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O PREÂMBULO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E A DIGNIDADE HUMANA

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DIREITO 
DAVI FRAGOSO BUENO - RA: C468CA-8 
FLÁVIA RUSSO CARVALHO PRADO – RA: 6320040 
MARCELO CASCALES MIRANDA – RA: C45EEB3 
MARIANA COSTA SANTOS – RA C42EJI0 
PERSIDE BARBOZA DO COUTO – RA: T403138 
 
 
 
 
 
 
 
O PREÂMBULO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E A DIGNIDADE HUMANA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2016 
 
 
 
 
DIREITO 
DAVI FRAGOSO BUENO - RA: C468CA8 
FLÁVIA RUSSO CARVALHO PRADO – RA: 6320040 
MARCELO CASCALES MIRANDA – RA: C45EEB3 
MARIANA COSTA SANTOS – RA C42EJI0 
PERSIDE BARBOZA DO COUTO – RA: T403138 
 
 
 
 
 
 
 
O PREÂMBULO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E A DIGNIDADE HUMANA 
 
 
 
 
Trabalho apresentado à Universidade Paulista 
- UNIP, como requisito parcial de aprovação 
do 3° semestre do curso de Direito de 2016. 
 
 
 
 
São Paulo 
2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A nossa dignidade consiste no pensamento. 
Procuremos, pois, pensar bem. Nisto reside o 
princípio da moral”. 
 
Blaise Pascal 
 
 
RESUMO 
 
O presente estudo foi elaborado com o intuito de demonstrar de forma sucinta dois assuntos 
muito complexos. Para o tanto, o estudo está divido em duas partes. No primeiro momento, 
apresentamos um ensaio acerca do preâmbulo constitucional. No qual, tomaremos 
conhecimento do vem a ser preâmbulo, quais são suas características e quais os seus 
conceitos. Em seguida, abordaremos o preâmbulo da nossa Constituição Federal de 1988 e 
falaremos a respeito das suas especifidades. Descreveremos quais são suas particularidades e 
a intenção do constituinte dentro desta redação. E ao final da primeira etapa, vamos abordar o 
tema que trata a respeito da aplicabilidade do nosso preâmbulo, e para isso, vamos apresentar 
doutrinas e jurisprudências com o fim de parafrasear a nossa análise sobre este tema. No 
segundo momento, falaremos da dignidade da pessoa humana. Antes de tudo, mostraremos o 
conceito da dignidade humana. O que se entende por dignidade da pessoa humana. Depois, 
atingiremos o contexto histórico do tema, demonstrando como e quando surgiu a dignidade da 
pessoa humana e todo o seu processo evolutivo, para isso, faremos um comparativo da 
dignidade humana em um tempo remoto e vamos acompanhar o seu desenvolvimento. Nos 
valeremos grandemente dos ensinamentos do Professor e Magistrado (atual Ministro do 
Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso. E por fim, vamos detalhar a dignidade 
humana e seu quadro de aplicação, normas, conceitos e aplicabilidade no contexto 
contemporâneo. 
 
 
Palavras-chave: Preâmbulo, Constituição Federal, Dignidade da Pessoa Humana 
 
 
ABSTRACT 
 
The present study was designed in order to demonstrate succinctly Two subjects Very 
Complex. For both, the study is divided TWO contradictory. At first, we present hum test 
about the constitutional preamble. No Wed, will take knowledge to be COMES one Preamble, 
what are its characteristics and what are its concepts. Next, we will cover our Preamble of the 
Constitution of 1988 and one will talk about their specificities. Describe what their 
characteristics and intention of the constituent Within this newsroom. And the end of the First 
Step, we will address the topic que treats Regarding the applicability of our Preamble, and for 
that, we will present doctrines and jusrisprudências with The End of paraphrasing Our 
analysis on this item. In the second time, we talk about the dignity of the human person. 
Before all, we show the concept of human dignity. What is meant FOR dignity of the human 
person. THEN, we will achieve the historical background of the topic, Demonstrating How 
and When did the dignity of the human person and ALL Your evolutionary process, 
paragraph THAT, we hum comparative human dignity in Remote hum pace and we will 
follow his development. In valeremos greatly from the teachings of Professor and Magistrate 
(current Minister of the Supreme Court) Luis Roberto Barroso. AND FINALLY, we detail a 
Human dignity and Its Application Framework, standards, concepts and applicability in the 
context Contemporary. 
 
 
Keywords: Preamble, the Constitution, Human Dignity 
 
 
 
SUMARIO 
 
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 7 
1 - O PREÂMBULO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988........................................................ 8 
1.1 - CONCEITO DE PREÂMBULO ................................................................................................ 8 
1.2 - A CERCA DO PREÂMBULO DA CF/88 ................................................................................. 8 
1.3 - A APLICABILIDADE DO PREÂMBULO DA CF/88 ............................................................. 9 
2 - A DIGNIDADE HUMANA ............................................................................................................ 11 
2.1 - CONCEITO DE DIGNIDADE HUMANA .............................................................................. 11 
2.2 - O CONTEXTO HISTÓRICO DA DIGNIDADE HUMANA .................................................. 12 
2.3 - A DIGNIDADE HUMANA NO CONTEXTO CONTEMPORÂNEO ................................... 13 
3 - FICHA TÉCNICA ........................................................................................................................... 16 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................ 17 
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 18 
 
 
7 
 
INTRODUÇÃO 
 
 O presente estudo abordará dois temas fundamentais do ordenamento jurídico. A 
saber, o preâmbulo da nossa Constituição Federal de 1988, e com bastante afinco, a dignidade 
da pessoa humana. 
 Preliminarmente, discutiremos acerca do preâmbulo constitucional definindo seu 
conceito, não só o atual, mas em diversos momentos da história. Falaremos, óbvio, do 
preâmbulo da nossa Constituição Federal de 1988, quais são seus fundamentos e princípios. 
Abriremos a pauta sobre como e qual o intuito de ele ser elaborado. A qual finalidade o 
legislador tinha intenção de o destinar. E por fim, muito importante, abriremos o tema que 
versa acerca da aplicação do preâmbulo no contexto contemporâneo no nosso espaço jurídico. 
 Ao que será secundado, pelo tema demasiado importante que é a dignidade da pessoa 
humana. Vamos conceituar a dignidade humana da forma mais clara possível. E após 
deixarmos bem nítido o conceito desta dignidade, exploraremos todo o conceito histórico 
deste valor. Quando e como tal conceito surgiu para o ser humano. Em qual momento 
começamos a perceber esse potencial conceito como parte fundamental dos nossos valores. 
Quais foram os caminhos e motivos que levou o Estado a tutelar a dignidade como garantia 
máxima do ser humano, tutelando, desta forma, a dignidade com o rigor da elevada soberania 
da Constituição Federal. 
 E vencida estas etapas, valeremos de nos falar sobre a dignidade da pessoa humana no 
contexto contemporâneo, abordando com entusiasmo a visão que as pessoas naturais têm 
deste conceito. Mostrando o que o legislador enxerga a respeito disto. E qual a posição do 
Brasil, nas relações internacionais, de fronte deste valor tão importante. 
 E por acreditarmos piamente honra do poder judiciário, e confiarmos plenamente na 
veracidade do saber científico, deixamos finalmente destacadoque este estudo encontra-se 
livre de qualquer reflexo de doxologia, ficando puramente expresso em nossas palavras aquilo 
que a ciência nos traz à tona amparado pelo ordenamento jurídico brasileiro com base em sua 
doutrina, jurisprudência e texto de norma positiva no seu estrito sentido. 
8 
 
1 - O PREÂMBULO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 
 
1.1 - CONCEITO DE PREÂMBULO 
 
 O Preâmbulo é o texto que antecede imediatamente os artigos de uma Constituição. A 
nossa Constituição Federal de 1988 dispõe a seguinte redação: 
“Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional 
Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício 
dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o 
desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade 
fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, 
na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, 
promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA 
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.” (Vade Mecum, Ed Manole, 2014, p.7) 
Ele tem como finalidade apresentar uma prévia sobre os principais focos e objetivos 
da redação constitucional que há de o preceder. Anunciando, desta forma, os princípios e 
valores constitucionais mais valiosos que estarão inclusos no texto normativo, como é o 
exemplo das ideias que serão o sustentáculo do processo de criação da própria Constituição, 
bem como, todos os bens e valores que serão tutelados pelo Estado a fim de zelar pela paz 
comum e a ordem social. 
 
 
1.2 - A CERCA DO PREÂMBULO DA CF/88 
 
 Há três principais correntes doutrinárias acerca sobre o preâmbulo e uma posição do 
STF. As quais destacamos da seguinte forma: existe a tese da “Irrelevância Jurídica”, na qual 
diz-se que o Preâmbulo está no âmbito da política e, por tanto, sua relevância jurídica como 
norma é desprezível. Existe ainda a tese da “Plena eficácia”, que nos diz que o Preâmbulo 
possui força idêntica às normas constitucionais. Por terceiro, a tese da “Relevância jurídica 
indireta”, a qual nos diz que o Preâmbulo constitui parte dos princípios e características da 
Constituição Federal, mas deve ser observado sob a ótica de não ser confundido com as 
normas jurídicas constitucionais. 
 Para Kildare Gonçalves Carvalho, o Preâmbulo espelha fundamentos filosóficos, 
políticos e ideológicos, conferindo legitimidade à Constituição, porém, apenas para servir de 
base das normas constitucionais, e não como norma por si só: 
9 
 
“O preâmbulo, do latim praeambulu, consiste numa declaração de propósitos que 
antecede o texto normativo da Constituição, revelando os fundamentos filosóficos, 
políticos, ideológicos, sociais e econômicos, dentre outros, informadores da nova 
ordem constitucional. 
(...) 
O preâmbulo confere legitimidade à Constituição, seja quanto à sua origem, 
seja quanto ao seu conteúdo, que será variável segundo as circunstâncias históricas e a 
ideologia que se verificaram durante a atividade dos constituintes originários.” 
(CARVALHO, p. 507) 
Para o Supremo Tribunal Federal o Preâmbulo constitucional não tem relevância 
jurídica no âmbito normativo e deve ser apreciado apenas politicamente por demonstrar a 
ideologia do constituinte. É isso que observamos pelo julgamento da Ação Direta de 
Inconstitucionalidade n. 2076/AC, da qual destacamos: 
“O Senhor Ministro Marco Aurélio (Presidente) - Acompanho, também, o eminente 
relator, assentando que o preâmbulo, o introito não integra o corpo da própria 
Constituição. Portanto, não pode repercutir a ponto de se adentrar o campo da 
simetria, exigindo-se que haja adoção uniforme em todas as unidades da Federação” 
(ADIN n. 2.076/2002, p. 230, STF) 
 Ainda neste sentido, posiciona-se o Senhor Ministro Sepúlveda Pertence: 
“Sr. Presidente, independente da douta análise que o eminente Ministro-Relator 
procedeu sobre a natureza do preâmbulo das constituições, tomado em seu conjunto, 
esta locução “sob a proteção de Deus” não é uma norma jurídica, até porque não se 
teria a pretensão de criar obrigação para a divindade invocada. Ela é uma afirmação 
de fato - como afirmou Clemente Mariani, em 1946, na observação recordada pelo 
eminente Ministro Celso de Mello - jactanciosa e pretensiosa, talvez - de que a 
divindade estivesse preocupada com a Constituição do Brasil. De tal modo, não sendo 
norma jurídica, nem princípio constitucional, independente de onde esteja, não é ela 
de reprodução compulsória pelos Estados-membros.” (ADIN n. 2.076/2002, p. 229, 
STF) 
 Logo, percebemos que a doutrina majoritária e a posição do STF em relação ao 
preâmbulo, é de que não existe força normativa em seu texto. Sendo ele apenas uma ideologia 
política que transmite as intenções do constituinte em relação a Constituição Federal e aos 
seus princípios. 
 
 
1.3 - A APLICABILIDADE DO PREÂMBULO DA CF/88 
 
 Umas das principais aplicabilidades do Preâmbulo da Constituição federal de 1988 
para Alexandre de Moraes (Direito Constitucional, São Paulo: Atlas, 2005, p. 15) foi romper 
com os ditames da constituição anterior que era mais socialista do que democrática. Para 
Moraes, o Preâmbulo não tem autonomia como norma constitucional, mas tem aplicabilidade 
por ter de ser observado como elemento de interpretação para as normas que o sucedem. 
10 
 
Sob a ótica jurisprudencial da Senhora Ministra Cármen Lúcia, o Preâmbulo, apesar 
de não ser norma por si só, possui fortes valores que norteiam a Constituição e servem de 
subsídio para a correta interpretação e aplicação das normas constitucionais: 
“Devem ser postos em relevo os valores que norteiam a Constituição e que deve 
servir de orientação par a correta interpretação e aplicação das normas constitucionais 
e apreciação da subsunção, ou não da Lei 8.899/1994 a elas. Vale assim uma palavra, 
ainda que brevíssima, ao Preâmbulo da Constituição, no qual se contém a explicitação 
dos valores que dominam a obra constitucional de 1988” (ADI 2.649, voto da 
Senhora Ministra Relatora Cármen Lúcia, 2008) 
Paulo Mascarenhas confirma em seus ensinamentos a tese de que o Preâmbulo serve 
como fonte de interpretação e acompanhamento das demais normas constitucionais, porém, 
não sendo ele fonte individual de direito. 
“A sua utilidade consiste em esclarecer o sentido ideológico da Constituição escrita 
que se examina, traduzindo-se, assim, em autêntico subsídio à hermenêutica 
constitucional, pois, traz em si, de forma sintética, os anseios e aspirações do 
legislador constituinte. “(MASCARENHAS, Paulo, Manual de Direito 
Constitucional, 2014, p.31) 
 Entenda-se assim que pela doutrina majoritária, e pela corrente jurisprudencial, o 
Preâmbulo constitucional não tem aplicabilidade como norma jurídica autônoma. Sendo desta 
forma, a sua aplicação considerada um subsídio dos parâmetros de interpretação da redação 
constitucional e aplicação ao caso concreto indiretamente, servindo como sinapses para a 
subsunção da norma constitucional. 
 Cabe ainda dizer que a Constituição Federal não pode ser interpretada de forma oposta 
aos seus princípios, os quais estão expostos, em primeiro lugar, em seu Preâmbulo e 
demonstram a manifestação de vontade e a ideologia do constituinte ao desvincular a 
Constituição de 1988 da antiga. Agora, com um caráter muito mais livre, digna de um Estado 
Democrático de Direito que consagra a liberdade e os direitos individuais, as garantias sociais 
e a dignidade humana. 
11 
 
2 - A DIGNIDADE HUMANA 
 
2.1 - CONCEITO DE DIGNIDADE HUMANA 
 
 Se fossemos apreciar o conceito de dignidade humana sob a ótica de uma única frase, 
poderíamos dizer,sem receio de errar, que “A dignidade humana se fundamenta pelo 
princípio da integridade moral e espiritual que são naturalmente uma prerrogativa de todos os 
seres humanos”. 
 Elencada no rol dos direitos fundamentais da nossa Constituição Federal e nos 
Direitos Humanos Internacionais, a dignidade humana constitui o princípio mor do 
ordenamento jurídico dentro do nosso Estado Democrático de Direito e preexiste às normas 
positivas. 
 Tamanha é a importância da dignidade humana que, sendo ela plenamente percebida 
nos últimos dois séculos, seu peso tornou-se tão grande que surgiu uma esfera de gravidade ao 
seu redor capaz de atrair sobre si todos os outros princípios críticos especificados nos Direitos 
Fundamentais. 
 Desta forma, como nos mostra os ensinamentos de Alexandre de Moraes, a dignidade 
humana é: 
“...um valor espiritual e moral inerente à pessoa, que se manifesta singularmente na 
autodeterminação consciente e responsável da própria vida e que traz consigo a 
pretensão ao respeito por parte das demais pessoas, constituindo-se em um mínimo 
invulnerável que todo estatuto jurídico deve assegurar, de modo que, somente 
excepcionalmente, possam ser feitas limitações ao exercício dos direitos 
fundamentais, mas sempre sem menosprezar a necessária estima que merecem todas 
as pessoas enquanto seres humanos”(MORAES, Alexandre de, Constituição do Brasil 
Interpretada e Legislação Constitucional. SP, Ed, Atlas, 2002, p. 128.) 
 Neste sentido, é concluso que a dignidade da pessoa humana é um direito natural do 
homem por ser um valor anterior a norma escrita. É também o maior princípio tutelado pela 
Constituição Federal. E por tão grande que é engloba o direito às demais prerrogativas 
essenciais a todos os seres humanos, inclusive o direito à vida. 
 
12 
 
2.2 - O CONTEXTO HISTÓRICO DA DIGNIDADE HUMANA 
 
Acerca do contexto histórico da dignidade humana, é preciso, antes de tudo, explicitar 
que a dignidade humana no âmbito constitucional pode ser elencada como um ato 
declaratório, haja visto que a sua instituição não se deu por vias de redação normativa, pois, 
como já havíamos falado, a dignidade da pessoa humana preexiste a norma escrita. Logo, 
constitui-se como direito natural do ser humano pelo simples fato deste existir. 
Em suma, a dignidade humana inicia-se no cenário histórico do homem em um 
contexto relacionado diretamente com a religião por estar incutido na bíblia. Com o 
surgimento do movimento iluminista e a Antropologia, a dignidade humana tomou rumos 
filosóficos com fundamentos como a liberdade, valores morais e a moralidade, a capacidade 
de cada um decidir seu próprio destino, etc. E no decorrer do século XX, a dignidade da 
pessoa humana ganhou parâmetros políticos e passou a ser objeto tutelado pelo Estado como 
nos mostra os ensinamentos de Luís Roberto Barroso: 
“...após a 2a. Guerra Mundial, a ideia de dignidade da pessoa humana migra 
paulatinamente para o mundo jurídico, em razão de dois movimentos. O primeiro foi 
o surgimento de uma cultura pós-positivista, que reaproximou o Direito da filosofia 
moral e da filosofia política, atenuando a separação radical imposta pelo positivismo 
normativista. O segundo consistiu na inclusão da dignidade da pessoa humana em 
diferentes documentos internacionais e Constituições de Estados democráticos.” (Luís 
Roberto Barroso, A Dignidade da Pessoa Humana no Direito Constitucional 
Contemporâneo: Natureza Jurídica, Conteúdos Mínimos e Critérios de Aplicação. 
Versão provisória para debate público. Mimeografado, dezembro de 2010) 
 Isto posto, dizemos que a dignidade da pessoa humana se originou dos valores e 
princípios morais anteriores a tutela do Estado, em rumores de uma época onde o 
conhecimento buscava explicações no divino. Em seguida, passou a ser objeto do 
conhecimento filosófico. E pouco tempo depois, o Estado tomou para si a sua tutela. Hoje, a 
dignidade da pessoa humana é mais do que um princípio jurídico. 
 
 
 
13 
 
2.3 - A DIGNIDADE HUMANA NO CONTEXTO CONTEMPORÂNEO 
 
 Apesar de ser plenamente possível afirmar que o ser humano nunca esteve separado do 
conceito de dignidade humana, tem sido nas últimas décadas que, de fato, este princípio 
tomou proporções significativas, e passou a elencar o rol de inúmeros documentos nacionais e 
internacionais que versam sobre direitos universais e integram o princípio da dignidade 
humana. 
No contexto contemporâneo, um dos principais avanços do ordenamento jurídico 
brasileiro foi elencar no rol de nossa constituição os princípios de dignidade da pessoa 
humana. Destarte, exemplifica o inciso III do art. 1° da nossa CF/88, da qual extraímos “Art. 
1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e 
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como 
fundamentos… III - a dignidade da pessoa humana”. 
Na mesma proporção em que foi reconhecida como norma majoritária a redação dada 
pelos atos constitucionais, certos fundamentos - e dentre os principais, a dignidade da pessoa 
humana - foram abraçados e honrados pela tutela estatal como partes essenciais à 
sobrevivência digna do ser humano. Tudo isso se dá neste momento contemporâneo, 
precisamente, após a segunda guerra mundial, quando a comunidade internacional sentiu a 
necessidade de fundamentar e abrigar garantias mínimas para integridade moral e física de 
todos os seres humanos. 
 Na concepção atual, é extremamente explícito que a dignidade da pessoa humana 
tomou proporções de importância tão relevantes que é vista sob a atual ótica do legislador 
como fundamento constitucional, deixando de ser um simples princípio de subsistência à 
norma positiva. 
 Via de regra, a recorrência dos termos da dignidade humana, no que tange a 
jurisprudência do Brasil, denota a vontade da retórica argumentativa em razão dos princípios 
menos abstratos; isso devido a alta complexidade em se nortear parâmetros que estabeleçam 
com precisão o contento da dignidade humana. Como é o exemplo que apreciamos acerca da 
necessidade de preenchimento de lacunas jurídicas. A respeito destacamos a união 
homoafetiva. E enfatizamos com os ensinamentos de Luís Roberto Barroso: 
“No Brasil, como regra geral, a invocação da dignidade humana pela jurisprudência 
tem se dado como mero reforço argumentativo de algum outro fundamento ou como 
ornamento retórico. Existe uma forte razão para que seja assim. É que com o grau de 
abrangência e de detalhamento da Constituição brasileira, inclusive no seu longo 
elenco de direitos fundamentais143, muitas das situações que em outras jurisdições 
envolvem a necessidade de utilização do princípio mais abstrato da dignidade 
14 
 
humana, entre nós já se encontram previstas em regras específicas de maior densidade 
jurídica. Diante disso, a dignidade acaba sendo citada apenas em reforço. No 
constitucionalismo brasileiro, seu principal âmbito de incidência se dará em situações 
de ambiguidade de linguagem – como parâmetro para escolha de uma solução e não 
de outra, em função da que melhor realize a dignidade –, de lacuna normativa – para 
integração da ordem jurídica em situações, por exemplo, como a das uniões 
homoafetivas –, de colisões de normas constitucionais e direitos fundamentais – 
como, por exemplo, entre liberdade de expressão, de um lado, e direito ao 
reconhecimento e à não-discriminação, de outro144 – e nas de desacordo moral 
razoável, como elemento argumentativo da construção justa. No capítulo final se 
procura fazer essa demonstração.” (Luís Roberto Barroso, A Dignidade da Pessoa 
Humana no Direito Constitucional Contemporâneo: Natureza Jurídica, Conteúdos 
Mínimos e Critérios de Aplicação. Versãoprovisória para debate público. 
Mimeografado, dezembro de 2010). 
 Não obstante, no cenário contemporâneo a dignidade da pessoa humana faz parte de 
um amplo raciocínio da nossa corte suprema (STF) que alude de forma expressa a 
importância deste fundamento em todas as esferas do direito brasileiro. E faz-se de forma tão 
implícita que se usa a instrumentalização de tal conceito em face de processos penais - apenas 
por exemplo, mas cita-se o civil, o trabalhista e tantos outros quanto for possível - para 
assegurar aos passivos a presunção de inocência, contraditório, ampla defesa, etc. Neste 
mesmo sentido, a proteção máxima a integridade física e moral coibindo de todas as formas, 
sempre motivado pela dignidade da pessoa humana, a tortura, tratamento desumano, e tudo 
aquilo que degrade ou tenha aspectos cruéis. 
 Em face do exposto, leia-se as jurisprudências: 
STF, DJ 16 fev. 2001, HC 79.812/SP, Rel. Min. Celso de Mello. 
STF, DJ 17 out.2008, HC 93782/RS, Rel. Min. Ricardo Lewandowski. 
STF, DJ 20 out. 2006, HC 85.327/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes. 
STF, DJ 30 abr. 2010, HC 98.579/SP, Rel. p/ acórdão Min. Celso de Mello. 
STF, DJ 04 dez. 2009, HC 99.652/RS, Rel. Min. Carlos Britto. 
STF, DJ 20 mai. 2010, HC 98.067/RS, Rel. Min. Marco Aurélio. 
STF, DJ 19.dez.2008, HC 91952/SP, Rel. Min. Marco Aurélio. 
STF, DJ 5 set. 2008, HC 90.125/RS, Rel. p/ acórdão Min. Eros Grau. 
STF, DJ 19 dez. 2008, RE 398.041/PA, Rel. Min. Joaquim Barbosa. 
STF, DJ 10 ago. 2001, HC 70.389, Rel. Min. Celso de Mello. 
STF, DJ 05 nov. 2009, ADPF 130/DF, Rel. Min. Carlos Britto. 
STF, DJ 25 set. 2009, Pet 3388/RR, Rel. Min. Carlos Britto. 
STF, DJ 26 abr. 2010, STA 316/SC, Rel. Min. Gilmar Mendes (presidente). 
Finalmente, ressaltamos que a dignidade da pessoa humana no contexto 
contemporâneo deixou de ser um princípio propriamente dito e passou a elencar o rol dos 
fundamentos constitucionais, de tal sorte, que nada seja julgado, tão pouco normatizado, sem 
15 
 
que se leve em consideração majoritariamente os princípios da dignidade humana, haja vista 
que este fundamento vale para tudo, desde uma ação de execução de alimentos, até uma 
condenação penal transitada em julgado. 
16 
 
3 - FICHA TÉCNICA 
 
 
CONCEITOS REFERÊNCIA JURÍDICA 
 
PREÂMBULO CONSTITUCIONAL CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988 
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO PREÂMBULO, CRFB 1988 
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA CRFB 1988, ARTIGO 1°, III 
PRIMÓRDIO DA DIGNIDADE HUMANA CÓDIGO DE HAMURABI 
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA CRFB 1988, ARTIGO 26, §7° 
DINIGDADE DA PESSOA HUMANA CRFB 1988, ARTIGO 27 
DIGNIDADE HUMANA CF 1947, ITALIANA, ARTIGO 3° 
A DIGNIDADE INTANGÍVEL DO HOMEM ASSEMBLÉIA DAS NAÇÕES UNIDAS 
DINGIDADE DA PESSOA HUMANA CF/76 PORTUGUESA 
A DIGNIDADE INTANGÍVEL DO HOMEM CONSTITUIÇÃO ALEMÃ 
DIGNIDADE NA ORDEM ECONÓMICA CRFB 1988, ARTIGO 170, I, II 
DIGNIDADE E A FAMÍLIA CRFB 1988, ARTIGO 226, § 7° 
 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
Como vimos e destacamos neste breve estudo que se passou, o preâmbulo 
constitucional tem a finalidade de apresentar uma síntese das ideias, focos e objetivos que 
serão alvo do legislador ao dar redação à Constituição. Acerca disto, há três correntes da 
doutrina acerca do preâmbulo, e que a majoritariamente aceita nos deixa o ensinamento de 
que sua relevância jurídica é indireta. Desta forma, o preâmbulo não pode ter efeito de 
normativo quando observado de forma individual, mas há que se levar em consideração todo 
o seu texto na interpretação das demais normas, pois seu conteúdo expressa de forma clara e 
objetiva a intenção do legislador. 
Concluímos, desta forma, no que tange o preâmbulo, que apesar de ele não ter 
autonomia normativa para que seu texto tenha eficácia por si só, seu conteúdo não pode ser 
esquecido quando as demais normas forem observadas, e por tanto, seu texto serve como 
complemento à subsunção dos demais conteúdos normativos. 
E no que diz respeito a dignidade da pessoa humana, deixamos amplamente claro a 
sua importância no contexto atual. E de forma bem sucinta descrevemos em uma frase o seu 
sentido. “A dignidade humana se fundamenta pelo princípio da integridade moral e espiritual 
que são naturalmente uma prerrogativa de todos os seres humanos”. 
Ao abordarmos o contexto histórico e contemporâneo da dignidade humana, deixamos 
claro a sua importância. Hoje ela é elencada no rol da nossa Constituição Federal, além de 
fazer parte de diversos textos internacionais dos quais o Brasil é signatário. 
A dignidade humana, ficou claro, é prerrogativa do ser humano antes mesmo de 
termos as leis positivas, fazendo parte dos nossos valores subjetivos que antecedem a lei 
escrita. 
No contexto atual, após determinados eventos, a dignidade humana tomou proporções 
gigantescas na concretude da esfera jurídica, de tal sorte que, hoje, não é mais possível que ela 
seja ignorada e constitui mais do que um princípio, e faz parte dos fundamentos do direito, 
tendo de ser observada em todos os momentos, desde uma simples execução de alimentos, até 
uma ação penal. 
 
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REFERÊNCIAS 
 
 Preâmbulo Constitucional, Vade Mecum, ED. Manole, 2014. 
 
 Jurisprudência, Ação Direta de Inconstitucionalidade, Senhor Ministro Marco Aurélio 
n. 2.076/2002, p. 230, STF. 
 
 Jurisprudência, Ação Direta de Inconstitucionalidade, Senhor Ministro Sepúlveda 
Pertence, n. 2.076/2002, p. 229, STF. 
 
 Jurisprudência, Ação Direta de Inconstitucionalidade, Senhora Ministra Cármen 
Lúcia, n. 2.649/2002, STF. 
 
 Manual de Direito Constitucional, MASCARENHAS, Paulo, 2014. 
 
 Luís Roberto Barroso, A Dignidade da Pessoa Humana no Direito Constitucional 
Contemporâneo, 2010. 
 
 Luís Roberto Barroso, A Dignidade da Pessoa Humana no Direito Constitucional 
Contemporâneo: Natureza Jurídica, Conteúdos Mínimos e Critérios de Aplicação. Versão 
provisória para debate público. Mimeografado, dezembro de 2010. 
 
 Vasco Pereira da Silva, Ingo Wolfgang Sarlet, Direito Público Sem Fronteiras, junho 
de 2011. 
 
 Rodnei Jaime Paz, O PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA: O 
CARÁTER COMPLEXO DA SUA CONCRETIZAÇÃO EM FACE DA TENSÃO ENTRE 
DEMOCRACIA E CONSTITUCIONALISMO, Curitiba, 2009. 
 
 
 
 
 
	INTRODUÇÃO
	1 - O PREÂMBULO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
	1.1 - CONCEITO DE PREÂMBULO
	1.2 - A CERCA DO PREÂMBULO DA CF/88
	1.3 - A APLICABILIDADE DO PREÂMBULO DA CF/88
	2 - A DIGNIDADE HUMANA
	2.1 - CONCEITO DE DIGNIDADE HUMANA
	2.2 - O CONTEXTO HISTÓRICO DA DIGNIDADE HUMANA
	2.3 - A DIGNIDADE HUMANA NO CONTEXTO CONTEMPORÂNEO
	3 - FICHA TÉCNICA
	CONSIDERAÇÕES FINAIS
	REFERÊNCIAS

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