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Trabalho Individual Administração 1º e 2º

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Marabá - PA 
2015 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLEBERSON SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO 
BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO 
 
FORDISMO ALÉM DA INDÚSTRIA: 
As mudanças provocadas na produção 
em massa para as flexíveis 
 
Marabá - PA 
2015 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORDISMO ALÉM DA INDÚSTRIA: 
As mudanças provocadas na produção 
em massa para as flexíveis 
 
Trabalho de administração apresentado à Universidade 
Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para 
a obtenção de média bimestral na disciplina de ......... 
 
Orientador: Prof. 
 
CLEBERSON SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 3 
 
2 DESENVOLVIMENTO ............................................................................................. 4 
2.1 REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA ....................... Erro! Indicador não definido. 
2.1.1 AS TRANSFORMAÇÕES ................................... Erro! Indicador não definido. 
2.1.1.1 MODELO DE PRODUÇÃO FORDISTA ........... Erro! Indicador não definido. 
 
4 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 4 
 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 12 
 
 3 
1 INTRODUÇÃO 
A atual dinâmica do capitalismo contemporâneo vem trazendo 
grandes mudanças para as cidades e para as economias nacionais. A globalização 
econômica trouxe uma nova realidade para os países: o conceito de Estado-Nação 
vem perdendo força. Ou seja, o intercâmbio econômico e social são a tônica desse 
final de centúria. 
 Os mercados financeiros, a informação e as transnacionais, 
entre outros fatores, cumprem um papel preponderante na globalização: o mundo é 
considerado uno. As novas tecnologias também afetam as esferas econômicas e 
sociais; o desemprego, a desindustrialização e a reorganização industrial, chamam a 
atenção dos estudiosos. 
Não é de hoje que essas mudanças na economia vem sofrendo 
mudanças, pois o “fordismo” e suas revoluções também passaram por esse 
processo de mudanças iniciadas pelo “pós-fordismo” deixando a produção em 
massa para a produção flexível. O trabalho abaixo expressa esse processo de 
transação e transformação e suas consequências como o desemprego e o trabalho 
informal. Veremos também que as características do “fordismo” passam a ser 
verificadas, no mercado de trabalho atual, no setor de serviços e no setor informal da 
economia. 
 
 
 
 4 
2 DESENVOLVIMENTO 
No início do seculo XX surgiu uma nova dinâmica capitalista, 
desenvolveu–se a produção em massa, com enormes fábricas, que produziam de 
tudo, a custo baixo para uma grande massa de consumidores. Era uma época de 
emprego, aumento de renda, direitos sociais e consumo para a classe trabalhadora. 
Mas essa dinâmica só se tornou possível a partir de novas estratégias para controlar 
os trabalhadores e assegurar a produção e o consumo das mercadorias. Novos 
mecanismos de controle dos trabalhadores foram criados para a maximização da 
produção e do lucro impulsionado pelo advento da sociedade de massas. O que 
começou a se difundir foi a teoria de Frederic Taylor, engenheiro norte-americano, 
conhecido como o pai da administração científica, que procurou racionalizar o 
controle do tempo e do espaço dentro da fábrica. Taylor a partir da observação 
direta percebeu, no final do século XIX, que os trabalhadores eram indolentes e 
faziam corpo mole, e que poderiam produzir muito mais do que produziam. Com 
isso ele demonstrou que seria possível dividir as funções e disciplinar o trabalhador. 
Para se obter um maior controle do operário ele criou uma burocracia de 
supervisores, gerentes e chefes que passariam a controlar a execução das tarefas. 
Alguns anos depois o industrial Henry Ford procurou aperfeiçoar as ideias de 
Friderich Taylor. Ele criou a linha de montagem e os processos de trabalho foram 
semi-automatizados. A criação da linha de montagem levou a uma maior produção 
em menos tempo. Todo movimento inútil foi eliminado e toda produção foi 
racionalizada. O grande objetivo de Ford era a produção em série de carros modelo 
T para o consumo em massa. Em 1912 um único carro era produzido em 12 horas, 
em 1913 sua fabricação foi reduzida para 1 hora e 33 minutos. Já em 1920 um carro 
era produzido em 24 segundos. Ford previu que um dia toda família possuiria um 
carro e ele estava certo. Seu carro custava apenas 295 dólares e em 1924 ele 
vendeu dez milhões de automóveis. Ele também instituiu o trabalho de oito horas e 
pagava 5 dólares por dia de trabalho. Com isso, o operário tinha mais espaço para 
a família e para o lazer. 
Não há dúvida de que com o taylorismo e o fordismo houve um 
grande avanço no capitalismo industrial, uma vez que permitiu consideravelmente 
aumentar a produtividade, reduzindo os custos de produção e baixando os preços 
das mercadorias, com aumento significativo dos lucros dos capitalistas, assim como 
 5 
um maior bem estar dos trabalhadores. 
“O padrão de produção fordista, embora não tenha se implantado 
igualmente em todos os países industrializados, tornou-se referência ao 
longo do século XX, como modelo mais adaptado à produção em massa e a 
esta nova fase do processo de acumulação capitalista” (RAMALHO, 2010, 
p. 88). 
2.1 O MODELO FORDISTA 
Contudo, o modelo fordista começou a declinar no começo da 
década de 70. Naquela época houve a desregulamentação do sistema monetário 
internacional. A moeda norte-americana que era referência para o comércio das 
economias do ocidente começou a declinar. Os mercados internos na Europa e no 
Japão estavam saturados. Houve a diminuição das taxas de lucros decorrente do 
excesso de produção e esgotamento da acumulação fordista. Para aumentar a 
recessão veio a crise do petróleo que teve seus preços triplicados no mercado 
internacional, encarecendo a energia e prejudicando, principalmente, as indústrias 
de siderurgia, construção naval e de química pesada. Para complicar a crise, os 
países da América Latina substituíram suas políticas de importação por grandes 
indústrias multinacionais, com grande demanda de mão de obra barata. A partir 
disso, a competição internacional se intensificou e a hegemonia dos Estados Unidos 
começou a cair. 
Tornou-se evidente que o fordismo juntamente com o estado de 
bem-estar social (Welfare State) não podiam mais resolver as contradições do 
capitalismo.David Harvey (1993) mostrou em seu livro “A condição pós-moderna” 
que a crise da década de 70 podia ser mais bem apreendida por uma palavra: 
rigidez. O problema da rigidez se deu não só nos investimentos de capital fixo 
investido em produção em massa, que impediam a flexibilidade de planejamento, 
assim como na rigidez dos mercados, na alocação e nos contratos de trabalho. Toda 
tentativa para superar essa rigidez era barrada por greves trabalhistas. Com a crise, 
os compromissos do Estado se intensificaram cada vez mais com programas 
assistenciais, mas Welfare State não conseguia dar conta de suas demandas. 
Naquela época as grandes indústrias se viram com um excedente de produção, 
assim como fábricas e equipamentos ociosos num mercado cada vez mais 
competitivo. Era uma época de recessão e agravamento da inflação, ou seja, de 
 6estagnação da produção de bens e alta inflação de preços. Foi a partir daí que o 
sistema capitalista entrou em um novo ciclo de reestruturação do capital. Começou 
um período de racionalização e intensificação do controle do trabalho. A mudança 
tecnológica, a automação, a busca de novos produtos e novos mercados, as fusões 
de empresas, a busca de novos locais onde a mão de obra era barata tornaram-se 
necessárias para as grandes corporações. Harvey (1993) chamou essa nova 
reestruturação do capital de “acumulação flexível”. 
“(…) se apoia na flexibilidade dos processos de trabalho, dos mercados de 
trabalho, dos produtos e padrões de consumo. Caracteriza-se pelo 
surgimento de setores de produção inteiramente novos, novas maneiras de 
fornecimento de serviços financeiros, novos mercados e, sobretudo, taxas 
altamente intensificadas de inovação comercial, tecnológica e 
organizacional” (HARVEY, 1993, p. 140). 
2.1.1 A REESTRUTURAÇÃO 
A reestruturação produtiva também introduziu novas técnicas 
gerenciais e administrativas. Em contraste com a rigidez do fordismo, foi criada no 
Japão, na empresa Toyota, um novo método que se mundializou: a produção 
flexível. Esse método associava uso intensivo da tecnologia, terceirização e 
flexibilidade na produção. Em vez da produção em larga escala criou-se a produção 
em pequenos lotes e com produtos variados. Os grandes estoques comuns à 
produção fordista deixaram de existir. Surgiu o trabalho por encomenda produzido 
na hora certa (Just in time). A empresa produzia somente o necessário de acordo 
com a demanda do mercado. Uma grande parte da produção era terceirizada vinda 
de produtores e fornecedores que eram responsáveis por sua fabricação. A 
terceirização eliminou setores da fábrica como ajudou a diminuir os trabalhadores e 
foi indispensável para reduzir custos numa época de crise. Outra característica 
importante foi o uso de alta tecnologia e de funcionários multifuncionais para 
produzir produtos com qualidade total. Se o trabalhador na linha de produção 
fordista fazia um trabalho repetitivo, mecânico e especializado, no toyotismo o 
trabalhador era polivalente, com múltiplas habilidades e competências. Para criar 
funcionários multifuncionais o Japão investiu maciçamente em educação e as 
empresas investiam na qualificação dos seus funcionários. 
Se na organização fordista o modelo de gestão é verticalizado, pois 
a administração tem o controle de todos os setores e departamentos, no toyotista o 
 7 
modelo de gestão é organizado de forma horizontal uma vez que os trabalhadores 
têm maior participação no controle da produção como no processo de gestão dos 
grupos de trabalho. 
“as empresas buscaram eliminar camadas de burocracia, tornar-se 
organizações mais planas e flexíveis. Em vez das organizações tipo 
pirâmide, a administração quer agora pensar nas organizações como redes 
(…)” (SENNETT, 2009, p.23). 
Se a reestruturação produtiva foi boa para as empresas, não foi para 
o trabalhador. Essa revolução teve grandes consequências para o mercado de 
trabalho. A reestruturação produtiva causou a desregulamentação das relações de 
trabalho aumentando o desemprego, fomentando o trabalho informal e fazendo 
surgir relações precárias de trabalho: trabalho temporário, jornada parcial, 
terceirização, subcontratação, etc. 
“Diante da forte volatilidade do mercado, do aumento da competição e do 
estreitamento das margens de lucro, os patrões tiraram proveito do 
enfraquecimento do poder sindical e da grande quantidade de mão de obra 
excedente (desempregados ou subempregados) para impor regimes de 
contrato mais flexíveis (…). Mais importante do que isso é a aparente 
redução do emprego regular em favor do crescente uso do trabalho em 
tempo parcial, temporário ou subcontratado” (HARVEY, 1993, p.143). 
2.1.1.1 SOCIEDADE PÓS-INDUSTRIAL 
Flexível Com a acumulação flexível nós entramos na era da 
sociedade pós-industrial. A sociedade industrial surgiu, grosso modo, na segunda 
metade do século XVIII e se estendeu até a primeira metade do século XX. Com o 
desenvolvimento das novas tecnologias da informação, da microeletrônica, da 
robotização e da inteligência artificial surgiu a partir da segunda metade do século 
XX a sociedade pós-industrial. Esta sociedade não se fundamenta mais na produção 
agrícola (setor primário), nem na industrial (setor secundário), mas sim no setor de 
serviços (setor terciário), que compreende as atividades como comércio, informática, 
telecomunicações, educação, saúde e turismo. 
O surgimento do setor de serviços e de terceirização abriu grandes 
oportunidades para os pequenos negócios. A produção doméstica e familiar que 
existia na época da revolução industrial começou a voltar como consequência da 
reestruturação produtiva. Para Harvey (1998) ela começou a retornar não como algo 
 8 
periférico, mas como peça central da nova organização industrial. Hoje uma grande 
parte dos serviços terceirizados é feito em domicílios familiares ou pequenas 
oficinas. Também se tornou comum por parte das grandes empresas empregarem 
trabalhadores “informais” e “subterrâneos” sem direitos trabalhistas, que prestam 
serviços em casa. Esse tipo de contratação é bastante comum entre os imigrantes 
como filipinos e vietnamitas em Los Angeles, Bolivianos em São Paulo e indianos 
em Londres. 
Segundo o sociólogo especialista em relações do trabalho, José 
Pastore (2008), ainda hoje o mundo do trabalho passa por uma enorme revolução. 
Ele afirma que essa revolução é devida a um profundo processo de mutação pelo 
qual passam as empresas. Muitas se fundem. Outras se subdividem. Várias entram 
em ramos novos. Inúmeras adotam novas tecnologias e novos modos de produzir e 
vender. Pastore refere-se a sua infância para exemplificar as grandes mudanças que 
sofreram as indústrias nos últimos anos. A “General Motors”, por exemplo, ganhava 
dinheiro vendendo automóveis. 
Hoje essa empresa gera uma colossal receita, através de seus 
bancos, emprestando dinheiro. A “General Electric” construiu um império mundial 
vendendo turbinas de avião e tomógrafos para hospitais. Hoje ela dá assistência 
técnica às turbinas e aos tomógrafos. É uma indústria que fatura prestando serviços. 
O “McDonald´s”, conhecida pelos bilhões de sanduíches que serve, partiu para o 
ramo hoteleiro usando o seu famoso nome nos campos da presteza, higiene e 
automação. Seus hotéis se destinam a executivos que são hóspedes exigentes 
nesses três quesitos. Nos dias atuais, já não se sabe a que setor uma empresa 
pertence. Há indústrias que entram no campo dos serviços. Outras entram no campo 
das finanças. Da mesma forma, há empresas do comércio que passam a fazer 
trabalhos industriais como é o caso da papelaria que, ao adquirir uma máquina 
Xerox e um computador, passa a funcionar como gráfica. 
O grande problema da reestruturação produtiva são as graves 
consequências para os trabalhadores e governos. O desemprego, as relações 
precária de trabalho, o trabalho informal, a enorme exigência de qualificação do 
trabalhador, o enfraquecimento dos sindicatos e das organizações dos trabalhadores 
são alguns deles. Com a dispersão do trabalhador em empreendimentos 
domésticos, assim como serviços temporários e subcontratados, tornou quase 
impossível à organização da classe trabalhadora. A desestruturação do mercado de 
 9 
trabalha não só diminui o poder de reivindicação do trabalhador, mas também 
desestruturou famílias, produziu insegurança, e ainda tem gerado problemas sociais, 
como miséria, fome e violência. 
No modelo de produção fordista o trabalhador é um simples executor 
de tarefas. Ele executa tarefas simples, parceladas e repetitivas. Geralmente era 
treinadoem um serviço especializado numa determinada etapa da produção. As 
tarefas eram planejadas e a quantidade de produção era fixada pela administração. 
Nesse modelo não se necessitava de homens com sólida formação ou grandes 
competências, com exceção da administração, que fazia o trabalho intelectual. Os 
funcionários eram escolhidos de acordo com suas aptidões. As qualidades 
normalmente esperadas pela empresa eram força física, percepção aguçada, 
disciplina e obediência. O trabalhador não precisava ser inteligente ou criativo, mas 
precisava ser pontual, disciplinado e serviente. A grande consequência disso era o 
embrutecimento, a despersonalização e alienação dos indivíduos, que interiormente 
se sentiam insatisfeitos, tediados e frustrados devido a um trabalho mecânico e 
repetitivo. 
“A rotina parecia, em todos esses cenários de trabalho, pessoalmente 
degradante, uma fonte de ignorância mental — e ignorância de um 
determinado tipo. O presente imediato pode ser bastante claro, quando um 
trabalhador maneja a mesma alavanca ou manivela horas a fio. O que falta 
ao trabalhador da rotina é qualquer visão mais ampla de um futuro diferente, 
ou o conhecimento de como fazer a mudança” (SENNETT, 2009, p.49). 
Com o advento do sistema de produção flexível o perfil do 
trabalhador se modificou. Ele se tornou multifuncional e polivalente, com uma visão 
mais ampla dos vários processos de trabalho, participando e envolvendo-se em 
todas as etapas da produção. A execução de tarefas repetitivas, simplificadas e 
fragmentadas deixou de existir. Também deixou de existir a separação entre o 
trabalho físico e o intelectual. O que começou a se valorizar foi a subjetividade do 
trabalhador. Devido a uma maior automação e complexidade da produção o 
trabalhador tornou-se mais criativo, inteligente, versátil e crítico. Exige-se dele a 
capacidade de mobilizar saberes, conhecimentos e esquemas mentais para resolver 
problemas. Dessa forma ele deve ter conhecimentos, competências e habilidades 
diversificadas, e uma sólida formação profissional e cultural. O trabalho sendo feito 
em equipes multifuncionais de cooperação mútua propicia uma maior autonomia 
para tomada de decisões. 
 10 
3 CONCLUSÃO 
Hoje vivemos em uma época onde o cenário econômico e 
empresarial está cada vez mais acirrado, onde as empresas são cada vez mais 
competitivas. Com as novas tecnologias e a exigência de maior criatividade e 
inteligência no ambiente de trabalho, os indivíduos tornaram-se a pedra angular da 
reestruturação produtiva. Nesse contexto, as empresas não só buscam uma maior 
automação da produção, mas também procuram funcionários mais qualificados. O 
trabalhador com maior formação torna o trabalho mais eficaz e produtivo, pois 
através de suas atitudes, conhecimentos e habilidades ele sabe pensar e agir 
melhor. 
 Segundo Pastore (2009) a procura por pessoas altamente 
qualificadas decorre da própria dinâmica da economia moderna. A economia 
moderna se baseia em métodos de produção e venda que requerem um bom 
domínio de novas máquinas e equipamentos assim como de uma visão ampla de 
processos produtivos que se tornam cada vez mais dependentes de inovações 
tecnológicas e um ajuste adequado à questão ambiental. Nos últimos tempos, as 
novas máquinas e equipamentos tornaram-se sofisticados, inteligentes e baratos. O 
uso de sua plena potencialidade, porém, depende da capacidade dos operadores – 
os seres humanos. Para tanto, não basta ser adestrado. É preciso ser educado -, e 
bem educado. 
 Com as novas tecnologias o trabalho em nossa época tornou-
se mais intelectual e criativo. Nessa nova dinâmica do capital, o papel do 
trabalhador é produzir ideias, resolver problemas e criar soluções. Esse é o novo 
paradigma para se pensar o trabalho no século XXI. O trabalho mecânico e repetitivo 
está sendo abolido e sendo substituído pelo trabalho lúdico, intelectual, criativo. O 
trabalhador de hoje deve saber mobilizar esquemas mentais e conhecimentos para 
resolver problemas, analisar situações e fazer diagnósticos, trabalhar em equipe e 
saber proceder e agir com criatividade em qualquer situação. Mas sua principal 
competência deve ser a de aprender continuamente. O sociólogo italiano Domenico 
Masi especialista no assunto ilustra bem como será o trabalho no século XXI: “o 
trabalho braçal a máquina faz; o mental o computador realiza; ao ser humano cabe 
ter ideias e ser criativo”. 
 11 
 Num futuro bem próximo o termo “home Office” deve tornar-se 
uma palavra bastante comum. Trabalhar em casa com um computador deve ser o 
ambiente de criação e produção. Segundo Pastore (2007), os serviços que mais se 
expandem são os de economia intangível, que dependem muito mais do talento 
intelectual do que da força física. É intangível, pois os papéis exercidos pelos 
empregados e empregadores não são claramente divididos e identificáveis. Essa é 
uma tendência no mundo todo, os profissionais de hoje empenham-se em atividades 
especializadas e atuam como pessoas jurídicas. Hoje se trabalha como cooperado, 
por projeto, à distância, como free lancer, intermitente, colaborativo, etc. 
 No mercado de trabalho não há mais lugar para quem não sabe 
pensar, para quem não gosta de aprender e estar constantemente atualizado, e para 
quem não tem flexibilidade para se adaptar a um ambiente em constante mudança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 12 
REFERÊNCIAS 
SOBRENOME, Nome do autor. Título da obra. Edição. Cidade: Editora, Ano de 
Publicação. 
AAKER, David Austin. Criando e administrando marcas de sucesso. São Paulo: 
Futura, 1996. 
ALVES, Maria Leila. O papel equalizador do regime de colaboração estado-
município na política de alfabetização. 1990. 283 f. Dissertação (Mestrado em 
Educação) - Universidade de Campinas, Campinas, 1990. Disponível em: 
<http://www.inep.gov.br/cibec/bbe-online/>. Acesso em: 28 set. 2001. 
BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho. Texto do Decreto-Lei n.º 5.452, de 1 
de maio de 1943, atualizado até a Lei n.º 9.756, de 17 de dezembro de 1998. 25 ed. 
atual. e aum. São Paulo: Saraiva, 1999. 
CARVALHO, Maria Cecília Maringoni de (Org.). Construindo o saber: metodologia 
cientifica, fundamentos e técnicas. 5. ed. São Paulo: Papirus, 1995. 175 p. 
CURITIBA. Secretaria da Justiça. Relatório de atividades. Curitiba, 2004. 
DEMO, Pedro. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 1999. 
______. Pesquisa: princípio científico e educativo. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2000. 
MAINGUENEAU, Dominique. Elementos de lingüística para o texto literário. São 
Paulo: Martins Fontes, 1996. 
RAMPAZZO, Lino. Metodologia científica: para alunos dos cursos de graduação e 
pós-graduação. São Paulo: Stiliano, 1998. 
REIS, José Luís. O marketing personalizado e as tecnologias de Informação. 
Lisboa: Centro Atlântico, 2000. 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Biblioteca Central. Normas para 
apresentação de trabalhos. 2. ed. Curitiba: UFPR, 1992. v. 2.

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