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C M Y CM MY CY CMY K capa_curvas.pdf 1 01/03/12 16:54 Universidade do Sul de Santa Catarina Palhoça UnisulVirtual 2011 Sequências Numéricas e Séries Disciplina na modalidade a distância sequencias_numericas_e_series.indb 1 14/01/15 11:15 Créditos Universidade do Sul de Santa Catarina | Campus UnisulVirtual | Educação Superior a Distância Reitor Ailton Nazareno Soares Vice-Reitor Sebastião Salésio Heerdt Chefe de Gabinete da Reitoria Willian Corrêa Máximo Pró-Reitor de Ensino e Pró-Reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação Mauri Luiz Heerdt Pró-Reitora de Administração Acadêmica Miriam de Fátima Bora Rosa Pró-Reitor de Desenvolvimento e Inovação Institucional Valter Alves Schmitz Neto Diretora do Campus Universitário de Tubarão Milene Pacheco Kindermann Diretor do Campus Universitário da Grande Florianópolis Hércules Nunes de Araújo Secretária-Geral de Ensino Solange Antunes de Souza Diretora do Campus Universitário UnisulVirtual Jucimara Roesler Equipe UnisulVirtual Diretor Adjunto Moacir Heerdt Secretaria Executiva e Cerimonial Jackson Schuelter Wiggers (Coord.) Marcelo Fraiberg Machado Tenille Catarina Assessoria de Assuntos Internacionais Murilo Matos Mendonça Assessoria de Relação com Poder Público e Forças Armadas Adenir Siqueira Viana Walter Félix Cardoso Junior Assessoria DAD - Disciplinas a Distância Patrícia da Silva Meneghel (Coord.) Carlos Alberto Areias Cláudia Berh V. da Silva Conceição Aparecida Kindermann Luiz Fernando Meneghel Renata Souza de A. Subtil Assessoria de Inovação e Qualidade de EAD Denia Falcão de Bittencourt (Coord.) Andrea Ouriques Balbinot Carmen Maria Cipriani Pandini Assessoria de Tecnologia Osmar de Oliveira Braz Júnior (Coord.) Felipe Fernandes Felipe Jacson de Freitas Jefferson Amorin Oliveira Phelipe Luiz Winter da Silva Priscila da Silva Rodrigo Battistotti Pimpão Tamara Bruna Ferreira da Silva Coordenação Cursos Coordenadores de UNA Diva Marília Flemming Marciel Evangelista Catâneo Roberto Iunskovski Auxiliares de Coordenação Ana Denise Goularte de Souza Camile Martinelli Silveira Fabiana Lange Patricio Tânia Regina Goularte Waltemann Coordenadores Graduação Aloísio José Rodrigues Ana Luísa Mülbert Ana Paula R.Pacheco Artur Beck Neto Bernardino José da Silva Charles Odair Cesconetto da Silva Dilsa Mondardo Diva Marília Flemming Horácio Dutra Mello Itamar Pedro Bevilaqua Jairo Afonso Henkes Janaína Baeta Neves Jorge Alexandre Nogared Cardoso José Carlos da Silva Junior José Gabriel da Silva José Humberto Dias de Toledo Joseane Borges de Miranda Luiz G. Buchmann Figueiredo Marciel Evangelista Catâneo Maria Cristina Schweitzer Veit Maria da Graça Poyer Mauro Faccioni Filho Moacir Fogaça Nélio Herzmann Onei Tadeu Dutra Patrícia Fontanella Roberto Iunskovski Rose Clér Estivalete Beche Vice-Coordenadores Graduação Adriana Santos Rammê Bernardino José da Silva Catia Melissa Silveira Rodrigues Horácio Dutra Mello Jardel Mendes Vieira Joel Irineu Lohn José Carlos Noronha de Oliveira José Gabriel da Silva José Humberto Dias de Toledo Luciana Manfroi Rogério Santos da Costa Rosa Beatriz Madruga Pinheiro Sergio Sell Tatiana Lee Marques Valnei Carlos Denardin Sâmia Mônica Fortunato (Adjunta) Coordenadores Pós-Graduação Aloísio José Rodrigues Anelise Leal Vieira Cubas Bernardino José da Silva Carmen Maria Cipriani Pandini Daniela Ernani Monteiro Will Giovani de Paula Karla Leonora Dayse Nunes Letícia Cristina Bizarro Barbosa Luiz Otávio Botelho Lento Roberto Iunskovski Rodrigo Nunes Lunardelli Rogério Santos da Costa Thiago Coelho Soares Vera Rejane Niedersberg Schuhmacher Gerência Administração Acadêmica Angelita Marçal Flores (Gerente) Fernanda Farias Secretaria de Ensino a Distância Samara Josten Flores (Secretária de Ensino) Giane dos Passos (Secretária Acadêmica) Adenir Soares Júnior Alessandro Alves da Silva Andréa Luci Mandira Cristina Mara Schauffert Djeime Sammer Bortolotti Douglas Silveira Evilym Melo Livramento Fabiano Silva Michels Fabricio Botelho Espíndola Felipe Wronski Henrique Gisele Terezinha Cardoso Ferreira Indyanara Ramos Janaina Conceição Jorge Luiz Vilhar Malaquias Juliana Broering Martins Luana Borges da Silva Luana Tarsila Hellmann Luíza Koing Zumblick Maria José Rossetti Marilene de Fátima Capeleto Patricia A. Pereira de Carvalho Paulo Lisboa Cordeiro Paulo Mauricio Silveira Bubalo Rosângela Mara Siegel Simone Torres de Oliveira Vanessa Pereira Santos Metzker Vanilda Liordina Heerdt Gestão Documental Lamuniê Souza (Coord.) Clair Maria Cardoso Daniel Lucas de Medeiros Jaliza Thizon de Bona Guilherme Henrique Koerich Josiane Leal Marília Locks Fernandes Gerência Administrativa e Financeira Renato André Luz (Gerente) Ana Luise Wehrle Anderson Zandré Prudêncio Daniel Contessa Lisboa Naiara Jeremias da Rocha Rafael Bourdot Back Thais Helena Bonetti Valmir Venício Inácio Gerência de Ensino, Pesquisa e Extensão Janaína Baeta Neves (Gerente) Aracelli Araldi Elaboração de Projeto Carolina Hoeller da Silva Boing Vanderlei Brasil Francielle Arruda Rampelotte Reconhecimento de Curso Maria de Fátima Martins Extensão Maria Cristina Veit (Coord.) Pesquisa Daniela E. M. Will (Coord. PUIP, PUIC, PIBIC) Mauro Faccioni Filho (Coord. Nuvem) Pós-Graduação Anelise Leal Vieira Cubas (Coord.) Biblioteca Salete Cecília e Souza (Coord.) Paula Sanhudo da Silva Marília Ignacio de Espíndola Renan Felipe Cascaes Gestão Docente e Discente Enzo de Oliveira Moreira (Coord.) Capacitação e Assessoria ao Docente Alessandra de Oliveira (Assessoria) Adriana Silveira Alexandre Wagner da Rocha Elaine Cristiane Surian (Capacitação) Elizete De Marco Fabiana Pereira Iris de Souza Barros Juliana Cardoso Esmeraldino Maria Lina Moratelli Prado Simone Zigunovas Tutoria e Suporte Anderson da Silveira (Núcleo Comunicação) Claudia N. Nascimento (Núcleo Norte- Nordeste) Maria Eugênia F. Celeghin (Núcleo Pólos) Andreza Talles Cascais Daniela Cassol Peres Débora Cristina Silveira Ednéia Araujo Alberto (Núcleo Sudeste) Francine Cardoso da Silva Janaina Conceição (Núcleo Sul) Joice de Castro Peres Karla F. Wisniewski Desengrini Kelin Buss Liana Ferreira Luiz Antônio Pires Maria Aparecida Teixeira Mayara de Oliveira Bastos Michael Mattar Patrícia de Souza Amorim Poliana Simao Schenon Souza Preto Gerência de Desenho e Desenvolvimento de Materiais Didáticos Márcia Loch (Gerente) Desenho Educacional Cristina Klipp de Oliveira (Coord. Grad./DAD) Roseli A. Rocha Moterle (Coord. Pós/Ext.) Aline Cassol Daga Aline Pimentel Carmelita Schulze Daniela Siqueira de Menezes Delma Cristiane Morari Eliete de Oliveira Costa Eloísa Machado Seemann Flavia Lumi Matuzawa Geovania Japiassu Martins Isabel Zoldan da Veiga Rambo João Marcos de Souza Alves Leandro Romanó Bamberg Lygia Pereira Lis Airê Fogolari Luiz Henrique Milani Queriquelli Marcelo Tavares de Souza Campos Mariana Aparecida dos Santos Marina Melhado Gomes da Silva Marina Cabeda Egger Moellwald Mirian Elizabet Hahmeyer Collares Elpo Pâmella Rocha Flores da Silva Rafael da Cunha Lara Roberta de Fátima Martins Roseli Aparecida Rocha Moterle Sabrina Bleicher Verônica Ribas Cúrcio Acessibilidade Vanessa de Andrade Manoel (Coord.) Letícia Regiane Da Silva Tobal Mariella Gloria Rodrigues Vanesa Montagna Avaliação da aprendizagem Claudia Gabriela Dreher Jaqueline Cardozo Polla Nágila Cristina Hinckel Sabrina Paula Soares Scaranto Thayanny Aparecida B. da Conceição Gerência de Logística Jeferson Cassiano A. da Costa (Gerente) Logísitca de Materiais Carlos Eduardo D. da Silva (Coord.) Abraao do Nascimento Germano Bruna Maciel Fernando Sardão da Silva Fylippy Margino dos Santos Guilherme LentzMarlon Eliseu Pereira Pablo Varela da Silveira Rubens Amorim Yslann David Melo Cordeiro Avaliações Presenciais Graciele M. Lindenmayr (Coord.) Ana Paula de Andrade Angelica Cristina Gollo Cristilaine Medeiros Daiana Cristina Bortolotti Delano Pinheiro Gomes Edson Martins Rosa Junior Fernando Steimbach Fernando Oliveira Santos Lisdeise Nunes Felipe Marcelo Ramos Marcio Ventura Osni Jose Seidler Junior Thais Bortolotti Gerência de Marketing Eliza B. Dallanhol Locks (Gerente) Relacionamento com o Mercado Alvaro José Souto Relacionamento com Polos Presenciais Alex Fabiano Wehrle (Coord.) Jeferson Pandolfo Karine Augusta Zanoni Marcia Luz de Oliveira Mayara Pereira Rosa Luciana Tomadão Borguetti Assuntos Jurídicos Bruno Lucion Roso Sheila Cristina Martins Marketing Estratégico Rafael Bavaresco Bongiolo Portal e Comunicação Catia Melissa Silveira Rodrigues Andreia Drewes Luiz Felipe Buchmann Figueiredo Rafael Pessi Gerência de Produção Arthur Emmanuel F. Silveira (Gerente) Francini Ferreira Dias Design Visual Pedro Paulo Alves Teixeira (Coord.) Alberto Regis Elias Alex Sandro Xavier Anne Cristyne Pereira Cristiano Neri Gonçalves Ribeiro Daiana Ferreira Cassanego Davi Pieper Diogo Rafael da Silva Edison Rodrigo Valim Fernanda Fernandes Frederico Trilha Jordana Paula Schulka Marcelo Neri da Silva Nelson Rosa Oberdan Porto Leal Piantino Multimídia Sérgio Giron (Coord.) Dandara Lemos Reynaldo Cleber Magri Fernando Gustav Soares Lima Josué Lange Conferência (e-OLA) Carla Fabiana Feltrin Raimundo (Coord.) Bruno Augusto Zunino Gabriel Barbosa Produção Industrial Marcelo Bittencourt (Coord.) Gerência Serviço de Atenção Integral ao Acadêmico Maria Isabel Aragon (Gerente) Ana Paula Batista Detóni André Luiz Portes Carolina Dias Damasceno Cleide Inácio Goulart Seeman Denise Fernandes Francielle Fernandes Holdrin Milet Brandão Jenniffer Camargo Jessica da Silva Bruchado Jonatas Collaço de Souza Juliana Cardoso da Silva Juliana Elen Tizian Kamilla Rosa Mariana Souza Marilene Fátima Capeleto Maurício dos Santos Augusto Maycon de Sousa Candido Monique Napoli Ribeiro Priscilla Geovana Pagani Sabrina Mari Kawano Gonçalves Scheila Cristina Martins Taize Muller Tatiane Crestani Trentin Avenida dos Lagos, 41 – Cidade Universitária Pedra Branca | Palhoça – SC | 88137-900 | Fone/fax: (48) 3279-1242 e 3279-1271 | E-mail: cursovirtual@unisul.br | Site: www.unisul.br/unisulvirtual sequencias_numericas_e_series.indb 2 14/01/15 11:15 Palhoça UnisulVirtual 2011 Revisão e atualização de conteúdo Carlos Henrique Hobold Design instrucional Roseli Rocha Moterle 1 ª edição revista Carlos Henrique Hobold Paulo José Sena dos Santos Sequências Numéricas e Séries Livro didático sequencias_numericas_e_series.indb 3 14/01/15 11:15 Edição – Livro Didático Professor Conteudista Carlos Henrique Hobold Paulo José Sena dos Santos Revisão e atualização de conteúdo Carlos Henrique Hobold Designer Instrucional Karla Leonora Dahse Nunes Roseli Rocha Moterle (1ª edição revista) ISBN 978-85-7817-310-4 Projeto Gráfico e Capa Equipe UnisulVirtual Diagramação Rafael Pessi Fernanda Fernandes (1ª edição revista) Revisão Diane Dal Mago Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul Copyright © UnisulVirtual 2011 Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. 515.24 H67 Hobold, Carlos Henrique Sequências numéricas e séries : livro didático / Carlos Henrique Hobold, Paulo José Sena dos Santos ; revisão e atualização de conteúdo Carlos Henrique Hobold ; design instrucional Karla Leonora Dahse Nunes, Roseli Rocha Moterle. – 1. ed. rev. – Palhoça : UnisulVirtual, 2011. 132 p. : il. ; 28 cm. Inclui bibliografia. ISBN 978-85-7817-310-4 1. Sequências (Matemática). 2. Séries (Matemática). I. Santos, Paulo José Sena dos.II. Nunes, Karla Leonora Dahse. III. Moterle, Roseli Rocha. IV. Título. sequencias_numericas_e_series.indb 4 14/01/15 11:15 Sumário Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 Palavras dos professores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9 Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 UNIDADE 1 - Sequências numéricas: uma introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 UNIDADE 2 - Progressões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 UNIDADE 3 - Sequências e séries . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 UNIDADE 4 - Séries e funções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105 Sobre os professores conteudistas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109 Respostas e comentários das atividades de autoavaliação . . . . . . . . . . . . . 111 Biblioteca Virtual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131 sequencias_numericas_e_series.indb 5 14/01/15 11:15 sequencias_numericas_e_series.indb 6 14/01/15 11:15 7 Apresentação Este livro didático corresponde à disciplina Sequências Numéricas e Séries. O material foi elaborado visando a uma aprendizagem autônoma e aborda conteúdos especialmente selecionados e relacionados à sua área de formação. Ao adotar uma linguagem didática e dialógica, objetivamos facilitar seu estudo a distância, proporcionando condições favoráveis às múltiplas interações e a um aprendizado contextualizado e eficaz. Lembre-se que sua caminhada, nesta disciplina, será acompanhada e monitorada constantemente pelo Sistema Tutorial da UnisulVirtual, por isso a “distância” fica caracterizada somente na modalidade de ensino que você optou para sua formação, pois na relação de aprendizagem professores e instituição estarão sempre conectados com você. Então, sempre que sentir necessidade entre em contato; você tem à disposição diversas ferramentas e canais de acesso tais como: telefone, e-mail e o Espaço Unisul Virtual de Aprendizagem, que é o canal mais recomendado, pois tudo o que for enviado e recebido fica registrado para seu maior controle e comodidade. Nossa equipe técnica e pedagógica terá o maior prazer em lhe atender, pois sua aprendizagem é o nosso principal objetivo. Bom estudo e sucesso! Equipe UnisulVirtual. sequencias_numericas_e_series.indb 7 14/01/15 11:15 sequencias_numericas_e_series.indb 8 14/01/15 11:15 Palavras dos professores Caro(a) aluno(a), Neste texto, apresentamos os conteúdos da disciplina Sequências Numéricas e Séries que estão de acordo com a ementa do projeto pedagógico do seu curso. Ao fazer a escolha de um curso na modalidade a distância, você assume uma grande responsabilidade, pois você vai ser o principal personagem da construção dos seus conhecimentos. Mas, não se preocupe, pois você não está sozinho nesta caminhada. Estamos bem perto de você com cada uma das palavras, fórmulas ou algebrismos colocados neste texto didático. Informamos que as tabelas e ilustrações sem indicação de fonte foram elaboradas pelos autores. Nas Unidades 1 e 2, você está lidando com assuntos tratados no Ensino Médio, como sequências, progressões aritméticas e progressões geométricas. Na Unidade3, apresentamos os conceitos fundamentais e principais resultados sobre a teoria de sequências e séries numéricas. E, finalmente, na Unidade 4, estudaremos as séries de funções, onde podemos destacar as Séries de potências, Séries de Taylor, Séries de Maclaurin, Polinômios de Taylor e Séries de Fourier. Não deixe de realizar todos os exercícios propostos nas atividades de auto-avaliação, assim, temos certeza de que você concluirá a disciplina com sucesso. Nós, autores e professores, estamos à disposição para atendê-lo da melhor maneira possível, por isso, não deixe de interagir através das ferramentas disponíveis no ambiente virtual. sequencias_numericas_e_series.indb 9 14/01/15 11:15 Seja bem-vindo à nossa comunidade virtual, na qual estamos inseridos, compartilhando dúvidas, dificuldades, vitórias e alegrias! Um grande abraço! Prof. Carlos Henrique Hobold e Prof. Paulo José Sena dos Santos. sequencias_numericas_e_series.indb 10 14/01/15 11:15 Plano de estudo O plano de estudos visa a orientá-lo no desenvolvimento da disciplina. Ele possui elementos que o ajudarão a conhecer o contexto da disciplina e a organizar o seu tempo de estudos. O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual leva em conta instrumentos que se articulam e se complementam, portanto, a construção de competências se dá sobre a articulação de metodologias e por meio das diversas formas de ação/mediação. São elementos desse processo: o livro didático; o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA); as atividades de avaliação (a distância, presenciais e de autoavaliação); o Sistema Tutorial. Ementa Padrões numéricos. Sequências: numéricas, geométricas e de Fibonacci. Sequências geométricas e algébricas. Séries numéricas: características, propriedades e convergência. Séries de funções: séries de potências e séries de Taylor. sequencias_numericas_e_series.indb 11 14/01/15 11:15 12 Universidade do Sul de Santa Catarina Objetivos Geral O objetivo geral da disciplina consiste em propiciar ao futuro professor condições para que ele identifique padrões numéricos que se repetem em várias situações do dia a dia. Específicos Identificar uma sequência numérica; Reconhecer uma progressão aritmética; Resolver problemas envolvendo progressões aritméticas; Reconhecer uma progressão geométrica; Resolver problemas envolvendo progressões geométricas; Reconhecer e conceituar sequências de funções; Provar o limite de uma sequência; Identificar sequências monótonas e limitadas; Reconhecer séries monótonas crescentes ou decrescentes; Trabalhar com séries infinitas; Identificar séries geométricas; Reconhecer os critérios para determinação do caráter de uma série; Trabalhar com séries alternadas; Resolver operações entre séries; Definir e operar com séries de funções; sequencias_numericas_e_series.indb 12 14/01/15 11:15 13 Nome da disciplina Identificar séries de potência; Resolver séries de potência; Reconhecer série de Maclaurin eTaylor; Derivar e integrar séries de potência; Trabalhar com séries de Fourier. Carga horária A carga horária total da disciplina é 60 horas-aula. Conteúdo programático/objetivos Veja, a seguir, as unidades que compõem o livro didático desta disciplina e os seus respectivos objetivos. Estes se referem aos resultados que você deverá alcançar ao final de uma etapa de estudo. Os objetivos de cada unidade definem o conjunto de conhecimentos que você deverá possuir para o desenvolvimento de habilidades e competências necessárias à sua formação. Unidades de estudo: 4 sequencias_numericas_e_series.indb 13 14/01/15 11:15 14 Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade 1 – Sequências numéricas: uma introdução Nesta unidade, vamos discutir o conceito de sequências numéricas no contexto da formação dos elementos de uma sequência. Unidade 2 – Progressões Nesta unidade, apresentamos as progressões, destacando as progressões aritméticas e as geométricas, bem como a soma de seus elementos. Unidade 3 – Sequências e séries Nesta unidade, estudamos as sequências e séries, trabalhando com a definição de convergência de sequência e suas propriedades, no que tange às séries. Temos os diversos tipos de séries e desenvolveremos vários critérios de convergência. Unidade 4 – Séries e funções Nesta unidade, vamos trabalhar com séries de funções discutindo as séries de potências, de Taylor e de Maclaurin, Polinômios de Taylor, séries de Fourier e extensão periódica de uma série de Fourier. sequencias_numericas_e_series.indb 14 14/01/15 11:15 15 Nome da disciplina Agenda de atividades/Cronograma Verifique com atenção o EVA, organize-se para acessar periodicamente a sala da disciplina. O sucesso nos seus estudos depende da priorização do tempo para a leitura, da realização de análises e sínteses do conteúdo e da interação com os seus colegas e professor. Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço a seguir as datas com base no cronograma da disciplina disponibilizado no EVA. Use o quadro para agendar e programar as atividades relativas ao desenvolvimento da disciplina. Atividades obrigatórias Demais atividades (registro pessoal) sequencias_numericas_e_series.indb 15 14/01/15 11:15 sequencias_numericas_e_series.indb 16 14/01/15 11:15 1 UNIDADe 1 Sequências numéricas: uma introdução Objetivos de aprendizagem Conceituar sequências. Identificar e ordenar sequências mais simples. Representar matematicamente uma sequência. Classificar as sequências como convergentes e divergentes. Seções de estudo Seção 1 Sequências numéricas sequencias_numericas_e_series.indb 17 14/01/15 11:15 Universidade do Sul de Santa Catarina 18 Para início de estudo Alguma vez você já se perguntou: o que há em comum entre o número de escamas de certas espécies de peixes e o número de segmentos da superfície de uma pinha? Ou ainda, qual a relação entre os ramos e as folhas de algumas árvores e a métrica definida em alguns poemas de Virgílio e outros poetas romanos? Essas e muitas outras perguntas igualmente intrigantes poderão surgir durante e após o término deste curso. Por hora, é interessante observar que essas perguntas começaram a ser respondidas por um matemático chamado Leonardo de Pisa, ou Leonardo Pisano, ou ainda, Leonardo Fibonacci, aproximadamente no final do século XII – início do século XIII de nossa era. Seu livro publicado em 1202, Líber Abaci ou Livro do Ábaco, trazia, entre outros problemas, o seguinte: Quantos pares (um macho e uma fêmea) de coelhos serão produzidos em um ano, começando por um único par, se em cada mês cada par gerar um novo par, que se torna fértil a partir do segundo mês? A resolução desse problema e de outras variações leva à sequência de números 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, …, que ficou conhecida como sequência de Fibonacci. Exemplos disso também servem como base para as respostas das perguntas feitas no início desta seção. sequencias_numericas_e_series.indb 18 14/01/15 11:15 Seqüências Numéricas e Séries 19Unidade 1 Seção 1 – Sequências numéricas Você certamente já elaborou uma lista de itens para fazer a compra em um supermercado, não? Ao fazer essa lista, vários critérios podem ter sido usados para ordenar os itens. Quando você ordena uma determinada lista, chamamos isso de sequência. Como outros exemplos de ordenação, podemos citar: a relação dos dias da semana, a relação dos alunos em uma lista de chamada etc. Neste livro, os números serão ordenados. Dessa forma, define-se: uma sequência numérica como todo conjunto denúmeros dispostos numa certa ordem. Matematicamente, podemos representar uma sequência numérica da forma (a1, a2, a3, a4, a5, …, an–1, an), em que a1 é o primeiro termo a2 é o segundo termo an é o enésimo termo. Pode-se determinar qualquer termo de uma sequência por meio de uma regra chamada lei de formação. Você pode ver alguns exemplos a seguir: sequencias_numericas_e_series.indb 19 14/01/15 11:15 Universidade do Sul de Santa Catarina 20 Exemplo 1: (2, 5, 8, 11, 14, 17) a1 = 2 a2 = 5 = 2 + 3 = a1 + 3 a3 = 8 = 5 + 3 = a2 + 3 a4 = 11 = 8 + 3 = a3 + 3 a5 = 14 = 11 + 3 = a4 + 3 a6 = 17 = 14 + 3 = a5 + 3 A lei de formação da sequência é an = an–1 + 3. O Gráfico 1.1 permite que você visualize esta sequência. Veja! Figura 1.1 – Gráfico correspondente à sequência numérica an = an–1 + 3 sequencias_numericas_e_series.indb 20 14/01/15 11:15 Seqüências Numéricas e Séries 21Unidade 1 Exemplo 2: (2, 4, 8, 16, 32, …) a1 = 2 = 21 a2 = 4 = 22 a3 = 8 = 23 a4 = 16 = 24 a5 = 32 = 25 A lei de formação é: an = 2n e pode ser visualizada no Gráfico da sequência 1.2. Figura 1.2 – Gráfico correspondente à sequência numérica an = 2 n sequencias_numericas_e_series.indb 21 14/01/15 11:15 Universidade do Sul de Santa Catarina 22 Exemplo 3: ( , , , , , …) A lei de formação é . O Gráfico da sequência pode ser visto a seguir. Figura 1.3 – Gráfico correspondente à sequência numérica sequencias_numericas_e_series.indb 22 14/01/15 11:15 Seqüências Numéricas e Séries 23Unidade 1 Exemplo 4: (1, – , , – , , …) A lei de formação é . O Gráfico da sequência pode ser visto a seguir. Figura 1.4 – Gráfico correspondente à sequência numérica sequencias_numericas_e_series.indb 23 14/01/15 11:15 Universidade do Sul de Santa Catarina 24 Dos exemplos que você acompanhou, é possível perceber que as sequências podem ser classificadas em convergentes (3 e 4) e divergentes (1 e 2). Se a sequência converge, pode-se escrever: Assim, nos exemplos 3 e 4: Agora que você estudou um pouco sobre sequências numéricas, verifique o que foi aprendido, tentando resolver as atividades de autoavaliação propostas. Síntese Você estudou nesta unidade: Que uma sequência numérica é um conjunto de números dispostos em certa ordem; Como obter a lei de formação de uma sequência numérica; Que as sequências numéricas podem ser convergentes ou divergentes. sequencias_numericas_e_series.indb 24 14/01/15 11:15 Seqüências Numéricas e Séries 25Unidade 1 Atividades de autoavaliação 1) Cada um dos itens abaixo dá a fórmula para o enésimo termo an de uma sequência. encontre os valores de a1, a2, a3 e a4. 2) Nos itens abaixo, encontre uma lei de formação para as sequências. a) A sequência 1, –1, 1, –1, 1, … (números 1 com sinais alternados). b) A sequência 0, 3, 8, 15, 24, … (números inteiros positivos menos 1). c) A sequência 1, 0, 1, 0, 1, … (alternando 1 e 0). Saiba mais Se você ficou interessado em conhecer mais detalhes sobre sequências numéricas, consulte as seguintes obras: THOMAS, George B. Cálculo, v. 2. São Paulo: Pearson, 2007. GIOVANNI, José Ruy; BONJORNO, José Roberto. Matemática: 2º grau, v. 2. São Paulo: FTD, 1992. sequencias_numericas_e_series.indb 25 14/01/15 11:15 sequencias_numericas_e_series.indb 26 14/01/15 11:15 2 UNIDADe 2 Progressões Objetivos de aprendizagem Identificar as progressões aritmética e geométrica. escrever a forma geral das progressões aritméticas e geométricas. Somar os termos de uma progressão aritmética finita. Somar os termos de uma progressão geométrica. Aplicar as progressões para a resolução de problemas. Seções de estudo Seção 1 Progressões Aritméticas Seção 2 Soma dos termos de uma progressão aritmética finita Seção 3 Progressões Geométricas Seção 4 Soma dos termos de uma progressão geométrica sequencias_numericas_e_series.indb 27 14/01/15 11:15 Universidade do Sul de Santa Catarina 28 Para início de estudo As progressões começaram a ser estudadas desde os povos mais antigos. Há registros de que os egípcios e os babilônios, por exemplo, já se dedicavam à sua compreensão. Inicialmente, tentaram encontrar padrões, como a ocorrência das enchentes dos rios e outros fenômenos que eram vitais para as atividades agrícolas e a sobrevivência. Uma informação maior sobre o conhecimento das progressões na sociedade egípcia pode ser encontrada em um pergaminho doado à Sociedade Histórica de Nova York, em 1932, conhecido como papiro de Rhind (ou Ahmes). Inicialmente, acreditava-se que este papiro contivesse informações sobre medicina. Entretanto, com a descoberta de uma camada escondida, comprovou-se que este papiro era, na verdade, uma fonte rica de dados sobre o conhecimento matemático daquele povo. Entre outras coisas, descobriu-se que os egípcios tinham conhecimento das progressões e de métodos para obter a soma de seus termos. Como exemplo, podemos citar o aparecimento de uma progressão interessante formada pelas frações: 1/2, 1/4, 1/8, 1/16, 1/32, 1/64. Os termos desta sequência são conhecidos como frações do olho de Hórus. Figura 2.1 – Frações do olho de Hórus Fonte: History ...(2008). sequencias_numericas_e_series.indb 28 14/01/15 11:15 Seqüências Numéricas e Séries 29Unidade 2 Os elementos da progressão acima (com seis elementos) eram somados usando a multiplicação por um fator comum: Eles multiplicavam todos os termos por 64, o último denominador, encontrando: Entre os gregos, o conhecimento das progressões foi utilizado, entre outros, pelos pitagóricos. Após várias observações do movimento e da produção de sons em cordas vibrantes, eles concluíram que a relação entre a altura dos sons e a largura da corda da lira seria responsável pela existência da harmonia musical. Observaram, também, que os intervalos musicais se colocavam de modo que podiam ser descritos por meio de progressões aritméticas. Muito tempo mais tarde, já na modernidade, Michael Stifel (1486 – 1567), na primeira parte de sua obra mais conhecida, Arithmética, salienta as vantagens de se associar uma progressão aritmética a uma progressão geométrica. Realmente essa associação se mostrou interessante, quando por volta de 1590, Napier chegou aos logaritmos. Entretanto, um fato interessante ocorreu quando Johann Friederich Carl Gauss (1777 – 1855), com dez anos, conseguiu resolver um problema proposto por seu professor de matemática. Esse professor pediu que os alunos de sua turma obtivessem a soma dos números de 1 a 100. Gauss resolveu esse problema em alguns minutos, baseado no fato de que a soma dos números opostos da sequência é sempre constante, como pode ser visto na Figura a seguir: sequencias_numericas_e_series.indb 29 14/01/15 11:15 Universidade do Sul de Santa Catarina 30 Figura 2.2 – Representação de sequência numérica Fonte: Dante (2002, p. 281). Ele multiplicou o resultado desta constante (101) pelo número de termos e dividiu o resultado pela metade. Mais tarde, esse procedimento levou a uma fórmula para a soma dos n termos de uma progressão aritmética. As progressões também podem ser aplicadas na economia. Thomas Maltus, em sua teoria econômica, refere-se às progressões aritmética e geométrica. Segundo o economista: “As populações crescem em progressões geométricas ao mesmo tempo em que as reservas alimentares crescem apenas em progressões aritméticas.” (MALTUS, 1798 apud SMOLE, 2003). Essa comparação não é mais aceita atualmente, apesar da maior taxa de crescimento populacional, pois não há uma desproporção tão grande devido a outros fatores que devem ser considerados. Tendo conhecido um pouco da históriae das aplicações das progressões, podemos agora discuti-las com um pouco mais de profundidade. sequencias_numericas_e_series.indb 30 14/01/15 11:15 Seqüências Numéricas e Séries 31Unidade 2 Seção 1 – Progressões Aritméticas (PA) Observe as sequências abaixo: a) (3, 7, 11, 15, 19, …) a1 = 3 a2 = 7 = 3 + 4 a3 = 11 = 7 + 4 a4 = 15 = 11 + 4 a5 = 19 = 15 + 4 an = an–1 + 4 b) (10, 7, 4, 1, –2, –5, –8, …) a1 = 10 a2 = 7 = 10 – 3 a3 = 4 = 7 – 3 a4 = 1 = 4 – 3 a5 = –2 = 1 – 3 a6 = –5 = –2 – 3 a7 = –8 = –5 – 3 an = an–1 – 3 = an–1 + (–3) Nas duas sequências, a lei de formação é: termo posterior = termo anterior + número fixo Esse tipo de sequência é denominado progressão aritmética (PA). O número fixo que aparece na lei de formação é chamado razão (r). Assim: an = an–1 + r (lei de formação de um PA) Você sabia? As progressões aritméticas podem ser classificadas da forma: crescente: r > 0; decrescente: r < 0; constante: r = 0. Fique atento. Em toda a unidade estaremos fazendo uso da palavra progressão aritmética abreviada como PA. sequencias_numericas_e_series.indb 31 14/01/15 11:15 Universidade do Sul de Santa Catarina 32 Voltando a observar os exemplos que abrem esta seção, podemos escrever: a) Para a sequência (3, 7, 11, 15, 19, …) a1 = 3 = 3 + 0∙4 a2 = 7 = 3 + 4 = 3 + 1∙4 a3 = 11 = 7 + 4 = 3 + 2∙4 a4 = 15 = 11 + 4 = 3 + 3∙4 a5 = 19 = 15 + 4 = 3 + 4∙4 an = an–1 + 4 = a1 + (n – 1)∙4 b) Para a sequência (10, 7, 4, 1, –2, –5, –8, …), verifique que an = a1 + (n – 1)∙(–3). Dessa forma, percebemos que para uma PA de razão r, a lei de formação pode ser reescrita da forma an = a1 + (n – 1)∙r (fórmula do termo geral de uma PA) Veja alguns exemplos. Exemplo 1 Encontrar o termo geral da PA (2, 6, …). a1 = 2 r = 6 – 2 = 4 n = n an = a1 + (n – 1)∙r an = 2 + (n – 1)∙4 an = 2 + 4n – 4 an = 4n – 2 sequencias_numericas_e_series.indb 32 14/01/15 11:15 Seqüências Numéricas e Séries 33Unidade 2 Exemplo 2 Qual é o vigésimo termo da PA (3, 8, …)? a1 = 3 r = 8 – 3 = 5 n = 20 an = a1 + (n – 1)∙r a20 = 3 + (20 – 1)∙5 a20 = 3 + 95 a20 = 98 Exemplo 3 Determinar o número de termos da PA (–3, 1, 5, …, 113) a1 = –3 r = 1 –(–3) = 1 + 3 = 4 an = a1 + (n – 1)∙r 113 = –3 + (n – 1)∙4 113 = –3 + 4n – 4 113 = 4n – 7 120 = 4n n = 30 Exemplo 4 Quantos são os múltiplos de 5 maiores que 21 e menores que 623? Pode-se tratar este problema como uma PA de razão 5, cujo primeiro termo é 25 e o último termo é 620, assim, aplicando-se a fórmula do termo geral: an = a1 + (n – 1)∙r 620 = 25 + (n – 1)∙5 620 = 25 + 5n – 5 620 = 5n + 20 n = 120 sequencias_numericas_e_series.indb 33 14/01/15 11:15 Universidade do Sul de Santa Catarina 34 Exemplo 5 Numa PA, o décimo termo é igual a 130, e o décimo nono termo é 220. Calcular o quarto termo dessa PA. Se a10 = 130 a1 + 9r = 130 Se a19 = 220 a1 + 18r = 220 Você deve resolver o sistema de duas equações acima, encontrando a1 = 40 e r = 10. Desse modo, o quarto termo da PA será: a4 = a1 + 3r = 40 + 3∙10 a4 = 70. Exemplo 6 Três números estão em PA, de tal forma que a soma entre eles é 18 e o produto é 66. Determine o valor desses três números. Nesse caso, pode-se escrever (a1, a2, a3) = (x – r, x, x + r) e formar um sistema com duas variáveis (x e r). (x – r) + x + (x + r) = 18 3x = 18 (x – r)∙x∙(x + r) = 66 x∙(x2 – r2) = 66 Resolvendo o sistema, encontra-se: x = 6 e r = ±5. Sendo r = 5 a1 = 1, a2 = 6, a3 = 11. Sendo r = –5 a1 = 11, a2 = 6, a3 = 1. sequencias_numericas_e_series.indb 34 14/01/15 11:15 Seqüências Numéricas e Séries 35Unidade 2 Seção 2 – Soma dos termos de uma progressão aritmética finita Observe a PA finita (2, 5, 8, 11, 14, 17). Os extremos desta progressão são 2 e 17. Os termos que se encontram a mesma distância dos extremos são chamados equidistantes, que nesse caso são: 5 e 14, 8 e 11. Observando mais atentamente, percebemos que: 2 + 17 = 5 + 14 = 8 + 11 = 19, ou seja: Numa PA, a soma dos termos equidistantes aos extremos é igual à soma dos extremos. Dessa forma, podemos aplicar essa propriedade para determinarmos a soma dos n termos de uma PA finita: +Sn = a1 + a2 + … + an–1 + an +Sn = an + an–1 + … + a2 + a1 2∙Sn = (an + a1) + (an–1 + a2) + … + (an–1 + a2) + (an + a1) como a soma dos termos é equidistante e igual à soma dos extremos 2∙Sn = (an + a1) + (an–1 + a2) + … + (an–1 + a2) + (an + a1) 2∙Sn = (an + a1)∙n (soma dos n termos de uma PA finita) Exemplo 7 Achar a soma dos 30 primeiros termos da PA (2, 5, …). a1 = 2, r = 5 – 2 = 3 e n = 30. sequencias_numericas_e_series.indb 35 14/01/15 11:15 Universidade do Sul de Santa Catarina 36 Assim, o trigésimo termo pode ser encontrado por meio do termo geral: a30 = 2 + (30 – 1)∙3 = 89. A soma dos termos será então, . Exemplo 8 A soma dos seis termos consecutivos de uma PA é 12, e o último termo é 7. Calcular os termos da PA. Sn = 12, a6 = 7 e n = 6. Deve-se determinar o primeiro termo desta PA: A razão da PA pode ser encontrada por meio do termo geral an = a1 + (n – 1)∙r 7 = –3 + (6 – 1)∙r r = 2 A PA procurada é (–3; –1; 1; 3; 5; 7). Seção 3 – Progressões Geométricas (PG) Acompanhe o seguinte problema: A população de certa cidade cresce sempre a uma taxa de 10% por década. Em 1950, essa cidade tinha 200.000 habitantes, qual será a população em 2008? Vamos à solução. Esquematizando temos: sequencias_numericas_e_series.indb 36 14/01/15 11:15 Seqüências Numéricas e Séries 37Unidade 2 População em 1950 = 200.000 habitantes População em 1960 = 200.000.1,10 = 220.000 População em 1970 = 220.000.1,10 = 242.000 População em 1980 = 242.000.1,10 = 266.200 População em 1990 = 266.200.1,10 = 292.820 População em 2000 = 292.820.1,10 = 322.102 Nessas condições, podemos representar a população pela sequência: (200.000; 220.000; 242.000; 266.200; 292.820; 322.102). Note que cada termo, a partir do segundo, é obtido a partir do anterior, multiplicando-o por um número fixo, ou seja, 1,10. Desse modo, progressão geométrica indicada por PG é toda sucessão de termos não nulos (a1, a2, a3, a4, …, an, …) ,...),...,,,,( 4321 naaaaa tais que o quociente, chamado razão da progressão geométrica (q) entre termos consecutivos, seja constante, assim, temos: sendo q constante. Acompanhe alguns exemplos. Exemplo 9 A sequência (3; 9; 27; 81; 243) é uma PG de cinco termos, o 1o termo é a1 = 3 e a razão q = 3, pois: a1 = 3 a2 = 9, ou seja a2 = a1∙3 a3 = 27, ou seja a3 = a2∙3 a4 = 81, ou seja a4 = a3∙3 a5 = 243, ou seja a5 = a4∙3 Fique atento. PG é a forma abreviada de Progressão Geométrica. sequencias_numericas_e_series.indb 37 14/01/15 11:15 Universidade do Sul de Santa Catarina 38 Temos então: Você sabia que uma PG é crescente quando q > 1 e os termos são positivos ou quando 0 < q < 1 e os termos são negativos. Exemplo 10 A sequência (2; –4; 8; –16; 32; –64; …) é uma PG, onde o 1o termo é a1 = 2 e q = –2, pois: a1 = 2 a2 = –4, ou seja a2 = a1∙(–2) a3 = 8, ou seja a3 = a2∙(–2) a4 = –16, ou seja a4 = a3∙(–2) a5 = 32, ou seja a5 = a4∙(–2) a6 = –64, ou seja a6 = a5∙(–2) Temos, então: Quando a PG apresenta q < 0 a PG é dita oscilante. sequencias_numericas_e_series.indb 38 14/01/15 11:15 Seqüências Numéricas e Séries 39Unidade 2 Exemplo 11 A sequência (1; ; ; ; …) é uma PG, onde o 1o termo é a1 = 1 e q = , pois: a1 = 1 a2 = , ou seja a2 = a1∙ a3 = , ou seja a3 = a2∙ a4 = , ou seja a4 = a3∙ E assim por diante. Temos, então: Você sabia que uma PG é decrescente quando 0 < q < 1 e os termos são positivos ou quando q > 1 e os termos são negativos. Exemplo12 A sequência (5; 5; 5; 5; …) é uma PG, sendo o a1 = 5 e q = 1. De fato a1 = 5 a2 = 5, ou seja a2 = a1∙1 a3 = 5, ou seja a3 = a2∙1 a4 = 5, ou seja a4 = a3∙1 Temos, então: sequencias_numericas_e_series.indb 39 14/01/15 11:15 Universidade do Sul de Santa Catarina 40 Quando a PG apresenta q = 1, a PG é constante. Fórmula do termo geral Como a PA a PG também apresenta uma fórmula de termo geral, então, vamos a sua demonstração. Sabemos que o sucessor de um termo é o produto da razão pelo antecessor, vamos começar por: a2 = a1∙q a3 = a2∙q = a1∙q∙q = a1∙q2 a4 = a3∙q = a1∙q2∙q = a1∙q3 a5 = a4∙q = a1∙q3∙q = a1∙q4 an = an–1∙q = a1∙qn–2∙q = a1∙qn–1 Logo, o termo geral da PG é dado pela fórmula an = a1∙qn–1 Numa PG não oscilante, se você tomar três termos consecutivos, o quadrado do termo médio é igual ao produto dos outros dois termos. O que é interpolação geométrica? Interpolar é inserir meios geométricos entre dois números. Exemplo 13 Inserir quatro meios geométricos entre 3 e 96. sequencias_numericas_e_series.indb 40 14/01/15 11:15 Seqüências Numéricas e Séries 41Unidade 2 O 3 é o nosso a1 = 3, o nosso número de termos é n = 2 + 4 = 6, o último termo é a6 = 96, então: a6 = a1∙q5 96 = 3q5 q5 = 32 q = 2 Logo, a PG é (3, 6, 12, 24, 48, 96). Seção 4 – Soma dos termos de uma progressão geométrica Soma dos termos de uma PG finita Vejamos a PG (a1, a2, a3, …,an). A soma de seus n termos é dada por Sn = a1 + a2 + a3 + … + an , aplicando a fórmula do termo geral para cada termo temos: Sn = a1 + a1∙q + a1∙q2 + … + a1∙qn–1 Vamos multiplicar ambos os lados por (q – 1): (q – 1)Sn = (a1 + a1∙q + a1∙q2 + … + a1∙qn–1)(q – 1) Multiplicando termo a termo, no 2o membro da equação chegamos em: (q – 1)Sn = a1∙q + a1∙q2 + a1∙q3 + … + a1∙qn – a1 – a1∙q – a1∙q2 – … – a1∙qn–1 Somando todos os termos, isso resulta em: sendo q ≠ 1. sequencias_numericas_e_series.indb 41 14/01/15 11:15 Universidade do Sul de Santa Catarina 42 Soma dos termos de uma PG infinita e decrescente Observe o exemplo a seguir. Vamos supor que a1 > 0 e 0 < q < 1, ou seja: Vamos, agora, aumentar um pouco mais para n = 10: Percebe-se que a tendência para n muito grande qn ≈ 0, isto é, No cálculo chamamos de limite, logo como o , temos: sequencias_numericas_e_series.indb 42 14/01/15 11:15 Seqüências Numéricas e Séries 43Unidade 2 Exemplo 14 João aposta na mega, na primeira semana aposta R$ 1,50, na segunda semana o dobro da primeira, em cada semana aposta o dobro da semana anterior. Após 10 semanas quanto João terá apostado? O primeiro termo a1 = 1,50, a razão q = 2, e n = 11, então, ou seja, Logo, João terá apostado uma quantia de R$ 3.070,50. Exemplo 15 Dado um triângulo de perímetro 8, unindo os pontos médios de seus lados forma-se um 2o triângulo; unindo os pontos médios dos lados desse 2o triângulo forma-se um 3o triângulo, e assim por diante, indefinidamente. Dê a soma dos perímetros de todos esses triângulos. Por semelhança de triângulos, concluímos que cada triângulo formado é a metade do anterior, ou seja, a soma é: S = 8 + 4 + 2 + 1 + + + … Como , temos: sequencias_numericas_e_series.indb 43 14/01/15 11:15 Universidade do Sul de Santa Catarina 44 Síntese Você estudou nesta unidade, os seguintes conteúdos: Uma PA é uma sequência cuja lei de formação é: termo posterior = termo anterior + número fixo an = a1 + r O número fixo que aparece na lei de formação é chamado razão (r); Uma PA pode ser classificada como: crescente (r > 0), constante (r = 0) ou decrescente (r < 0); A fórmula geral de uma PA é .rnaan )1(1 −+= ; A soma dos termos de uma PA finita é Uma PG é toda sucessão de termos não nulos, tais que o quociente, chamado razão da progressão geométrica )(q entre termos consecutivos, seja constante; O termo geral da PG é dado pela fórmula 11 −= nn qaa ; Uma PG pode ser crescente, decrescente, finita, infinita, oscilante e constante; A soma dos termos de uma PG pode ser de uma PG finita ou de uma PG infinita e decrescente. sequencias_numericas_e_series.indb 44 14/01/15 11:15 Seqüências Numéricas e Séries 45Unidade 2 Atividades de autoavaliação 1) Ache o termo geral da PA (2, 7, …). 2) Determine o sexagésimo número natural ímpar. 3) Calcule o número de termos da PA (5, 10, …, 785). 4) Quantos são os inteiros positivos múltiplos de 7 menores que 1000? 5) Hoje um atleta nada 500 m e, nos próximos dias, ele deverá nadar uma mesma distância a mais do que nadou no dia anterior. No 15o dia ele quer chegar a nadar 3300 m. Sabendo que a distância cresce em progressão aritmética, determine: (a) qual distância ele deverá nadar a mais cada dia? (b) Qual a distância ele deverá nadar no 10o dia? 6) A soma dos três números em PA, crescente, é 21 e a soma de seus quadrados é 165. Determine os três números. 7) Calcule a soma dos 50 primeiros termos da PA (2, 6, …). 8) A soma de dez termos consecutivos de uma PA é 200 e o primeiro termo é 2. Calcule os termos dessa PA. 9) Determine a razão da PG (x – 2, x + 2, x – 1). 10) Se você colocar R$ 2.000,00 no banco e o rendimento for de 12% ao ano, quanto terá ao final de 6 anos? 11) Numa PG crescente, o 4º e o 6º termos são, respectivamente, 8 e 36. Qual é o 11º termo 12) Calcule a soma dos 40 primeiros termos da sequência (2, 4, 8, 16, …). 13) Calcule a fração geratriz da dízima 0,36363636… sequencias_numericas_e_series.indb 45 14/01/15 11:15 Universidade do Sul de Santa Catarina 46 Saiba mais BONJORNO, José Roberto; GIOVANNI, José Ruy. Matemática 2. São Paulo: FTD, 1992. DANTE, Luiz Roberto. Matemática contexto & aplicações. v. 2, 2. ed. São Paulo: 2002. GOULART, Márcio Cintra. Matemática no Ensino Médio. v. 2. São Paulo: Scipione, 1999. IEZZI, Gelson; HAZZAN, Samuel. Fundamentos de matemática elementar. v. 4. São Paulo: Atual, 1983. SMOLE, Kátia Cristina Stocco. Matemática. v. 1, 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. sequencias_numericas_e_series.indb 46 14/01/15 11:15 3 UNIDADe 3 Sequências e séries Objetivos de aprendizagem Reconhecer e conceituar sequências de funções. Provar o limite de uma sequência. Identificar sequências monótonas e limitadas. Reconhecer séries monótonas crescentes ou decrescentes. Trabalhar com séries infinitas. Identificar séries geométricas. Reconhecer os critérios para determinação do caráter de uma série. Trabalhar com séries alternadas. Seções de estudo Seção 1 Sequências Seção 2 Séries numéricas Seção 3 Convergência de séries sequencias_numericas_e_series.indb 47 14/01/15 11:15 Universidade do Sul de Santa Catarina 48 Para início de estudo Nesta unidade, você estuda sequências, limite de uma sequência, as propriedades de sequências, séries numéricas e os critérios de convergência. Nos critérios de convergência, convém destacar: o critério da razão, o critério da raiz, o critério da integral, o critério da comparação e o critério de Leibniz. Bom estudo e inicie a seção 1. Seção 1 – Sequências Uma sequência ou uma sucessão de números reais é uma função f : IN IR, que associa a cada número natural n um número real f (n). Também estudou que as sequências são definidas por regras, da mesma maneira que outras funções o são, tais como: an = n + 1 Os números pertencentes ao conjunto de valores de uma sequência são chamados termos da sequência, e o número a(n) é chamado o n-ésimo termo, ou o termo de índice n. Exemplo1 Seja a sequência , então, os termos são: 1o termo 2o termo 3o termo n-ésimo termo a1 = 2 sequencias_numericas_e_series.indb 48 14/01/15 11:16 SeqüênciasNuméricas e Séries 49Unidade 3 Como as sequências são funções, vamos observar alguns exemplos e representá-las graficamente. Exemplo 2 Seja a sequência { }. A sequência pode ser escrita como f (n) = e está definida para n = 1, 2, 3, … f(n) 0,5 1,5 1 5 0,5 Figura 3.1 – Gráfico correspondente à sequência numérica { } sequencias_numericas_e_series.indb 49 14/01/15 11:16 Universidade do Sul de Santa Catarina 50 Exemplo 3 Seja a sequência {n +2}. A sequência pode ser escrita como f (n) = n + 2 e está definida para n = 1, 2, 3, … f(n) –1 Figura 3.2 – Gráfico correspondente à sequência numérica {n + 2} sequencias_numericas_e_series.indb 50 14/01/15 11:16 Seqüências Numéricas e Séries 51Unidade 3 Exemplo 4 Seja a sequência {(–1)n+1}. A sequência pode ser escrita como f (n) = (–1)n+1 e está definida para n = 1, 2, 3, … f(n) 1 2 3 4 5 0,5 1,5 2,5 3,5 4,5 1 Figura 3.3 – Gráfico correspondente à sequência numérica {(–1)n+1} Um pouco da história Um contribuinte importante para sequências foi Fibonacci (1170-1240). ele descobriu uma sequência de inteiros na qual cada número é igual à soma dos dois antecessores (1, 1, 2, 3, 5, 8, …), introduzindo-a em termos de modelagem de uma população reprodutiva de coelhos. essa sequência tem muitas propriedades curiosas e interessantes e continua sendo aplicada em várias áreas da matemática moderna e ciência. Durante o mesmo período, astrônomos chineses desenvolveram técnicas numéricas para analisar resultados experimentais. Durante os séculos XIII e XIV, matemáticos chineses usaram a ideia de diferenças finitas para analisar tendências em seus dados. Hoje, métodos como os deles são usados para entender o comportamento em longo prazo e os limites de sequências infinitas. Fonte: Thomas (2002). sequencias_numericas_e_series.indb 51 14/01/15 11:16 Universidade do Sul de Santa Catarina 52 Limite de uma sequência Dizemos que um número real L é o limite de uma sequência {an}, ou que a sequência {an} converge para L, se para todo e > 0, existir um número N > o, tal que | an – L | < e para todo inteiro n > N; e escrevemos an = L ou an L quando n . Se an existir, dizemos que a sequência converge (ou é convergente). Caso contrário, dizemos que a sequência diverge (ou é divergente). A Figura 3.4 e a Figura 3.5 ilustram o uso da definição. Figura 3.4 – Convergência de uma sequência no gráfico Note que a partir de certo ponto em diante, todos os pontos da sequência estão dentro do intervalo (L – e, L + e). Figura 3.5 – Convergência de uma sequência na reta Note que a partir de certo ponto em diante, todos os pontos da sequência estão dentro do intervalo (L – e, L + e). sequencias_numericas_e_series.indb 52 14/01/15 11:16 Seqüências Numéricas e Séries 53Unidade 3 Exemplo 5 Use da definição para demonstrar que a sequência tem o limite igual a . Deve-se mostrar que para todo e > 0, existe um número N > 0, tal que < e para todo inteiro n > N. Logo, deve-se encontrar um N > 0, tal que < e para todo n > N. Assim, isolando o n, temos Então, se N = , a definição é válida. Em particular, se tomarmos um e = , Assim, < para todo inteiro n > . sequencias_numericas_e_series.indb 53 14/01/15 11:16 Universidade do Sul de Santa Catarina 54 A Figura 3.6 ilustra o limite da sequência. x y Figura 3.3 – Gráfico da sequência . Exemplo 6 Use a definição para demonstrar que o c = c. Devemos mostrar que para todo e > 0, existe um número N > 0, tal que | c – c | < e para todo inteiro n > N. Como c – c = 0, podemos usar qualquer inteiro positivo para N e a implicação é verdadeira. Logo, c = c para toda constante c. Observação: podemos comparar an = L e f(x) = L a única diferença é que n precisa ser inteiro positivo, enquanto que x é um número real. sequencias_numericas_e_series.indb 54 14/01/15 11:16 Seqüências Numéricas e Séries 55Unidade 3 Teorema 3.1 Se f (x) = L e f (n) = an quando n é um número inteiro, então, an = L Propriedades Sejam {an} e {bn} sequências convergentes, com limites a e b, respectivamente, e c for uma constante, então, i) (an + bn) = an + bn = a + b ii) (an – bn) = an – bn = a – b iii) c .an = c . an = ca iv) an.bn = an. bn = a .b v) Exemplo 7 Calcule . Vamos, primeiramente, dividir o numerador e o denominador por n e aplicar o teorema. sequencias_numericas_e_series.indb 55 14/01/15 11:16 Universidade do Sul de Santa Catarina 56 Podemos também aplicar o teorema assim: aplicando a Regra de L’Hôspital, isto é, derivando o numerador e o denominador, temos Teorema 3.2 Teorema do confronto para sequências infinitas (teorema do Sanduíche). Se {an}, {bn} e {cn} são sequências infinitas, tais que an ≤ bn ≤ cn para todo n, e se an = L = cn, então, bn = L. Demonstração Dado qualquer e > 0, corresponde um número N, tal que se n > N, então, |an – L| < e e |cn – L| < e, podemos escrever L – e < an < L + e e L – e < cn < L + e, portanto, L – e < an e cn < L + e, como an ≤ bn ≤ cn, para n > N, teremos L – e < bn < L + e que equivale a |bn – L| < e. Como queríamos demonstrar. Exemplo 8 Determine o limite da sequência { }. Como 0 < cos2 n < 1, todo n inteiro e positivo, podemos, então, confrontar com a sequência { }, cujo = 0. Utilizando o teorema do confronto com an = 0, bn = e cn = , logo concluímos que = 0. sequencias_numericas_e_series.indb 56 14/01/15 11:16 Seqüências Numéricas e Séries 57Unidade 3 Sequência monótona Definição Uma sequencia {an} onde: i) an ≤ an+1 para todo n é chamada sequência crescente, isto é, a1 ≤ a2 ≤ a3 ≤ …; ii) Se an ≥ an+1 para todo n é chamada sequência decrescente. Uma sequência será monótona se for crescente ou decrescente. Exemplo 9 A sequência 1, 2, 3, …, n, …, cujo termo geral é an = n, é crescente. De fato, 1 < 2 < 3 < 4 < … Exemplo 10 A sequência { } é crescente. Os primeiros termos são , , , …, , …. De fato, se olharmos os três primeiros termos da sequência, observamos que os elementos crescem quando n cresce. Então, < = , multiplicando n(n + 2) < (n + 1)(n + 1) → n2 + 2n + 1, observe que o lado direito da desigualdade apresenta 1 a mais. sequencias_numericas_e_series.indb 57 14/01/15 11:16 Universidade do Sul de Santa Catarina 58 Exemplo 11 A sequência , , , …, , … cujo termo geral é an = , é decrescente. De fato, > > para todo o n ≥ 1, isto é, o lado direito da desigualdade é menor porque tem um denominador maior. Sequência limitada Uma sequência {an} é dita limitada superiormente quando existir um número real M, denominado cota superior da sequência, tal que an ≤ M, ∀n. Uma sequência {an} é dita limitada inferiormente quando existir um número real m, denominado cota inferior da sequência, tal que m ≤ an, ∀n. Se a sequência {an} for limitada superior e inferiormente, então, é uma sequência limitada. Exemplo 12 A sequência 1, , , , …, , … é limitada inferiormente por 0 e superiormente por 1. sequencias_numericas_e_series.indb 58 14/01/15 11:16 Seqüências Numéricas e Séries 59Unidade 3 Seção 2 – Séries numéricas Para iniciarmos esta seção, vamos enunciar um dos paradoxos de Zenão de Eleia (495-435 a.C.), ou seja, um corredor nunca pode alcançar a meta numa corrida porque tem sempre que correr a metade da meta, ou seja, quando tiver corrido a primeira metade, terá ainda que correr a segunda metade. Quando tiver corrido a metade dessa falta-lhe a quarta parte do total. Quando tiver corrido a metade dessa parte falta-lhe a oitava parte do inicial, e assim indefinidamente. Essa afirmação foi rejeitada 2000 anos depoisde Zenão, com a criação da teoria das séries. Série infinita Quando somamos os termos de uma sequência infinita, obtemos uma expressão a1 + a2 + a3 + … + an + … que é chamada de uma série infinita, que é abreviada pelo símbolo: an ou ∑an. Exemplo 13 Seja a série sequencias_numericas_e_series.indb 59 14/01/15 11:16 Universidade do Sul de Santa Catarina 60 Quando adicionamos termos de uma série, essas somas parciais se tornam cada vez mais próximas de , ou seja, no exemplo: De um modo geral: S1 = a1 S2 = a1 + a2 S3 = a1 + a2 + a3 S4 = a1 + a2 + a3 + a4 e assim temos, Sn = a1 + a2 + a3 + … + an = . Definição Seja an uma série infinita dada, e seja {Sn} a sequência de somas parciais, definindo esta série infinita. Se a sequência {Sn} for convergente e Sn = S existir como um número real, então, a série an é chamada de convergente e S é a soma da série infinita em questão. Caso contrário, a série é chamada de divergente. sequencias_numericas_e_series.indb 60 14/01/15 11:16 Seqüências Numéricas e Séries 61Unidade 3 Exemplo 14 A série , cuja fórmula para as somas parciais para a série dada {Sn} = , é: e assim Sn = . Vamos calcular o limite de Sn = , ou seja, logo, a série é convergente. Um pouco da história O uso generalizado das séries infinitas começou no século XVII, aproximadamente cinquenta anos antes do nascimento de euler, e coincidiu com o desenvolvimento inicial do cálculo integral. Nicholas Mercator (1620-1687) e Willian Broncker (1620-1684) descobriram uma série infinita para o logaritmo, em 1668, quando tentavam calcular a área dum “segmento hiperbólico”. Pouco tempo depois, Newton descobria a série binomial. essa descoberta constituiu um marco na história da matemática. (APOSTOL, 1979). sequencias_numericas_e_series.indb 61 14/01/15 11:16 Universidade do Sul de Santa Catarina 62 Serie geométrica Definição A série geométrica é uma série da forma c + cr + cr2 + cr3 + … + crn–1 + … = crn–1 A soma parcial desta série é dada por Sn = c(1 + r + r2 + r3 + … + rn–1) 1 – rn = (1 – r)(1 + r + r2 + r3 + … + rn–1), Logo, podemos escrever Sn = se r ≠ 1. Teorema A série geométrica é convergente se | r | < 1 e sua soma é Se | r | ≥ 1, a série geométrica é dita divergente. Exemplo 15 Determine se a série infinita é convergente ou divergente. Seja a série = 1 + + + + … + + …, com c = 1 e r = . Logo, pelo teorema a série é convergente e sua soma é sequencias_numericas_e_series.indb 62 14/01/15 11:16 Seqüências Numéricas e Séries 63Unidade 3 Série telescópica Primeiramente, vamos definir que uma soma telescópica é uma soma da forma: (b1 – b2) + (b2 – b3) + (b3 – b4) + (b4 – b5) + … + (bn–1 – bn) + (bn – bn+1) = b1 – bn+1 ou an = a1 + (a2 – a1) + (a3 – a2) + (a4 – a3) + (a5 – a4) + … + (an – an–1) Definição Série telescópica é o limite da soma telescópica (b1 – bn+1) = (b1 – bn+1) Exemplo 16 Mostre que a série é convergente e calcule a sua soma. A série = . Primeiramente, vamos fazer a decomposição em frações parciais Então, = Você sabia que o adjetivo “telescópica” é porque se faz o limite do “termo muito distante” bn+1? (ROCHA, 1989). sequencias_numericas_e_series.indb 63 14/01/15 11:16 Universidade do Sul de Santa Catarina 64 e assim o Sn = = 1 – 0 = 1. Logo, a série = 1. Série harmônica Chama-se série harmônica à série = 1 + + + + …, a série harmônica é divergente. (ANTON, 2007, p. 648). Observe que: Como substituímos n por 1, 2, 4, 8, 16, …, podemos escrever n = 2k, então, temos , quando k → ∞ mostra que → ∞ e assim {Sn} é divergente, portanto, a série harmônica diverge. sequencias_numericas_e_series.indb 64 14/01/15 11:16 Seqüências Numéricas e Séries 65Unidade 3 Propriedades Se an e bn forem séries convergentes e seja c um número real. i) (an ± bn) = an ± bn; ii) can = c an. Teorema Se a série an é convergente e a série bn é divergente, então, a série (an + bn) é divergente. Demonstração Vamos supor que a série (an + bn) é convergente. Aplicando a condição i do teorema anterior [(an + bn) – an] = bn é convergente, o que é uma contradição. Logo, (an + bn) é divergente. Exemplo 17 Determine a convergência ou divergência da série ( + ). A série ( ) é uma série geométrica convergente e ( ) é a série harmônica divergente, logo, a série dada é divergente. sequencias_numericas_e_series.indb 65 14/01/15 11:16 Universidade do Sul de Santa Catarina 66 Seção 3 – Convergência de séries Nesta seção, desenvolvemos vários critérios e testes que podem ser usados para determinar o caráter, ou seja, se uma dada série converge ou diverge. Teorema Se a série an for convergente, então, an = 0. (STEWART, 2009, p. 656). Demonstração Seja Sn = a1 + a2 + … + an. Então, Sn – Sn–1 = an, , por ser an convergente a sequência {Sn} é convergente S = Sn e S = Sn–1. Logo, 0 = S – S = Sn – Sn–1 = (Sn – Sn–1) = an. Teorema (teste da divergência) Se an diverge se an não existe ou é diferente de zero. Demonstração Vamos supor que an seja convergente. Então, pelo teorema o an = 0, o que contradiz a hipótese. Logo, a série é divergente. sequencias_numericas_e_series.indb 66 14/01/15 11:16 Seqüências Numéricas e Séries 67Unidade 3 Exemplo 18 Verifique se a série diverge. Vamos calcular o an = logo, pelo teste da divergência, a série diverge. Convergência absoluta Definição A série infinita ∑an será denominada absolutamente convergente se a série ∑| an | for convergente. Exemplo 19 Determine se a série (–1)n+1 é absolutamente convergente. a série geométrica é convergente (r = < 1). Logo, a série dada é absolutamente convergente. Definição Uma série convergente, mas não absolutamente convergente, é denominada condicionalmente convergente. sequencias_numericas_e_series.indb 67 14/01/15 11:16 Universidade do Sul de Santa Catarina 68 Teorema Se a série an é absolutamente convergente, então, ela é convergente. Exemplo 20 Determine se a série do exemplo 19 é convergente. Pelo teorema a série é convergente. Critério da razão Seja ∑an uma série infinita para a qual todo an ≠ 0. Então, i) Se = L < 1, a série dada é absolutamente convergente. ii) Se = L > 1 ou se = ∞ a série é divergente. iii) Se = 1, não há como concluir sobre a convergência. sequencias_numericas_e_series.indb 68 14/01/15 11:16 Seqüências Numéricas e Séries 69Unidade 3 Exemplo 21 Determinar a convergência ou a divergência da seguinte série . Vamos calcular A série é absolutamente convergente e pelo teorema ela é convergente. Exemplo 22 Determinar a convergência ou a divergência da seguinte série Vamos calcular Assim, nada podemos afirmar. sequencias_numericas_e_series.indb 69 14/01/15 11:16 Universidade do Sul de Santa Catarina 70 Critério da raiz Seja ∑an uma série infinita para a qual todo an ≠ 0. Então, i) Se = L < 1, a série dada é absolutamente convergente. ii) Se = L > 1 ou se = +∞ a série é divergente. iii) Se = 1, não há como concluir sobre a convergência. Exemplo 23 Determine se a série converge ou diverge. Como os termos são todos positivos, vamos omitir o símbolo de módulo, então, calculamos: Logo, a série é absolutamente convergente. Critério da Integral Seja f uma função contínua, positiva e decrescente em [1,+∞). Então, a série infinita f (n) é convergente se a integral imprópria existir. Ela será divergente se a integral imprópria for divergente. sequencias_numericas_e_series.indb 7014/01/15 11:16 Seqüências Numéricas e Séries 71Unidade 3 Exemplo 24 Mostre que a série converge ou diverge. Vamos substituir o n por x e teremos f (x) = , é decrescente e contínua para x ≥ 1, então, o a integral converge, a série converge pelo teste da integral. Exemplo 25 Mostre se a série converge ou diverge. Vamos substituir o n por x e teremos f (x) = , é decrescente e contínua para, então, o a integral diverge, a série diverge pelo teste da integral. Convergência de p-série A série converge se p > 1 e diverge se 0 < p ≤ 1. sequencias_numericas_e_series.indb 71 14/01/15 11:16 Universidade do Sul de Santa Catarina 72 Critério da comparação Sejam ∑an e ∑bn duas séries com termos positivos. i) Se a série ∑bn for convergente e an ≤ bn para todo n, então, a série ∑an também converge. ii) Se a série ∑bn for divergente e an ≥ bn para todo n, então, a série ∑an também é divergente. Exemplo 26 Verifique se a série do exemplo 22 converge ou diverge: Vamos comparar com outra série, ou seja, logo, aplicando o teste da comparação é uma série harmônica que diverge. Critério da comparação do limite Sejam ∑an e ∑bn duas séries com termos positivos. Se = p, onde p é um número positivo, então, ambas as séries convergem ou divergem. sequencias_numericas_e_series.indb 72 14/01/15 11:16 Seqüências Numéricas e Séries 73Unidade 3 Exemplo 27 Verifique se a série converge ou diverge. Vamos tomar a parte do denominador 3n2 e a parte do denominador 5 , então, o dividindo o numerador e o denominador por n5/2, temos Como é divergente (pela série p com p = < 1) a série diverge pelo teste da comparação. Exemplo 28 Verifique se a série converge ou diverge. Vamos tomar a parte do numerador 2n3 e a parte do denominador n7 , então, , dividindo o numerador e o denominador por n7 , temos sequencias_numericas_e_series.indb 73 14/01/15 11:16 Universidade do Sul de Santa Catarina 74 Como é convergente (pela série p com p = 4 > 1 ), a série converge pelo teste da comparação. Série alternada Definição Uma série alternada, onde an < 0, para n = 1, 2, 3, …, então, a série (–1)n+1an = a1 – a2 + a3 – a4 + … e a série (–1)nan = – a1 + a2 – a3 + a4 – … são chamadas séries alternadas. Exemplo 29 Seja a série (–1)n+1 = 1 – + – + … Exemplo 30 Seja a série (–1)n = – 1 + – + – … sequencias_numericas_e_series.indb 74 14/01/15 11:16 Seqüências Numéricas e Séries 75Unidade 3 Critério de Leibniz (critério da série alternada) Se a série alternada (–1)n+1an = a1 – a2 + a3 – a4 + … e (–1)nan = – a1 + a2 – a3 + a4 – … com an > 0, satisfizer: i) an+1 ≤ an, e ii) an = 0, para todo n inteiro positivo, então, a série é convergente. Exemplo 31 Verifique se a série converge ou diverge. Primeiro, vamos calcular a condição an+1 ≤ an, ou seja, n3 + n + n2 + 1 ≤ n3 + 2n2 + 2n → – n2 – n + 1 ≤ 0, para n ≥ 1. Agora, vamos calcular ( ( )) Logo, a série é convergente. sequencias_numericas_e_series.indb 75 14/01/15 11:16 Universidade do Sul de Santa Catarina 76 Um pouco da história Leibniz nasceu em Leipzig, Alemanha. Ainda bem jovem, pôde dispor da biblioteca montada pelo pai. em contato com uma ampla gama de autores clássicos, tornou-se um leitor voraz para o resto da vida. Aos 15 anos, ingressou na Universidade de Leipzig, onde recebeu a maior parte de sua educação formal. Seu interesse pela matemática surgiu pelas inúmeras citações sobre a importância dessa matéria nos trabalhos filosóficos. Depois, frequentou a Universidade de Altdorf, próxima a Nuremberg, onde se formou doutor em Direito. em Paris, trabalhou nessa área para financiar seus estudos matemáticos. Leibniz, Gottfried Wilhelm (1646-1716). Fonte: Thomas (2002). Ficaram compreensíveis os exemplos? Como vimos nos exemplos apresentados, é necessária a aplicação de várias ferramentas que determinam a convergência ou a divergência de uma série. sequencias_numericas_e_series.indb 76 14/01/15 11:16 Seqüências Numéricas e Séries 77Unidade 3 Síntese Você estudou nesta unidade os seguintes conteúdos: Limite de uma sequência Dizemos que um número real L é o limite de uma sequência {an}, ou que a sequência {an} converge para L, se para todo e > 0, existir um número N > o, tal que | an – L | < e para todo inteiro n > N; e escrevemos an = L ou an → L quando n → ∞. Propriedades de sequências i) (an + bn) = an + bn = a + b ii) (an – bn) = an – bn = a – b iii) c .an = c . an = ca iv) an.bn = an. bn = a .b v) Séries numéricas Seja an uma série infinita dada e seja {Sn} a sequência de somas parciais definindo essa série infinita. Se a sequência {Sn} for convergente e Sn = S existir como um número real, então, a série an é chamada de convergente, e S é a soma da série infinita em questão. Caso contrário, a série é chamada de divergente. sequencias_numericas_e_series.indb 77 14/01/15 11:16 Universidade do Sul de Santa Catarina 78 Critérios de convergência O critério da razão Seja ∑an uma série infinita para a qual todo an ≠ 0. Então, i) Se = L < 1, a série dada é absolutamente convergente. ii) Se = L > 1 ou se = ∞ a série é divergente. iii) Se = 1, não há como concluir sobre a convergência. O critério da raiz Seja ∑an uma série infinita para a qual todo an ≠ 0. Então, i) Se = L < 1, a série dada é absolutamente convergente. ii) Se = L > 1 ou se = +∞ a série é divergente. iii) Se = 1, não há como concluir sobre a convergência. sequencias_numericas_e_series.indb 78 14/01/15 11:16 Seqüências Numéricas e Séries 79Unidade 3 O critério da integral Seja f uma função contínua, positiva e decrescente em [1,+∞). Então, a série infinita f (n) é convergente se a integral imprópria existir. Ela será divergente se a integral imprópria for divergente. O critério da comparação Sejam ∑an e ∑bn duas séries com termos positivos. i) Se a série ∑bn for convergente e an ≤ bn para todo n, então, a série ∑an também converge. ii) Se a série ∑bn for divergente e an ≥ bn para todo n, então, a série ∑an também é divergente. O critério de Leibniz Se a série alternada (–1)n+1an = a1 – a2 + a3 – a4 + … e (–1)nan = – a1 + a2 – a3 + a4 – … com an > 0, satisfizer: i) an+1 ≤ an, e ii) an = 0, para todo n inteiro positivo, então, a série é convergente. sequencias_numericas_e_series.indb 79 14/01/15 11:16 Universidade do Sul de Santa Catarina 80 Atividades de autoavaliação 1) Usando a definição, mostre que a sequência tem o limite . 2) Determine se a sequência é convergente ou divergente. 3) expressar o decimal 0, 3333… como um número racional. 4) Calcule a soma das seguintes séries: a) b) c) 5) Use frações parciais para encontrar a soma da série abaixo: 6) Determine se as séries seguintes convergem ou divergem pelo critério da razão. a) b) 7) Determine se as séries seguintes convergem ou divergem pelo critério da raiz. a) sequencias_numericas_e_series.indb 80 14/01/15 11:16 Seqüências Numéricas e Séries 81Unidade 3 b) 8) Determine se as séries seguintes convergem ou divergem pelo critério da integral. a) b) 9) Determine se as séries seguintes convergem ou divergem pelo critério da comparação. a) b) 10) Determine se as séries seguintes convergem ou divergem pelo critério da comparação do limite. a) b) 11) Verifique se as séries abaixo atendem às condições do Critério de Leibniz e conclua se são convergentes: a) b) sequencias_numericas_e_series.indb 81 14/01/15 11:16 Universidade do Sulde Santa Catarina 82 Saiba mais Para aprofundar seus conhecimentos sobre o que estudou nesta unidade, sugere-se as seguintes leituras: ANTON, H. Cálculo: um novo horizonte, v.2. Porto Alegre: Bookman, 2000, 552 p. ANTON, H. Cálculo. v. 2, 8. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. APOSTOL, Tom M.. Cálculo. v.1, 2.ed. Barcelona: Reverté 1979. GUIDORIZZI, H.L. Um curso de cálculo, v. 2 - Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1986, 1995. LEITHOLD, L. O cálculo: com geometria analítica. v. 2. São Paulo: Harbra, 1988. PISKOUNOV, N. Cálculo Diferencial e Integral. v. 2, 10. ed. Porto: Lopes da Silva Editora, 1992. ROCHA, Luiz Mauro. Cálculo 2: funções com várias variáveis, integrais múltiplas, equações diferenciais ordinárias, séries. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1989. SALAS, Saturnino L., Cálculo, v. 2. Rio de Janeiro: LTC, 2005. STEWART, James. Cálculo, v. 2. 6 ed. São Paulo: Cengage Learning, 2009. SWOKOWSKI, E. W. Cálculo com Geometria Analítica. v. 2. São Paulo: Makron Books, 1995. 763 p. sequencias_numericas_e_series.indb 82 14/01/15 11:16 4 UNIDADe 4 Séries e funções Objetivos de aprendizagem Definir uma série de potências. escrever uma função na forma de uma série de Taylor. escrever uma função na forma de uma série de Fourier. Seções de estudo Seção 1 Série de potências Seção 2 Série de Taylor Seção 3 Polinômios de Taylor Seção 4 Série de Fourier Seção 5 extensão periódica de uma série de Fourier sequencias_numericas_e_series.indb 83 14/01/15 11:16 Universidade do Sul de Santa Catarina 84 Para início de estudo Os matemáticos do século XVIII executaram trabalhos essencialmente práticos, motivados, principalmente, pela mecânica e pela astronomia. Em 1717, Brook Taylor aplicou o cálculo das diferenças finitas ao movimento das cordas vibratórias. Já Colin Maclaurin, em 1731, utilizou as demonstrações geométricas para dar maior rigor à sua teoria, segundo a qual uma massa líquida girando em torno de seu eixo sob influência da gravitação toma a forma de um elipsóide de revolução. Entretanto, Taylor é conhecido pelo processo e por seus teoremas aplicados à expansão de uma função em uma série infinita. Colin Maclaurin observou um caso especial da expansão das séries infinitas estudadas por Taylor. Em 1789, Jean Baptiste Joseph Fourier abandonou os estudos religiosos para se dedicar às pesquisas em Matemática. Pouco tempo mais tarde, em 1798, abandonou o mundo acadêmico e seguiu com o exército de Napoleão como conselheiro científico. Ao retornar, aceitou o pedido de Napoleão para atuar como prefeito de Grenoble, onde escreveu seu trabalho mais importante. Em Memoire sur la Chaleur, expressou suas ideias sobre a transferência de calor e mostrou um novo método de análise matemática, conhecido como análise de Fourier, que se baseia no fato de que qualquer função pode ser escrita como uma série de funções seno e cosseno. Mais tarde, essa análise se mostrou útil na resolução de problemas de física ondulatória, na determinação de concentração de substâncias químicas poluentes e em outros modelos. Na primeira seção vamos discutir séries de potências, para nas seções 2 e 3 tratarmos as séries de Taylor e Maclaurin. Nas duas últimas seções, discutiremos um pouco sobre a série de Fourier. sequencias_numericas_e_series.indb 84 14/01/15 11:16 Seqüências Numéricas e Séries 85Unidade 4 Seção 1 – Série de Potências Uma série de potências em (x – a) é uma série da forma c0 + c1(x – a) + c1(x – a)2 + … + cn(x – a)n + … = cn(x – a)n Se x é um determinado número, a série de potências acima se transforma em uma série infinita de termos constantes. Um caso especial da série acima é obtido quando a = 0. Além das séries de potências em (x – a) e x, existem séries da forma cn[f(x)]n = c0 + c1f(x) + c2[f(x)]2 + … + cn[f(x)]n + … Sendo f(x) é uma função de x. Para cada valor de x, em relação ao qual a série de potências converge, a série representa o número que é a soma da série. Desse modo, pode-se considerar que uma série de potências representa uma função f (x) f (x) = cnxn Que tem como domínio todos os valores de x para os quais a série acima é convergente. Exemplo 1 Encontre os valores de x para os quais a série de potências é convergente. Para a série dada sequencias_numericas_e_series.indb 85 14/01/15 11:16 Universidade do Sul de Santa Catarina 86 Assim, usando o teste da razão A série de potências é convergente quando E divergente quando Quando | x | = , o teste da razão falha. Neste caso, a série de potências será 1 – + – + … + (–1)n+1 + …, que é convergente. Quando | x | = – , a série será divergente (verifique). Portanto, a série de potências dada é convergente quando – < x ≤ . Exemplo 2 Encontre os valores de x para os quais a série de potências é convergente. Usando o teste da razão Desse modo, a série de potências é absolutamente convergente para todos os valores de x. sequencias_numericas_e_series.indb 86 14/01/15 11:16 Seqüências Numéricas e Séries 87Unidade 4 Exemplo 3 Encontre os valores de x para os quais a série de potências n!xn é convergente. Usando o teste da razão , que diverge para qualquer valor de x, exceto x = 0. Desse modo, a série converge apenas para x = 0. Teorema Seja cnxn uma série de potências dada. Então, uma dessas condições é válida: i) a série converge somente quando x = 0; ii) a série é absolutamente convergente para todos os valores de x; iii) existe um número R > 0, tal que a série seja absolutamente convergente para todos os valores de x, para os quais | x | < R, e seja divergente para todos os valores de x, para os quais | x | > R. O conjunto de todos os valores de x, para os quais uma dada série de potências é convergente, é chamado intervalo de convergência da série. O número R da condição (iii) do teorema anterior é chamado raio de convergência. Se a condição (i) é válida R = 0. Se a condição (ii) é válida R = +∞. No exemplo 1, o raio de convergência é R = , e o intervalo de convergência é (– , ]. Já no exemplo 2, R = +∞, e o intervalo de convergência é (–∞,+∞). Conforme comentado anteriormente, uma série de potências define uma função, tendo o intervalo de convergência como seu domínio. sequencias_numericas_e_series.indb 87 14/01/15 11:16 Universidade do Sul de Santa Catarina 88 Exemplo 4 Determine o intervalo de convergência da série de potências abaixo: n(x – 2)n. Aplicando o teste da razão A série é absolutamente convergente se |x – 2| < 1, ou seja, se 1 < x < 3. Quando x = 1 ou x = 3, a série é divergente (verifique). Logo, o intervalo de convergência da série é (1, 3). Seção 2 – Série de Taylor Considere a função f(x) expressa por meio da série de potências f (x) = an(x – a)n = a0 + a1(x – a) + a2(x – a)2 + … + an(x – a)n + … Com um raio de convergência positivo. Fazendo a derivada termo a termo da função, encontra-se f '(x) = a1 + 2a2(x – a) + 3a3(x – a)2 + … + nan(x – a)n–1 + … f ''(x) = 1.2.a2 + 2.3.a3(x – a) + … + (n – 1).n.an(x – a)n–2 + … f '''(x) = 1.2.3.a3 + 2.3.4.a4(x – a) + … + (n – 2).(n – 1).n.an(x – a)n–3 + … Desse modo, a derivada de enésima ordem pode ser escrita da forma f (n)(x) = n!an + uma soma de termos com fator (x – a) sequencias_numericas_e_series.indb 88 14/01/15 11:16 Seqüências Numéricas e Séries 89Unidade 4 Para x =a, pode-se escrever f (a) = a0 f (a) = 1.a1 f (a) = 1.2.a2 f (a) = 1.2.3.a3 f (n)(a) = n!an O enésimo coeficiente desta série será Logo, se a função f (x) tiver uma representação em série ela será Pode-se, assim, definir a série de Taylor gerada por f (x) em x = a Se essa série for gerada em x = 0,
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