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** ** ** Teoria de Voo II Aula 05 – Propulsão Prof. Ten Cel R1 Norival Floriano Júnior ** ** ** Propulsão ROTEIRO A – Introdução B – Motores a Turbina C – Pós Combustão D – Regimes dos Motores Turbojato e Turbofan E – Outros Tipos de Motores F – Tração e Potência * / 42 ** ** ** Propulsão A - INTRODUÇÃO Desde a sua criação até meados da década de 40, os motores alternativos foram os únicos propulsores dos aviões. No entanto, à medida que a velocidade e o peso dos aviões crescia, eles foram se tornando muito pesados e volumosos e o conjunto de tração por hélices perdia sua eficiência. * / 42 ** ** ** Propulsão A - INTRODUÇÃO Com o desenvolvimento dos motores a reação, tornou-se uma questão de tempo a substituição por estes, mais simples e mais eficientes nas grandes velocidades. Os primeiros motores a reação foram os motores a turbina: turbojato, turboélice e o turbofan. * / 42 ** ** ** Propulsão A - INTRODUÇÃO O primeiro avião de transporte a jato foi o Cometa. Foi inicialmente um sucesso, pois era cerca de 150Kt mais rápido que o DC-6, o mais veloz avião de transporte da época. * / 42 ** ** ** Propulsão B – MOTORES A TURBINA A parte mecânica dos motores a turbina é extremamente simples: duas partes rotativas (compressor e turbina), e uma ou mais câmaras de combustão. Toda e qualquer propulsão é sempre baseada na terceira lei de Newton: “a toda ação corresponde uma reação de igual intensidade e sentido contrário”. Nos aviões, a hélice joga o ar para trás, e como reação este a empurra para frente, o mesmo ocorrendo com os motores a reação. * / 42 ** ** ** Propulsão B – MOTORES A TURBINA A principal diferença no desempenho da tração produzida pelos motores à hélice e os turbojatos é que: Os motores a hélice produzem pequena aceleração numa grande massa de ar (devido ao grande diâmetro das hélices), enquanto os turbojatos produzem grande aceleração numa pequena massa de ar. * / 42 ** ** ** Propulsão B – MOTORES A TURBINA Os motores a pistão e a turbina são motores de combustão interna que possuem um ciclo semelhante: Admissão, compressão, combustão, expansão e escapamento. Em ambos os motores a eficiência do ciclo aumenta com o aumento da taxa de compressão, enquanto a tração/potência produzida aumenta com a vazão do ar. * / 42 ** ** ** Propulsão B – MOTORES A TURBINA O turbojato é o mais simples dos motores a turbina. * / 42 ** ** ** Propulsão B – MOTORES A TURBINA No turbojato, todo o ar admitido passa pelas câmaras de combustão, enquanto no turbofan, apenas parte do ar passa por estas, indo a maior parte por fora das câmaras. O ar que passa por dentro das câmaras de combustão e turbina é chamado ar primário, e aquele que passa pelos “fans” é o ar secundário. A razão entre as massas de ar secundário e primário é a taxa de derivação (bypass ratio). * / 42 ** ** ** Propulsão B – MOTORES A TURBINA Os primeiros turbofans tinham taxa de derivação da ordem de 0,3:1 Hoje esta taxa supera os valores de 6:1 Temos, por exemplo, os motores GE 90 com taxa de derivação de 9:1, isso significa que a massa que passa por fora das câmaras de combustão é 9 vezes aquela que passa pelo interior da mesma. * / 42 ** ** ** Propulsão B – MOTORES A TURBINA É evidente que os motores (a turbina ou não) devem produzir tração eficientemente, consumindo a menor quantidade de combustível e com o menor peso possível, sem comprometer a durabilidade. O consumo de combustível nos motores vêm caindo aceleradamente. * / 42 ** ** ** Propulsão B – MOTORES A TURBINA Um motor produzido na década de 70 tem consumo específico 35% menor que aqueles construídos em 60. Outro produzido na década de 80 tem consumo 10% menor do que os fabricados em 70. * / 42 ** ** ** Propulsão B - MOTORES A TURBINA Outra medida de eficiência do motor é o seu peso por libra de tração, ou peso específico do motor que se obtém dividindo o peso total pela tração desenvolvida. Avanços no desenvolvimento dos materiais, processos de fabricação e técnicas de projeto permitem que os motores atuais operem por mais tempo, com maiores temperaturas, pressões e rotação, e tudo isso com estruturas mais leves. * / 42 ** ** ** Propulsão B - MOTORES A TURBINA A redução dos pesos específicos dos motores construídos na década de 80 foi de 45% em relação aos motores da década de 60. Os motores dos anos 90 progrediram: - produzem tração 6 vezes maior que os motores da década de 60; - têm redução de 50% do peso específico (peso/tração) em relação aos de 60; - redução de consumo específico de 7% sobre os motores dos anos 80. * / 42 ** ** ** Propulsão B - MOTORES A TURBINA Novas especificações da década de 90 exigem que os motores mantenham pelo menos 75% da tração após a ingestão de: 4 pássaros de 2,5 libras (aprox. 1,1 Kg); ou 1 pássaro de 8 libras (aprox. 3,6 Kg) * / 42 ** ** ** Propulsão B - MOTORES A TURBINA O consumo específico de um motor é função de duas eficiências, a saber: - Eficiência Térmica - Eficiência Propulsiva * / 42 ** ** ** Propulsão B - MOTORES A TURBINA A Eficiência Térmica mede a eficiência da conversão da energia química do combustível em energia mecânica, e depende, basicamente, da taxa de compressão desenvolvida pelo motor. Motores a turbina alcançam taxas de compressão superiores a 40, enquanto os motores a pistão chegam a 8. * / 42 ** ** ** Propulsão B - MOTORES A TURBINA A Eficiência Propulsiva mede quão eficientemente o motor move o avião. É expressa pela fórmula: Onde V2 = velocidade de saída dos gases de escapamento V1 = velocidade do avião Observe que a diferença entre V2 e V1 deve ser a menor possível, para produzir uma boa eficiência propulsiva. * / 42 ** ** ** Propulsão C – PÓS COMBUSTÃO A pós combustão (after burning) é um método pelo qual a tração máxima do motor turbojato ou turbofan pode ser aumentada em 50% ou mais. Existem ocasiões em que é necessária uma tração maior que a tração máxima do motor, por períodos limitados, como na decolagem, na subida e, no caso de aviões militares, no regime de combate. * / 42 ** ** ** Propulsão C – PÓS COMBUSTÃO Não seria econômico instalar um motor com maior tração e assim penalizar o avião com área frontal, peso e volume maiores, somente para satisfazer uma necessidade temporária de tração extra. A solução nesse caso é a pós combustão. * / 42 ** ** ** Propulsão C – PÓS COMBUSTÃO Tal processo aproveita o fato de que apenas aproximadamente 25% do ar que passa por um turbojato ou 25% do ar primário de um turbofan é consumido pela combustão. Os 75% restantes são capazes de suportar uma combustão adicional se for fornecido mais combustível. * / 42 ** ** ** Propulsão C – PÓS COMBUSTÃO A característica fundamental da pós combustão é a sua simplicidade. Consiste em quatro partes: duto de pós combustão, queimador, suportes de chama e bocal de área variável. Quando o avião necessita de tração extra, liga-se a pós combustão, introduzindo-se, assim, o combustível, que é queimado com o oxigênio não consumido na combustão normal. * / 42 ** ** ** Propulsão C – PÓS COMBUSTÃO Com o aumento de temperatura ocorre um aumento de velocidade dos gases, e, em consequência, um aumento de tração. O aumento de tração pela pós combustão é função do aumento de temperatura absoluta após a queima do combustível extra. * / 42 ** ** ** Propulsão D – REGIMES DOS MOTORES TURBOFAN E TURBOJATO Todos os motores empregados em aviação são operados com diferentes regimes, que sãolimitações das rotações dos compressores/turbinas de baixa e alta pressão, das temperaturas dos gases de escapamento etc, para assegurar uma razoável vida útil para os mesmos. * / 42 ** ** ** Propulsão D – REGIMES DOS MOTORES TURBOFAN E TURBOJATO Os regimes são os seguintes: a) Decolagem : é o regime de tração máxima do motor. Ele só pode ser utilizado por 5 minutos. b) Arremetida: como a decolagem, é um regime de tração máxima, também limitado a 5 minutos. * / 42 ** ** ** Propulsão D – REGIMES DOS MOTORES TURBOFAN E TURBOJATO c) Máximo Contínuo: representa a maior tração para uso contínuo, e só deve ser usada em emergência, no caso da ultrapassagem dos 5 minutos de regime de decolagem ou arremetida, ou na perda de um motor. d) Máxima Subida: tração normalmente inferior à tração do regime máximo contínuo, e deve ser empregada para subida em rota, para subida em degrau (step climb) ou na aceleração para o regime de cruzeiro. e) Regime de Cruzeiro Máximo: é o limite superior para o cruzeiro normal em aviões modernos. * / 42 ** ** ** Propulsão D – REGIMES DOS MOTORES TURBOFAN E TURBOJATO Os fabricantes de aviões baseiam os diferentes regimes no limite absoluto da resistência da turbina, o chamado “limite da temperatura de entrada na turbina” - conhecido mais comumente como “ TIT ”. * / 42 ** ** ** Propulsão D – REGIMES DOS MOTORES TURBOFAN E TURBOJATO Quanto maior a margem sobre o limite da TIT, maior a expectativa de vida do motor. O regime de decolagem se aproxima da TIT, mas é usado por pouco tempo (5 minutos), enquanto o regime de cruzeiro é empregado por longos períodos de tempo. * / 42 ** ** ** Propulsão D – REGIMES DOS MOTORES TURBOFAN E TURBOJATO Quando o avião está leve, nem sempre é necessária a aplicação da tração máxima de decolagem. Nesse caso, é possível reduzir a tração de decolagem em até 25%, o que aumentará a vida útil e a confiabilidade do motor, aumentando a segurança de voo. * / 42 ** ** ** Propulsão E – OUTROS TIPOS DE MOTORES E.1 - Estatorreator É o mais simples dos motores a jato, pois não possui partes móveis. Constituído basicamente de um tubo aberto nas duas extremidades, com seções variáveis, com um queimador e suportes de chamas. * / 42 ** ** ** Propulsão E – OUTROS TIPOS DE MOTORES E.1 - Estatorreator O estatorreator, não possuindo compressor, necessita atingir uma velocidade mínima para transformar a pressão dinâmica do ar em pressão estática. Atualmente esse motor é usado em mísseis. Nesses, para atingir a velocidade mínima para seu funcionamento, é empregado ou um motor foguete ou a queda de grande altura de uma avião. * / 42 ** ** ** Propulsão E – OUTROS TIPOS DE MOTORES E.2 - Foguete A maior diferença entre o foguete e os demais motores, a reação ou alternativos, é que ele não utiliza o oxigênio do ar como comburente. A combustão nesse motor é feita com combustível e o oxigênio que ele tem armazenado. * / 42 ** ** ** Propulsão E – OUTROS TIPOS DE MOTORES E.2 - Foguete A característica de consumir seu próprio oxigênio armazenado, permite o seu uso fora da atmosfera terrestre, e este tipo de motor equipou todas as naves espaciais que atingiram a Lua. Devido seu grande consumo de combustível e oxigênio, este tipo de motor só pode ser usado por períodos breves. * / 42 ** ** ** Propulsão E – OUTROS TIPOS DE MOTORES E.3 – Turbo Estatorreator Como o estatorreator só pode operar em velocidades superiores a Mach 3, uma possível solução para esse tipo de motor poderá ser a combinação turbo-estatorreator. Este motor funcionaria como turbojato até cerca de Mach 3. Para velocidades superiores, a entrada dos compressores seria fechada e a seção de pós-combustão funcionaria como um motor estatorreator. * / 42 ** ** ** Propulsão F – TRAÇÃO OU POTÊNCIA Quando se descreve os aviões a pistão ou turboélice, a unidade para classificá-los é a potência, normalmente expressa em HP. No entanto, os motores a reação têm sua capacidade medida em unidades de força: tração em libras, quilograma força, Newton e etc. * / 42 ** ** ** Propulsão F – TRAÇÃO OU POTÊNCIA Convém relembrar algumas noções da Física: “Potência é o trabalho produzido na unidade de tempo” Para haver o trabalho é necessário que exista o movimento, pois o “trabalho é igual ao produto da força pelo movimento.” * / 42 ** ** ** Propulsão F – TRAÇÃO OU POTÊNCIA Em funcionamento, os motores a pistão e os turboélices produzem um trabalho, que é movimentar a hélice num certo torque e numa certa rotação, o que produz uma potência. Portanto, mesmo com o avião estacionado, estes motores produzem potência, que é absorvida pela hélice, a qual, por sua vez, produz tração. * / 42 ** ** ** Propulsão F – TRAÇÃO OU POTÊNCIA Já os termos Potência e HP não são indicados para classificar os turbojatos/turbofans, porque tempo e distância nem sempre estão envolvidos com os mesmos. Quando um turbojato está freado com os motores funcionando, o elemento distância vale zero: não ocorre nenhum movimento e, portanto, nenhum trabalho que possa ser dividido por um intervalo de tempo para se obter a potência. * / 42 ** ** ** Propulsão F – TRAÇÃO OU POTÊNCIA Apesar de existir torque e rotação dentro do motor, a potência é inteiramente usada pelo motor (a turbina absorve potência para girar o compressor e acessórios). No entanto os motores estão produzindo tração, e tão logo os freios sejam liberados, o avião se deslocará. Assim que o avião adquirir velocidade, será possível calcular uma potência, pois aparecerão as grandezas tempo e distância. * / 42 ** ** ** Propulsão F – TRAÇÃO OU POTÊNCIA Os motores a jato são produtores de potência muito eficientes nas grandes velocidades mas, ineficientes nas baixas velocidades. Dessa forma, classificamos os jatos puros como produtores de tração, e os motores a pistão e turboélices como produtores de potência. * / 42 ** ** ** Teoria de Voo II Aula 05 – Propulsão Esta aula refere-se ao capítulo 6 Bibliografia: Aerodinâmica de Alta Velocidade Autor: Nelson Soler Saintive Editora: ASA – Edições e Artes Gráficas Ltda. São Paulo – SP Prof. Ten Cel R1 Norival Floriano Junior * / 42
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