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1 
 
Curso de Fisioterapia 
 
 
 
 
 
 
ANA CLAUDIA IZEL OLIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NA SINDROME DO TÚNEL DO CARPO 
DECORRENTE DA LER, DORT EM MULHERES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2007 
 
 2 
ANA CLAUDIA IZEL OLIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NA SÍNDROME DO TÚNEL DO 
CARPO DECORRENTE DA LER, DORT EM MULHERES 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia de Conclusão de Curso apresentada ao 
Curso de Fisioterapia da Universidade Veiga de 
Almeida, como requisito para obtenção do título de 
Fisioterapeuta. 
 
Orientador: Prof. Ricardo Cavalcante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2007 
 
 3 
ANA CLAUDIA IZEL OLIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NA SÍNDROME DO TÚNEL DO 
CARPO DECORRENTE DA LER, DORT EM MULHERES. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia de Conclusão de Curso apresentada ao 
Curso de Fisioterapia da Universidade Veiga de 
Almeida, como requisito para obtenção do título de 
Fisioterapeuta. 
 
 
 
 
 
 
 
Aprovada em: ____/____/2007. 
 
 
Banca Examinadora: 
 
Prof(a): 
Professor(a) da Faculdade de Fisioterapia da UVA. Presidente da Banca Examinadora. 
 
Prof(a): 
Professor(a) da Faculdade de Fisioterapia da UVA. Presidente da Banca Examinadora. 
 
Prof(a): 
Professor(a) da Faculdade de Fisioterapia da UVA. Presidente da Banca Examinadora. 
 
Grau: ___________________. 
 
 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esta Monografia, em primeiro lugar a 
Deus, pela sabedoria e determinação. Aos meus pais, 
João e Fátima, por todo apoio, compreensão e amor. 
E minha avó Antônia, por seu amor e dedicação. 
 
 5 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Agradeço em primeiro lugar, ao Senhor Jesus, por me conceder sabedoria, para realizar este 
grande sonho. 
Aos meus pais: minha mãe Fátima, uma mulher brilhante, que sempre esteve ao meu lado. 
Ao meu saudoso pai João “Jango”, que sempre estará em meu coração. Foi um homem 
trabalhador, que partiu fazendo o que amava, deixou exemplos que nunca esquecerei. 
“Amava os filhos, o trabalho, o açaí, e seu time favorito” Botafogo”. Era a estrela solitária, 
mas que nunca estava sozinha, porque o meu amor por ele era imenso. 
A minha saudosa Avo Antônia, no qual, à distância, muito menos, o tempo, conseguiu apagar 
o amor que eu sentia por ela. Com sua voz doce, seu jeito determinado de ser, nunca será 
esquecida. Amava os filhos, netos a família com imensa dedicação e carinho. 
Ao professor Ricardo Cavalcante, pela orientação, por seus conselhos úteis e preciosos com e 
de extremo valor. 
Aos meus familiares: irmãos e irmãs, “Leozinha”,“Aly”,em especial minha querida irmã 
“Ana”, pois um dia quando pensei em desistir ela me falou ”Sua profissão é admirável, o 
paciente deposita a esperança em você!” 
Ao João Batista, pelo incentivo e apoio. 
Minhas primas: Roberta, Ana Maria, Aline, Pamella, Paula, Adriana, Elmer, Thiago,e outros. 
Ao meus tios, em especial Luiz Laborda, Minhas tias: Rosa, Maria Antonia, Socorro, Ray, 
Fátima e toda a família Izel, e Oliva. 
Aos meus cunhados: Alan Carlos, Karin Kharroubi, Rafael. 
Aos meus sobrinhos: Micaela, Viviane, Vitoria, Rebeca,Michael, Stefano, João Vitor. 
Agradeço a um amigo em especial Sokol Toto, por sua gentileza e apoio. 
Agradeço a todos os professores, que de um modo especial marcaram a minha vida: Glece, 
Rosana, Ivone, Diniz, Onesio, Antônio Martins, Oswaldo, Othon e outros admiráveis 
professores. 
Agradeço a meus amigos que conhece, nos estágios:Narja, Eduardo, Lú, Daniele, Luciana, 
Katia e outros. 
Os amigos da faculdade: Fátima, Danielle, Bianca, Franci, Rafaela, Anne, Felipe, e a todos 
que indiretamente me ajudaram, com sua amizade, a seguir esta jornada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Mulher virtuosa quem a achará. O seu valor muito excede o de finas jóias. O coração do seu 
marido confia nela, e não haverá falta de ganho” 
(Provérbios 31, versículo 10) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 7 
RESUMO 
 
 
A Síndrome do Túnel do Carpo, e uma patologia freqüente incluída nas Lesões por Esforços 
repetitivos (LER), ou Distúrbios Osteomusculares relacionados ao Trabalho (DORT).Sendo, 
que, o numero de trabalhadoras com esta síndrome, vem crescendo e somando-se a alarmantes 
estatísticas sobre as doenças ocupacionais. Este estudo,tem como objetivo, apresentar e 
informar, como a ergonomia associada à abordagem fisioterapêutica, e como será de grande 
auxilio para encontrar soluções que ajudem profissionais que utilizam o segmento superior , 
mais especificamente o punho em sua atividade laboral. 
 
 
Palavras-chave: trabalho, LER DORT, Síndrome do Túnel do carpo, punho, ergonomia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
ABSTRACT 
 
 
The Carpal tunnel syndrome is a frequent pathology enclosed in Repetitive Strain Injuries, or 
Cumulative Trauma Disorders, related to the work, being the number that it of workers with 
this syndrome, it comes growing and adding the alarming statisticians on the occupational 
illnesses. This study it has as objective, to present and to inform as the associated ergonomics 
the physical therapy boarding, as it will be of great, of to find solutions that help 
professionals, that they use the superior segment, more specifically the fist in its labor 
activity. 
 
 
Key words: work, repetitive strain injuries, cumulative trauma disorders, carpal tunnel 
syndrome, .fist, ergonomics. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 9 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 01: Trabalhadora na fabricação de tecidos .............................................................. 56 
Figura 02: Área de dor e parestesia ................................................................................... 56 
Figura 03: Teste de Phalen ................................................................................................ 57 
Figura 04: Teste de Tínel ................................................................................................... 57 
Figura 05: Nervo Mediano ................................................................................................ 58 
Figura 06: Nervo Mediano e local de pressão .................................................................... 58 
Figura 07: STC é provável local da cirurgia....................................................................... 59 
Figura 08: Posição correta do punho durante a digitação .................................................. 59 
Figura 09: Posição errada do punho durante a digitação ................................................... 59 
Figura 10: Luvas antivibratórias .........................................................................................60 
Figura 11: (Idem) ................................................................................................................ 60 
Figura 12: Teclado ergonômico sem fio ............................................................................. 60 
Figura 13: Apoio de punho para teclado ............................................................................ 61 
Figura 14: Apoio de punho para mouse .............................................................................. 61 
Figura 15: Ortese para punho com tala (túnel do carpo) .................................................... 61 
Figura 16: Ortese para punho .............................................................................................. 62 
Figura 17: Alongamento dos flexores do punho ................................................................ 62 
Figura 18: Alongamento dos flexores do punho ................................................................ 62 
Figura 19: Tração manual ................................................................................................... 63 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
 
Gráfico 01: Antecedentes de trabalho com movimentos repetitivos (620) pacientes ........ 63 
Gráfico 02: Distribuição por função (620) pacientes .......................................................... 63 
Gráfico 03: Distribuição segundo o local de queixas(620) pacientes ................................ 63 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 10 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 01: Histórico da STC ............................................................................................... 53 
Tabela 02: Causas da STC .................................................................................................. 53 
Tabela 03: Dados do NIOSH ............................................................................................. 54 
Tabela 04: Tipos de Prevenção ............................................................................................ 54 
Tabela 05: Grupos de Exercícios ....................................................................................... 55 
Tabela 06: Modelo de Elaboração dos Exercícios Laborais Compensatórios (MEELC) .. 55 
Tabela 07: Benefícios da Atividade Física .......................................................................... 55 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 11 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
 
STC – Síndrome do Túnel do Carpo. 
LER – Lesões por esforços repetitivos relacionados ao trabalho. 
DORTS – Doenças osteomusculares relacionados ao trabalho. 
NIOSH – National Institute for Occupational Safety and Health 
NUSAT- Núcleo de referência em Doenças Ocupacionais da Previdência Social. 
PREVLER – Instituto Nacional de Prevenção às LER DORT. 
CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho 
INSS – Instituto Nacional do Seguro Social 
OMS – Organização Mundial de Saúde. 
ABERGO – Associação Brasileira de Ergonomia. 
IEA – International Ergonomics Association. 
BLS – Bureau of Labor Statistics 
MEELC – Modelo de Elaboração dos Exercícios Laborais Compensatórios 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 12 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................ 13 
 
 
1-LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS, DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES 
RELACIONADOS AO TRABALHO E A SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO ............................... 14 
 1.1 A História do Trabalho Feminino ......................................................................................................... 17 
 1.2 A Epidemiologia ................................................................................................................................... 19 
 1.3 A Síndrome do Túnel do Carpo como Doença Ocupacional ................................................................ 22 
 
 
2-SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO ................................................................................................... 24 
 2.1 Histórico ................................................................................................................................................ 24 
 2.2 Etiologia ............................................................................................................................................... 25 
 2.3 Fisiopatologia ....................................................................................................................................... 26 
 2.4 Diagnóstico ........................................................................................................................................... 27 
 2.5 Sintomatologia ....................................................................................................................................... 28 
 2.6. Funções da Mão ................................................................................................................................... 30 
 2.7 Túnel do Carpo ..................................................................................................................................... 30 
 2.8 Nervo Mediano ..................................................................................................................................... 31 
 
 
3-PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO ................................. 33 
 3.1 A Fisioterapia e os Exercícios Laborais ............................................................................................... 33 
 3.2 A Ergonomia no Ambiente de Trabalho ................................................................................................ 34 
 3.3 A Relação Emocional X Incapacidade .................................................................................................. 38 
 3.4 Tratamento Conservador ...................................................................................................................... 41 
 
 
CONCLUSÃO .............................................................................................................................................. 44 
 
 
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................ 46 
 
 
ANEXOS I ....................................................................................................................................................... 53 
ANEXOS II ..................................................................................................................................................... 54 
ANEXOS III .................................................................................................................................................... 55 
ANEXOS IV .................................................................................................................................................... 56 
ANEXOS V ..................................................................................................................................................... 57 
ANEXOS VI .................................................................................................................................................... 58 
ANEXOS VII ..................................................................................................................................................59 
ANEXOS VIII ................................................................................................................................................. 60 
ANEXOS IX .................................................................................................................................................... 61 
ANEXOS X ..................................................................................................................................................... 62 
ANEXOS XI .................................................................................................................................................... 63 
ANEXOS XII .................................................................................................................................................. 64 
 
 
 
 
 
 13 
INTRODUÇÃO 
 
 
A mão é considerada, um importante instrumento de trabalho, realizando inúmeras 
funções, desde, manobrar empilhadeiras até os mais simples serviços. Por sua vez, a sutileza 
das mulheres, com suas mãos delicadas, deram origem à, uma nova dinâmica na atividade 
laboral. 
Sendo que, por meio disto, alguns instrumentos de trabalho, tiveram que ser 
adaptados, através da ergonomia, ao biótipo feminino. 
Tarefas que eram antes, exclusivamente masculinas, são realizadas também por 
mulheres, com dedicação e desempenho. 
Nos dias atuais, com a influência do computador, e de outros fatores de risco, as 
doenças ocupacionais, estão tendo mais destaque. 
Sendo, que, entre elas, esta incluída a, STC, no qual esta associada ao conjunto de 
doenças de origem laboral, dentre as LER, DORT. 
A epidemiologia constata a prevalência do sexo feminino. Nos últimos anos, sendo 
que a mulher vem sendo mais acometida por estas lesões, incluindo em destaque, a STC, 
como uma das principais causas de afastamento de trabalho. 
A abordagem fisioterapêutíca, vem sendo na medida do possível, de grande auxilio. A 
ginástica laboral, como ferramenta preventiva, é utilizada por algumas empresas, e gerando 
um bem estar no ambiente de trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 14 
1 LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS, DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES 
RELACIONADOS AO TRABALHO E A SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO LER. 
 
 
O trabalho é uma atividade desenvolvida com o objetivo de produzir a riqueza. É 
considerado, “o grande bem da humanidade”. E notório, como se ampliam as necessidades, 
para ter sempre a melhor qualidade de vida. 
 Na atualidade o termo saúde do trabalhador, tomou novos parâmetros, com o 
surgimento de doenças decorrentes das atividades laborais. Os países industrializados 
testemunharam o aumento do numero de casos de doenças ocupacionais, denominadas de 
Lesões por esforços Repetitivos ou Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho 
(DORT). No Brasil foi reconhecido como doença ocupacional em 1987. 
A atual nomenclatura encontrada na literatura nacional foi modificada. Anteriormente, 
era utilizado somente LER, que simplificava a questão, e trazia significado para os achados da 
época. Mas, atribuíra somente aos esforços repetitivos a causalidade das doenças. Mas devido 
aos avanços dos conhecimentos, mudou-se a concepção agora de que a LER era uma afecção 
de caráter multifatorial, não atribuindo somente aos movimentos e esforços repetitivos a 
determinação da doença. A mudança para o atual termo DORT alcançou parâmetros 
abrangentes, demonstrando a compreensão de que não somente os aspectos relacionados à 
repetição influenciavam para o surgimento de tais doenças. 
 
Vários estudos demonstram maior prevalência no sexo feminino, quando comparado 
aos homens. As tarefas e obrigações no trabalho são diferentes entre os sexos, inclusive 
quando estão trabalhando na mesma indústria e ocupação. QUEIROZ. (Apud MESSING 
2005), quando se refere aos riscos para a saúde das trabalhadoras do Canadá, indica que 
recentemente alguns estudos começaram 
E esclarecido, que a LER, DORT e um fenômeno mundial, citamos algumas 
nomenclaturas usados em outros países, no qual varia muito. Assim, os Estados Unidos 
recebe a denominação de Cumulative Trauma Disorders (CTD), no Japão Ocuppational 
Cervicobrachial Disorders (OCD), na França Ocuppational Overuse Syndrome (OOS). E 
recomendável, o uso simplificado para Work Musculoskeletal Disorders (WRMD) foi 
adotado pelo Brasil, em 1998, tendo sido traduzido para Distúrbios Osteomusculares 
Relacionados ao Trabalho (DORT). 
 
 15 
 [...] A natureza impõe ao gênero humano a necessidade de prover a vida 
diária através do trabalho. Dessa necessidade, surgiram todas as artes como 
mecânicas e as liberais, que não são desprovidas de perigos, como, alias todas as 
coisas humanas. E forçoso confessar que ocasionam não poucos danos aos artesões, 
certos ofícios que eles desempenham. Onde esperavam obter recursos para sua 
própria manutenção e a da família, encontram graves doenças e passam a amaldiçoar 
a arte a qual se haviam dedicado (idem) 
1
. 
 
 
As doenças ocupacionais estão mais presentes no dia a dia do trabalhador. A LER, 
DORT, esta sendo uma das principais conseqüências de perdas de inúmeros empregos. 
Apesar das empresas da modernização da tecnologia, e com o surgimento da informática. 
Presente em grandes companhias e, em milhares de lares, sendo que, e quase impossível evitar 
o uso em excesso, durante um longo tempo, e associado a uma má adequação ao ambiente, 
poderá influenciar 
As causas de LER, DORT são diversas: Força Excessiva, Posturas Incorretas, 
Vibração e Compressão, Repetitividade. 
Segundo OLIVEIRA (1991) “[...] São desordens neuro-músculo-tendinosas de origem 
ocupacional, que atingem os membros superiores, espádua e pescoço causadas pelo uso 
repetitivo e forçado de grupos musculares ou manutenção de postura forçada”. 
 
[...] transtornos funcionais, transtornos mecânicos e lesões de músculos e; 
ou tendões e; ou fáscias e; ou nervos e; ou de bolsas articulares e pontas ósseas nos 
membros superiores ocasionados pela utilização, biomecanicamente, incorreta dos 
membros superiores, que resultam em dor, fadiga, queda da performance no 
trabalho, incapacidade temporária e, conforme o caso pode evoluir para uma 
síndrome dolorosa crônica, nesta fase agravada por todos os fatores psíquicos 
(inerentes ao trabalho ou não) capazes de reduzir o limiar de 
Sensibilidade dolorosa do individuo. (Couto, 1991) 
2 
 
Os fatores que colaboram, para a formação da TRIADE da lesão ocupacional são: 
mobiliário inadequado, ausência de conhecimentos sobre a ergonomia e estilo de vida 
 
1
 ___________. LER – Lesoes por Esforco Repetitivo. Fasciculo 1.Centro Brasileiro de Ortopedia Ocupacional. 
São Paulo.1996. 
2
 COUTO, H.A . Guia Prático: tenossinovites e outras lesões por traumas cumulativos nos membros superiores 
de origem ocupacional. Belo Horizonte.Editora: Ergo. 1991. 
 16 
incoerente. E sexo feminino e o mais acometido, dentre essas lesões estão incluídos a 
Síndrome do Túnel do Carpo, acometida por exercício repetitivo. (Barbosa, 2005) 
A LER, DORT, segundo o Ministério da Previdência Social, através da Norma 
Técnica para Avaliação da Incapacidade (1993), fica como estágios evolutivos:
 
Grau I: Sensação de peso e desconforto no membro afetado. Dor espontânea 
localizada nos membros superiores ou cintura escapular, ás vezes com pontadas que aparecem 
em caráter ocasional durante a jornada de trabalho e não interferem na produtividade. Não há 
uma irradiação nítida. Melhora com o repouso. E em geral leve e fugaz. Os sinais clínicos 
estão ausentes. A dor pode se manifestar durante o exame clínico,quando comprimida a 
massa muscular envolvida. Tem um bom prognóstico. 
Grau II: A dor e mais persistente e mais intensa e aparece durante a jornada de 
trabalho intermitentemente. E tolerável e permite o desempenho da atividade profissional, 
mas já com reconhecida redução da produtividade nos períodos de exacerbação. A dor torna-
se mais localizada e pode estar acompanhada de formigamento e calor, além de leves 
distúrbios de sensibilidade. Pode haver uma irradiação definida. A recuperação e mais 
demorada mesmo com o repouso e a dor pode aparecer, ocasionalmente, quando fora do 
trabalho durante as atividades domesticas. Os sinais clínicos, de modo geral, continuam 
ausentes. Pode ser observada, por vezes, pequena nodulação acompanhando a bainha dos 
tendões envolvidos. A palpação da massa muscular pode revelar hipertonia e dolorimento. 
Prognóstico favorável. 
Grau III: A dor torna-se mais persistente e mais forte e tem irradiação mais definida. O 
repouso em geral somente atenua a intensidade da dor, nem sempre fazendo-a desaparecer por 
completo, persistindo o dolorimento. Há freqüentes paroxismos dolorosos mesmo fora do 
trabalho, especialmente à noite. E freqüente a perda de força muscular e parestesias. Há 
sensível queda da produtividade quando não impossibilidade de executar a função. Os 
trabalhos domésticos são limitados ao mínimo e muitas vezes não são executados. Os sinais 
clínicos estão presentes. O edema e freqüente a recorrente, a hipertonia muscular e constante, 
as alterações da sensibilidade estão quase sempre presentes, especialmente nos paroxismos 
dolorosos e acompanhados por manifestações vagas como palidez e hiperemia e sudorese na 
mão. A mobilização ou palpação do grupo muscular acometido provoca dor forte. Nos 
quadros com comprometimento neurológico compressivo a eletroneumiografia pode estar 
alterada. Nessa etapa o retorno a atividade produtiva e problemática. Prognostico reservado. 
Grau IV: A dor e forte continua, por vezes insuportável, levando o paciente a intenso 
sofrimento. Os movimentos acentuam consideravelmente a dor, que em geral se estendem a 
 17 
todo o membro afetado. Os paroxismos de dor ocorrem mesmo quando o membro esta 
imobilizado. A perda de força e a perda do controle dos movimentos se fazem constantes. O 
edema e persistente e podem aparecer deformidades, provavelmente por processos fibróticos, 
reduzindo a circulação linfática de retorno. As atrofias, principalmente dos dedos, são comuns 
e atribuídas ao desuso. A capacidade de trabalho e anulada e a invalidez se caracteriza pela 
impossibilidade de um trabalho produtivo regular. Os atos da vida diária são também 
altamente prejudicados. Nesse estagio são comuns as alterações psicológicas com quadros de 
depressão, ansiedade e angustia. Prognostico sombrio. 
 
 
´[...] O fenômeno DORT deve ser entendido como sendo o produto das 
interações que ocorrem entre o ser humano e seu ambiente, havendo a presença de 
condições físicas e psíquicas predisponentes, associadas a uma ambiente de trabalho 
facilitador, cada vez mais incentivador de aspectos quantitativos em detrimento aos 
aspectos qualitativos. (Deliberato, 2002) 
3
 
 
 
1.1 A História do Trabalho Feminino 
 
 
A mulher e um ser admirável, que ao longo da historia demonstrou empenho e 
determinação, na busca de suas conquistas. 
As mulheres historicamente sempre atuaram no mercado de trabalho, mas foi no final 
da década de 60 e inicio de 70, com a Revolução Sexual nos Estados Unidos, que aumentou a 
presença feminina na área profissional, e atualmente e a forca propulsora laborativa no mundo 
globalizado. (O’neill, 2000) 
Quando ocorreu, a I e II Guerras mundiais, elas tiverem que assumir a posição 
masculina no mercado de trabalho. 
Era representada principalmente pelas jovens, antes do casamento. Ao termino da 
guerra, muitos homens retornaram a seus lares, mas vieram consigo as conseqüências, porque 
estavam impossibilitados de retornar a seus postos de trabalho, devido a traumas emocionais e 
físicos. A realidade pós-guerra mostrou um novo parâmetro, agora, tinha a obrigação de levar 
o sustento à família. 
 
3
 DELIBERATO,Paulo C.P.Fisioterapia preventiva: Fundamentos e aplicações.1 ed. São 
Paulo.Editora.Manole.2002.pág 123. 
 18 
Na segunda metade do XVIII, com o surgimento de grandes transformações ocorridas 
no processo produtivo, às mulheres continuavam em uma rotina de trabalho exaustiva cerca 
de ate 17 horas por dia, em péssimas condições de trabalhos, em ambientes úmidos portas e 
janelas fechadas, e sem o direito a ir ao banheiro, beber água, submetidas a espancamentos e 
ameaças sexuais constantes, e sofrendo pela imensa desigualdade salarial. 
Devido a estas circunstancias, iniciou-se a Revolução Industrial na Inglaterra, (1780-
1850) 1 fase, e (1850-1900) 2 fase. Foi um grande marco, que representou o momento da 
mudança, a consolidação do capitalismo. 
No dia 8 de marco de 1857, em uma fabrica têxtil, em Nova Iorque, 129 operarias 
morreram queimadas numa ação policial, somente pelo fato de realizarem uma greve, no qual 
reivindicavam melhores condições de trabalho: a redução do tempo de serviço de 14 para 10 
horas diárias, o direito a licença-maternidade. 
Durante o II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, realizado em 1910, pela 
ativista pelos direitos femininos, Clara Zetkin, propuseram que o dia 8 de março fosse 
declarado como o Dia Internacional da mulher, em homenagem as tecelãs de Nova Iorque. 
Á partir da década de 60, com o fortalecimento do movimento feminista, o dia 
internacional da mulher foi comemorado com mais intensidade em todo o mundo. A mulher 
passou a ter destaque na sociedade, ganhou espaço no mercado de trabalho, o fruto de uma 
longa jornada de sacrifícios, que geraram conquistas, que às mulheres atualmente podem 
desfrutar: a liberdade de poder trabalhar, ter uma carreira, votar, sustentar a sua família. 
No Brasil, a história não foi diferente. As mulheres continuaram na luta do 
reconhecimento de melhores condições de trabalho, a industrialização teve inicio no nordeste 
do país entre as décadas de quarenta e sessenta. Muitas greves e mobilizações eram realizadas 
nas fabricas, no período de 1890 a 1930. 
Apesar do elevado numero de trabalhadoras presentes nos primeiros estabelecimentos 
fabris brasileiros, As barreiras enfrentadas pelas mulheres para participar do mundo dos 
negócios eram sempre muito grandes, independentemente da classe social a que 
pertencessem. (Priore, 2004) 
Alem de enfrentar os baixos salários, as discriminações, agora estavam co uma dura 
realidade, ter que enfrentar o desemprego. A classe social dominada pelos homens, não 
aceitava o fato, de a mulher trabalhar fora do lar, porque acreditavam que este 
comportamento, levaria a degradação da família, ou seja, a mulher não teria tempo para cuidar 
da família, e organizar as tarefas do lar. Estas obrigações eram algum que fazia parte da 
sociedade da época. Com o surgimento da ditadura militar, as mulheres foram mais 
 19 
oprimidas, sendo que muitas perderam suas vidas, ou buscaram asilo político em outros 
países. 
Hoje, a constituição de 1988 concedeu muitas vitorias: licença a gravidez sem perder o 
emprego ou salário, entre outros benefícios Leis e projetos de leis foram criados em todo o 
mundo e passaram a beneficiar as mulheres. Antes não tinha direito a hora extra, e 
trabalhavam somente ate o quinto mês de gravidez, e não podiam trabalhar em turno. Algo 
que nos pólos industriais, a forma feminina e essencial. 
 
 
1.2 A Epidemiologia 
 
 
A maior incidência esta refletida no sexo feminino,pois estão mais expostas ao risco 
de estresse, segundo a pesquisa 54% apresentaram sintomatologia. Alem disso, outros fatores 
também contribuíram para desencadear LER, DORT como: a desigualdade nas oportunidades 
de trabalho, e os fatores do risco. Isto influencia, para. O aumento dos índices de diagnostico, 
sobre LER, DORT pelos médicos. 
Uma pesquisa realizada, em uma população de 119 pessoas, foi constatado que 39,5% 
dos pacientes com diagnósticos clinico definido, já na primeira consulta, já possuíam algum 
tipo de DORT de Grau II, 32,8% Grau III, 10,9% Grau IV, somente 16,8% apresentavam 
Grau I em seus estágios iniciais. 
Em vários países o contingente de trabalhadores atingidos pela LER, DORT e 
síndrome do túnel do carpo, vem crescendo. 
A respeito destas mudanças no ambiente de trabalho, o Instituto Nacional de 
prevenção as LER, DORT o “PREVLER”, juntamente com o Instituto de pesquisas Data 
folha, constataram, que somente na cidade de São Paulo, foram registrados 310 mil 
trabalhadores com diagnostico positivo, com relação das doenças osteomusculares 
relacionadas ao trabalho. Vejamos alguns dados importantes: 
 LER, DORT atinge especialmente trabalhadores que fazer horas extras, estão 
sujeitos a móveis e posturas desconfortáveis e utilizam computador no 
trabalho. 
 36% dos trabalhadores com diagnóstico afirmam que sintomas não prejudicam 
desempenho no trabalho. 
 53% dos trabalhadores com algum sintoma não procuraram médico. 
 20 
 Trabalhadores que estão sujeitos a condições ambientais impróprias no local, 
de trabalho, como desconforto de postura e móveis desconfortáveis, são mais 
atingidos por dores freqüentes (69%), dormência ou formigamento um terço, 
sentem inchaço em alguma parte do corpo (22%). Sendo que dormência e 
formigamento são mais intensos nos punhos, ombros e braços. 
 26% dos que sentem dores nos dedos das mãos e nos punhos afirmam que dor 
é intensa. 
 Inchaços são mais intensos nos punhos, nos pés e nos dedos das mãos. 
Segundo dados da Folha de São Paulo, PERES (2007), o Ministério da Previdência 
Social gastou R$ 981,4 milhões entre 2000 e 2005 para pagar auxílio-doença a 25,08 mil 
bancários afastados do trabalho por doenças causadas por movimentos repetitivos.
 
The Bureau of Labor Statistic (BLS) nos Estados Unidos (Departamento da Estatistica 
do Trabalho), constatou em uma pesquisa no ano de 2006, que o número de casos da 
síndrome de túnel do carpo, reduziu cerca de 21%, e, em trabalhadores com cinco anos ou 
mais de serviço reduziu 27%de trabalho, referente a este tipo de doença. 
Segundo, BOWLER, (2001) refere que, dentre as lesões por esforços repetitivos a 
Síndrome do Túnel do Carpo atingiu proporções epidêmicas entre mulheres em algumas 
ocupações. 
 
[...] A discussão sexual do trabalho mostra que as mulheres estão nas 
tarefas mais repetitivas, fragmentadas, nas funções que mais geram doenças. As 
mulheres ficam doentes não por serem mais frágeis, elas estão mais expostas porque 
são a Mao de obra que auxilia o desenvolvimento do Brasil. Os empresários em sua 
maioria preferem as trabalhadoras porque a produtividade, perfeccionismo, 
paciência, delicadeza na execução das tarefas e dedicação são maiores do que a dos 
homens. (Oneill 2000) 
4
 
 
Segundo NICOLETTI (1999) “uma pesquisa realizada com 620 pacientes, com LER, 
540 (87%) eram do sexo feminino, e 80 do sexo masculino (13%). E a faixa etária mais 
acometida, era dentre os 26 a 35 anos, a maioria em sua fase produtiva”. 
As pesquisas realizadas no Brasil, não comprovam a quantidade de trabalhadores 
afetados com síndrome do túnel carpo, mas através dos dados de LER, DORT, podemos 
chegar especificamente, aos sintomas, o qual pode ser concluído através de exames 
específicos. 
 
4
 ONEIL, M.J.As mulheres e o risco de LER.Folha de S.Paulo. SãoPaulo 02.04.2000 
 21 
[...]o número de 310 mil vitimas dessas enfermidades detectado na pesquisa 
está muito acima dos 19 mil casos de doenças ocupacionais registrados pelo 
Ministério da Previdência no ano passado.Ainda assim, a própria pesquisa dá sinais 
de que o número pode estar muito abaixo da realidade. Por exemplo, se forem 
acrescentados a esse universo os trabalhadores que tiveram diagnóstico de tendinite 
(6%) e parte daqueles diagnosticados com “problemas na coluna”, o numero de 
vitimas da LER,DORT dobraria. (Colluci,2001)
5
 
 
 
[...] os dados oficiais ocultam a realidade das doenças ocupacionais. Os 
casos de doenças do trabalho no Brasil caíram 37% em dois anos. Em 1998, foram 
30.489 registros. Em 99, o total caiu para 23.903 e, em 2000, ficou em 19.134 casos, 
num universo de 24 milhões de trabalhadores. O intrigante é que de 1980 a 1997, os 
números foram de alta constante. No ano de 1980, foram registrados 3.713 casos de 
doenças ligadas ao trabalho. Em 1997, o número chegou a 36.648. Para os 
especialistas em LER, DORT está ocorrendo subnotificação dos casos, ou seja, os 
trabalhadores ficam doentes, mas não recorrem à Previdência por medo de perder o 
emprego. (idem) 
6
 
 
 
Na maioria dos casos diagnosticados, o paciente omitiu a informação ao empregador, 
este devido a isto não emitiu a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), esses dados não 
foram oficialmente contabilizados. Diferente dos números registrados pelo Ministério da 
Previdência Social.
 
A epidemiologia de uma doença é um dado muito importante, com isso pode-se 
analisar, e discutir melhores abordagens de tratamento e prevenção. E sem duvida, necessita 
da colaboração mutua, entre: empregador, trabalhador, Ministério da Saúde, e os profissionais 
da saúde. Não são apenas, números, mais vidas, que estão sendo modificadas, pelas doenças 
ocupacionais, principalmente a STC. 
Nos, Estados Unidos, por exemplo, existe uma melhor abordagem sobre o assunto, 
mas ainda não e uma estimativa de confiança, pois continua sendo uma questão bastante 
delicada. As últimas estatísticas (1997-2000) relatado pelo departamento do trabalho e das 
estatísticas e pelo National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH), relata os 
 
5
 COLLUCI,Claudia; BIANCARELLI,Aureliano. LER,DORT – atingem 310 mil paulistanos. Folha de São 
Paulo.São Paulo.2001. 
6
 _______________. LER;DORT – atingem 310 mil paulistanos. Folha de São Paulo.São Paulo.2001. 
 22 
seguintes dados importante. 19 novos estudos reportaram os resultados da associação entre 
repetição, como a freqüência ou duração das tarefas pertencentes ao pulso e mãos. 
 
 
1.3- A Síndrome do Túnel do Carpo como Doença Ocupacional 
 
 
Na atualidade, muitas carreiras são atribuídas à tecnologia avançada e o esforço 
rotineiro, principalmente nos membros superiores, em destaque aos: cotovelos, pulsos e mãos. 
OLIVEIRA (2006) relata que, a extensão em que o trabalho contribui para o 
aparecimento e desenvolvimento da síndrome é de grande interesse para prevenção, mas a 
influência dos fatores de trabalho não é controversa. 
Alguns estudos concluem que há pouca evidência que sustente a hipótese de que a 
STC é causada pelo trabalho, enquanto outros propõem que mais da metade dos casos é 
devida a fatores do trabalho. 
Pessoas em quaisquer ocupações que envolvem força ou repetição nas mãos é um 
risco de ter STC. Pode levar à secretaria em lágrimas com a dor no final do dia. Esta condição 
e tratável e pode ser prevenida. (Montgomery, 2007) 
 
 
[...] quando se refere aos riscos para a saúde das trabalhadoras do Canadá, 
indica que recentemente alguns estudos começaram a identificar os riscos associados 
aos empregos majoritariamentefemininos. Para este autor, e notório que certas 
atividades – como as da construção civil, obras publicas ou extração mineira- 
implicam em uma forte solicitação do sistema muscular ou esquelético e exigem 
esforços pontuais, que na sua maioria, são executados por homens. Isto não 
necessariamente afirma que as atividades femininas são fisicamente pouco 
exigentes. Na indústria e nos serviços as mulheres desempenham freqüentemente 
tarefas que demandam pouca força, mas com movimentos muitos repetitivos, 
associados a posições incomodas. 
7
 
 
 
Um estudo realizado pelo National Institute for Occupational Safety and Health, 
demonstrou que mais de oito ou nove repetições por minuto, impedem o punho de ter tempo 
 
7
 CHIARELLO,Berenice et al.: Fisioterapia Reumatológica. 1 ed. São Paulo.Atheneu.2005. págs:276-283. 
 23 
suficiente para produzir o fluido lubrificante da articulação. O atrito subseqüente, na ausência 
de lubrificação, causa edema e lesões. E, constatou, dentre de 19 realizados, no qual a 
associação entre repetição, como a freqüência ou duração das tarefas pertencentes ao pulso e 
mãos. 
Diversas pesquisas relatam que as doenças ocupacionais, são a segunda causa de 
afastamento e gerando prejuízo e o afastamento temporário ou total do serviço. 
Segundo PERES (2007) o Ministério da Previdência Social gastou R$ 981,4 milhões 
entre 2000 e 2005 para pagar o auxilio doença a 25,08 mil bancários afastados do trabalho por 
doenças causadas por movimentos repetitivos. Cada um desses trabalhadores ficou um ano e 
meio afastado, em média, somando 14,9 milhões de dias sem trabalhar. 
De acordo com, DELIBERATO (2002) destaca que, em 1997, o governo norte-
americano calculou um prejuízo de mais de US$ 418 bilhões em custos diretos com as lesões 
musculoesqueléticas ocupacionais e mais US$ 837 bilhões em custos indiretos, totalizando 
US$ 1,26 trilhões. 
Somente no ano de 1987, as doenças de origem ocupacionais foram reconhecidas no 
Brasil. 
Segundo, O’NEILL. M.J (2000) relata que, novas alterações no mundo do trabalho 
foram sentidas pelos trabalhadores, através da introdução da informatização em todos os 
setores. As mulheres provaram através de sua capacidade que tem autonomia para 
desempenhar um bom trabalho, mas devido a STC, algumas carreiras estão sendo 
interrompidas. 
De acordo com, MORAES (2000), relata que, nos dias atuais, os trabalhadores 
constituem o ativo mais precioso das empresas. Na medida em que a concorrência aumenta e 
a economia se globaliza, a importância do trabalho bem feito, da eficiência e da produtividade 
é questão de vida ou morte para as empresas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 24 
2 SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO 
 
2.1 Histórico 
 
 
A questão saúde e bem estar, no ambiente de trabalho, e acontecimento de longa data. 
Em 1700, um renomado medico italiano, Bernardino Ramazini escreveu De Morbis Artificum 
Diatriba. 
Relatava os sintomas que os escribas sentiam na época. Com destaque para os 
processos inflamatórios nos punhos devido ao excesso dos movimentos repetitivos. 
Anos depois, em 1713, escreveu: Doenças dos Trabalhadores. Ele e considerado o 
criador da Medicina Ocupacional. Fundamentou sua obra no estudo de 54 profissões. 
A STC não e uma doença nova, foi descrita pela primeira vez por Sir James Paget em 
1854. 
Com o avanço tecnológico, é a intensificação do trabalho repetitivo, a STC, esta 
recebendo maior destaque, entre as doenças ocupacionais nos últimos tempos. 
Sendo, que o sexo feminino esta sendo mais atingido, geralmente é bilateral, ou seja, 
atinge ambos os punhos. 
Nas décadas de 40 e 50, a partir do desenvolvimento dos testes e estudos das 
conduções sensitivas e motoras, neurologistas e cirurgiões, buscaram respostas para as 
patologias de origem ocupacional. Tornou-se de maior conhecimento, a partir quando ouve 
interesse de pessoas dedicadas a cuidar do ser humano. 
 
[...] Essas doenças não são novas. Elas existem desde que o ser humano 
apareceu na face da terra. No entanto, sua prevalência tem aumentado 
significamente nas ultimas décadas, em conseqüência do envelhecimento da 
população e em concordância com o conjunto de fatores políticos, sociais e 
econômicos que regem o nosso “jeito moderno de viver. 8 
 
Muitos acontecimentos aconteceram depois da descoberta de James Paget, no entanto, 
as dúvidas a respeito da doença, é a melhor abordagem de tratamento ainda continua sendo 
uma barreira a ser transpassada. 
 
8
 NICOLETTE, Sergio. LER – Lesôes por Esforços Repetitivo. Fasciculo 1.Centro Brasileiro de Ortopedia 
Ocupacional. São Paulo.1996. 
 
 25 
2.2 Etiologia 
 
 
A etiologia da síndrome do túnel do carpo é multifatorial, pois engloba várias causas. 
Por isso é importante uma abordagem na analise dos sintomas, testes clínicos e exames, com o 
objetivo de descobrir a verdadeira causa, “laboral ou extra-laboral”. Como por exemplo, a 
artrite reumatóide e outras patologias. 
As formas de vibração que ocorrem em freqüências de 8 a 100hz, com alta aceleração, 
são especialmente danosas. Também e relevante a compressão mecânica na base das mãos. 
(Couto, 1998) 
O uso de ferramentas, que fornecem pressão no punho e mãos, e vibrações, constitui 
uma das causas que favorecem o surgimento da síndrome do túnel do carpo, na atividade 
laboral, e podem acarretar lesões crônicas dos nervos. No qual, vai dificultar a realização de 
inúmeras tarefas. 
 
 Ferramentas inadequadas (geralmente curtas), como chaves de fenda, cuja base 
se apóia sobre a base da mão; 
 Concentração de força na base da mão, como por exemplo, ao realizar 
determinadas tarefas que exigem do trabalhador, pressionar com a base da mão 
ou usá-la como se fosse um martelo; 
 Uso freqüente de alta intensidade de força, como por exemplo: ao usar uma 
chave de fenda inadequada ou, quando torcer uma porca usando força 
excessiva; 
 Ferramentas vibratórias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 26 
 2.3 Fisiopatologia 
 
 
A STC é considerada a neuropatia compressiva mais freqüente. A síndrome do túnel 
do carpo é produzida pela compressão do nervo mediano na sua passagem pelo punho. 
RUARO (2003) 
Segundo: BARBOSA (2005) a síndrome do túnel do carpo, decorre da compressão do 
nervo mediano ao nível do carpo, para o ligamento anular do carpo, que se apresenta muito 
espessado e enrijecido. Por, fasciite desse ligamento. 
O túnel do carpo encontra-se estreito, e dificulta o livre trânsito dos músculos flexores 
dos dedos, e como conseqüência, ira aumentar os atritos entre os tendões e ligamentos, 
desenvolvendo tenossinovite e tendinite. 
Segundo NICOLETTI (1999) As lesões traumáticas periféricas, produzem danos, que 
precisam do comando de unidade controladoras do SNC para serem reparados. E quando, 
ocorre, exposição prolongada aos movimentos vibratórios, ocasionam efeitos deletérios sobre 
os nervos periféricos. 
Os nervos periféricos são freqüentemente traumatizados, resultado de esmagamentos 
ou secções que trazem como conseqüência perda ou diminuição da sensibilidade e da 
motricidade no território inervado. 
A pressão normal dentro do túnel do carpo é de 2,5 mmhg, e durante a extensão ou 
flexão total do punho aumenta para 30 mmhg. Nos pacientes portadores de síndrome do túnel 
do carpo, a pressão encontra-se entre 90 mmhg, provocando assim uma compressão do nervo 
mediano. 
 
[...] estudos experimentais mostraram a seqüência dos eventos que ocorrem 
no nervo periférico quando submetido à aplicação de forças externas compressivaselevadas. Pressões induzidas experimentalmente em torno de 130 a 150 mmhg 
levaram ao bloqueio agudo da condução nervosa, e pressões maiores causaram 
alterações na morfologia da fibra nervosa. Esses mecanismos resultam em alteração 
da condução nervosa. 
9
 
 
O distúrbio da condução nervosa pode ocorrer pela alta pressão exercida durante um 
curto período de tempo, e tanto a isquemia quanto os fatores mecânicos são os principais 
responsáveis. Dependendo do estágio, quando a causa e retirada, a alteração e normalizada. 
 
9
 FREITAS, Paula Pardini. Reabilitação da Mão. Editora::Atheneu. Rio de janeiro. 1 ec. Pag.275-282.
9
 
 27 
2.4 Diagnóstico 
 
 
O diagnostico da STC é realizado, por meio de um histórico cuidadoso, exame físico 
minucioso do membro superior, principalmente da área acometida, o punho e mão. Através de 
testes e exames específicos, avaliando as funções motoras e sensitivas. 
O exame clinico na maioria dos casos, é insuficiente para determinar o diagnostico, 
então e necessário alguns exames complementares, no qual ira analisar a intensidade do 
comprometimento do nervo, e para investigar as alterações anatômicas locais, ou a presença 
de tumores. Vejamos alguns testes e exames essenciais para o diagnostico de STC: 
a) Phalen - é um sinal especifico e indicativo da síndrome do túnel do carpo, e 
realizado da seguinte forma: pede-se ao paciente que realize a manobra de 
hiperflexão de ambos os punhos, durante um minuto. Esta posição aumenta a 
pressão no túnel do carpo e no nervo mediano. Quando o diagnostico é positivo, 
provoca o formigamento (hipoestesia) e a dor (hiperestesia) na mão. Em 66 a80% 
dos casos, e 16 a 20% de pacientes sem síndrome do túnel do carpo, podem 
apresentar estes sintomas. 
b) Sinal de Tínel - Consiste em uma percussão direta ao nervo mediano. Quando o 
teste e positivo o paciente relata: dor e formigamento no polegar, ou dedo médio. 
Pode ser positivo em 56 a 67% dos pacientes com STC. E necessário também, ter a 
comprovação de eletroneutromiografia (ENMG). 
c) A eletroneumiografia, (EMNG) - Mede a relação de velocidade de impulsos 
elétricos. Na, STC, o impulso é retardo quando passa pelo túnel do carpo. E 
necessário também realizar: RX simples – AP, Perfil e incidência para túnel do 
carpo, a Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética. Os exames 
laboratoriais podem ser incluídos, com o objetivo de pesquisar, se a origem é 
sistêmica, inflamatória, endócrina ou metabólica. 
Em 1992, destacaram a utilidade do teste de Phalen para o diagnostico e ressaltaram 
que a combinação dos testes de Tínel e Phalen pode ser positivo em 88% dos pacientes. Os 
indivíduos normais podem apresentar também, o sinal positivo de STC, em 20% dos casos. 
(Freitas, 2007) 
O teste de Durkan é uma alternativa, pouco conhecida, sendo realizado através da 
compressão digital do nervo mediano no punho, é o mais sensível e especifico, sendo muito 
 28 
utilizado nos pacientes que perderam a capacidade de flexão do punho (rigidez, deformidades) 
ou apresenta punho doloroso. 
Outro teste que não e pouco realizado, mas de grande ajuda, é o teste do torniquete 
pneumático, descrito por Gilliant e Wilson em 1953. 
A partir dos testes clínicos e exames complementares, o profissional da medicina do 
trabalho, terá os dados necessários, para verificar, se a sua origem. E ocupacional, ou seja, 
distinguir os fatores laborais e extra laborais. 
Depois seguira, para uma segunda etapa Informando ao INSS através da CAT, para 
poder continuar recebendo seus rendimentos. E assim, poder, realizar o tratamento adequado 
para evitar que a doença tenha agravantes. 
 
 
2.5 Sintomatologia 
 
 
Os sintomas são de caráter noturno, e o paciente relata a sensação de mão gorda e 
inchada, geralmente associada à sensação de fraqueza, no qual, nem conseguem segurar um 
objeto, deixando-o cair freqüentemente. 
 Segundo, KOUYOUUMDJIAN (1999), a alteração reversível rápida das fibras 
nervosas, relacionado a isquemia, ou também chamado bloqueio agudo fisiológico 
rapidamente reversível, E, a Anormalidade estrutural que se desenvolve lentamente nas fibras 
nervosas como resultado da pressão abaixo do retinacúlo flexor (ligamento transverso do 
carpo). Os pacientes com síndrome do túnel do carpo, são classificados em três grandes 
grupos ou categorias: 
1-Sintomatologia leve intermitente: Dor, dormência e formigamento na área de 
representação do nervo mediano, predominantemente noturno, acordando o (a) 
paciente varias vezes, sintomas diurnos posicionais como dirigir autos, segurar objetos 
na mesma posição ou fazer trabalhos manuais; o retorno à normalidade é alcançado 
rapidamente por mudança de postura ou movimentação das mãos; o exame 
neurológico esta normal e os testes de Tínel e Phalen podem estar positivos. O teste 
de Tínel é controverso, sendo positivo em 66% dos pacientes com STC e em 20% dos 
controles normais. O exame de condução nervosa pode estar normal (anormalidade 
isquêmica rapidamente reversível) ou revelar lentificação incipiente da condução do 
nervo mediano do carpo. 
 29 
2-Sintomatologia persistente: Déficit sensitivo e perda da habilidade manual (déficit 
para pinçamento); dor tipo queimação, dormência mais acentuada, sensação de edema 
e congestão na mão; melhora muita mais lenta mesmo com mudança de postura ou 
movimentação das mãos; o exame neurológico revela déficit sensitivo e motor, Tínel e 
Phalen positivos e eventualmente atrofia tênar; os achados clínicos não dependem do 
tempo de compressão e sim do grau de lesão do nervo mediano. O exame de condução 
nervosa revela lentificação evidente do nervo mediano do carpo. 
3-STC grave: Acentuada perda sensitiva, inclusive discriminação de dois pontos, com 
déficit funcional grave e acentuado atrofia tênar e de pele; prognostico mais reservado 
mesmo após descompressão. 
A síndrome do túnel do carpo é a patologia freqüente que se expressa por dor e 
parestesias nas mãos, comumente em pacientes com idades entre 30 e 50 anos, quase sempre 
não há dificuldade diagnostica nos casos típicos. (Barbosa, 2006) 
Existe ainda há incerteza, no qual muitos pacientes relatam além das implicações 
clinicas, problemas jurídicos e sociais. Possivelmente porque, inexiste um critério clinico 
ideal para o diagnostico, pois os dados da maioria dos estudos são derivados de pacientes 
atendidos em serviços especializados, o que significa que os sintomas descritos são 
comumente de pacientes com sintomatologia mais grave, que já procuraram assistência 
médica. 
 
 
 
[...] Os sintomas mais freqüentes são dor e parestesia referente na face palmar do 
punho e da mão, principalmente os achados clinico- epidemiológicos encontrados na 
literatura e os sintomas são: Dor, parestesia, formigamento na região do polegar e 
indicador e médio e indicador. Alguns pacientes ainda podem referir dor na região 
superior do antebraço e ombro. Parestesia (sensação anormal como formigamento ou 
queimação, não causada por estímulos externos), hipoestesia (diminuição geral da 
sensibilidade) e às vezes disestesias (perturbações na sensibilidade tátil) geralmente 
são referidas no território correspondente no nervo mediano” 10 
 
 
 
 
 
 
______________________. Reabilitação da Mão. Editora::Atheneu. Rio de janeiro. 1 ed. Pag.275-282.
10
 
 30 
2.6 Funções da mão 
 
A mão realiza funções de preensão onde os dedos comprimem um objeto contra a 
palma (movimento de força) e de pinça, onde dois dedos seguram um objeto entre eles 
(movimento de preensão),também denominada de “força de garra e movimento de pinça. 
Pode ser caracterizada por seis funções: pinça palmar, compreensão digital, pinça 
lateral, pinça pulpar, compressão palmar e preensão. 
Mas, somente a preensão pode realizar movimentos de força, sem ter um elevado risco 
às lesões. E, quando e submetida á situações desfavoráveis de trabalho, compromete sua 
estrutura. Também realiza diversas posturas para executar os movimentos: extensão, flexão, 
movimento de pinça, desvio radial, desvio ulnar. 
As tarefas delicadas que envolvem a manipulação precisa. A função de pinça nos 
proporciona, as habilidades motoras finas apropriadas, que envolvem manipulação precisa 
pela precisão de movimentos (força) (Couto,1996) 
 
 
2.7 Túnel do Carpo 
 
 
O túnel do carpo (ou canal do carpo) anatomicamente esta situado na face ventral do 
punho e tem os ossos do carpo como seu assoalho e o ligamento transverso do carpo 
(retináculo dos flexores) formando seu teto. Com um cumprimento de aproximadamente de 6 
cm e com 3 cm de largura estende-se do punho até a palma da mão e comporta em seu interior 
o nervo mediano e 9 tendões 
É uma estrutura osteoligamentar bem definida, situada distalmente à prega do punho. 
É constituida por tres paredes osseas – a tuberosidade do escafoide, lateralmente; o assoalho 
do carpo, dorsalmente, e o gancho do hamato, medialmente – e uma parece ligamentar, o 
ligamento transverso do carpo, anteriormente.(Freitas,2006) 
Nele passam os tendões flexores superficiais e profundos dos dedos e o tendão flexor 
longo do polegar, juntos com o nervo mediano. 
 
 
 
 
 31 
2.8 Nervo Mediano 
 
 
O nervo mediano tem uma grande importancia no diagnostico diferencial dasíndrome 
do túnel do carpo. 
A perda de sua sensibilidade torna a mão, desprovida da pinça manual, alem da perda 
de oposição do polegar. O seu trajeto vem desde a raiz cervical até o dedo. O local, mais 
comum de compressão é o túnel do carpo. 
Depois de passar pelo tunel do carpo, o nervo mediano divide-se em tres ramos. O 
primeiro, mais proximal, perfura o ligamento transverso do carpo e é um ramo motor, 
suprindo os musculos abdutor curto do polegar, oponente do polegar e a cabeça siperficial do 
curto flexor do polegar. Os outros ramos do nervo mediano suprem o 1, 2, 3 lumbricais e dão 
inervação sensitiva para os dois lados do polegar, indicador e medio e lado radial do 
anular.(Freitas,2007) 
Devido ser, uma estrutura inelástica, não suporta em seu interior um volume elevado, 
do que já existe e qualquer alteração compromete à sua estrutura. 
Segundo DÂNGELO E FATINNI (1995): o nervo mediano é formado pela união das 
raizes medial e lateral, oriundas dos respectivos fasciculos e possui fibras das raizes 
C5,C6,C7,C8 e T1. No braço ele situa-se lateralmente à artéria braquial e posteriormente à 
borda medial do musculo bíceps braquial. Neste segmento corp[oreo, ele não lança tamos. 
Mas a medida que ocorre distalmente, cruza anteriormenre a artéria braquial para situar-se 
medialmente a ela na fossa do cotovelo. O nervo mediano, ainda comunica-se com o nervo 
ulnar na região do antebraço. 
Estes ramos são geralmente represenados por varios nervos delgados, porem essas 
comunicações são clinicamente importantes, porque mesmo com uma lesão total do nervo 
mediano, alguns músculos podem não ficar paralisados, o que pode levar a uma conclusão 
errado, de que o nervo mediano não foi lesado.(ARUANO,2001) 
Como foi dito anteriormente, não possui ramos no braço, se origina-se no antebraço e 
na mão. Esta localizado a nivel da articulação do punho e mão neste sentido, entre os tendões 
do flexor radial do carpo e palmar longo à cerca de 5 centimetros da prega volar do punho. 
Penetra pela mão atrevés do tunel do carpo. Envia um ramo culaneo palmar, sensitivo, que 
inverva a região tenar proximal e que passa anterior ao ligamento transverso do carpo. 
 32 
É o responsavel pela sensibilidade do dedos: pelgar, indicador, medio e face externa 
do dedo anular além de inervar alguns músculos da mão (lumbricais, radiais, oponente do 
polegar, abdutor curto do polegar e flexor curto do polegar). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 33 
3 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO 
 
 3.1 A Fisioterapia e os Exercicios Laborais 
 
 
A atuação da fisioterapia preventiva , iniciou-se na década de 1970, ocasionada, pelos 
treinamentos denominados “back school”, ou “escola da postura”. Esses treinamentos 
procuravam divulgar um conjunto de conhecimentos básicos (os efeitos das posturas e 
moviemntos sobre as costas, as posições mais adequadas para o relaxamento, entre outras. 
Devidos as aplicações, que não foram be executadas, contribuiram para o fracasoo desse 
metodo. 
A tecnologia oferece aumento da produtividade industrial através da mecanização do 
trabalho. Entretanto o menor esforço físico leva o homem à fadiga, com diminuição de suas 
funções musculares e fisiológicas. 
Segundo DELIBERATO(2002),os tipos de exercicios na prevenção de doenças 
ocupacionais, são:exercícios de alongamento, exercicios de fortalecimento de leve 
intensidade, exercicios de relaxamento, exercicios respiratóriose exercicios globais. 
Em relação aos niveis de prevenção, a saúde ocupacional, está dividida em três niveis: 
prevenção primária, prevenção secundária, prevenção terciaria. 
 
 
[...] a preocupação com saúde dos funcionários, hoje considerados por 
todas as filosofias administrativas mais modernas como parceiros internos da 
empresa, já é uma realidade de muitos setores produtivos, que comprovaram ser 
possível oferecer qualidade de vida a seus funcionários ao mesmo tempo em que são 
gerados benefícios reais para a empresa”11 
 
 
O exercicio laboral pode ser conceituado como um repouso ativo, que aproveita as 
pausas regulares durante a jornada de trabalho, para exercitar os músculos correspondentes e 
relaxar os grupos musculares que estão em contração durante o trabalho, tendo como objetivo 
a prevenção a fadiga.(Kolling, 1980) 
 
11
 BARBOSA, Luis Guilherme. Fisioterapia preventiva nos distúrbios osteomusculares relacionados ao trab alho 
– DORT’S - A fisioterapia do trabalho aplicada. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2005. 
 34 
Atualmente, dentre os programas de exercicios utilizados nas empresas, para prevenir 
e “eliminar” os casos de afeccções ocupacionais, podemos destacar à ginastica laboral. 
A ginastica laboral desenvolv eu-se no Japão, em 1928, onde funcionários dos correios 
frequentavam sessões de ginástica diariamente.Com isto, verificou-se a descontração e o 
cultivo da saúde, um ambiente mais relaxado para trabalhar. 
Utiliza-se de exercicios de relaxamento, alongamentos, e exercícios respiratórios, com 
o objetivo de proporcionar ao trabalhador o relaxamento fisíco e mental.Para ter exito é 
necessario, ser acompanhados por análises ergonômicas, antropométricas, posturais e 
biomecânicas. 
A implantação da ginástica, desporto e recreação na indústria têm valores 
biopsicossociológicos que proporcionam melhor qualidade de vida ao trabalhador e 
conseqüente aumento da sua produtividade. (Filho, 1974). 
A ginástica laboral associada à ergonomia contribui para a melhora da qualidade de 
vida do trabalhador, o que consequentemente gera ganho em produtividade, pois com as 
condições ideais, os riscos de acidentes e lesões são reduzidos.(Oliveira,2002) 
Segundo PASCARELLI (2004) um programa regular de exercícios , é mportante , se 
voce quer, se verlivre das dores,parestesias, e formigamentos, e as desabilidades da 
desordens. 
É uma grande alternativa preventiva nos disturbios ocupacionais, pois engloba o 
resultado ,da soma de todos os esforços para melhorar a saúde do trabalhador, no seu 
ambiente de trabalho e na comunidade onde vive. 
Os beneficios, do exercicio na atividade laboral, são muitos. Além da saúde do 
corpo,também proporciona a saúde mental e intelectual, gerando uma melhor qualidade de 
vida. Os investimentos na ação preventiva, é uma grande passo ao bem estar do ser humano. 
 
 
3.2 A Ergonomia no Ambiente de Trabalho 
 
 
A ergonomia desenvolveu-se durante a Segunda Guerra Mundial, em meio aos 
conflitos, entre o desenvolvimento humano e o tecnico. Anos depois, foi estabelecida, nas 
forças armadas amercianas, os laboratorios de engineering psychology, um marco para o 
desenvolvimento ergônomico. 
 35 
Em 1949, a Inglaterra fundou a Ergonomic Research Society. Em 1961, os Estados 
Unidos, criaram a International Ergonomics Association (IEA), esta representa as associações 
de quarenta paises, incluindo o Brasil, que em 1983, fundou a Associação Brasileira de 
Ergonomia (ABERGO). 
A palavra Ergonomia deriva do grego (érgon:trabalho e nomos:leis ou regras), podem 
ser atribuidas como as leis que regem o trabalho. 
A ergonomia é uma tecnologia e não uma ciencia, cujo objetivo é a organização dos 
sistemas homem maquina.(Barbosa 2005). 
Segundo COUTO (1995) o conjunto de ciências e metodologias que procura o ajuste 
confortável e produtivo entre o ser humano e o seu trabalho basicamente procurando adptar as 
caracteristicas do trabalho ao ser humano 
Diversos autores tèm proposto definições para a esgonomia, entretanto a origem do 
termo é atribuida ao polonês W.Jastrzebowki., que em 1957, lançou uma de suas obras 
intitulada de: O esboço da ergonomia ou ciência do trabalho baseada sobre as verdadeiras 
avaliações das ciências da natureza. 
A definição mais encontrada na literatura, segundo DELIBERATO (apud 
Wisner,1987) confere ao termo ergonomia o significado de um conjunto de conhecimentos 
cientificos relativos ao homem e necessários à concepção de instrumentos, máquinas e 
dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficiência. 
Na atualidade, duas tendências estão em destaque: 
 
 1)a ergonomia dos métodos e tecnologia, baseada na caracteristica americana, da 
contínua necessidade de adptação da máquina ao homem, dependente do 
aperfeicoamento da tecnologia. 
 
 2) e da organização do trabalho, vindo da influência europeia, no qual centralizam-se 
no estudo da inter-relação homem e trabalho, mas destacando, o forma como o homem 
sente,e vivencia o trabalho. 
 A orientação e o treinamento das posturas e posições durante a atividade laboral é uma 
parte fundamental do tratamento de reabilitação. O paciente deve evitar posições, que 
provoquem a flexão forçada do punho, movimentos repetitivos de flexão dos dedos com a 
flessão do punho e posições que mantem a preensão com o punho e dedos flexionados por um 
periodo prolongado. 
 36 
Atraves da analise antropometrica, verifica-se, o posto de trabalho, as ferramentas, 
para concluir, se estáo adequadas, a altura do corpo, diferenciando os sexos. 
Segundo DELIBERATO(2002) A antropomeria é a ciencia que, baseando-se nas 
estruturas anatômicas, fornece as medidas do corpo humano. 
Esta avalia os dados a respeito dos seguintes dados: 
a) Sentada: altura ombro assento, altura ombro assento, altura solo-assento 
b) Em pé: avalia-se a estatura, altura cotovelo-solo, ombro-solo 
Para uma abordagem efetiva é necessario utilizar quatro tipos de aplicações: 
Ergonomia de correção, concepção, conscientização e participativa.. 
Existe ainda as dificuldades, em relação, com ás diferentes dimensões das pessoas, o 
que é adequado para um, não é adequado para outro.Não e somente uma questão de gosto, ou 
costume, mas adequar a ferramenta de trabalho, á altura, sexo e dimensóes para cada 
individuo. 
Em relação a sindrome do túnel do carpo, é necessario avaliar, as posições 
inadequadas, do teclado do computador, a posição do pulso, e os aparelhos de vibração, e suas 
adequações. 
Com relação, ao posicionamento correto do punho temos as seguinte medidas: 
 Na posiçao ortostatica: com o ombro em adução, cotovelo em flexão de 90 graus, 
antebraço e punhos neutros, mão e dedos abertos. 
 Na posição sentada: assento-cotovelo. 
Entretanto, a posição antropometrica mais usada é a seguinte: posição ereta; pés 
descalços, unidos pelos calcanharese afastados ligeiramente em suas porções distais, tendo 
que formar um ângulo de 45 ; membros superiores pendentes ao longo do carpo com os 
ombros devidamente relaxados; as mãos espalmadas contra as faces laterais da coxa;a cabeça 
deve ser orientada no plano aurículoórbitário, conhecido também como plano de Frankfurt. 
Para evitar a síndrome do túnel do carpo, O pulso e a mão, devem estar posicionados 
em linha reta. .Além dos teclados estarem adequados, outros acessorios estão sendo usados, é 
favorecem bastante a ergonomia. Como por exemplo: 
 O apoio do punho no teclado, é muito favoravel, porque complementa o tampo 
da mesa, e evita, que os punhos permanecem em flexão acima dos 25, Esta 
posição e prejucidicial porque aumenta o atrito dos tendões com a bainha do 
retinaculo, e amplia a aréa de contato com o canto vivo de mesas inadequadas. 
 37 
 O apoio punho-mouse, este tem caracteristica semelhante ao apoio para punho 
no teclado.Mesmo que não seja muito utilizado na digitação, muitos utilizam o 
mouse, ou para navegar na internet ou em trabalhos. Sendo uma uma peça que 
não e fixa, o usuario pode utiliza-la na posição que desejar. 
Segundo a Norma Regulamentadora NR-17 ERGONOMIA da portaria 1.789.de 
02.19.1998..17.4. EQUIPAMENTOS DOS POSTOS DE TRABALHO. 
17.4.3.os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados com 
terminais de vídeo, devem observar o seguinte: 
b) o teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao trabalhador ajustá -
lo de acordo com as tarefas a serem executadas; 
c) a tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de maneira que 
as distâncias olho-tela, olho-teclado e olho-documento sejam aproximadamente iguais. 
Apesar de que, nos dias atuais a ergonomia esta se tornando mais conhecida, é o 
surgimento de novos materiais e novos designs. Ainda, existe controvesias, porque nem 
sempre à utilização desse mobiliario, denominado “ergonomico”, podera ter o resultado 
desejavel, devido a dificuldades no ajusto do mesmo, ou do proprio usuário que não quer se 
adaptar a esta simples ferramenta, que faz grande diferença. 
A instrução a respeito dos principios ergonomicos contribuem, para o paciente, 
retornar as suas atividades diarias, e ter o seu desempenho no ambiente de trabalho, tais como: 
 manusear adequadamente as ferramentas e adapta-las ergonomicamente; 
 buscar sempre objetos usando todos os dedos em vez de apenas; 
 utilizar a posição de pinça; 
 Fazer uso de adaptações, como luvas antivibratorias durante a realização de 
atividades; 
 Quando fazer uso do computador, adequa-los a objetos ergonomicos, como 
(suporte para punho, evitar flexionar o punho durante a digitação). 
Segundo BARBOSA (2002) nada adianta o individuo possuir um mobiliario 
ergonomico”quando ele não é”. 
A fisioterapia aplicada a ergonomia, auxilia,coopera,e alem de tudo, proporciona, um 
ambiente de trabalho, adequado para os funcionarios.Mas o principal é a colaboração de todas 
principalmente do trabahador. O mobiliario, quando é visto como ferramenta de trabalho, é 
um fator determinante na intervençãoergonomica com sucesso. 
 38 
Segundo o NIOSH, é de extrema importância a adequação das ferramentas, para 
permitir que o pulso do usuário, venha estar em uma posição mais natural durante o trabalho. 
Outras recomendações envolveram a modificadas das estações de trabalho, alterar o método 
existente para executar a tarefa do trabalho, fornecer pausas de descanso mais freqüentes. 
 
 
 3.3 Relação Emocional X Incapacidade 
 
 
A relação doença e incapacidade, requer uma ampla abordagem. Pois gera, transtornos 
fisicos e emocionais aos paciente com síndrome do túnel do carpo. A invisibilidade da 
doença, esconde por muitas vezes, o estado da sintomatologia. O paciente projeta-se, em um 
ambiente de stress emocional elevado, devido a incapacidade gerada pela doença. Em muitos 
casos, bilateral.. 
No mundo competitvo, onde o mais importante é a “produtividade a qualquer preço”, 
esta cada vez mais dificl, valorizar o fator humano. Neste ponto crucial, e de extrema 
importancia, a atuação da psicologia na fisioterapia.. 
 
 
“Para se compreender o comportamento humano, é necessario ir além do 
que ocorre no individuo issolado, estudando-se tambem o meio onde vive o homem, 
a sua familia, a sua comunidade e suas complexas interações sociais. E necessario 
tabem considerar a natureza fisica do seu organismo, os seus mecanismos nervosos, 
os seus sentidos e a sua musculatura .pois a natureza biologica do organismo tem um 
papel fundamental na experiencia”.12 
 
 
Na decada de 50 e 60, psicologos organizacionais, grandes pensadores das relalações 
humanas, reagiram contra a premissa de Taylor, de que “as pessoas deveriam ser tratadas 
como robôs”. Seus argumentos, eram, de que, para entender a natureza dos seres humanos, 
seus sentimentos, desejos e aspirações.Constataram que o trabalho simplesmente mecanico, 
gerava desconforto ao funcionario, e quando era acompanho de pausas, elevava a 
 
1212
 ALENCAR, Eunice M.L.Soriano DE. A Psicologia:Introdução dos princípios básicos do comprtamento.11 
ed. Petropólis, Vozes. 2000, pág.64-86 
 39 
produtividade, este fato foi contatado pelos “Estudos Hawthorne” nos anos de 1920 e 1930 
por Elton Mayo nawthorne da Western Eletric Company. 
A motivação no trabalho, visando o bem estar, aumenta a produtividade, e 
proporciona a melhoria na saude do trabalhador. A cobrança continua em torno do 
funcionario, eleva o nivel de stress.(Guerrier,2000) 
De acordo com BARBOSA (2006): a psicologia do trabalho, busca conhecer as 
pessoas alem do trabalho, deixar transparecer sua preocupação com o lado humano do 
trabalho. A real preocupação com a qualidade de vida das pessoas fora do trabalho, colocar-se 
no lugar do trabalhador para poder entender as variações comportamentais correntes . 
 
 
[...] Desde que comecei a trabalhar na digitação, em 1982, passei a sentir 
um incomodo no braço, principalmente no pulso. Depois veio a dor...as outras 
colegas reclamavam da mesma coisa... com o tempo a gente vai ficando isolada... 
não consegue fazer mais nada de interessante...agora...até namorar fica 
dificil...fiquei traumatizada quando o medico do INPS me mandou para a 
fisioterapia. Lá, todos os doentes faziam o mesmo tratamento, independente da 
doença. Tanto fazia ser acidente, derrame cerebral, tenossinovite...foi horrivel...a 
gente piorava porque fazia exercicios com as mãos, apertando uma bolinha de 
borracha...e aquela agua suja da hidromassagem... não gosto nem de lembrar...eu me 
sinto aleijada. Não aguento olhar para as minhas maos e ver os meus dedos tortos e a 
palma da mão afundada, mesmo depois de 2 cirurgias, incontaveis sessões de 
fisioterapia e infiltrações com corticoides. Depois de tentar voltar ao trabalho por 3 
vezes e o Centro de Reabilitação Profissional não ter conseguido me arrumar uma 
ocupação que não agravasse o meu quadro, fui aposentada, em 1989.aposentada aos 
29 anos...por invalidez.
13
 
 
 
[...] Zizumina,44, não consegue segurar uma caneca d’água. Josefa, 50, 
sente dores ao varrer a casa.Ednalva, 41, tem dificuldade para levantar os 
braços.Marli,39, está com dedos da mão esquerda atrofiados.Francisca,40, só dorme 
co soníferos. As quatro são amigas há mais de dez anos, trabalhavam juntas em uma 
montadora em São Paulo Há dois anos, depois de inumeros afastamentos medicos, 
elas sairam do trabalho, após um acordo, mas ainda sofrem com as lesões.(Oneill 
2000)
14
. 
 
 
13
 NICOLETTE, Sergio. LER – Lesoes por Esforco Repetitivo. Fasciculo 1.Centro Brasileiro de Ortopedia 
Ocupacional. São Paulo.1996. 
14
 ONEIL, M.J.As mulheres e o risco de LER.Folha de S.Paulo.SãoPaulo 02.04.2000 
 40 
 
 [...]A historia de Kakani, também traz as marcas da rejeição. Nascida em 
1995, na tribo dos indios suruuarrás, que vivem semi isolados no sul do Amazonas. 
Hakani foi condenada a morte quando completou 2 anos, porque não se desenvolvia 
no mesmo ritmo das outras crianças.escalados para ser os carrascos, seus pais 
prepararam o timbô, um veneno obtido a partir da maceração de um cipó.mas, em 
vez de cumprirem a sentença, ingeriram eles mesmos a substância. O duplo suicidio 
enfureceu a tribo, que pressionou o irmão mais velho de Hakani, Aruaji, então com 
15 anos, a cumprir a tarefa. Ele atacou-a com um porrete.quando a estava 
enterrando, ouviu-a chorar. Aruaji abriu a cova e retirou a irmã.ao ver a cena, 
Kimaru, um dos avôs, pegou seu arco e flechou a menina entre o ombro e o 
peito.tomado de remorso, o velho suruuarrá também se suicidou com timbô.a 
flechada, no entanto, não foi suficiente para matar a menina. Seus ferimentos foram 
tratados às escondidas pelo casal de missionários protestantes.eles apelaram à tribo 
para que deixasse Hakani viver.A menina, então passou a dormir ao relento e comer 
as sobras que encontrava pelo châo.”Era tratada como um bicho.Com 5 anos os 
indios autorizaram os missionarios a levá-la para o Hospital. Marcia e Edson Suzuki 
conseguiram adotar a indiazinha.Graças ao seu empenho, o hipotireioidismo foi 
controlado mas os maus tratos e desnutrição deixaram sequelas.Aos 12 anos, Hakani 
mede 1.20 metro, altura (Coutinho, 2007)
15
 
 
 
[...]Nesses casos precisa lidar com o medo, com a ansiedade e, com 
frequência, com a hostilidade dos companheiros que lhe culpam pela ocorrência e;ou 
lhe imputam atributos desvalorativos como os associados à preguiça e simulação, 
expressões como LERdo, LERdeza, tenopreguicite não são estranhas aos cotidianos 
laborais com os casos de LER,DORT.
16
 
 
Pacientes traumatizados mostram-se especialmente sensiveis à presença dos 
profissionais que lhes dão suporte e tratamento. (Marinho,2006).. 
Segundo EDWARS (1999) sentem depressão, ansiedade ou qualquer disturbio 
afetivo, sue visão deles mesmos e do mundo esta afetada. Um nivel significativo de angustia 
emocional irá provavelmente, requerer ajuda especial, e certamente quaisquer expressões de 
intensão suicida ou auto-destruição devem ser trazidas para a atenção de um psicologico ou 
psquiatra. 
 
15
 COUTINHO,Leonardo.Tribos indígenas ainda praticam o infanticídio.Revista Veja.São Paulo.15.08.07. 
16
 JACQUES, Maria da Graça.Acidentes e doenças ocupacionais: implicações psíquicas. II Congresso 
internacional sobre Saúde Mental no Trabalho.Goiânia, 12 a 14 de Outubro de 2006. 
 41 
Estamos vivendo em uma época, “dos excluidos”. O trabalhador, vivencia, uma 
grande barreira social. O empregador, quando olha a carteira profissional cheia de carimbos e 
afastamentos

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