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Empresarial II - Plano 6

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Direito Empresarial II
Plano de Aula 6
Questão 1.
	Quanto à limitação à responsabilidade dos sócios, diferenciam-se as sociedades limitadas das sociedades anônimas em sutil detalhe. Nas primeiras, os sócios respondem solidariamente por todo capital subscrito, ou seja, tanto pelo que já procederam a integralização quanto ao montante a que se comprometeram integralizar, conforme ensina sabiamente o mestre Fábio Ulhoa Coelho:
“O limite da responsabilidade dos sócios, na sociedade limitada, é o total do capital social subscrito e não integralizado. Capital subscrito é o montante de recursos que os sócios se comprometem a entregar para a formação da sociedade; integralizado é a parte do capital social que eles efetivamente entregam. Assim, ao firmarem o contrato social, os sócios podem estipular que o capital social será de $ 100, dividido em 100 quotas no valor de $ 1 cada. Se Antonio subscreve 70 quotas e Benedito, 30, eles se comprometeram a entregar respectivamente $ 70 e $ 30 para a formação da sociedade. 
Podem fazê-lo à vista, no ato da constituição, hipótese em que o capital integralizado será igual ao subscrito desde o início da sociedade. Mas, podem fazê-lo a prazo. Imagine que Antonio integraliza $ 50, e assume o compromisso de 184 integralizar o restante de suas quotas em 2 anos, enquanto Benedito integraliza os $ 30 correspondentes às suas quotas no ato da constituição da limitada. No primeiro caso, o limite da responsabilidade dos sócios é zero; quer dizer, os credores não podem cobrar dos sócios nenhuma obrigação social. No segundo, o limite é $ 20, já que o capital social subscrito é $ 100, e o integralizado, $ 80 ($ 50 por Antonio e $ 30 por Benedito).
Os sócios, na limitada, têm responsabilidade solidária pela integralização do capital social. Em decorrência, no exemplo em foco, os credores poderão cobrar o que falta à integralização do capital social tanto de Antonio como de Benedito. Claro que sendo este último responsabilizado pelos $ 20 devidos por Antonio, terá ele direito de regresso contra o sócio titular das quotas não integralizadas.” [1: COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial: Direito de Empresa. – 23ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2011. p. 185.]
	Em verdade, não poderia ser diferente, visto que nessas, muitas vezes, os sócios nem sequer se conhecem e possuem relação uns com os outros de caráter extremamente capital. Isto é, as SAs, são sociedades de capital, ao passo que as limitadas são sociedades de pessoas. Por isto, essa responsabilização solidária já não se nota na legislação das sociedades anônimas, citada abaixo:[2: LEI No 6.404, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1976.]
Art. 1º. A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.
	É no sentido da responsabilidade dos sócios se dar somente ao referente ao preço das ações subscritas os adquiridas que se manifesta a jurisprudência pátria:
“TRIBUTÁRIO - DESCUMPRIMENTO DE CLÁUSULA CONTRATUAL COM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - IMPOSIÇÃO DE MULTA ADMINISTRATIVA - INSCRIÇÃO DO NOME DOS SÓCIOS DA EMPRESA EM DÍVIDA ATIVA - PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA DO PROCURADOR-CHEFE DA FAZENDA DO DISTRITO FEDERAL REJEITADA - COMPETÊNCIA DEFINIDA EM LEI - MÉRITO - INTERPRETAÇÃO DA NORMA INSERIDA NA LEI DAS SOCIEDADES ANONIMAS - RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DOS SÓCIOS - HIPÓTESE QUE NÃO SE ASSEMELHA À PREVISÃO LEGAL - RECURSO E REMESSA OFICIAL IMPROVIDOS.
I - O FATO DE A INSCRIÇÃO NA DÍVIDA ATIVA ESTAR CONDICIONADA À DEFINIÇÃO DA DATA PELO PODER EXECUTIVO, NÃO RETIRA DO PROCURADOR-CHEFE DA FAZENDA DO DF A COMPETÊNCIA PARA A PRÁTICA DO ATO.
II - A QUESTÃO POSTA NO WRIT REFERE-SE À LEGALIDADE DO LANÇAMENTO DO NOME DOS IMPETRANTES NA DÍVIDA ATIVA DO DISTRITO FEDERAL, EM FACE DO INADIMPLEMENTO DE MULTA ORIUNDA DE NOTA DE EMPENHO, POIS A EMPRESA DA QUAL SÃO SÓCIOS TERIA DESCUMPRIDO OBRIGAÇÃO ASSUMIDA EM PROCEDIMENTO LICITATÓRIO.
III - O SIMPLES DESCUMPRIMENTO DE CLÁUSULA CONTRATUAL COM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NÃO CONFIGURA A HIPÓTESE PREVISTA NOS §§ 2.º E 3.º DO ART. 158 DA LEI DAS S.A., PORQUANTO A SOLIDARIEDADE DOS SÓCIOS É RESTRITA AO "DESCUMPRIMENTO DE DEVER IMPOSTO POR LEI PARA ASSEGURAR O FUNCIONAMENTO DA COMPANHIA." [3: (TJ-DF - APL: 174856320088070001 DF 0017485-63.2008.807.0001, Relator: LECIR MANOEL DA LUZ, Data de Julgamento: 19/08/2009, 5ª Turma Cível, Data de Publicação: 14/09/2009, DJ-e Pág. 199)]
“Em se tratando de sociedade anônima, em casos especiais é possível a desconsideração da personalidade jurídica da empresa (art. 50 do Código Civil) e o redirecionamento da execução contra o patrimônio de seus sócios ou acionistas, cuja responsabilidade é limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. In casu, não se evidenciou a atuação desvirtuada dos sócios-diretores indicados, pelo que se afasta a aplicação da Teoria da Desconsideração da Personalidade Jurídica.” [4: (TST , Relator: Mauricio Godinho Delgado, Data de Julgamento: 29/10/2014, 3ª Turma)]

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