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FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAISCaso concreto 02

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
CASO CONCRETO 2
João Ricardo está profundamente magoado com Ana Maria. Depois de oito anos entre namoro e noivado, juras de amor eterno, promessas de uma vida em comum para sempre em harmonia, com data de casamento marcado, João acaba de ver Ana aos beijos com seu pior inimigo, o milionário Eurico Ricardo. Diante da cena veio-lhe à memória a seguinte frase dita por Kant: ?Manter os próprios compromissos não constitui dever de virtude, mas dever de direito, a cujo cumprimento pode-se ser forçado. Mas prossegue sendo uma ação virtuosa (uma demonstração de virtude) fazê-lo mesmo quando nenhuma coerção possa ser aplicada. A doutrina do direito e a doutrina da virtude não são consequentemente, distinguidas tanto por seus diferentes deveres, como pela diferença em sua legislação, a qual relaciona um motivo ou outro com a lei?
 Pergunta-se:
Pelo trecho acima podemos inferir que Kant estabelece uma relação entre o direito e a moral?
Sim, Kant criou um critério de universalidade que se torna viável, a formulação do direito, onde todo cumprimento do dever jurídico é também um dever moral, visto que a obediência da ordem jurídica emana do imperativo categórico.
Todavia do ponto de vista formal o direito é a moral se diferenciam em alguns pontos, são eles:
O Direito é bilateral – concede direito, todavia impõe punições.
A moral é unilateral – somente impõe deveres, todavia não há punições, talvez algum constrangimento social, e o que se espera dos indivíduos é a obediência as suas regras.
Exterioridade do Direito - é externo por se ocupar das atitudes externalizadas dos indivíduos, não devendo se atuar no campo da consciência, somente quando necessário para averiguar determinada conduta.
 Interioridade da Moral - Já a moral se destina influenciar diretamente a consciência do indivíduo, de forma a evitar que as condutas incorretas sejam externalizadas, e quando forem, deverá ser objeto de análise somente para se aferir a intenção do indivíduo
Coercibilidade do Direito - O Direito tem como uma de suas características mais marcantes a coercibilidade ou seja, o indivíduo deverá obedecer as normas por temer a imposição de uma penalidade que será certamente exercida pela força estatal.
Incoercibilidade da moral - Já a moral não possui essa característica, pois não há instrumentos punitivos para aqueles que não observam as suas regras. 
Caracterize a conduta de Ana Maria no contexto desta relação entre Moral e Direito.
Num primeiro momento a conduta de Ana Maria seria puramente imoral, ou seja, contrária aos valores morais e costume de uma sociedade.
Todavia existe a possibilidade indenização que deriva de mandamento constitucional que diz ser inviolável a honra das pessoas, sendo assegurado o direito à indenização pelo dano moral decorrente de sua violação (art. 5º, X, CF). Assim, considerando que a traição gera dor e sofrimento, sentimentos que abalam a pessoa traída, é perfeitamente cabível que o judiciário seja acionado, assegurado-lhe o direito à indenização.
Se já houvessem contraído matrimônio a traição configuraria a violação dos deveres do casamento (dever de fidelidade recíproca, dever de respeito e consideração mútuos etc – art. 1.566, CC) e, como tal, dá fundamento ao pedido de separação judicial por culpa, desde que a violação desses deveres torne a vida conjugal insuportável (art. 1.572, CC). Entretanto, para essa breve exposição, importa apenas observar que o cônjuge traído tem pleno direito ao ressarcimento por dano moral. Esse pedido é juridicamente possível: responde pela indenização o cônjuge responsável exclusivo pela separação, porque viola a honra do cônjuge inocente quando o trai.
Para se ver indenizado, o cônjuge inocente deverá ingressar com ação de separação judicial litigiosa e, de conformidade com essa, pedir a indenização (pedido cumulado com o de separação ou pedido posterior de indenização). 
http://jus.com.br/artigos/7871/adulterio-traicao-e-dano-moral#ixzz3VAbplnsg
QUESTÃO OBJETIVA
Resposta correta Letra C

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