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Aula 06 - Canais, remanso e ressalto (Felipe Eugenio)

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FELIPE EUGENIO DE OLIVEIRA VAZ SAMPAIO
Engenheiro Civil
Analista do MPU/Perícia/Engenharia Civil
Mestre em Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos (UnB - PTARH)
felsvaz@yahoo.com.br
Hidráulica
Canais
Slides com conteúdos obtidos de Porto, Neves, Cirilo e Wanderley.
Canais ou condutos livres
Define-se como canais os condutos onde a superfície do líquido 
está sujeita à pressão atmosférica
Por não haver um gradiente de pressão atuando sobre o fluido, o 
escoamento processa-se necessariamente por gravidade, em 
conjunto com as declividades do fundo do canal e da superfície 
da água
Os canais podem ser
naturais, como os rios, ou
artificiais, como os canais
de irrigação, as tubulações
de esgotamento sanitário
e pluvial etc.
Podem ser considerados
prismáticos, se mantiverem
a mesma forma de seção
transversal e declividade
constante
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
Projeto Pontal CODEVASF
Canais ou condutos livres
Os canais artificiais podem ser construídos com diversas 
finalidades
• Controle de níveis d’água
• Retificação de um rio para o controle de cheias
• Derivação para aproveitamento de recursos hídricos
– Irrigação, abastecimento humano, hidrelétricas, canais de navegação
• Proteção de margens em zonas de erosão
Projetos de canais
Deve ser prevista uma folga acima do nível d’água máximo de 
projeto, chamada de revanche, com vistas a permitir eventuais 
sobrelevações do nível d’água, sem que ocorra transbordamento
Para canais com revestimento de concreto, devem ser previstos 
drenos nas paredes e no fundo, para evitar subpressões quando o 
nível do lençol freático estiver alto
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
Projetos de canais
Em canais com revestimentos diferenciados para as paredes e o 
fundo, o coeficiente de rugosidade deve ser determinado por uma 
média ponderada dos coeficientes dos materiais componentes da 
calha
O custo de um canal é proporcional ao seu tamanho e será mais 
econômico quando for menor a sua área de condução
Como a velocidade está inversamente relacionada com a área, a 
maior economia de um canal obtém-se empregando-se as 
maiores velocidades
Porém, para garantir a estabilidade do canal, a velocidade de 
escoamento deve ser fixada em função do material de 
revestimento das paredes e do fundo do canal
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
Projetos de canais
Limites aconselháveis de velocidade para escoamentos em canais
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
Projetos de canais
As formas mais comuns utilizadas nos projetos de canais são as 
trapezoidais, com taludes inclinados
Limites aconselháveis de inclinação de taludes para canais 
trapezoidais, em função da natureza do material de revestimento
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
Elementos geométricos dos canais
Para descrever a seção de escoamento de um canal, os principais 
elementos geométricos dos canais são
• Área molhada (A): área da seção transversal ao fluxo
• Perímetro molhado (P): comprimento de contato da água com as 
paredes e o fundo
• Raio hidráulico (RH): relação entre a área molhada e o perímetro 
molhado
RH = A/P
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
y
B
A
p
yM
Elementos geométricos dos canais
• Largura de topo ou da superfície (B): largura da seção tomada 
na superfície livre da água
• Altura d’água ou tirante (y): distância vertical do fundo do canal 
à superfície livre da água
• Altura média ou hidráulica (yM): relação entre a área molhada e 
a largura de topo
yM = A/B
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
y
B
A
p
yM
Elementos geométricos dos canais
• Altura de escoamento (h): altura da água medida 
perpendicularmente ao fundo do canal
• Declividade de fundo (I0): declividade do fundo do canal
• Declividade da linha d’água (IA): corresponde à declividade da 
linha piezométrica
• Declividade da linha de energia (IF): variação da energia do 
escoamento no sentido do escoamento
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
I0
IA
IF
y h
Tipos de escoamento nos canais
Situações típicas dos escoamentos permanentes
• Os escoamentos permanentes normalmente são utilizados para o 
cálculo de canais, vertedores, galerias, bueiros etc.
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
Gradualmente 
Variado
Rapidamente
Variado
Rapidamente
Variado
Uniforme
Gradualmente 
Variado
Remanso Ressalto
Uniforme
Escoamento permanente uniforme
Tipo de escoamento em que as características hidráulicas e 
geométricas do escoamento mantém-se constantes no tempo e 
ao longo do canal
Como o canal é prismático → A1 = A2  y1 = y2
Q1 = Q2  v1 = v2
 v1²/2g = v2²/2g
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
v1²/2g
Plano de referência
z1
z2
y2
v2²/2g
H = H1 – H2
Q
y1
Escoamento permanente uniforme
É o resultado do equilíbrio entre a força gravitacional e a força de 
atrito, que se opõe ao movimento do fluido
A declividade da linha de energia é igual à declividade de fundo 
do canal
• Como a altura permanece constante, a declividade da linha d’água 
também é igual à declividade do fundo do canal
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
v1²/2g
Plano de referência
z1
z2
y2
v2²/2g
H = H1 – H2
Q
y1
Escoamento permanente uniforme
A maior parte dos canais artificiais são calculados considerando 
este tipo de escoamento
Para a ocorrência deste tipo de escoamento, o canal deve ser 
prismático e suficientemente longo
• Normalmente, na entrada do canal, o escoamento ocorre em 
condições variáveis de geometria e velocidade
• O fluido percorre o canal movido pela força gravitacional, sofrendo 
influência da força de atrito
• À medida que o escoamento desenvolve-se, ocorre o equilíbrio 
destas forças e o escoamento sempre tende para o escoamento 
permanente
– Isto independe de como inicia-se o escoamento no canal
O escoamento uniforme é conhecido como escoamento normal
e a altura d’água em que se desenvolve é denominada altura 
normal
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
Escoamento permanente uniforme
O escoamento uniforme é determinado pela equação de Chézy
V = C·(RH·IE)
1/2  Q = C·A·(RH·IE)
1/2
• Para o escoamento uniforme, a declividade da linha de 
energia IE é igual à declividade do fundo do canal I0
Manning verificou que C = RH
1/6/n
Substituindo C na equação de Chézy, temos então a equação de 
Manning
V = (1/n)·RH
2/3·I0
1/2  Q = (A/n)·RH
2/3·I0
1/2
O valor de n é denominado coeficiente de rugosidade de Manning
e depende da natureza do material de revestimento dos canais
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
Escoamento permanente uniforme
Valores de n para alguns materiais
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
Escoamento permanente uniforme
Canais construídos com mais de um tipo de material:
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
n =
 i=1
m Pi ∙ ni
3
2
P
 2 3
Seção de máxima eficiência
• Para o projeto de canais, quanto maior a área de escoamento maior 
será o custo do projeto
• Porém, quanto menor a área de escoamento maior será a 
velocidade, o que pode proporcionar problemas estruturais nos 
taludes
• Normalmente, a declividade e o tipo de material (rugosidade das 
paredes) são estabelecidos, não permitindo variações significativas
• Para conduzir água com a máxima eficiência, é necessário 
determinar a forma do canal que promova o escoamento com a 
maior área e com o menor perímetro molhado possíveis
– Isso produz o menor atrito para uma maior vazão
• A figura geométrica com esta propriedade é o semi-círculo
– Porém, a execução de seções com esta forma nem sempre é 
economicamente viável
• Outras seções de máxima eficiência
– Retangulares – meio quadrado
– Trapezoidais – meio hexágono
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
Exemplo
Um canal foi construído com paredes de concreto liso, com seção transversal emformato trapezoidal, com base igual a 5,0 m e talude das margens 1:2 (v:h).
Sabendo-se que a profundidade normal do escoamento no canal é de 3,0 m e a 
declividade do fundo do canal é 0,45 m/km, calcular a velocidade média do 
escoamento permanente.
Pela tabela, o coeficiente de Manning
para concreto com acabamento é
n = 0,012.
A área de escoamento é
A = (5,0 + 17,0)·3,0/2 = 33,0 m²
O perímetro molhado é
P = 5,0 + 2·(6,0² + 3,0²)1/2 = 18,42 m
Assim, o raio hidráulico é
RH = A/P = 33,0/18,42 = 1,79 m
A velocidade do escoamento então é
v = (1/n)·RH
2/3·I0
1/2 = (1/0,012)·1,792/3·0,000451/2  v = 2,61 m/s
Podemos calcular a vazão  Q = v·A = 2,61·33,0  Q = 86,13 m³/s
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
5,0 m 6,0 m6,0 m
3,0 m
Exemplo
Para o mesmo canal anterior, qual será a profundidade normal do escoamento 
se a vazão do escoamento permanente for de 52,3 m³/s.
Como não temos a altura do
escoamento, a área e o perímetro
molhados ficam em função do seu
valor.
A área de escoamento é
A = (5,0 + 5,0 + 2·[2·y])·y/2
O perímetro molhado é
P = 5,0 + 2·((2·y)² + y²)1/2
A vazão pode ser escrita como
Q = (A/n)·RH
2/3·I0
1/2 = (1/n)·(A5/3/P2/3)·I0
1/2
 52,3 = (1/0,012)·([(10,0+2·[2·y])·y/2 ]5/3 / [5,0+2·((2·y)²+y²)1/2]2/3)·0,000451/2
Esta equação não pode ser resolvida explicitamente para y. Por isso, usa-se o cálculo 
iterativo, de onde se obtém y = 2,35 m
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
5,0 m 6,0 m6,0 m
3,0 m
Energia no escoamento permanente
• Equação de Bernoulli
H = p/ + z + v²/2g = y + z + v²/2g
– Na maioria dos casos práticos, o termo p/ é igual ao tirante y
• Entre duas seções do escoamento ocorre perda de carga por conta 
do atrito do fluido com as paredes do canal, da turbulência etc.
H1-2 = H1 – H2
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
v1²/2g
Plano de referência
z1
z2
p2/ = y2
v2²/2g
H1-2 = H1 – H2
Qp1/ = y1
Energia específica
• Se o plano de referência for tomado no fundo do canal, a energia do 
fluido é denominada energia específica
E1 = E2 + E1-2  y1 + v1²/2g = y2 + v2²/2g
– A energia específica é a distância entre o fundo do canal e a linha de 
energia
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
v1²/2g
E1
E2
p2/ = y2
v2²/2g
H = H1 – H2
Qp1/ = y1
Energia específica
• Sabemos que
Q = v·A  v = Q/A
• A área pode ser expressa como uma função da altura de escoamento
A = (y)
• Com isso, a equação da energia específica para uma seção qualquer 
pode ser reescrita como
E = y + v²/2g = y + Q²/2gA²  E = y + Q²/2g(y)²
 E’ = y e E’’ = Q²/2g(y)²
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
E’ = y
E
y
E’’ = Q²/2g(y)²
E
y
E
EMIN
yC
Energia específica
• Podemos verificar que, para uma mesma vazão, existem três 
possíveis regimes de escoamento
– O escoamento desenvolve-se com grandes profundidades e pequenas 
velocidades → escoamento subcrítico
– O escoamento desenvolve-se com pequenas profundidades e grandes 
velocidades → escoamento supercrítico
– O escoamento desenvolve-se com a menor energia específica possível →
escoamento crítico
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
E’ = y
E
y
E’’ = Q²/2g(y)²
E
y
E
EMIN
yC
Energia específica
• O escoamento subcrítico é também conhecido como 
escoamento fluvial ou tranquilo ou superior
• O escoamento supercrítico é também conhecido como 
escoamento torrencial ou rápido ou inferior
• Como a vazão é a mesma, o que vai definir o regime de escoamento 
é a geometria do canal, principalmente a sua declividade de fundo
• Cada canal tem uma altura crítica associada, mesmo que o 
escoamento normal não se desenvolva nesta altura
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
E’ = y
E
y
E’’ = Q²/2g(y)²
E
y
E
EMIN
yC
Energia específica
• O número adimensional que caracteriza o tipo de regime de 
escoamento é o número de Froude
Fr = v/(g·yM)
1/2
– Fr < 1  escoamento subcrítico  y > yC
– Fr = 1  escoamento crítico  y = yC
– Fr > 1  escoamento supercrítico  y < yC
• O número de Froude é uma relação entre a força de inércia e a força 
peso do fluido
• Podemos ver também, pelo gráficos de
energia específica, que para cada valor
de E podem ser desenvolvidos os
regimes supercrítico e subcrítico
– As alturas associadas a cada valor de
E são denominadas alturas recíprocas
ou conjugadas y1 e y2
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
E
y
E
y1
y2
Energia específica – altura e declividade críticas
• O escoamento crítico é aquele que se desenvolve com a menor 
energia específica
• Neste caso, o número de Froude é igual à unidade
Fr = vC/(g·yC)
1/2 = 1
de onde pode-se obter a altura crítica yC
yC = g·vC²
• Sabendo que yC é a altura média do escoamento crítico, a velocidade 
vC pode ser expressa por
vC = Q/AC = Q/(B·yC) = q/yC (q = Q/B) 
• Substituindo, obtém-se
yC = (q²/g)¹
/³
• Para que o escoamento ocorra normalmente nesta profundidade, é 
necessário que o canal tenha uma declividade crítica IC
– Esta declividade pode ser obtida pelas equações de resistência
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
Energia no escoamento permanente – Equação de Bernoulli
Exemplo
Um canal retangular de 3,0 m de largura tem um pequeno barramento para 
controle da vazão. Considerando a ocorrência da situação da figura e 
desconsiderando as perdas de carga, determinar a vazão escoada.
Para determinar a vazão, pode-se aplicar a equação de Bernoulli.
y1 + z1 + v1²/2g = y2 + z2 + v2²/2g + H
Selecionando o nível de referência no fundo do canal
y1 + z1 = 1,5 m e y2 + z2 = 0,35 m
Considerando v = Q/A = Q/(B·y), a equação de Bernoulli fica
y1 + z1 + Q²/(2g·(B·y1)²) = y2 + z2 + Q²/(2g·(B·y2)²) + H
 1,5 + Q²/(2g·(3,0·1,5)²) = 0,35 + Q²/(2g·(3,0·0,35)²) + 0
de onde se obtém Q = 5,235 m³/s
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
1,5 m
0,35 m
Energia específica
Exemplo
Um canal retangular de 3,0 m de largura
conduz água a uma vazão de 1,5 m³/s,
com uma altura de 0,75 m.
Defina o regime de escoamento.
Para definir o regime de escoamento,
necessitamos conhecer o número de Froude.
Fr = v/(g·yM)
1/2 = Q/A·(g·yM)
1/2 = Q/B·yM·(g·yM)
1/2
Num canal retangular, yM = y.
Daí, 
Fr = 1,5/3,0·0,75·(9,81·0,75)1/2 = 0,18  escoamento subcrítico
Observe que a velocidade de escoamento é 
v = Q/A = Q/B·yM = 1,5/3,0·0,75 = 0,667 m/s
valor que pode ser considerado baixo, mas que não define sozinho o tipo de regime.
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
0,75 m
3,0 m
Q = 1,5 m³/s
Energia específica
Exemplo
Para o canal anterior, determinar a
altura crítica para a mesma vazão.
A altura crítica pode ser calculada por
yC = (q²/g)¹
/³
A vazão por unidade de largura é
q = Q/B = 1,5/3,0 = 0,5 m³/s/m
Daí, 
yC = (0,5²/9,81)¹
/³ = 0,29 m
Observe que para determinar a altura crítica para um escoamento, não há 
necessidade de se conhecer a declividade crítica
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
0,75 m
3,0 m
Q = 1,5 m³/s
Escoamento permanente gradualmente variado
Tipo de escoamento em que há variações graduais das 
características geométricas e da velocidade de escoamento ao 
longo do canal
• A vazão e as características geométricas do escoamento são 
consideradas constantes ao longo do tempo
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
v1²/2g
Plano de referência
z1
z2
p2/ = y2
v2²/2g
H1-2 = H1 – H2
Qp1/ = y1
Escoamento permanente gradualmente variado
Como há variação das características geométricas e, 
consequentemente, da velocidade de escoamento, as declividades 
das linhas de energia, da superfície d’água e do fundo do canal 
diferem
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
v1²/2g
Plano de referência
z1
z2
p2/ = y2
v2²/2g
H1-2 = H1 – H2
Qp1/ = y1
Escoamento permanente gradualmente variado
Este tipode escoamento ocorre quando há algum tipo de 
interferência no escoamento
• Barramentos, mudanças na forma geométrica do canal, mudanças na 
declividade do canal etc.
Quando a interferência ocorre a jusante do escoamento, a linha 
d’água ajusta-se gradualmente às novas condições do 
escoamento
Quando o escoamento ultrapassa a intervenção, a linha d’água 
tende a ajustar-se ao escoamento normal
O escoamento normal está sempre associado a uma declividade e 
a um regime de escoamento
• Regime subcrítico → altura subcrítica → declividade subcrítica
• Regime crítico → altura crítica → declividade crítica
• Regime supercrítico → altura supercrítica → declividade supercrítica
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
Escoamento permanente gradualmente variado
Essa variação gradual do perfil da linha d’agua é denominada 
remanso
• É muito observada em reservatórios, onde ocorre um aumento da 
área inundada na entrada do reservatório
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
Superfície horizontal do 
reservatório esperada
Remanso do reservatório
Remanso
Escoamento permanente gradualmente variado
Pode ocorrer de diversas formas, dependendo exclusivamente da 
condição do escoamento em relação à sua altura crítica e à sua 
altura normal
O cálculo das linhas de remanso em rios com poucas 
singularidades e em canais prismáticos é realizado, em geral, com 
a resolução da equação da energia entre duas seções, sendo uma 
delas de características conhecidas
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
Declividade
Profundidade
Normal
Descrição
Curvas
Tipo Quantidade
I0 < IC y0 > yC Declividade fraca (mild slope) M 3 curvas
I0 > IC y0 < yC Declividade forte (steep slope) S 3 curvas 
I0 = IC y0 = yC Declividade Crítica C 2 curvas
I0 = 0  Declividade nula (horizontal) H 2 curvas
I0 < 0 - Declividade negativa (aclive) A 2 curvas
Escoamento permanente gradualmente variado
Curvas do tipo M – declividade fraca I0 < IC
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
Zona Curva Profundidade Escoamento Tipo de Remanso
M1 y > y0 > yC Subcrítico Elevação
M2 y0 > y > yC Subcrítico Depressão
M3 y0 > yC > y Supercrítico Elevação
1
2
3
M11
2
3
yC
M1
M2
M3
I0 < IC
y0
Ocorre a montante de 
reservatórios
Ocorre a montante de 
cachoeiras ou quedas livres
Ocorre a jusante de 
comportas de fundo
Escoamento permanente gradualmente variado
Curvas do tipo S – declividade forte I0 > IC
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
Ocorre a montante de 
reservatórios
Ocorre a montante de 
mudanças de declividades
Ocorre a jusante de 
comportas de fundo
y0
1
2
3
yC
I0 > IC
Zona Curva Profundidade Escoamento Tipo de Remanso
S1 y > yC > y0 Subcrítico Elevação
S2 yC > y > y0 Subcrítico Depressão
S3 yC > y0 > y Supercrítico Elevação
1
2
3
Escoamento permanente gradualmente variado
Curvas do tipo C – declividade crítica I0 = IC
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
Ocorre a montante de 
reservatórios
Ocorre a jusante de 
comportas de fundo
Zona Curva Profundidade Escoamento Tipo de Remanso
C1 y > y0 = yC Subcrítico Elevação
- - - -
C3 y0 = yC > y Supercrítico Elevação
1
2
3
3
yC
y0
C1
C3
I0 = IC
1
Escoamento permanente gradualmente variado
Curvas do tipo H – declividade nula I0 = 0
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
Ocorre a montante de 
mudanças de declividades 
ou quedas livres
Ocorre a jusante de 
comportas de fundo
Zona Curva Profundidade Escoamento Tipo de Remanso
- - - -
H2 y > yC Subcrítico Depressão
H3 yC > y Supercrítico Elevação
1
2
3
2
3 yC
H2
H3
I0 = 0

y0
Escoamento permanente gradualmente variado
Curvas do tipo A – declividade adversa I0 < 0
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
Zona Curva Profundidade Escoamento Tipo de Remanso
- - - -
A2 y > yC Subcrítico Depressão
A3 yC > y Supercrítico Elevação
1
2
3
yC
2
3
I0 < 0

y0
Escoamento permanente rapidamente variado
Tipo de escoamento em que há variações bruscas das 
características geométricas e da velocidade de escoamento ao 
longo de um pequeno trecho do canal
Com estas variações bruscas, ocorre uma forte turbulência no 
escoamento, o que provoca uma significativa perda de energia
• Esta perda normalmente se traduz em diminuição da velocidade de 
escoamento, com consequente aumento da altura d’água
Estes fenômenos podem ocorrer naturalmente nos canais ou 
serem projetados com finalidades específicas
O principal tipo de escoamento rapidamente variado é conhecido 
como ressalto hidráulico
• As principais aplicações práticas dos ressaltos são para a dissipação 
de energia do escoamento a jusante de obras hidráulicas, com o 
objetivo de reduzir as velocidades do escoamento e reduzir os seus 
efeitos erosivos
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
Escoamento permanente rapidamente variado
Ressalto hidráulico
• Ocorre quando o escoamento passa de um regime supercrítico para 
um regime subcrítico
• Nesta mudança de regime, ocorre
perda de energia do escoamento
E = E1 – E2
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
E
y
E2
y2
y1
E1
Para canais retangulares:
𝑦2 =
𝑦1
2
∙ 1 + 8 ∙ 𝐹1
2 − 1
𝐹1 =
𝑉1
𝑔 ∙ 𝑦1 ∆𝐸 =
𝑦2 − 𝑦1
3
4 ∙ 𝑦2 ∙ 𝑦1
Escoamento permanente variado
Exemplos de análise qualitativa do escoamento permanente 
variado
ESCOAMENTO EM RIOS E CANAIS
I0 < IC
I0 > IC
y0
y0
Curva M2
Curva S2
yC
y0
I0 < IC
y0
Curva M1
Curva M3
Curva M2
ANA 2006 – Especialista (CESPE)
Acerca da hidrologia, julgue os itens a seguir:
(77) Considere a seguinte situação hipotética.
Depois de medir a velocidade média e determinar a geometria da 
seção molhada de um rio, um analista constatou que o número de 
Froude (F) era igual a 0,85 e o número de Reynolds (Re) era igual a 
4.500. Nessa situação, o regime de escoamento é considerado 
supercrítico e turbulento
QUESTÃO DE PROVA
E
DNOCS 2010 – Engenheiro Área 1 (FCC)
Questão 60
A curva de remanso é o desenvolvimento da superfície da água
(A) em qualquer escoamento.
(B) de um escoamento rapidamente variado.
(C) de um escoamento uniforme.
(D) de um ressalto hidráulico.
(E) de um escoamento gradualmente variado.
QUESTÃO DE PROVA
X
Um canal retangular de 5 m de largura y = 1 m 
transporte uma vazão de 14 m³/s em regime permanente 
e uniforme. O coeficiente de rugosidade é n = 0,022. 
Quanto se teria de aprofundar o canal, conservando a 
largura e as demais condições do canal, para aumentar a 
capacidade de vazão para 17,5 m³/s?
QUESTÃO DE PROVA

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