. 
 
Uma forma encontrada para facilitar o manejo dos escorpiões tanto para 
estudo, quanto para a produção de soro antiescorpiônicos, é a utilização da luz 
ultravioleta no período noturno, na qual ao ser exposta ao escorpião é refletida uma 
coloração esverdeada, devido a uma característica físico-química, presente em seu 
corpo, denominada bioluminescência. 
 
 
 
 
 
 
15 
 
CONCLUSAO 
 
Os acidentes escorpiônicos no Brasil têm apresentado um crescimento assíduo 
com um relevante agrave nas regiões urbanas, devido à alta proliferação 
escorpiônica. Sendo a população economicamente ativa a mais atingida, no entanto 
os casos letais são mais frequentes em crianças e idosos. 
 
 Nos meses quentes e chuvosos é registrada a maioria dos casos, sendo as 
Regiões Nordeste e Sudeste as de maior frequência (~90%). As maiores taxas 
médias anuais de incidência se localizam na região Sudeste, e as de mortalidade 
são registradas na Região Nordeste. A Região Sul do país apresenta as menores 
taxas médias anuais de incidência, mortalidade e letalidade. 
 
Contudo, institutos como o Butantan,vêm coletando cada vez mais uma 
quantidade significativa de veneno escorpiônico para a produção de SAEsc ( Soro 
Antiescorpiônico), apesar de não suprir a carência nacional. 
 
Outra dificuldade encontrada é a falta de conhecimento, principalmente por parte 
da vítima, quanto à identificação do escorpião agressor. O que dificulta o 
atendimento médico-hospitalar, uma vez que não sendo reconhecida a espécie, não 
se aplica o tratamento através da utilização de Soro Antiescorpiônico. 
 
Necessita-se que sejam criados programas socioeducativos ligados a 
conscientização da população acerca da importância deste agravo e de suas formas 
de controle e prevenção de escorpiões. 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
Josiele Dahsi da Silva. (2012). Escorpionismo no Brasil. Disponível em 
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/72387/000877322.pdf?sequence=1 
[Consultado em 18/11/2014] 
 
Jeane Regina Vanzuita Vieira. (2013). Orientação nos casos de acidente com picada 
de Escorpião. Disponível em http://www.lian.com.br/picada-de-escorpiao/. 
[Consultado em 22/11/2014] 
 
Sidmar Sirqueira. (2013). Escorpionismo. Disponível em 
http://pt.slideshare.net/SidSiqueira/escorpionismo-26202351. [Consultado em 
20/11/2014]. 
 
Guilherme Carneiro Reckziegel. (2013). Análise Do Escorpionismo No Brasil No 
Período De 2000 A 2010. 
http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/14169/3/2013_%20GuilhermeCarneiroReck
ziegel_Parcial.pdf [Consultado em 20/11/2014] 
 
José Brites. (2012). Recorde de Captura de Escorpiõesem Americana/SP. 
Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=ab4rPNEoxcA. 4:16 minutos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
APENDICES 
 
 
Figura 1 - Morfologia externa dos escorpiões (Tityus sp.). 1. Vista dorsal. 2. Vista ventral. 
Adaptado de Candido e colaboradores37. 
 
 
Figura 2 - Escorpião amarelo (Tityus serrulatus) 
Figura 3 - Mapa de distribuição geográfica (Tityus serrulatus) 
 
 
 
 
18 
 
 
Figura 4 - Escorpião amarelo do Nordeste (Tityus stigmurus). 
Figura 5 - Mapa de distribuição geográfica (Tityus stigmurus). 
 
 
 
 
Figura 6 - Escorpião marrom (Tityus bahiensis) 
Figura 7 - Mapa de distribuição geográfica (Tityus bahiensis) 
 
 
 
 
19 
 
 
Figura 8 - Escorpião preto da Amazônia (Tityus obscurus) 
Figura 9 - Mapa de distribuição geográfica (Tityus obscurus)

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