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5. Sociologia da aplicação do Direito (itens 1, 2 e 3)

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Lição 10 de SABADELL – Sociologia da aplicação do Direito (itens 1, 2 e 3)
INTRODUÇÃO
	A autora parte da premissa de que a maior parte daqueles que cometem furto nunca é penalmente perseguida ou punida e que a aplicação da sanção penal depende das pessoas que possuem a competência para aplicá-la. Afinal, quem são os operadores do direito?
	Relata, ainda, que de acordo com pesquisas de opinião, as pessoas que tem a menor renda e a menor escolaridade são as que menos acreditam no Judiciário brasileiro.
	E finaliza: “Por estas razões, a sociologia jurídica mostra um interesse particular pelo modo de atuação dos operadores do direito e pelas opiniões da população sobre o direito, tentando melhor conhecer a vida jurídica real, ou seja, os mecanismos e os problemas de aplicação do direito na prática.”
OPERADORES DO DIREITO
MAGISTRATURA
Os juízes são encarregados de “dizer o direito” e tem a última palavra num conflito jurídico. Por isso, segundo a autora, possuem diversas garantias pessoais e um sistema de alta remuneração. Sua posição pode ser resumida nos seguintes aspectos:
Garantias pessoais para evitar pressões e garantir a neutralidade das decisões, como independência pessoal e funcional;
Dependência absoluta da CF e das normas inferiores;
Princípio da indeclinabilidade da função de julgar.
A sociologia se interessa pela (1) frequência do poder discricionário e o modo como os juízes o exercem e (2) pelas causas da liberdade que os juízes tomam diante da lei.
PERFIL DA MAGISTRATURA
	Pesquisas foram realizadas acerca dos seus comportamentos e mentalidades, acerca da “justiça de classe”, visando combater o mito da neutralidade, as quais concluíram que Juízes são “homens, classes alta e média, filhos de funcionários públicos” e que adotavam políticas conservadoras.
	Segundo SABADELL, “isto não significa que as sentenças dos magistrados sejam obrigatoriamente “de classe”, parciais e discriminadoras”. Porém, indica que não pode ser excluída a eventualidade de uma atuação pouco conforme com a imagem do juiz neutro diante dos conflitos sociais.”Sua crítica, no entanto, é feita de modo a resumir a pesquisa a um estudo sociológico sobre a profissão, não contribuindo efetivamente a sociologia jurídica”. Com isso, a autora introduz o novo ponto de seu texto, em que aborda pesquisas que julga de maior importância para a sociologia jurídica.
SOCIOLOGIA DA ATIVIDADE SOCIAL
	Essa nova abordagem sai da análise da magistratura e vai para a análise de processos judiciais. A pesquisa indica que a atividade profissional da magistratura é influenciada por uma série de variáveis, tais como:
Posição de classe
Opinião política
Socialização especificamente jurídica
BOAVENTURA: “quanto mais caracterizadamente uma lei protege os interesses populares e emergentes, maior é a probabilidade dela não ser aplicada.”
Sabadell afirma que “nenhum sociólogo do direito coloca, porém, em dúvida que os juízes, enquanto grupo social, não se limitam à aplicação fiel da lei, mas que fatores extrajurídicos entrem no direito por meio da discricionariedade do magistrado.”
*Ministério Público
ADVOCACIA
	Pesquisas semelhantes foram realizadas com outros profissionais, como os advogados e tabeliães. Constata-se que a advocacia é atividade de interesse público e, ao mesmo tempo, profissão liberal, voltada ao lucro e que, diferentemente de outras profissões também consideradas de “elite”, apresenta o profissional em constante conflito com pessoas e grupos, em situação de contínua tensão. Permeáveis aos interesses econômicos, coexistem diversos modelos de advocacia, como o advogado especialista, o assalariado, etc. Na prática, corresponde pouco à imagem do grande orador no tribunal do júri, já que a maior parte do trabalho é voltada à arbitragem e conciliação, é repetitivo, é gerir interesses econômicos de outros e não atuar em grandes causas.
	Qual a função do advogado na aplicação do direito?
	Qual a origem social e a renda desses profissionais? (advogados estrelas, advogados pobres, advogados intermediários)
POLÍCIA
	Grupo numeroso. De sua atuação, depende o modo e a direção da aplicação e o grau de eficácia do direito, sobretudo na área penal. Como se orienta a polícia? Quais os delitos mais perseguidos? Quais são suas áreas de atuação?
	Segundo Sabadell, os policiais, exceto delegados, não apresentam semelhanças com os outros grupos de operadores jurídicos (como juízes e advogado), provindo da classe trabalhadora e média-baixa, e tem treinamento semelhante aos dos militares, inclusive com referências políticas a uma “guerra contra o crime”.
	Em países mais desenvolvidos, a autora refere que o perfil do policial se assemelha a um técnico de segurança, com treinamento para resolução de conflitos sociais. Em países menos desenvolvidos, no entanto, a polícia é mais repressiva e tem como principais problemas o uso da violência letal nos confrontos com civis, dos métodos violentos nos interrogatórios policiais e a corrupção de seus integrantes.
	Outro elemento apontado é o de que há preconceito policial em face da população de baixa renda e das minorias étnicas, culminando em forte SELETIVIDADE SOCIAL. Há, também, o ESPÍRITO DE CORPO (solidariedade), que levaria a uma limitação do círculo social dos policiais. Dentre outras características apontadas pela autora como particulares da profissão policiais, temos o CARATER AUTORITÁRIO, a ASTÚCIA, o CONSERVADORISMO, o EXTREMO MORALISMO e a PROXIMIDADE CULTURAL COM A MARGINALIDADE.
	A autora relata que a opinião pública é AMBIVALENTE a respeito da polícia. 
Aprovam a violência, a tortura de suspeitos, mesmo que isso implique em ilegalidade e violação dos direitos fundamentais. Ao mesmo tempo, os abusos policiais são temidos.
	Por fim, as pesquisas, segundo SABADELL, apontam que a polícia aplica o direito de forma DISCRICIONÁRIA (policiamento comunitário, que, segundo estudos, tem como objetivos atuais combater a criminalidade de rua e oferecer segurança à classe média).
ACESSO À JUSTIÇA
Acesso formal – ok, está na CF.
Acesso efetivo – possibilidade real de pedir proteção judiciária. Quais são as barreiras? Barreiras econômicas, sociais (falta de confiança), pessoais (desconhecimento) e jurídicas (distância, demora).
TENTATIVAS DE REFORMA
° assistência judiciária
° procedimentos alternativos para a solução de conflitos
° reforço de pessoal – reforma do direito processual
° seguros jurídicos
A PROBLEMÁTICA DA JUSTIÇA RESTAURATIVA.
INICIATIVAS DE REFORMA: ampliação da defensoria, juizados (têm crítica), juizados itinerantes.
PERGUNTAS:
No que consiste o “mito da neutralidade”?
O que é discricionariedade do juiz?
Sobre a imagem construída pelas pesquisas indicadas por Sabadell a respeito do advogado, o que se pode concluir?
Sobre as pesquisas sociológicas da polícia, relatadas pela autora: você considera que elas estão de acordo com a realidade ou não? Fundamente.
O que é policiamento comunitário?
Descreva as barreiras para o acesso material à justiça. 
Explique como funciona pelo menos uma das tentativas de reforma ao problema do acesso desigual à justiça, descritas pela autora.
No que consiste a justiça restaurativa?

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