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Hermenêutica e Interpretação Constitucional_ métodos e princípios - Cola da Web

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10/04/2015 Hermenêutica e Interpretação Constitucional: métodos e princípios ­ Cola da Web
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coladaweb.com http://www.coladaweb.com/direito/hermeneutica­e­interpretacao­constitucional­metodos­e­principios
Hermenêutica e Interpretação Constitucional: métodos e
princípios
1) CONCEITOS
O QUE É HERMENÊUTICA? É o exame do saber sobre os pressupostos, a metodologia e a interpretação
do direito. Esta ligada à mitologia greco­latina. O Deus Hermes era um mensageiro dos deuses, era a
divindade incumbida de levar a mensagem dos homens aos deuses e a mensagem dos deuses aos
homens. A interpretação em geral, e a interpretação jurídica, é uma atividade de mediação comunicativa,
que é muito importante o estudo que vamos desenvolver.
Em qualquer campo da hermenêutica, esse exame será uma forma de comunicação mediativa. O intérprete
do direito mediará a relação que existe entre o sistema jurídico e a sociedade. A lei não fala, o intérprete é
que faz a lei falar, sendo portando uma espécie de “médium”.
A hermenêutica constitucional será entendida como o saber que se propõe a estudar os princípios, os fatos,
e compreender os institutos da Constituição para colocá­la diante da sociedade. O poder constituinte é o
responsável pela criação da Constituição. O poder constituinte pode ser visualizado como um emissor de
uma mensagem, ou conjunto de mensagens (Constituição) normativas, que organizam o Estado e definem
os direitos fundamentais. Noutro pólo da relação comunicativa, podemos colocar a sociedade/comunidade
jurídica que seria a receptora desse conjunto de mensagens normativas, estabelecendo aqui a RELAÇÃO
COMUNICATIVA. A interpretação constitucional, feita pelos intérpretes da Constituição, vem mediar a
relação comunicativa entre os dois pólos ⇒ Relação circular ⇒ circularidade hermenêutica. Isso faz com
a Constituição se concretize no âmbito da sociedade.
A hermenêutica constitucional é guiada por métodos. Dentro da teoria do conhecimento o método é a forma
de ser alcançar o conhecimento. Uma polêmica desde já instaurada é aquela relativa à existência de
métodos próprios (constitucionais) para essa análise, ou se esses métodos podem ser os mesmos
utilizados pela hermenêutica jurídica. Para o professor Ricardo Maurício Freire Soares1, podemos afirmar
que a interpretação é específica para a Constituição, que os métodos utilizados são específicos, podendo
utilizar os métodos clássicos observando­se aqueles. 
2) MÉTODOS DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL
• MÉTODOS CLÁSSICOS ⇒ esses métodos foram legados por Savigny (que foi um grande jurista Alemão
do século XIX) – segundo esse método foi sistematizado os métodos abaixo descritos, os quais não são
excludentes; para que uma interpretação seja bem feita, é necessário que esses métodos sejam
sincretizados para se poder delimitar o sentido e o alcance das normas constitucionais:
­ Método Gramatical – consiste na busca do sentido literal ou textual da norma constitucional. Esse método
hoje na hermenêutica jurídica e constitucional deve ser apenas o ponto de partida no momento da
interpretação de uma norma, porque muitas vezes interpretando ao pé da letra, podemos chegar a soluções
hermenêuticas injustas (dura lex, sed lex);
­ Método Sistemático – é aquela interpretação que busca correlacionar todos os dispositivos normativos de
uma Constituição, pois só conseguiremos elucidar a interpretação a partir do conhecimento do todo, não
podemos interpretar a Constituição em “tiras” e sim como um todo. Hans KELSEN tem a visão do sistema
jurídico que seria naturalmente uma pirâmide normativa, na qual temos no topo a Constituição, abaixo vêm
10/04/2015 Hermenêutica e Interpretação Constitucional: métodos e princípios ­ Cola da Web
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a legislação, logo abaixo os atos administrativos, e posteriormente os contratos e decisões. Todos esses
componentes da pirâmide tem que ser interpretados juntamente com a Constituição, todas as normas
jurídicas devem ser lidas e relidas através da Constituição, sendo denominado de FILTRAGEM
HERMENÊUTICA – para o neoconstitucionalismo. A nossa CF/88 foi inspirada na Constituição Portuguesa
de 1976 – J.J. CANOTILHO.
­ Método Histórico – consiste na busca dos antecedentes remotos e imediatos que interferiram no processo
de interpretação constitucional. Para entendermos o sentido atual precisamos entender o “passado” desses
institutos. Ex: se eu desejasse interpretar a CF/88 utilizando o método histórico e buscando um antecedente
histórico, eu poderia buscar na Constituição de 1824, 1946, 1967 etc., pois estudando essa evolução,
chegaríamos ao entendimento de como chegamos à Constituição atual. Poderíamos também estudar os
trabalhos da constituinte de 1987. A CF/88 muitas vezes procura atrelar valores antagônicos, pois em 1987
o mundo ainda era bipolar, via a dicotomia socialismo X capitalismo. Essa dicotomia se concretizou no texto
da Carta Magna de 1988. Outro exemplo da interpretação histórica é a existência de tantas normas de
aplicabilidade limitada, cuja produção de seus amplos efeitos demanda a produção ou criação ulterior de
legislação infraconstitucional. Esse método nos permite entender porque a CF/88 é prolixa, pois a
constituinte de 1987 foi realizada durante um processo de redemocratização de mais de 30 anos de
ditadura e havia na sociedade um grande anseio de positivar direitos na Constituição como forma de
protegê­los, chegando a prever algumas coisas que não necessitavam estar ali, como exemplo, o artigo que
fala do Colégio Pedro II que pertence à ordem federal.
­ Método Sociológico – busca adaptar a Constituição à realidade social. Desenvolveu­se no final do século
XIX com o surgimento da sociologia. No campo da interpretação constitucional o método sociológico busca
a efetividade, a eficácia social para que não se abra um abismo entre a norma e conjunto dos fatos sociais.
O conceito de KELSEN passa a ser revisto, pois as mudanças na sociedade passam a ser observadas. Um
exemplo disso é a norma que fala que o salário mínimo deve prover as necessidades básicas; essa norma
poderia ser considerada inconstitucional no âmbito da interpretação sociológica, pois não disse quanto é o
valor desse salário, e evidentemente que hoje temos normas regulando o valor do salário, o qual não
consegue cumprir esse preceito de atender a TODAS as necessidades básicas.
­ Método Teleológico ou finalista – busca realizar a finalidade das normas constitucionais, muitas vezes
superando a realidade descrita na norma. A interpretação teleológica se desenvolve sobre tudo sobre os
princípios constitucionais Ex: no sentido da expressão “casa” para a inviolabilidade do domicílio, pode ser
estendida a qualquer domicílio, inclusive profissional, ex: escritório de advocacia.
• MÉTODOS DA NOVA HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL – que não excluem os anteriores, passando
a conceber a Constituição como um conjunto de normas que precisam evoluir juntamente com a sociedade:
­ Método Tópico­problemático – nos foi legado pelo autor Viehweg – foi um grande pensador da segunda
metade do século XX. A Tópica é um estilo de pensamento voltado para a busca priorizada do exame do
caso concreto, para a partir daí, escolher uma das opções interpretativas, e posteriormente buscar
fundamentar a sua decisão. Visão totalmente contrária ao positivismo, pois segundo este método a
conclusão seria lógico­dedutiva, sendo que primeiro devemos observamos o caso concreto e depois buscar
a norma que se adequasse a ele;
­ Método Hermenêutico­concretizador – nos foi legado por Konrad HESSE – na visão desse pensador, autor
da obra A FORÇA NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO – o papel do intérprete da Constituição seria um papel
construtivo, ativo no desenvolvimento do processo hermenêutico. Dizele, que além de elementos objetivos
que devem ser extraídos da realidade social, também elementos subjetivos devem ser agregados ao
sentido mais justo do sentido aplicado à Constituição, posição de protagonista dentro do processo
hermenêutico, concretizando o melhor sentido da norma constitucional. Para HESSE a norma é um produto
da interpretação constitucional. Esse processo hermenêutico seria conduzido pelo que ele denomina de
pré­compreensão – conjunto de valores, visões de mundo, crenças que o intérprete incorpora na sua
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própria consciência dentro de seu espaço interpretador, mergulhado numa cultura, num conjunto de valores
num dado contexto histórico­cultural. Exemplo: o tema sobre O DIREITO À MORTE DÍGNA – a doutrina e a
jurisprudência mesmo diante da proibição da eutanásia, estão diante de uma realidade histórico­social, que
talvez permita a realização da morte digna, reconhecendo que um paciente em estado terminal retire sua
própria vida em nome da dignidade, e como argumento a favor, poderia se utilizar da idéia de que assim
estaria realizando um direito mais justo;
­ Método científico­espiritual – referido na obra de Rudolph SMEND – J.J. Gomes CANOTILHO sistematiza
muito bem esse autor e outros – busca potencializar a concretização de soluções hermenêuticas
conciliatórias, sugere, incentiva a busca de soluções que possam promover a coesão político­social. Não
podemos interpretar a CF/88 de forma que venha a desagregar politicamente e socialmente a nação. O uso
de medidas provisórias do art. 62 do CF pelo Presidente da República, que é usado de forma abusiva em
casos que não há relevância e nem urgência. O interprete da Constituição, até mesmo o STF, deve buscar
controlar essas medidas, que não só estariam ofendendo os requisitos do art. 62, como também declarando
a inconstitucionalidade dessas normas. Assim estará impedindo que o Poder Executivo invada a esfera do
Poder Legislativo. Mas às vezes esses métodos podem ser utilizados para promover soluções conciliatórias
na sociedade, para impedir “convulsões” entre grupos de nossa sociedade, ex: a delimitação contínua das
reservas indígenas, com a permissão para as forças armadas adentrarem a reserva para fins de segurança
nacional.
­ Método normativo­estruturante – referido por MÜLLER – muito estudado por CANOTILHO – a idéia aqui é
que o conceito de norma constitucional é um conceito muito mais amplo, podendo ser visualizada sobre
uma dúplice perspectiva: a) norma constitucional como texto normativo (ou programa normativo –
concretizando a Carta Magna como um produto da interpretação, que é uma atividade mediadora e
concretizadora de finalidades – pensamento de HESSE – o texto da norma constitucional é a apenas a
ponta do iceberg) e b) norma constitucional com âmbito normativo. Conceber a idéia de que o cidadão tem
o direito de não aceitar atos abusivos do poder público.
O desenvolvimento de novos métodos de interpretação das normas constitucionais justifica uma
interpretação constitucional singularizada, pois as normas constitucionais possuem uma abertura
(coloquialidade) muito grande, aplicando a abertura semântica, convidando o intérprete a achar o sentido
que mais se adeque a cada situação específica. As normas constitucionais são dotadas de grande carga
política. Essa interpretação se vale dos métodos de interpretação clássicos e também dos novos métodos.
3) O NEOCONSTITUCIONALISMO E A VALORIZAÇÃO DOS NOVOS PARADGMAS
DE INTERPRETAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES.
O NEOCONSTITUCIONALISMO permite que enxerguemos a Constituição como um conjunto de normas
atreladas aos fatos e valores sociais. O intérprete da Constituição é bastante valorizado no âmbito do
neoconstitucionalismo. Nesse ponto, surge o tema polêmico do ATIVISMO JUDICAL.
O ATIVISMO JUDICIAL ⇒ os críticos desse ativismo dizem que o poder judicial não poderia dar uma
interpretação mais aberta por ferir princípios, sobretudo o da separação dos poderes. Autores como o
professor Ricardo Maurício Freire Soares2, não concordam com isso, dizendo que essa interpretação não
estaria de acordo com o neoconstitucionalismo. Não se argumenta contra o ativismo judicial porque ele é
um modo de exteriorização pela via hermenêutica da valorização dos princípios constitucionais. A
segurança jurídica não pode ser considerada um dogma absoluto a luz da interpretação mais extensiva da
Constituição. O argumento que quer fulminar a possibilidade do ativismo judicial, além da separação do
poder e da proteção aos direitos fundamentais, seria o de que o poder judicial não poderia suspender os
efeitos de uma lei ou impugnar a produção dos efeitos de um ato administrativo, pois ele não é eleito pelo
povo. Esses mesmos autores dizem ser esta uma visão equivocada, entendendo que o poder judiciário é
legitimado para interpretá­la de forma mais digna e justa, previsão feita na própria Constituição. Quem
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estabeleceu isso foi o poder constituinte que emana do povo, ou seja, o povo legitimou o poder judiciário a
ser o guardião da Constituição.
Também não se argumente que os processos judiciais são processos pouco transparentes ou fechados.
Eles são abertos, contendo o direito subjetivo de ação, onde as decisões são controladas, pois as pessoas
podem recorrer a uma instância superior buscando uma mudança da decisão. Busca­se um
DESENVOLVIMENTO ABERTO DA ORDEM JURÍDICA ⇒ refere­se a uma possibilidade de uma
interpretação constitucional que pode a todo o momento, adaptar­se aos novos fatos e valores sociais e
consequentemente atualizar o sistema jurídico às exigências da sociedade.
Não podemos mais aceitar uma interpretação retrospectiva e sim uma interpretação PROSPECTIVA que
valoriza a vontade da Constituição, um significado sempre atual, sempre arejado do sistema constitucional
⇒ isso é o que a doutrina denomina de MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL – é um mecanismo de reforma
informal da Carta Magna, que nada mais é do que o processo hermenêutico de adaptação da CF conforme
a realidade social de cada “época” sem modificar o seu texto, mas não é isso o que acontece, temos
diversas Emendas constitucionais e alterações que corroem a sua força normativa.  Essa proposta é muito
usada nos EUA, e que começou a ser usada pelo Supremo Tribunal Federal. Exemplo disso é a nova
releitura do princípio da igualdade que passou a ser entendido como tratar desigualmente os desiguais.
Esse ano o STF terá que se posicionar sobre as cotas para minorias raciais – caso de mutação
constitucional. Essa MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL deve ser incentivada cada vez mais dentro da
Constituição.
A VALORIZAÇÃO DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS é outro ponto que deve ter uma maior relevância
dentro do neoconstitucionalismo, onde a teoria da norma constitucional começou a ser vislumbrada em dois
aspectos: normas/regras constitucionais (normas que descrevem situações específicas e determinadas,
impondo as situações e penas, não reclamam um processo hermenêutico mais completo – subsunção –
aplicadas de forma automática, ex: art. 18, § 1º, CF, art. 82, CF); e normas/princípios constitucionais – são
normas dotadas de grande abstração que corporificam os mais autos valores de um sistema jurídico,
normas de grande densidade axiológica e que demandam uma atividade de interpretação por parte do
intérprete que deve apresentar uma atividade construtiva (princípio da dignidade da pessoa humana,
princípio da cidadania etc.).
A aplicação dos princípios não é tão fácil. Desenvolvendo essa aplicação, observa­se que os princípios
podem entrar em conflito. Surge a técnica hermenêutica daPONDERAÇÃO DE BENS E INTERESSES ⇒
se a interpretação e aplicação das regras constitucionais revelam­se mais fáceis, o mesmo não se
manifesta com relação aos princípios, pois estes não são apenas regras constitucionais, mas também
normas que estão entrando em choque permanente com outros princípios. Constituições como a nossa, faz
incidir princípios de diferentes condições axiológicas. Em se tratando de conflito entre princípios
constitucionais não podemos utilizar o critério hierárquico (todos estão na Constituição), nem o critério da
generalidade (todos são gerais), nem o critério da cronologia (todos foram produzidos no momento da
publicação da Constituição). Temos que examinar qual ou quais os princípios que têm MAIOR ou MENOR
dimensão de PESO, e estabelecer à luz do caso concreto qual deve prevalecer em detrimento de outros.
TEORIA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA – o intérprete deve argumentar judicialmente, doutrinariamente,
costumeiramente, porque escolheu determinada interpretação em detrimento da outra, é o dever de
fundamentação das decisões judiciais, art. 93, IX, CF/88.
Além desses princípios Materiais, a doutrina estabeleceu PRINCÍPIOS INSTRUMENTAIS DA
INTERPRETAÇÃO, muito importantes por servirem como postulados da interpretação constitucional que
podem ser extraídos da Carta Magna de 1988 para orientar a interpretação desta. São princípios implícitos,
que serve de norte para o desenvolvimento do processo hermenêutico. Podemos citar, dentre outros:
► Princípio da SUPREMACIA constitucional – consiste em considerar a Constituição como o conjunto de
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normas fundamentais de um dado sistema jurídico. É a lex fundamentalis. Supremacia da CF também em
sentido axiológico;
► Princípio da PRESUNÇÃO de constitucionalidade – presunção de legitimidade dos atos do poder
público, tendo o intérprete que partir da premissa de que os atos do poder público são compatíveis com a
CF. Evidentemente essa presunção não é absoluta, é relativa iuris tantum;
► Interpretação conforme a Constituição – por força do princípio da supremacia constitucional, o intérprete
deverá sempre que possível priorizar o significado que melhor se compatibilize com a norma constitucional,
é claro atendendo a limites, não podendo prevalecer atos normativos que são patentemente
inconstitucionais. Permite declarar a inconstitucionalidade de uma lei adaptando­a à Constituição sem
retira­la do ordenamento jurídico;
► Princípio da UNIDADE da Constituição – Também chamado de PRINCÍPIO DA CONCORDÂNCIA –
integrar o sentido de todas as normas constitucionais;
► Princípio da MÁXIMA EFETIVIDADE – priorizar a produção dos efeitos da Constituição diante da
realidade social, ex: art. 37, CF – direito de greve dos funcionários públicos. Recentemente o STF decidiu
sobre a matéria, reconhecendo que o direito não pode ser sonegado diante da omissão legislativa,
prevendo a aplicação do direito de greve dos funcionários utilizando as regras do direito de greve no âmbito
privado;
► Princípio da RAZOABILIDADE – também chamado de postulado da razoabilidade, informa a busca de
interpretações mais justas porque adequadas, necessárias e proporcionais, para servir na solução do
conflito entre princípios, ajudando o intérprete na ponderação de bens e interesses. Esse princípio se divide
em 03 dimensões: a) Adequação (utilidade – é a adequação entre meios e fins); b) Necessidade (vedação
do excesso – dever de buscar restringir o mínimo possível os direitos fundamentais); c) Proporcionalidade –
significa correlação entre custo e benefício.
4) DEMOCRATIZAÇÃO DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL – A SOCIEDADE
ABERTA DOS INTÉRPRETES DA CONSTITUIÇÃO
Defendida por um autor alemão de grande influência, chamado PETER HÄBERLE. A idéia dele é que
devemos urgentemente recusar a idéia de que a interpretação deve ser monopolizada exclusivamente
pelos juristas. Para que a Constituição se concretize e necessário que todos os cidadãos se envolvam num
processo de interpretação e aplicação da mesma. O titular o poder constituinte é a sociedade, por isso ela
deve se envolver no processo hermenêutico de materialização da Constituição. Essa idéia abre espaço
para que os cidadãos participem cada vez mais nessa interpretação. O art. 103 da CF/88 é um exemplo
importante disso. Todo cidadão deveria ter a CF/88 na cabeceira da cama. O STF vem promovendo
grandes avanços em favor da abertura dessa interpretação: ex: amicus curiae; debates públicos no que se
refere ao exame da inconstitucionalidade da lei da utilização das células tronco, etc.
1 SOARES, Ricardo Maurício Freire (Doutor e Mestre pela Universidade Federal da Bahia; Professor
Universitário). Direito, Justiça e Princípios Constitucionais, Salvador: Jus Podivm, 2008. Material da 5ª aula
da Disciplina Teoria Geral do Estado e do Direito Constitucional, ministrada no Curso de Pós­Graduação
Lato Sensu TeleVirtual em Direito do Estado – Anhanguera­UNIDERP|REDE LFG.
2 SOARES, Ricardo Maurício Freire. Direito, Justiça e Princípios Constitucionais, Salvador: Jus Podivm,
2008.
BIBLIOGRAFIA
10/04/2015 Hermenêutica e Interpretação Constitucional: métodos e princípios ­ Cola da Web
http://www.coladaweb.com/direito/hermeneutica­e­interpretacao­constitucional­metodos­e­principios 6/6
BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Aspectos de teoria geral dos direitos fundamentais. In: Hermenêutica
Constitucional e Direitos Fundamentais ­ 2ª parte. Brasília, 2002: Ed. Brasília Jurídica, 1ª ed., 2ª tiragem.
Material da 2ª aula da disciplina Direito Constitucional, ministrada no curso de pós­graduação lato sensu
televirtual em Direito Público – UNIDERP/REDE LFG.
CUNHA JÚNIOR, Dirley da. Curso de Direito Constitucional. 2ª ed., Salvador: Editora Juspodivm, 2008.
MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 13ª. ed. – São Paulo: Atlas, 2003.
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 15ª ed. – Malheiros       editores Ltda. – São
Paulo – SP.
SOARES, Ricardo Maurício Freire. Direito, Justiça e Princípios Constitucionais, Salvador: Jus Podivm,
2008. Material da 5ª aula da Disciplina Teoria Geral do Estado e do Direito Constitucional, ministrada no
Curso de Pós­Graduação Lato Sensu TeleVirtual em Direito do Estado – Anhanguera­UNIDERP|REDE
LFG.
Por: Luiz Lopes de Souza Júnior
Advogado, Pós­graduando em Direito Público, Pós­graduando em Direito do Estado.
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